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Relatório de Observação
Espaço Cultural Patativa do Assaré – (Elefante Branco)
Equipe: Fernanda Sombra, Lara Sousa, Mariana Lopes.
Disciplina: Pesquisa I
Professora: Teresa Cristina
3° semestre de Serviço Social - Manhã
Fortaleza – CE
Setembro/2015
Sumário
- Introdução
- Relatório: Observando o Espaço Cultural Patativa do Assaré (Elefante Branco).... 3 e 4
- Conclusão ................................................................................................................... 5
- Anexos ............................................................................................................... 6 a 17
- Referências
Introdução
O presente relatório irá conter o conjunto das observações feitas no espaço
Patativa do Assaré, popularmente conhecido como Elefante Branco. Este espaço se
encontra localizado dentro da Universidade Estadual do Ceará e um dos motivos que o
escolhemos para a nossa observação foi por ele ser um local bastante frequentado pelos
estudantes e pela comunidade, assim teríamos uma diversidade cultural bem maior para
observar.
De fato, pudemos perceber que até os aspectos da movimentação de pessoas no
espaço muda constantemente nos períodos da manhã, tarde e noite. É incrível como
pessoas tão diferentes ocupam um espaço ao mesmo tempo e respeitam essas
diferenças, pois em nenhum momento presenciamos discussões ou brigas, até porquê o
espaço da Universidade já favorece essa questão da igualdade diante de todos.
Esta observação ainda vem acompanhada de uma entrevista, esta irá mostrar
um processo de interação social entre duas pessoas com o objetivo da obtenção de
informações sobre o espaço Elefante Branco. O entrevistado irá mostrar sua perspectiva
sobre o lugar para auxiliar nossa visão sobre este, como observadores.
O objetivo principal do trabalho é de testar nossa capacidade de observação,
mas não numa perspectiva comum cotidiana, mas sim numa visão de pesquisador para
enxergar além do que nossos olhos podem ver.
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Observando o Espaço Cultural Patativa do Assaré (Elefante Branco)
Nosso grupo escolheu o Espaço Cultural Patativa do Assará mais conhecido
como “Elefante Branco” que está localizado dentro da Universidade Estadual do Ceará
– UECE. É um lugar muito conhecido pelos acadêmicos, servidores, professores e pela
comunidade; é um espaço muito agradável e amplo, lá se encontram diversos tipos de
pessoas, é utilizado para estudos, conversas, saraus, calouradas e outras atividades que
os usuários realizam no local.
O “Elefante Branco” é composto por dez salas, sendo elas, uma sala de
reuniões; uma sala do Laboratório Misto de Pesquisa e Extensão linguagem, cultura e
cognição Centro de Humanidades; duas salas do Núcleo de Línguas Estrangeiras
Itaperi; uma sala de coordenação do Curso de Formação de Técnico de Segurança do
Trabalho; dois banheiros; outra sala do Laboratório de Práticas de Saúde Coletiva – sala
de estúdio Web rádio; e duas salas do Ambulatório de Saúde Mental e Coletiva Maria
Liduina Aguiar Freire. No espaço são encontradas cinco mesas e dezesseis bancos todos
de cor vermelha, quase todas riscadas de caneta e lápis com frases, nomes e dizeres que
são deixados, provavelmente, pelas pessoas que utilizam. As paredes são todas brancas
com dezoito colunas que são vermelhas e na parede vários flanelógrafos que são para
deixar avisos e comunicados importantes.
O local é muito amplo e ventilado, é um ambiente que transmite uma sensação
muito agradável, por isso é bastante frequentado. Ele é utilizado para rodas de conversas
informais; para aqueles que procuram um lugar para estudar seja sozinho ou em grupo,
este dando mais liberdade para discutir sobre o conteúdo estudado – já que na biblioteca
é um espaço fechado e inviável para discussão –; outras pessoas procuram o espaço para
utilizar a internet, para escutar música, para dormir e também um meio de transição de
quem quer “cortar” caminho para ir a algum lugar da Universidade.
