relatorio de avaliação de risco de queda de arvore
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VALENA/BA
Setembro/2015
Avaliao de Risco de Queda de rvore castanheira-do-
par (Bertholletia excelsa Bonpl.)
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RELATRIO DE AVALIAO DE RISCO DE QUEDA DE RVORE
N INTERNO REVISO TIPO DE EMISSO
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B - PARA APROVAO D - CANCELAMENTO
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REVISO TIPO DE
EMISSO DESCRIO ELABORADO POR VERIFICADO POR APROVADO POR DATA
00 B Emisso de Documento
Luiz octvio Fernando Batista
Lander Alves Carlos Ernesto
Lander Alves Alex Ramos 22/09/2015
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QUALIFICAO DO PROPONENTE
IDENTIFICAO DO EMPREENDEDOR
PREFEITURA MUNICIPAL DE VALENA SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE / CONSELHO MUNICIPAL DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE
RUA DUQUE DE CAXIAS 201 CENTRO CEP 45.400-000
Telefone: 3641-8643 Cristiano Menezes
E-mail: [email protected]
EMPRESA RESPONSVEL PELA ELABORAO DO RELATRIO
BIOCONSULTORIA AMBIENTAL LTDA. CNPJ: 06.301.580/0002-14
E-mail: [email protected] Av. 02 de julho, 35. Centro Caetit BA
CEP: 46.400.000 Telefone: (77) 3454-2665
PROFISSIONAL RESPONSVEL PELA COORDENAO GERAL DESTE RELATRIO
Alex Ramos Pereira/ Bilogo CRBio 27.639/5D Diretor Geral / Gerente Escritrio Caetit
EQUIPE TCNICA ENVOLVIDA
Lander Alves / Bilogo, Msc. Ecologia e Biomonitoramento CRBio 36.522/8-D Fernando Batista Silva Neto / Engenheiro Agrnomo - CREA/BA-92472
Luiz Octavio Lima Pedreira / Engenheiro Florestal CREA/RJ 201211136-7 Carlos Ernesto / Bilogo CRBio 67.557/08-D
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APRESENTAO
O presente trabalho fruto de avaliao de risco de queda da rvore castanheira-do-par (Bertholletia
excelsa Bonpl.) situada no quintal de uma propriedade em rea urbana Rua Veteranos da Independncia
n 380, bairro do Amparo, municpio de Valena, em meio a cacaual no ponto de coordenadas UTM 24 L
491.500; 8.522.028, Datum WGS84.
A rvore em questo destaca-se pelo seu grande porte e beleza, vegetando em meio a cacaueiros em lote
particular e sendo avistada de diversos pontos da cidade, chamando ateno por seu porte avantajado.
Entretanto, nos ltimos anos moradores da regio tem observado aparente inclinao da rvore em
direo ao logradouro e casas prximas, bem como uma grande abertura em seu caule.
Nesse quadro, o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CODEMA) entrou em contato com a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente para que fosse feita uma avaliao do risco de queda da rvore, ou
de suas partes, sobre os moradores, suas residncias e rede eltrica, bem como sobre os transeuntes e
veculos que trafegam pelo logradouro. Deste modo, a Bioconsultoria Ambiental Ltda. foi contratada para
proceder a referida avaliao, tendo assim optado pela utilizao da metodologia Tree Risk Assessment
Qualification - TRAQ, desenvolvida pela Sociedade Internacional de Arboricultura ISA (sigla em ingls),
como um conjunto de tcnicas que visam promover a segurana das pessoas e dos patrimnios pblicos e
privados, atravs de uma abordagem sistemtica e padronizados de avaliao do risco de rvores.
Os resultados desta avaliao de risco podero oferecer aos responsveis pela gesto do patrimnio
ambiental do municpio subsdios para embasar o processo de tomada de decises em prol da garantia dos
direitos individuais e coletivos vida, segurana, bem como a um ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida.
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SUMRIO
APRESENTAO .......................................................................................................................................................... 4
1. INTRODUO .................................................................................................................................................... 8
2. OBJETIVO..........................................................................................................................................................10
3. CARACTERSTICAS DA ESPCIE ..........................................................................................................................11
4. MATERIAIS E MTODOS....................................................................................................................................16
4.1. LOCAL DE ESTUDO ...................................................................................................................................16
4.2. CLIMA ......................................................................................................................................................20
4.3. EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS UTILIZADOS .......................................................................................21
4.4. METODOLOGIA DE ANLISE UTILIZADA ...................................................................................................21
5. RESULTADOS E DISCUSSO ...............................................................................................................................24
5.1. HISTRICO DO STIO ................................................................................................................................24
5.2. AVALIAO E DESCRIO DOS ALVOS .....................................................................................................24
5.3. ESTADO SANITRIO DA RVORE ..............................................................................................................29
5.4. FATORES DE CARGA .................................................................................................................................32
5.5. DEFEITOS DA RVORE E CONDIES AFETANDO A PROBABILIDADE DE QUEDA .......................................34
5.5.1. COPA ........................................................................................................................................................34
5.5.2. GALHOS .....................................................................................................................................................39
5.5.3. TRONCO .....................................................................................................................................................40
5.5.4. SISTEMA RADICULAR E COLO ..........................................................................................................................45
5.6. CONDIES DE PREOCUPAO ...............................................................................................................45
6. CONCLUSO .....................................................................................................................................................47
6.1. CLASSIFICAO GERAL DE RISCO DE QUEDA DA RVORE .........................................................................47
6.2. RECOMENDAES ...................................................................................................................................48
6.3. CONSIDERAES IMPORTANTES PARA EMBASAMENTO DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISO ..........49
7. REFERNCIAS ....................................................................................................................................................52
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NDICE DE FIGURAS
FIGURA 3-1 PRANCHAS DA CASTANHEIRA-DO-PAR EM HTTP://FLORABRASILIENSIS.CRIA.ORG.BR/SEARCH?TAXON_ID=22019. .............. 11
FIGURA 3-2 DISTRIBUIO DA CASTANHEIRA-DO-PAR NA REGIO AMAZNICA. ............................................................................. 12
FIGURA 3-3 DISTRIBUIO DA CASTANHEIRA-DO-PAR DE ACORDO COM A LISTA DE ESPCIES DA FLORA DO BRASIL DO JARDIM BOTNICO DO
RIO DE JANEIRO (BANCO TAXONMICO BOTNICO OFICIAL DO BRASIL). .................................................................................. 13
FIGURA 4-1- MAPA DE LOCALIZAO DO MUNICPIO DE VALENA-BA ............................................................................................ 17
FIGURA 4-2: IMAGEM AREA, LOCALIZAO DA CASTANHEIRA-DO-PAR. ......................................................................................... 19
