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DAS OBRAS DE PROLONGAMENTO DO ENROCAMENTO (MOLHE) EXISTENTE NA ENTRADA DO CANAL DA JOATINGA E AS MELHORIAS DA CIRCULAÇÃO HÍDRICA DO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL COMPLEXO LAGUNAR DE JACAREPAGUÁ Revisão 00 2015

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DAS OBRAS DE PROLONGAMENTO DO ENROCAMENTO (MOLHE) EXISTENTE NA ENTRADA DO CANAL DA JOATINGA E AS MELHORIAS DA CIRCULAÇÃO HÍDRICA DO

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

COMPLEXO LAGUNAR DE JACAREPAGUÁ

Revisão 002015

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Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) das obras de prolongamento do molhe existente na entrada do Canal da Joatinga e as melhorias

da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

SUMÁRIO

SUMÁRIO .............................................................. I APRESENTAÇÃO .................................................... 1 O EMPREENDEDOR ............................................... 2 O PROJETO ........................................................... 3 ALTERNATIVAS ESTUDADAS ......................................... 4 ALTERNATIVA 1 – BOTA FORA MARINHO ............................ 4 ALTERNATIVA 2 – ATERRO SANITÁRIO ............................... 5 ALTERNATIVA 3 – BOTA FORA TERRESTRE ........................... 5 ALTERNATIVA 4 – BOTA-ESPERA E CAVAS ........................... 5 DESCRIÇÃO DA ALTERNATIVA ADOTADA ......................... 5 CANAL DA JOATINGA ....................................................... 5 LAGOA DE CAMORIM ...................................................... 6 LAGOA DA TIJUCA........................................................... 6 LAGOA DE JACAREPAGUÁ ................................................. 6 LAGOA DE MARAPENDI ................................................... 7 PROLONGAMENTO DO MOLHE .......................................... 7 PLANOS E PROGRAMAS RELACIONADOS ................ 7 PROJETO RIO ECOBARREIRA ........................................ 7 PROJETO ECOBARCOS ................................................ 7 PROJETO DE SANEAMENTO DA RESTINGA DE ITAPEBA ........ 7 LIXO ZERO ............................................................... 7 ÁREAS DE INFLUÊNCIA .......................................... 8 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) ............................. 8 FIGURA 8 – AII MEIO FÍSICO E BIÓTICO. ............................ 8 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID)............................... 9 FIGURA 10 – AID MEIO FÍSICO E BIÓTICO. ......................... 9 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) ......................... 10 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL .................................. 11 MEIO FÍSICO .......................................................... 11 SOLOS ........................................................................ 11 RECURSOS HÍDRICOS ..................................................... 12 QUALIDADE DA ÁGUA ................................................... 13 MICROALGAS (FITOPLÂNCTON) ....................................... 14 BALNEABILIDADE .......................................................... 15 QUALIDADE DOS SEDIMENTOS ........................................ 16 PADRÃO DE CIRCULAÇÃO DAS ÁGUAS .............................. 18 CLIMA ........................................................................ 18 QUALIDADE DO AR ....................................................... 18 MEIO BIÓTICO ....................................................... 19 FLORA ........................................................................ 19 ÁREAS PROTEGIDAS ...................................................... 23 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ........................... 24 FAUNA ....................................................................... 25 MEIO SOCIAL ......................................................... 26 LOCALIZAÇÃO E USO DO SOLO ........................................ 26 POPULAÇÃO ................................................................ 27

ECONOMIA .................................................................. 27 INFRAESTRUTURA ......................................................... 27 MOBILIDADE ............................................................... 27 PESCA ........................................................................ 27 CATADORES ................................................................. 28 ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E PERCEPÇÃO SOBRE O PROJETO .... 28 ARQUEOLOGIA ............................................................. 29 IMPACTOS, MEDIDAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS .......................................................................... 29 MEIO FÍSICO .......................................................... 31 ALTERAÇÃO NOS NÍVEIS DE RUÍDOS .................................. 31 ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DO AR .................................. 31 ALTERAÇÃO DA PERMEABILIDADE DOS SOLOS NAS ÁREAS DE

BOTA-ESPERA ............................................................... 31 OCORRÊNCIA DE PROCESSOS EROSIVOS/ CARREAMENTO DE

SÓLIDOS NAS ÁREAS DE BOTA-ESPERA .............................. 31 ALTERAÇÃO NA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DAS

LAGOAS ...................................................................... 31 REMOBILIZAÇÃO DE METAIS E NUTRIENTE NOS SEDIMENTOS 31 ALTERAÇÃO NA QUALIDADE DA ÁGUA DAS PRAIAS ADJACENTES

AO CANAL DA JOATINGA ................................................ 32 ALTERAÇÃO NA HIDRODINÂMICA DAS PRAIAS DO PEPÊ E DA

JOATINGA ................................................................... 32 ALTERAÇÃO NA HIDRODINÂMICA DO COMPLEXO LAGUNAR DE

JACAREPAGUÁ.............................................................. 32 MEIO BIÓTICO ....................................................... 32 PERDA DA COBERTURA VEGETAL...................................... 32 REDUÇÃO DA VARIABILIDADE GENÉTICA DA TABEBUIA

CASSINOIDES ................................................................ 32 RECUPERAÇÃO DE ECOSSISTEMAS TERRESTRES NATURAIS .... 32 REDUÇÃO DE HABITAT DE ECOSSISTEMAS TERRESTRES ......... 33 INTRUSÃO SALINA NAS LAGOAS DO COMPLEXO LAGUNAR DE

JACAREPAGUÁ.............................................................. 33 ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA FAUNA TERRESTRE ............. 33 ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA FAUNA AQUÁTICA .............. 33 AUMENTO NA PRODUTIVIDADE DO AMBIENTE AQUÁTICO .... 33 INTERFERÊNCIA EM ÁREAS LEGALMENTE PROTEGIDAS ......... 33 MEIO SOCIAL ......................................................... 33 GERAÇÃO DE EXPECTATIVAS RELACIONADAS AO PROJETO .... 33 INTERFERÊNCIA NAS VIAS DE CIRCULAÇÃO ......................... 34 INTERFERÊNCIA NA CIRCULAÇÃO DE EMBARCAÇÕES NAS

LAGOAS ...................................................................... 34 INTERFERÊNCIA NO USO RECREACIONAL DAS PRAIAS E DAS

LAGOAS ...................................................................... 34 INTERFERÊNCIA NO COTIDIANO DA POPULAÇÃO ................. 34 DINAMIZAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO E GERAÇÃO DE

RENDA ........................................................................ 34 REVITALIZAÇÃO DA ATIVIDADE PESQUEIRA ........................ 34

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da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

INTERFERÊNCIA EM SÍTIOS COM VALOR ARQUEOLÓGICO E/OU

CULTURAL ................................................................... 35 PROGNÓSTICO COM E SEM O PROJETO ................ 36 REALIDADE SEM O PROJETO ....................................... 36 REALIDADE COM O PROJETO ...................................... 36 CONCLUSÃO ....................................................... 36 EQUIPE TÉCNICA ................................................. 37

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APRESENTAÇÃO

O presente Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) foi elaborado com o objetivo de reproduzir o conteúdo do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) das Obras de prolongamento do molhe existente na entrada do Canal da Joatinga e as melhorias da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá (Figura 1).

Com uma linguagem objetiva e acessível à população para melhor entendimento, esse relatório permite que a sociedade civil e grupos interessados possam se manifestar em relação ao projeto objeto deste estudo.

O EIA é um estudo multidisciplinar técnico de maior alcance e aprofundamento de informações

necessárias para a análise da viabilidade ambiental do projeto, compreendendo o levantamento da literatura científica e legal pertinente, dados coletados em campo, análises de laboratório, entre outras informações necessárias para a composição dos estudos multidisciplinares. O EIA é um requisito legal, parte integrante do processo de licenciamento ambiental na fase de Licença Prévia. Neste processo, o EIA é apresentado ao órgão ambiental para embasá-lo de informações sobre a concessão da licença prévia, que atesta a adequação socioambiental do projeto.

O RIMA, também parte integrante do licenciamento ambiental, com uma linguagem mais simples, apresenta as informações que compõem o EIA, seja textualmente ou através de mapas, fotografias e figuras ilustrativas.

Figura 1- Localização das lagoas.

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O EMPREENDEDOR

Identificação do Empreendedor

Razão Social: INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE - INEA

CNPJ: 10.598.957/0001-35

Endereço: Av. Venezuela, n.º 110, Saúde

Telefone: (21) 2334-9677

CEP: 20.081-312

Empresa Consultora

Razão Social: MASTERPLAN – CONSULTORIA DE PROJETOS E EXECUÇÃO LTDA.

CNPJ: 04.221.757/0001-66

Inscrição Municipal: 9746-9

Endereço: Rua Buenos Aires, 56 – 5º andar, Centro. Rio de Janeiro (RJ).

CEP: 20070-022

Telefone: (21) 3553-3968

E-mail: [email protected]

Processo de Licenciamento INEA – Licença Prévia

Número: E-07/002.7236/2015

Instrução Técnica: CEAM/DILAM nº 10/2015

Projeto: Obras de prolongamento do molhe existente na entrada do Canal da Joatinga e as melhorias da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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O PROJETO

Ao longo de muitos anos, a bacia hidrográfica do sistema lagunar de Jacarepaguá tem sofrido com a ocupação desordenada e lançamento de esgoto sem tratamento em suas lagoas e leitos de rios. Tal cenário contribui para o assoreamento, diminuição do espelho d’água e o comprometimento da qualidade da água dos rios e lagoas.

Em função disso, o Instituto Estadual do Ambiente – INEA irá realizar obras de prolongamento do molhe existente na entrada do Canal da Joatinga e de melhorias da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá, com a dragagem das lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Tijuca, Marapendi e canal da Joatinga (Figura 2).

A execução do projeto busca a melhoria na qualidade das águas sob aspectos físicos, químicos e biológicos, recuperando o espaço aquático e o meio ambiente lagunar e do entorno comprometido pelo assoreamento.

