relatÓrio de estÁgio curricular supervisionado em reproduÇÃo e obstetrÍcia de pequenos animais
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EMREPRODUÇÃO E OBSTETRÍCIA DE PEQUENOS ANIMAISTRANSCRIPT
FERNANDA ROMERO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM
REPRODUÇÃO E OBSTETRÍCIA DE PEQUENOS ANIMAIS
CURITIBA
2009
FERNANDA ROMERO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM
REPRODUÇÃO E OBSTETRÍCIA DE PEQUENOS ANIMAIS
Trabalho apresentado para conclusão do
Curso de Medicina Veterinária da
Universidade Federal do Paraná.
Supervisor: Prof. Dr. Romildo Romualdo Weiss
Orientadora: Profa. Adj. Maria Denise Lopes
CURITIBA
2009
Dedico este trabalho aos meus pais,
Marco e Cirley, exemplos de caráter,
amor, humildade, confiança
e incentivo eterno...
Agradeço...
A Deus, pela presença constante em minha vida, guiando-me pelos caminhos
da fé e da verdade...
Aos meus pais, por toda a dedicação e preocupação por sempre oferecer o que
havia de melhor, de acordo com suas limitações. Obrigada pelas
oportunidades, pelos conselhos, pelo apoio e incentivo e pelo amor
incondicional. Espero um dia retribuir à altura, pois nada disso seria possível
sem vocês...
A minha irmã, Patricia, por estar sempre ao meu lado, tanto nos momentos
bons quanto nos ruins, me apoiando e me incentivando a sempre erguer a
cabeça e não desistir das minhas metas...
A minha prima, Eliane, pelo carinho, amor, compreensão, alegria, união...
Aos amigos que conquistei ao longo da faculdade, em especial, Diego, Diogo,
Carol, Flávia, Keila, Jonatas, Damaris, Gilson e Marília. Cada um com uma
personalidade ímpar e que ficarão para sempre guardados em meu coração
pelo companheirismo e carinho. Obrigada a todos pelos momentos felizes que
compartilhamos e por me agüentarem nos momentos de estresse...
Aos amigos do estágio curricular, em especial, Felipe, Nayla, Isa, Manu,
Stephane, Anita e Larissa. Obrigada por me proporcionarem momentos de
alegria e de muitas gargalhadas, além de me ajudarem sempre em momentos
de dificuldades, com palavras de apoio e carinho...
Ao meu supervisor, Prof. Dr. Romildo Romualdo Weiss, pela confiança
depositada e pelo exemplo de dedicação à profissão...
A Prof. Adj. Maria Denise Lopes e aos Residentes da UNESP Aline, Elisa, João
e Renata pelo aprendizado, amizade e confiança depositada...
Aos mestres da Universidade Federal do Paraná, pela ética e ensinamentos
que contribuíram para a minha formação profissional...
E finalmente, a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para essa
conquista. Sem vocês, a realização desse sonho não seria possível...
Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la.
Cícero
vi
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS.................................................................. x
LISTA DE FIGURAS......................................................................................... xi
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS..................................... xii
RESUMO......................................................................................................... xiv
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 15
OBJETIVO GERAL DO ESTÁGIO................................................................... 16
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO ESTÁGIO..................................................... 16
DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO............................................................................. 16
Instituição.......................................................................................................... 16
Atividades Desenvolvidas................................................................................. 22
DISCUSSÃO..................................................................................................... 27
Piometra............................................................................................................ 28
Cesariana.......................................................................................................... 30
Neoplasias Mamárias....................................................................................... 30
Diagnóstico de Gestação.................................................................................. 32
Eutanásia.......................................................................................................... 33
Erliquiose.......................................................................................................... 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 34
REFERÊNCIAS (RELATÓRIO DE ESTÁGIO)................................................ 35
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CADELAS- REVISÃO DE LITERATURA.. 38
RESUMO.......................................................................................................... 38
PALAVRAS-CHAVE........................................................................................ 38
ABSTRACT ..................................................................................................... 38
vii
KEY WORDS.................................................................................................... 39
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 39
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS DA FÊMEA CANINA........................ 40
Ovários.............................................................................................................. 40
Tubas Uterinas.................................................................................................. 41
Útero................................................................................................................. 41
Cérvix................................................................................................................ 42
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS DO MACHO CANINO....................... 42
Escroto.............................................................................................................. 43
Testículos.......................................................................................................... 43
Epidídimo.......................................................................................................... 43
Funículo Espermático e Ducto Deferente......................................................... 44
Próstata............................................................................................................. 44
Pênis................................................................................................................. 44
Prepúcio............................................................................................................ 45
Uretra................................................................................................................ 45
FISIOLOGIA REPRODUTIVA DA CADELA.................................................... 45
Hormônios Esteróides....................................................................................... 46
Gonadotropinas................................................................................................ 47
Desenvolvimento Folicular................................................................................ 47
FISIOLOGIA REPRODUTIVA DO CÃO........................................................... 49
Espermatogênese............................................................................................. 49
Produção Hormonal.......................................................................................... 50
CICLO ESTRAL DA CADELA......................................................................... 51
Anestro.............................................................................................................. 51
viii
Pró-estro........................................................................................................... 51
Estro.................................................................................................................. 52
Diestro............................................................................................................... 53
MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO CICLO ESTRAL.................................... 53
Citologia Vaginal............................................................................................... 53
Vaginoscopia.................................................................................................... 54
Progesterona Plasmática.................................................................................. 54
COLHEITA E AVALIAÇÃO DE SÊMEN CANINO........................................... 55
Avaliação do Sêmen......................................................................................... 55
SINCRONIZAÇÃO E TIPOS DE SÊMEN DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL... 56
Tipos de Sêmen................................................................................................ 57
Sêmen Fresco................................................................................................... 57
Sêmen Resfriado.............................................................................................. 58
Sêmen Congelado............................................................................................ 59
Doses Inseminantes......................................................................................... 60
Taxa de Prenhez............................................................................................... 61
TÉCNICAS UTILIZADAS NA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL DE CADELAS... 61
Inseminação Artificial Intra-vaginal................................................................... 61
Inseminação Artificial Intra-uterina.................................................................... 62
Inseminação Artificial Intra-uterina Via Transcervical....................................... 63
Inseminação Artificial Intra-uterina Via Laparotomia........................................ 63
Inseminação Artificial Intra-uterina Via Endoscópica........................................ 64
CONCLUSÃO................................................................................................... 64
REFERÊNCIAS................................................................................................ 65
ix
ANEXO I - INSTRUÇÕES AOS AUTORES: REVISTA ARCHIVES OF
VETERINARY SCIENCE.................................................................................. 69
x
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
TABELA 1 – Carga horária e porcentagem das atividades desenvolvidas
durante o estágio curricular supervisionado – 03/08/2009 a 25/09/2009
TABELA 2 – Casuística da atividade ‘intervenções cirúrgicas’, por espécie
atendida, entre os dias 03/08/2009 e 25/09/2009
TABELA 3 - Casuística da atividade ‘atendimento ambulatorial’, por espécie
atendida, entre os dias 03/08/2009 e 25/09/2009
GRÁFICO 1 - Valores absolutos e porcentagem das atividades desenvolvidas
durante o estágio curricular supervisionado - 03/08/2009 a 25/09/2009
xi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Visão externa do Setor de Reprodução da UNESP - Botucatu
FIGURA 2 – Ambulatório de pequenos animais 1
FIGURA 3 – Ambulatório de pequenos animais 2
FIGURA 4 – Ambulatório de pequenos animais 3
FIGURA 5 – Laboratório de citologia
FIGURA 6 – Sala de Ultrassonografia
FIGURA 7 - Centro cirúrgico de pequenos animais
xii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
% Porcentagem
< menor que
°C Graus Celsius
3/4 Três quartos
Adj. Adjunto
CERAN Centro de Biotecnologia da Reprodução Animal
CL Corpo Lúteo
cm centímetros
Dr. Doutor
ELISA Enzime Linked Imunosorbent Assay
FIV Fertilização in vitro
FMVZ Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
FSH Hormônio Folículo Estimulante
GnRH Hormônio Liberador de Gonadotrofinas
HEC Hiperplasia Endometrial Cística
IA Inseminação Artificial
IAIU Inseminação Artificial intra-uterina
IAIV Inseminação Artificial intra-vaginal
LH Hormônio Luteinizante
MI Moléstias Infecciosas
xiii
ng/ml nanogramas por mililitro
NOTES Natural Orifice Translumenal Endoscopic Surgery
OSH Ovariossalpingohisterectomia
Osm/l Osmolar por litro
pg/dl picogramas por decilitros
pg/ml picogramas por mililitro
PGF2α Prostaglandina F2α
Prof. Professor
Profa. Professora
RIA Radioimunoensaio
SOR Síndrome do Ovário Remanescente
TVT Tumor Venéreo Transmissível
UNESP Universidade Estadual Paulista
xiv
RESUMO
Como vem sendo observado por diversos pesquisadores, a área de
reprodução em pequenos animais está cada vez mais crescente, não só no
Brasil, mas mundialmente. E não é a toa que isso vem acontecendo. Devido ao
acréscimo na expectativa de vida de cães e gatos, pode-se notar também o
aumento no número de doenças relacionadas ao aparelho reprodutor de tais
animais que antigamente não eram tão freqüentes. Os nódulos mamários e a
piometra representam muito bem essas afecções. Mas não são só as
patologias referentes a esse assunto que estão em alta. As biotecnologias da
reprodução também estão em ritmo ascendente. Pode-se perceber que
praticamente todas as pessoas ou tem ou querem ter um animal de estimação.
Cães e gatos são os animais favoritos. É nesse contexto que muitos criadores
querem oferecer a seus clientes um animal saudável, livre de doenças
genéticas transmitidas por consangüinidade, por exemplo, e que conserve
características importantes para continuar com o padrão de certa raça. Além, é
claro, de aumentar o número de filhotes nascidos em uma mesma ninhada.
Cabe ao médico veterinário, então, intervir em todos esses fatores para
oferecer, aos seus pacientes, qualidade de vida. E técnicas como a
Inseminação Artificial são muito bem aceitas nesses casos. Sendo assim,
reforça-se a importância da difusão das biotecnologias da reprodução e de
novos métodos diagnósticos e de tratamento para doenças que acometam o
sistema reprodutivo dos animais de companhia no meio veterinário. Além, é
claro, a importância do incentivo a novas linhas de pesquisa.
15
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de conclusão de curso fundamentou-se no estágio
curricular obrigatório realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
(UNESP), no Campus de Botucatu. Essa instituição está localizada em São
Paulo, mais especificamente no distrito de Rubião Júnior. Será abordado nesse
trabalho o estágio realizado na área de reprodução de pequenos animais, com
comentários pertinentes aos casos mais freqüentes, além de uma revisão de
literatura sobre “Inseminação Artificial em Cadelas”.
Como justificativas para realização de tal estágio pode-se citar
primeiramente o convívio mais próximo na rotina dessa especialidade da
Medicina Veterinária, tanto na parte clínica médica e cirúrgica quanto
laboratorial, visto que na instituição de origem, Universidade Federal do
Paraná, essa área de reprodução voltada para pequenos animais não é tão
desenvolvida, o que acaba dificultando muitas vezes aliar o conhecimento
teórico ao prático. Outro fator importante foi o prévio conhecimento das
instalações e do funcionamento do Hospital Veterinário, visto que por ser
setorizado o estagiário pode escolher uma área de sua preferência e
acompanhar a casuística e procedimentos de tal especialidade, focando assim
seus objetivos. Além disso, os docentes responsáveis por tal setor são
reconhecidos por sua excelência no meio tanto acadêmico quanto de pesquisa
na Medicina Veterinária, possibilitando assim um maior contato do estagiário
com o que há de novo e mais moderno em conhecimentos e aplicação de
biotecnologias no dia a dia de tal área de atuação.
