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M. R. E. C I S E T Fl.:_____ 0 Ministério das Relações Exteriores Secretaria de Controle Interno Coordenação-Geral de Auditoria RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS EXERCÍCIO : 2015 PROCESSO : 09144.000039/2016-32 RELATÓRIO : 01/2016 UNIDADE PRESTADORA DA CONTA (UPC) Subsecretaria-Geral do Serviço Exterior (SGEX) UNIDADE(S) GESTORA(S) 2400.05 Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças (COF) 2400.09 Departamento do Serviço Exterior (DSE) 2400.10 Departamento de Comunicações e Documentação (DCD) 2400.13 Divisão de Serviços Gerais (DSG) 2400.21 Coordenação de Patrimônio (CPAT) 2400.69 Divisão de Acompanhamento e Coordenação Administrativa dos Postos no Exterior (DAEX) I INTRODUÇÃO 1. Em atendimento à determinação contida no Memorando CISET nº 44, de 29 de março de 2016, do Secretário de Controle Interno, apresentamos o Relatório de Auditoria que examina os atos e os fatos de gestão praticados no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015, sob a responsabilidade dos dirigentes da Unidade em referência. 2. As contas da UPC são apresentadas de forma individual. A Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças (COF) e o Departamento de Comunicações e Documentação (DCD) não foram objeto de auditoria. Os trabalhos de auditoria interna nas contas do Departamento do Serviço Exterior (DSE), da Divisão de Serviços Gerais (DSG), da Coordenação de Patrimônio (CPAT) e da Divisão de Acompanhamento e Coordenação Administrativa dos Postos no Exterior (DAEX), realizaram-se por ocasião do levantamento do Processo de Contas Anual e foram desenvolvidos in loco, na sede das Unidades Gestoras, onde se encontram arquivadas as primeiras vias dos processos de pagamento e demais documentos que comprovam a execução orçamentária, financeira e patrimonial. 3. Os exames foram efetuados por amostragem, segundo a natureza do gasto e sua representatividade, de acordo com as normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.

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C I S ET

Fl.:_____

0

Ministério das Relações Exteriores

Secretaria de Controle Interno

Coordenação-Geral de Auditoria

RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS

EXERCÍCIO : 2015

PROCESSO : 09144.000039/2016-32

RELATÓRIO : 01/2016

UNIDADE PRESTADORA DA CONTA (UPC)

Subsecretaria-Geral do Serviço Exterior (SGEX)

UNIDADE(S) GESTORA(S)

2400.05 – Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças (COF)

2400.09 – Departamento do Serviço Exterior (DSE)

2400.10 – Departamento de Comunicações e Documentação (DCD)

2400.13 – Divisão de Serviços Gerais (DSG)

2400.21 – Coordenação de Patrimônio (CPAT)

2400.69 – Divisão de Acompanhamento e Coordenação Administrativa dos Postos no

Exterior (DAEX)

I – INTRODUÇÃO

1. Em atendimento à determinação contida no Memorando CISET nº 44, de 29 de

março de 2016, do Secretário de Controle Interno, apresentamos o Relatório de Auditoria que

examina os atos e os fatos de gestão praticados no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro

de 2015, sob a responsabilidade dos dirigentes da Unidade em referência.

2. As contas da UPC são apresentadas de forma individual. A Coordenação-Geral

de Orçamento e Finanças (COF) e o Departamento de Comunicações e Documentação (DCD)

não foram objeto de auditoria. Os trabalhos de auditoria interna nas contas do Departamento

do Serviço Exterior (DSE), da Divisão de Serviços Gerais (DSG), da Coordenação de

Patrimônio (CPAT) e da Divisão de Acompanhamento e Coordenação Administrativa

dos Postos no Exterior (DAEX), realizaram-se por ocasião do levantamento do Processo de

Contas Anual e foram desenvolvidos in loco, na sede das Unidades Gestoras, onde se

encontram arquivadas as primeiras vias dos processos de pagamento e demais documentos

que comprovam a execução orçamentária, financeira e patrimonial.

3. Os exames foram efetuados por amostragem, segundo a natureza do gasto e sua

representatividade, de acordo com as normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público

Federal.

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II – TOTAL E REPRESENTATIVIDADE DA DESPESA REALIZADA

4. Conforme dados extraídos do SIAFI, conta contábil 6.2.2.9.2.0.1.0.4 –

Empenhos Pagos, os gastos da Unidade Prestadora de Contas perfizerem o montante de R$

732.530.132,51. O total dos empenhos pagos pelas unidades sob exame neste Relatório

corresponde a 21,42% do montante das despesas realizadas pelo Itamaraty, no País e no

exterior, assim discriminadas: R$ 4.633.923,39 relativos à DAEX; R$ 13.817.529,10

referentes ao Departamento de Comunicação e Documentação – DCD; R$ 68.352.467,73 no

tocante à DSG; e R$ 645.726.212,29 pelo DSE.

III - RESULTADO DOS EXAMES

5. Com base nos exames realizados na documentação comprobatória dos atos e

dos fatos de gestão, que deram origem ao presente processo, e em cumprimento ao disposto

no Anexo II da Decisão Normativa TCU nº 147/2015, apresentamos as seguintes observações:

6. Quanto aos itens do Anexo II da DN/TCU 147/2015, não foram objeto de

exame os itens 5, 8 e 15 e não há ocorrência de atos de gestão relacionados ao item 10.

Item 1 - Avaliação, considerando a natureza jurídica e o negócio da unidade prestadora

da conta (UPC), da conformidade das peças exigidas nos incisos I, II e III do art. 13 da

IN TCU nº 63/2010 com as normas e orientações que regem a elaboração de tais peças.

7. A Unidade elaborou todas as peças a ela atribuídas pelas normas do Tribunal

de Contas da União (TCU) para o exercício de 2015. As peças contemplaram os formatos e os

conteúdos obrigatórios nos termos da IN/TCU nº 63/2010, DN/TCU nº 146/2015 e da Portaria

TCU nº 321/2015. Esclarece-se que o encaminhamento do Relatório de Correição é de

responsabilidade da Secretaria-Geral das Relações Exteriores (SG/MRE), que não foi objeto

de auditoria por esta Setorial de Controle no presente exercício.

Item 2 - Avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial

quanto à eficácia e eficiência no cumprimento dos objetivos estabelecidos no plano

plurianual (PPA) como de responsabilidade da UPC auditada, dos objetivos

estabelecidos no plano estratégico, da execução física e financeira das ações da Lei

Orçamentária Anual (LOA) vinculadas a programas temáticos, identificando as causas

de insucessos no desempenho da gestão.

8. As principais incumbências institucionais da SGEX, detalhadas no artigo 161

do Regimento Interno da Secretaria de Estado (RISE), encontram-se expressas nos incisos do

artigo 44, do Decreto n° 7.304/2010, e possuem caráter iminentemente administrativo,

conforme se verifica na transcrição a seguir:

"(I) assessorar o Secretário-Geral das Relações Exteriores no trato de todos os

aspectos administrativos relacionados com a execução da política exterior; e

(II) exercer o papel de órgão setorial dos Sistemas de Pessoal Civil da

Administração Federal - SIPEC, de Administração dos Recursos de

Informação e Informática - SISP, de Serviços Gerais - SISG, de Planejamento

e de Orçamento Federal, de Contabilidade Federal e de Administração

Financeira Federal".

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9. O PPA 2012-2015 estabeleceu 32 ações no âmbito do Programa 2057 (Política

Externa), a fim de prover recursos orçamentários para que o MRE possa se desincumbir de

suas atribuições institucionais na área finalística, das quais 15 são destinadas ao exercício sob

análise, por força da Lei nº 13.115, de 20 de abril de 2015 (Lei Orçamentária Anual para o

exercício de 2015).

10. Os objetivos expressos nas ações sob responsabilidade do MRE contemplaram

metas físicas e financeiras monitoradas por meio do Sistema Integrado de Planejamento e

Orçamento (SIOP), instrumento do Governo Federal para acompanhar o cumprimento das

metas do PPA 2012-2015.

11. Quatro dessas ações governamentais ficaram sob responsabilidade direta da

SGEX, no âmbito do programa temático 2057 – Política Externa, conforme se encontram

listadas no Quadro abaixo, que apresenta o resultado da execução física daquelas quatro

ações:

Quadro 1 – Percentual de execução física metas previstas pelo MRE (2015) - finalísticas

Pro

gra

ma

Açã

o

Pro

du

to

Un

ida

de

de

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2014

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ção

2057 20WW Posto de representação mantido¹

Un

idad

e 214 214 213 99,5

20WX Posto de representação mantido² 13 13 13 100,0

20X0 Operação realizada 50 50 4 8,0

8495³ Evento realizado 6 6 1 16,7

¹ Funcionamento de postos de representação do Brasil no exterior para manter relações diplomáticas e negociar

acordos de interesse do Governo brasileiro de modo a garantir a consecução das metas da política externa

brasileira.

² Funcionamento de postos de representação para garantir a participação do governo brasileiro em foros de

organismos internacionais, bem como a defesa dos interesses do Brasil nesses eventos.

³ Os resultados da Ação 8495 foram apresentados, equivocadamente, no código 8405.

Fonte: Relatório de Gestão, 2014 e SIOP.

12. Da análise dos dados apresentados, verifica-se que parte das ações apresentam

divergências entre a meta física inicialmente prevista e a realizada no exercício, sendo que

50% das metas estipuladas foram executadas em sua plenitude.

13. Quanto à Ação 20X0, “Cooperação Humanitária Internacional e Participação

da Sociedade Civil”, foi identificado descompasso entre os números da execução financeira e

aqueles da execução física, uma vez que o Relatório de Gestão apresenta a dotação inicial (e

final) de R$ 19.742.000,00 e um montante de R$ 5.824.263,29 empenhado e pago, ou seja,

cerca de 29% de execução financeira para 8% de execução física.

14. Apesar da instituição do Conselho de Gestão, por meio da Portaria MRE nº

521, de 19/09/2014, ainda não foi implantado formalmente o Planejamento Estratégico do

Ministério.

15. A fim de destacar uma das razões para os insucessos ligados ao desempenho da

gestão, cabe transcrever trecho do Relatório de Gestão apresentado pela Unidade, no que

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tange à escassez de recursos e à necessidade de reforço orçamentário com o fim de manter

aderência mínima ao atendimento das metas físicas estabelecidas:

"As dotações orçamentárias inicialmente aprovadas na LOA-2015 poderiam

ter sido aderentes às necessidades do Órgão ao longo do ano, mas, no entanto,

não foram suficientes para que o MRE processasse todas as obrigações

assumidas pela rede de 227 Postos no exterior, em virtude das perdas

cambiais relacionadas à diferença entre o dólar orçamentário e o dólar de

mercado comprado pelo MRE a cada operação de câmbio. Assim fizeram-se

necessárias suplementações orçamentárias de 43,70% do valor de LOA das

despesas discricionárias, exceto benefícios, (LOA Inicial – discricionárias =

R$ 1.081.532.190; suplementação de R$ 472.637.958)

[...]

Ademais, deve-se ressaltar que situação de escassez de recursos orçamentários

deu-se também em 2014, de modo que parte do orçamento de 2015 teve que

ser dedicado a gastos assumidos em 2014 pelos Postos no exterior."

16. A título de exemplo, e corroborando essa informação, transcreve-se trecho do

Telegrama nº 1993, de 15/04/2015, emitido pelo Escritório Financeiro em Nova York

(EFNY), que retrata bem as dificuldades ligadas à execução das ações orçamentárias 20WW e

20WX:

"Face à multiplicação de telegramas com relatos de Chefes de Postos cientes

das dificuldades em arcar, no momento, com os custos para a continuidade de

suas atividades, preocupa-me, em especial, as consequências negativas à

imagem do Itamaraty, em meio ao atual quadro de penúria orçamentária

[...]

Soma-se ao presente panorama, o atraso no desembolso de recursos da

dotação LIM-RF. O fato de os funcionários do quadro não conseguirem

honrar com o pagamento tempestivo de contratos de aluguel assumidos agrega

enorme preocupação, dessa vez de cunho humanitário, para questão até então

puramente orçamentária e com reflexos funcionais."

17. As severas restrições impostas ao MRE, aliadas às perdas cambiais observadas

no exercício sob exame, provocaram reflexos na gestão das repartições no exterior, no que se

refere a despesas essenciais e obrigatórias à manutenção dos postos. Com base nas

comunicações trocadas entre a Secretaria de Estado das Relações Exteriores (SERE) e os

postos no exterior, observou-se ocorrência de multas por atraso no pagamento de aluguel de

imóveis que abrigam chancelarias, residências oficiais, de seguro anual de automóveis, de

faturas de energia elétrica, água, telefone, de serviço de segurança, entre outros.

18. Há que se registrar que os atrasos nos pagamentos oneram ainda mais os parcos

recursos orçamentários, em razão do pagamento de multas, juros de mora e eventuais

contratações de serviços advocatícios em casos de ações judiciais decorrentes de mora em

pagamentos.

19. Em função do atraso recorrente no pagamento de aluguel, em desacordo com

as cláusulas contratuais, os postos inadimplentes, devido à indisponibilidade de recursos, têm

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recebido notificações e/ou ameaças de despejo, por parte dos proprietários e/ou

administradores de imóveis locados pelo Governo brasileiro.

20. Ademais disso, vários postos têm recebido notificações sobre iminente

suspensão do fornecimento ou prestação de serviços essenciais, como energia, água e

telefone, o que tem levado alguns chefes a arcar com o pagamento dessas despesas essenciais

com recursos próprios, para evitar a interrupção do funcionamento das repartições e,

consequentemente, do atendimento aos usuários dos serviços consulares.

21. Acrescente-se a isso a situação de postos localizados em países com maior

vulnerabilidade social, que correm risco de ter o serviço de segurança da Chancelaria e da

Residência interrompidos por inadimplência.

22. No que se refere ao pagamento da LIM-RF, os locadores dos imóveis ocupados

por servidores do Itamaraty têm feito reiteradas cobranças em decorrência dos recorrentes

atrasos no pagamento dos aluguéis. Ocorre que alguns servidores, ao não receberem de forma

tempestiva o reembolso de aluguéis, previsto nos normativos internos, têm sua renda familiar

comprometida, sobretudo os servidores em início de carreira, acarretando, em alguns casos,

em inadimplemento de compromissos assumidos.

23. No que tange à participação do Brasil no contexto político internacional,

observa-se que o País pode vir a perder o direito de voto em instâncias multilaterais

importantes, a exemplo da Unesco, em função do não pagamento de contribuições. O

pagamento de tais contribuições é efetuado diretamente pelo Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão (MPOG), mas os impactos são sentidos, pelo Itamaraty, na execução da

política externa brasileira.

24. Conforme mencionado anteriormente, de fato, a questão cambial impactou de

forma negativa os resultados quantitativos e qualitativos, no que se refere à eficácia e à

eficiência da Unidade no cumprimento dos objetivos estabelecidos no PPA.

25. O Quadro, a seguir, apresenta série histórica da taxa de câmbio orçamentária,

mediante consolidação dos dados apresentados na Tabela 1 – Parâmetros Macroeconômicos

Projetados, presente no Anexo IV, das Metas Fiscais, da LDO 2015 (Lei nº 13.080, de

02/01/2015) e da LDO 2016 (Lei nº 13.242, de 30/12/2015), de modo a explicitar a

discrepância registrada na taxa de câmbio entre o momento de elaboração da LDO e o

momento da execução da despesa.

Quadro 2 - Câmbio projetado na LDO 2014,2015 e 2016 Projeção cambial

2014 2015 2016 2017

LDO 2014 2,06 2,08 2,08 -

LDO 2015 - 2,67 2,71 2,80

LDO 2016 - - 4,19 3,40

Fonte: LDO 2014; LDO 2015; e LDO 2016.