O local de execução do projeto situa-se na bacia hidrográfica da Baixada de Jacarepaguá, nas regiões administrativas de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Cidade de Deus, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro

O Complexo Lagunar de Jacarepaguá apresenta um espelho d’água de cerca de 11,2 km² com extensão de aproximadamente 13 km e a melhoria de sua troca hídrica com o ambiente marinho acarretará em um aumento do oxigênio dissolvido na água, o que progressivamente irá beneficiar todo o ecossistema, possibilitando o repovoamento por espécies de fauna.

Esse impacto positivo na fauna aquática, juntamente com a revegetação das margens irá proporcionar à população do entorno uma melhora na qualidade de vida por poder usufruir de um ambiente lagunar apto à realização de atividades de lazer aquático, além do estímulo à pesca.

A premissa básica que norteou o projeto foi encontrar o ponto ideal, sob o aspecto técnico e econômico, que permitisse a recuperação das lagoas e canais dragando o menor volume possível de forma a causar o menor impacto ambiental e transtorno às comunidades vizinhas.

O projeto possui os seguintes objetivos principais:

Execução de obras de dragagem com vistas à melhoria das condições de renovação hídrica do Complexo Lagunar e, por consequência, melhoria da qualidade da água e das condições para a fauna aquática;

Execução de obras de prolongamento do molhe existente na barra do Canal da Joatinga como medida que auxilie na minimização do assoreamento natural do canal pela entrada e acúmulo de sedimentos oriundos das praias.

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Figura 2- Localização das intervenções previstas nas Obras no Complexo Lagunar de Jacarepaguá.

Alternativas Estudadas

No caso específico desse estudo, não é aplicável a realização de levantamento de alternativas no que diz respeito à localização das obras, pois o objeto central do projeto é o Complexo Lagunar de Jacarepaguá e todas as lagoas desse complexo serão contempladas na solução adotada.

Nesse sentido, foi estudada a melhor alternativa locacional de disposição do material que será dragado das lagoas e canais, verificando em qual área esse arranjo acarretaria em menores riscos e impactos ambientais.

As alternativas estudadas para locais de disposição do material dragado estão relacionadas a seguir:

Disposição do material dragado no bota-fora marinho da Ilha Redonda;

Encaminhamento do material dragado para aterro sanitário;

Disposição em bota-fora terrestre: Ilha, Centro Metropolitano, Marapendi, Pedra Panela A, Pedra Panela B;

Disposição temporária em bota-espera: áreas às margens das da Lagoas da Tijuca, de Jacarepaguá e de Marapendi;

Disposição em cavas.

A escolha do método de destinação considerou também o nível de contaminação dos sedimentos. A partir desse indicador, os sedimentos a serem dragados das lagoas foram divididos em duas categorias, obedecendo a Resolução CONAMA nº 454/12:

Categoria A: sedimentos com nível de contaminação abaixo do nível 1;

Categoria B: sedimentos com nível de contaminação acima do nível 1.

Alternativa 1 – Bota fora marinho

Após a análise dos padrões e características, verificou-se que não há sedimentos acima do nível 2 de contaminação no Complexo Lagunar, porém a

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Lagoa da Tijuca apresentou valores superiores ao nível 1 para chumbo.

Além disso, a navegação da embarcação em mar aberto apresenta risco de acidentes, já que haveria necessidade de chegar até as proximidades da Ilha Redonda (que dista cerca de sete milhas náuticas da boca do canal da Joatinga) onde constantemente ocorrem ressacas.

Outra questão considerada nesta alternativa seria a pluma gerada com o lançamento dos sedimentos. Tal procedimento causaria grande impacto visual na população que frequenta as praias da Joatinga e da Barra da Tijuca, além de um impacto permanente de soterramento da fauna bentônica local.

Alternativa 2 – Aterro Sanitário

A segunda alternativa de disposição consiste no encaminhamento deste material dragado para aterro sanitário. Essa escolha implica a necessidade de cerca de 390.000 viagens de caminhões com caçamba de 15 m³ ao longo dos 24 meses de obra previstos para a execução da dragagem, devido ao grande volume de sedimentos.

Estimando que a obra seja realizada apenas em dias úteis, para o transporte de todo o material dragado seriam necessárias cerca de 1.630 viagens por dia, considerando ida e volta, causando um grande impacto sobre o sistema viário já saturado, além do aumento das emissões de poluentes atmosféricos (CO2, SOx e material particulado).

Alternativa 3 – Bota fora terrestre

Também considerou-se como alternativa para a disposição dos sedimentos, as áreas de Bota-fora próximas aos locais de dragagem, onde os sedimentos poderiam ser transportados por bombeamento. Portanto, foram estudadas cinco áreas de disposição em terra (Marapendi, Ilha, Centro Metropolitano, Pedra Panela A e Pedra Panela B) próximas aos locais de dragagem.

As áreas apresentadas não foram viabilizadas tendo em vista se tratarem de propriedades particulares e não ter sido possível chegar a um acordo para sua utilização.

Alternativa 4 – Bota-espera e Cavas

Desta forma, estudou-se a disposição dos sedimentos dragados em outras duas alternativas em conjunto: nas cavas existentes nas Lagoas de Jacarepaguá e da Tijuca e em três áreas de bota-espera, localizadas nas proximidades das lagoas da Tijuca, de Jacarepaguá e de Marapendi.

Após a dragagem, os sedimentos serão acondicionados em geobags e posteriormente direcionados às cavas da Lagoa da Tijuca e Jacarepaguá, exceto o material dragado na Lagoa de Marapendi, que consiste basicamente em areia e não apresenta contaminação. Estes sedimentos da Lagoa de Marapendi serão depositados diretamente na área bota-espera da Lagoa de Marapendi, para em seguida serem destinados, com a autorização necessária, atendendo ao órgão responsável pela regularização deste minério.

As áreas de bota-espera e cavas das Lagoas de Jacarepaguá e Tijuca receberão o material dragado proveniente do Canal da Joatinga e das Lagoas de Jacarepaguá, Tijuca e Camorim.

Esta foi a alternativa adotada.

Descrição da Alternativa Adotada

Canal da Joatinga

O canal da Joatinga está conectado à Lagoa da Tijuca, deságua no mar, tendo também ligação com a Lagoa de Marapendi (Figura 3).

Figura 3 - Canal da Joatinga.

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Para a execução das obras neste canal, foi adotada a escavadeira hidráulica sobre flutuante para a escavação, com transporte através do equipamento denominado batelão de pequeno porte e despejo em cava localizada na Lagoa da Tijuca.

O perfil de solo da Lagoa da Joatinga apresenta-se em sua maior parte como arenoso. Da análise com amostras de solo das sondagens, observou-se que as camadas superiores apresentaram valores de umidade entre 25% e 50%, com predominância de solos compostos por areia e em alguns poucos casos por argila. As análises de estabilidade dos taludes mostraram fatores de segurança estáveis depois da dragagem.

Lagoa de Camorim

A Figura 4 a seguir ilustra a localização da Lagoa do Camorim.

Figura 4 - Lagoa de Camorim.

Para realizar a escavação será utilizado draga cortadora de sucção e recalque, o transporte será por bombeamento e o despejo será nas cavas localizadas nas lagoas da Tijuca e Jacarepaguá. Antes do despejo, o material será acondicionado em geobags.

O sedimento a dragar é composto de 82,6% de silte e 17,4% de argila, sendo o volume total a ser dragado de 210.216 m³. Os resultados da análise de estabilidade dos taludes mostraram fatores de segurança estáveis superiores a 1.5.

Lagoa da Tijuca

A Figura 5 a seguir ilustra a localização da Lagoa da Tijuca.

Figura 5 - Lagoa da Tijuca.

A técnica adotada para a escavação foi a draga cortadora de sucção e recalque, com o transporte do material dragado através de bombeamento e o despejo nas cavas localizadas nas lagoas da Tijuca e Jacarepaguá. Antes do despejo, o material será acondicionado em geobags.

O volume total a ser dragado na Lagoa da Tijuca é de 1.853.158 m³. Os resultados da análise de estabilidade dos taludes mostraram fatores de segurança estáveis.

Lagoa de Jacarepaguá

A Figura 6 a seguir ilustra a localização da Lagoa de Jacarepaguá.

Figura 6 - Lagoa de Jacarepaguá.

A técnica adotada foi escavação através de draga cortadora de sucção e recalque, transporte através de bombeamento e despejo nas cavas localizadas na Lagoa de Jacarepaguá. Em virtude de trechos com granulometrias diferentes, a disposição dos sedimentos será diferente. O material siltoso será acondicionado em geobags para em seguida ser

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despejado nas cavas e o material arenoso será bombeado diretamente para as cavas.

Os resultados das análises de laboratório na camada superficial do fundo dessa lagoa mostraram que o sedimento a dragar é mais de 70% composto por solo arenoso. Os resultados da análise de estabilidade dos taludes mostraram fatores de segurança estáveis e superiores a 1,5.

Lagoa de Marapendi

A Figura 7 a seguir ilustra a localização da Lagoa de Marapendi.

Figura 7 - Lagoa de Marapendi.

A técnica adotada foi escavação através de draga cortadora de sucção e recalque, transporte através de bombeamento e disposição em área bota-espera, localizada ao lado do Campo de Golfe Olímpico, às margens da Lagoa de Marapendi.

Em virtude do material encontrado ser predominantemente arenoso, além da existência de alguns trechos com uma grande distância de recalque, será necessária a adoção de estações intermediárias de bombeamento. Na área de bota-espera o material será carregado em caminhões basculantes para transporte para o local indicado pelo proprietário da areia, que será o responsável pela operação.

As análises de estabilidade dos taludes mostraram fatores de segurança estáveis depois da dragagem.

Prolongamento do molhe

Além da execução da dragagem, o projeto prevê um prolongamento do molhe existente na entrada do

canal da Joatinga. O prolongamento previsto terá 225 metros de comprimento e utilizará em seu núcleo estrutural pedras de até 2 t.

PLANOS E PROGRAMAS RELACIONADOS

Alguns planos e programas relacionados estão apresentados a seguir.

Projeto Rio Ecobarreira

O projeto Rio Ecobarreira tem o objetivo principal de reduzir o lixo flutuante presente nas bacias hidrográficas, com a utilização de ecobarreiras. Este projeto engloba os rios que deságuam na Baía de Guanabara e no sistema lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá.