16
Visto que é de fundamental importância para a formação de um médico
veterinário ter conhecimento de diferentes opiniões e de protocolos adotados
por outras instituições que não sejam a de origem, tal estágio foi motivado pela
nova experiência que seria conviver com procedimentos diferentes e pela
aplicação e compartilhamento dos conhecimentos adquiridos durante a
graduação na Universidade Federal do Paraná.
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral de tal estágio foi aprimorar e ampliar os conhecimentos
teóricos e práticos relacionados à reprodução de pequenos animais,
contribuindo para o complemento da formação profissional neste campo da
Medicina Veterinária.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos incluíram adquirir novos conhecimentos
relacionados à reprodução de pequenos animais em nível clínico, cirúrgico e
laboratorial, possibilitar o contato com pesquisadores e profissionais da área,
além de ter acesso a práticas e tecnologias diferenciadas.
DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO
Instituição
O estágio curricular foi desenvolvido no período de 03 de agosto a 25 de
setembro de 2009, no Departamento de Reprodução Animal e Radiologia
Veterinária no Setor de Reprodução Animal, na área de Fisiopatologia da
Reprodução e Obstetrícia Veterinária em Pequenos Animais. Esse setor
encontra-se nas dependências do Hospital Veterinário da Faculdade de
17
Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Tal instituição localiza-se no campus de
Botucatu, situado no Distrito de Rubião Júnior, no estado de São Paulo. A
carga horária desse estágio totalizou 320 horas no referido período. A
orientação foi desenvolvida pela Profa. Adj. Maria Denise Lopes e a supervisão
pelo Prof. Dr. Romildo Romualdo Weiss.
Figura 1 – Visão externa do Setor de Reprodução da UNESP - Botucatu
Fonte: Arquivo pessoal
O Hospital Veterinário é setorizado quanto ao atendimento de seus
pacientes em clínica médica de grandes e pequenos animais, clínica cirúrgica
de pequenos e grandes animais, acupuntura, diagnóstico por imagem,
reprodução animal, laboratório de análises clínicas, patologia veterinária,
moléstias infecciosas (MI), laboratório de análises microbiológicas, laboratório
de imunodiagnóstico, laboratório de biologia molecular, diagnóstico de
zoonoses, laboratório de enfermidades parasitárias, ornitopatologia, toxicologia
veterinária e clínica de animais silvestres.
18
O Setor de Reprodução Animal conta com uma infra-estrutura voltada
para o atendimento de pequenos e grandes animais, além de realizar pesquisa
e ensino. Para a rotina ligada a pequenos animais, esse setor conta com as
estruturas listadas a seguir:
• Sala de espera, esta anexa a um dos ambulatórios;
• Três ambulatórios;
• Sala de paramentação;
• Centro cirúrgico;
• Sala para realização de ultrassonografias;
• Laboratório de citologia;
• Sala de lavagem e esterilização de materiais e equipamentos;
• Laboratório para experimentos com pequenos animais.
A área destinada a grandes animais conta com 3 piquetes e 16 baias
para internamento, além das instalações do Centro de Biotecnologia de
Reprodução Animal (CERAN), que conta com vestiário, piquete para realização
de coletas de sêmen, laboratório para avaliação e congelamento de sêmen de
grandes animais, 3 bretes de contenção, sala para preparação das vaginas
artificiais e laboratório de fertilização in vitro (FIV).
Ainda o setor dispõe de cozinha, 2 banheiros, sala para os residentes,
sala para a secretaria do setor, sala para reuniões, 9 salas para o corpo
docente e anfiteatro.
19
Figura 2 – Ambulatório de pequenos animais 1
Fonte: Arquivo pessoal
Figura 3 - Ambulatório de pequenos animais 2
Fonte: Arquivo pessoal
20
Figura 4 - Ambulatório de pequenos animais 3
Fonte: Arquivo pessoal
Figura 5 - Laboratório de citologia
Fonte: Arquivo pessoal
21
Figura 6 - Sala de ultrassonografia
Fonte: Arquivo pessoal
Figura 7 - Centro cirúrgico de pequenos animais
Fonte: Arquivo pessoal
Os serviços prestados pelo Setor de Reprodução a pequenos animais
funcionam diariamente, de segunda a sexta-feira, no horário das 08h00min às
22
12h00min, e das 14h00min às 18h00min, sendo que não há serviço de
internamento tampouco plantão 24 horas e, portanto, os casos que necessitem
de maiores cuidados clínicos são encaminhados para clínicas da região. No
caso de grandes animais, os dias e os horários de atendimento são os mesmos
citados anteriormente, porém há internamento e plantões nos finais de semana.
Os animais que chegam para atendimento no Hospital Veterinário da
UNESP – Campus de Botucatu, são avaliados primeiramente pela Clínica
Médica e, de acordo com a suspeita do residente responsável, são, então,
encaminhados para as devidas especialidades.
Durante o atendimento ambulatorial de cada caso, encontram-se
disponíveis quatro residentes no total, sendo que há rodízio semanal entre eles
nas áreas de pequenos animais, grandes animais, laboratório e auxilio em
aulas práticas e pesquisa. O mesmo esquema é seguido entre os nove
docentes, responsáveis pelo setor. Sendo assim, normalmente há um residente
e um professor que acompanham o atendimento ambulatorial. O rodízio
normalmente é realizado pelos estagiários também, para que nenhuma área
citada acima fique com excesso ou falta de mão-de-obra.
Atividades Desenvolvidas
Durante o período de 03 de agosto a 25 de setembro de 2009, foi
acompanhada a rotina no Setor de Reprodução Animal, na área de pequenos
animais especificamente. A carga horária dedicada a cada atividade foi
estimada, devido à diversificação destas. Tais atividades encontram-se
divididas em:
23
• Atendimento ambulatorial (consultas, acompanhamento dos casos
clínicos, avaliações cirúrgicas e retornos pós- cirúrgicos);
• Intervenções cirúrgicas (preparação do paciente, enfermagem e auxilio
ao cirurgião na realização do ato cirúrgico);
• Citologias vaginais (auxílio e realização de colheita de material, além de
coloração e leitura das lâminas confeccionadas);
• Exames laboratoriais (colheita e encaminhamento de exames pré-
operatórios e como forma de diagnóstico);
• Ultrassonografias (auxílio na realização e interpretação dos resultados).
Foram acompanhados 196 atendimentos no referido período, sendo que
destes 134 foram casos novos e 62 foram retornos dos animais para
acompanhamento do tratamento prescrito. Assim, foram atendidos 122 cães e
12 gatos.
A Tabela 1 demonstra a carga horária estimada e a porcentagem das
citadas atividades ‘atendimento ambulatorial’, ‘intervenções cirúrgicas’,
‘citologias vaginais’, ‘exames laboratoriais’ e ‘ultra-sonografias’. Pode-se notar
a concentração das atividades na área de clínica médica, totalizando 150 horas
(46,88%), seguido pela área cirúrgica com 80 horas totais (25%).
O Gráfico 1 apresenta valores absolutos e as respectivas porcentagens
das atividades desenvolvidas no estágio curricular, calculadas a partir de um
total de 396 procedimentos realizados. Percebe-se novamente que a área
clínica médica ficou em primeiro lugar, com 134 atendimentos (33,84%), mas
logo em seguida apareceu a área laboratorial com 106 exames (26,77%) e a
24
área de imagem com 73 ultrassonografias (18,43%), respectivamente,
indicando que para finalizar um diagnóstico e indicar o tratamento mais
adequado para o paciente em questão muitas vezes se faz necessário a
utilização não só de um exame físico detalhado, como também a utilização de
dados laboratoriais e de imagem.
A Tabela 2 discrimina os 56 casos acompanhados na atividade
‘intervenções cirúrgicas’, separados por espécies atendidas. Em seguida, a
tabela 3 expõe os dados referentes ao atendimento ambulatorial.
Tabela 1 – Carga horária e porcentagem das atividades desenvolvidas durante
o estágio curricular supervisionado – 03/08/2009 a 25/09/2009.
Atividades Desenvolvidas Carga Horária (Horas) Porcentagem (%)
Atendimento Ambulatorial 150 46,88
Intervenções Cirúrgicas 80 25,00
Ultrassonografias 50 15,63
Citologias Vaginais 30 9,38
Exames Laboratoriais 10 3,13
25
Gráfico 1 – Valores absolutos e porcentagem das atividades desenvolvidas
durante o estágio curricular supervisionado - 03/08/2009 a 25/09/2009.
Tabela 2 – Casuística da atividade ‘intervenções cirúrgicas’, por espécie
atendida, entre os dias 03/08/2009 e 25/09/2009.
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS – espécie animal CASOS %
GATOS (Felis catus) 7 12,50
Orquiectomia eletiva 2 3,57
Orquiectomia terapêutica 1 1,79
OSH eletiva (convencional) 2 3,57
OSH terapêutica 2 3,57
CÃES (Canis familiaris) 49 87,50
Orquiectomia eletiva 1 1,79
Orquiectomia terapêutica 1 1,79
Orquiectomia terapêutica + Ablação de bolsa testicular 3 5,36
OSH eletiva (convencional) 20 35,71
OSH terapêutica 11 19,64
Mastectomia Unilateral 3 5,36
Mastectomia Bilateral 1 1,79
Nodulectomia 1 1,79
Exérese de tumor benigno prolapsado aderido à vagina 1 1,79
Exérese e cauterização de coto uterino (piometra) 1 1,79
Cesariana 5 8,93
IA intra-uterina 1 1,79
TOTAL 56 100,00
Tabela 3 - Casuística da atividade ‘atendimento ambulatorial’, por espécie
atendida, entre os dias 03/08/2009 e 25/09/2009.
26
ATENDIMENTO AMBULATORIAL – espécie animal CASOS %
GATOS (Felis catus) 12 8,96
Criptorquidismo 1 0,75
Diagnóstico de Gestação 3 2,24
Confirmação de estro 1 0,75
Involução uterina 1 0,75
Neoplasia mamária 1 0,75
Piometra 1 0,75
Maceração fetal 1 0,75
Pré-operatório 3 2,24
CÃES (Canis familiaris) 122 91,04
Criptorquidismo 4 2,99
Tumor Venéreo Transmissível (TVT) 4 2,99
Mastocitoma em bolsa testicular 1 0,75
Ferida lacerativa em região escrotal 1 0,75
Miíase em bolsa testicular 1 0,75
Dermatite de contato em bolsa testicular 1 0,75
Aumento de volume testicular 1 0,75
Dermatite por toxina em prepúcio 1 0,75
Avaliação de prepúcio penduloso 1 0,75
Exposição peniana 3 2,24
Epididimite (suspeita de Brucelose) 2 1,49
Prostatite 1 0,75
Cisto pára-prostático 1 0,75
Piometra 13 9,70
Diagnóstico negativo para piometra 11 8,21
Tumor em cérvix e vagina + ovário policístico 1 0,75
Diagnóstico de gestação 15 11,19
Distocia 5 3,73
Neoplasia mamária 21 15,67
Pseudociese 5 3,73
Aborto 4 2,99
Hipocalcemia 1 0,75
27
Vaginite 5 3,73
Mastite 4 2,99
Confirmação de estro 4 2,99
Síndrome do Ovário Remanescente (SOR) 1 0,75
Eutanásia 2 1,49
Prurido na região vulvar 1 0,75
Involução uterina 1 0,75
Princípio de aborto com manutenção do feto viável 1 0,75
Neoplasia hepática 1 0,75
IA intra-vaginal 1 0,75
Inconclusivo 2 1,49
Pré-operatório IA intra-uterina 1 0,75
TOTAL 134 100,00
DISCUSSÃO
Interpretando-se a tabela 1 verifica-se que em cães há um predomínio
de OSH eletivas (35,71%) seguida de OSH terapêuticas (19,64%) na atividade
intervenções cirúrgicas realizadas. Essa casuística aumentada nesse tipo de
procedimento cirúrgico eletivo é decorrente do trabalho de conscientização da
população realizado por projetos de mestrandos de tal instituição, que fornece
castrações de fêmeas gratuitamente, desde que esses animais se enquadrem
em alguns pré-requisitos estabelecidos. As fêmeas listadas na tabela 1, por
não se enquadrarem em tal projeto ou pela grande lista de espera, foram
encaminhadas então ao setor de reprodução e seus proprietários aceitaram
pagar para a realização de tal cirurgia, visto que o custo-benefício valeria à
pena. A maior parte dos animais encaminhados para esse tipo de cirurgia
eletiva encontrava-se saudável, como já descrito por Fossum (2005). As razões
mais comuns para realização de uma OSH eletiva são evitar estros e crias
28
indesejadas, prevenção de tumores mamários ou anomalias congênitas e
prevenção de piometra (Fossum, 2005). A técnica utilizada nesses
procedimentos foi a convencional (Fossum, 2005) que normalmente é a mais
utilizada por ser de fácil aplicação e custo reduzido. Outras técnicas são
atualmente difundidas, como a ovariossalpingohisterectomia laparoscópica por
dois portais (Luz et al., 2009), ovariectomia por acesso cirúrgico transvaginal
em NOTES (Franco et al., 2009) e ovariectomia por videocirurgia com uso de
três portais (Ferreira et al., 2008).