O espaço também é utilizado para festas como sarau e calouradas, um ponto de
encontro de várias pessoas, pois normalmente sempre é bastante frequentado quando
são realizados esses eventos. Assim, há uma mistura de vários acadêmicos de diferentes
cursos, servidores, professores e principalmente, pessoas da comunidade e de outros
lugares também que se encontram para socializar e conhecer novas pessoas – para quem
quer – ou ficar com seus amigos do dia-a-dia.
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Na observação o que mais encontramos no Elefante Branco tanto no período da
manhã como da tarde, foram pessoas com seus livros, notebooks, celulares e outras
ferramentas para estudar; os alunos do curso de línguas chegando para suas aulas; os
bolsistas do ambulatório; pessoas da comunidade atrás de alguma informação; a noite já
foi um pouco diferente, pois o ambiente estava mais animado com as conversas dos
diferentes grupos, escutando suas músicas, risadas e a descontração das pessoas
contagiavam.
Durante esses dias em que observamos o ambiente percebemos o quanto as
pessoas se sentem a vontade no Elefante Branco e tratam o lugar como se fosse uma
espécie de válvula de escape para os dias conturbados de aulas na Universidade. A
convivência no espaço, de modo geral, foi bem fácil e até mesmo confortável,
mostrando-nos outros aspectos na Universidade que antes eram imperceptíveis ao olhar
comum.
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Conclusão
A Universidade Estadual do Ceará é um amplo espaço composto pelos mais
diversos tipos de espaços, de relações entre indivíduos e por milhares de alunos cada um
possuindo personalidades que vão ora se assemelhar a alguns e ora se diferenciar.
Dentre os ambientes presentes na Universidade um mais popularmente conhecido como
“Elefante Branco” chamou bastante a nossa atenção e diante disso fomos até ele com o
intuito de observar o seu uso, as relações ali presente e outras surpresas que pudessem
nos aparecer.
A observação realizada no espaço nos trouxe diversos pensamentos e
conhecimentos a respeito da rotina de acadêmicos, servidores e usos dos espaços da
Universidade. O espaço é em sua maior parte do tempo utilizado por acadêmicos, que o
buscam para estudar, confeccionar trabalhos, utilizar internet e até descansar.
A respeito dos usuários, podemos perceber que os períodos do dia são
categorias importantíssimas para se fazer um perfil deles. Pela manhã a grande maioria
o utiliza para estudar, durante a tarde ele se torna ambiente de lazer para música,
conversa alta e risadas, já a noite ele é extensão das salas do curso de inglês. Assim é
notória e muito interessante a relação de uso de um mesmo espaço por pessoas de
diferentes personalidades e “tribos”, poder dessa forma enxergar que o ambiente é feito
por quem o utiliza, assumindo novas características de acordo com aqueles que ali estão
presentes.
Dessa maneira, essa observação buscou e possibilitou a busca por novas visões,
novas maneiras de analisar um mesmo espaço que ao ser observado rapidamente é
apenas mais um espaço da Universidade. A experiência de realizar tal atividade foi
muito enriquecedora tendo em vista a difícil tarefa de tornar exótico aquilo que nos era
familiar. Em virtude disso o mais valioso foi poder notar a em um mesmo ambiente a
presença de pessoas com os mais diversos interesses a respeito daquele espaço.
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Anexos
Diários de Campo
Diário de campo
Aluna: Fernanda Sombra Costa
Observação número 1
16/09/2015
Horário: 13h40min às 16h00min
Este dia foi atípico para mim, pois trabalho a tarde e pedi que me liberasse para
fazer um trabalho de observação e passei o dia todo na faculdade. Quando terminou a
aula, fiquei esperando meu namorado que também estuda na Uece e fomos almoçar
juntos; em seguida fui para o Espaço Cultural Patativa do Assaré mais conhecido como
Elefante Branco para começar a observação. Chegando lá, minhas amigas já estavam
fazendo suas observações, me juntei a elas e comecei a observar o lugar. É um espaço
muito bom de ficar, pois é amplo e muito arejado tornando minha tarde bastante
proveitosa.