Projeto Ecobarcos

O projeto Ecobarcos também foi criado para reduzir o lixo flutuante existente, mas utiliza embarcações para fazer o recolhimento diário de lixo flutuante e sedimentado nas áreas costeiras e do entorno das ilhas da Baía de Guanabara.

Projeto de Saneamento da Restinga de Itapeba

A CEDAE é responsável pela execução deste projeto, que tem a finalidade de coletar todo o esgoto da área adjacente às avenidas das Américas, Salvador Allende, Alfredo Balthazar, Professor Fausto Moreira, Otávio Dupont e Di Cavalcanti, garantindo o tratamento final do esgoto produzido nas edificações presentes.

Lixo Zero

O programa Lixo zero, realizado pela COMLURB, em parceria com a Guarda Municipal do Rio de Janeiro, tem objetivo de conscientizar a população da importância de manter as ruas da cidade limpa, através da aplicação de multas a indivíduos que sujarem a cidade do Rio de Janeiro, tornando a Lei de Limpeza Urbana (Lei nº3273/2001) efetiva.

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ÁREAS DE INFLUÊNCIA

As áreas de influência são aquelas afetadas direta ou indiretamente pelos impactos positivos ou negativos do projeto. Essas áreas, normalmente, assumem extensões e formas diferenciadas, dependendo das variáveis consideradas no Meio Físico, Biótico e Socioeconômico.

Área de Influência Indireta (AII)

A AII deve abranger o meio ambiente e o meio social que podem ser potencialmente impactados por

alterações derivadas daquelas ocorridas na área de influência direta.

Assim, foi definida como AII dos meios físico e biótico, a Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá, que drena para o Complexo Lagunar de Jacarepaguá (Figura 8), incluindo das praias mais próximas.

Figura 8 – AII Meio Físico e Biótico.

Para o meio social, foram consideradas três Regiões Administrativas como integrantes da AII: da Barra da Tijuca, da Cidade de Deus e de Jacarepaguá (Figura 9), englobando 19 (dezenove) bairros ao todo.

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Figura 9 – AII Meio Socioeconômico.

Área de Influência Direta (AID) A Área de Influência Direta de um empreendimento/projeto é, por definição, a área sujeita aos impactos positivos ou negativos derivados da implantação e/ou da operação de uma determinada intervenção. Foi definida uma área de 1km no entorno da área diretamente afetada como sendo a AID para os estudos dos meio físico e biótico (Figura 10).

Figura 10 – AID Meio Físico e Biótico.

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Na AID do meio social, foram considerados os seguintes bairros: Barra da Tijuca, Camorim, Jacarepaguá, Itanhangá e Recreio dos Bandeirantes (Figura 11).

Figura 11 – AID Meio Socioeconômico.

Área Diretamente Afetada (ADA) A ADA constitui o espaço físico efetivamente ocupado pelo projeto. Neste caso, foi definida como sendo o Complexo Lagunar de Jacarepaguá, que é a área onde ocorrerão as atividades de dragagem e utilização das cavas; e ainda a área de implantação do canteiro de obras; a área do prolongamento do molhe; e as áreas de bota-espera do material dragado (Figura 12).

Figura 12 – Área Diretamente Afetada.

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DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

O diagnóstico ambiental é o estudo multidisciplinar onde são analisados todos os componentes ambientais que compõem as áreas de influência do empreendimento/projeto. Este estudo tem por objetivo caracterizar a qualidade ambiental da região de inserção do empreendimento anteriormente a sua implantação. Neste estudo, são diagnosticados a fundo os elementos físicos, biológicos e socioculturais da região.

Meio Físico

Nas áreas de influência, são encontrados depósitos flúvio-lagunares, de praias eólicas, marinhos e ou/lagunares (Figura 13).

Figura 13 - Unidades de mapeamento encontradas na área diretamente afetada (ADA). Fonte: MASTERPLAN (2013b)

Solos

Sobre os solos, na ADA, observa-se a ocorrência dos tipos Organossolo, Gleissolo e Espodossolo (Figura 14).

Figura 14 – Perfil de solo do tipo espodossolo na área do bota-espera da Lagoa de Marapendi.

Bota-espera da Lagoa da Tijuca: material predominantemente arenoso. O solo foi classificado como do tipo organossolo.

Bota-espera da Lagoa de Jacarepaguá: material de origem com textura sedosa e pegajosa. O solo foi classificado como do tipo gleissolo.

Bota Espera da Lagoa de Marapendi: material com textura arenosa. O solo foi classificado como do tipo espodossolo.

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Recursos hídricos

Quanto à hidrografia da região, o projeto encontra-se inserido na Bacia Hidrográfica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá.

Foi realizada uma campanha para a determinação da vazão dos principais rios que desembocam no Complexo Lagunar de Jacarepaguá, dentre eles,

Itanhangá, das Pedras e Camorim. O monitoramento foi realizado em 11 pontos, iniciados no Rio Cachoeira (P1) em direção ao P11, ponto mais afastado do canal da Joatinga, sempre em condição de maré baixa (Figura 15).

Figura 15 – Pontos de levantamento da vazão.

A carga orgânica e vazão das águas, teriam como origem principal as águas de esgoto e os processos de erosão nas encostas, cujos fluxos de água e de sedimentos alcançam os cursos d’água e as áreas de baixada. Quantidades expressivas da superfície da lagoa têm sido reduzidas nas últimas décadas, devido ao assoreamento, gerando variações na forma e no contorno da lagoa e reduzindo sua profundidade, afetando os ambientes aquáticos.

Com base na Resolução CONAMA nº 357/2005 que dispõe sobre a classificação dos corpos de água, pode-se enquadrar os cursos d’água do Complexo Lagunar Jacarepaguá e seus afluentes em:

- Águas Salobras Classe 1 - Lagoas de Jacarepaguá, Marapendi, Camorim e Tijuca e canal da Joatinga.

- Águas Doce Classe 2 - Afluentes (Rio das Pedras, Arroio Fundo, Canal do Anil, Arroio Pavuna e Pavuninha e outros afluentes de pequena vazão).

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Qualidade da água

Foram realizadas campanhas para verificação da qualidade da água em 13 estações distribuídas nas

lagoas (Figura 16). Os resultados foram comparados com os limites definidos pela legislação em vigor (Resolução CONAMA nº357/2005).

Figura 16 - Localização das estações de coleta da água para análise de qualidade de água nas lagoas.

A seguir são apresentados os resultados dos parâmetros de qualidade da água das campanhas realizadas no período chuvoso (janeiro/2015) e no período seco (julho e agosto/2015).

Complexo Lagunar - Campanha Janeiro/2015

Em relação à concentração de oxigênio dissolvido (OD) nas lagoas, foram verificados valores abaixo do estabelecido pela legislação na Lagoa de Marapendi e em uma medição na Lagoa de Camorim, na camada de fundo. Já nos canais que estão ligados às lagoas, duas medições estiveram com valores abaixo, no Canal 3 e no Canal 5, ambos localizados na Lagoa de Jacarepaguá.

A salinidade nas lagoas apresentou os menores valores nas Lagoas de Jacarepaguá e de Camorim.

Em relação a turbidez, foram encontrados valores elevados na Lagoa do Camorim, ao contrário dos baixos valores encontrados na Lagoa de Jacarepaguá. Os maiores valores de turbidez foram registrados no Arroio Fundo e Arroio Pavuna.

Dos parâmetros de qualidade da água estipulados na Resolução CONAMA nº 357/2005, tiveram resultados em desacordo com os valores desta resolução o carbono orgânico total – COT (nas lagoas de Marapendi e Jacarepaguá) e o oxigênio dissolvido (OD), além de coliformes termotolerantes, evidenciando a falta de saneamento da região.

Os resultados das análises laboratoriais para metais identificaram que apenas cinco amostras apresentaram metais acima do valor máximo estabelecido pela Resolução CONAMA nº 357/2005. São elas: CM01 SUP (selênio total), CM01 FUN (prata

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total), Canal 4 (selênio total), Canal 5 SUP (manganês total) e Canal 5 FUN (manganês total e zinco total).

O boro apresentou concentrações acima do limite da Resolução CONAMA nº 357/2005 nas amostras da Lagoa de Marapendi (MR02 SUP e FUN; MR03 e MR05) e na Lagoa de Jacarepaguá (JC01). Sua concentração varia com a salinidade e pode indicar o alcance da cunha salina no sistema lagunar.

Os parâmetros fósforo total e polifosfatos tiveram concentrações acima dos valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 em todas as estações analisadas; o nitrogênio amoniacal, com exceção da estação MR02 na Lagoa de Marapendi e nitrato e nitrito apenas na amostra CM01 FUN. As elevadas concentrações de fosfato e nitrogênio amoniacal indicam a presença de esgoto doméstico in natura já comprovada através de outros parâmetros como a DBO.

Complexo Lagunar - Campanha Julho e

Agosto/2015

Os parâmetros que possuem valores estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 e que tiveram concentrações acima destes nessa campanha foram: nitrogênio amoniacal, nitrito e polifosfato. As maiores concentrações de nitrogênio amoniacal foram verificadas nas amostras TIJ01-FUN e no Canal 5, próximo ao Parque dos Atletas.

Em relação ao fósforo, todas as estações analisadas apresentaram concentrações acima do estabelecido pela Resolução CONAMA, apresentando a máxima no ponto TJ01-FUN.

As concentrações de demanda bioquímica de oxigênio apresentaram valores altos em virtude à alta carga orgânica do sistema, devido à eutrofização, e aos baixos níveis de oxigênio dissolvido em alguns pontos.

Para as análises dos metais na Lagoa da Tijuca, os compostos que apresentam limite na Resolução CONAMA nº 357/2005 não ultrapassaram os valores

máximos estabelecidos pela mesma. A maioria das amostras não teve concentrações detectáveis de metais, somente boro, manganês, zinco, alumínio e ferro.

Desembocadura do Canal da Joatinga (Molhe) -

Campanha de Agosto/2015

Foram realizadas coletas de água também em três estações na entrada do Canal da Joatinga em duas profundidades, a fim de caracterizar a região do molhe.

Dos compostos analisados que possuem valores estabelecidos pela Resolução CONAMA no 357/2005, os que apresentaram resultados em desacordo com os mesmos foram: carbono orgânico total, fósforo, polifosfato e coliformes termotolerantes.