FIGURA 4-3 CLIMOGRAMA DO MUNICPIO DE VALENA BA....................................................................................................... 20
FIGURA 5-1 RAIOS DE DISTNCIA EQUIVALENTE A 1 X A ALTURA DA RVORE (50 M), E 1,5 X A ALTURA DA RVORE (75 M). .................... 25
FIGURA 5-2 PROVVEL ORIENTAO DE QUEDA DA RVORE. ........................................................................................................ 25
NDICE DE FOTOS
FOTOS 4-1 E 4-2 - VISTA NORDESTE EVIDENCIANDO TERRENO INCLINADO, PLANTIO DE CACAU E SERAPILHEIRA ABUNDANTE (FONTE:
CODEMA)................................................................................................................................................................. 18
FOTO 5-1 ALVO 1, RESIDNCIAS DA RUA VETERANOS DA INDEPENDNCIA. ..................................................................................... 29
FOTO 5-2 ALVO 2, PEDESTRES E VECULOS, 3, LOGRADOURO E 4, REDE ELTRICA. ............................................................................ 29
FOTO 5-3- ALVO 5, RESIDNCIAS DA RUA VETERANOS DA INDEPENDNCIA ESQUINA COM RUA DO AMPARO. ......................................... 29
FOTO 5-4- ALVO 5, RUA VETERANOS DA INDEPENDNCIA, ESQUINA COM RUA DO AMPARO E CASAS DO LADO OPOSTO DA VIA. ................. 29
FOTO 5-6- COPA DA RVORE COM FOLHAGEM NORMAL................................................................................................................ 31
FOTO 5-7- GRANDE QUANTIDADE DE CIPS E LIANAS JUNTO AO TRONCO (FONTE: CODEMA). ............................................................ 31
FOTO 5-8- PRESENA DE EPFITAS NA COPA. ............................................................................................................................... 31
FOTO 5-9-COPA EXPOSTA, VISTA NOROESTE. .............................................................................................................................. 32
FOTO 5-10- COPA EXPOSTA, VISTA SUDOESTE. ........................................................................................................................... 33
FOTO 5-11- COPA DESEQUILIBRADA, VISTA LESTE. ....................................................................................................................... 35
FOTO 5-12- COPA DESEQUILIBRADA, VISTA SUDOESTE. ................................................................................................................. 36
FOTO 5-13- COPA DESEQUILIBRADA, VISTA OESTE. ...................................................................................................................... 37
FOTO 5-14- COPA PESADA COM EFEITO VELA. ......................................................................................................................... 38
FOTO 5-15 E 5-16- GALHOS INFERIORES SE PROJETANDO PARA BAIXO E EM DIREO SUDESTE. ............................................................ 39
FOTOS 5-17: TRONCO COM FUSTE RETILNEO ............................................................................................................................. 40
FOTO 5-18: AVALIAO DE MADEIRA APODRECIDA NA FACE SUL. ................................................................................................... 40
FOTOS 5-19 E 5-20: PARTE DO TRONCO COM COR E TEXTURA ANORMAL. ........................................................................................ 41
FOTOS 5-21 E 5-22: CAVIDADE NA BASE DO TRONCO. .................................................................................................................. 42
FOTO 5-23- AVALIAO DA EXTENSO DO APODRECIMENTO DO CERNE NA PORO INFERIOR DO FUSTE COM PERFURAO. ...................... 43
FOTO 5-24- FUNGOS DECOMPOSITORES NO CERNE APODRECIDO. ................................................................................................... 43
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FOTO 5-25- INCLINAO DO FUSTE COM TENTATIVA DE CORREO. ................................................................................................ 44
FOTO 5-26- GRANDE RACHADURA NA BASE, ESTENDENDO-SE AO SISTEMA RADICULAR. NA PORO NORDESTE DO COLO OBSERVA-SE LEVE
EROSO LAMINAR EXPONDO PARCIALMENTE A RAIZ. ............................................................................................................ 45
FOTO 5-27 E 5-28- GALHOS ESTENDIDOS SOBRE AS RESIDNCIAS. .................................................................................................. 46
NDICE DE TABELAS
TABELA 5-1 - FORMULRIO BSICO DE AVALIAO DE RISCO DE QUEDA DE RVORE. ................................................... 27
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1. INTRODUO
A presena de rvores em meio urbano traz diversos benefcios que vo alm da sombra e beleza
paisagstica. Dentre as principais vantagens populao humana pode-se destacar: reduo da sensao
trmica, bem estar psicolgico, atenuao da poluio sonora, liberao de oxignio, absoro de
poluentes, reduo do impacto da gua de chuva e seu escorrimento superficial, funcionamento como
barreira canalizao de ventos fortes, propiciando ainda reas de nidificao, pousio e alimentao para
aves, mamferos e outros animais, contribuindo para manuteno da biodiversidade urbana.
As rvores urbanas tambm podem ser a causa de danos materiais e a humanos nas cidades.
Frequentemente se observam conflitos entre as rvores e as infraestruturas urbanas, como por exemplo, o
levantamento de caladas devido ao crescimento das razes (RANDRUP et al., 2003), ou ainda o
comprometimento da limpeza urbana pela perda de folhas. Vale destacar tambm a ocorrncia de queda
de frutos, galhos ou mesmo da prpria rvore, situao esta muitas vezes relacionada com o estado
fitossanitrio das rvores e/ou associadas a condies climticas adversas como ventos fortes, chuvas,
tempestades e raios. (OLIVEIRA; LOPES, 2007).
O risco de queda de determinada rvore est intimamente relacionado ao que ser atingido (alvo). Ruas
movimentadas, monumentos pblicos ou privados frequentemente apresentam alto potencial de risco,
sendo que os maiores riscos esto associados possibilidade de perda de vidas humanas. A queda pode ser
causada por diversos fatores, como: chuvas fortes e longas, rajadas de vento, podas ou manejos
irregulares, raiz instvel, problemas fitossanitrios, deslizamentos de terra, dentre outros (SAMPAIO et al.,
2010).
Neste contexto, uma rvore urbana pode ser avaliada por meio da sua sade, vigor, vitalidade, taxa de
crescimento, imperfeies fsicas, infestaes, expectativa de vida e condies climticas adversas ou
instveis a que est exposta, expressando assim o estado em que a rvore se encontra. Deste modo, a
necessidade de remoo, poda ou tratamentos fitossanitrios de determinada rvore pode ser detectada e
quantificada ao se avaliar as condies em que esta se encontra (SCHALLENBERGER, 2010).
A avaliao de rvores urbanas para fins de supresso tem sido uma preocupao constante de
especialistas e gestores pbicos, uma vez que implica, quase sempre, em uma deciso que envolve o
patrimnio material e a vida de terceiros (GONALVES et al., 2007). Para tanto, devem ser estabelecidos
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critrios de avaliao que abranjam mltiplas dimenses de anlise, a saber: paisagstica, ecolgica,
fitossanitria e de riscos.
O presente trabalho foi baseado na metodologia Tree Risk Assessment Qualification - TRAQ, desenvolvida
pela International Society of Arboriculture (Sociedade Internacional de Arboricultura ISA) e bastante
utilizada em todo o mundo. Esta metodologia busca introduzir um processo sistemtico para identificar,
analisar e avaliar o risco da rvore (o nvel da rvore), visando a aplicao de polticas, procedimentos e
prticas para identificar, avaliar, mitigar, monitorar e comunicar o risco rvore em uma escala mais ampla
(o nvel de floresta urbana).
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2. OBJETIVO
O objetivo geral da avaliao verificar o estado fitossanitrio, estabilidade estrutural e o risco de queda
de uma rvore (ou parte desta) de castanheira-do-par Bertholletia excelsa Bonpl. sobre moradores,
residncias, rede eltrica area, bem como sobre transeuntes e veculos nas proximidades da Rua
Veteranos da Independncia, no municpio de Valena-BA.