26. Utilizando a ferramenta de conversão disponível no sítio do Banco Central

(http://www4.bcb.gov.br/pec/conversao/conversao.asp, acesso em 01/07/2016), verificou-se

que a taxa de câmbio para o dia 31/12/2014 (final de período) foi de US$/R$ 2,66, o que

representou, na prática, perda cambial superior a 30%.

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27. Verifica-se que o impacto da imprecisão das taxas de câmbio estabelecidas na

LDO atingiu de forma mais severa o exercício sob análise, tendo em vista que, ainda com

base naquela ferramenta de conversão do BACEN, foi identificado o valor de taxa de câmbio

de US$/R$ 3,90 para 31/12/2015, ou seja, cerca de 46% superior à previsão estabelecida na

LDO (US$/R$ 2,67).

28. De modo similar ao que ocorreu durante o exercício de 2014, as previsões

orçamentárias para as despesas em dólar (e em outras moedas frente às quais o real sofreu

desvalorização, a exemplo do euro e da libra esterlina) não foram capazes de prover recursos

suficientes ao atendimento das necessidades financeiras do MRE ao longo do exercício de

2015.

29. É oportuno registrar que as medidas necessárias ao equilíbrio orçamentário das

despesas efetuadas em moedas estrangeiras extrapolam as competências do MRE,

vislumbrando-se como imperiosa a necessidade de aprimoramento das estimativas de variação

cambial adotadas pelo MPOG no momento de elaboração do Anexo IV, das metas fiscais,

para o Projeto da LDO, uma vez que as previsões para os exercícios de 2014 e de 2015 foram

equivocadas e apenas após relativa estabilização cambial é que se verifica o encontro de taxas

cambiais mais realistas para o exercício de 2016.

30. Além das restrições orçamentárias geradas por contingenciamentos, a questão

cambial contribuiu para agravar o quadro de restrições imposto ao Ministério como um todo,

impactando negativamente a execução das metas estabelecidas no PPA.

31. Com foco no aprimoramento contínuo da qualidade do gasto público, reforçado

pelo cenário adverso de restrição orçamentária e financeira, cumpre registrar que o MRE

emitiu diversas comunicações internas no intuito de determinar a adoção de providências e

orientar o corpo funcional sobre a necessidade de intensificar a observância do arcabouço

normativo afeto à gestão de recursos orçamentários, financeiros e patrimoniais, a exemplo da

circular telegráfica nº 98869, de 20/08/2015.

32. Tal normativo versa sobre áreas que vêm sendo objeto de recomendações

elaboradas pelos órgãos de controle, tais como gestão de contratos e licitações, restituição de

impostos (no exterior), racionalização de gastos, controle de chamadas telefônicas e restrição

de uso de veículos oficiais, por exemplo.

Item 3 - Avaliação dos indicadores instituídos pela UPC para aferir o desempenho da

sua gestão, pelo menos, quanto à:

a) capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a

situação que a UPC pretende medir e de refletir os resultados das intervenções

efetuadas na gestão;

b) capacidade de proporcionar medição da situação pretendida ao

longo do tempo, por intermédio de séries históricas;

c) confiabilidade das fontes dos dados utilizados para o cálculo do

indicador, avaliando, principalmente, se a metodologia escolhida para coleta,

processamento e divulgação é transparente e replicável por outros agentes,

internos ou externos à UPC;

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d) facilidade de obtenção dos dados, elaboração do indicador e de

compreensão dos resultados pelos usuários da informação;

e) razoabilidade dos custos de obtenção do indicador em relação aos

benefícios da medição para melhoria da gestão da unidade.

33. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) ainda não estabeleceu

formalmente seu Plano Estratégico e, consequentemente, não foram elaborados indicadores

institucionais que possibilitem a aferição objetiva do desempenho da gestão do exercício sob

análise.

34. A SGEX apresentou, no item 4.1 do seu Relatório de Gestão, objetivos

estratégicos não formais traçados para suas unidades subordinadas, não tendo, contudo,

apresentado os resultados quantitativos ou qualitativos decorrentes de tal iniciativa, que

poderiam respaldar a emissão de opinião de auditoria relativamente ao desempenho da gestão

de cada uma de suas unidades.

35. A carência de indicadores de gestão no âmbito do MRE vem sendo tema

recorrente em relatórios de auditoria elaborados pelos órgãos de controle e, sobre esse tema,

cumpre registrar decisão recente do TCU que, por meio do Acórdão nº 48/2016 – 2ª Câmara,

item 1.7.2, decidiu cientificar à SGEX/MRE de que:

"1.7.2.1.as metas instituídas pela Divisão de Serviços Gerais (DSG) para 2013

não atenderam aos padrões e critérios previstos no subitem 3.4.2 do Guia

Referencial para Medição de Desempenho e Manual para Construção de

Indicadores do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG),

devendo suas metas serem instituídas de modo a contribuírem para o

aperfeiçoamento de serviços internos e serem capazes de induzir agilidade e

eficiência na atuação do órgão;"

36. A esse respeito, cabe transcrever trecho do Despacho ao Memorando DSG/22,

de 4 de fevereiro de 2016, por meio do qual o gestor informou sobre as providências adotadas

em atendimento àquele subitem do Acórdão:

"ELABORAÇÃO DE METAS QUANTIFICÁVEIS

Em relação ao item 1.7.2.1, informo que a lacuna em questão foi corrigida,

tendo sido elaborado, para o exercício de 2016, rol de metas quantificáveis

para a Divisão de Serviços Gerais, em consonância com o Guia Referencial

para Medição e Desempenho e Manual para Construção de Indicadores do

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

O estabelecimento de referenciais tendo como fundamento séries históricas de

metas, conforme recomenda o subitem 3.4.2 do Guia em questão, não se revela

do todo factível, uma vez ser este o primeiro exercício de elaboração de metas

quantificáveis pela Divisão. Ademais, o estabelecimento de percentuais ou

metas numéricas estanques só faria sentido de forma plena para atos

administrativos meramente contábeis ou financeiros.

A primeira proposta de metas quantificáveis da DSG, consubstanciada em

memorando à parte, respaldou-se em referenciais materiais e temporais

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precisos. A título exemplificativo os objetivos estabelecidos para a Seção de

Guarda e Proteção, setor subordinado à DSG, foram concebidos sob a

seguinte égide conceitual:

'I) elaboração de procedimentos para fazer face a situações excepcionais de

segurança até o fim de 2016;

2) elaboração de regulamentação com instruções complementares àquelas

contidas da Portaria 19/2016 até o fim, de 2016.'

A delimitação de prazos bem definidos (final de 2016) e objetivos verificáveis

(elaboração de procedimentos) atribuem caráter quantificável às metas

estabelecidas.

Construções de indicadores únicos baseados no Quadro 9 do Guia em tela

fazem-se, no mesmo diapasão, inviáveis no caso da DSG, tendo em vista a

pluralidade de setores a ela subordinados e a extensão e diversidade dos

assuntos a eles correlatos (moradias funcionais, processos de contratação

direta, gestão de veículos, segurança, fiscalização de contratos e Outros).

O estabelecimento de metas quantificáveis para todas as atividades da Divisão

de Serviços Gerais não se revela factível, portanto, por múltiplas razões. Para

além das funções precípuas de gestão orçamentário-financeira e contratual,

com vistas à administração física, patrimonial e de funcionários terceirizados

do Palácio Itamaraty. Edifícios Anexos e Instituto Rio Branco, as tarefas

intrínsecas ao quotidiano da DSG constituem uma pletora multifacetada de

solicitações e soluções que ultrapassam os limites de meras planilhas

administrativas com parâmetros ou marcos referenciais. Se se der preferência

ao vernáculo, ao invés da palavra inglesa 'benchmark' consagrada pelo Guia

Referencial para Medição de Desempenho e Manual para Construção de

Indicadores do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. A

titulo exemplificativo, dentre a miríade de contratos geridos pela Divisão, há

aqueles de caráter absolutamente técnico, que demandariam a contratação de

número muito mais significativo de pessoal altamente qualificado, o que se

mostra incompatível com a realidade orçamentário-financeira da

Administração Pública Federal. Por ser um entreposto de atendimento de

pedidos de diversidade imprevisível, a DSG pode estabelecer metas

quantificáveis, mas essas, salvo melhor juízo, devem restringir-se aos

escaninhos de gestão jurídica e orçamentário-financeira".

37. Registre-se, contudo, que a avaliação do nível de atendimento do item 1.7.2 do

Acórdão nº 48/2016 – 2ª Câmara, por parte da DSG, no que tange à elaboração de metas

quantificáveis apenas poderá vir a efeito ao final do exercício de 2016, a partir da análise dos

dados produzidos e dos resultados alcançados.

38. Nesse sentido, a presente avaliação tomou por base os indicadores

rudimentares disponíveis, ou seja, aqueles constantes da Lei Orçamentária para as

ações de governo, sob responsabilidade da SGEX, de modo a atender o estabelecido

no Item 3 do Anexo II da Decisão Normativa TCU nº 147/2015.

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39. Fundamentando-se em norma elaborada pelo TCU, quanto aos conceitos

adotados foram considerados os critérios da “completude” e o termo “mensurabilidade”, este

último aglutinando os demais critérios ("comparabilidade", "confiabilidade", "acessibilidade"

e "economicidade"), conforme relacionados nos conceitos transcritos a seguir:

“a) capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a situação

que a UJ pretende medir e de refletir os resultados das intervenções efetuadas

na gestão; [completude]

b) capacidade de proporcionar medição da situação pretendida ao longo do

tempo, por intermédio de séries históricas; [comparabilidade]

c) confiabilidade das fontes dos dados utilizados para o cálculo do indicador,

avaliando, principalmente, se a metodologia escolhida para a coleta,

processamento e divulgação é transparente e reaplicável por outros agentes,

internos ou externos à unidade; [confiabilidade]

d) facilidade de obtenção dos dados, elaboração do indicador e de

compreensão dos resultados pelo público em geral;[acessibilidade]

e) razoabilidade dos custos de obtenção do indicador em relação aos

benefícios para a melhoria da gestão da unidade” [economicidade].

Quadro 3 – Resultado da avaliação da gestão no Itamaraty, de acordo com os critérios de

completude e a mensurabilidade

Cód. da

Ação

Item de

mensuração ou

produto

Descrição Resumida

Critérios

Comple-

tude

Mensu

rab.

20WW

Posto de

representação

mantido

Funcionamento de postos de representação do Brasil no

exterior para manter relações diplomáticas e negociar

acordos de interesse do Governo brasileiro de modo a

garantir a consecução das metas da política externa

brasileira.

SIM SIM

20WX

Posto de

representação

mantido

Funcionamento de postos de representação para garantir a

participação do governo brasileiro em foros de organismos

internacionais, bem como a defesa dos interesses do Brasil

nesses eventos.

SIM SIM

20X0 Operação

realizada

Expandir a participação do Brasil em negociações e ações

internacionais de combate à fome e à pobreza e de cunho

humanitário, a fim de prevenir calamidades, propiciar apoio

emergencial em casos de desastres ou conflitos e auxiliar a

recuperação de países atingidos por eventos danosos de

grandes proporções.

NÃO NÃO

8495 Evento realizado

Promoção, organização e realização de eventos

internacionais, no Brasil e no exterior, sob a

responsabilidade do Governo brasileiro, para consecução das

metas da política externa brasileira.

NÃO NÃO

Fonte: SIOP

40. Conforme se pode depreender da análise do quadro acima, a maior parte das

metas de ações de governo, grosso modo, atende ao critério da “mensurabilidade”, pelas

seguintes razões:

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a) comparabilidade – as unidades de medida que, quando mantidas ao longo das

sucessivas edições do PPA, geram automaticamente séries históricas pelo mero

acompanhamento da execução orçamentária;

b) economicidade e acessibilidade – essa coleta sistemática de dados de execução

permite seu enquadramento na “razoabilidade dos custos de obtenção” , uma vez que essa

rotina encontra-se inserida nas incumbências dos diversos órgãos da Administração (muito

embora a maioria dos itens de mensuração/produtos atualmente utilizados na legislação

orçamentária apresentem deficiências quando confrontados com os critérios expressos nas

normas do TCU); e

c) confiabilidade – este seria o critério com o qual o maior número de indicadores

do MRE apresentaria falhas ligadas à “metodologia para a coleta, processamento e

divulgação” de dados, principalmente por não serem reaplicáveis por outros órgãos, em outros

contextos, em especial por aqueles “externos à unidade”, ou seja, a validade externa resta

incerta.

41. Quanto àquelas quatro ações de governo sob responsabilidade da SGEX,

verifica-se que a utilização das expressões “Operação realizada” e “Evento realizado”, como

produto, inviabiliza o conceito de “comparabilidade”, uma vez que a terminologia utilizada

(evento e operação) envolve subjetividade que dificulta a afirmação de que seria “replicável

por outros agentes”, muito embora as atividades listadas sejam legítimas e inerentes à missão

institucional do Ministério.

42. Em termos de “comparabilidade”, a exemplo da ação “Evento realizado”, seria

preciso estabelecer objetivamente categorias de eventos que são usualmente realizados pelo

Ministério, levando em consideração as dimensões da estrutura demandada e a abrangência,

uma vez que, por exemplo, os recursos despendidos com a locação de ponto de exposição em

uma feira internacional difere do montante de recursos necessários à organização e à

realização de um congresso, visto que o termo utilizado na ação de Governo possui caráter

genérico e inviabiliza a criação de série histórica, por categoria de evento.

43. Quanto à “completude”, esse é o critério que mais usualmente tende a se

distanciar da “situação que a UJ pretende medir e de refletir os resultados das intervenções

efetuadas na gestão”. De modo geral, os itens de mensuração adotados nas ações de governo

não são capazes de refletir a complexidade dos esforços empreendidos até a obtenção dos

produtos/resultados apresentados, visto que, nos casos sob análise, cada evento e cada

operação demanda articulações e procedimentos prévios à sua realização, tais como

planejamento, divulgação, eventual contratação de produtos, serviços e locação de espaços

apropriados, por exemplo. Isso se deve, em parte, à ausência de mapeamento de processos

organizacionais, ferramenta que permitiria mensurar o tempo necessário e o custo de cada

fase envolvida, sinalizando o indicador mais apropriado e eventualmente sugerindo a

necessidade de fragmentação da ação de Governo.

44. Por fim, acerca dos itens de mensuração/produtos das ações, cumpre destacar a

necessidade de o MRE designar formalmente setores e servidores responsáveis pela definição

da fonte, forma e periodicidade de coleta dos dados necessários à aferição dos resultados, bem

como pelo monitoramento das ações/atividades e apuração dos resultados obtidos.

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Item 4 – Avaliação da gestão de pessoas contemplando, em especial:

a) adequabilidade da força de trabalho da unidade frente às suas atribuições;

4.a.1 - Força de trabalho do MRE – Brasil e exterior - SIAPE

45. Segundo dados extraídos do SIAPE, em 30/06/2016, o MRE possuía em

atividade um total de 3349 servidores.

Tabela 1 - Quantidade de servidores ativos do Quadro de Pessoal do MRE segundo situação

jurídica: Situação Jurídica Quantidade

Ativo Permanente 3035

Quadro Especial 210

Exercício Descentralizado de Carreiras 36

Exercício Provisório 1

Excedente de Lotação 33

Nomeado Para Cargo em Comissão 20

Requisitado 14

Total 3349

Fonte: SIAPE

Quadro 4 - Quantidade, em 30/06/2016, de servidores ativos do Quadro de Pessoal do MRE

segundo cargos Cargo Quantidade

Ministro de Estado 1

Diplomatas 1513

Oficiais de Chancelaria 808

Assistentes de Chancelaria 555

Outras Categorias 472

Fonte : SIAPE

46. Apurou-se, de acordo com os números de junho de 2016, que entre os 3349

servidores do Quadro de Pessoal do MRE, 37,74% da força de trabalho estavam em exercício

no Brasil, enquanto os outros 62,26% dos servidores estavam em exercício no Exterior.