Em relação aos metais, apenas o boro e o zinco apresentaram concentrações acima do limite de quantificação. Cabe ressaltar que o boro está presente na água do mar, enquanto o zinco está presente numa série de produtos de limpeza e higiene pessoal.

Dentre os demais parâmetros analisados, fenol, fluoreto, sulfeto de hidrogênio, materiais flutuantes e óleos e graxas apresentaram resultados acima do estabelecido pela Resolução CONAMA nº 357/2005.

Microalgas (fitoplâncton)

Foram levantados dados de amostragem da comunidade fitoplantônica (microalgas) em campanhas realizadas em fevereiro e em agosto de 2015, distribuídas em 13 estações espalhadas no Complexo Lagunar. O estudo do fitoplâncton (microalgas) se faz importante para avaliação e monitoramento das condições ambientais. Foram realizadas ainda coletas de fitoplâncton em três pontos da área de influência das obras de prolongamento do molhe existente na entrada do Canal da Joatinga, em agosto/2015 (Figura 17).

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Figura 17 - Localização das estações amostrais de fitoplâncton (microalgas).

Os resultados obtidos para a comunidade fitoplanctônica (microalgas) apresentaram valores na mesma faixa dos reportados por inúmeros estudos na região. Destaca-se ainda que o predomínio de espécies de cianobactérias, muitas destas com potencial de produção de toxinas, podem colocar em risco a biota local, bem como a

saúde humana.

Balneabilidade

Para a verificação da balneabilidade da Praia da Barra da Tijuca, na região do molhe, são analisadas periodicamente amostras de água pelo INEA (Figura 18). Foram levantados os resultados do monitoramento realizado desde o ano 2000 para coliformes em pontos mais próximos à entrada do Canal da Joatinga .

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161

Figura 18 - Localização das estações de monitoramento balneabilidade do INEA.

As maiores concentrações de coliformes fecais foram encontradas nas estações próximas ao Canal da Joatinga, evidenciando que a água do Complexo Lagunar de Jacarepaguá contribui para o comprometimento da balneabilidade da Praia da Barra da Tijuca, especialmente na região entre o molhe e o Postinho do Corpo de Bombeiros.

A balneabilidade da Praia da Barra da Tijuca, mais precisamente na região do molhe até a Praia do Pepê, e da Praia da Joatinga está relacionada à aos sedimentos provenientes do Complexo Lagunar.

Qualidade dos sedimentos

Sobre a qualidade dos sedimentos, a Resolução CONAMA n°454, de 01 de novembro de 2012, atualmente é o instrumento que institui as diretrizes gerais e os procedimentos mínimos para a avaliação classificação do material a ser dragado em águas brasileiras (Quadro 1).

Quadro 1 - Níveis de classificação do material a ser dragado, segundo a Resolução CONAMA 454/2012.

Nível Limiar

1 Abaixo do qual se prevê baixa probabilidade de efeitos adversos à biota.

2 Acima do qual se prevê um provável efeito adverso à biota.

Foram realizadas as análises de qualidade do sedimento das lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Marapendi, Tijuca e Canal da Joatinga.

O Quadro 2 indica a malha amostral em quantidade de testemunhos e amostras analisadas em cada estudo citado, além da camada de sedimento amostrada (superficial e/ou subsuperficial).

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Quadro 2 - Campanhas realizadas na região de interesse, indicando a quantidade de amostras analisadas e as camadas da coluna sedimentar.

Campanhas Amostras Camada Lagoa

Campanha realizada em 2014

(Setembro e outubro)

67 UCDs;

122 amostras

Superficial e Subsuperficial

JPA; TIJ; MRP; JOA; CAM

Campanha realizada em 2015

(Julho)

16 estações

29 amostras

Superficial e Subsuperficial

JPA; TIJ; JOA

JPA – Jacarepaguá; TIJ – Tjuca; JOA – Joatinga; CAM – Camorim; MRP – Marapendi

Caracterização Físico-Química Sedimentos –

Lagoas

Foram analisados os resultados de granulometria, metais, carbono orgânico total (COT), nutrientes, bifenilas policloradas, compostos orgânicos semi-voláteis e compostos voláteis, descritos na Resolução CONAMA nº454/2012, dos dados referentes à campanha realizada em setembro e outubro/2014.

A Lagoa de Jacarepaguá não apresenta uma textura predominante de sedimentos, existem áreas com predominância de sedimento arenoso, intercaladas com material mais fino ou silte/argiloso.

A Lagoa de Camorim apresentou homogeneidade quanto à predominância de material fino, principalmente silte, o que pode estar associoado a entrada de sedimentos vindos de alguns canais/rios, como o Arroio Pavuna a oeste e o Arroio Fundo a leste, e o estreitamento da sua área.

A Lagoa da Tijuca apresenta predominância de material siltoso em ambas as profundidades verificadas.

A Lagoa de Marapendi apresenta predominância de areia, seguida de argila e silte.

O Canal da Joatinga apresentou homogeneidade quanto à predominância de material arenoso, sendo encontrado ainda sedimentos com material fino.

É importante destacar que as lagoas da região sofreram com extração de areia, o que pode ser indicativo da presença de sedimentos com diferentes texturas.

Os resultados referentes aos parâmetros de carbono orgânico e nutrientes, para a campanha realizada entre setembro e outubro de 2014, indicaram alguns valores acima dos orientadores estabelecidos pela Resolução CONAMA nº454/2012 para carbono orgânico total e nitrogênio Kjeldahl total nas Lagoas de Marapendi, Jacarepaguá e Tijuca. O fósforo não apresentou concentrações acima do valor orientador em nenhuma das lagoas avaliadas.

Em relação aos metais, algumas amostras apresentaram concentrações de cobre acima do nível 1 em todas as lagoas e no Canal da Joatinga. O zinco também teve concentrações acima do nível 1 nas Lagoas, à exceção da Lagoa de Marapendi e do canal da Joatinga. Nas lagoas do Camorim e da Tijuca também foram observadas algumas amostras com o níquel acima do nível 1, e na Lagoa da Tijuca ainda foi detectada concentração de chumbo acima do nível 1 em apenas uma amostra.

Dada a associação destes metais com o material particulado em suspensão carreado pelos corpos d’água que desaguam nas Lagoas, as principais áreas contaminadas com estes metais encontram-se próximas às suas desembocaduras.

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Caracterização Físico-Química Sedimentos – Cavas

Os resultados das análise da campanha realizada em julho/2015 nas áreas de cavas de disposição, de compostos físicos (granulometria), inorgânicos (metais e semi-metais), carbono orgânico total (COT), nutrientes, bifenilas policloradas, compostos orgânicos semi-voláteis e compostos voláteis, foram analisados de acordo com a Resolução CONAMA nº 454/2012 serão apresentados.

É possível notar que nas cavas da Lagoa de Jacarepaguá, na camada de superfície, a predominância é de material argiloso, seguido de silte e areia, respectivamente.

O arsênio e os metais cádmio, cromo e mercúrio não tiveram resultados acima dos respectivos níveis 1 da Resolução CONAMA nº 454/2012. Já os metais cobre, níquel e zinco tiveram amostras com valores acima do nível 1, porém todos abaixo do nível 2.

Caracterização Físico-Química Sedimentos – Canal

da Joatinga

Foi realizada uma campanha em julho/2015 em três estações amostrais localizadas na entrada do Canal da Joatinga. Os resultados foram comparados aos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 454/2012.

Nas três estações, houve predominância de material arenoso. Os parâmetros carbono orgânico total, nitrogênio kjeldahl total, fósforo total, pesticidas organoclorados e PCBs, não ultrapassaram os limites estabelecidos pela legislação. Com relação aos metais, foram detectadas concentrações de cromo nas três estações e de mercúrio em duas estações, mas todas abaixo do nível 1 estabelecido por lei. Para Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos somente cinco compostos foram detectados, porém com concentrações abaixo do nível 1.

Padrão de Circulação das Águas

A partir da modelagem hidrodinâmica, pode-se verificar o benefício das dragagens possibilitando melhor renovação das águas do Complexo Lagunar, especialmente nas lagoas de Jacarepaguá e Marapendi.

Clima

O clima do município do Rio de Janeiro é influenciado pela presença dos maciços da Tijuca, Pedra Branca e Gericinó-Medanha, que colaboram para a ampla variabilidade espacial das chuvas.

A frequência e a intensidade de chuvas, na área da Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá, estão muito relacionadas à atuação das frentes frias provenientes do sul e à presença do relevo, que forma um anfiteatro e aprisiona os ventos e as chuvas frontais (MASTERPLAN, 2013b).

A ocorrência e intensidade das chuvas é maior durante o verão e menor no inverno, evidenciando o clima tropical presente no estado do Rio de Janeiro.

Qualidade do ar

Foram utilizados os dados de monitoramento da qualidade do ar fornecidos pelo INEA para região do Complexo Lagunar de Jacarepaguá (estações automáticas do Laboratório INEA e Lourenço Jorge).

Para elaborar o Índice de Qualidade do Ar, são monitorados os poluentes do ar durante um período de tempo (ex. 1h, 8h, 24h) com o objetivo de identificar se suas concentrações estão acima do que é recomendado como adequado para a saúde humana.

Como mostra a Figura 19, a qualidade do ar na Região do Complexo Lagunar é considerada Boa na maior parte dos períodos de tempo considerados. Apenas o poluente ozônio apresentou valores na faixa classificada como Má, com um percentual inferior a 1% referentes àqueles episódios de violação do padrão de qualidade do ar.

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Figura 19 - Distribuição de frequência horária do Índice de Qualidade do Ar na Região do ComplexoLagunar de Jacarepaguá

(anos 2012, 2013 e 2014).

Meio Biótico

Flora

A cidade do Rio de Janeiro está inserida em área originalmente de Floresta Ombrófila Densa (Figura 20), fitofisionomia pertencente ao bioma Mata Atlântica - o qual possui elevada biodiversidade em

virtude das variações de relevo, de altitude e do regime de chuvas.

Figura 20 - Floresta Ombrófila Densa em bom estado de conservação, no Parque Nacional da Tijuca.