O presente estudo tem como objetivo especfico propor medidas para a reduo dos riscos s pessoas e
bens materiais, visando subsidiar os rgos competentes para a tomada de decises que venham promover
harmonia entre os muncipes e seu meio ambiente.
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3. CARACTERSTICAS DA ESPCIE
A rvore em evidncia no presente estudo a castanheira-do-par, ou castanha-do-brasil, cujo nome
cientfico Bertholletia excelsa Bonpl. O gnero Bertholletia pertence famlia de Lecythidaceae, sendo
que as espcies que pertencem a esta famlia ocorrem em regies tropicais de todo o mundo. Entretanto, o
gnero Bertholletia monoespecfico, havendo apenas a espcie Bertholletia excelsa descrita. Este gnero
foi proposto pelos botnicos Humboldt e Bonpland no incio do sculo 19 (Figura 3-1).
Figura 3-1 Pranchas da castanheira-do-par em http://florabrasiliensis.cria.org.br/search?taxon_id=22019.
As castanheiras so rvores helifitas de grande porte, chegando at 50 m de altura e mais de 3 m de
dimetro altura do peito (DAP). Indivduos adultos normalmente so emergentes nas florestas, com suas
copas se posicionando acima do dossel.
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Sua distribuio ocorre na regio amaznica, podendo ser encontrada nas guianas, Venezuela, Bolvia, Peru
e Brasil, onde so encontradas as maiores concentraes desta espcie, principalmente nos estados do
Par, Amazonas, Acre e Rondnia, conforme demonstrado nas figuras abaixo.
Fonte: Nogueira, S. Revista Fapesp.
Figura 3-2 Distribuio da castanheira-do-par na regio amaznica.
De acordo com a Lista de Espcies da Flora do Brasil do Jardim Botnico do Rio de Janeiro, a castanheira-
do-par uma rvore nativa, no endmica do Brasil ocorrente nas regies norte e Centro-oeste do pas
(Figura 3-3).
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Figura 3-3 Distribuio da castanheira-do-par de acordo com a Lista de Espcies da Flora do Brasil do Jardim
Botnico do Rio de Janeiro (banco taxonmico botnico oficial do Brasil).
A castanheira-do-par particularmente notvel e importante pelo valor de suas sementes, a castanha-do-
par. Suas sementes so exploradas comercialmente em toda a sua rea de ocorrncia, chegando a
movimentar anualmente cerca de U$30 milhes de dlares somente no Brasil (MOLL-ROCEK et al., 2014).
Ainda assim, devido a grande perda de indivduos de castanheira-do-par, em decorrncia do seu abate
irregular para a produo de madeira e a perda de reas para a expanso agropecuria, atualmente esta
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espcie considerada em risco de extino de acordo com a Lista das Espcies da Flora Brasileira
Ameaadas de Extino (Portaria MMA N 443, de 17 de dezembro de 2014) sendo enquadrada como
Espcie Ameaada na categoria Vulnervel.
Esta espcie apresenta madeira de boa qualidade, considerada como moderadamente pesada, com
densidade de 0,75 g/cm3, macia ao corte e textura mdia. Tais caractersticas contribuem para o aumento
do interesse pela sua madeira, sendo este um fator potencializador para o abate ilegal da espcie.
A espcie floresce principalmente no perodo de chuvas, de dezembro a janeiro, com seus frutos
amadurecendo no ms de novembro. Seus frutos permanecem nos ramos durante um grande perodo
antes do amadurecimento e queda, sendo que os mesmos podem pesar entre 500 e 1500 gramas.
A disperso da castanheira em ambiente natural atribuda, principalmente, a ao do mamfero roedor
cotia (Dasyprocta aguti) e da arara (Ara chloropterus), uns dos poucos animais que conseguem romper a
dura casca do fruto e retirar suas sementes. Ainda assim pesquisadores discutem a possibilidade da
disperso ter tido a contribuio de humanos indgenas antes da colonizao europeia (NOGUEIRA, 2012).
No que se refere ecologia e sobrevivncia desta espcie, ainda so incipientes os estudos, mas sabe-se
que sua mortalidade relativamente baixa, com perda de poucos indivduos jovens em populaes
monitoradas. A principal causa relatada de mortalidade em populaes naturais decorrente de fortes
ventos durante tempestades com raios, causando a queda das rvores (ZUIDEMA, 2003). Os indivduos
mais propensos queda so aqueles mais velhos e de maior porte, com suas copas normalmente
posicionadas acima do dossel.
Estimativas de idade desta espcie em ambientes tropicais podem ser difceis de determinar, entretanto
estudos usando istopos de carbono (C14) so frequentemente usados. Em estudo em Marab, Zuidema,
(2003) chegou a idades aproximadas de indivduos com 440 anos, com uma faixa de incerteza de 60 anos
para mais ou para menos. Considerando os estudos deste autor, o mesmo chegou a uma taxa de
incremento no dimetro do tronco altura do peito (DAP) de 0,6 cm ao ano.
As castanheiras podem ter uma considervel longevidade. Sabe-se que estas levam mais de 100 anos para
atingir o pleno perodo reprodutivo e que indivduos adultos chegam a 350 anos. Como mencionado
anteriormente Zuidema, (2003) registrou indivduos com idade mxima estimada de 440 anos e um DAP de
220 cm. Assim, tal espcie pode ser considerada de longa durao e com elevada taxa de crescimento,
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exigindo, entretanto, condies de grande luminosidade para seu pleno crescimento podendo ento ser
considerada como uma espcie pioneira de longa durao.
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4. MATERIAIS E MTODOS
4.1. LOCAL DE ESTUDO
O presente estudo foi realizado nos dias 27/07 e 26/08/2015 na cidade de Valena, Bahia. O municpio de
Valena est situado na microrregio do Baixo-Sul (mesorregio do Sul da Bahia) e na regio econmica
denominada Costa do Dend. Valena tem seu territrio limitado pelo oceano Atlntico e a cidade de Cairu
a leste, pelas cidades de Jaguaripe e Laje ao norte, por Mutupe e Tancredo Neves a oeste e por Tapero ao
Sul. O municpio de Valena possui 1.192,614 km de extenso e situa-se entre os paralelos de 1322 de
latitude sul e 3904 de longitude oeste e est a uma altitude mdia de 05 metros em relao ao nvel do
mar.
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Figura 4-1- Mapa de localizao do Municpio de Valena-BA
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A castanheira objeto do presente estudo est localizada no quintal de uma propriedade particular em rea
urbana no municpio de Valena, Bairro do Amparo, mais especificamente na Rua Veteranos da
Independncia n 380, ponto de coordenadas Lat. -13.369362, Long. -39.078529 (UTM 24 L 491.500;
8.522.028) Datum WGS84.
No terreno onde a rvore vegeta observa-se um cultivo de cacau no sistema cabruca, com poucas rvores
de sombreamento (com destaque para a castanheira). A topografia do terreno suave ondulada, com
declividade mdia de 12 (21 %), com vertente voltada para Norte-Nordeste. O solo bem drenado e
estruturado, aparentando boa fertilidade e profundidade. Apresenta cobertura vegetal com abundante
serapilheira.