O espaço físico é composto por cinco mesas e dez bancos utilizados
normalmente por estudantes da Uece, do cursinho Uecevest; têm 10 salas sendo uma
sala de reuniões, sala do ambulatório de saúde mental e coletiva da professora Maria
Liduina Aguiar Freire, outra sala que funciona a coordenação do Centro de Línguas
Estrangeiras, também o Curso de Formação de Técnicas de Segurança do Trabalho, dois
banheiros, Laboratório Misto de Pesquisa e Extensão linguagem, cultura e cognição –
Centro de Humanidades e a sala de estúdio Web rádio.
Logo que cheguei, se encontravam pessoas estudando sozinho ou em grupo,
outra mesa tinha um grupo que estava só conversando e também tinha um grupo
discutindo sobre algum trabalho que iam fazer. O ambiente estava calmo e tranquilo,
pessoas transitando no local, alguns servidores, outras atrás de informação sobre o
Curso de Línguas; mais tarde, por volta das três horas, três e meia da tarde, chegou um
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grupo, pelo que percebi da conversa, eles eram alunos da Uece e conversavam em um
tom mais alto atrapalhando o ambiente para aqueles que estavam estudando; eles
estavam fumando maconha, todos bem à vontade e a princípio me causaram estranheza,
pois eles não estavam se importando com quem estava ali nem pelo cheiro da maconha
e nem pelo barulho que estavam fazendo. Outra coisa que observei também que tem
pessoas que vão a local para utilizar o WIFI que o espaço tem para navegar na internet.
No mais pelo que pude observar a tarde é bem tranquila, o espaço muito
utilizado por acadêmicos, servidores e pela comunidade cada um com seu interesse
diferente, sendo eles, estudar, conversar, utilizar a internet que o local dispõe e foi uma
tarde muito agradável e de grande proveito para se começar uma observação.
Finalizando a observação, totalizando 34 pessoas no local desde o momento presente
que estive lá.
Observação número 2
17/09/2015
Horário: 08h45min às 09h05min
Nesse dia não tivemos a primeira aula, a professora não pode comparecer
devido problemas de saúde na família. Fui para seu Billy e lá me encontrei com minhas
amigas, merendei e depois resolvemos aproveitar aquele tempo para observar o Elefante
Branco. Chegando lá, o espaço tinha poucas pessoas, alguns estudando, outros mexendo
no celular, outros lendo livro. Pela manhã, o espaço é bem calmo e tranquilo também,
sem nenhum acontecimento que chamasse atenção.
Eu e minhas amigas então, resolvemos ir atrás da história do Espaço Cultural
Patativa do Assaré. Uma das meninas foi olhar na placa que tem no espaço para
confirmar nossas suspeitas de quem cuidava do local que é a PRAE, então fomos lá. A
moça nos recebeu e passamos a ela a nossa curiosidade, esta não soube responder e
disse para nós procurar a PROAD pró-reitoria de administração. Lá a moça que nos
recebeu também não soube informar nada e disse que quem poderia saber era o pessoal
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da Engenharia e lá vamos nós atrás de alguém que pudesse nos ajudar. Na Engenharia, a
mulher que nos recebeu também não soube dizer nada e disse o nome de três colegas
que tem mais tempo dentro da Uece que poderia saber, mas estes só estariam à tarde.
Então nós voltamos para a sala para assistir a segunda aula, e resolvemos que as duas
meninas iriam a tarde falar com um dos três homens para conseguir informações do
Elefante Branco.
Observação número 3
23/09/2015
Horário: 07h56min às 09h00min
Na quarta-feira de manhã, não temos a primeira aula e combinamos de fazer
mais uma observação. Chegando à Uece, poucas pessoas adentrando a Universidade
pelo fato de ser final de semestre, me dirigi até o Elefante branco. Chegando lá,
literalmente só tinha uma pessoa no espaço, tirando minhas amigas de observação, e ela
estava estudando para quem sabe uma possível NEF ou prova final mesmo. O Espaço
estava muito tranquilo, sem movimentação, só escutando os carros passando nas ruas ao
lado, cachorros latindo e pássaros cantando, foi uma sensação maravilhosa e um pouco
de inveja, pois sabia que a maioria já estava de férias. Por volta de 08h05min chegaram
mais duas pessoas, estas foram estudar.