Tabela 2 – Quantidade de servidores ativos do Quadro de Pessoal do MRE segundo

localização Cargo Brasil Exterior Total

Ministro de Estado 1 1

Diplomatas 551 962 1513

Oficiais de Chancelaria 314 494 808

Assistentes de Chancelaria 195 360 555

Outras Categorias 203 269 472

Total 1264 2085 3349

Fonte: SIAPE

47. Em 30/06/2016, além dos servidores do Quadro de Pessoal do MRE lotados no

Brasil à disposição do Ministério, existiam na SERE 415 estagiários, representando 32,83%

em relação à força de trabalho ativa em Brasília.

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4.a.2 - Força de trabalho da Unidade Prestadora de Contas SGEX

48. No que tange à força de trabalho da SGEX, Unidade Prestadora de Contas

(UPC), segundo o SIAPE, em 30/06/2016 estavam lotados na Unidade 347 servidores, nos

seguintes cargos:

Tabela 3 – Quantidade de servidores ativos do Quadro de Pessoal do MRE, lotados nas

Unidades Organizacionais subordinadas a SGEX segundo cargos Função Quantidade

Diplomatas 71

Oficiais de Chancelaria 93

Assistentes de Chancelaria 85

Outras Categorias 98

Total 347

Fonte: SIAPE

49. Em 30/06/2016, havia, ainda, na folha de pagamentos do MRE, 1551

servidores inativos e 835 instituidores de pensão.

50. Apurou-se que, segundo o Sistema de Gestão de Recursos Humanos (SGRH),

havia, em 23/07/2016, 18 servidores lotados em Unidades Organizacionais da SGEX que se

encontram em Missões Transitórias. A Auditoria entende que, a fim de não desfalcar as

UORGs que pertencem à SGEX, a Unidade deve melhor planejar a concessão de missões

transitórias, de modo a não comprometer a lotação necessária para a Unidade realizar suas

tarefas institucionais.

Quadro 5 – Servidores da SGEX em missões transitórias

Nome Lotação Carreira Posto Início Término

LSF CAT PGPE E Cartum 18/08/2014 15/08/2016

DMA SCL ACHAN E Kinshasa 22/09/2014 30/08/2016

ASB DCA ACHAN E Cotonou 02/03/2015 02/09/2016

DNS CAT ACHAN E Bagdad 16/11/2015 12/05/2017

JBSA CAT ACHAN E Lomé 23/11/2015 21/11/2016

NCPIS DPAG OFCHAN E Bucareste 26/11/2015 24/11/2016

FAR DSG ACHAN E Libreville 15/12/2015 11/11/2016

LMC DCA ACHAN E Bissau 04/01/2016 03/01/2017

ACMC CGPLAN OFCHAN E Pequim 14/03/2016 16/09/2016

DJG COF ACHAN E Windhoek 14/03/2016 16/09/2016

EAC DSG ACHAN E Adis Abeba 14/03/2016 17/03/2017

LGD DP OFCHAN E São Tomé 02/06/2016 29/07/2016

ARB DP DIP E Bamako 13/06/2016 16/09/2016

JAS DP PGPE E São Tomé 13/06/2016 09/09/2016

TJPDC DP OFCHAN E Teerã 13/06/2016 12/08/2016

AEDJ DP DIP E Dili 20/06/2016 05/08/2016

JCS DP PGPE E Uagadugu 07/07/2016 02/09/2016

MGCFV SGEX ACHAN E Luanda 11/07/2016 14/10/2016

Fonte: SGRH

51. Não foi possível confrontar as informações do parágrafo 50, Quadro 5 do

SGRH, com os registros no SIAPE, uma vez que o Sistema de Gestão de Pessoas do Governo

Federal (SIGEPE), que está sendo desenvolvido em substituição ao SIAPE, classifica os

servidores lotados no exterior em duas situações: "Afastamento Carreira MRE Missão

Exterior (Susp. Pagam.)"; e "Afastamento Missão Exterior Sem Ônus – EST". Portanto,

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inexiste no referido sistema classificação adequada para contemplar afastamento por missão

transitória.

52. De acordo com as informações extraídas do SIAPE, os servidores abaixo

relacionados então à disposição da Divisão do Pessoal (DP), sem lotação definida.

Quadro 6 – Servidores sem lotação definida

Servidor CPF Motivo

AMM ***064747** Sem lotação desde 21/6/2013

FCR ***164881** Sem lotação. Retornou do exterior em 05/01/2016

IAPA ***356701** À disposição da Divisão do Pessoal

MCF ***823642** À disposição da Divisão do Pessoal

LASA ***291709** À disposição da Divisão do Pessoal

Fonte: Informações fornecidas pela Unidade em resposta à SA 01/2016

53. Os servidores abaixo relacionados, apesar de lotados na Unidade, não foram

considerados como força de trabalho ativa, visto que estão em licença sem remuneração:

Quadro 7 – Servidores em licenças sem remuneração Nome Servidor Afastamento

ACJF Lic. Tratar de Interesses Particulares - EST

CAFF Lic. Tratar de Interesses Particulares - EST

CTP Lic. Tratar de Interesses Particulares - EST

ENAJ Lic. Tratar de Interesses Particulares - EST

JRCAA Lic. Desemp. Mandato Classista Sem Remuneração - E

LBB Lic. Tratar de Interesses Particulares - EST

PHBDM Lic. Tratar de Interesses Particulares - EST

RARC Lic. Tratar de Interesses Particulares - EST

Fonte: SIAPE

4.a.3 - Levantamento da força de trabalho efetiva da SGEX

54. Com vistas a avaliar e dimensionar a alocação de força de trabalho efetiva das

unidades administrativas subordinadas à SGEX, a CISET solicitou àquela UPC o

preenchimento de quadro, pelas UGs, com informações sobre o número atual de funcionários

efetivamente lotados em suas respectivas áreas, por categoria funcional.

55. A Tabela, a seguir, demonstra a força de trabalho das unidades administrativas

que compõem a estrutura organizacional da SGEX, com base no levantamento das

informações fornecidas pelas referidas unidades:

Tabela 4 – Força de trabalho da SGEX FORÇA DE TRABALHO - SGEX

UNIDADE SGEX CMOR COF DA DCD DSE TOTAL

Diplomata 6 3 3 16 9 18 55

Oficial de Chancelaria 3 0 3 25 34 34 99

Assistente de Chancelaria 2 0 2 14 45 29 92

Outras Categorias funcionais (inclusive

servidores de carreira descentralizadas) 1 0 6 48 32 15 102

Subtotal 12 3 14 103 120 96 348

Estagiários 0 4 4 33 42 22 105

Contínuos 2 0 1 19 13 16 51

Recepcionistas 0 2 1 9 6 2 20

Motoristas 0 0 0 75 0 0 75

Engenheiros 0 0 0 8 0 0 8

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FORÇA DE TRABALHO - SGEX

UNIDADE SGEX CMOR COF DA DCD DSE TOTAL

TOTAL GERAL 14 9 20 247 181 136 607

Fonte: Levantamentos feitos com base nas informações apresentadas pela SGEX e unidades administrativas sob

sua supervisão.

56. Note-se que há pequena discrepância entre o total de servidores lotados

efetivamente na SGEX e o quantitativo registrado no SIAPE. A diferença pode ser atribuída à

atualização intempestiva no SIAPE das frequentes movimentações de pessoal na SERE.

57. Um dos pontos mais vulneráveis identificados no levantamento dos dados se

refere à desproporcionalidade entre o número de estagiários em relação ao Quadro de Pessoal

permanente lotado no Setor de Contratados Locais (SCL), na Coordenação-Geral de

Documentação Diplomática (CDO) e na Coordenação-Geral de Documentação

Diplomática/Setor de Arquivo Consolidado (CDO/SCN), entre outros:

Quadro 8 – Quantitativo de servidores do Quadro em relação ao número de estagiários

Unidade

Administrativa Diplomata

Oficial de

Chancelaria

Assistente de

Chancelaria

Outras

Categorias

funcionais

Subtotal

Quadro

Atual

Estagiários

% de

estagiários/servidores

do Quadro

CMOR 3 0 0 0 3 4 133,33

SCL 3 2 0 2 7 10 142,86

CDO 1 6 2 6 15 14 93,33

CDO

SCN 0 2 0 4 6 12 200,00

DCA/ARQUIVO 0 0 2 1 3 4 133,33

Fonte: Levantamento realizado com base nas informações apresentadas pelas unidades administrativas

subordinadas à SGEX

58. No que tange ao quadro de recursos humanos necessários para que a UPC

atinja sua missão institucional e seus objetivos, os dados fornecidos pelas unidades revelam,

ainda:

(i) a crônica escassez de recursos humanos em diversas áreas da Administração;

(ii) insuficiência de pessoal no SCL e no Setor de Arquivo para o

desenvolvimento de missão institucional, assinalada pelas unidades gestoras, por meio de

respostas às Solicitações de Auditoria (SAs) e Memorando da Secretaria de Controle Interno

(CISET) encaminhados durante os trabalhos realizados pelas equipes de auditoria; e

(iii) ausência de plano de movimentação e planejamento de alocação de recursos

humanos.

59. Sobre o tema, merecem destaque os trechos dos Despachos ao Memorando

CISET/52 e 104/2016, que contêm manifestações da SGEX e do DCD:

a) SGEX – "(...) reitero, por oportuno, que a despeito de reiteradas

solicitações deste Ministério, em todos os níveis hierárquicos, o Ministério do

Planejamento, Desenvolvimento e Gestão ainda não autorizou a efetivação da

pose dos 60 aprovados no concurso para a carreira de Oficial de Chancelaria.

Hoje, a menos de três meses da realização de eleições, a autorização para

posse não poderá mais ser concretizada no exercício de 2016. Ressalto, ainda,

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que o número autorizado para a abertura de vagas no referido concurso foi

bastante inferior ao solicitado pelo MRE, que continua a dispor de grande

número de claros a serem preenchidos na Carreira de Oficial de

Chancelaria".

b) DCD – "Os resultados obtidos refletem as carências de pessoal

sobretudo na área de arquivo, onde o trabalho está sendo realizado, de forma

precária, pincipalmente por estagiários. Contam do quadro de pessoal do

MRE 23 servidores com o cargo de arquivista, nenhum dos quais, no entanto,

lotado nas unidades de arquivo (CDO e DCA)".

60. Entretanto, a exemplo dos anos anteriores, o controle de assiduidade e

pontualidade dos servidores continua insatisfatório e é possível inferir que persiste o

descumprimento da jornada regulamentar de 8h diárias. Ressalte-se, ainda, que a Unidade não

adotou as medidas corretivas e necessárias para finalizar a implantação de sistema de ponto

eletrônico. Dessa forma, a Auditoria ratifica o entendimento, consignado nos relatórios

anteriores, de que não é possível confirmar se a real lotação existente na SGEX é insuficiente

para o cumprimento de suas tarefas institucionais.

INFORMAÇÃO

61. Durante os trabalhos de auditoria, relativos ao exercício de 2015, pôde-se

constatar que nas unidades auditadas, subordinadas ao Departamento de Administração (DA),

não houve evolução positiva relacionada à gestão de pessoas por parte da SGEX, o que pode

parcialmente justificar as diversas impropriedades apontadas no presente Relatório.

62. No entendimento do Controle Interno, as unidades continuam carentes de

recursos humanos e a informação fornecida pela Unidade no Relatório de Gestão

encaminhado ao TCU, a seguir reproduzida, revela que a única opção que a Unidade parece

dispor para minorar o problema seria a nomeação de novos oficias de chancelarias recém

concursados:

"Obstáculo significativo encontrado pela DSG em 2015, bem como em

exercícios anteriores, foi a crônica carência de pessoal, em particular no que

se refere às funções de fiscalização e gerência de contratos e à elaboração de

termos de referência e de projetos básicos. A realização de concurso para a

carreira de Oficial de Chancelaria, no exercício de 2016, será oportunidade

para que se possa promover uma lotação adequada da DSG."

63. Considerando que não houve mudanças na política de pessoal do MRE no

sentido de assegurar lotação adequada a áreas sensíveis da Administração, reproduzem-se a

seguir, os comentários constantes do processo de contas da Unidade, relativo ao exercício de

2014:

"23. Considerando que entre os exercícios de 2013 e 2014 não houve mudança

no quadro de servidores e na sistemática de treinamento nos Setores de

Contratados e de Moradias Funcionais, parece pertinente a repetição do

comentário da Auditoria no Relatório da Auditoria de Gestão da Tomada de

Contas Anual de 2013:

'Durante os trabalhos de auditoria, foi possível perceber que tanto a DSG

quanto a CPAT se ressentem do reduzido número de servidores em seus

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setores, agravado, muitas vezes, pela dinâmica de concessão de missões

transitórias e de remoções. Porém, mais do que a urgente recomposição da

força de trabalho é necessário implementar o imediato aprimoramento no que

toca aos procedimentos de capacitação, gestão do conhecimento e supervisão

do trabalho. Determinadas áreas da Unidade são responsáveis por tarefas que

exigem conhecimentos de legislação específica (Setor de Contratos, Setor de

Compras e Setor de Moradia, entre outros) e sofrem com a falta de

capacitação e de conhecimento das rotinas da área. Outros setores que podem

não exigir aprofundado conhecimento de legislação, exigem, no entanto,

conhecimento das rotinas e experiência de quem comanda, por lidarem com

grande quantidade de pessoas, de materiais e de serviços

(SAA/Almoxarifado/Limpeza/Garagem). Tais setores sofrem igualmente com a

rotatividade de seu quadro de servidores.

Para exemplificar a questão da carência, transcreve-se a seguir, trecho do

Relatório de Gestão – Exercício 2013 que aborda a situação do Setor de

Contratos:

O Setor de Contratos geriu os 86 contratos sob responsabilidade da Divisão

de forma eficiente, a despeito do déficit crônico de pessoal especializado. Além

de não ter havido aumento do número de funcionários em relação ao exercício

anterior, houve substituições no Setor em razão da rotatividade natural do

quadro do MRE, que transita entre os Postos no Exterior e a Secretaria de

Estado. Outra dificuldade enfrentada pelo setor decorreu do corte

orçamentário que atingiu o MRE em 2013, que reduziu sensivelmente a

disponibilidade de cursos de aperfeiçoamento para funcionários da área

administrativa, o que se refletiu em déficit na especialização dos funcionários

recém-chegados. Para ajudar a solucionar esse problema, que não é exclusivo

do Setor de Contratos, a DSG está iniciando projeto que deverá permitir a

lotação de Gestores especializados nas áreas mais sensíveis da Divisão.

24. Em dois setores da Unidade, o Setor de Contratos e o Setor de Moradias

Funcionais, cujas falhas figuraram em boa parte deste relatório e também no

relatório do ano anterior, observa-se que a força de trabalho não é adequada

ao volume de atribuições. No Setor de Contratos, atualmente trabalham doze

pessoas, sendo cinco do Quadro, três terceirizados e quatro estagiários,

responsáveis por quase uma centena de contratos. No Setor de Moradias

Funcionais, trabalham oito pessoas, sendo dois do Quadro, dois terceirizados

e quatro estagiários, responsáveis pela Administração de 523 Imóveis

Funcionais. Considerando que os terceirizados, por força de lei, não podem

exercer funções próprias dos servidores do Quadro e que os estagiários,

ademais de não cumprirem a totalidade da carga horária, tampouco podem

ser responsabilizados pela execução dos serviços, tem-se claro o desequilíbrio

entre volume de trabalho e lotação.'

25. A avaliação da equipe de auditoria é de que a atual força de trabalho da

UJ não é adequada para o desempenho de suas atribuições com eficiência,

eficácia e efetividade."

b) observância da legislação sobre admissão, remuneração, cessão e requisição de

pessoal, bem como, se for o caso, sobre concessão de aposentadorias, reformas e pensões;

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64. O MRE possui servidores das carreiras do Serviço Exterior Brasileiro (SEB)

que estão lotados na SERE, no exterior, nos Escritórios Regionais e nas Comissões

Demarcadoras de Limites. São remunerados exclusivamente por subsídio, fixado em lei, e em

parcela única.