Fotos 4-1 e 4-2 - Vista Nordeste evidenciando terreno inclinado, plantio de cacau e serapilheira abundante (Fonte: CODEMA).
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Figura 4-2: Imagem area, localizao da castanheira-do-par.
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Vale destacar que de acordo com a Lei Municipal complementar n001/07/2013, do municpio de Valena,
a rea onde est localizada a castanheira considerada como uma rea verde urbana, a qual, de acordo
com o Art. 84 da referida lei, se destaca pela sua importncia em contribuir para a permeabilidade do solo;
a recarga dos aquferos e lenis freticos; o controle das eroses e dos alagamentos; conforto climtico,
sonoro e visual; a qualidade do ar, e a imagem ambiental do municpio. Deste modo, a rea em questo fica
reconhecida e estabelecida como a rea da Castanheira, de acordo com o Art. 85 da lei supracitada.
4.2. CLIMA
O municpio de Valena possui clima Tropical-mido Conforme classificao de Kppen-Geiger e
temperatura mdia anual de 25C. A regio apresenta altos ndices pluviomtricos, com mdias de 2000
mm anuais bem distribudos ao longo do ano e ventos predominantes de Sudoeste.
Figura 4-3 Climograma do municpio de Valena BA
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4.3. EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS UTILIZADOS
Para realizao da presente avaliao de risco de queda da rvore, foram utilizados os seguintes
equipamentos e ferramentas:
Trena de fibra de vidro com 50 m de comprimento;
Clinmetro;
Binculos;
Furadeira sem fio com broca para madeira 3/16" (0,47 cm) x 12" (30,48 cm);
Mquina fotogrfica SONY com zoom digital de at 50 x;
Marreta com cabea plstica;
Lupa tica manual;
GPS Garmin Etrex Vista;
Bssola digital;
Faco;
Canivete; e
EPIs diversos Capacete, bota, cala e camisa de manga comprida.
4.4. METODOLOGIA DE ANLISE UTILIZADA
Para a presente avaliao de risco, optou-se pela utilizao da metodologia Tree Risk Assessment
Qualification - TRAQ, desenvolvida pela Sociedade Internacional de Arboricultura ISA (sigla em ingls), a
qual se caracteriza como um conjunto de tcnicas que visam promover a segurana das pessoas e dos
patrimnios pblicos e privados, atravs de uma abordagem sistemtica e padronizada de avaliao do
risco de rvores.
A tcnica TRAQ busca sistematizar o processo de identificao, anlise e avaliao do risco da rvore,
enquadrando-a no contexto da floresta urbana, apontando procedimentos tcnicos para avaliar, identificar,
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mitigar, monitorar e comunicar a escala de risco. Dessa maneira, busca-se considerar aspectos tcnicos,
biolgicos, fsicos, legal, emocional e econmico.
Neste contexto, vale introduzir alguns termos bsicos que figuraro como linguagem tcnica na presente
avaliao:
Perigo uma provvel fonte de prejuzo;
Risco - a probabilidade de um evento e as suas possveis consequncias;
Alvo - pessoas ou bens que poderiam ser feridos ou danificados;
Risco rvore a avaliao por categorizao ou quantificao tanto da probabilidade de
ocorrncia quanto da gravidade das consequncias.
Deste modo, o risco pode ser entendido com probabilidade versus consequncias. Entretanto, j que perigo
e risco so termos relativos, NO podemos afirmar se uma rvore um perigo ou um risco, mas podemos
dizer que uma rvore mais perigosa ou apresenta maior risco do que outra. De forma similar, a
probabilidade torna-se difcil de quantificar para rvores, j que estas so estruturas naturais e,
consequentemente, complexas, tornando este processo difcil. Assim, vale destacar ainda a importncia de
se reconhecer a incerteza associada com nossa limitada habilidade para prever os processos naturais,
fenmenos meteorolgicos e comportamento do alvo.
A presente avaliao se prope a realizar caracterizao da rvore incluindo:
Diagnstico dos alvos;
Avaliao fatores do ambiente (stio);
Avaliao da sade da rvore;
Investigao das caractersticas da espcie;
Avaliao dos fatores de carga (peso, trao e alavanca) e defeitos da rvore e;
Condies que afetam a probabilidade de queda, especificando caractersticas da copa, galhos,
tronco e razes e colar das razes.
Feitas tais observaes, devero ser considerados os riscos oferecidos pelas diversas partes da rvore, suas
probabilidades de queda e impacto, consequncias e grau de risco dessas partes, consideradas as opes
de mitigao, o risco residual e a prioridade de implementao dessas medidas. Com base nessas
informaes avaliada a classificao geral de risco de queda da rvore e o risco residual de queda da
rvore aps as medidas de mitigao a serem implementadas.
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De acordo com a Norma Nacional Norte Americana de operaes para o cuidado das rvores (ANSI A300
Parte 9, 2011), existem trs nveis de avaliao de risco de rvores: 1-Visual Limitado; 2-Bsico; e 3-
Avanado. O presente estudo pode ser enquadrado no Nvel 3-Avanado, o qual considera uma avaliao
de maior detalhamento, com o uso de equipamentos para deteco interna das condies da rvore
avaliada. Incluindo ainda a inspeo visual em solo, ao redor da base da rvore, com a avaliao de seu
tronco, colo, poro superficial do sistema radicular e copa, alm das condies do terreno em relao aos
possveis alvos a serem atingidos pela queda da rvore.
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5. RESULTADOS E DISCUSSO
5.1. HISTRICO DO STIO
Conforme relato de moradores locais, h aproximadamente 15 anos atrs houve a queda de um galho de
grande porte, entretanto galhos pequenos caem com frequncia quase todos os anos. O ltimo registro de
queda ocorreu a menos de um ano quando um grande volume de cips e epfitas se desprendeu do caule
da rvore atingindo o solo.
Relatos apontam ainda que j se observa uma aparente inclinao do tronco da castanheira a, pelo menos,
cinquenta anos, inclusive com o registro fotogrfico. Entretanto no pudemos verificar tal registro
fotogrfico.
5.2. AVALIAO E DESCRIO DOS ALVOS
Consideram-se alvos as pessoas, propriedades, bens e atividades que possam ser feridas, danificadas, ou
interrompidas pela queda da rvore ou de parte desta, dentro da zona de impacto da rvore ou de parte
desta.
So consideradas como zona de impacto os seguintes locais: a) zona de projeo da copa da rvore
(embaixo da rvore); b) zona dentro de um raio equivalente altura total da rvore; c) dentro de um raio
equivalente a uma vez e meia (1,5 x) a altura da rvore. Esta ltima zona de impacto considera a
possibilidade de deslizamento do tronco, desprendimento ou arremesso de galhos numa eventual queda
da rvore. Considerando que a rvore em questo apresenta dimetro de copa de 24 m e altura total de 50
m (aferida com o auxlio de um clinmetro), considerou-se um raio de 75 m para a zona de impacto por
projeo (Figura 5-1), tendo-se observado ainda a provvel orientao de queda (Figura 5-2).
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Figura 5-1 Raios de distncia equivalente a 1 x a altura da rvore (50 m), e 1,5 x a altura da rvore (75
m).