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A Baixada de Jacarepaguá é uma planície costeira formada por vegetação de restinga, mangue e brejo (Figura 21).

Para caracterização da flora na ADA, foi realizado o inventário florestal das áreas onde haverá supressão da vegetação para disposição do material dragado das lagoas. São elas o bota-espera da Lagoa da Tijuca e o bota-espera da Lagoa de Jacarepaguá. Parte do material dragado será disposto também no bota-espera de Marapendi, porém, neste, não haverá supressão da vegetação.

A riqueza florística total identificada, considerando as áreas dos bota-esperas da Lagoa da Tijuca e da Lagoa de Jacarepaguá, foi de 46 espécies. Somente a espécie Tabebuia cassinoides (Lam) DC (caixeta), de acordo com a Portaria MMA nº433/2014, está classificada como “em perigo”.

Figura 21 - Áreas de restinga e manguezal no entorno das lagoas.

Bota-espera da Lagoa de Jacarepaguá

Este local apresenta tipo arbóreo periodicamente inundado, onde moitas de diferentes tamanhos e formas se intercalam em meio à vegetação herbácea (Figura 22 e Figura 23). Possui vegetação baixa com uma altura média das moitas entre 2,0 m e 4,6 m, onde a espécie Inga laurina (ingá) apresentou destaque dentro da comunidade vegetal levantada.

A vegetação de restinga, integrante do Bioma Mata Atlântica, presente na área do bota-espera, encontra-se em estágio médio de regeneração e, atualmente, sofre pressão antrópica por conta de cortes seletivos, extrativismo de espécies ornamentais, dentre outros.

Não foram encontradas, nessa área, espécies ameaçadas de extinção.

Figura 22 - Fisionomia da floresta de restinga no bota-espera Lagoa de Jacarepaguá.

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Figura 23- Áreas de supressão no bota-espera Lagoa de Jacarepaguá.

Bota-espera da Lagoa da Tijuca

Este local encontra-se antropizado, com vegetação de restinga, tipo arbóreo permanentemente inundado, em estágio inicial de regeneração, com esparsos fragmentos e indivíduos isolados da caixeta

(Tabebuia cassinoides), espécie que apresentou maior importância dentro da comunidade vegetal (Figura 24 e Figura 25). A caixeta está classificada como “Em Perigo”, segundo a Portaria MMA nº433/2014, que classifica as espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção.

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Figura 24 - Áreas de supressão no bota-espera Lagoa da Tijuca.

Figura 25 - Fisionomia da floresta de restinga no bota-espera da Lagoa da Tijuca.

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Bota-espera de Marapendi

A área destinada a receber o material dragado no bota-espera de Marapendi encontra-se antropizada, composta por vegetação de gramíneas e herbáceas (Figuras 26 e 27).

A vegetação de restinga presente na área não sofrerá intervenção.

Figura 26 - Área do bota-espera de Marapendi.

Não há ocorrência de nenhuma espécie vegetal ameaçada de extinção nesta área de intervenção destinada ao bota-espera.

Figura 27 - Fisionomia da área do bota-espera de

Marapendi.

Áreas Protegidas

Na AID do presente estudo foram identificadas as seguintes unidades de conservação (Figura 28):

Área de Proteção Ambiental do Parque Municipal Ecológico de Marapendi, criado pelo Decreto Municipal no 10.368/91;

Área de Proteção Ambiental da Orla Marítima, criada pela Lei nº 1.272/90;

Parque Natural Municipal de Marapendi, criado pela Lei Municipal 61/78;

Área de Proteção Ambiental das Tabebuias, criada pelo Decreto Municipal 18.199/99;

Parque Natural Municipal Bosque da Barra, criada pelo Decreto Municipal 4.105/83;

Parque Natural Municipal Professor Melo Barreto, preconizado no Projeto de Lei Nº 1050/2007;

Área Proteção Ambiental do Bairro da Freguesia, criada pelo Decreto Municipal 11.830/92;

Parque Nacional da Tijuca, criado pelo Decreto Federal 50.923/61.

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Figura 28 – Unidades de Conservação na AID do projeto.

Áreas de Preservação Permanente

As Áreas de Preservação Permanente – APP foram instituídas e são legalmente protegidas pelo Novo Código Florestal, Lei Federal n° 12.651/2012. Trata-se de área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem e a biodiversidade e de proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Na área de influência - AID do projeto, estão presentes as seguintes APPs:

APP de lagos e lagoas naturais - Compreende faixa de proteção da margem de 30 metros (Lagoa da

Tijuca, Lagoa de Jacarepaguá, Lagoa de Marapendi e Lagoa de Camorim).

APP de curso d'água com largura do leito entre 10 e 50 metros - Compreende faixa de 50 metros no entorno da margem (Rio Arroio Fundo, Canal das Taxas, Canal do SENAC, Canal Isabel Domingues, Rio Amendoeira, Rio Banca da Velha, Rio da Barra, Rio do Anil, Rio do Marinho, Rio dos Passarinho, Rio Estiva, Rio Firmino, Rio Grande, Rio Jacaré, Rio Muzema, Rio Itanhangá, Rio Cachoeira, Arroio Pavuna, Canal Pavuninha, Rio Caçambé, Rio do Camorim e Canal do Cortado).

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Áreas de Mangue - Fragmentos de vegetação típico dos manguezais situados na região das lagunas da Baixada de Jacarepaguá, ocupando o entorno das lagoas da Tijuca e de Marapendi.

Áreas Restinga – Faixas de vegetação de restinga com função de estabilizar o manguezal junto às lagoas.

Fauna

O diagnóstico ambiental da fauna da área do projeto e suas áreas de influência foi realizado através de pesquisas em bibliografia e levantamento de campo, incluindo técnicas de coleta e interpretação de dados para os grupos faunísticos.

A área onde está inserida o projeto define-se pelo elevado grau de antropização, considerando-se que a área urbana foi intensa e historicamente ocupada, apresentando diferentes níveis de impacto.

Carcinofauna

No levantamento de campo foram encontradas 5 espécies de crustáceos anfípodes, 2 gêneros de crustáceos cirripédios, e uma espécie de crustáceo Melacostraca marinho.

Foram encontradas 10 espécies de caranguejos estuarinos e anomuros, sendo a espécie de maior dominância o carangueijo Uca rapax.

Répteis e anfíbios Registrou-se, para a área das lagoas do Complexo Lagunar de Jacarepaguá, a ocorrência de onze espécies de anfíbios anuros, nove espécies de répteis. Dentre os répteis encontrados no entorno do Complexo Lagunar de Jacarepaguá, destaca-se o jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris). Aves Durante as campanhas de campo foram avistadas, às margens da Lagoa da Tijuca 37 espécies de aves, onde as mais abundantes em são: corruíra, bem-te-vi, tesourão ou fragata, cambacica e empatados rolinha-roxa e sabiá-laranjeira. Para a Lagoa de Jacarepaguá, as observações livres registraram 37

espécies, sendo 21 também encontradas no levantamento de campo realizado na Lagoa da Tijuca. Para a região do Quebra-mar/Canal da Joatinga, foram levantadas no total 25 espécies da avifauna local. Destacam-se as espécies savacu, rolinha-roxa, caracará, sabiá-laranjeira, cambacica, sanhaçu-cinzento e pardal. Mamíferos Na ADA, foram avistados 6 espécies de mamíferos, sendo três espécies domésticas utilizando as margens das lagoas da Tijuca, Camorim e Jacarepaguá. São elas o sagui-de-tufo-branco, o cão e o gato doméstico, especialmente nas regiões onde há avanço das áreas urbanas para dentro das margens das lagoas. Por se tratar de uma área urbanizada, a presença de animais domésticos é constante em todas as áreas, desde a ADA a AII. Houve o registro visual também de capivaras, de um indivíduo de lontra e um rato d’água utilizando a vegetação marginal como área de forrageio. Ictiofauna Foram registradas 15 espécies na ADA, sem a presença de espécie ameaçada de extinção. A amostragem reuniu principalmente espécies marinhas eurialinas, com cinco espécies de água doce. Dentre as espécies de água doce, tilápia e sassá mutema são exóticas e com alta tolerância a condições ambientais extremas. No caso específico da espécie sassá mutema, trata-se do primeiro registro deste de táxon na baixada de Jacarepaguá. Bentos O diagnóstico da ADA identificou que a fauna bentônica das Lagoas de Jacarepaguá e Tijuca compõe-se de pequeno número de grupos. Ademais, os indivíduos que compõem as comunidades bentônicas das áreas estudadas indicam ambiente eutrofizado e com baixa qualidade ambiental.

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Meio Social

Localização e Uso do Solo

De acordo com o Plano Diretor municipal (Lei Complementar nº111/2011), o projeto está localizado na Macrozona de Ocupação Urbana Condicionada. Nesta, a ocupação está restrita à capacidade da infraestrutura local e à proteção ambiental e paisagística.

Na Área de Influência Indireta, predominam as áreas não urbanizadas, com destaque para coberturas arbóreas e arbustivas. As áreas residenciais também são notórias na AII (Quadro 3).

O mesmo ocorre na Área de Influência Direta, com o predomínio de coberturas vegetais e áreas residenciais (Quadro 4).

Quadro 3 - Uso do Solo AII. Fonte: IPP (2012). Quadro 4 - Uso do Solo AID. Fonte: MASTERPLAN (2013b).