Piometra
As OSH terapêuticas acompanhadas em tal estágio foram decorrentes,
em sua maioria, da confirmação de piometra, conforme exposto na tabela 2.
Essa doença é caracterizada pelo acúmulo de secreção purulenta no lúmem
uterino decorrente de uma hiperplasia endometrial cística (HEC) associada a
uma infecção bacteriana. É a mais comum das uteropatias e sua importância
está ligada à freqüência e à gravidade (Toniollo et al., 2000). Geralmente essa
afecção ocorre na fase do diestro (Fossum, 2005; Santilli, 2005), sendo
mediada por alterações hormonais e uma reposta exagerada ao estímulo da
progesterona que resulta em uma invasão bacteriana e em conseqüentes
anormalidades no endométrio (Weiss et al., 2004). Durante a anamnese dos
animais suspeitos, muitos proprietários relataram o uso de hormônios
anticoncepcionais ao menos por uma única aplicação. Segundo Nelson e
Couto (2006), o estrógeno aumenta o número de receptores de progesterona
no útero, o que explica a alta incidência de piometra relacionada a esses
animais que recebem estrógenos exógenos para prevenir a gestação no
29
período de diestro. De acordo com as tabela 1 e 2, pode-se notar que uma das
OSH terapêuticas realizadas em gata foi em decorrência da confirmação de
piometra. Embora nessa espécie seja menos freqüente de ocorrer tal afecção,
pois o desenvolvimento do tecido luteal exige cópula ou ovulação induzida
artificialmente (Fossum, 2005), o proprietário relatou o uso de
anticoncepcionais por praticamente toda a vida do animal, o que explicaria de
fato o aparecimento dessa doença. Para o diagnóstico da piometra é
necessário a interpretação conjunta de anamnese e exame físico bem
minucioso, de exames laboratoriais (hemograma e bioquímico) e de uma
ultrassonografia ou radiografia.
Durante a anamnese os proprietários relataram sinais como distensão
abdominal, anorexia, letargia, poliúria, polidipsia, vômito, diarréia, perda de
peso e corrimento vaginal purulento a sanguinolento, esse ultimo em todos os
casos, indicando que se tratava de uma piometra dita aberta. Alterações como
hipoglicemia, disfunção hepática e renal, anemia, anormalidades cardíacas e
um número leucocitário normal em piometra aberta podem ser encontrados em
exames laboratoriais (Fossum, 2005). Quanto a ultrassonografia, a piometra
aberta pode ser visualizada como um aumento não tão acentuado no útero e
cornos uterinos, é possível identificar uma estrutura tubular linear ou retorcida
bem definida, paredes uterinas finas, além da presença de material hipoecóico
a anecóico (Nyland e Mattoon, 2004; Fossum, 2004; Kealy e McAllister, 2005).
O tratamento usual da piometra é a ovariossalpingohisterectomia e em um
animal enfermo, a cirurgia não deve ser adiada por muito tempo, porque o
útero nesse estado continua a contribuir para a bacteremia e septicemia (Stone
et al., 1993). Outro tratamento possível é o médico, com a administração de
30
prostaglandina F2α (PGF2α) associado a antibióticos por 2 a 3 semanas. Mas a
indicação desse tratamento fica restrita a linhagens de reprodutoras valiosas
que não estejam criticamente enfermas, já que muitos efeitos colaterais podem
ser observados após a administração da PGF2α, como ruptura uterina,
extravazamento de conteúdo uterino para a cavidade abdominal e sepsia. Além
disso, pode-se esperar a reincidência da piometra em cadelas tratadas com
esse composto (Nelson e Couto, 2006). Apenas um caso durante o referido
estágio foi escolhido o tratamento médico por insistência do proprietário, já que
a fêmea em questão se tratava de uma Old English Sheepdog, raça de poucos
criadores na região e ainda não havia tido nenhuma ninhada.
Cesariana
A ocorrência de cesarianas durante o estágio foi de 8,93%, todas em
cães, devido a algum tipo de distocia, que representou 3,73% em atendimentos
ambulatoriais. A prevalência de distocias em pequenos animais é bem baixa,
de 5% a 6% aproximadamente (Nelson e Couto, 2006). Normalmente esse tipo
de intervenção cirúrgica ocorre quando há desproporção feto-pélvica,
obstrução do canal do parto, inércia uterina não responsiva, má apresentação
fetal e evidencia de que a vida fetal está ficando comprometida (Jackson, 2005;
Fossum, 2005; Nelson e Couto, 2006). É importante que todos os interesses
envolvidos, como a cadela, os neonatos e a opinião do dono do animal, sejam
avaliados antes de se optar pela realização da cesariana como correção de
uma distocia. Muitas vezes a distocia pode ser corrigida por diversas
combinações de tratamento clínico e manipulação (Stone et al., 1998).
Neoplasias Mamárias
31
As neoplasias mamárias representaram 15,67% em cães e 0,75% em
gatos da atividade atendimento ambulatorial, sendo que apenas pacientes
caninos passaram por um procedimento cirúrgico, como mastectomia unilateral
(5,36%), mastectomia bilateral (1,79%) ou nodulectomia (1,79%). As cirurgias
de mastectomia não estavam mais sendo realizadas pelo setor de reprodução
animal e sim pela clínica cirúrgica de pequenos animais por um acerto feito
entre as partes envolvidas e, por esse fato, pode-se explicar o baixo número de
procedimentos cirúrgicos realizados pelo setor de reprodução em tal período de
estágio. Os tumores mamários constituem os tumores mais comuns em
cadelas, com aproximadamente 50% (Fonseca e Dalek, 2000; Dalek et al.,
1998), e em gatas estão em 3º lugar, atrás dos tumores de pele e do tecido
linfo-hematopoiético (Magalhães et al., 2009).
A presença de nódulos nas glândulas mamárias de felinos corresponde
de 80% a 97% a tumores malignos e, por isso, o diagnóstico dessa afecção
deve ser feito o mais rápido possível e o tratamento instituído o quanto antes
(Magalhães et al., 2009). As cadelas desenvolvem tumores mamários em uma
média etária de 10 a 11 anos, enquanto em felinos ocorrem mais
frequentemente entre 8 e 12 anos de idade. Desconhece-se a causa das
neoplasias mamárias, no entanto, muitas são hormônio-dependentes e a maior
parte delas pode ser evitada caso se realize uma OSH antes de 1 ano de idade
(Fossum, 2005). O uso regular de progestágenos sintéticos aumenta o risco de
desenvolver a doença (Magalhães et al., 2009; De Nardi et al., 2002). Tumores
mamários malignos podem fazer metástase em linfonodos regionais e pulmões
mais freqüentemente, além de glândulas adrenais, rins, coração, fígado, ossos,
cérebro e pele (Fossum, 2005). O diagnóstico de neoplasias mamárias é feito
32
pelo exame histopatológico a partir de amostras obtidas por biópsia excisional,
já que o exame citológico de amostras obtidas por aspiração de agulha fina
pode fornecer resultados equivocados. Sendo assim, a citologia aspirativa por
agulha fina é considerado um importante exame de triagem (Magalhães et al.,
2009). Antes de estabelecer qualquer tipo de diagnóstico e tratamento,
recomenda-se a radiografia torácica para pesquisa de metástases, além de
exames como bioquímico sérico, urinálise e hemograma completo para
avaliação das condições de saúde do paciente (De Nardi et al., 2002; Fossum,
2005; Magalhães et al., 2009). Para gatos, o tratamento de eleição é a
mastectomia radical, desde que nenhum foco metastático ou qualquer outra
doença concomitante sejam encontrados (Magalhães et al., 2009). As exéreses
neoplásicas com amplas margens de segurança combinadas com
quimioterapia antineoplásica, constituem opções terapêuticas para prolongar a
sobrevida de cães acometidos por tumores mamários (De Nardi et al., 2002).
Diagnóstico de Gestação
O diagnóstico de gestação contribuiu com 11,19% em cães e 2,24% em
gatas na casuística do atendimento ambulatorial total. A palpação abdominal é
freqüentemente utilizada para esse fim. Em cadelas, tumefações arredondadas
com aproximadamente 1,25cm de diâmetro podem ser palpáveis nos cornos
uterinos por volta dos 18 a 21 dias de gestação. Por volta de 50 dias, não se
consegue mais palpar as tumefações individuais e após 55 dias de gestação os
fetos são facilmente palpáveis. Em gatas, tumefações com o tamanho
aproximado de uma ervilha são percebidas por volta de 21 dias de gestação.
Por volta de 28 dias essas tumefações estão firmes e com cerca de 2,0 a 2,5
33
cm de diâmetro. O útero fica distendido regularmente durante os dias 35 e 50,
podendo ser confundido com piometra (Stone et al., 1998). A ossificação é a
melhor evidência radiográfica da gestação e ocorre durante os últimos 15 dias
de gestação. A contagem dos fetos pode ser realizada através dessa técnica,
contando-se os crânios, já que a sobreposição pode dificultar a identificação
dos indivíduos (Stone et al., 1998; Kealy e McAllister, 2005). A gravidez é
confirmada por meio de ultrassonografia quando há a identificação de uma
bolsa fetal, que primeiramente é uma estrutura anecóica vagamente circular, no
interior da qual está o feto ecóico. Essas estruturas podem ser visualizadas
geralmente no 20º dia (Kealy e McAllister, 2005). O período de 21 a 35 dias
após o acasalamento é o mais fácil e preciso para detecção da gestação. Os
movimentos fetais podem ser identificados aproximadamente no 35º dia. Na
avaliação do número fetal, o ultra-som mostrou ser preciso em 31,8% a 36%
das vezes, com superestimação de ninhadas pequenas e subestimação de
ninhadas grandes (Feliciano et al., 2008). Sendo assim, o número de fetos não
pode ser mensurado com precisão devido à incapacidade de se obter uma
imagem do útero inteiro de uma só vez (Nyland e Mattoon, 2004).
Eutanásia
As duas eutanásias em cães (1,49%) foram realizadas em decorrência
de focos metastáticos múltiplos, que estavam interferindo na qualidade de vida
do paciente em questão, além de prolapso uterino e vesical, no qual se
constatou que a bexiga estava totalmente necrosada e mutilada e não haveria
como preservar parte alguma da mesma.
Erliquiose
34
Um dado importante e que não pode deixar de ser citado nesse relatório,
foi a presença de erliquiose em muitos animais que vieram para atendimento
ambulatorial e intervenções cirúrgicas. Quando, de fato, tal doença era
confirmada, o animal era então encaminhado ao setor de moléstias infecciosas
(MI) para tratamento e o procedimento cirúrgico a ser realizado era remarcado
para quando as condições de saúde do animal fossem restabelecidas, já que
essa doença causa trombocitopenia, decorrente do consumo, seqüestro e
destruição das plaquetas, além de anemia, fatores que interferem na
coagulação de tais pacientes acometidos (Almosny, 2002; Ettinger e Feldman,
2004).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A possibilidade de realização do estágio curricular em uma instituição
que está em constante atualização quanto às biotecnologias relacionadas à
reprodução de pequenos animais colaborou de forma muito positiva para a
formação profissional, visto que foi possível aprimorar conhecimentos teóricos
e práticos dessa área, além de ter uma visão mais realista e ver a postura
adotada por profissionais ligados a essa especialidade da medicina veterinária.