Figura 5-2 Provvel orientao de queda da rvore.
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A avaliao dos alvos potenciais levou em considerao a proximidade destes em relao rvore e a altura
da mesma, conforme Figura 5-1, acima. Estes alvos so enumerados de acordo com a intensidade dos
danos causados em decorrncia de uma eventual queda da rvore ou de partes desta (Tabela 5-1).
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Tabela 5-1 - FORMULRIO BSICO DE AVALIAO DE RISCO DE QUEDA DE RVORE.
Cliente: Conselho Municipal de Meio Ambiente, Valena - BA Data: 26/08/2015 Hora: 15:30 h
Localizao: Rua Veteranos da Independncia, nos fundos do n 380, Valena - BA - Coordenadas UTM 24 L 491500, 8522028 rvore n: 1 Ficha: 01 de 01
Espcie: castanheira-do-par - Bertholletia excelsa Bonpl. DAP: 210 cm Altura: 50 m Dimetro da copa: 24 m
Avaliadores: Engenheiro Florestal Luiz Octavio de Lima Pedreira Bilogo, Msc. Lander Alves
Engenheiro Agrnomo Fernando Batista Silva Neto Bilogo Carlos Ernesto
Horizonte temporal: seis meses
Ferramentas utilizadas: trena de fibra de vidro com 50 m, clinmetro, binculos, furadeira sem fio com broca madeira 3/16" (0,47 cm) x 12 "
(30,48 cm), mquina fotogrfica SONY com zoom digital de at 50 x, marreta com cabea plstica, lupa tica manual,GPS Garmin Etrex
Vista e bssola digital.
AVALIAO DO ALVO
Nmero do Alvo Descrio do Alvo
Localizao do Alvo Taxa de Ocupao:
1 - rara; 2 - ocasional;
3 - frequente; e 4 - constante.
Alvo facilmente removvel?
Facilidade de restringir
acesso rea do alvo?
Sob a copa 1 x altura total 1,5 x altura total
1 Rua Veteranos da Independncia, casas de n 268, 283, 287, 336,
342, 343, 345, 350, 355, 356, 358, 380, duas casas sem numerao ao lado da 380, 381 e 383
X 4 no no
2 Transeuntes e trfego na Rua Veteranos da Independncia X 3 no no
3 Rua Veteranos da Independncia X 4 no no
4 Rede de distribuio de energia eltrica da Rua Veteranos da
Independncia X 4 no no
5 Esquina das Ruas do Amparo e Rua Veteranos da Independncia
X 4 no no
6 Proprietrio do imvel onde est localizada a rvore cuidando do
plantio de cacau X 2 no no
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O principal alvo (Alvo 1) de uma possvel queda da rvore so as residncias e seus moradores do trecho da
Rua Veteranos da Independncia entre o nmero 268 e a esquina com a Rua do Amparo (Foto 5-1). Esses
alvos encontram-se a uma distncia igual ou menor que a altura da rvore, apresentando taxa de ocupao
constante e de difcil remoo ou restrio de acesso rea do alvo, tendo em vista tratar-se de imveis
residenciais.
O segundo alvo (Alvo 2), seriam os pedestres e veculos que transitam por esse trecho do logradouro (Foto
5-2). A via se encontra a uma distncia igual ou menor que a altura da rvore e apresenta taxa de ocupao
frequente de pedestres e veculos, sendo de difcil remoo ou restrio de acesso rea do alvo, por isso
uma eventual queda da rvore neste alvo implicaria no fechamento da rua.
Outros alvos seriam a prpria Rua Veteranos da Independncia (Alvo 3) e a rede de distribuio de energia
eltrica existente no local (Alvo 4), (Foto 5-2). A queda da rvore causaria danos ao calamento e
revestimento asfltico bem como a interrupo da transmisso de energia eltrica at a recuperao da
rede. Esses alvos encontram-se a uma distncia igual ou menor que a altura da rvore, apresentando taxa
de ocupao constante, sendo difcil sua remoo da rea do alvo, pois isso implicaria no fechamento da via
e na necessidade de ser traado um novo percurso para a rede de distribuio de energia.
Alguns imveis existentes na esquina da Rua Veteranos da Independncia com Rua do Amparo (Alvo 5),
(Foto 5-3 e Foto 5-4), encontram-se a uma distncia igual a uma vez e meia a altura da rvore, podendo ser
atingidos caso o colo do tronco ou o sistema radicular provoque a queda da rvore e haja galhos mortos ou
quebrados que possam se desprender e ser lanados da rvore durante sua queda. Apresentam taxa de
ocupao constante e de difcil remoo ou restrio de acesso rea do alvo, tendo em vista tratar-se de
imveis residenciais.
Por ltimo (Alvo 6) tem-se o proprietrio do imvel onde est localizada a rvore, que frequentemente
transita pelo terreno onde a rvore se encontra, realizando tratos culturais e colheita em sua plantao de
cacau. Este alvo apresenta taxa de ocupao ocasional, porm de difcil remoo ou restrio de acesso
rea do alvo, tendo em vista sua necessidade de realizar atividades em sua plantao. Desta forma, o
proprietrio fica exposto queda ocasional de frutos, galhos de menor porte, cips e epfitas.
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Foto 5-1 Alvo 1, residncias da Rua Veteranos da
Independncia.
Foto 5-2 Alvo 2, pedestres e veculos, 3, logradouro e 4,
rede eltrica.
Foto 5-3- Alvo 5, residncias da Rua Veteranos da
Independncia esquina com Rua do Amparo.
Foto 5-4- Alvo 5, Rua Veteranos da Independncia, esquina
com Rua do Amparo e casas do lado oposto da via.
5.3. ESTADO SANITRIO DA RVORE
A rvore em questo apresenta grande rachadura com cerne apodrecido na base do tronco, resultando em
grande cavidade (Foto 5-5), que se estende at pelo menos 10 (dez) metros de altura no tronco,
comprometendo cerca de 75 % do dimetro do mesmo. A rvore apresenta vigor mdio, folhagem e
frutificao normal (Foto 5-6).
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Foi possvel constatar a presena de fungos decompositores nos tecidos mortos no interior da cavidade do
tronco da castanheira-do-par. Alm disso, verifica-se junto a toda estrutura da rvore, grande quantidade
de cips, lianas, e uma variedade de epfitas como bromlias (barba-de-velho Tillandsia usneoides (L.) L.,
gravats Aechmea sp. Ruiz & Pav.) e cactceas (Rhipsalis sp.) (Foto 5-7 e Foto 5-8). Estas epfitas e
trepadeiras, do modo em que se apresentam junto rvore avaliada, podem criar condies de maior
acmulo de umidade, favorecendo a ao de organismos biodegradadores. Sabe-se que injrias causadas
nos tecidos das plantas e acmulo de umidade favorecem a instalao de organismos degradadores da
madeira, como fungos, insetos e bactrias, e sua ocorrncia nas rvores pode alterar a estrutura anatmica
e, consequentemente, a resistncia da planta, deixando-a mais propensa a quedas (BRAZOLIN, 2010 ).
Foto 5 5: Cavidade na base do tronco.
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Foto 5-5- Copa da rvore com folhagem normal.