Já 08h30min tinha no local quatro pessoas e chegou um funcionário do Centro
de Línguas Estrangeiras e logo em seguida começou uma maior movimentação de
outros funcionários chegando ao local. Logo mais 08h55min o espaço já estava mais
movimentado, chegando outras pessoas que ocuparam as mesinhas, tendo uma maior
socialização e no final da observação tinha sete pessoas.
Observação número 4
24/09/2015
Horário: 20h30min às 20h45min
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Fui para a Uece à noite para uma comemoração de final de semestre da turma
do meu namorado e aproveitei e fiz uma observação do Elefante Branco para ver o que
acontecia a noite no local. Confesso que fiquei surpresa, porque imaginava outras coisas
do local à noite, mas pelo contrário tinha vários grupos nas mesinhas em conversas
descontraídas, em um dos grupos, eles estavam escutando pagode e apenas um menino
sozinho que estava com os livros aberto, mas estava mexendo no celular. Pelo que pude
observar em todas as mesinhas predominava a conversa, risadas, músicas tocando e um
ambiente bem tranquilo e animado.
Diário de campo
Aluna: Mariana Lopes de Oliveira Araújo
Observação número 1
Dia: 16/09/2015 Horário: 13h00min às 16h00min
Logo após o almoço, me encaminhei para o espaço Elefante branco para
começar minha observação. A primeira coisa que pude perceber é que seu verdadeiro
nome é Espaço Cultural Patativa do Assaré e Elefante Branco é só uma denominação
feita pelos estudantes da Universidade, pois o espaço é grande, branco e sem utilidade.
Pelo menos, foi isso que me falaram.
O Elefante Branco é semelhante a um pátio e contém dez salas; Uma sala de
reuniões, dois banheiros, uma sala do Laboratório misto de pesquisa e extensão
linguagem, cultura e cognição (Centro de Humanidades); Uma sala possui o curso de
formação de técnico de segurança do trabalho (coordenação); uma sala com o
laboratório de práticas de saúde coletiva (Sala de estúdio – Web rádio); Duas salas
pertencentes ao ambulatório de saúde mental e coletiva ( Professora Maria Liduína
Aguiar Freire) e ainda duas salas pertencentes ao Núcleo de Línguas Estrangeiras
Itaperi, no qual o fluxo de pessoas é bem constante.
Continuando com os aspectos físicos, o espaço também possui cinco mesas e
dezesseis banquinhos, todos da cor vermelha, mas a tinta já bem descascada e com
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várias pichações de lápis. As paredes são brancas com dezoito colunas
vermelhas, com vários cartazes e riscos de caneta.
Estou sentada no lado direito da segunda mesa com mais duas amigas, observo
que na mesa da frente estão sentadas três estudantes, duas meninas e um menino, todos
estudando pelo notebook. Na mesa ao lado percebo uma mulher que parece ser
servidora sentada no banco, e um jovem que parece estudante deitado no banco ao lado.
Já na mesa ao meu lado tem apenas uma menina sentada lendo um livro.
Pessoas entram e saem do espaço constantemente, outras apenas passam por
dentro do lugar para cortar caminho. No período em que realizei esta observação
passaram pelo espaço 34 pessoas. Me senti bem tranquila e á vontade, o espaço é bem
limpo e ventilado e favorece isso para nós, mas por volta das 15:30 chegaram um grupo
de estudantes e ficaram conversando alto e fumando um tipo de droga , o cheiro muito
forte transformou minha tranquilidade em incômodo , assim, meia hora depois concluí
minha observação e fui para casa com muita dor de cabeça.
Observação número 2
Dia: 17/09/2015 Horário: 08h45min ás 09h05min
Logo que cheguei à Universidade recebi a notícia que a professora do primeiro
horário não viria, então eu e meu grupo decidimos ir observar mais uma vez o Elefante
Branco. Pude perceber então uma grande diferença do movimento da manhã com o da
tarde, pois o espaço é muito mais tranquilo pela manhã, até porque as maiorias dos
estudantes estão em aula. Quando cheguei havia apenas dez pessoas, a maioria
estudando e dois gatinhos dormindo no chão. Apenas duas estudantes conversam em
alto volume, mas nada que causasse grande incômodo para mim.