Uso do Solo AII Área (%)

Áreas Urbanizadas 38,1

Áreas residenciais 23,66

Áreas não edificadas 5,11

Áreas institucionais e de infraestrutura pública

0,35

Áreas de comércio e serviços 1,73

Favela 2,32

Áreas de lazer 2,50

Áreas de educação e saúde 0,63

Áreas industriais 0,98

Áreas de transporte 0,27

Áreas de exploração mineral 0,55

Áreas Não Urbanizadas 61,9

Cobertura arbórea e arbustiva 43,46

Cobertura gramíneo lenhosa 6,22

Áreas agrícolas 1,23

Afloramentos rochosos e depósitos sedimentares

2,44

Corpos hídricos 4,37

Áreas sujeitas à inundação 4,18

Uso do Solo AID Área (%)

Cobertura Vegetal 51,71

Corpos hídricos 7,05

Áreas sujeitas à inundação 5,45

Afloramentos rochosos 2,48

Áreas Naturais 66,69

Áreas residenciais 18,3

Áreas não edificadas 6,31

Áreas de Lazer/Esporte 2,69

Áreas de Comércio e Serviços 2,18

Favela 2,01

Áreas industriais 0,59

Áreas de Transporte 0,44

Áreas institucionais e de infraestrutura pública

0,33

Áreas de Exploração Mineral 0,32

Áreas de Educação/Saúde 0,14

Áreas Urbanizadas 33,31

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Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) das obras de prolongamento do molhe existente na entrada do Canal da Joatinga e as melhorias

da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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População

A Área de Influência Indireta é composta por 19 bairros da cidade do Rio de Janeiro, dos quais cinco integram a Área de Influência Direta. De acordo com o Censo Demográfico 2010, habitavam os bairros da AII, aproximadamente, 909 mil residentes, predominando pessoas do sexo feminino, sendo 52% do total. Os bairros mais populosos, em 2010, eram o de Jacarepaguá e o da Barra da Tijuca, com 157 e 135 mil residentes, respectivamente, ambos pertencentes à AID.

Alguns desses bairros têm apresentado um elevado crescimento populacional, se constituindo, ao longo dos últimos anos, em áreas de expansão urbana da cidade do Rio de Janeiro. As maiores taxas de crescimento anual geométrica, entre 2000 e 2010, foram apresentadas pelos bairros Camorim (10,75), Vargem Pequena (10,02%), e Recreio dos Bandeirantes (9,09%) (IBGE, 2000 e 2010).

Economia

Os setores que apresentaram as maiores participações no emprego formal, em 2013, estavam ligados às atividades comerciais e de serviços. De maneira similar, essas atividades foram as que apresentaram também os maiores números de estabelecimentos na Área de Influência Indireta, concentrando, a Barra da Tijuca, 48% do total de estabelecimentos, conforme os dados da Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho.

Infraestrutura

Atualmente, o abastecimento de água e o esgotamento sanitário são realizados pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos – CEDAE e a coleta de lixo pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB. Já Fundação Instituto das Águas do Município do Rio de Janeiro (Rio-Águas) atua tanto na manutenção dos corpos hídricos do município como na supervisão de sistema de esgotamento sanitário.

Identifica-se que, em 2010, o maior número de domicílios que possuíam banheiro, cujo esgotamento era feito por Rede Geral de Esgoto ou Pluvial, foi verificado nas Regiões Administrativas da Barra da Tijuca, Cidade de Deus e Jacarepaguá, com 75,19%, 96,05% e 81,67%, respectivamente (IBGE, 2010).

Em 2010, na AII, a maior parte dos domicílios particulares permanentes estava ligada à rede de abastecimento de água, sendo cerca de 93,26% (RA Barra da Tijuca); 99,54% (Cidade de Deus) e 97,91% (RA Jacarepaguá).

Sobre a destinação dos resíduos, em 2010, a maioria dos domicílios da AII possuía coleta de lixo por Serviço de limpeza.

Mobilidade

Entre os projetos importantes para a reconfiguração da mobilidade urbana na AII estão: BRT TransOeste, TransCarioca e, em construção, a TransOlímpica. Além disso, encontram-se o Projeto Novo Joá e a Linha 4 do Metrô Rio.

A Lei Municipal nº 5.751, de 09 de junho de 2014, estabelece a implantação de transporte marítimo no Sistema lagunar da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, com a criação de cinco estações ao longo do Complexo Lagunar, que fará conexão com o BRT TransOeste e a Linha 4 do Metrô.

Pesca

Identificou-se forte presença da pesca artesanal nas lagoas até a década de 1970, em função da abundância de espécies. Como consequência da degradação ambiental, houve expressiva redução das espécies de peixes e, consequentemente, da atividade pesqueira. Por conta disso, os pescadores deslocam-se até o mar aberto para pescarem.

Entrevistas realizadas com pescadores (MASTERPLAN, 2013b) nos canais de Joatinga e Marapendi revelaram que tainha, parati, acará, tilápia, robalo, savelha, o peixe-rei e o carapicu são as espécies de peixes mais frequentes nas lagoas. Foi informado que alguns pescadores não comercializam

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da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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o pescado e realizam a atividade por lazer (Figura 29).

Figura 29 - Atividade pesqueira amadora realizada no canal de Marapendi. Fonte: Masterplan (2013b).

Catadores

Foram identificadas duas cooperativas organizadas que realizam ações no Complexo Lagunar de Jacarepaguá: a COOPBARRA e a COOPER Cidade de Deus.

A COOPBARRA existe há, aproximadamente, cinco anos e funciona em um espaço localizado na Estrada do Itanhangá (Figura 30). Atualmente, possui parceria com a Federação das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis (FEBRACOM), Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e Secretaria do Estado do Ambiente (SEA) para a realização de suas atividades, em conjunto também com o projeto Ecobarreira para a retirada de resíduos acumulados nas lagoas do Complexo Lagunar.

Figura 30 - COOPBARRA. Fonte: Masterplan (2015).

A Cooperativa da Cidade de Deus (COOPER Cidade de Deus) existe há, aproximadamente, oito anos, com o apoio da Federação das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis (FEBRACOM), Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e Secretaria do Estado do Ambiente (SEA). Realiza atividades na Ecobarreira Arroio Fundo (Figura 31) e em outras localidades do entorno.

Figura 31 - Atuação dos cooperados na Ecobarreira Arroio Fundo. Fonte: Masterplan (2015).

Organizações Sociais e Percepção sobre o

projeto

Foram identificadas organizações sociais na AID do projeto, como associações de moradores, entidades comunitárias, institutos ambientais e outros. Em destaque, estão a Câmara Comunitária da Barra da Tijuca, a Câmara Comunitária de Jacarepaguá e o Movimento Lagoa Viva.

Entre as percepções sobre o projeto, destacam-se:

• As obras são significativas no auxílio da revitalização do complexo lagunar e seu desenvolvimento sustentável;

• As obras são relevantes em conjunto com uma solução permanente para a coleta e tratamento do esgoto e destino do lixo sólido;

• Ações como essa obra contribuem na recuperação ambiental das lagoas e são desejáveis pela população.

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Arqueologia

A região, por suas características ambientais e pelos processos culturais registrados, possui recorrência, principalmente, de sítios de sambaquieiros, com a presença já registrada de um sítio na região do bota-espera da Lagoa de Jacarepaguá (conforme consta no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos); e potencial para ocorrência de vestígios de pequenos portos de pescadores tradicionais (talvez de herança mestiça, indígena e/ou africana). O patrimônio arqueológico que, porventura, seja encontrado na área diretamente afetada, será devidamente resguardado.

IMPACTOS, MEDIDAS E PROGRAMAS

AMBIENTAIS

O conceito de impacto ambiental é definido pela Resolução do CONAMA nº 01/1986 como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas no meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem estar da população; às atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”.

A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) assegura uma análise sistemática dos impactos ambientais. Tem por objetivo garantir que responsáveis pela tomada de decisão apresentem soluções adequadas à população e ao meio ambiente, gerando medidas de controle de poluição.

No presente estudo, foram identificados 26 (vinte e seis) impactos ambientais (Quadro 5), chegando a

uma soma total de 32 impactos uma vez que alguns impactos ocorrem em diferentes fases do projeto.

Na fase de planejamento, foi identificado 1 (um) impacto que foi avaliado como positivo/negativo, no meio social.

Na fase de execução das obras, dos 21 (vinte e um) impactos ambientais gerados nesta fase, 1 (um) foi avaliado como impacto positivo, 2 (dois) como impactos positivo/negativos e 18 (dezoito foram classificados como impactos negativos.

Na fase de pós-execução das obras, foram identificados 10 (dez) impactos ambientais. Destes, 9 (nove) são impactos positivos e 1 (um) impacto é negativo.

O quadro a seguir, elenca os impactos ambientais gerados nas respectivas fases de planejamento, execução e pós-execução das obras de prolongamento do molhe existente na entrada do canal da Joatinga e melhorias da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá.

Quadro 5 - Impactos ambientais gerados pelo projeto.

Impactos Ambientais Fase do Projeto

Planejamento Execução Pós-execução

1. Alteração nos níveis de ruídos X

2. Alteração na qualidade do ar X

3. Alteração da permeabilidade dos solos nas áreas de bota-espera

X

4. Ocorrência de processos erosivos/carreamento de X

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da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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Impactos Ambientais Fase do Projeto

Planejamento Execução Pós-execução

sólidos nas áreas de bota-espera

5. Alteração na qualidade da água superficiais das lagoas X X

6. Remobilização de metais e nutrientes nos sedimentos X

7. Alteração nas condições da água das praias adjacentes ao canal da Joatinga

X

8. Alteração na hidrodinâmica das praias do Pepê e da Joatinga

X

9. Alteração na hidrodinâmica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

X

10. Perda da cobertura vegetal X

11. Redução da variabilidade genética da Tabebuia cassinoides

X

12. Recuperação de ecossistemas terrestres naturais X

13. Redução de habitat de ecossistemas terrestres X

14. Intrusão salina nas lagoas do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

X X

15. Alteração na estrutura da fauna terrestre X

16. Alteração na estrutura da fauna aquática X

17. Aumento na produtividade do ambiente aquático X

18. Interferência em áreas legalmente protegidas X

19. Geração de expectativas relacionadas ao projeto XX XX

20. Interferências nas vias de circulação X

21. Interferências na circulação de embarcações nas lagoas

X X

22. Interferência no uso recreacional das praias e das lagoas

X X

23. Interferências no cotidiano da população X X

24. Dinamização do mercado de trabalho e geração de renda

X

25. Revitalização da atividade pesqueira X

26. Interferência em sítios com valor arqueológico e/ou cultural

XX

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Meio Físico

Alteração nos níveis de ruídos

Durante a fase de execução do projeto, a geração de ruídos estará associada à execução das atividades rotineiras das obras, principalmente aquelas que utilizam e operam veículos e máquinas/equipamentos.

Medidas Recomendadas – execução do Subprograma de Monitoramento e Controle de Ruídos.