Foto 5-6- Grande quantidade de cips e lianas junto ao tronco (Fonte: CODEMA).
Foto 5-7- Presena de epfitas na copa.
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5.4. FATORES DE CARGA
Os fatores de carga em avaliao de rvores normalmente so representados por cargas dinmicas e cargas
estticas. A principal carga dinmica o vento ao atingir a rvore e a carga esttica representada pela
gravidade atuando sobre a rvore. No indivduo em anlise, seu porte avantajado e copa projetando-se
muito acima das edificaes vizinhas deixam-na totalmente exposta ao vento, no fornecendo nenhuma
proteo a este fator de carga (Foto 5-9 e Foto 5-10).
A referida rvore apresenta copa mdia, com densidade normal, porm com poro sudoeste mais esparsa.
Apresenta galhos internos normais, com galhos inferiores projetando-se em posio horizontal e para baixo
na direo sudeste. Estes ltimos apresentando extenso aproximada de 10 m.
Foto 5-8-Copa exposta, vista Noroeste.
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Foto 5-9- Copa exposta, vista Sudoeste.
Em relao carga esttica, importante ressaltar que a rvore apresenta grande quantidade de cips,
lianas, e epfitas (cactos, bromlias e outras famlias botnicas) em seu tronco e copa (Foto 5-7 e Foto 5-8).
Estas epfitas e trepadeiras agregam significativo peso copa e rvore como um todo, aumentando a
carga que deve ser suportada pelo tronco e demais estruturas da rvore. Vale ressaltar que esta carga extra
pode sobrecarregar toda a estrutura, inclusive a base do tronco da rvore, a qual apresenta-se com seu
cerne apodrecido e com comprometimento de aproximadamente 75 % do seu dimetro (Foto 5-5).
No que se refere ao volume de madeira estimado para a castanheira em questo, foi utilizada a equao
VTotal = (( . D2)/4) . Ht. FF, onde:
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= 3,1416
D (dimetro) = 2,10m
Ht (altura total) = 50m
HFuste (altura do fuste) = 31,5m
FF (Fator de forma) = 0,7 (fator mdio utilizado para espcies amaznicas).
Deste modo, o volume total encontrado para a referida castanheira de: VTotal = 121,22 m3.
Considerando-se que a castanheira possui uma madeira moderadamente pesada, com densidade de 0,75
g/cm3 (Lorenzi, 2013), o que equivale a 750 kg/m3, logo seu peso estimado de 90,915 t
(aproximadamente noventa e uma toneladas).
5.5. DEFEITOS DA RVORE E CONDIES AFETANDO A PROBABILIDADE DE QUEDA
5.5.1. Copa
A copa da rvore em anlise no apresenta galhos mortos ou pendurados visveis do cho, encontrando-se,
entretanto, desequilibrada com sua poro Sudoeste de menor volume, mais esparsa e leve e com a maior
parte de seu peso na poro Sudeste, de maior volume e densidade (Foto 5-11, Foto 5-12 e Foto 5-13).
Apresenta razo da copa viva de 37 %, em funo do fuste retilneo e primeira bifurcao h mais de 30
metros de altura, o que refora o efeito vela de sua copa (maior ao do fator de carga dinmico, vento)
(Foto 5-14). Segundo informaes obtidas com moradores locais h muitos anos no so feitas
intervenes de manejo, como podas, na rvore. As principais preocupaes quanto sua copa se referem
ao fato da mesma estar desequilibrada com maior parte do seu peso voltada para Sudeste, mesma direo
para qual a rvore apresenta inclinao. Avaliou-se que a probabilidade de queda de parte da copa da
rvore provvel.
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Foto 5-10- Copa desequilibrada, vista Leste.
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Foto 5-11- Copa desequilibrada, vista Sudoeste.
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Foto 5-12- Copa desequilibrada, vista Oeste.
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Foto 5-13- Copa pesada com efeito vela.
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5.5.2. Galhos
Os galhos da rvore no apresentam casca morta, rachaduras, madeira morta ou em processo de
apodrecimento, cancros, galhas ou fungos decompositores a partir de uma anlise visual, feita do solo, com
o auxlio de binculos. Tambm no foi observada a presena de crescimento de madeira de resposta.
Conforme informaes de moradores houve a queda de um galho de grandes propores h mais de
quinze anos. Durante a presente inspeo, entretanto, no foram observados galhos recm cados ou
pendurados, tendo-se constatado apenas a presena de galhos inferiores se projetando para baixo e em
direo sudeste com aproximadamente 10 (dez) metros de comprimento (Foto 5-15 e Foto 5-16). Tais
galhos oferecem risco de queda similar quele relatado anteriormente. A principal preocupao quanto
ao risco de queda de galhos pendentes, que se projetam para o lado Sudeste, em direo a uma residncia.
A carga sobre os defeitos medida em funo do dimetro, comprimento, altura em que se encontra o
galho e considerando os fatores de carga esttica (epfitas). Deste modo estima-se que a queda de galhos
da rvore em anlise provvel.
Foto 5-14 e 5-15- Galhos inferiores se projetando para baixo e em direo sudeste.
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5.5.3. Tronco
O tronco da castanheira em anlise possui desenvolvimento retilneo, no apresentando troncos
codominantes ou bifurcaes (Foto 5-17). O mesmo apresenta casca morta em sua face Sul, com cor escura
e textura anormal, mole e mida (Foto 5-19 e Foto 5-20). Tal anomalia foi avaliada atravs de perfurao
com furadeira sem fio e broca (Foto 5-18), quando foi constatada uma poro de madeira comprometida
nos primeiros 15 cm de profundidade do caule no local perfurado, encontrando-se madeira s aps essa
camada morta.
Fotos 5-16: Tronco com fuste retilneo Foto 5-17: Avaliao de madeira apodrecida na face Sul.
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Fotos 5-18 e 5-19: Parte do tronco com cor e textura anormal.
O tronco possui uma grande rachadura em sua base (Foto 5-21), resultando em cavidade que se estende
verticalmente at, pelo menos, 10 (dez) metros de altura (Foto 5-22), no sendo possvel determinar a
extenso em altura dessa leso em funo do recobrimento do caule por lianas e cips. Esta leso
apresenta o cerne apodrecido com comprometimento estimado de cerca de 75 % do dimetro do caule. Tal
leso foi avaliada atravs de perfurao com furadeira sem fio e broca na parte apodrecida e mensurao
com trena da parte sadia do tronco. Foi possvel constatar que existe uma parte ntegra nas bordas da
leso, com crescimento de madeira de resposta e medindo 50 cm de espessura (da borda do tronco at o
cerne em adiantado estado de apodrecimento).
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Fotos 5-20 e 5-21: Cavidade na base do tronco.
Foi realizada uma perfurao de sondagem na poro apodrecida do tronco, a qual alcanou uma
profundidade de 28 cm, constatando-se as mesmas caractersticas de apodrecimento (Foto 5-23). Tal parte
apodrecida apresenta fungos decompositores, sobretudo no colo da rvore onde a decomposio
apresenta-se mais avanada, inclusive com material mineralizado (Foto 5-24).
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Foto 5-22- Avaliao da extenso do
apodrecimento do cerne na poro inferior do
fuste com perfurao.