A experiência de poder conviver com diferentes pontos de vistas e
tecnologias, a qual não se estava acostumada na instituição de origem, além
de poder por em prática todos os conhecimentos adquiridos durante a
graduação foi muito prazeroso e gratificante, tanto para a vida profissional,
quanto para a vida pessoal.
35
REFERÊNCIAS
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38
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CADELAS - REVISÃO DE LITERATURA
(Artificial insemination in bitches - review of literature)
RESUMO
A reprodução de pequenos animais está em nível ascendente dentro das
clínicas veterinárias e a procura por parte de criadores e proprietários visam
sempre melhorar a qualidade genética de seus animais. Sendo assim, o
interesse por novas biotecnologias relacionadas a essa área é muito intenso. A
inseminação artificial é uma alternativa atualmente viável para alcançar esses
objetivos. Mas, para aplicação de tal técnica muitos fatores precisam ser
avaliados, tanto da parte animal quanto da finalidade a que se destina o
procedimento. Embora a colheita e avaliação de sêmen do cão sejam
realizadas desde o início desse século, a informação a respeito dessa espécie
ainda é escassa.
Palavras-chave: biotecnologia, cão, reprodução
ABSTRACT
Reproduction of small animals is rising within the veterinary clinics and
the demand from breeders and owners always intended to improve the genetic
quality of their animals. Thus, interest in new biotechnologies related to this
area is very intense. Artificial insemination is now a viable alternative to achieve
these goals. But, for application of this technique, many factors need to be
evaluated by both the animal and the purpose of the intended procedure.
39
Although the collection and evaluation of dog semen to be made since the
beginning of this century, the information about this species is still scarce.
Key words: biotechnology, dog, reproduction
INTRODUÇÃO
A inseminação artificial (IA) consiste em, após a obtenção do sêmen,
depositá-lo no trato genital da fêmea a ser inseminada. Essa técnica é hoje
utilizada em substituição à cobertura natural nos casos em que existe
dificuldade no transporte dos animais, necessidade da cobertura de mais de
uma fêmea com um único ejaculado ou da realização de cobertura entre cães
que não se acasalam naturalmente. Para tal, é necessário a utilização de
sêmen em vários níveis de conservação, como o fresco, resfriado e congelado,
dependendo da disponibillidade e qualidade do mesmo (Cunha e Lopes, 2000;
Silva et al., 2003).
A primeira IA notificada cientificamente foi realizada no final do século
XVIII, em 1780, por Spalanzani, que utilizou sêmen fresco obtido da vagina de
uma cadela naturalmente acasalada e depositou-o na vagina de uma outra
cadela utilizando uma seringa. Esse procedimento resultou no nascimento de
três filhotes após 62 dias. Mas foi só em 1954 que Harrop descreveu a primeira
IA com sêmen canino refrigerado a 4° C. Após 15 anos, Seager (1969) obteve
a primeira gestação utilizando sêmen canino congelado, resultando no
nascimento de dois filhotes (Foot, 2002; Cunha e Lopes, 2000; Silva et al.,
2003).
40
Os proprietários quase sempre tem expectativas altas em relação a IA,
mas diversos fatores como qualidade inicial do sêmen, grau de lesão dos
espermatozóides causada pela preservação e por técnicas inadequadas de
manipulação, número de espermatozóides inseminados, sincronização da
inseminação, local de deposição do sêmen e fertilidade da cadela influenciam
na taxa de prenhez (England, 2004).
Sendo assim, o objetivo do presente estudo é fazer uma revisão geral
acerca de diversos fatores que são imprescindíveis para a realização de uma
inseminação artificial, além de relembrar rapidamente a anatomia e fisiologia da
espécie em questão, o cão (Canis familiaris).
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS DA FÊMEA CANINA
Os órgãos genitais femininos podem ser classificados em internos, que
envolve ovários, tubas uterinas, útero, vagina, cérvix e vestíbulo da vagina, e
externos, como a vulva, clitóris, uretra feminina e glândulas mamárias
(Ellenport, 1986). A vulva, ou pudendo feminino, é a abertura externa do trato
genital feminino, possui lábios espessos que formam uma comissura ventral
pontiaguda e sua mucosa é lisa e vermelha (Ellenport, 1986), além de seu
tamanho variar conforme o estágio do ciclo estral em que o animal se encontra
(Allen, 1995).
Ovários
Os ovários são pequenos, de contorno alongado, oval e achatados. O
comprimento médio na cadela é de 2 cm. Cada ovário está situado
aproximadamente 1 a 2 cm caudalmente ao pólo caudal do rim
41
correspondente. Na cadela, cada ovário está completamente oculto na bolsa
ovariana, que possui ventralmente uma abertura semelhante a uma fenda e é
formada por gordura e músculo liso. A superfície do ovário apresenta
proeminências causadas por folículos projetados (Ellenport, 1986). O ovário,
composto por medula e córtex, é envolto pelo epitélio germinativo. A medula
ovariana é constituída por tecido conjuntivo fibroelástico distribuído
irregularmente e por nervos extensos e sistemas vasculares. O córtex ovariano
contém folículos ovarianos e/ou corpos lúteos em vários estágios de
desenvolvimento e regressão. A vascularização do ovário modifica-se de
acordo com as diferentes situações hormonais. A distribuição sanguínea intra-
ovariana é alterada durante o período pré-ovulatório (Hafez e Hafez, 2004). O
tamanho dos ovários depende do estágio do ciclo estral da cadela.
Tubas Uterinas
As tubas uterinas, também chamadas de oviduto ou de Falópio, são
pequenas e possuem em média de 5 a 8 cm de comprimento (Ellenport, 1986).
O oviduto pode ser dividido em quatro segmentos funcionais: as fímbrias que
tem formato de franjas; o infundíbulo que consiste em uma abertura abdominal
próxima ao ovário com formato de funil; a ampola que se apresenta mais
dilatada distalmente e o istmo que consiste em uma porção estreita proximal ao
oviduto, ligando-se ao lúmen uterino (Hafez e Hafez, 2004). As fímbrias
conduzem o oócito para dentro da trompa uterina e é na ampola que ocorre a
fertilização (Allen, 1995).
Útero
42
O útero é composto de dois cornos uterinos, um corpo e uma cérvix
(Hafez e Hafez, 2004). Apresenta um corpo muito pequeno e cornos
extremamente longos e estreitos. Os cornos são de diâmetro uniforme e quase
retos, divergindo do corpo que apresenta formato de um “V” no sentido de cada
rim. O colo é muito curto e possui uma espessa túnica muscular. Dorsalmente
não há nenhuma linha de demarcação entre o útero e a vagina, mas o cérvix
do útero é bem mais espessado que a vagina. A túnica mucosa do útero possui
longas glândulas uterinas e criptas tubulares curtas na cadela (Ellenport, 1986).
As alterações normais no útero não prenhe são determinadas por hormônios
circulantes. A vagina é relativamente longa, estreita cranialmente e não possui
nenhum fórnix distinto. É um tubo revestido por epitélio estratificado
influenciado por alterações hormonais (Allen, 1994).
Cérvix
A cérvix é caracterizada por uma espessa parede e por um lúmen
constrito. O canal cervical é composto por várias proeminências. A cérvix
permanece fechada, exceto durante o cio, quando relaxa levemente, permitindo
a entrada de espermatozóides no útero. Outro momento em que essa estrutura
se abre novamente é antes do parto (Hafez e Hafez, 2004).
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS DO MACHO CANINO
Segundo Ellenport (1986), os órgãos genitais masculinos se dividem em
escroto, testículos, epidídimos, funículos espermáticos, ductos deferentes,
glândulas acessórias, no caso do cão está unicamente representada pela
próstata, e partes genitais externas, como o pênis, prepúcio e uretra masculina.
43
Escroto
O escroto é uma bolsa membranosa dividida por um septo mediano em
duas cavidades, ocupadas pelos testículos, epidídimos e a parte distal dos
funículos espermáticos. A pele delgada que o cobre é pigmentada e no cão é
recoberta com poucos e finos pêlos. Situa-se aproximadamente na metade do
trajeto entre a região inguinal e o ânus (Ellenport, 1986).
Testículos
Os testículos são relativamente pequenos e possuem um formato
redondo-ovalado. O mediastino do testículo é central, bem desenvolvido e
emite septos de tecido conjuntivo que dividem o testículo em lóbulos
incompletos. São nesses lóbulos que estão localizados os túbulos seminíferos
que contém células de Sertoli e outros tipos celulares envolvidos na produção
de espermatozóides. Os túbulos esvaziam-se dentro da rede do testículo no
mediastino (Ellenport, 1986). A túnica vaginal parietal é a camada externa,
enquanto a túnica vaginal visceral tem continuidade com o peritônio parietal da
cavidade abdominal. Profundamente a túnica vaginal, situa-se a túnica
albugínea, que consiste em uma densa cápsula fibrosa branca e é contínua do
mediastino testicular (Boothe, 1998). As células intersticiais ou de Leydig se
situam entre os túbulos seminíferos.
Epidídimo
O epidídimo é grande e intimamente inserido ao longo da parte dorsal da
superfície lateral do testículo (Ellenport, 1986), além de estar aderido a essa
gônada pela túnica vaginal visceral. É dividido em cabeça, corpo e cauda
(Boothe, 1998). Ele armazena espermatozóides nas várias fases de maturação
44
e o seu comprimento permite a completa maturação antes da ejaculação. A
cabeça do epidídimo não é facilmente palpável, pois está localizada na
margem caudal do testículo (Allen, 1995). O corpo do epidídimo é facilmente
palpável, possui consistência firme e formato de uma ervilha. O epidídimo
continua como um tubo reto sendo denominado de ducto deferente, que
contem espermatozóides maturos (Ellenport, 1986).
Funículo Espermático e Ducto Deferente
O funículo espermático é composto por artéria testicular, veias
testiculares (formam o plexo pampiniforme ao redor da artéria), linfáticos, plexo
testicular de nervos autônomos, ducto deferente, tecido muscular liso, camada
visceral da túnica vaginal, camada parietal, músculo cremáster externo e vasos
e nervos genitofemoral (Ellenport, 1986). O plexo pampiniforme tem como
função resfriar o sangue arterial que chega aos testículos e aquecer o sangue
venoso que segue a cavidade abdominal (Allen, 1995). O ducto deferente é a
continuação da cauda do epidídimo (Ellenport, 1986) e a função desse ducto é
conduzir os espermatozóides do epidídimo a uretra (Allen, 1995).
Próstata
A próstata é relativamente grande, de coloração amarelada e de
estrutura densa. Um sulco mediano indica uma divisão em dois lobos laterais.
A glândula está muitas vezes aumentada de tamanho, especialmente em
animais idosos (Ellenport, 1986). Ela produz uma secreção clara que é expelida
na uretra e consiste na primeira e terceira fração do ejaculado canino, além de
ser bactericida (Allen, 1995).
Pênis
45
O pênis é composto por raiz, corpo e glande. Em sua parte caudal, há
dois distintos corpos cavernosos, separados por um septo mediano. Em sua
parte cranial há um osso, chamado de osso peniano. A glande é muito longa,
estendendo-se sobre todo o comprimento do osso do pênis. Caudalmente a
essa estrutura encontra-se o bulbo da glande, que é caracterizado como um
intumescimento arredondado e ambos são compostos de tecido erétil
(Ellenport, 1986). A glande divide-se em bulbus glandis proximal, que é
responsável por travar o pênis na vagina durante o coito por se tornar uma
estrutura espessa, esférica e edemaciada, e em pars longa glandis, que
compreende os 3/4 distais da glande e termina na abertura da uretra (Allen,
1995).