Até o fluxo de pessoas que passavam pelo local apenas para cortar caminho
diminui com relação ao período da tarde, enquanto estava no local passaram apenas 17
pessoas.
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As 09h00min horas eu e as meninas da minha equipe do trabalho decidimos ir
procurar saber mais sobre o Elefante Branco, sua história, o porquê que ele foi criado,
dentre outras indagações. Fomos à PRAE, pois esta é considerada responsável pelo
espaço, mas lá não sabiam e nada e nos encaminharam para o prédio da PROAD. Ao
chegarmos lá também disseram que não sabiam de nada sobre o Elefante Branco e quem
poderia responder nossas perguntas seria o Departamento de Engenharia. Fomos lá,
mas como nos outros lugares, disseram também não saber de nada, mas informaram que
havia um senhor mais velho naquele departamento que poderia nos ajudar no período da
tarde.
Assim seguimos à tarde para o Departamento de Engenharia cheias de
esperanças, mas logo que chegamos lá à secretária ficou nos fazendo uma série de
perguntas e insinuando que não poderíamos entrar para falar com quem queríamos. Mas
por uma coincidência, o senhor mais velho do departamento apareceu e explicamos toda
a nossa situação como estudantes-pesquisadores e ele ao invés de ajudar com qualquer
informação, se mostrou extremamente grosseiro e disse que não poderia ajudar. Assim
nós saímos e decidimos entrevistar um estudante frequentador assíduo do local, este ao
contrário do servidor do departamento de engenharia, foi muito simpático, educado e
respondeu de muita boa vontade nossa entrevista.
Observação número 3
Dia: 23/09/2015 Horário: 07h52min ás 09h00min
Assim que cheguei á Universidade me encaminhei logo ao Elefante Branco,
pois não teria a primeira aula. Sentei-me em uma das mesas do lado esquerdo e quando
percebi havia apenas um garoto sentado na mesa do lado com seus livros estudando e
mais a frente uma estudante sentada na escada.
O ambiente estava bem limpo e ainda mais tranquilo do que na observação
anterior, pelo fato de ser final de semestre e estarem ocorrendo provas e seminários. No
tempo em que fiquei sentada lá observando, passaram pelo local 22 pessoas.
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Por volta das 08h02min chegaram mais duas pessoas e sentaram apenas
observando o movimento. Logo mais as 08h34min chegou um homem, possivelmente
um servidor, e adentrou no Centro de Línguas Estrangeiras.
De todos os dias este foi o dia em que me senti mais relaxada no ambiente,
parecia que o tempo estava mesmo propício para observações.
Diário de Campo
Aluna: Lara Silva de Sousa
Observação número 1
Dia 16/09/15
Início: 13h13min Fim: 16h30min
Ao chegar à universidade me dirigi ao espaço que seria observado sentindo um
pouco de ansiedade para realizar essa experiência pela primeira vez. Imaginei qual a
reação das pessoas e se elas iriam conseguir entender que estávamos ali para observá-
las.
O espaço observado é o Espaço Cultural Patativa do Assaré mais popularmente
conhecido pela comunidade acadêmica por Elefante Branco. O espaço físico é composto
por dez salas, onde uma é de reuniões, outra de laboratório de pesquisa e extensão
linguagem, cultura e cognição do centro de humanidades, outra é da coordenação do
curso de formação de segurança de técnico do trabalho, outra é a sala de estúdio Web
Rádio que compõe o laboratório de práticas de saúde coletiva, outras duas são do
ambulatório de Saúde Mental e Coletiva Professora Maria Liduina Aguiar Freire e
outras três utilizadas pelo núcleo de línguas estrangeiras do centro de humanidades
(curso de inglês) e dois banheiros. O espaço conta ainda com mesas e bancos (cinco)
que são utilizadas em sua maioria por acadêmicos.
O ambiente é bastante movimentado e frequentado por acadêmicos e servidores
que o utilizam para conversar, repassar informações de ordem acadêmica e até para
realizar estudos e trabalhos.
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Alguns grupos utilizam do espaço para fazer uso de bebidas alcoólicas e outras drogas.