Foto 5-23- Fungos decompositores no cerne apodrecido.
O caule possui conicidade normal, porm no observada uma perfeita verticalizao, sendo verificada
inclinao de aproximadamente 5 em sua poro inferior, acentuando-se a partir de 20 metros de altura
no sentido Sudeste, parcialmente corrigida (Foto 5-25). A visualizao desta acentuao aproximadamente
nos 20 metros de altura dificultada pela grande quantidade de epfitas e trepadeiras, sendo mais ntida a
inclinao geral do tronco.
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Foto 5-24- Inclinao do fuste com tentativa de correo.
A base da rvore apresenta crescimento de madeira de resposta ao lado da rachadura, provavelmente
como forma de reforar a sustentao do tronco. A principal preocupao a presena da leso na poro
inferior do tronco com apodrecimento do cerne e com comprometimento de cerca de 75 % do dimetro do
caule. Sobre essa leso atua todo o peso da rvore, inclusive as foras provocadas pelo arraste do vento
(efeito vela), o qual potencializado pela copa tomada por epfitas e trepadeiras. Neste contexto, a
avaliao do tronco indica que a queda da rvore provvel.
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5.5.4. Sistema Radicular e Colo
A observao das razes superficiais e do colo da rvore no apresentaram o colo enterrado ou razes
enoveladas, razes mortas, extruso de exsudados ou razes expostas na superfcie. O que se observa que
a grande rachadura do tronco chega at o colo da rvore. No foi possvel fazer inferncias quanto a poro
subterrnea do sistema radicular, uma vez que no foram realizadas escavaes prximo a planta.
possvel observar, entretanto, uma leve eroso laminar no lado Nordeste do colo (Foto 5-26). A principal
preocupao a tendncia exposio do sistema radicular da rvore devido perda de solo. Sobre esta
parte atua todo o peso da rvore, inclusive as foras provocadas pelo arraste do vento (efeito vela) com sua
copa tomada por epfitas e trepadeiras. Neste contexto, a avaliao do colo indica que a queda da rvore
provvel.
Foto 5-25- Grande rachadura na base, estendendo-se ao sistema radicular. Na poro Nordeste do colo observa-se
leve eroso laminar expondo parcialmente a raiz.
5.6. CONDIES DE PREOCUPAO
Foram avaliadas quatro condies de preocupao relacionadas aos galhos, ao tronco, s razes e copa. O
risco de queda da rvore ou de partes da mesma afetaria os diversos alvos de diferentes formas.
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A primeira condio de preocupao a da queda dos galhos inferiores que crescem para baixo e em
direo sudeste se projetando sobre as residncias existentes no trecho da Rua Veteranos da
Independncia nas proximidades do n 380 (Alvo 1). Os referidos galhos possuem mais de 20 cm de
dimetro e 10 m de comprimento, situando-se h mais de 30 m de altura (Foto 5-27 e Foto 5-28), o que
associado ao peso das epfitas e trepadeiras existentes nesses galhos poderia provocar um acidente de
srias consequncias.
Foto 5-26 e 5-27- Galhos estendidos sobre as residncias.
A segunda condio de preocupao seria a queda da rvore provocada pela rachadura com
apodrecimento do cerne na poro inferior do tronco (Fotos 5-21 e Foto 5-22), o que causaria danos a
todos os alvos relacionados, com maior gravidade s residncias e seus moradores do trecho da Rua
Veteranos da Independncia entre o nmero 268 e a esquina com a Rua do Amparo (Alvo 1), aos pedestres
e veculos que transitam por esse trecho do logradouro (Alvo 2), aos imveis existentes na esquina das Ruas
Veteranos da Independncia e do Amparo (Alvo 5) e ao proprietrio do imvel onde est localizada a
rvore (Alvo 6). J a Rua Veteranos da Independncia (Alvo 3) e a rede de distribuio de energia eltrica
(Alvo 4), existente no trecho, sofreriam impactos significativos.
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Uma terceira condio de preocupao seria a queda da rvore ocasionada pela exposio do sistema
radicular devido perda de solo por eroso laminar (Foto 5-26), o que causaria danos a todos os alvos
relacionados, com maior gravidade s residncias e seus moradores do trecho da Rua Veteranos da
Independncia entre o nmero 268 e a esquina com a Rua do Amparo (Alvo 1), aos pedestres e veculos
que transitam por esse trecho do logradouro (Alvo 2), aos imveis existentes na esquina das Ruas
Veteranos da Independncia e do Amparo (Alvo 5) e ao proprietrio do imvel onde est localizada a
rvore (Alvo 6). J a Rua Veteranos da Independncia (Alvo 3) e a rede de distribuio de energia eltrica
(Alvo 4), existente no trecho, sofreriam impactos significativos.
A quarta e ltima condio de preocupao seria a queda da rvore provocada pela copa desequilibrada
(Fotos 5-11, 5-12 e 5-13), com maior parte do seu peso voltado para Sudeste, mesma direo para qual a
rvore est inclinada, associada ao grande peso ocasionado pelas epfitas e trepadeiras existentes na copa,
aumentando o efeito vela da copa, o que causaria danos a todos os alvos relacionados, com maior
gravidade s residncias e seus moradores do trecho da Rua Veteranos da Independncia entre o nmero
268 e a esquina com a Rua do Amparo (Alvo 1), aos pedestres e veculos que transitam por esse trecho do
logradouro (Alvo 2), aos imveis existentes na esquina das Ruas Veteranos da Independncia e do Amparo
(Alvo 5) e ao proprietrio do imvel onde est localizada a rvore (Alvo 6). J a Rua Veteranos da
Independncia (Alvo 3) e a rede de distribuio de energia eltrica (Alvo 4), existente no trecho, sofreriam
impactos significativos.
6. CONCLUSO
6.1. CLASSIFICAO GERAL DE RISCO DE QUEDA DA RVORE
A primeira condio apresenta probabilidade de queda provvel, de impacto alto, e de queda e impacto
provvel, com consequncias severas e grau de risco da parte ALTO.
A segunda, a terceira e a quarta condies em relao aos alvos 1, 2, 5 e 6 apresentam probabilidade de
queda provvel, de impacto alto, e de queda e impacto provvel, com consequncias graves e grau de
risco da parte ALTO. J em relao aos alvos 3 e 4 elas apresentam probabilidade de queda provvel, de
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impacto alto, e de queda e impacto provvel, com consequncias significantes e grau de risco da parte
ALTO.
De acordo com a avaliao feita em campo e anlises tcnicas com base nas informaes levantadas, a
classificao geral de risco de queda da rvore castanheira-do-par (Bertholletia excelsa Bonpl.) situada na
Rua Veteranos da Independncia n 380, bairro do Amparo, municpio de Valena, ou de algumas de suas
partes considerado ALTO.
Vale salientar que mesmo que sejam tomadas medidas de mitigao dos riscos de queda da rvore ou de
partes da mesma, apresentadas no tpico seguinte, o risco de queda MODERADO, porm com
consequncias GRAVES. Ainda que o risco de queda tenha sido avaliado como MODERADO, em funo da
limitao da condio de avaliao da extenso do apodrecimento do cerne, as consequncias da queda da
rvore seriam GRAVES, com a POSSVEL PERDA DE VIDAS HUMANAS.