Alteração da qualidade do ar

A geração de poeiras e materiais particulados associada à execução das atividades rotineiras das obras durante a execução do projeto, bem como a possível liberação de gases presos nos sedimentos de fundo em função da remobilização destes pela dragagem, poderão alterar a qualidade do ar de forma local.

Medidas Recomendadas - execução do Subprograma de Monitoramento e Controle da Qualidade do Ar.

Alteração da permeabilidade dos solos nas áreas de bota-espera

As áreas de bota-espera serão impermeabilizadas, de maneira a evitar o contato do material dragado com o solo local. Essa impermeabilização proporcionará a redução da infiltração de águas, levando a uma maior ação do escoamento superficial

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Monitoramento da Qualidade do Solo.

Ocorrência de processos erosivos/ carreamento de sólidos nas áreas de bota-espera

As áreas de bota-espera terão a vegetação removida para serem preparadas para receber o material dragado. Como o solo ficará temporariamente exposto, podem ocorrer erosões e/ou carreamento de partículas quando ocorrerem chuvas.

Medidas Recomendadas – execução do Subprograma de Monitoramento e Controle de Processos Erosivos.

Alteração na qualidade das águas superficiais das lagoas

Durante a dragagem, a movimentação dos sedimentos do fundo das lagoas causará mudanças temporárias na qualidade da água das mesmas.

Por outro lado, ao fim da execução do projeto, espera-se uma melhora na qualidade das águas do complexo lagunar.

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Monitoramento da Qualidade da Água e do Sedimento e dos Subprogramas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Gerenciamento dos Efluentes.

Remobilização de metais e nutriente nos sedimentos

Nos sedimentos de fundo das lagoas estão “armazenados” nutrientes e alguns metais, que irão ficar em suspensão na coluna d’água juntamente com os sedimentos durante as obras de dragagem.

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Monitoramento da Qualidade da Água e do Sedimento.

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da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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Alteração na qualidade da água das praias adjacentes ao canal da Joatinga

As praias próximas ao canal da Joatinga poderão ter a qualidade alterada durante a execução das dragagens e, em particular neste caso, do molhe, pois essas atividades causarão a suspensão dos sedimentos, podendo alterar principalmente a cor da água, tornando-a mais turva.

Medidas Recomendadas – execução dos Programas de Monitoramento da Qualidade da Água e do Sedimento.

Alteração na hidrodinâmica das praias do Pepê e da Joatinga

O prolongamento do molhe da barra do canal da Joatinga causará um aumento da praia no lado oeste do molhe, na praia do Pepê.

Medidas Recomendadas – execução de um monitoramento topobatimétrico nesta praia antes e após as obras.

Alteração na hidrodinâmica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

Com o aumento das profundidades das lagoas espera-se que os volumes de troca de água, entre essas e a região costeira aumentem significativamente. Assim, a qualidade ambiental do complexo lagunar será melhorada, a partir de uma maior renovação de suas águas.

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Monitoramento da Qualidade da Água e do Sedimento, de um monitoramento batimétrico nas lagoas após as obras.

De maneira complementar, destaca-se a necessidade da execução dos demais planos e programas voltados para a melhoria da qualidade ambiental da região do complexo lagunar, de maneira a evitar o contínuo descarte inadequado de efluentes e resíduos sólidos nas lagoas, que comprometem suas propriedades, bem como da manutenção dos sistemas de água pluviais, evitando o aporte de sedimentos para os corpos hídricos que causam seus assoreamentos.

Meio Biótico

Perda da cobertura vegetal

Para a implantação dos canteiros de obras e das áreas de bota-espera será necessária a remoção da vegetação existente nesses locais. O desmatamento resultará na perda de ambientes naturais, como restinga e antrópicos. No entanto, grande parte do ambiente natural já se encontra alterado, como resultado da ocupação da área por atividades agrícolas e de pecuária, e outras ações antrópicas pela população local.

Medidas Recomendadas – execução dos Programas de Resgate e Acompanhamento da Fauna, Acompanhamento da Supressão Vegetal, Salvamento e Resgate de Germoplasma, Recomposição Florestal e do Subprograma de Treinamento dos Trabalhadores.

Redução da variabilidade genética da Tabebuia cassinoides

Entre a vegetação que será suprimida consta uma espécie ”em perigo” (Tabebuia cassinoides), que em consequência das atividades do projeto terá sua diversidade genética diminuída

Medidas Recomendadas – execução dos Programas de Acompanhamento da Supressão Vegetal, Salvamento e Resgate de Germoplasma e de Recomposição Florestal.

Recuperação de ecossistemas terrestres naturais

Uma das medidas compensatórias previstas para os impactos gerados pela supressão de vegetação e outras interferências sobre os ecossistemas terrestres é a implementação do Programa de Recomposição Florestal. Este programa irá reestabelecer nos locais alterados pelas atividades de execução do projeto, biótopos naturais da baixada de Jacarepaguá.

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da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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Medidas Recomendadas – execução dos Programas de Salvamento e Resgate de Germoplasma e de Recomposição Florestal.

Redução de habitat de ecossistemas terrestres

A supressão vegetal, movimentação dos trabalhadores e veículos/equipamentos irá alterar o ambiente, prejudicando a fauna terrestre local. A fragmentação e perda de habitats ameaçam a maioria das espécies devido à destruição do habitat e redução da área de vida da fauna.

Medidas Recomendadas – execução dos Programas de Resgate e Monitoramento da Fauna e de Acompanhamento da Supressão Vegetal.

Intrusão salina nas lagoas do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

O aumento da salinidade que deverá ocorrer a partir das melhorias na circulação das águas depois das obras de dragagens, irá influenciar no padrão de distribuição da fauna e da flora das lagoas.

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Resgate e Monitoramento da Fauna.

Alteração na estrutura da fauna terrestre

As alterações realizadas no ambiente terão influência na fauna local, seja como habitat ou como fonte de alimento. A fauna das lagoas de Jacarepaguá atualmente se encontra bastante comprometida, não apresentando representantes faunísticos importantes que outrora existiram neste ambiente.

Medidas Recomendadas – execução dos Programas de Acompanhamento da Supressão Vegetal, Resgate e Monitoramento da Fauna e Monitoramento da Qualidade da Água e do Sedimento.

Alteração na estrutura da fauna aquática

As alterações no fundo das lagoas devido às obras de dragagens, bem como a circulação das embarcações,

remobilização dos sedimentos, etc., geram uma resposta imediata nos padrões de distribuição dos organismos, gerando perda de riqueza e abundância no entorno imediato das áreas de intervenção.

Medidas Recomendadas – execução dos Programas de Monitoramento da Ictiofauna, Monitoramento de Invertebrados Bentônicos e Monitoramento da Qualidade da Água de do Sedimento.

Aumento na produtividade do ambiente aquático

Com a melhoria na qualidade ambiental do complexo lagunar, a condição das lagoas será mais favorável ao aumento da abundância e riqueza de espécies, tornando o sistema mais produtivo.

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Monitoramento da Ictiofauna, Monitoramento de Invertebrados Bentônicos e Monitoramento da Qualidade da Água de do Sedimento.

Interferência em áreas legalmente protegidas

A execução do projeto implicará em interferência em áreas protegidas por lei, como no caso da vegetação de restinga, faixas marginais de proteção das lagoas e na APA do Parque Municipal Ecológico de Marapendi.

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Recomposição Florestal.

Meio Social

Geração de expectativas relacionadas ao projeto

A divulgação das obras de prolongamento do molhe existente na entrada do canal da Joatinga e as melhorias da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá, seja por intermédio da mídia ou pela execução dos trabalhos de campo para a elaboração dos estudos de viabilidade, é fonte de informação de expectativa para a sociedade em geral e para a população da área a ser diretamente afetada pelas atividades do projeto.

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da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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Este impacto no meio social independe da real dimensão dos impactos ambientais que possam vir a ocorrer em função da execução do projeto. Este fato está, na verdade, diretamente ligado à percepção que a população e órgãos ambientais têm a respeito destes impactos ambientais e respectivo projeto.

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Comunicação e Responsabilidade Social.

Interferência nas vias de circulação

O transporte de equipamentos, mão de obra, suprimentos e resíduos irá incrementar o número de veículos nas vias de circulação, mas não será significativo tendo em vista o alto volume no tráfego da região.

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Comunicação e Responsabilidade Social.

Interferência na circulação de embarcações nas lagoas

Durante a execução do projeto, a circulação das dragas e embarcações de apoio irão interferir de maneira temporário no uso da lagoa por outras embarcações.

Com o fim das obras por outro lado, as melhorias, como o aumento da profundidade das lagoas, permitirá que não só as atividades de lazer e transporte aquaviário sejam retomadas, como expandidas para outros setores do complexo lagunar, que não são explorados atualmente devido às condições precárias.

Medidas Recomendadas – recomenda-se que seja feito um planejamento da operação de dragagem de forma a minimizar as interferências sobre a circulação de embarcações de lazer e transporte aquaviário.

Interferência no uso recreacional das praias e das lagoas

Conforme exposto anteriormente, existe a possibilidade das obras de dragagem e de molhe alterarem a qualidade da água das praias próximas

ao canal da Joatinga, principalmente no que diz respeito à cor da água, fazendo com que a população tenha receio ao usar essas praias para lazer.

Em contrapartida, ao final das obras, a melhoria na condição ambiental das lagos favorecerá o uso das mesmas para o lazer, turismo e prática de esportes aquáticos.

Medidas Recomendadas – execução dos Programas de Monitoramento da Qualidade da Água e do Sedimento e de Comunicação e Responsabilidade Social.

Interferência no cotidiano da população

A execução deste projeto em uma área urbanizada, tem potencial para causar diversos incômodos à população, especialmente a residente no entorno.

Com o fim das obras, no entanto, a melhoria na qualidade ambiental do complexo lagunar se refletirá numa melhora nas condições de vida da população do entorno das lagoas.

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Comunicação e Responsabilidade Social.

Dinamização no mercado de trabalho e geração de renda

A contratação de mão de obra, bem como a compra de bens e insumos para as obras, movimentarão o mercado de trabalho da região, com geração de aproximadamente 670 empregos diretos, com potencial de geração de empregos indiretos.

Medidas Recomendadas – sugere-se que seja priorizada a contratação de mão de obra local e a execução do Programa de Comunicação e Responsabilidade Social.