Prepúcio
O prepúcio forma uma bainha completa ao redor da parte cranial do
pênis. A camada externa é o tegumento comum e as camadas internas são
finas, de coloração avermelhada e isentas de glândulas (Ellenport, 1986).
Uretra
A parte pélvica da uretra é relativamente longa (Ellenport, 1986) e
carreia tanto o sêmen quanto a urina a extremidade do pênis (Allen, 1995).
FISIOLOGIA REPRODUTIVA DA CADELA
O ovário tem duas funções principais que incluem a produção cíclica de
oócitos fertilizáveis e a produção de hormônios esteróides em proporções
balanceadas. Esses hormônios atuam no desenvolvimento do trato genital,
facilitam a migração de embriões nas fases iniciais, assegurando sua
46
implantação, e desenvolvimento do útero. O folículo é a estrutura ovariana que
permite ao ovário desenvolver suas funções (Hafez e Hafez, 2004).
Hormônios Esteróides
Os principais hormônios esteróides envolvidos no processo reprodutivo
das fêmeas são os progestágenos e os estrógenos. A progesterona, principal
progestágeno, é produzida pelo corpo lúteo (CL), placenta e córtex da adrenal.
A síntese desse composto pelo CL é controlada pelo hormônio luteinizante (LH)
no animal não gestante (Stabenfeldt e Edqvist, 1993). As principais funções da
progesterona incluem crescimento das glândulas endometriais, estimulação da
secreção de nutrientes para o embrião, crescimento do lóbulo alveolar da
glândula mamária, manutenção da gestação e regulação da produção de
gonadotropinas. As atividades associadas à progesterona são normalmente
realizadas com o auxílio do estrogênio (Reece, 1996).
Os estrógenos são produzidos nos ovários, na camada granulosa dos
folículos, na unidade feto placentária e no córtex da adrenal. Sua síntese é
controlada pelo hormônio folículo estimulante (FSH) que atua nas células da
granulosa. O LH também atua na síntese de estrogênios, pois controla a
secreção da molécula precursora essencial (testosterona) nas células da teca
interna (Stabenfeldt e Edqvist, 1993). A principal função desse composto é
induzir à proliferação celular e o crescimento dos tecidos ligados a reprodução.
As respostas teciduais relacionadas ao estrógeno incluem estimulação do
crescimento glandular endometrial, estimulação do crescimento dos ductos da
glândula mamária, indução da receptividade sexual, regulação da secreção de
LH, possível regulação da liberação de prostaglandina F2α (PGF2α) pelo útero
e aumento da atividade secretória dos ductos uterinos (Reece, 1996).
47
Gonadotropinas
A atividade gonadal está sob controle tanto do hipotálamo como da
glândula hipófise anterior. A adeno-hipófise produz hormônios protéicos que
são importantes para o controle da reprodução, como o hormônio folículo-
estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). O FSH e o LH são sinérgicos
na foliculogênese e na ovulação; o FSH tem ação dominante durante o
crescimento dos folículos, e o LH durante os estágios finais da maturação
folicular e na ovulação. O principal padrão secretório de gonadotrofinas é
pulsátil, devido a secreção de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) ser
desse tipo, já que a secreção contínua de GnRH causaria a inibição do sistema
(Davidson e Stabenfeldt, 2008). O controle da produção de gonadotropinas é
feito por feedback negativo das gônadas e a liberação é também controlada por
estrógenos e progesteronas. A prolactina caracteriza-se pelo estímulo ao
desenvolvimento do tecido secretor da glândula mamária e na manutenção da
lactação, sendo que o estresse pode gerar a sua liberação (Stabenfeldt e
Edqvist, 1993).
Desenvolvimento Folicular
A proliferação do oócito, que ocorre por divisão mitótica durante o
desenvolvimento fetal, termina ao redor do momento do nascimento. A
produção de gametas se dá através da divisão mitótica das células primordiais
germinativas (Davidson e Stabenfeldt, 2008). O crescimento folicular envolve a
produção hormonal induzida e a proliferação e diferenciação das células da
granulosa e da teca, fazendo com que haja um aumento na produção de
estradiol e resposta as gonadotropinas pelos folículos (Stabenfeldt e Edqvist,
1993).
48
O oócito aumenta de tamanho e atividade na fase inicial, chamada de
hormônio independente. As células foliculares começam a crescer e se dividir,
tornando-se as células da granulosa, que produzem uma substância
glicoprotéica que envolve o oócito, denominada de zona pelúcida. As células
que se organizam ao redor da membrana basal são denominadas de células da
teca. O suprimento de nutrientes para as células da granulosa e para o oócito
provém da teca vascularizada. O folículo, ao final dessa fase, passa a ser
chamado de pré-antral (Reece, 1996).
As células da teca produzem andrógenos sob ação do LH, que serão
convertidos em estrógenos pelas células da granulosa, pela ação do FSH. O
estrógeno possui poder mitótico, induzindo o crescimento e divisão dessas
células e aumenta o número de receptores na membrana das mesmas,
aumentando a resposta à ação do FSH. À medida que a granulosa se
desenvolve, inicia-se a síntese e liberação de secreções que formam um
espaço dentro do folículo denominado antro. A inibina produzida pela granulosa
é um hormônio protéico que interrompe o crescimento folicular. A inibina causa
diminuição da síntese e liberação do FSH por feedback negativo,
especialmente durante a ovulação (Stabenfeldt e Edqvist, 1993).
A onda de LH induz modificações na estrutura do folículo, como tornar
as células da granulosa responsivas ao LH e essas, por sua vez, passam a
secretar progesterona. Assim, a granulosa inicia sua transformação luteínica
antes da ovulação. Na cadela, a luteinização pré ovulatória e a síntese de
progesterona são importantes para controlar o inicio da receptividade sexual.
Outra ação do LH é promover a ruptura do folículo através do estímulo de
49
substâncias intrafoliculares, ocorrendo, então, a ovulação. Na cadela a
ovulação ocorre alguns dias após a onda de LH (Reece, 1996).
FISIOLOGIA REPRODUTIVA DO CÃO
A função reprodutiva do macho inclui a produção de espermatozóides
que transmitem os genes do macho para o filhote. Essas células germinais são
produzidas dentro dos túbulos seminíferos dos testículos pelo processo
chamado de espermatogênese, durante o qual o numero de cromossomos
característicos de cada espécie é dividido pela metade, de modo que cada
indivíduo recebe metade de seus genes de uma amostra do pai e outra da
mãe. As células de Leydig, encontradas no interstício dos testículos, e as
células de Sertoli, localizadas dentro dos túbulos seminíferos, favorecem a
produção de células germinativas. Após a passagem pelos túbulos seminíferos,
os espermatozóides vão para os epidídimos, para serem maturados e então
ejaculados. As secreções da única glândula acessória do cão, a próstata,
provêem nutrientes para o espermatozóide quando ocorre a ejaculação
(Stabenfeldt e Edqvist, 1993).
Espermatogênese
A espermatogênese é definida como o processo de divisão e
diferenciação celular que resulta na formação do espermatozóide, ocorrendo
no interior dos túbulos seminíferos. Pode ser dividida em três fases com
duração semelhante: a fase mitótica, a meiose e a espermiogênese (Prestes e
Ladim-Alvarenga, 2006). O processo inicia-se na parede dos túbulos
seminíferos, a qual é revestida por espermatogônias, e termina com a liberação
50
de espermatozóides maduros no lúmen dos túbulos seminíferos. A
espermatogênese envolve proliferação mitótica, divisão meiótica e
diferenciação haplóide (Stabenfeldt e Edqvist, 1993). No cão essa produção
inicia-se aos 4 meses de idade, mas os espermatozóides aparecem nos
ejaculados a partir de 10 a 12 meses de idade (Allen, 1995). O período de
duração da espermatogênese é de aproximadamente 8 semanas, enquanto as
duas últimas semanas são de maturação no epidídimo. Os espermatozóides
que não são expulsos no ejaculado, são então conduzidos até a bexiga, pelo
ducto deferente, e são eliminados juntamente com a urina do animal (Feldman,
1996).
Produção Hormonal
Dois tipos celulares são responsáveis pela produção de hormônios
dentro dos testículos: a célula de Leydig e a célula de Sertoli. A produção de
espermatozóides depende da presença desses hormônios, principalmente da
testosterona produzida nos testículos. A principal função da célula de Leydig é
a produção da testosterona, importante para o desenvolvimento e manutenção
da espermatogênese e das características masculinas. A produção dessa
substância é controlada pelo hormônio luteinizante (LH). Sendo assim, um
sensível sistema de feedback negativo opera entre a secreção de LH e
testosterona. A testosterona produzida pelas células de Leydig se desloca tanto
para os túbulos seminíferos, e induz nessa região a espermatogênese, quanto
para a corrente sanguínea, gerando desenvolvimento e manutenção da libido,
atividade secretória dos órgãos acessórios masculinos e desenvolvimento das
características corporais associadas com o fenótipo masculino. A atividade
secretória da célula de Sertoli é controlada pelo hormônio folículo-estimulante
51
(FSH). Essa célula converte a testosterona produzida pela célula de Leydig em
estrogênios, sendo que a função desse composto na espermatogênese não é
conhecida. A célula de Sertoli é também uma fonte de inibina, uma proteína
que suprime a secreção de FSH a nível da hipófise (Stabenfeldt e Edqvist,
1993).
CICLO ESTRAL DA CADELA
O ciclo estral é dividido classicamente em fases que representam tanto
os eventos comportamentais quanto gonadais. Em cadelas, está classificado
em pró-estro, estro, diestro e anestro (Cunningham e Klein, 2008). A duração
do intervalo interestral, do fim do estro ao inicio do proestro, normalmente varia
de 4,5 a 10 meses, com média de 7 meses.
Anestro
A fase de anestro é caracterizada por inatividade reprodutiva, involução
uterina e reparo endometrial. A cadela normal não é atrativa nem receptiva aos
machos da espécie. Há corrimento vaginal mucóide mínimo e a vulva
apresenta-se pequena. O término do anestro, início do pró-estro, sucede a
secreção pulsátil de GnRH pelo hipotálamo, que leva a secreção de FSH e LH.
Durante o final do anestro, as concentrações séricas médias do FSH
aumentam moderadamente, enquanto ocorrem ondas episódicas do LH. As
concentrações séricas do estrogênio e progesterona apresentam-se basais (de
5 a 10pg/ml e <1ng/ml, respectivamente) no final do anestro. Normalmente
essa fase tem duração de um a seis meses.
Pró-estro
52
Durante o pró-estro, a cadela atrai os machos, mas não está receptiva
ao cruzamento. Há um corrimento vaginal serossanguinolento-hemorrágico de
origem uterina e a vulva apresenta-se com volume discretamente aumentado e
túrgida. As concentrações séricas do FSH e LH estão baixas durante a maior
parte do pró-estro, aumentando durante as ondas pré-ovulatórias. O estrogênio
aumenta para níveis máximos (de 50 a 100pg/dl), enquanto a progesterona
permanece basal (<1ng/ml), até se elevar com a onda de LH (de 2 a 4ng/ml).
Em geral, a onda de LH dura de 12 a 24 horas na cadela. O pró-estro pode
durar de três dias a três semanas, com média de 9 dias. A fase folicular do
ciclo ovariano coincide com o pró-estro e o início do estro.
Estro
Na fase de estro, a cadela normal exibe comportamento receptivo ou
passivo em relação ao macho, permitindo o cruzamento. O corrimento vaginal
de hemorrágico a serossanguinolento diminui em graus variáveis. O aumento e
o edema da vulva tendem a estar no máximo, mas a vulva apresenta-se macia.
O estrogênio plasmático diminui progressivamente para concentrações basais
e as concentrações de progesterona aumentam com regularidade (em geral de
4 a 10ng/ml na ovulação), o que marca a fase luteínica do ciclo ovariano. O
estro dura de três dias a três semanas, com média de nove dias. O
comportamento receptivo do estro pode anteceder ou suceder rapidamente o
máximo do LH. A ovulação dos oócitos primários inférteis inicia-se cerca de
dois dias após a onda do LH, com a maturação do oócito ocorrendo
posteriormente dentro de um a três dias. O período de viabilidade dos oócitos
secundários ou férteis é de dois a três dias.