6.2. RECOMENDAES
Para um melhor conhecimento da extenso da leso verificada e maior clareza sobre a gravidade da
mesma, sugerida a vistoria na parte superior da rvore por arborista treinado em escalada de rvores, e a
avaliao da leso por tomgrafo snico e tomgrafo de resistncia eltrica, o que permitiria uma melhor
compreenso da situao fitossanitria da rvore. Entretanto, tal avaliao complementar no invalida as
consideraes aqui levantadas, sobretudo no que se refere s condies de sanidade do colo e base do
caule, estruturas sujeitas grande esforo mecnico, que se apresentam notadamente danificadas e
apontam para uma queda Provvel da rvore. Abaixo alguns links para avaliao dos equipamentos
supracitados:
Para tomgrafo snico, ver Link:
www.pdinstrumentos.com.br/pt/paginas/tomografo_sonico_picus_3/
Para tomgrafo de resistncia eltrica, ver Link:
www.pdinstrumentos.com.br/pt/paginas/tomografo_de_resistencia_eletrica_picus_treetronic/
No que se refere s possibilidades de mitigao dos riscos de queda da rvore ou de partes dela, so
sugeridas as seguintes aes:
A) Poda dos galhos inferiores que se projetam para baixo em direo sudeste sobre as residncias e
que apresentam risco residual PEQUENO e prioridade de implementao IMEDIATA;
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B) Poda de limpeza e conformao visando equilibrar o peso e distribuio da copa, atravs da
remoo de epfitas, cips, trepadeiras, e galhos mortos ou de maiores dimenses, que apresenta
risco residual MODERADO e prioridade de implementao IMEDIATA.
Deve ser observado que mesmo com a adoo das opes de mitigao dos riscos propostas acima, isso
resultaria apenas na reduo da classificao do risco ALTO, porm ainda haveria um grau de risco
MODERADO de ocorrerem acidentes de GRAVES consequncias que poderiam causar a perda de vidas
humanas (Risco de Morte).
Em funo do acima exposto, com nfase nos riscos a vidas humanas existentes no local (Risco de Morte),
e considerando a importncia scio-histrico-cultural da rvore para os cidados do municpio de Valena,
conforme clara percepo e manifestaes espontneas de populares, caso haja inteno de manter a
rvore mesmo lidando com os riscos expostos acima, recomendamos a URGENTE adoo das seguintes
medidas:
I Contratao de arborista experiente em tcnicas de escalada em rvores para vistoria na parte superior
da rvore, visando um melhor conhecimento da extenso da leso no tronco e da gravidade potencial da
mesma, e a avaliao da leso por tomgrafo snico e tomgrafo de resistncia eltrica, o que permitiria
uma melhor compreenso da situao fitossanitria da rvore. O arborista treinado em escalada de rvores
poderia ainda fazer a poda dos galhos que apresentam risco mais imediato de queda;
II Implementao IMEDIATA das opes de mitigao apontadas acima;
III Realizao da REMOO DOS ALVOS dentro dos raios de queda da rvore, inclusive com a remoo ou
desvio da Rua Veteranos da Independncia.
6.3. CONSIDERAES IMPORTANTES PARA EMBASAMENTO DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISO
A rvore em anlise trata-se de uma Bertholletia excelsa Bonpl (castanheira-do-par), rvore de
origem amaznica, a qual provavelmente foi introduzida no municpio de Valena pela ao
humana;
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Com base numa estimativa de incremento anual do dimetro a altura do peito (DAP) de 0,6 cm,
considerando que o indivduo analisado possui 210 cm de dimetro e considerando ainda uma
margem de erro de 60 anos para mais ou para menos, conforme proposto por Zuidema, 2003, o
indivduo em questo deve possuir idade entre 290 a 410 anos;
Uma vez que existe a grande incerteza relacionada estimativa de idade de rvores e que a
referida rvore j teve a sua idade estimada em 700 anos (pela tcnica do C14), ao menos possvel
inferir que o indivduo em questo trata-se de um exemplar adulto, podendo ser ainda considerado
um adulto velho;
Indivduos adultos e de grande porte de castanheiras so mais propensos a quedas por ao de
intempries como vendavais, chuvas fortes e raios, sendo estes os principais motivos de quedas de
castanheiras apontados pelas referncias bibliogrficas;
O indivduo em anlise encontra-se isolado, no estando inserido em uma populao de
castanheiras como comumente verificado no seu bioma de origem, assim, o mesmo no cumpre
funo ecolgica no que se refere ao cruzamento natural com outros indivduos da mesma espcie;
Por sua importncia histrica, cultural e paisagstica, a referida rvore seguramente contribui para
a promoo da equidade ambiental. Assim deve-se levar em considerao a varivel social e o
efetivo envolvimento e participao de todos os grupos sociais nas questes atinentes rvore em
anlise;
As rvores existentes nas ruas, praas e parques do permetro urbano do Municpio de Valena so
bens de interesse comum a todos os muncipes;
A presente avaliao tcnica indica que a referida rvore representa um risco alto para as pessoas
ou para o patrimnio na rea de entorno da mesma.
Os alvos identificados apresentam taxa de ocupao constante ou frequente, sendo de difcil
remoo ou restrio de acesso a eles.
Na possibilidade de se optar pela retirada da rvore, vale salientar que o corte deve estar em
acordo com a legislao pertinente, em especial Lei municipal n 001 / 07 / 2013,
especificamente no que tange ao Art. 214, o qual versa que:
A extrao de qualquer rvore, no municpio de Valena, somente ser admitida com a prvia
autorizao expedida pela SEMA, atravs de laudo tcnico, ouvido o CODEMA nos seguintes
casos:
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I. Quando o estado sanitrio da rvore justificar;
II. Quando a rvore, ou parte dela, apresentar risco de queda;
III. Quando a rvore constituir risco a segurana nas edificaes, sem que haja outra soluo
para o problema; [...]
O indivduo em anlise considerado como Espcie Ameaada na categoria Vulnervel de acordo
com a Lista das Espcies da Flora Brasileira Ameaadas de Extino (Portaria MMA N 443, de 17 de
dezembro de 2014), assim o seu corte s poder ser autorizado por rgo ambiental competente e
em acordo com a legislao pertinente, sendo recomendvel a adoo de medidas compensatrias,
com a destinao e aproveitamento social de seus produtos, impedindo-se o aproveitamento
comercial de seus produtos vegetais;
De acordo com a Lei Federal n 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), sobretudo no que se refere s
aves silvestres e seus ninhos, os quais so protegidos, a possvel ao de derrubada da rvore no
deve coincidir com o perodo reprodutivo e de nidificao de espcies nativas. A principal espcie
de ave que usa a castanheira so indivduos pertencentes a famlia Falconidae.
Devido a grande quantidade de epfitas e trepadeiras na referida rvore, a mesma possivelmente
sustenta uma considervel cadeia biolgica, fornecendo hbitat para muitos animais e vegetais.
Assim, numa possvel ao de derrubada da rvore, cabe a implementao de um plano de resgate
de fauna e flora que preveja o acompanhamento, por profissionais habilitados, inclusive prevendo
a destinao correta de organismos resgatado.
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ANEXOS