Revitalização da atividade pesqueira

As melhoras na qualidade ambiental das lagoas favorecerá a reprodução das espécies de peixes existentes no complexo e permitirá o retorno das espécies que foram eliminadas pelas péssimas

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da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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condições atuais das águas, devolvendo o potencial para pesca que essas lagoas apresentavam no passado.

Medidas Recomendadas – destaca-se a necessidade da execução dos demais planos e programas voltados para a melhoria da qualidade ambiental da região do complexo lagunas, de maneira a evitar o contínuo descarte inadequado de efluentes e resíduos sólidos nas lagoas, que comprometem suas propriedades, bem como da manutenção dos sistemas de água pluviais, evitando o aporte de sedimentos para os corpos hídricos que causam seus assoreamentos.

Interferência em sítios com valor arqueológico e/ou cultural

A realização do projeto demandará intervenções tais como a movimentação de terra para regularização

das áreas onde será disposto o material proveniente da dragagem, o que pode gerar interferências sobre eventuais sítios arqueológicos existentes na área.

A região, por suas características ambientais e pelos processos culturais registrados, possui recorrência, principalmente, de sítios de sambaquieiros, inclusive, com a presença já registrada de um sítio na área do Bota-espera da Lagoa da Tijuca; e potencial para ocorrência de vestígios de pequenos portos de pescadores tradicionais (talvez de herança mestiça, indígena e/ou africana).

Medidas Recomendadas – execução do Programa de Prospecção e Educação Patrimonial.

Figura 32 – Impactos por fase de realização do projeto.

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da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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PROGNÓSTICO COM E SEM O PROJETO

No Diagnóstico Ambiental, constatou-se que a região do Complexo Lagunar de Jacarepaguá apresentou um acelerado crescimento populacional nas últimas décadas, que não foi acompanhado pela adequação de sua rede de esgotamento sanitário. Como consequência, verifica-se uma degradação ambiental das lagoas e de rios que deságuam nas mesmas. As obras que serão executadas tem como principal objetivo melhorar a circulação de água nas lagoas.

Realidade sem o projeto

A não execução de ação com vistas à recuperação ambiental das lagoas implicaria em consequências negativas ao meio ambiente da região e a toda a população do município do Rio de Janeiro, destacando-se: frustração da sociedade civil em continuar vivenciando a progressiva redução do espelho d’água, perda da biota aquática, hiperprodução de macrófitas e o comprometimento da qualidade da água das praias próximas à barra do Canal da Joatinga e das lagoas.

Realidade com o projeto

Com a execução das obras, é prevista uma melhoria na renovação das águas, com aumento médio do volume de água que entra no sistema lagunar pelo canal da Joatinga. Esse aumento poderá ser verificado principalmente nas lagoas de Jacarepaguá e de Marapendi.

Outros resultados positivos esperados são:

melhoria da qualidade da água;

incremento do transporte aquaviário;

recomposição da paisagem cênica;

redução do aporte de sedimentos no Canal da Joatinga;

melhoria das condições para a biota aquática e consequente retorno da atividade pesqueira;

dinamização de demais serviços ambientais importantes, como navegação, recreação, turismo e lazer.

Esses efeitos tendem a ser potencializados com ações como:

ampliação da coleta de lixo e,

melhorias na rede coletora e ampliação de sistemas de tratamento do esgotamento sanitário da região.

CONCLUSÃO

O projeto em licenciamento corresponde a uma parte das ações necessárias para a recuperação ambiental do Complexo Lagunar. Diante dos dados levantados, da legislação aplicável, do diagnóstico e prognóstico da área, a equipe responsável pela elaboração do Estudo de Impacto Ambiental – EIA conclui que o projeto proposto pelo Instituto Estadual do Ambiente – INEA, aqui avaliado, é VIÁVEL sob o ponto de vista ambiental, desde que sejam implementadas as medidas ambientais de controle e mitigação e dos Programas Ambientais propostos, buscando monitorar e, eventualmente, minimizar os impactos causados durante a execução das obras.

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da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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EQUIPE TÉCNICA

PROFISSIONAL FORMAÇÃO ACADÊMICA REGISTROS

GERENTE DE PROJETOS E MEIO AMBIENTE

Catherine Marie Françoise Hallot Engenheira Ambiental

MBE em Meio Ambiente Pós-graduanda em Eng. de Segurança do Trabalho

CREA/RJ 2008150266 CTF IBAMA 5108876

COORDENAÇÃO GERAL

Tathiana Cardoso Pacheco Moraes

Bióloga MSc. em Engenharia Ambiental

CRBio 60.754/02 CTF IBAMA 2255192

APOIO TÉCNICO

Ana Carolina Eugênio de Oliveira

Bióloga Espec. em Gestão Ambiental

MSc. em Engenharia Ambiental Doutoranda em Engenharia Civil

CRBio 65417 CTF IBAMA 2292281

Soliris Melli de Oliveira Pinto Ecóloga

Pós-graduanda em Gerenciamento de Projetos CTF IBAMA 5182014

Lucas Caetano Tieppo da Silveira Biólogo

MSc. Genética e Biologia Molecular Especialista em Gestão de Projetos

CRBio 63.003/03 CTF IBAMA 2120131

DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO

Silvia Lisboa de Araújo Bióloga

MSc. em Geoquímica Ambiental CRBio 96163/02

CTF IBAMA 5708447

Vinicius Tavares Kutter Bióloga

MSc. em Oceanografia Física, Química e Geologia. DSc. em Geociências (Geoquímica)

CRBio-02 53578 CTF IBAMA 2919102

Valéria Freitas de Magalhães Bióloga

MSc.em Biociências Nucleares DSc. em Biofísica

CTF IBAMA 6387441

Sandra Maria Feliciano de Oliveira e Azevedo

Bióloga MSc. em Ecologia e Recursos Naturais DSc. em Ecologia e Recursos Naturais

CRBio-02 003620/02 CTF IBAMA 6386068

Ana Carolina da Silva Ferreira Bióloga CRBio 71.287/02

CTF IBAMA 4527504

Mariana Lanzuolo de Paula Oliveira

Oceanógrafa MSc. em Engenharia Oceânica

CTF IBAMA 5152500

José Marcus de Oliveira Godoy Químico

MSc.em Engenharia Nuclear DSc. em Radioquímica

CRQ 03211017 CTF IBAMA 4955033

Edna Wisnieski Oceanógrafa

MSc. em Sistemas Costeiros e Oceânicos CTF IBAMA 5811878

Leonardo Aragão Ferreira da Silva

Meteorologista MSc. em Engenharia Mecânica

CREA 2011134008 CTF IBAMA 5376685

Maurício Soares da Silva Meteorologista

MSc. Em Engenharia Mecânica CREA 2011135451

Nilton Oliveira Moraes Meteorologista

MSc. Em Engenharia Mecânica CREA 2008106106

CTF IBAMA 5376692

Page 41: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - inea.rj.gov.br · das obras de prolongamento do enrocamento (molhe) existente na entrada do canal da joatinga e as melhorias da circulaÇÃo hÍdrica

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) das obras de prolongamento do molhe existente na entrada do Canal da Joatinga e as melhorias

da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá

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PROFISSIONAL FORMAÇÃO ACADÊMICA REGISTROS

Paulo Cesar Colonna Rosman Eng. Cívil

MSc. em Engenharia Oceânica DSc. em Engenharia Costeira

CREA 1981118558 CTF IBAMA 571365

Ana Cristina Ferrante Vieira de Amorim

Geógrafa MSc. em Geografia

CREA/RJ 200.611.279-4 CTF IBAMA 5796384

Pedro Ghorayeb Zamboni Graduando em Geografia CTF IBAMA 5071433

DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO

Carolina Matozinhos Bióloga

Doutorando em Botânica CRBio 70.263/04-D

CTF IBAMA 4746703

Artur Schmidt Capella Junqueira Engenheiro Florestal CREA-RJ 201.310.418-9

CTF IBAMA 5503109

Carlos Roberto Bizerril Biólogo.

MsC. em Ciências Biológicas, modalidade Zoologia CRBio 12118/2

Adriana Miguel Saad Bióloga

DSc. em Ecologia e Resursos Naturais C.R.B.: 12129/2.

CTF IBAMA 355412

Ricardo Francisco Freitas Filho Biólogo

MSc. em Ciências Biológicas DSc. em Ecologia e Evolução

CRBio/RJ 4240202 CTF IBAMA 1873748

Rodrigo Guerra Carvalheira Biólogo

MSc. em Geociências (Geoquímica) CTF IBAMA 4919951

Cleber Vinicius Vitorio da Silva

Engenheiro Florestal Mestrando em Ciências Ambientais e Biologia Animal

CREA 2014104619 CTF IBAMA 5508159

Camila Scalzer de Abreu Graduando em Biologia -------

DIAGNÓSTICO DO MEIO SOCIOECONÔMICO

Renata da Silva Corrêa Geógrafa

MSc. em Geografia CTF IBAMA 4119105

Aline Viana de Sousa Graduanda em Ciências Sociais CTF IBAMA 5910991

Rafael Borges Deminicis Historiador

MSc. em História e em Arqueologia CTF IBAMA 5236058

EQUIPE DE APOIO

Ana Carolina de Almeida Corrêa Graduanda em Engenharia Ambiental CTF IBAMA 5628387

Fabio Richard Franco Ferreira Junior

Graduando em Ciências Ambientais CTF IBAMA 5382032

Rodrigo Villela Mafra Moreira Lopes

Graduando em Engenharia Química CTF IBAMA 4913795

André Luiz Fernandes de Amorim

Graduando em Engenharia Ambiental CTF IBAMA 6371837

Beatriz Nogueira Waetge Graduando em Engenharia Ambiental CTF IBAMA 6237905

Davi Magalhães Lopes Graduando em Engenharia Civil CTF IBAMA 6042580

Sabrina Carvalho de Lima Pivato Engenheira de Alimentos

Esp. em Gestão Ambiental e Eng. de Seg. do Trabalho MBA em Gestão Empresarial

CTF IBAMA 2879479 CREA/RJ 200.714.656-2

Sacha Santana Comunicador Visual e Designer Digital ------------