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Relatório de Leitura sobre o texto: "Definição, dialética e lógos. Apontamentos para um estudo sobre a dialética em Platão", de Giovanni Casertano

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Análise da teoria de Giovani Casertano, pesquisador da dialética platônica

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Relatrio de Leitura sobre o texto:

Relatrio de Leitura sobre o texto:

"Definio, dialtica e lgos. Apontamentos para um estudo

sobre a dialtica em Plato", de Giovanni Casertano

O universo da cultura clssica grega, manifestado atravs da tradio dos teatros, das assembleias, da filosofia (seja ela anterior ou posterior a Scrates) e das decises tomadas no interior da Plis, utiliza-se predominantemente do recurso da dialtica como ferramenta para o discurso racional que apresentado em cada uma destas diferentes reas. Assim afirma o texto de Giovanni Casertano, onde o pesquisador ressalta o papel de destaque ocupado por Plato enquanto personagem ativo da herana cultural grega e, ainda, atribui ao filsofo discpulo de Scrates, o carter de ser o primeiro a desenvolver uma "teorizao elaborada" da dialtica. Isto , segundo o estudo de Casertano, seria a partir de Plato que o "fenmeno" da dialtica, presente em abundncia na tradio elnica, teria encontrado definitivamente seu lugar na discusso terica, racional e, por sua vez, filosfica.

Contudo, Casertano ressalta o cuidado com as interpretaes sobre esta revoluo da escrita de Plato e alerta: embora se possa reconhecer o "nascimento da dialtica", enquanto teoria, na filosofia de Plato, seria ainda impossvel a afirmao de uma totalidade sistemtica - ou um "o que " - definitivo para a questo da dialtica em sua obra. No mesmo sentido, a definio de uma "evoluo" temporal do conceito encontra suas impossibilidades medida em que compreendido o processo de composio dos dilogos platnicos. A saber, para Casertano os textos de Plato variam de acordo com s situaes que a dramaticidade de suas obras exigem e, neste sentido, tanto a procura por uma totalidade que defina o conceito terico de dialtica em Plato, quanto a busca por uma "evoluo" deste conceito, encontram seus limites nos diferentes aspectos do conceito de dialtica e na prpria teorizao que Plato promove. Ou ainda, como de acordo com esta dramaticidade, a teorizao do conceito elaborada com maior ou menor intensidade em seus dilogos. 2.1: O conceito de dialtica como o conceito de alma

Casertano trabalha com outro conceito da obra platnica, em vista de uma exemplificao de seu argumento sobre o controle da dramaticidade na explorao terica da dialtica nos dilogos de Plato. Para o pesquisador, diferentes exemplos e formas de exposio tambm caracterizam a opo de Plato em lidar com o conceito de alma, assim como o de dialtica. Com efeito, um conceito como o da dialtica pode surgir no decorrer de um dilogo platnico com o intuito de embasar ou desenvolver outro fim ou objetivo visado pelo filsofo. Assim se explica a acentuao maior ou menor do foco sobre este tema em suas obras.

Casertano aponta, ainda, para o "enriquecemento" e o "multifacetamento" do conceito de dialtica nos dilogos platnicos. Para o pesquisador, isso nos leva, sobretudo, a um "quadro problemtico" do conceito, e no, como poderia parecer, a uma definio fechada e concluda de sua concepo - ou mesmo de um processo "evolutivo" da mesma.

Desta forma, a problematizao da dialtica se configura em trs grandes ncleos na obra de Plato: A dialtica concomitantemente como cincia e como discurso.

A dialtica como a mais importante das cincias; a cincia do uso das cincias.

A dialtica como uma sabedoria terica (tcnica), tratada como o fim de todas as cincias.

a) No primeiro ncleo levantado por Casertano, a dialtica apresenta-se como "exigncia lgica e metodolgica" para a obteno de uma verdade, pois tida como uma cincia que se constri atravs da prtica do dilogo conciliada aos conhecimentos das demais cincias. No se trata de restringir a dialtica a uma mera atividade emprica de perguntas e respostas. Com efeito, o processo de correo da argumentao de um interlocutor por outro, que divide consigo o espao do dilogo, necessariamente fruto de um consenso exigido (enquanto lgica e enquanto mtodo)

Casertano ainda aponta a dificuldade sobre a qual se debruam diversos intrpretes da obra de Plato, a saber, a falta de critrios que comprovem significavelmente a ordem cronolgica de seus trabalhos.