53
Diestro
Durante o diestro, a cadela normal torna-se relutante ao cruzamento e
gradualmente menos atraente aos machos. O corrimento vaginal diminui, em
geral tornado-se mucóide e levemente supurativo antes de desaparecer, e o
edema regride de modo lento. As concentrações plasmáticas do estrogênio
permanecem baixas durante essa fase, exceto por um leve aumento na cadela
gestante antes do parto. As concentrações plasmáticas da progesterona
aumentam regularmente durante as primeiras semanas do diestro para
alcançar um platô de 15 a 80ng/mL, e então diminuem progressivamente no
final dessa fase. Em geral, o diestro perdura por dois a três meses na ausência
da gestação e, ao término dessa fase, as concentrações da prolactina
aumentam de forma inversa a diminuição das concentrações da progesterona
(Olson e Nett, 1986; Davidson e Feldman, 2004).
MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO CICLO ESTRAL DA CADELA
A problemática da obtenção de sucesso através da inseminação artificial
(IA) em cadelas está diretamente ligada às dificuldades relacionadas à
determinação do momento ideal para inseminação nessa espécie de fisiologia
reprodutiva particular. Inicialmente, sugere-se a observação das mudanças
anatômicas e comportamentais da cadela que ocorrem durante as fases do
ciclo estral. Outro método prático sugerido é a associação da observação das
mudanças citadas com a citologia vaginal (Silva et al., 2003).
Citologia Vaginal
Na citologia vaginal podem ser observadas diferentes células do epitélio
escamoso estratificado, localizado na camada mucosa, que mudam
54
morfologicamente de acordo com a fase do ciclo estral em que a cadela se
encontra. Na fase de anestro, aparecem células parabasais pequenas e
intermediárias, com neutrófilos não tóxicos eventuais e pequeno número de
bactérias variadas. No pró-estro, há presença de células parabasais pequenas
a células intermediárias pequenas e grandes, células intermediárias
superficiais, células epiteliais superficiais (cornificadas), normalmente há
hemácias e quantidades variáveis de bactérias e neutrófilos, além de muco. No
estro, são observadas 80% a 100% de células superficiais, não há presença de
leucócitos e pode haver hemácias. Durante o diestro, são vistas células
epiteliais parabasais e freqüentemente neutrófilos (Davidson e Feldman, 2004;
Henson, 2003).
Vaginoscopia
Uma alternativa para aumentar a eficiência na determinação do
momento ótimo para IA é o acompanhamento da cadela por vaginoscopia e,
sendo assim, o momento ideal seria quando a mucosa vaginal apresentar
pregas fortemente angulosas e de coloração pálida.
Progesterona Plasmática
O método mais eficiente para se determinar o momento ótimo para a IA
é através da dosagem de progesterona plasmática, uma vez que a cadela é a
única dentre as fêmeas domésticas que apresenta uma evolução da
progesteronemia dois a três dias antes da ovulação. Essa dosagem é hoje uma
prática rotineira que pode ser feita com auxílio de kits semiquantitativos
comerciais do Enzime linked Imunosorbent Assay (ELISA) ou por laboratórios
especializados que fornecem valores quantitativos obtidos por
55
radioimunoensaio (RIA). O RIA é geralmente o mais acurado das duas
técnicas, sendo, entretanto, mais caro e requerendo maior tempo de execução
(Johnston et al., 2001).
COLHEITA E AVALIAÇÃO DE SÊMEN CANINO
O ejaculado do cão tem três frações distintas, das quais a primeira e a
terceira tem origem na próstata, e a segunda é rica em espermatozóides
(Stabenfeldt e Edqvist, 1993). Sendo assim, o método de colheita pode
influenciar sua qualidade. A colheita por meio de vagina artificial permite
mistura das frações e, in vitro, isso pode ser deletério para os
espermatozóides, além de haver um contato prolongado entre o látex e o
esperma, fazendo com que haja completa imotilidade dessas células (Allen,
1995). Para a avaliação precisa do sêmen, sugeriu-se que é necessário
separar as frações. Sendo assim, o sêmen é mais comumente colhido em
tubos plásticos de centrífuga por meio de funis de vidro após manipulação do
pênis. Esse procedimento pode ser facilitado pela presença de uma fêmea no
estro. Durante a colheita é importante assegurar que o sêmen não sofra
choque térmico e, para isso, o equipamento de colheita deve ser aquecido e
protegido por material isolante térmico. O sêmen pode ser colhido de cães com
libido inadequada por meio de estimulação elétrica, mas essa técnica requer
uso de anestesia geral, o volume do ejaculado é pequeno e pode ocorrer
contaminação do ejaculado com urina (England, 2004).
Avaliação do Sêmen
56
A avaliação do sêmen deve ser realizada o mais próximo possível da
hora da colheita para diminuir o aparecimento de artefatos causados pela
coleta do líquido prostático (Feldman, 1996). A avaliação clássica é realizada
considerando-se aspectos microscópicos, macroscópicos e aspectos físicos do
ejaculado canino (Allen, 1995). A avaliação macroscópica inclui o volume, que
pode variar de 1 a 40 ml por ejaculado normal de acordo com idade, tamanho,
freqüência da coleta e a quantidade de terceira fração coletada; coloração, que
normalmente é branco opaco; e aspecto, que combina dados de concentração
e viscosidade. Na avaliação microscópica, pode-se observar a motilidade, que
deve ser de 70% em uma amostra normal; vigor espermático ou velocidade de
progressão, que é subdividido em 5 graus e em cães normais deve ser superior
a 3; concentração, que normalmente é de 200 a 1000 x 106 espermatozóides; e
morfologia, que em cães adultos normais a porcentagem de patologias totais
não deve ultrapassar 70%, sendo o máximo de 10% de patologias primárias e
20% de secundárias. Os aspectos físicos incluem pH, que normalmente em
cão varia de 6,3 a 6,7 no sêmen e de 6,0 a 7,4 no líquido prostático; e
osmolaridade que varia de 300 a 310 Osm/l. Ainda podem ser realizados
citologia e cultura do sêmen para pesquisa de bactérias ou células
inflamatórias (Saito, 2001).
SINCRONIZAÇÃO E TIPOS DE SÊMEN DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
O momento ideal para realizar a IA em cadelas compreende o 5° ou 6°
dia após o aparecimento do pico de LH, período em que já ocorreu a ovulação
(após 48 horas do pico de LH) e a maturação dos oócitos (em torno de 2 a 3
dias após a ovulação), estando os mesmo prontos para serem fertilizados. A
57
detecção precisa desse momento pode ser feita por dosagem do LH (no
sangue ou urina); citologia vaginal, realizada a cada dois dias e, a partir do
aparecimento da citologia condizente com estro, insemina-se a fêmea a cada
48 horas até o término do estro; citologia vaginal acompanhada de dosagem de
progesterona sérica, que é um método que se baseia no aparecimento de estro
na citologia para realizar a dosagem de progesterona, que, caso seja entre 2 e
5 ng/ml, a IA é feita em até 72 horas e, se for entre 5 a 10ng/ml, é realizada em
até 24 horas; e somente dosagem de progesterona sérica, realizada a partir do
8° dia de estro e realizada a 4 dias, conforme esquema anterior (Saito, 2001).
Tipos de Sêmen
Além da dosagem hormonal e citologia vaginal, o período ideal para a
inseminação pode variar de acordo com o tipo de sêmen a ser administrado. O
sêmen congelado-descongelado costuma ser de qualidade inferior e deve ser
depositado no trato reprodutivo da fêmea quando oócitos férteis estiverem
disponíveis. Para a inseminação com sêmen fresco, a cadela pode ser
monitorada por citologia ou endoscopia vaginal, porque tais métodos são
eficientes para detectar o “período fértil” nesse caso. Para o sêmen
criopreservado, a IA deve ser realizada com base na determinação de
progesterona sérica ou LH, pois tais métodos permitem a detecção do “período
de fertilização” (England, 2004).
Sêmen Fresco
O sêmen fresco pode ser utilizado sem diluição ou diluído com uma
solução extensora (diluente) para aumentar sua longevidade e controlar o
crescimento de bactérias pela adição de agentes antibacterianos (England,
58
2004). Podem ser utilizados como diluentes o Tris, água de coco, solução
salina fisiológica e leite desnatado (Silva et al., 2003) A inseminação artificial
com esse tipo de sêmen pode ser empregada quando o acasalamento natural
não é possível. O sêmen não diluído mantido a 39°C deteriora-se rapidamente
e para armazenamento em períodos curtos de tempo até a IA (menos de 6
horas) é melhor deixar a amostra atingir a temperatura ambiente e utilizar um
diluidor. A dose total de inseminação com esse tipo de sêmen contém de 50 a
200 milhões de espermatozóides, sendo realizadas até quatro inseminações
(England, 2004).
Sêmen Resfriado
Quando não é necessário o emprego imediato do sêmen, sua viabilidade
é prolongada através da refrigeração e da adição de diluidores. O sêmen
refrigerado apresenta maior flexibilidade que o fresco, podendo ser
transportado em garrafas térmicas e manter-se viável por um a cinco dias,
desde que a temperatura seja mantida em torno de 4° e 5°C (Silva et al., 2003;
England, 2004). O processo de refrigeração de sêmen na espécie canina
mostrou-se viável até o período de 72 horas, utilizando-se diluidores à base de
leite desnatado - glicose ou glicina-gema de ovo (Cunha e Lopes 2000). No
estudo de Chirinéia et al. (2006), durante o processo de refrigeração, houve
superioridade do meio comercial MP50 quando comparado ao meio Tris 8%
(frutose, ácido cítrico, glicerol) relacionada às alterações funcionais e
morfológicas dos espermatozóides. Segundo Weiss et al. (2003), a motilidade
espermática mínima de 50,0% em amostras de sêmen refrigerado permaneceu
em 53,5% até 72 horas para a diluição em Tris-gema; em 59,5 % até 48 horas
para o leite desnatado; em 61,5 % até 48 horas para Tris-gema + secreção
59
prostática e em 57,5 % até 24 horas para leite desnatado + secreção
prostática.
Sêmen Congelado
O sêmen canino pode ser ainda congelado e armazenado por tempo
indeterminado, permanecendo potencialmente fecundante quando reaquecido
e utilizado em IA. Desse modo, o sêmen congelado é o que oferece maior
flexibilidade de uso, porém é o que sofre as mudanças mais drásticas quanto à
sua qualidade pós-descongelação (Silva et al., 2003). São utilizados diversos
tipos de diluentes, em geral a base de gema de ovo, glicerol e tampão de pH,
antes de expor o sêmen ao congelamento a – 196°C e subseqüentemente
descongelamento. Este processamento permite que o sêmen seja transportado
por longas distâncias ou que amostras sejam armazenadas para emprego em
gerações futuras (England, 2004).
Os resultados de um experimento realizado por Silva et al. (2000)
sugerem uma superioridade do diluidor à base de Tris em relação ao diluidor à
base de água de coco na congelação do sêmen do cão acrescidos de 20% de
gema de ovo e 6% de glicerol, quanto aos parâmetros de vigor, alterações
espermáticas totais e secundárias. Os diluidores à base de lactose gema foram
mais eficazes em preservar a viabilidade espermática pós-descongelação e a
dimetil-formamida é um crioprotetor eficaz para espermatozóides de cães
(Oliveira et al., 2006). Os resultados do estudo de Cardoso et al. (2000)
mostraram que a adição de gema de ovo e glicerol ao diluidor a base de água
de coco foi necessária para a preservação da qualidade espermática e que
este diluidor pode ser utilizado com sucesso para a congelação de sêmen
60
canino. O uso de diluente de gema de ovo com Tris em sêmen canino
criopreservado foi significativamente melhor que o soro de albumina bovina –
Tris em relação à taxa de prenhez e ao número de filhotes (Santos et al.,
2007). O diluente composto de leite desnatado, glicose e glicerol está
disponível para a criopreservação de sêmen canino como uma alternativa aos
diluidores contendo gema de ovo, e isso pode contribuir tanto para a eficácia
do intercâmbio de material genético e produção de cães-guia para cegos (Abe
et al., 2008).