65. À disposição da SERE existem, também, servidores pertencentes ao

PCC/PGPE (Plano Geral de Cargos do Poder Executivo), referentes a cargos que não

pertencem à Carreira do SEB e recebem vencimentos e vantagens fixados em lei.

66. A equipe de auditoria verificou, por amostragem, remunerações de servidores e

constatou que os pagamentos estão sendo realizados em conformidade à lei vigente.

67. O MRE possui duas folhas de pagamento: uma em dólares norte-americanos,

processada pelo EFNY; outra em reais, processada pelo MPOG.

68. O processamento de folhas de pagamento é realizado separadamente, de forma

não interligada, o que tem permitido a ocorrência eventual de pagamentos concomitantes no

Brasil e no exterior. A Auditoria entende que essas ocorrências só cessarão quando as folhas

de pagamento forem interligadas e processadas no Brasil.

69. A Unidade tem disponibilizado ao Controle Interno, tempestivamente, os atos

de admissão e concessão de aposentadoria e pensão ocorridos no exercício sob análise, para

fins de registro no Sisac, conforme determina a Instrução Normativa TCU nº 55/2007.

Achado 1

CONSTATAÇÃO

70. Verificou-se falta de continuidade dos procedimentos adotados nos anos

anteriores relativos ao acompanhamento e controle dos processos de reposição ao Erário.

Observou-se que nem sempre os pagamentos realizados de forma equivocada têm ensejado,

tempestivamente, o correspondente processo de devolução de recursos. Ademais, a repetição

de impropriedades registradas em exercícios anteriores, principalmente no tocante à falta de

acompanhamento da efetivação das restituições, implicou a paralisia de processos já

instaurados por longos períodos.

71. A fragilidade dos controles administrativos tem resultado na identificação

intempestiva de pagamentos indevidos. Além disso, a morosidade do processo de cobrança

tem facultado aos servidores e beneficiários pedidos de parcelamento das dívidas por longos

períodos, cujos valores não são monetariamente corrigidos, em descumprimento ao artigo 46

da Lei n° 8112/90.

Manifestação da Unidade Auditada

72. Como é do conhecimento de Vossa Senhoria, os processos de reposição ao

Erário são levados a cabo por um único servidor, lotado no setor de Contabilidade desta

Divisão. O servidor assumiu as funções relativas à formalização processual e ao controle dos

processos de reposição, após meses em que a atividade foi interrompida, devido à ausência de

responsável e, depois, ao falecimento do servidor apontado para a atividade. A

descontinuidade momentânea da atividade resultou em grande número de processos parados,

cuja retomada só pôde acontecer após a recomposição da lotação do setor, de maneira

concomitante à rotina regular de novos processos de reposição.

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73. No intuito de priorizar a retomada dos processos de reposição relativos a

exercícios anteriores, a chefia da Divisão de Pagamentos (DPAG) exarou a Instrução de

Serviço nº01/2016, que reforça os termos da Orientação Normativa nº5/2013. Em suma, o

dispositivo prevê esforço “ad hoc” para (a) definir a etapa em que se encontra o processo, (b)

notificar o servidor, se for o caso; (c) proferir decisão sobre o processo, (d) encaminhar a

GRU ou acolher a opção pelo desconto em folha em parcelas, (e) judicializar o processo, se

for o caso, e (f) emitir certidão de quitação com o encerramento do pagamento.

74. Para acompanhar a execução da tarefa, encontra-se em elaboração planilha de

acompanhamento que prevê a etapa do processo administrativo e o saldo restante para

quitação. Definiu-se como meta o mês de julho do corrente ano para retomada das atividades

relativas aos processos dos anos anteriores.

75. De maneira a sistematizar a rotina regular de novos processos, em reunião de

coordenação com o Setor de Legislação de Pessoal do DSE (SLP/DSE), decidiram-se as

etapas dos procedimentos administrativos a serem seguidas, conforme Orientação Normativa

nº5/2013. As decisões foram consubstanciadas na Instrução de Serviço DPAG 02/2016 e o

controle dos processos abrangerá etapas do processo, prazos e saldos remanescentes. O

processo encerrar-se-á com certidão de quitação.

76. Importante ressaltar o esforço da DPAG em prevenir situações que resultem

em processos de reposição ao Erário. Nesse sentido, faz necessário ressaltar que a SA ensejou

trabalho de diagnosticar os principais motivos geradores de processo de reposição, da qual

pôde se averiguar que 80% casos relacionam-se à:

(a) Pagamentos concomitantes nas Folhas Brasil e Exterior:

Diagnóstico: a manutenção do servidor folha Brasil e Exterior acontece, na maioria das vezes,

no retorno de servidores ao Brasil. O fato deve-se à omissão de informação, via telegrama, da

partida do servidor do posto.

Encaminhamento: as movimentações da folha Exterior, que parta do setor responsável na

DPAG, serão rubricadas pela folha Brasil. Ademais, mensalmente, será checado o livro de

chegadas e a DP encaminhará relação de lotação na SERE, correspondente ao mês de

fechamento da folha;

(b) Pagamentos de servidores, ativos e aposentados, e pensionistas falecidos;

Diagnóstico: a certidão de óbito de falecidos beneficiários de remuneração, proventos ou

pensões chega ao conhecimento do DSE por vias distintas. Por exemplo, o documento pode

chegar à DP ao setor de seguro-médico para fins de percepção do seguro de vida. De outra

maneira, a certidão pode chegar ao setor de inativos da DPAG para concessão de pensão.

Encaminhamento: em reunião de coordenação com a DP e com os demais setores da DPAG,

ficou decidido que todos as comunicações relativas a óbitos deverão estar acompanhadas da

respectiva certidão. Seguirá, em anexo, documento de encaminhamento que deverá ser

rubricada pelos setores PCAMSE/DP, Folha Brasil/DPAG, Folha Exterior/DPAG,

Inativos/DPAG, Contabilidade/DPAG e Gestão/DSE. Só após a rubrica de todos os setores,

serão tomadas as providências pertinentes;

Análise do Controle Interno

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77. A justificativa apresentada pela Unidade de que as atividades de

acompanhamento e controle dos processos de reposição ao Erário foram interrompidas devido

ao falecimento, em 2015, do servidor que executava tal tarefa não é satisfatória, uma vez que

é competência da própria Unidade lotar adequadamente as divisões do Pessoal e de

Pagamentos com os servidores necessários para cumprir as tarefas inerentes às atividades

institucionais do DSE, conforme registrado pelo Controle Interno no parágrafo 54 do

Relatório de Auditoria de Contas relativo ao exercício de 2014.

78. Constatou-se que os controles dos ressarcimentos ao Erário continuam falhos,

visto que, entre os processos de reposição ao Erário, 55 encontram-se paralisados há mais de

três anos e 68, há mais de dois anos, sem que a Unidade tenha tomado nenhuma providência

para ressarcir ao Erário as importâncias indevidamente pagas.

79. A DPAG não tem registrado no SIAPE todas as dívidas contraídas por

servidores, o que impede a auditoria de pessoal da CISET de realizar, de forma eficaz,

mediante trilhas de auditoria, o acompanhamento e monitoramento dos ressarcimentos ao

Erário realizados pela unidade pagadora do MRE.

80. Há que se registrar que o Sistema de Trilhas de Auditoria de Pessoal,

desenvolvido pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC) foi criado

com o intuito de monitorar os pagamentos a todos os servidores públicos do Poder Executivo

Federal de forma sistemática. As trilhas 008B e 008C foram elaboradas, especificamente, para

apurar os servidores/pensionistas com parcela de devolução ao Erário interrompida ou com

prazo e/ou valores alterados.

81. Os registros de todas as dívidas ao Erário no SIAPE são de suma importância,

haja vista que o Controle Interno é responsável pelo acompanhamento e pelas certificações

das reposições ao Erário realizadas por servidores/pensionistas. O resultado desse trabalho é

encaminhado, por via eletrônica, ao MTFC, que elabora o Relatório de Avaliação do Gasto de

Pessoal, consolidando os resultados de todos os órgãos da Administração Pública Federal.

82. Todas as dívidas, inclusive aquelas que são contraídas e/ou que são quitadas

pela folha de pagamento no exterior, devem ser, obrigatoriamente, registradas no SIAPE,

independentemente de existir ou não acompanhamento de reposições ao Erário/Orçamento,

por meio do sistema FOPEX, que é utilizado pelo EFNY para processar a folha de pagamento

dos servidores no exterior.

83. Constatou-se que a maior parte das ocorrências de pagamentos indevidos

ocorre na remoção dos servidores. Isso se deve à existência de duas folhas de pagamento

independentes (SIAPE/FOPEX), que não interagem entre si.

84. No intuito de minimizar a ocorrência de pagamentos concomitantes, a Unidade

deverá adotar as seguintes providências:

a) quando os servidores são removidos do Brasil para o exterior após o

fechamento do SIAPE: se o pagamento de vencimentos e vantagens já estiver lançado na

folha de pagamentos no Brasil, a DPAG deve comunicar ao servidor a ocorrência do

pagamento indevido e expedir imediatamente despacho telegráfico para o EFNY solicitando

àquele Escritório providências para efetivar o desconto na folha de pagamentos no exterior; e

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b) quando os servidores são removidos do exterior para o Brasil: o Posto deve

informar à SERE, mediante telegrama com retransmissão automática para o EFNY, a data em

que o servidor se desligou do Posto, para que aquele escritório interrompa o pagamento de

vencimento e vantagens do servidor na folha de pagamento no exterior.

85. Com relação a valores recebidos por servidor/pensionista falecido em razão da

ausência de comunicação do óbito, a Auditoria entende que a responsabilidade pela restituição

dos valores percebidos indevidamente deve ser atribuída ao espólio, visto que a dívida deve

recair necessariamente sobre o patrimônio do servidor devedor, conforme se pode depreender

da Nota Técnica Nº 571/2009/COGES/DENOP/SRH/MP e do Acórdão TCU n° 2508/2014 -

Plenário.

86. Por fim, a equipe de auditoria reitera que o número de pagamentos

concomitantes no Brasil e no exterior somente diminuirá se as folhas de pagamentos dos

servidores, tanto os lotados no Brasil quanto os lotados no exterior, passarem a ser

processadas no Brasil.

RECOMENDAÇÕES

87. Informar o Controle Interno, no prazo de 90 dias a contar da entrega deste

Relatório ao TCU, sobre as medidas adotadas para concluir os processos de reposição ao

Erário instaurados em 2013, 2014 e 2015 e que se encontram paralisados na Unidade, alguns

há mais de três anos.

88. Cadastrar no SIAPE os valores das dívidas de servidores com o Erário, tanto as

contraídas no Brasil quanto as contraídas no exterior.

Achado 2

CONSTATAÇÃO

89. A respeito da falta de tempestividade na formalização de processos

administrativos de reposição ao Erário, cite-se como exemplo o pagamento de ajuda de custo

à servidora IMRA, removida para o Consulado-Geral em Miami por meio de portaria

publicada no Boletim de Serviço nº 126, de 04/07/2014.

90. Conforme o Despacho Telegráfico nº 25261, de 26/12/2014, o DSE autorizou o

EFNY a efetuar o pagamento da importância de US$ 10.072,00, a título de ajuda de custo

para custeio das despesas de viagem, de mudança e da nova instalação da servidora

supramencionada. Posteriormente, a missão foi tornada insubsistente, conforme o Boletim de

Serviço nº 15, de 22/01/2015.

91. Entretanto, somente no dia 19/08/2015, sete meses após a missão ter sido

tornada insubsistente, a Unidade instaurou o Processo nº 09047.000885/2015-70, para

reposição ao Erário do valor recebido indevidamente. Conforme os documentos acostados ao

processo, a Unidade autorizou o parcelamento da dívida mediante descontos em reais na folha

de pagamentos no Brasil, o que permitirá à servidora quitar o débito com a Fazenda Nacional

em três anos e quatro meses.

92. À luz do disposto no parágrafo 1° do artigo 46 da Lei n° 8.112/90, o

parcelamento de restituições e indenizações ao Erário se aplica aos pagamentos indevidos de

vencimentos e vantagens. Note-se que, no caso em tela, o benefício de ajuda de custo não faz

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parte da folha de pagamento e se destina a custear despesas com a viagem e a instalação em

razão de mudança de sede. Dessa forma, a equipe de auditoria é de parecer que o valor de

US$ 10.072,00 deveria ter sido objeto de devolução em uma única parcela.

Manifestação da Unidade Auditada

93. Quanto aos casos específicos mencionados na SA, da servidora IMRA têm sido

descontados mensalmente R$ 815,21. A previsão de quitação está em 36 meses e o saldo

remanescente é de R$ 29.288,69. Em que pese a reposição não ter sido procedida de maneira

integral, por tratar-se de indenização, o SLP/DSE opina pela impossibilidade de,

unilateralmente, impor-se a mudança do desconto. Uma vez que o processo administrativo

percorreu todas as fases e a servidora aquiesceu o desconto de boa-fé, tal alteração poderia

resultar na judicialização do processo.

94. É possível, entretanto, a tentativa de convencimento da servidora, de maneira

extraprocessual, para que aquiesça, formalmente, à quitação integral. A tentativa será relatada

no bojo do processo.

Análise do Controle Interno

95. A equipe de auditoria mantém o entendimento de que ressarcimentos relativos

a pagamentos indevidos de ajuda de custo ou diárias devem ser feitos de maneira integral,

visto que a Lei n° 8.112/90 só prevê parcelamento de dívidas referentes a vencimentos e

vantagens e, conforme o artigo 51 da referida Lei, ajudas de custo e diárias são classificadas

como indenizações.

96. Ademais, o pagamento antecipado de ajuda de custo destina-se exclusivamente

a compensar as despesas de instalação do servidor na nova sede.

RECOMENDAÇÃO

97. Abster-se de autorizar parcelamento de dívidas provenientes de pagamentos

indevidos de indenizações como ajuda de custo e diárias.

Achado 3

CONSTATAÇÃO

98. Do mesmo modo, constatou-se que a Unidade não tem cumprido plenamente o

disposto no artigo n° 12 da Orientação Normativa n° 5, de 21 de fevereiro de 2013, que

determina a obrigatoriedade de o gestor encaminhar à Auditoria de Recursos Humanos do

órgão central do SIPEC, até o dia 15 de janeiro de cada ano, a relação de processos

instaurados pela Unidade para fins de reposição ao Erário de valores pagos indevidamente a

servidores e a beneficiários de pensão. As informações relativas aos processos de reposição ao

Erário instaurados em 2015 foram encaminhadas ao SIPEC/MPOG somente em 15/03/2016,

conforme o Ofício n° 21/2016.

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Análise do Controle Interno

99. A Unidade não esclareceu por que motivo não encaminhou tempestivamente ao

MPOG a relação de todos os processos instaurados para reposição ao Erário de valores pagos

indevidamente a servidores e a beneficiários de pensão.

RECOMENDAÇÃO

100. Encaminhar à Auditoria de Recursos Humanos do órgão central do SIPEC, até

o dia 15 de janeiro de cada ano, relatório contendo a relação de processos instaurados para a

reposição de valores ao Erário, em consonância com o disposto no artigo n° 12 da Orientação

Normativa nº 5, de 21 de fevereiro 2013.

Achado 4

CONSTATAÇÃO

101. Ressalte-se, ainda, que as informações encaminhadas ao MPOG no referido

expediente não contemplaram os dados relativos aos processos instaurados em exercícios

anteriores a 2014, cujos valores não haviam sido ressarcidos ao Erário em sua totalidade.