Esse grupo durante a tarde é minoria, mas existem e se sentem, a meu ver, bem a
vontade para utilizar aquilo que os agrada sem se importar se as pessoas que estão a sua
volta, também presentes no espaço, se incomodam ou não com tal comportamento. Eu
me senti muito incomodada com o cheiro forte.
O espaço é ainda ponto de encontro da comunidade acadêmica, tanto para ir
embora como também para conversar, estudar, ouvir músicas e ir às aulas de inglês.
Encerro essa observação às 16h:30min com trinta e quatro pessoas presentes no
ambiente, onde a totalidade era de acadêmicos. Observar o "elefante branco" nesse
período foi muito interessante para mim, tendo em vista que foi possível observar num
mesmo ambiente pessoas dos mais diversos estilos e interesses. Apesar de toda
diferença presente o ambiente parece bastante homogêneo para quem passa rapidamente
por lá (como eu antes).
Observação número 2
Dia 17/09/15
Início: 07h10min Fim: 08h:00min
No relógio marcavam 07h:08min no momento em que cheguei a universidade,
fui me dirigindo ao "elefante branco" buscando encontrar perfis totalmente diferentes do
encontrados na tarde anterior.
Chegando ao local percebi que era totalmente frequentado por acadêmicos, e a
maioria deles estudava ou fazia/finalizava trabalhos. Estava bastante diferente do
período tarde onde havia muito barulho e conversa na manhã o ambiente me remeteu à
sala de estudos da biblioteca por estar calmo e silencioso.
Às 07h:22min haviam apenas duas pessoas e somente às 07h:50min as pessoas
foram chegando somando nove no total, onde apenas um era homem e o restante eram
mulheres. Ainda permanecia o "status de sala de estudos".
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Às 08h:00min encerrei a minha segunda observação notando que durante o
início da manhã o espaço é utilizado para estudos, mas também algumas pessoas vão ali
para conversar mas todos os usuários do período da observação são estudantes. Ao
encerrar haviam doze pessoas, onde cinco realizavam estudos e trabalhos e o restante
(sete) conversavam sobre diversos assuntos.
Observação número 3
Dia 17/09/15
Inicio: 08h45min Fim: 09h40min
Estava me direcionando a sala de aula, mas no caminho encontrei algumas
meninas da sala que avisaram que a professora Teresa iria faltar devido problemas de
saúde de sua irmã. Diante disso, decidimos ir fazer outra observação.
Ao chegar ao "elefante branco" nos deparamos com pouquíssimas pessoas e
começamos a pensar como iríamos falar a respeito da história do espaço. Essa questão
nos trouxe a curiosidade e decidimos nos dirigir à PRAE pró-reitoria de assistência
estudantil que é a responsável atualmente pelo espaço.
Chegando a PRAE falamos com a pessoa que estava na secretaria no momento
e ela nos disse não ter nenhum documento que falasse a respeito disso e nos direcionou
à PROAD pró-reitoria de administração, chegando lá obtivemos a mesma resposta e nos
foi indicado falar com o departamento de engenharia. Chegando ao departamento
também não obtivemos respostas positivas, um funcionário nos informou o órgão
responsável pela construção do espaço, IEPRO, mas o lugar se encontra fora da
universidade o que nos impossibilitou ir até lá. O senhor que nos atendeu e falou do
órgão responsável pela construção foi grosseiro e ficamos um pouco restritas para fazer
mais questionamentos.
Encerramos essa observação próximo das dez horas. Esse dia me desmotivou,
estava bastante animada e curiosa para entender se o uso atual estava relacionado aos
objetivos da construção do espaço. Apesar das dificuldades encontradas precisamos
continuar e buscar aquilo que está ao nosso alcance. Encerramos essa observação e nos
direcionamos à sala de aula.
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Observação número 4
Dia 23/09/15
Início: 07h07min Fim: 09h:00min
Ao chegar à universidade me encaminhei ao "elefante branco" com o
pensamento de que haveriam poucas pessoas pois grande parte dos acadêmicos já estão
de férias.
Chegando ao espaço havia duas pessoas que estudavam, logo após por volta
das 07h:20min já tinham chegado mais três pessoas que totalizavam no momento cinco
acadêmicos. Às 07h:30min a grande maioria se deslocou aos blocos.