Quanto à utilização de crioprotetores para conservação do sêmen
canino, a solução de lactose com gema de ovo pode ser utilizada também para
essa finalidade. Bons resultados de motilidade, vigor e retenção acrossômica
no sêmen pós-descongelação foram descritos quando se utilizou glicerol a 6%
e equex 0,4% em espermatozóides caninos (Weiss et al., 2000). A crioproteção
do glicerol, na concentração de 8%, associado ao diluente a base de Tris-
gema, preservou as características morfofisiológicas do espermatozóide canino
no processo de congelação (Santos et al., 2003). Resultados obtidos por
Castro el al. (2007) demonstraram que não houve diferença significativa nas
características seminais (P> 0,05) das amostras criopreservadas com glicerol e
etileno-glicol e, portanto, tanto o glicerol quanto o etileno-glicol podem ser
utilizados na criopreservação do sêmen canino. Porém, alguns autores
discordam sobre o uso do etileno-glicol utilizado separadamente ou associado
ao glicerol por não existirem vantagens na adição desse crioprotetor (Silva,
2007).
Doses Inseminantes
61
O número mínimo de espermatozóides requerido para a inseminação
artificial não está bem estabelecido. Taxas de fertilidade satisfatórias já foram
obtidas com doses inseminantes de 35 x 106 espermatozóides móveis após IA
intra-uterina e de 50 x 106 espermatozóides móveis após IA intra-vaginal. De
um modo geral, a IA intra-uterina requer uma menor concentração de
espermatozóides por inseminação artificial do que a técnica de IA intra-vaginal
(Silva et al., 2003).
Taxa de Prenhez
As taxas de sucesso para cadelas férteis inseminadas no período
apropriado foram: para o sêmen fresco, uma taxa de prenhez de 60% a 90%,
para o sêmen resfriado essa taxa variou de 50% a 70% e para o sêmen
congelado de 30% a 60% (England, 2004).
TÉCNICAS UTILIZADAS NA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL DE CADELAS
Deve-se ter cuidado durante a manipulação de sêmen antes e no
decorrer de uma inseminação. Todo o equipamento deve ser testado quanto à
toxicidade antes de ser utilizada na situação clínica (England, 2004).
Inseminação Artificial Intra-vaginal
A inseminação artificial intra-vaginal (IAIV) consiste na deposição do
sêmen na vagina da cadela e apresenta-se como a via de escolha na maioria
dos casos, por ser de fácil execução e por oferecer bons resultados de um
modo geral. Pode-se utilizar uma pipeta rígida de vidro ou plástica, geralmente
utilizada para a inseminação de bovinos, um pênis artificial, que consiste em
um dispositivo plástico preenchido por ar, imitando as dimensões do pênis do
62
cão ou a sonda de Osíris. Essa última opção é uma pipeta plástica, flexível e
munida de um pequeno balão inflável na sua extremidade distal, imitando o
enchimento dos bulbos eréteis do pênis do cão durante o coito e impedindo o
refluxo do sêmen. O balonete evita também o recuo da sonda e estimula o
peristaltismo vaginal, tal qual ocorre no coito. Essa sonda realiza a aspersão do
sêmen diretamente na porção cranial da vagina (Silva et al., 2003). A vagina
pode ser estimulada usando-se um dedo na tentativa de iniciar contrações
vaginais e uterinas que podem impelir o ejaculado cranialmente dentro do trato
reprodutivo. Além disso, é comum elevar os quartos posteriores da cadela para
assegurar que o sêmen se propague cranialmente e se concentre ao redor da
cérvix (England, 2004).
De acordo com estudo realizado por Niz˙an´ski (2006), as taxas de
concepção e tamanho de ninhadas em cadelas inseminadas com sêmen
fresco, utilizando-se uma dose inseminante total de 300 x 106 espermatozóides,
não são afetadas pelo método de inseminação artificial utilizado, quando
comparado a infusão por pipeta de bovinos e a utilização de sonda de Osíris.
Sendo assim, pode-se dizer que esses métodos são equivalentes.
Inseminação Artificial Intra-uterina
A inseminação por via intra-uterina (IAIU), que consiste na deposição do
sêmen diretamente dentro do útero, fica reservada para casos particulares,
onde a via vaginal poderia comprometer os resultados dessa técnica, citando-
se os casos de utilização de um sêmen congelado com baixa qualidade pós-
descongelação ou como uma alternativa para melhorar as taxas de fertilidade
de machos oligospérmicos.
63
Inseminação Artificial Intra-uterina Via Transcervical
A IAIU via transcervical não é uma técnica fácil de ser executada e, em
alguns casos, a tranqüilização do animal pode ser necessária (Silva et al.,
2003). Para essa técnica é necessária a utilização de um cateter norueguês,
que consiste em um revestimento plástico externo e um cateter de metal
interno com a extremidade terminando em um bulbo arredondado. O cateter
plástico externo é inserido na vagina até a altura da cérvix, que é palpada e
realinhada por manobra transabdominal, de modo que esteja continua com a
direção da vagina. O cateter interno é impulsionado e manipulado através da
cérvix. Essa técnica funciona bem, mas requere treinamento e prática
considerável, além de que, em animais obesos, grandes ou nervosos, pode ser
difícil de realizá-la, já que o abdome se encontra tenso (England, 2004).
Em colônias de cão-guia, a aplicação da inseminação artificial
transcervical utilizando sêmen canino congelado é necessária para ajudar a
satisfazer a procura de fornecimento adequado de cães-guia para cegos (Abe
et al., 2008).
Inseminação Artificial Intra-uterina Via Laparotomia
A IAIU por laparotomia foi desenvolvida no intuito de transpor as
dificuldades do cateterismo cervical. No entanto, essa técnica comporta uma
intervenção cirúrgica com todos os riscos implícitos. Além disso, uma anestesia
profunda poderia interferir na motilidade uterina e na migração oocitária.
Apesar de ser considerada uma técnica semicirúrgica, tem caráter pouco
invasivo e é de rápida execução, uma vez que o sêmen pode ser depositado
em apenas um corno uterino, e os espermatozóides rapidamente migram para
64
o outro corno. Os resultados obtidos após IAIU por laparoscopia, tanto com
sêmen fresco, como com sêmen congelado, têm sido satisfatórios (Silva et al.,
2003). O estudo de Hori et al. (2005) apresentou uma taxa de 80% de prenhez
em cadelas inseminadas artificialmente via laparotomia com sêmen congelado
canino obtido a partir de epidídimos refrigerados a 4°C.
Inseminação Artificial Intra-uterina Via Endoscópica
Outro procedimento que pode ser realizado é a IAIU por via
endoscópica. Esse método proporcionaria taxas de concepção em torno de
80%, mesmo com a utilização do sêmen congelado. Para sua execução, é
utilizado um endoscópio fibro-óptico rígido conectado a uma fonte luminosa e
um cateter urinário, sendo necessária a palpação abdominal para auxiliar a
guiar tais instrumentos (Silva et al., 2003). A técnica requer treinamento e
pratica antes da cateterização e algumas cadelas precisam ser sedadas, pois a
movimentação dificulta a colocação do cateter (England, 2004).
CONCLUSÃO
Para a aplicação da técnica de inseminação artificial em cadelas vários
quesitos precisam ser avaliados referentes aos animais que serão escolhidos
como reprodutores, aliando a melhor técnica e o tipo de sêmen a serem
utilizados para cada caso em específico. É importante também conversar e
saber previamente a opinião e vontade do dono, que devem ser respeitadas.
Apesar da inseminação artificial ser uma técnica difundida atualmente na
espécie canina, ainda há muito a ser pesquisado quanto a novos
conhecimentos e aperfeiçoamento das técnicas utilizadas para que o sucesso
esperado seja alcançado. Uma perda mínima da qualidade seminal, uma maior
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eficácia na determinação do momento ideal para a inseminação e utilização de
uma via eficiente que não traga riscos ao animal são exemplos de fatores a
serem estudados com maior afinco.
REFERÊNCIAS
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Esta revisão de literatura seguiu as normas para submissão constantes
nas instruções aos autores da revista Archieves of Veterinary Science, como
constante no anexo I.
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ANEXO I – INSTRUÇÕES AOS AUTORES: REVISTA ARCHIVES OF VETERINARY SCIENCE
52 Archives of Veterinary Science Diretrizes para Autores INSTRUÇÃO AOS AUTORES O periódico ARCHIVES OF VETERINARY SCIENCE (AVS) é publicado trimestralmente, sob orientação do seu Corpo Editorial, com a finalidade de divulgar artigos completos e de revisão relacionados à ciência animal sobre os temas: clínica, cirurgia e patologia veterinária; sanidade animal e medicina veterinária preventiva; nutrição e alimentação animal; sistemas de produção animal e meio ambiente; reprodução e melhoramento genético animal; tecnologia de alimentos; economia e sociologia rural e métodos de investigação científica. A publicação dos artigos científicos dependerá da observância das normas editoriais e dos pareceres dos consultores “ad hoc”. Todos os pareceres têm caráter sigiloso e imparcial, e os conceitos e/ou patentes emitidos nos artigos, são de inteira responsabilidade dos autores, eximindo-se o periódico de quaisquer danos autorais. A submissão de artigos deve ser feita diretamente na página da revista (www.ser.ufpr.br/veterinary.). Mais informações são fornecidas na seção “Informações sobre a revista”. APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS 1. Digitação: O artigo com no máximo vinte e cinco páginas deverá ser digitado em folha com tamanho A4 210 x 297 mm, com margens laterais direita, esquerda, superior e inferior de 2,5 cm. As páginas deverão ser numeradas de forma progressiva no canto superior direito. Deverá ser utilizada fonte arial 12 em espaço duplo; em uma coluna. Tabelas e Figuras com legendas serão inseridas diretamente no texto e não em folhas separadas. 2. Identificação dos autores e instituições: Todos os dados referentes a autores ou instituição devem ser inseridos exclusivamente nos metadados no momento da submissão online. Não deve haver nenhuma identificação no corpo do artigo enviado para a revista. Os autores devem inclusive remover a identificação de autoria do arquivo e da opção Propriedades no Word, garantindo desta forma o critério de sigilo da revista. 3. Tabelas: Devem ser numeradas em algarismo arábico seguido de hífen. O título será inserido na parte superior da tabela em caixa baixa (espaço simples) com ponto final. O recuo da segunda linha deverá ocorrer sob a primeira letra do título. (Ex.: Tabela 1 – Título.). As abreviações devem ser descritas em notas no rodapé da tabela. Estas serão referenciadas por números sobrescritos (1,2,3). Quando couber, os cabeçalhos das colunas deverão possuir as unidades de medida. 4. Figuras: Devem ser numeradas em algarismo arábico seguido de hífen. O título será inserido na parte inferior da figura em caixa baixa (espaço simples) com ponto final. O recuo da segunda linha deverá ocorrer sob a primeira letra do título (Ex.: Figura 1 – Título). As designações das variáveis X e Y devem ter iniciais maiúsculas e unidades entre parênteses. São admitidas apenas figuras em preto-e-branco. Figuras coloridas terão as despesas de clicheria e impressão a cores pagas pelo autor. Nesse caso deverá ser solicitada ao Editor (via ofício) a impressão a cores.