102. No relatório de contas do exercício de 2014, o Controle Interno registrou que

cobranças nos valores de US$ 102.693,03 e R$ 707.797,90, referentes a processos

administrativos instituídos no exercício de 2013, haviam, injustificadamente, sido

interrompidas devido a diversos motivos como, por exemplo, falecimento do

servidor/pensionista, falta de saldo na conta bancária ou até mesmo falta de autorização do

servidor/pensionista para a reposição ao Erário. Ao analisar o andamento de tais cobranças em

2016, a equipe de auditoria constatou que, passado mais de um ano, ainda não haviam sido

efetivados todos os pedidos de ressarcimento. Com isso, as importâncias de US$ 88.781,17 e

R$ 656.408,13, referentes a valores pagos indevidamente em anos anteriores a 2013,

continuavam pendentes de devolução, até a data de 30/04/2016.

103. Os processos abaixo relacionados continuavam, em 30/04/2016, na mesma

situação do exercício de 2015, ou seja, paralisados, sem que a Unidade tivesse tomado

qualquer providência para dar continuidade à restituição aos cofres públicos das importâncias

indevidamente pagas a servidores e a beneficiários de pensão.

Tabela 5 - Relação processos de reposição ao Erário, instruídos no exercício de 2013, que

não foram quitados. (Processos Administrativos retirados da Contabilidade/DPAG em

02/03/2016)

Processo Nome Reposição

(US$ )

Reposição

(R$)

09047.000065/2013-16 JV

7.213,06

09047.000125/2013-17 CMAV

236.077,25

09047.000151/2013-11 ASM

267,78

09047.000167/2013-15 MAPMM

38.657,56

09047.000181/2013-19 JHA

13.107,37

09047.000184/2013-11 CCC

5.145,80

09047.000188/2013-14 AO

16.139,53

09047.000180/2013-15 MCFT

1.169,98

09047.000209/2013-18 GHS 20.045,00

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Processo Nome Reposição

(US$ )

Reposição

(R$)

09047.000211/2013-11 CMPNT 18.645,00

09047.000282/2013-14 NJCO

3.734,82

09047.000285/2013-15 CB

20.923,84

09047.000440/2013-11 GBCS 795,55

09047.000522/2013-13 FGA

2.293,21

09047.000527/2013-11 CLDCP

723,30

09047.000553/2013-15 MJBSJ

33.422,88

09047.000556/2013-16 MASC

17.518,17

09047.000830/2013-14 NBRC

1.131,64

09047.000956/2013-13 PMMC 220,95

09047.000989/2013-12 NFAN 276,26

09047.000997/2013-18 FFG

14.175,32

09047.000999/2013-15 JLTA

357,78

09047.001218/2013-18 RCV

672,60

09047.001243/2013-18 NMS

224,20

09047.001246/2013-19 AASC

215,13

09047.001254/2013-14 BJLGK

8.519,60

09047.001416/2013-14 GHM 2.574,78

09047.001417/2013-18 FLLI 1.729,40

09047.001421/2013-19 CRMC 2.133,36

09047.001423/2013-16 NEK 3.765,85

09047.001424/2013-11 JMF 1.533,15

09047.001440/2013-11 JGP

14.101,53

09047.001290/2013-11 HDMGA

19.758,67

09047.001441/2013-14 ISS

20.779,73

09047.001495/2013-12 KRMG

88.163,10

09047.001496/2013-16 HSF 1.120,00

09047.001501/2013-15 ZVC 3.280,42

09047.001503/2013-12 APO 22.320,60

09047.001483/2013-12 RPH

16.237,25

09047.001482/2013-19 GSR

3.918,69

09047.001527/2013-12 GMS

951,92

09047.001530/2013-11 MHGR

601,68

09047.001531/2013-13 JLFJ

2.706,14

09047.001557/2013-11 ECA

24.147,66

09047.001562/2013-15 FABLC

20.616,73

09047.001796/2013-11 HMAS

2.286,80

09047.001825/2013-11 MLCW

982,72

09047.001884/2013-13 JRAP

224,20

09047.001944/2013-14 ARK

986,93

09047.001945/2013-18 VLMO

4.714,65

09047.001948/2013-19 MCGP

10.240,98

09047.001951/2013-16 IRFS 1.172,45

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Processo Nome Reposição

(US$ )

Reposição

(R$)

09047.001952/2013-11 JBO 822,17

09047.002002/2013-11 EML 800,74

09047.002080/2013-15 AAN 1.178,87

09047.002090/2013-18 ALNA 3.029,72

09047.002102/2013-12 BRC

6.260,71

09047.002101/2013-19 MPS

37,22

09047.002124/2013-15 SBO 3.336,90

Total 88.781,17 656.408,13

Fonte: Processos Administrativos de Reposição ao Erário

Manifestação da Unidade Auditada

104. Sobre os processos acima apresentados (exercício de 2013), quatro foram

encerrados; 24 serão notificados novamente, como forma de manter a integridade processual;

12 foram encaminhados à SLP para judicialização, por falta ou insuficiência de fundos no

banco; e 20 processos referem-se a aposentados e pensionistas falecidos, sobre os quais não se

obteve retorno dos bancos.

Análise do Controle Interno

105. A Unidade não comprovou ao Controle Interno a quitação das dívidas

referentes aos processos nos

09047.000440/2013-11, 09047.000989/2013-12,

09047.001496/2013-16 e 09047.002080/2013-15, apesar de ter afirmado que tais processos

foram encerrados.

106. Com relação aos 55 demais processos administrativos que continuam

pendentes de ressarcimento, a Auditoria entende que a Unidade já deveria ter notificado os

servidores/pensionistas devedores, visto que tais cobranças estão paralisadas,

injustificadamente, há mais de três anos, aguardando providências da DPAG.

107. Há que se observar que os valores recebidos indevidamente por

servidores/pensionistas falecidos em razão da não comunicação do óbito devem ser atribuídos

aos espólios, visto que tais dívidas devem recair, necessariamente, sobre o patrimônio dos

servidores/pensionistas devedores, em consonância com a Nota Técnica Nº

571/2009/COGES/DENOP/SRH/MP e com o Acórdão TCU n° 2508/2014 - Plenário.

RECOMENDAÇÕES

108. Apresentar ao Controle Interno a comprovação de que foram quitados os

processos nos

09047.000440/2013-11, 09047.000989/2013-12, 09047.001496/2013-16 e

09047.002080/2013-15.

109. Informar ao Controle Interno, no prazo de 90 dias a contar do envio deste

Relatório ao TCU, as medidas adotadas para a conclusão dos processos de reposição ao Erário

instaurados.

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24

Achado 5

CONSTATAÇÃO

110. Do mesmo modo, o Controle Interno registrou, no processo de contas de 2014,

que existiam processos administrativos instruídos em 2014 não plenamente quitados no

momento da análise das contas daquele ano. A equipe de auditoria, ao reanalisar tais

processos, constatou que, passados mais de dois anos da sua instrução, os valores de US$

27.046,00 e R$ 580.324,35 continuavam pendentes de ressarcimento ao Erário, conforme

demonstrado na Tabela 6:

Tabela 6 - Relação de processos de reposição ao Erário instruídos no exercício de 2014

ainda não quitados. (Processos Administrativos retirados da Contabilidade/DPAG em

02/03/2016)

Processo Nome Reposição

(US$)

Reposição

(R$)

09047.000183/2014-13 JSF

2.425,07

09047.000279/2014-14 PCB

2.784,58

09047.000308/2014-13 LCS

988,45

09047.000309/2014-17 NGA

1.011,19

09047.000316/2014-19 HQM

5.664,77

09047000287/2014-11 CCS

13.425,26

09047.000390/2014-19 ACLF

2.858,71

09047.000485/2014-16 VLP

8.662,02

09047.001097/2014-11 MCL 1.663,90

09047.001256/2014-19 ACMF 223,54

09047.000158/2014-13 MPL 1.300,32

09047.000236/2014-12 BBS 16.217,96

09047.000267/2014-14 NADCB

848,39

09047.000293/2014-18 MMM

2.723,67

09047.000305/2014-12 ENAJ

2.696,25

09047.000308/2014-13 LCS

988,45

09047.000309/2014-17 NGA

1.011,19

09047.000311/2014-11 FLG

3.171,67

09047.000313/2014-18 DMP

1.732,13

09047.000314/2014-11 ACF

369,17

09047.000315/2014-15 MLCC

3.882,85

09047.000316/2014-19 HQM

5.664,77

09047.000380/2014-16 DFM

3.277,62

09047.000381/2014-11 CGS

25.530,46

09047.000383/2014-17 MPCJ

15.755,75

09047.000384/2014-11 WAC

8.882,14

09047.000385/2014-14 NCA

248,24

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Processo Nome Reposição

(US$)

Reposição

(R$)

09047.000386/2014-18 AGA

3.168,88

09047.000388/2014-15 MEGS

3.184,22

09047.000389/2014-19 EBP

7.302,38

09047.000390/2014-19 ACLF

3.716,33

09047.000391/2014-12 CAN

3.705,31

09047.000474/2014-11 NCEJ

8.296,85

09047.000510/2014-11 TCL

1.112,55

09047.00771/2014-14 LBC

349,28

09047.000817/2014-11 TMGAPC

964,59

09047.000818/2014-15 VMCM

3.898,35

09047.000841/2014-18 LMOB

8.793,62

09047.000843/2014-15 VLA

13.714,96

09047.000844/2014-19 MLM

1.228,46

09047.000845/2014-12 JORA

25.811,93

09047.000846/2014-16 MS

336,22

09047.000847/2014-11 IBVFW

17.737,62

09047.000848/2014-13 EAMF

5.377,09

09047.000849/2014-17 GVM

3.098,40

09047.000850/2014-17 JBC

1.175,45

09047.000851/2014-11 HCB

116,38

09047.001025/2014-13 FVP

4.949,14

09047.001083/2014-11 PCR

1.654,48

09047.001100/2014-11 RRP 1.514,67

09047.001144/2014-17 CM

1.157,94

09047.001145/2014-11 DRC

6.353,64

09047.001161/2014-11 MFC

24.663,02

09047.001164/2014-12 MLM

7.803,44

09047.001165/2014-16. LJRC

154,63

09047.001167/2014-13 LDGR

20.645,91

09047.001168/2014-17 VLS

9.615,81

09047.001169/2014-11 GGC

4.382,21

09047.001170/2014-11 RMHCN

1.945,65

09047.001171/2014-14 MC

8.322,14

09047.001172/2014-18 VFG

3.420,11

09047.001173/2014-11 JCZG 230,00

09047.001204/2014-18 SRP

9.005,56

09047.001233/2014-12 MLBD

5.234,34

09047.001234/2014-16 MLSC

174,00

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Processo Nome Reposição

(US$)

Reposição

(R$)

09047.001243/2014-15 PHBD 15.998.00

09047.001292/2014-15 JRF

2.582,80

09047.001293/201419 SMMR

4.024,89

09047.001294/2014-12 JM

1.494,82

09047.001295/2014-16 SRG

8.082,12

09047.001296/2014-11 SGPF

1.598,93

09047.001298/2014-17 VPS

2.301,77

09047.001299/2014-11 LPRA

10.479,28

09047.001300/2014-15 VA 3.884,00

09047.001318/2014-17 COLB 1.788,07

Total 26.822,46 367.738,17

Fonte: Processos Administrativos de Reposição ao Erário

Manifestação da Unidade Auditada

111. Quanto aos processos referentes a 2014, foram apurados oito processos

encerrados. Existem dez processos passíveis de nova notificação, 19 casos com insuficiência

de fundos em conta - contestados e com conta encerrada. Desses, cinco foram encaminhados à

SLP para as pertinências apropriadas. A grande maioria, 40 processos, é composta de

aposentados e pensionistas falecidos e cujos ofícios enviados aos bancos não obtiveram

resposta.

Análise do Controle Interno

112. A Unidade não comprovou que as dívidas referentes aos processos nos

09047000287/2014-11, 09047.000485/2014-16, 09047.001097/2014-11, 09047.000474/2014-

11, 09047.001025/2014-13 e 09047.001318/2014-17 foram quitadas, apesar de ter afirmado

que tais processos estão encerrados.

113. Com relação aos demais 68 processos administrativos que continuam

pendentes de ressarcimento, a Auditoria entende que a Unidade já deveria ter notificado os

servidores/pensionistas devedores, visto que tais cobranças estão paralisadas,

injustificadamente, há mais de dois anos, aguardando providências da DPAG.

RECOMENDAÇÕES

114. Apresentar ao Controle Interno a comprovação de que foram quitados

processos 09047000287/2014-11, 09047.000485/2014-16, 09047.001097/2014-11,

09047.000474/2014-11, 09047.001025/2014-13 e 09047.001318/2014-17.

115. Informar ao Controle Interno, no prazo de 90 dias a contar da entrega deste

Relatório ao TCU, as medidas adotadas para a conclusão dos processos de reposição ao Erário

instaurados.

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INFORMAÇÃO

116. Segundo a Unidade, no exercício de 2015, foram instaurados 250 processos

administrativos com vistas a ressarcir ao Erário valores recebidos indevidamente por

servidores ativos e inativos, bem como por beneficiários de pensão civil.

117. Daquele total, 152 processos foram plenamente quitados durante o exercício de

2015, o que possibilitou ao MRE a reutilização dos recursos. Outros doze vêm sendo quitados

parceladamente mediante desconto em folha de pagamento, conforme a Tabela 7:

Tabela 7 - Relação de processos de reposição ao Erário instruídos no exercício de 2015

cujos valores foram parcelados. (Processos Administrativos retirados da

Contabilidade/DPAG em 02/03/2016

Processos Nome Saldo (R$) em 31/12/2015

057/2014 AJS (1) 44.287,97

151/2014 GLA 9.847,55

047/2015 MSS (2) 59.523,04

050/2015 PRRG (3) 192.594,59

071/2015 IHJV (4) 22.816,76

121/2015 CDFC 8.656,85

140/2015 WSO 4.643,13

163/2015 JGCP 18.801,77

178/2015 FCS 3.529,06

203/2015 MFM 7.794,58

209/2015 CMBS 2.374,19

213/2015 JCO (5) 21.833,01

232/2015 AGLP 17.810,33

Total

414.512,83

(1) O servidor recebeu a remuneração de R$ 104.943,73, concomitantemente, no Brasil e no Exterior, no

período entre 25/11/2011 a 25/12/2014.

(2) O servidor recebeu a remuneração de R$ 63.557,75, concomitantemente, no Brasil e no Exterior, no

período entre 01/06/2014 a 24/05/2015.

(3) O servidor recebeu a remuneração de R$ 207.412,50, concomitantemente, no Brasil e no Exterior, no

período entre 29/06/2013 a 30/10/2013, devido à intempestividade do despacho telegráfico n° 25687 para o

EFNY, de 07/11/2013, que somente então informou que o término da missão daquele servidor na Embaixada em

Oslo havia ocorrido em 28/06/2013. Apurou-se que, devido à falha da SERE, que levou quatro meses e vinte

dias para informar ao EFNY o término da missão, e à opção do servidor de parcelar a dívida, serão necessários

sete anos e seis meses para que a importância indevidamente recebida seja integralmente ressarcida aos cofres

públicos.

(4) A servidora recebeu a remuneração de R$ 28.491,28, concomitantemente, no Brasil e no Exterior, no

período entre 29/08/2014 e 30/10/2014, devido à intempestividade da SERE na informação ao EFNY do término

da missão daquela servidora no Consulado-Geral em Genebra. Apurou-se que, devido à falha da SERE e à opção

da servidora de parcelar a dívida, serão necessários três anos para que a importância indevidamente recebida seja

integralmente ressarcida aos cofres públicos.

O servidor recebeu a remuneração como Auxiliar Técnico, contratado localmente pela Embaixada em Berlim,

bem como a título de Agente Administrativo, pela folha de pagamentos no SIAPE, nos meses de junho e julho

de 2015, o que resultou no pagamento concomitante, no Brasil e no Exterior, no valor de R$ 32.749,09,

equivalente a 8.279,90€.

Fonte: Processos Administrativos de Reposição ao Erário

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Análise do Controle Interno

118. Restou comprovada pela Unidade a quitação dos processos referentes aos

servidores Jandira Gill Chalu Pacheco, Felipe Costi Santarosa, Carolina Maria e Barros Silva,

José Carlos Oldoni e Alexandre Guido Lopes Parola.