Nessa observação pude perceber que no início da manhã logo cedo, o ambiente
é utilizado por pessoas que pretendem estudar e/ou fazer trabalhos. Por estar no final do
semestre o movimento já é bem menor e os alunos que ali estavam passavam pouco
tempo. Encerramos a observação às 9:00h e haviam nove pessoas no ambiente.
Observação número 5
Dia 23/09
Início as 16h50min Fim as 17h40min
Já estava no espaço, pois realizo atividades como bolsista no ambulatório de
saúde mental e coletiva. Quando iniciei a observação havia doze pessoas no espaço,
todos acadêmicos e a maioria estavam conversando e ouvindo música e outros
realizavam estudos e/ou trabalhos.
A maioria fazia uso da energia para carregar celulares e notebooks e outros
apenas passavam utilizando-o como espaço de passagem para facilitar caminhos. A
partir das cinco horas muitas das pessoas que chegavam se direcionavam as salas do
curso de inglês ou para pedir informação na secretária também do curso de inglês.
Encerrei às 17h:40min com doze pessoas no espaço, todos conversando,
ouvindo musica e fazendo uso da internet (particular e da Uece). Nessa observação pude
notar que no período do fim da tarde o "elefante branco" é mais utilizado por alunos do
curso de inglês que funciona no espaço.
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Entrevista
Diante de todos os obstáculos, descritos nos nossos diários de campo, para
poder saber um pouco sobre a história do Elefante Branco, fomos encaminhadas para
vários lugares e ninguém pode fazer nada para nos ajudar em nossa pesquisa, pelo
contrário, sempre arrumavam uma maneira de dificultar uma coisa que deveria ser tão
simples. Tínhamos em mente entrevistar uma pessoa mais velha da UECE, que pudesse
nos fornecer as informações necessárias sobre a criação do espaço, porém nada saiu
como planejávamos. Assim, optamos por entrevistar um dos frequentadores do espaço
com o intuito de compreender melhor a importância do Elefante Branco para aqueles
que o utilizam diariamente.
Entrevistado: Estudante da UECE curso de Física
Sexo: Masculino
Idade: 21 anos
- Queríamos que você falasse do uso deste espaço. Com que frequência vem, o que
você faz .. etc
(Entrevistado ) : Bom, geralmente eu costumo vir aqui no Elefante Branco pra estudar,
porquê assim, o ambiente da biblioteca ele é um ambiente mais fechado e pra quem
estuda em grupo fica meio chato a gente acabar atrapalhando o restante do pessoal que
estuda lá. A gente vem pra cá e tem acesso á internet também, geralmente a gente faz
trabalho usando notebook e tudo. E [...] (pausa), também é importante os trabalhos
culturais realizados aqui [...] (ficou pensando um pouco). A gente tem o sarau, tem a
questão dos eventos que usam o espaço também.
- As calouradas?
(Entrevistado): É, as calouradas no caso. Aí é mais para isso que eu costumo vir aqui.
Quase sempre eu venho pra cá, eu deixei de ir pra biblioteca lá pelo quinto semestre e
venho mais pra cá porque eu acho o espaço mais aberto, mais livre pra estudar aqui.
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- O que você não gosta no Elefante Branco?
(Entrevistado): Não gosto? É [...] (pausa). Na verdade eu gosto e não gosto, porque
tipo, eu venho pra cá, mas eu não gosto por causa do barulho. O barulho atrapalha
entendeu? Eu sei que eu faço barulho para a biblioteca, mas é muito barulho para
estudar aqui entendeu? Às vezes a galera fica tipo, fala muito alto aí acaba
incomodando.
- O que você mais encontra aqui no ambiente?
(Entrevistado): Em que sentido? (mostrou-se confuso)
- Pessoas, acontecimentos, o que as pessoas fazem mais?
(Entrevistado): Faz sinceramente nada (risos). Não, realmente é um ambiente de
estudo, eu vejo muito entendeu? E conversa mesmo, interação social.
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Referências
HAGUETTE, Teresa. Metodologias qualitativas na sociologia. 6º .ed. São Paulo. 1987.
Editora Vozes.
PERETZ, Henri. Métodos em Sociologia. Lisboa. Temas e Debates.
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