relatório de influenza – 2009

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Prefeitura Municipal de Resende Secretaria Municipal de Saúde Direção de Vigilância em Saúde Serviço de Vigilância Epidemiológica Coordenação de Doenças Transmissíveis e Imunopreveníveis R Augusto Xavier de Lima, n.º 251, Jardim Jalisco Resende/RJ Tel. (24) 3360-5018 / 3360-5019 [email protected] 1 Informe Técnico Recomendações para manejo clínico e prevenção das Doenças Diarreicas Agudas DDA (profissionais de saúde) - Verão de 2014 A doença diarreica aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com duração de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição. Período de incubação: O período de incubação é específico para cada agente etiológico. Modo de transmissão: O modo de transmissão pode ocorrer pela via oral ou fecal-oral, sendo específico para cada agente etiológico: Transmissão indireta ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares); Transmissão direta pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de animais para as pessoas. Os manipuladores de alimentos e vetores, como as moscas, formigas e baratas, podem contaminar, principalmente, os alimentos e utensílios. Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais e penitenciárias apresentam maior risco de transmissão. A notificação ao Serviço de Vigilância Epidemiológica de casos isolados e esporádicos de DDA deve ser realizada semanalmente na Ficha SINAN de notificação individual (ver em anexo) e a notificação de surtos de DDA é compulsória e imediata (até 24 horas ver planilha em anexo). Manifestações clínicas: De modo geral, o quadro clínico é agudo, autolimitado e não confere imunidade duradoura. Os episódios de diarreia aguda, de uma maneira geral, podem ser divididos em dois grandes grupos: diarreia aquosa e diarreia sanguinolenta. A diarreia aquosa é caracterizada pela perda de grande quantidade de água durante a evacuação, promovendo uma alteração na consistência das fezes, podendo estabelecer rapidamente um quadro de desidratação. A diarreia sanguinolenta (disenteria) é caracterizada pela presença de sangue nas fezes, podendo haver presença de muco e pus. Sugere inflamação ou infecção do intestino. Diagnóstico laboratorial: O diagnóstico das causas etiológicas da DDA é laboratorial, por meio de exames parasitológicos de fezes, culturas de bactérias e pesquisa de vírus. O diagnóstico laboratorial é importante na vigência de surtos para orientar as medidas de controle. Em casos de surto, solicitar orientação do Serviço de Vigilância Epidemiológica para coleta de amostras.

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Prefeitura Municipal de Resende

Secretaria Municipal de Saúde

Direção de Vigilância em Saúde Serviço de Vigilância Epidemiológica

Coordenação de Doenças Transmissíveis e Imunopreveníveis

R Augusto Xavier de Lima, n.º 251, Jardim Jalisco – Resende/RJ

Tel. (24) 3360-5018 / 3360-5019 [email protected]

1

Informe Técnico – Recomendações para manejo clínico e prevenção das

Doenças Diarreicas Agudas – DDA (profissionais de saúde) -

Verão de 2014

A doença diarreica aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias,

vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes

aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue.

Podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com

duração de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos,

principalmente quando associadas à desnutrição.

Período de incubação: O período de incubação é específico para cada agente etiológico.

Modo de transmissão: O modo de transmissão pode ocorrer pela via oral ou fecal-oral, sendo

específico para cada agente etiológico:

• Transmissão indireta – ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos

contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares);

• Transmissão direta – pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de animais para as pessoas.

Os manipuladores de alimentos e vetores, como as moscas, formigas e baratas, podem contaminar,

principalmente, os alimentos e utensílios. Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais e

penitenciárias apresentam maior risco de transmissão.

A notificação ao Serviço de Vigilância Epidemiológica de casos isolados e esporádicos de DDA deve

ser realizada semanalmente na Ficha SINAN de notificação individual (ver em anexo) e a notificação de

surtos de DDA é compulsória e imediata (até 24 horas – ver planilha em anexo).

Manifestações clínicas: De modo geral, o quadro clínico é agudo, autolimitado e não confere

imunidade duradoura. Os episódios de diarreia aguda, de uma maneira geral, podem ser divididos em dois

grandes grupos: diarreia aquosa e diarreia sanguinolenta. A diarreia aquosa é caracterizada pela perda de

grande quantidade de água durante a evacuação, promovendo uma alteração na consistência das fezes,

podendo estabelecer rapidamente um quadro de desidratação. A diarreia sanguinolenta (disenteria) é

caracterizada pela presença de sangue nas fezes, podendo haver presença de muco e pus. Sugere inflamação

ou infecção do intestino.

Diagnóstico laboratorial: O diagnóstico das causas etiológicas da DDA é laboratorial, por meio de

exames parasitológicos de fezes, culturas de bactérias e pesquisa de vírus. O diagnóstico laboratorial é

importante na vigência de surtos para orientar as medidas de controle. Em casos de surto, solicitar

orientação do Serviço de Vigilância Epidemiológica para coleta de amostras.

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Tratamento: O tratamento da doença diarreica aguda consiste em quatro medidas: correção da

desidratação e do desequilíbrio eletrolítico; combate à desnutrição; uso adequado de medicamentos; e

prevenção das complicações.

Figura 1. Organograma com os passos do diagnóstico e do tratamento das diarreias agudas

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Quadro 1. Avaliação do estado de hidratação do paciente (ver plano de tratamento em anexo)

A indicação de antimicrobianos deve ocorrer só quando o benefício é inquestionável, pois a diarréia

aguda, grande parte das vezes, tem curso autolimitado.

Bactérias – para as diarréias bacterianas, sugestivo na vigência de febre alta ou sangue nas fezes, podem ser

utilizados alguns antimicrobianos, como eritromicina, azitromicina, sulfametazol+trimetopim, metronidazol.

Vírus – não há tratamento etiológico para doença diarreica causada por vírus, apenas tratamento de suporte,

como correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico e tratamento de outros sintomas apresentados,

como náuseas e vômitos.

Parasitos – quando há identificação de parasitos, utilizam-se medicamentos como: mebendazol, albendazol e,

no caso de protozoários de G. lamblia ou E. hystolitica, é recomendado metronidazol.

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Medidas de prevenção e controle:

As medidas de controle consistem em: melhoria da qualidade da água (Quadro 2), destino adequado

de lixo e dejetos, controle de vetores, higiene pessoal e alimentar.

Quadro 2. Dosagem e tempo de contato do hipoclorito de sódio segundo o volume de água para consumo humano

A educação em saúde, particularmente em áreas de elevada incidência de diarreia, é fundamental,

orientando as medidas de higiene e de manipulação de água e alimentos.

Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches ou hospitais, que podem apresentar riscos

aumentados quando as condições sanitárias não são adequadas, devem ser alvo de orientações e campanhas

específicas.

Considerando a importância das causas alimentares nas diarréias das crianças pequenas, é

fundamental o incentivo a prorrogação do tempo de aleitamento materno, comprovadamente uma prática

que confere elevada proteção a esse grupo populacional.

Referência Bibliográfica: Ministério da Saúde. Manual de Vigilância Epidemiológica, 2009.

Resende, 08 de fevereiro de 2014.

Marco Antonio Lopes de Carvalho Netto Coordenação de Doenças Transmissíveis e Imunopreveníveis

Serviço de Vigilância Epidemiológica

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