119. Constatou-se que as dívidas dos demais servidores estão sendo quitadas

mediante descontos em folha de pagamentos, sendo que em julho de 2016 os valores

pendentes de quitação eram os seguintes:

Tabela 8 - Relação de processos de reposição ao Erário em quitação por desconto em folha

de pagamento – situação em julho de 2016

Processos Nome Saldo (R$) em 30/06/2016

057/2014 AJS 23.480,00

151/2014 GLA 4.451,19

047/2015 MSS 59.523,04

050/2015 PRRG 165.671,62

071/2015 IHJV 17.096,68

121/2015 CDFC 1.187,15

140/2015 WSO 3.096.53

203/2015 MFM 8.214,20

Total 279.623,88

Fonte: Processos Administrativos de Reposição ao Erário

Achado 6

CONSTATAÇÃO

120. Com relação aos demais 116 processos administrativos instruídos em 2015 pela

Unidade, a equipe de auditoria não encontrou nos autos comprovação das reposições ao

Erário e/ou da quitação das dívidas, até a data de 31/12/2015.

Tabela 9 - Relação de processos de reposição ao Erário instruídos no exercício de 2015 que

não foram quitados até o encerramento do exercício. (Processos Administrativos retirados da

Contabilidade/DPAG em 02/03/2016)

Processos Nome Reposição

(US$ )

Reposição

(R$ )

004/2015 SVM 18.785,03

010/2015 MTBC 6.344,35

011/2015 MES 1.544,03

012/2015 ASA 717,47

016/2015 LPV 10.804,75

018/2015 WSL 10.565,26

020/2015 LMS 602,20

021/2015 MFPP 13.962,29

023/2015 YLVAR 16.785,51

024/2015 JSP 611,82

027/2015 JSSF 988,60

028/2015 BB 769,43

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Processos Nome Reposição

(US$ )

Reposição

(R$ )

029/2015 MLB 1.206,65

030/2015 BAS 30.971,86

089/2015 MSVV 941,44

090/2015 VHSV 941,44

092/2015 SHBS 30.262,64

093/2015 JPS 1.774,57

094/2015 EBF 3.027,74

095/2015 NS 23.543,51

096/2015 GMC 4.492,26

097/2015 LDS 4.078,79

098/2015 CLCS 4.078,79

099/2015 SMM 7.306,93

100/2015 LPM 504,01

101/2015 WF 2.126,35

102/2015 JLCO 38.190,55

103/2015 LFS 6.446,29

104/2015 MABLV 1.289,70

105/2015 BPN 2.911,01

106/2015 ACA 4.137,67

107/2015 DMM 22.836,10

108/2015 REP 7.618,89

109/2015 RVCB 14.141,44

110/2015 WOA 2.994,97

111/2015 MACMB 5.984,39

112/2015 VLMO 6.544,88

113/2015 ECM 12.933,75

118/2015 AGL 2.697,84

119/2015 LBD 785,69

124/2015 LMPAS 20.879,59

126/2015 LCOM 2.643,98

127/2015 RBCF 1.855,42

128/2015 PPA 972,44

145/2015 VFN 3.285,68

152/2015 LPR 122,55

153/2015 EKU 612,00

154/2015 JSM 1.609,09

155/2015 MLDM 6.102,48

156/2015 SFL 1.348,16

157/2015 CHF 21.967,70

158/2015 LCS 1.588,53

159/2015 ADL 3.601,55

161/2015 LAVCO 1.264,87

100/2015 LPM 504,01

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Processos Nome Reposição

(US$ )

Reposição

(R$ )

117/2015 MLIV 949,55

120/2015 BCVPM 7.300,89

122/2015 CEMNF 13.535,54

131/2015 MPAO 93,00

135/2015 MTGO 18.339,00

147/2015 RLPRS 496,18

148/2015 JAA 26.527,52

162/2015 ARMS 2.575,85

163/2015 JGCP 14.160,82

165/2015 TMF 37.916,01

167/2015 CRS 823,40

169/2015 JAA 1.006,02

172/2015 MAP 3.152,68

173/2015 FNM 679,87

174/2015 ML 1.116,39

179/2015 JGB 1.412,00

181/2015 VCS 2.504,34

183/2015 ECS 52.970,35

189/2015 PCRRCC 4.143,23

193/2015 FFM 218,53

195/2015 MVLR 2.241,07

212/2015 JADQ 7.744,47

215/2015 CSA 126,00

216/2015 FOS 23.993,44

217/2015 ALF 2.935,48

218/2015 OSS 4.143,08

219/2015 JFA 1.853,31

220/2015 IRS 534,96

221/2015 CRCA 120,62

222/2015 REVP 14.352,12

226/2015 COAF 3.178,35

227/2015 CVMS 58.562,51

228/2015 FVMS 58.642,51

233/2015 JMS 295,54

235/2015 SO 13.686,59

236/2015 JASO 5.423,63

239/2015 FKD 1.136,23

243/2015 EFS 11.296,08

244/2015 ACLCS 10.728,50

247/2015 SO 17.493,12

249/2015 CMS 647,68

250/2015 FCL 2.126,17

254/2015 SO 1.918,89

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Processos Nome Reposição

(US$ )

Reposição

(R$ )

003/2015 MMM 247,41

035/2015 RLC 204,71

036/2015 MM 449,20

038/2015 WSS 12.197,22

004/2015 SVM 18.785,03

040/2015 ZOE 1.388,21

041/2015 BAL 401,80

042/2015 PHBDM 2.005,35

052/2015 APS 1.904,97

069/2015 RB 6.845,60

007/2015 MRNG 7.167,31

070/2015 BGDS 3.859,76

008/2015 LCACG 6.540,31

081/2015 EMR 76.587,25

009/2015 MEML 2.003,56

Total 6.147,17 963.150,98

Fonte: Processos Administrativos de Reposição ao Erário

121. Nesse sentido, o Controle Interno entende que cabe ao DSE apresentar razões

de justificativa acerca da falta de evolução da cobrança e quitação dos valores recebidos

indevidamente pelos servidores ativos, inativos e beneficiários de pensão, objeto dos

processos instruídos em 2014 e 2015, listados nas Tabelas 5 a 9.

122. Observou-se, ainda, que não há evidência de registro das dívidas dos servidores

decorrentes dos processos administrativos listados nas Tabelas 5, 6 e 7, na rubrica "Reposição

e Indenização ao Erário" no SIAPE.

Manifestação da Unidade Auditada

123. Em despacho ao Memorando CISET/090/2016, o gestor apresentou nova

tabela de processos de reposição ao Erário com informações atualizadas sobre os valores

pendentes de restituição ao Tesouro Nacional.

Análise do Controle Interno

124. A Unidade não comprovou que as dívidas referentes aos processos de números

008/2015, 009/2015, 036/2015, 040/2015, 041/2015, 042/2015, 070/2015, 093/2015,

109/2015, 113/2015, 114/2015, 118/2015, 120/2015, 167/2015, 174/2015, 239/2015,

243/2015, 249/2015 e 250/2015 foram quitadas, apesar de ter afirmado que tais processos

foram encerrados.

125. Com relação aos demais 101 processos administrativos que continuam

pendentes de ressarcimento, a Auditoria entende que a Unidade já deveria ter notificado os

servidores/pensionistas devedores.

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RECOMENDAÇÕES

126. Apresentar ao Controle Interno a comprovação de que foram quitados os

processos números 008/2015, 009/2015, 036/2015, 040/2015, 041/2015, 042/2015, 070/2015,

093/2015, 109/2015, 113/2015, 114/2015, 118/2015, 120/2015, 167/2015, 174/2015,

239/2015, 243/2015, 249/2015 e 250/2015.

127. Informar ao Controle Interno, no prazo de 90 dias a contar da entrega deste

Relatório ao TCU, as medidas adotadas para a conclusão dos processos de reposição ao Erário

instaurados.

Achado 7

CONSTATAÇÃO

128. A equipe de auditoria, ao confrontar por amostragem a folha de pagamento no

Brasil com a folha de pagamento no exterior (FOPEX – EFNY), verificou que persistem

falhas nos controles administrativos da Unidade, as quais resultaram em pagamentos

simultâneos de vencimentos e vantagens por longos períodos. As informações constantes do

Quadro 9 indicam que servidora ASAC recebe indevidamente remuneração no Brasil e no

exterior desde 01/09/2015.

Quadro 9 – Pagamentos concomitantes no Brasil e no Exterior não quitados

Nome Período Lotação Valor (R$)

JHSA 15/01/2015 a

30/06/2015

Consulado-Geral em Beirute e

Embaixada em Bagdá

25.683,75

FSM 01/05/205 a

23/08/2015

Embaixada em Quito 63.761,63

ASAC (1) desde 01/09/2015

Embaixada em Estocolmo 67.575,77

(1) A servidora encontra-se lotada na Embaixada em Estocolmo desde 16/03/2012, recebendo

concomitantemente no Brasil e no Exterior desde 01/09/2015.

Fonte: Folhas de Pagamento SIAPE e Fopex, de janeiro de 2015 a abril de 2016

Manifestação da Unidade Auditada

129. Com relação ao Quadro acima, teço os seguintes comentários:

(a) JHSA- Valor quitado, parcialmente, na Folha Exterior (R$ 6.567,52). Processo de

reposição ao Erário do valor remanescente será aberto imediatamente.

(b) FSM - Valor devido já está sendo descontado em Folha desde janeiro de 2016 e a

quitação ocorrerá em 18 meses, mediante parcelas de R$2.977,56. (saldo remanescente de

R$51.458,04).

(c) ASAC – Valor, parcialmente, quitado na Folha Exterior (R$ 6.828,88). Valor

remanescente será objeto de processo de reposição ao Erário a ser aberto imediatamente.

Análise do Controle Interno

130. Quanto às dívidas do servidor JHSA, apurou-se que somente foram quitadas as

referentes aos meses de janeiro e abril de 2016, permanecendo pendente de ressarcimento o

valor de R$ 19.115,53, referente aos meses de fevereiro, março, maio e junho de 2015.

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131. Com relação à dívida da servidora ASAC, que começou a ser quitada na folha

no exterior, apurou-se que, em 30/06/2016, a servidora ainda devia ao Erário a importância de

R$ 77.892,87, referente a valores recebidos concomitantemente no Brasil e no exterior.

132. A falta de registro no SIAPE de todas as dívidas de servidores para com o

Erário demonstra a fragilidade dos controles da Unidade.

RECOMENDAÇÃO

133. Cadastrar no SIAPE as dívidas de reposição ao Erário dos servidores JHSA,

FSM e ASAC.

Achado 8

CONSTATAÇÃO

134. Apurou-se, também, que outros pagamentos de vencimentos e vantagens

concomitantes no Brasil e no exterior foram motivados pelo encerramento de missões durante

o processamento da folha de pagamentos no exterior.

Quadro 10 – Pagamentos concomitantes no Brasil e no Exterior, não quitados. (Folhas de

Pagamento SIAPE e Fopex de 2015)

Nome Período Lotação Valor

(R$)

JTOJ 25/05/2015 a 30/05/2015 Embaixada em Luanda 3.044,78

JSVJ 27/04/2015 a 30/04/2015 Embaixada em Caracas 1.370,77

PP 23/05/2015 a 30/05/2015 Consulado-Geral em Roma 3.657,33

ACSM 29/07/2015 a 02/08/2015 Embaixada em Lomé 2.560,30

BOS 27/06/2015 a 30/06/2015 Consulado-Geral em

Barcelona 1.361,51

JEM 17/06/2015 a 30/06/2015 Consulado-Geral em

Assunção 9.556,33

PAPP 01/03/2015 a 22/03/2015 Embaixada em Minsk 11.885,79

SLR 27/04/2015 a 30/04/2015 Embaixada em Kingston 2.365,80

TMCP 27/04/2015 a 30/04/2016 Delegação do Brasil junto à

OMC 1.863,48

Fonte: Folhas de pagamento no Brasil e no Exterior

Manifestação da Unidade Auditada

135. Quanto ao Quadro acima, seguem as considerações:

(a) JTOJ - Valor quitado na Folha Brasil.

(b) JSVJ - Valor quitado na Folha Brasil.

(c) PP - Processo de reposição ao Erário a ser aberto imediatamente.

(d) ACSM - Valor quitado na folha exterior (R$ 2.283,97)

(e) BOS - Processo de reposição ao Erário será aberto imediatamente.

(f) JEM - Processo de reposição ao Erário será aberto imediatamente.

(g) PAPP - Valor quitado na folha exterior (R$ 5.933,78).

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(h) SLR - Valor quitado na folha exterior (R$ 2.376,93).

(i) TMCP - Valor quitado na Folha Brasil (R$ 1.811,58).

136. Para todos os processos que já tenham sido quitados será emitida certidão de

quitação como forma de encerrar o processo.

Análise do Controle Interno

137. A equipe de auditoria comprovou a quitação das dívidas dos servidores JTOJ,

JSVJ, PAPP, SLR e TMCP.

138. Com relação aos demais processos, a Auditoria aguarda informações sobre as

providencias da Unidade.

RECOMENDAÇÃO

139. Instaurar os processos de reposição ao Erário dos servidores PPBOS e JEM.

Achado 9

CONSTATAÇÃO

140. Apesar de o Controle Interno ter recomendado à Unidade, em relatórios de

auditoria de anos anteriores, a somente conceder a servidores ativos qualquer tipo de

afastamento legal sem vencimento após a quitação integral das dívidas, tem-se observado que

perdura a prática de permitir que servidores se afastem para tratar de assuntos particulares

sem que seja verificada a existência de pendências. Observe-se que a CISET tem alertado a

Unidade sobre as dificuldades relacionadas às cobranças a servidores afastados para o trato de

interesses particulares, já que eles, ao se afastarem, muitas vezes perdem o contato com a

Administração Pública Federal.

Quadro 11 – Pagamentos de remuneração a servidores afastados para o trato de assuntos

particulares (Folha de Pagamento SIAPE exercício de 2015) Nome Ocorrência Lotação Valor

CAFF

Recebeu a remuneração integral de março de 2015

apesar de estar afastado para trato de assuntos

particulares a partir de 16/03/2015

SERE 7.532,73

PHFW

Recebeu a remuneração integral de julho de 2015

apesar de estar afastado para trato de assuntos

particulares a partir de 16/07/2015

SERE 5.973,55

Fonte: Folhas de Pagamentos no Brasil

141. Registre-se que, no ano de 2014, não foi possível efetuar cobranças aos

servidores ENAJ, PHBD e ZZ, afastados para o trato de assuntos particulares sem quitar

dívidas contraídas com o MRE.

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Manifestação da Unidade Auditada

142. Quanto ao Quadro acima, seguem as considerações:

(a) CAFF - Valor quitado na Folha Brasil.

(b) PHFW - Processo de reposição ao Erário será aberto imediatamente.

143. Pagamentos de servidores em LIP, LAC e LEX:

Diagnóstico: o deferimento de pedidos de LIP pela DP não são informados à

Divisão de Pagamentos

Encaminhamento: em reunião de coordenação, SLP/DSE previu a

inviabilidade jurídica de vincular-se o deferimento da LIP à quitação de eventuais débitos

com o Erário, em que pese à sugestão da CISET. Entretanto, precederá o processo de

deferimento da LIP documento de encaminhamento que deverá ser rubricada pelos setores

PCAMSE/DP, Folha Brasil/DPAG, Folha Exterior/DPAG, Contabilidade/DPAG e

Gestão/DSE. No caso, de débitos com o Erário, o servidor assinará declaração de

reconhecimento de dívida e da obrigação de encaminhar os respectivos comprovantes mensais

à Contabilidade.

144. Pagamento de abono permanência, sem o retorno do servidor ao “afastamento

para missão no exterior”:

Diagnóstico: ao lançar o abono de permanência, em missão no exterior, a DP

precisa retirar a situação jurídica de “afastamento para missão”, lançar o abono e,

imediatamente, voltar à situação jurídica. Casos em que o relançamento não ocorre resultam

em processos de reposição em razão do recebimento indevido na folha Brasil.