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NORMAS EDITORIAIS Artigo completo - Deverá ser inédito, escrito em idioma português (nomenclatura oficial) ou em inglês. O artigo científico deverá conter os seguintes tópicos: Título (Português e Inglês); Resumo; Palavras-chave; Abstract; Key words; Introdução; Material e Métodos; Resultados; Discussão; Conclusão; Agradecimento(s) (quando houver); Nota informando aprovação por Comitê de Ética (quando houver); Referências. Artigo de Revisão - Os artigos de revisão deverão ser digitados seguindo a mesma norma do artigo científico e conter os seguintes tópicos: Título (Português e Inglês); Resumo; Palavras-chave; Abstract; Key words; Introdução; Desenvolvimento; Conclusão; Agradecimento(s) (quando houver); Referencias. ESTRUTURA DO ARTIGO TÍTULO - em português, centralizado na página, e com letras maiúsculas. Logo abaixo, título em inglês, entre parêntesis e centralizado na página, com letras minúsculas e itálicas. Não deve ser precedido do termo título. RESUMO - no máximo 1800 caracteres incluindo os espaços, em língua portuguesa. As informações devem ser precisas e sumarizar objetivos, material e métodos, resultados e conclusões. O texto deve ser justificado e digitado em parágrafo único e espaço duplo. Deve ser precedido do termo “Resumo” em caixa alta e negrito. PALAVRAS-CHAVE – inseridas abaixo do resumo. Máximo de cinco palavras em letras minúsculas, separadas por vírgula, em ordem alfabética, retiradas exclusivamente do artigo, não devem fazer parte do título, e alinhado a esquerda. Não deve conter ponto final. Deve ser precedido do termo “Palavras-chave” em caixa baixa e negrito. ABSTRACT - deve ser redigido em inglês, refletindo fielmente o resumo e com no máximo 1800 caracteres. O texto deve ser justificado e digitado em espaço duplo, em parágrafo único. Deve ser precedido do termo “Abstract” em caixa alta e negrito. KEY WORDS - inseridas abaixo do abstract. Máximo de cinco palavras em letras minúsculas, separadas por vírgula, em ordem alfabética, retiradas exclusivamente do artigo, não devem fazer parte do título em inglês, e alinhado a esquerda. Não precisam ser traduções exatas das palavras-chave e não deve conter ponto final. Deve ser precedido do termo “Key words” em caixa baixa e negrito. INTRODUÇÃO – abrange também uma breve revisão de literatura e, ao final, os objetivos. O texto deverá iniciar sob a primeira letra da palavra “Introdução” (escrita em caixa alta e negrito), com recuo da primeira linha do parágrafo a 0,5 cm da margem esquerda. MATERIAL E MÉTODOS - o autor deverá ser preciso na descrição de novas metodologias e adaptações realizadas nas metodologias já consagradas na experimentação animal. Fornecer referência específica original para todos os procedimentos utilizados. Não usar nomes comerciais de produtos. O texto deverá iniciar sob a primeira letra do termo “Material e Métodos” (escrito em caixa alta e negrito), com recuo da primeira linha do parágrafo a 0,5 cm da margem esquerda. RESULTADOS - o texto deverá iniciar sob a primeira letra da palavra “Resultados” (escrita em caixa alta e negrito), com recuo da primeira linha do parágrafo a 0,5 cm
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da margem esquerda. Símbolos e unidades devem ser listados conforme os exemplos: Usar 36%, e não 36 % (não usar espaço entre o no e %); Usar 88 kg, e não 88Kg (com espaço entre o no e kg, que deve vir em minúsculo); Usar 42 mL, e não 42 ml (litro deve vir em L maiúsculo, conforme padronização internacional); Usar 25oC, e não 25 oC (sem espaço entre o no e oC ); Usar (P<0,05) e não (p < 0,05); Usar r2 = 0,89 e não r2=0,89; Nas tabelas inserir o valor da probabilidade como “valor de P”; Nas tabelas e texto utilizar média ± desvio padrão (15,0 ± 0,5). Devem ser evitadas abreviações não-consagradas, como por exemplo: “o T3 foi maior que o T4, que não diferiu do T5 e do T6”. Este tipo de redação é muito cômodo para o autor, mas é de difícil compreensão para o leitor. Escreva os resultados e apresente suporte com dados. Não seja redundante incluindo os mesmos dados ou resultados em tabelas ou figuras. DISCUSSÃO - o texto deverá iniciar sob a primeira letra da palavra “Discussão” (escrita em caixa alta e negrito), com recuo da primeira linha do parágrafo a 0,5 cm da margem esquerda. Apresente a sua interpretação dos seus dados. Mostre a relação entre fatos ou generalizações reveladas pelos seus resultados. Aponte exceções ou aspectos ainda não resolvidos. Mostre como os seus resultados ou interpretações concordam com trabalhos previamente publicados ou discordam deles, mas apresente apenas trabalhos originais, evitando citações de terceiros. Discuta os aspectos teóricos e/ou práticos do seu trabalho. Pequenas especulações podem ser interessantes, porém devem manter relação factual com os seus resultados. Afirmações tais como: "Atualmente nós estamos tentando resolver este problema..." não são aceitas. Referências a "dados não publicados" não são aceitas. Conclua sua discussão com uma curta afirmação sobre a significância dos seus resultados. CONCLUSÕES - preferencialmente redigir a conclusão em parágrafo único, baseada nos objetivos. Devem se apresentar de forma clara e sem abreviações. O texto deverá iniciar sob a primeira letra da palavra “Conclusão” (escrita em caixa alta e negrito), com recuo da primeira linha do parágrafo a 0,5 cm da margem esquerda. AGRADECIMENTOS - os agradecimentos pelo apoio à pesquisa serão incluídos nesta seção. Seja breve nos seus agradecimentos. Não deve haver agradecimento a autores do trabalho. O texto deverá iniciar sob a primeira letra da palavra “Agradecimento” (escrita em caixa baixa). NOTAS INFORMATIVAS - quando for o caso, antes das referências, deverá ser incluído parágrafo com informações e número de protocolo de aprovação da pesquisa pela Comissão de Ética e ou Biossegurança. (quando a Comissão de Ética pertencer à própria instituição onde a pesquisa foi realizada, deverá constar apenas o número do protocolo). REFERÊNCIAS - o texto deverá iniciar sob a primeira letra da palavra “Referências” (escrita em caixa alta e negrito). Omitir a palavra bibliográficas. Alinhada somente à esquerda. Usar como base as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (NBR 10520 (NB 896) - 08/2002). Devem ser redigidas em página separada e ordenadas alfabeticamente pelo(s) sobrenome(s) do(s) autor(es). Os destaques deverão ser em NEGRITO e os nomes científicos, em ITÁLICO. NÃO ABREVIAR O TÍTULO DOS PERIÓDICOS. Indica-se o(s) autor(es) com entrada pelo último sobrenome seguido do(s) prenome(s) abreviado (s), exceto para nomes de origem espanhola, em que entram os dois últimos sobrenomes. Mencionam-se os
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autores separados por ponto e vírgula. Digitá-las em espaço simples e formatálas segundo as seguintes instruções: no menu FORMATAR, escolha a opção PARÁGRAFO... ESPAÇAMENTO...ANTES...6 pts. Exemplo de como referenciar: ARTIGOS DE PERIÓDICOS: JOCHLE, W.; LAMOND, D.R.; ANDERSEN, A.C. Mestranol as an abortifacient in the bitch. Theriogenology, v.4, n.1, p.1-9, 1975. Livros e capítulos de livro. Os elementos essenciais são: autor(es), título e subtítulo (se houver), seguidos da expressão "In:", e da referência completa como um todo. No final da referência, deve-se informar a paginação. Quando a editora não é identificada, deve-se indicar a expressão sine nomine, abreviada, entre colchetes [s.n.]. Quando o editor e local não puderem ser indicados na publicação, utilizam-se ambas as expressões, abreviadas, e entre colchetes [S.I.: s.n.]. REFERÊNCIA DE LIVROS (in totum): BICHARD, S.J.; SHERDING, R.G. Small animal practice. Philadelphia : W.B. Saunders, 1997. 1467 p. REFERÊNCIA DE PARTES DE LIVROS: (Capítulo com autoria) SMITH, M. Anestrus, pseudopregnancy and cystic follicles. In: MORROW, D.A. Current Therapy in Theriogenology. 2.ed. Philadelphia : W.B. Saunders, 1986, Cap.x, p.585-586. REFERÊNCIA DE PARTES DE LIVROS: (Capítulo sem autoria) COCHRAN, W.C. The estimation of sample size. In____. Sampling techniques. 3.ed. New York : John Willey, 1977. Cap.4., p.72-90. OBRAS DE RESPONSABILIDADE DE UMA ENTIDADE COLETIVA: A entidade é tida como autora e deve ser escrita por extenso, acompanhada por sua respectiva abreviatura. No texto, é citada somente a abreviatura correspondente. Quando a editora é a mesma instituição responsável pela autoria e já tiver sido mencionada, não é indicada. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY - AOAC. Official methods of analysis. 16.ed. Arlington: AOAC International, 1995. 1025p. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV. Sistema de análises estatísticas e genéticas - SAEG. Versão 8.0. Viçosa, MG, 2000. 142p. REFERÊNCIA DE TESE/DISSERTAÇÃO/MONOGRAFIA: BACILA, M. Contribuição ao estudo do metabolismo glicídico em eritrócitos de animais domésticos. 1989. Curitiba, 77f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) - Curso de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Paraná. REFERÊNCIA DE PUBLICAÇÕES EM CONGRESSOS: KOZICKI, L.E.; SHIBATA, F.K. Perfil de progesterona em vacas leiteiras no período do puerpério, determinado pelo radioimunoensaio (RIA). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, XXIV., 1996, Goiânia. Anais... Goiânia: Sociedade Goiana de Veterinária, 1996, p. 106-107. RESTLE, J.; SOUZA, E.V.T.; NUCCI, E.P.D. et al. Performance of cattle and buffalo fed with different sources of roughage. In: WORLD BUFFALO CONGRESS, 4., 1994, São Paulo. Proceedings... São Paulo: Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos, 1994. p.301-303. REFERÊNCIA DE ARTIGOS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS:Quando se tratar de obras consultadas on-line, são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão
73
“Disponível em: xx/xx/xxxx”e a data de acesso do documento, precedida da expressão “Acesso em: xx/xx/xxxx.” PRADA, F.; MENDONÇA Jr., C. X.; CARCIOFI, A. C. [1998]. Concentração de cobre e molibdênio em algumas plantas forrageiras do Estado do Mato Grosso do Sul. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.35, n.6, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/ Acesso em: 05/09/2000. MÜELLER, Suzana Pinheiro Machado. A comunicação científica e o movimento de acesso livre ao conhecimento. Ciência da Informação, Brasília, v. 35, n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019652006000200004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 13/05/2007.56 REBOLLAR, P.G.; BLAS, C. [2002]. Digestión de la soja integral em ruminantes. Disponível em: http://www.ussoymeal.org/ruminant_s.pdf. Acesso em: 12/10/2002. SILVA, R.N.; OLIVEIRA, R. [1996]. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA URPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônico...Recife: Universidade Federal do Pernambuco, 1996. Disponível em: http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais.htm> Acesso em: 21/01/1997. CITAÇÃO DE TRABALHOS PUBLICADOS EM CD ROM:Na citação de material bibliográfico publicado em CD ROM, o autor deve proceder como o exemplo abaixo: EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.M.; OLIVEIRA, M.P. Avaliação de cultivares de Panicum maximum em pastejo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 36., 1999, Porto Alegre. Anais... São Paulo: Gmosis, 1999, 17par. CD-ROM. Forragicultura. Avaliação com animais. FOR-020. INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Bases de dados em Ciência e Tecnologia. Brasília, n. 1, 1996. CD-ROM. E.mail Autor, < e-mail do autor. “Assunto”, Data de postagem, e-mail pessoal, (data da leitura) Web Site Autor [se conhecido], “Título”(título principal, se aplicável), última data da revisão [se conhecida], < URL (data que foi acessado) FTPAutor [se conhecido] “Título do documento”(Data da publicação) [se disponível], Endereço FTP (data que foi acessado) CITAÇÕES NO TEXTO: Quando se tratar de dois autores, ambos devem ser citados, seguido apenas do ano da publicação; três ou mais autores, citar o sobrenome do primeiro autor seguido de et al. obedecendo aos exemplos abaixo: Silva e Oliveira (1999) Schmidt et al. (1999) (Silva et al., 2000)