Encaminhamento: Em coordenação com a chefia da DP, ficou decidido que o

setor responsável pelo lançamento do abono de permanência responsabilizar-se-á pelo

relançamento da situação “afastado para missão no exterior”. A DPAG revisará o BS para

identificar casos semelhantes

Análise do Controle Interno

145. A equipe de auditoria constatou que a dívida do servidor CAFF foi quitada. Já

a dívida do servidor PHF continua pendente, assim como outras dívidas de anos anteriores a

2014, a saber:

Quadro 12 – Dívidas pendentes de anos anteriores a 2014

Processo Nome Reposição

(US$)

Reposição

(R$)

09047.000209/2013-18 GHS 20.045,00

09047.000211/2013-11 CMPT 18.645,00

09047.000522/2013-13 FGA

2.293,21

09047.000830/2013-14 NBRC

1.131,64

09047.000956/2013-13 PMMC 220,95

09047.000305/2014-12 ENAJ

2.696,25

09047.000308/2014-13 LCS

988,45

09047.001243/2014-15 PHBD 15.998.00

Fonte: Folha de pagamentos no Brasil e no exterior

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146. A equipe de auditoria ratifica o entendimento de que a Unidade somente deve

conceder licença para trato de assuntos particulares aos servidores após certificar-se da

inexistência de pendências. A licença para o trato de assuntos particulares é possibilidade

prevista na legislação concedida mediante ato discricionário da Administração, em

consonância com o disposto no artigo 91, da Lei n° 8.112/90:

"A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de

cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o

trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem

remuneração".

147. Por ser ato discricionário, o gestor deve assegurar, de antemão, o pleno

cumprimento dos interesses da Administração, como a reposição de valores eventualmente

devidos pelos servidores.

RECOMENDAÇÃO

148. Conceder aos servidores licença para tratar de assuntos particulares somente

após verificação da inexistência de pendências junto à Administração.

c) consistência dos controles internos administrativos relacionados à gestão

de pessoas;

149. As observações feitas no presente Relatório comprovam que persistem as

fragilidades nos controles internos administrativos mencionadas nos exercícios anteriores, tais

como:

a. inércia administrativa quanto às providências necessárias ao prosseguimento da

implantação de sistema de controle eficaz e adequado de frequência e pontualidade dos

servidores, de forma eletrônica/digital;

b. morosidade das medidas administrativas quanto à cobrança das importâncias

devidas ao Tesouro Nacional por pagamentos indevidos de remuneração e proventos a

servidores, ativos e aposentados, e pensionistas falecidos, e a servidores em LIP, LAC e LEX;

c. recorrentes deficiências no fluxo de informações entre as unidades que

integram a estrutura organizacional do DSE e o EFNY, que resultam em eventuais

pagamentos concomitantes de remuneração no Brasil e exterior; e

d. ausência de adoção de medidas tempestivas no acompanhamento de processos

antigos de reposição ao Erário, que se encontram pendentes de novas cobranças dos valores

recebidos indevidamente por servidores ativos, inativos e pensionistas.

Achado 10

CONSTATAÇÃO

150. No que tange à avaliação das medidas corretivas para aprimorar os controles de

assiduidade e pontualidade dos servidores e implantar sistema eletrônico de frequência, em

observância às recomendações constantes de relatórios de processos de contas anuais de anos

anteriores, a equipe de auditoria tece os comentários abaixo relacionados.

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151. Os controles de frequência e pontualidade dos servidores continuam

inadequados e ultrapassados e têm sido objeto de sucessivas ressalvas em relatórios de

auditoria de gestão encaminhados à Corte de Contas. Ademais, tais controles são duplicados,

no caso dos servidores que utilizam o obsoleto cartão de ponto, acompanhado de planilha

eletrônica com a transcrição dos horários trabalhados, conforme registrado no cartão de ponto.

152. No Relatório de Auditoria de Gestão nº 02/2013, a equipe de auditoria

assinalou, nos itens 5, 6 e 12, que tratam, respectivamente, da avaliação de qualidade e

suficiência dos controles internos instituídos pela Unidade, de gestão de pessoas e de

irregularidades constatadas, a falta de acompanhamento satisfatório, por parte do DSE, do

controle de assiduidade e pontualidade dos servidores do Itamaraty, em inobservância aos

decretos n° 1.590/95 e 1.867/96. A falta de controle tem contribuído para o pagamento de

vencimentos e vantagens a servidores que faltam injustificadamente ao serviço (parágrafos

66, 72, 73 e 81).

153. Conforme mencionado no parágrafo 89 do supramencionado Relatório, o

gestor reconheceu a precariedade do controle manual de frequência:

"(...) observo o que já é notório: o atual sistema mecânico de controle de ponto,

em vigor há quase duas décadas, apresenta uma série de incongruências, que

colocam sérios obstáculos à aferição da frequência dos servidores. Entre elas

podemos citar (...) a tolerância das chefias ante o descumprimento da jornada

regulamentar de 8h diárias por parte de seus subordinados, o que acarreta o

não encaminhamento do controle de frequência; o discurso de muitos

diplomatas ― e diga-se contrário ao disposto no Decreto 1.590/95 ― de que

nunca antes tiveram suas frequências monitoradas, entre outros empecilhos.”

154. No que tange às medidas para sanar as irregularidades e monitorar de forma

efetiva os controles da jornada de trabalho e do acompanhamento da frequência dos

servidores, o DSE elencou diversos expedientes encaminhados a diversas áreas

administrativas subordinadas à SGEX, em dezembro de 2011, de maio a novembro de 2012 e

março de 2013, acerca de contratação de empresa especializada em sistema informatizado de

acesso e controle eletrônico de frequência dos servidores lotados em Brasília. O gestor

mencionou, ainda, a intenção de propor aos escritórios regionais de representação a aquisição

de solução tecnológica de leitura biométrica para aferição da frequência dos servidores

lotados nos referidos escritórios.

155. Com relação à implementação das recomendações constantes dos parágrafos

105 a 107, que tratam da obrigatoriedade do controle de ponto e do cumprimento de 40 horas

semanais aos servidores do Itamaraty, o gestor assim se pronunciou, conforme o Relatório de

Gestão do exercício de 2013:

"Em 2013, foi concluído o processo de licitação para contratação de sistema

de “ponto eletrônico”, a fim de aferir a frequência de servidores lotados na

Secretaria de Estado. Atualmente, o ponto eletrônico se encontra em fase de

pré-implementação, mediante testes de integração entre o Sistema de Gestão

de Recursos Humanos (SGRH), de uso interno do MRE, o sistema eletrônico

de acesso às dependências do Itamaraty e o software de ponto (folha 90).

(...) A DP está minutando portaria, a ser assinada pelo dirigente máximo da

instituição, para regulamentar o sistema de ponto eletrônico. A expectativa é

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de que o período de operação assistida tenha início em agosto de 2014, após a

integração dos sistemas, a nova normatização da política de frequência e a

fase de testes (folha 122)."

156. Como consta do parágrafo 3o da SA, decorridos mais de três anos, verifica-se

que a implantação do ponto eletrônico não foi concluída e que foi cumprida apenas a primeira

etapa do projeto, com a disponibilização ao MRE, pela empresa TOTVs, da licença do

software, no valor de R$ 148.046,53, de acordo com a ordem bancária da DSG nº

2013OB801008. Os serviços correspondentes aos itens 2 ("Customização") e 3 ("Integração

de bancos de dados"), previstos no contrato, apesar de já finalizados, até a presente data não

foram devidamente atestados pelo fiscal do contrato, lotado no DSE, conforme assinalado no

quarto parágrafo do referido documento.

157. A morosidade na adoção de medidas com vistas à implantação de sistema de

controle eficaz e adequado de frequência e pontualidade dos servidores, de forma

eletrônica/digital, fere os princípios de controle e eficiência da Administração Pública e o

disposto no inciso X do artigo 116 da Lei nº 8.112/90 e no artigo 1º do Decreto nº 1.867/96, in

verbis:

"Art. 1° O registro de assiduidade e pontualidade dos servidores públicos

federais da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional

será realizado mediante controle eletrônico de ponto."

158. Ressalte-se, ainda, que a delonga na tomada de providências para cumprir o

prazo de execução do contrato firmado com a empresa TOTVS poderá resultar no aumento de

gastos com a implantação final do controle eletrônico de frequência no Itamaraty.

Manifestação da Unidade Auditada

159. Embora o contrato firmado n°19/2013 tenha expirado em 15 de abril último, a

empresa TOTVS permanece obrigada a executar o objeto, à luz das cláusulas contratuais e da

legislação em vigor.

160. A fim de viabilizar a execução dos serviços contratados, apesar da mora em

relação ao cronograma físico-financeiro original, a DSG, a DP e a Divisão de Informática

(DINFOR) estabeleceram reuniões semanais, em coordenação com as empresas COMMBOX

e TOTVS, com o objetivo de adequar o sistema de controle de frequência, desenvolvido por

esta Empresa, ao sistema de controle de acesso por meio de catracas e cancelas, administrado

por aquela. Seguem anexas as mensagens de correio eletrônico compartilhadas pelos

participantes das reuniões (Anexo II).

161. A DSG elevou à análise das instâncias superiores, ademais, novas regras de

acesso de servidores, funcionários terceirizados, estagiários e visitantes às dependências do

Palácio Itamaraty e de seus Edifícios Anexos. As novas regras de segurança, caso sejam

aprovadas, serão executadas a partir do dia 20 de junho de 2016, conforme aviso no Boletim

Diário, e coadunar-se-ão futuramente com o sistema de ponto eletrônico. A DP, por sua vez,

submeteu à análise das instâncias superiores, na segunda semana do mês de junho, minuta de

portaria com as regras a serem aplicadas no contexto de implantação do ponto eletrônico, cujo

prazo final está previsto para o dia 31 de agosto de 2016.

Análise do Controle Interno

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162. A inércia administrativa que resultou na estagnação do processo de

implantação de sistema de ponto eletrônico por tempo incompatível com a esperada

tempestividade traduziu-se na continuidade de controle inadequado de frequência e

pontualidade dos servidores e feriu os princípios de controle e eficiência da Administração

Pública. Resta claro que têm sido inócuas as recomendações sobre o tema feitas à Unidade

desde o processo de contas relativo ao exercício de 2013.

163. Com relação às medidas anunciadas pelo gestor acerca da implantação do

ponto eletrônico, prevista para o dia 31 de agosto de 2016, a Auditoria entende ser necessário

fazer recomendação específica à Unidade, de modo a acompanhar a efetividade de suas ações

para corrigir as falhas.

RECOMENDAÇÃO

164. Informar ao Controle Interno, no prazo de 60 dias contados a partir da remessa

do Relatório de Processo de Contas ao TCU, o resultado das providências adotadas no âmbito

da SGEX para a implantação definitiva do sistema eletrônico de ponto.

Achado 11

CONSTATAÇÃO

165. Com relação aos procedimentos operacionais e administrativos adotados pelo

Ministério para efetuar os recolhimentos regulares das contribuições previdenciárias dos

auxiliares locais, a equipe de auditoria constatou que, até julho de 2014, o Ministério adotava

a seguinte rotina quanto aos recolhimentos das contribuições previdenciárias dos contratados

locais filiados ao INSS:

a) os recolhimentos junto ao INSS eram feitos mediante convênio firmado entre o

Banco do Brasil (BB), o INSS e o MRE;

b) os recursos autorizados pela SERE relativos à cota parte do empregado e do

empregador permaneciam na conta do posto aguardando o lançamento automático pelo BB

para o recolhimento ao INSS das contribuições previdenciárias (os extratos bancários indicam

lançamento a crédito e a débito na conta do posto); e

c) mensalmente, o SCL fechava câmbio e encaminhava ofício ao BB, agência

Itamaraty, para processar o recolhimento ao INSS. Posteriormente, o BB encaminhava ao

SCL cópias das GRPS.

166. A partir de agosto de 2014, os procedimentos para recolhimento das

contribuições previdenciárias dos auxiliares locais brasileiros filiados ao INSS foram

alterados de forma substancial. Os postos deixaram de receber os recursos da dotação CLP e

as contribuições previdenciárias passaram a ser feitas integralmente pela unidade gestora

DAEX, conforme assinala o 1º parágrafo da circular telegráfica nº 95701, de 15/09/2014: "A

partir de agosto de 2014 até o final do ano, os postos não mais receberão créditos

orçamentários referentes às contribuições de INSS, tanto da parte patronal quando da parte

do empregado".

167. A nova sistemática de interrupção de envio de créditos orçamentários e

recursos financeiros referentes às contribuições de contratados locais ao INSS resultou na

racionalização e simplificação de processos. Dessa forma, os registros dos empenhos,

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liquidação e pagamento das despesas passaram a ser feitos pela Unidade Gestora 2400.69 –

DAEX.

168. Embora o processo proporcione economia processual e redução de taxas

cambiais decorrentes das transferências de recursos em moedas diferentes para os postos

siafizados das parcelas do empregado (339036.35) e patronal (3390.47.00) e, posteriormente,

com remessa dos recursos das contas dos postos para reais no BB, em Brasília, no âmbito do

convênio firmado entre o INSS/MRE/BB, a equipe de auditoria registra que as demonstrações

contábeis não discriminam a apropriação dos descontos em folha de pagamento dos auxiliares

locais, da parte dos empregados, tanto no balancete dos postos siafizados, quanto no da UG

2400-69-DAEX.

169. Conforme dados extraídos do SIAFI, os postos a ele interligados, até o mês de

julho/2014, registravam, por meio de Nota de Lançamento (NL), o valor bruto dos salários

dos contratados locais e os descontos das parcelas da cota parte do empregado na conta

2.1.1.1.1.02.00 – INSS. A partir da mudança de rotinas administrativas e contábeis, os

valores das contribuições patronais e do empregado são integralmente empenhadas e

liquidadas nas rubricas orçamentárias 3391.47 – Contribuições e 3391. 92.47, no caso de

quitação de obrigações previdenciárias de anos anteriores.

170. Tal procedimento ocasiona inconsistências nos lançamentos contábeis e deve

ser motivo de ressalvas nas contas da UPC, pois são registrados como despesa do Itamaraty,

na conta 3391.47, valores que são efetivamente descontados dos salários dos contratados

locais, ao passo que os valores dos salários pagos aos auxiliares locais são registrados a menor

nas contas das unidades gestoras.

171. De janeiro a dezembro de 2015, o controle financeiro dos recursos

correspondentes às parcelas da cota parte do empregado é ainda mais preocupante, em razão

da mudança nas rotinas administrativas e nos controles dos recursos das contribuições

previdenciárias da cota parte do empregado. Ao contrário do que previa a circular telegráfica

nº 95701, de 15/09/2014, os postos voltaram a receber integralmente os créditos

orçamentários e financeiros referentes ao valor básico dos salários, ou seja, o valor líquido

acrescido da parcela de contribuição do empregado.

172. Transcreve-se a seguir trecho da circular telegráfica nº 98173, de 12/06/2015,

que trata do tema:

"Na fase inicial de implementação do sistema SCL, fez-se necessário

descontinuar o desconto do INSS relativo à parte do empregado dos

contratados locais afiliados ao sistema previdenciário brasileiro. Como

consequência, a folha de salários foi processada com seus valores integrais,

sem o desconto daquela contribuição.

Muito agradeceria assegurar-se de que os saldos relativos à contribuição

previdenciária permanecerão na conta do posto até que sejam recebidas

instruções sobre os procedimentos a serem seguidos.".

173. Dessa forma, os recursos orçamentários e financeiros autorizados no elemento

de despesa 3390.36.35, destinados a cobrir as despesas com a parcela da contribuição do

empregado, permanecem, em princípio, imobilizados nas contas bancárias do posto,

aguardando instruções da SERE sobre a destinação desses recursos.

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174. Embora os recursos financeiros correspondentes aos descontos das

contribuições dos auxiliares locais ao INSS tenham sido retidos pelos postos nas contas

bancárias, o que torna o Ministério fiel depositário desses valores, até a presente data não há

registro de providências, por parte da DAEX, para o recolhimento ao INSS das contribuições

previdenciárias relativas aos períodos de março a dezembro de 2015 e de janeiro a junho de

2016.

175. Sobre os controles dos recursos em poder dos postos, em 03/06/2016, a DAEX,

por meio da circular telegráfica nº 101366, reiterou aos postos que:

"(..) continuem a destacar normalmente a parcela de contribuição devida pelo

empregado de sua verba salarial e que, em hipótese alguma, entreguem esta

verba diretamente ao empregado, em pecúnia ou por qualquer outro meio".

176. Diante das inúmeras comunicações entre os postos e a SERE, por meio de

telegramas, despachos telegráficos e circulares telegráficas, acerca do processamento das

contribuições previdenciárias e do controle dos recursos em poder dos postos da parcela do

segurado junto ao INSS, e de modo a propiciar o reaproveitamento dos recursos autorizados

aos postos e correspondentes às retenções das parcelas dos empregados, que, somadas à

contribuição patronal, perfazem o montante dos recursos a ser recolhidos ao INSS, cabe

recomendar à DAEX que:

a) solicite informações aos postos, se ainda não o fez, sobre:

i) montantes dos valores retidos da parcela do empregado em poder do

posto correspondente ao exercício de 2014, 2015 e de janeiro a junho/2016; e

ii) montantes dos valores eventualmente recolhidos ao Tesouro Nacional,

nos casos de postos siafizados, e de valores recolhidos à conta do EFNY, por

parte dos postos não interligados ao SIAFI, correspondentes ao exercício de

2014, 2015 e de janeiro a junho/2016.

b) solicite ao EFNY informações acerca dos valores devolvidos pelos postos não

interligados ao SIAFI relativos às cotas-parte do empregado que se encontram em poder do

EFNY, bem como dos valores recolhidos ao Tesouro Nacional;

c) de posse das informações, verifique junto à COF a possibilidade de

reaproveitar os recursos em poder dos postos; e

d) compile os dados por posto, por exercício e por valores e encaminhe as

informações ao Controle Interno.

Manifestação da Unidade Auditada

177. Quanto ao item VI, "Contribuições previdenciárias", algumas observações são

necessárias. Em primeiro lugar, de fato houve, em julho de 2014, alteração drástica nos

procedimentos até então adotados para o recolhimento das parcelas do empregado e do

empregador ao INSS, conforme registrado no Memorando SCL/15, de 02/07/2014. Em suma,

o Convênio anteriormente estabelecido com a Agência BB Governo Federal, para

recolhimento dos valores descontados pelos postos a título de parcela do empregado, não foi

renovado, já que a Agência vinha contratando dívidas ilegais para cumprir sua parte do

acordado.

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178. Por meio do despacho ao Memorando SCL/15, de 14/07/2014, a CISET

chancelou a alteração nos procedimentos sugeridos pelo SCL. A implementação desse novo

procedimento, a partir de agosto de 2014, ocorreu no âmbito da DAEx, uma vez que os

servidores responsáveis, à época, pelo tema foram para lá alocados. De meados de 2014,

portanto, até outubro de 2015, quando da elaboração do Memorando SCL/32/2015, assuntos

afetos ao INSS ficaram a cargo da DAEx.

179. Em segundo lugar, as diretrizes aparentemente conflitantes sobre como os

postos deveriam proceder ao desconto da parcela do empregado devida ao INSS, repassadas

por meio das circulares telegráficas nº 95701, de 15/09/2014, e nº 98173, de 12/06/2015,

ambas citadas expressamente no Relatórios às fls. 4 e 5, podem ser compreendidas e

justificadas. Além dos Memorandos DAEx/07/2015 e DAEx/12/2015, que alertam para o

déficit crônico de pessoal por que têm passado a DAEx e o SCL, o início da operação do

Sistema SCL, em junho/2015, embora tenha contribuído sobremaneira para automatizar

relevante parte do trabalho no Setor, antes realizado manualmente, atenuando assim a

carência de pessoal, dificultou, por seu turno, os descontos da referida parcela do empregado.

180. Em terceiro, à fl. 6 do Relatório, consta que "até a presente data não há registro

de providências, por parte da DAEx, para o recolhimento ao INSS das contribuições

previdenciárias relativas aos períodos de março a dezembro de 2015 e janeiro a julho de

2016". Como decorrência da força-tarefa criada especificamente para a regularização das

contribuições previdenciárias dos auxiliares locais devidas ao INSS, conforme registrado no

Memorando SCL/06/AEFI, de 31 de maio de 2016, os pagamentos desde março de 2015 a

maio de 2016 estão devidamente quitados. Além disso, as GFIPs referentes a esse período

foram transmitidas, pelo programa Conectividade, ao INSS, e as pastas com os documentos

compilados em Processos Administrativos foram concluídas. Em suma, não há mais débitos

previdenciários com o INSS, uma vez que as contribuições referentes a junho de 2016 serão

quitadas no mês subsequente, julho de 2016, e assim sucessivamente.

181. Por fim, o reaproveitamento dos recursos autorizados aos postos e

correspondentes às retenções das parcelas dos empregados", mencionado à fl. 6 do Relatório,

já foi realizado em grande medida. Todos os postos foram instruídos, por meio da circular

telegráfica nº 99683, de 04/11/2015, a recolherem ao EFNY os valores retidos em suas contas

por instrução da circular telegráfica 98173, 12/06/2015, devidos ao INSS a título de parcela

do empregado.

182. Essa instrução foi anulada apenas para os postos siafizados, por meio da

circular telegráfica 99689, de 05/11/2015, uma vez que a eles foi transmitida

equivocadamente.

183. Os postos siafizados, portanto, mantiveram os recursos descontados em suas

contas, de modo que pudessem reaproveitar esse saldo financeiro, tornado diferido, no

Exercício seguinte. Recordo que a parcela do empregado devida ao INSS é transmitida ao

posto pelo elemento de despesa "3390.36", já que integra o salário dos auxiliares locais,

tornando mais fácil a reutilização desses recursos, o que, de fato, no entendimento da COF, já

foi feito.

Análise do Controle Interno

184. Os argumentos apresentados pelo gestor acerca de insuficiência de recursos

humanos para justificar a descontinuidade dos procedimentos de descontos do INSS relativos

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à parcela do empregado, objeto da circular telegráfica nº 98173/2015, não podem ser

considerados como única causa, uma vez que há indícios de falta de planejamento das

atividades administrativas.

185. A permanência em poder dos postos dos recursos das contribuições

previdenciárias relativos à parte do empregado, sem orientação precisa sobre a sua utilização,

resultou, no caso dos postos não interligados ao SIAFI, na perda de recursos orçamentários

para o Ministério. Tal fato ocorreu em razão da devolução ao Tesouro Nacional dos parcos

recursos financeiros à disposição do Ministério. Há que se registrar, ainda, a falta de

transparência dos registros das obrigações previdenciárias a recolher no SIAFI, bem como do

registro apropriado da obrigação patronal nas prestações de contas dos postos não siafizados.

186. Sobre o reaproveitamento dos recursos autorizados no exercício de 2015, as

justificativas são abrangentes e o gestor se limitou a informar que "(...) já foi realizado em

grande medida". A Unidade não se pronunciou objetivamente sobre:

a) o montante dos recursos autorizados, por posto, na rubrica 33390.36,

correspondentes à parcela do empregado, que não foram empenhados nem registrados nas

contas apropriadas de obrigações a recolher, o que resultou na sobra de recursos financeiros e,

por conseguinte, na antecipação de cotas para o exercício de 2016, como recursos diferidos;

b) o montante dos recursos, por posto, recolhido ao EFNY, referente aos valores

retidos nas contas dos postos não siafizados a título de descontos salariais relativos à

contribuição dos empregados ao INSS; e

c) eventual autorização da SERE acerca da utilização dos recursos em poder do

posto para cobrir outras despesas da dotação orçamentária 33903600 – Serviços de Terceiros

– Pessoa Jurídica.

187. Sobre o argumento do gestor: "(...) Recordo que a parcela do empregado

devida ao INSS é transmitida ao posto pelo elemento de despesa 3390.36, já que integra o

salário dos auxiliares locais, tornando mais fácil a reutilização desses recursos, o que, de

fato, no entendimento da COF, já foi feito", importa registrar que os valores destacados da

folha de pagamento, autorizados na rubrica 3390.36 – Outros Serviços de Terceiros – Pessoa

Física, a título de retenção de parcela do empregado devida à seguridade social brasileira

tiveram como finalidade de gasto o recolhimento da contribuição do empregado ao INSS.

Posteriormente, tal parcela deveria ter sido somada aos valores da parte do empregador, bem

como ter sido objeto de registro contábil em conta de apropriada, de modo a evidenciar os

valores das contribuições a recolher.

188. Com relação ao controle dos recursos, em poder dos postos, relativos às

autorizações de despesa do exercício de 2016, a Unidade não se manifestou. Registre-se que

os recolhimentos das contribuições previdenciárias de janeiro a junho de 2016 foram

registrados no SIAFI entre os dias 7 a 13/07/2016 e, a exemplo da regularização do passivo

previdenciário de março a dezembro de 2015, foram integralmente liquidados com recursos

da rubrica 3391.47 – Obrigações Tributárias e Contributivas. Os recursos retidos nas contas

dos postos referentes às contribuições dos auxiliares locais e informados nas Guias de

Contribuições Previdenciárias (GPS) não foram devidamente reaproveitados na quitação da

dívida previdenciária junto ao INSS.

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189. De modo a evitar a repetição das impropriedades mencionadas nos parágrafos

165 a 176 e a perda de recursos orçamentários do exercício de 2016, faz-se necessária a

adoção de medidas urgentes com vistas ao reaproveitamento dos recursos retidos nas contas

dos postos no exercício corrente.

RECOMENDAÇÕES

190. Solicitar à Setorial Contábil da COF, se ainda não o houver feito, instruções

contábeis e operacionais sobre as transferências dos recursos financeiros retidos nas contas

bancárias dos postos a título de contribuições previdenciárias da cota-parte do empregado

para a conta da UG 2400-69 – DAEX.

191. Abster-se de recolher as contribuições previdenciárias devidas ao INSS

integralmente com os recursos na rubrica 33947.00 – parte patronal –, sem levar em

consideração os valores retidos da parcela do empregado em poder do posto, descontados da

folha de pagamentos dos auxiliares locais.

192. Informar ao Controle Interno o resultado das recomendações constantes das

letras "a" a d" do parágrafo 176.

Achado 12

I - Atrasos nos recolhimentos ao INSS

CONSTATAÇÃO

Julho a agosto/2014:

193. Verificou-se que as contribuições previdenciárias junto ao INSS relativas aos

meses de julho a agosto foram efetuadas à conta do INSS com atraso. Os dados extraídos do

SIAFI indicam que os valores foram recolhidos em outubro e novembro/2014. Ressalte-se

que os recolhimentos deveriam ter sido efetuados em agosto e setembro, respectivamente.

Setembro a dezembro/2014:

194. Com relação às contribuições dos meses de setembro, outubro, novembro e

dezembro/2014, os registros feitos no SIAFI revelam que o atraso foi ainda mais expressivo

(superior a 12 meses). A Tabela a seguir demonstra o montante de recursos recolhidos à

Coordenação-Geral de Orçamento e Contabilidade do INSS, no exercício de 2015.

Tabela 10 – Obrigações previdenciárias relativas ao exercício de 2014 pagas em 2015

MÊS DE

COMPETÊNCIA

MÊS DE

RECOLHIMENTO

VALOR (R$) ATRASOS

(MESES)

Setembro/2014 Dezembro /2015 734.340,28 15

Outubro/2014 Dezembro /2015 736.943,21 14

Novembro/2014 Dezembro /2015 697.228,56 13

Dezembro/2014 Dezembro /2015 848.161,11 12

13º Salário Dezembro /2015 10.852,18 1

Janeiro/2015 Março/2015 804.502,62 2

Fevereiro/2015 Março/2015 801.895,43 0

TOTAL 4.633.923,39

Fonte: Siafi – Conta contábil "8.9.2.1.2.03.00 – GPS emitida", saldo em 31/12/2015.

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195. Conforme as informações constantes das GPS, os recolhimentos registrados no

SIAFI indicam que os valores recolhidos em 2015 relativos às contribuições do período de

setembro a dezembro de 2014 foram pagos ao INSS com base em valores originais. Não há,

portanto, no campo "juros/multas" do referido documento, menção a acréscimo em

decorrência dos recolhimentos realizados em atraso.

II - Inadimplemento das obrigações patronais e de empregado junto ao INSS

CONSTATAÇÃO

196. As contribuições previdenciárias referentes ao exercício de 2015 (março a

dezembro) e ao exercício de 2016 (janeiro a julho) permanecem pendentes de recolhimento. O

atraso no recolhimento das contribuições previdenciárias relativas aos referidos meses de

competências ultrapassa 15 meses.

197. Com base nos valores médios mensais das contribuições previdenciárias

mencionados no Quadro anterior (R$ 770.000,00), é razoável estimar que o débito com a

previdência social dos contratados locais, referente ao período de março/2015 a julho/2016,

ultrapassa R$ 11.000.000,00.

198. O atraso na quitação das obrigações poderá resultar em pagamentos de multas e

juros, em transtornos aos contratados locais em processo de requerimento de aposentadoria

junto ao INSS e, eventualmente, em ações judiciais.

199. Há que se observar, ainda, que, no total supramencionado de recursos

financeiros a serem recolhidos ao INSS, está incluído o valor correspondente às cotas-parte

dos contratados locais, deduzidas pelas repartições no exterior. Esses valores repassados aos

postos deverão ser apurados e revertidos à conta da DAEX, de modo a recompor o total dos

recursos das contribuições do empregado e do empregador devidas ao INSS.

200. A retenção dos recursos relativos à cota do empregado dos contratados locais,

descontados dos mesmos e atualmente em poder dos postos, sem o imediato recolhimento ao

INSS, configura apropriação indébita de contribuições previdenciárias dos auxiliares locais

filiados ao INSS.

201. O SCL, atualmente responsável pelo gerenciamento e controle das

contribuições previdenciárias, padece de estrutura operacional, estrutural e de recursos

humanos para cumprir com a responsabilidade inerente às atividades previstas no parágrafo

único, artigo 165 da Portaria Nº 212, de 30 de abril de 2008, que aprovou o RISE: "Compete

ao Setor de Contratados Locais (SCL) acompanhar e orientar os Postos em temas referentes

à contratação e ao gerenciamento de auxiliares locais, bem como provisionar os Postos com

os recursos necessários para o pagamento das decorrentes obrigações patronais".

202. A equipe de auditoria ratifica o entendimento de que medidas urgentes devem

ser adotadas para quitar o débito das contribuições previdenciárias junto ao INSS, sem

prejuízo de outras providências quanto à revisão da estrutura organizacional do SCL,

planejamento de atividades e reforço de lotação do referido setor.

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Manifestação da Unidade Auditada

203. No que concerne aos itens VIII e IX, "Contribuições Previdenciárias", à fl. 7,

os comentários mais importantes são os seguintes: (i) os atrasos nos recolhimentos

ultrapassaram 15 meses em razão da falta de recursos, da mudança de procedimentos com o

fim do convênio com a Agência BB Governo Federal, da implementação do novo Sistema

SCL e da crônica escassez de recursos humanos; (ii) a força-tarefa obteve êxito em regularizar

os meses pendentes de recolhimentos; (iii) é necessário, com a máxima urgência, lotar

servidor no SCL que dê continuidade aos pagamentos mensais ao INSS, de modo que não

haja novos atrasos; e (iv) foi solicitada, por meio do Memorando SCL/02/2016, de 14 de

março de 2016, a cessão de Técnica do Seguro Social do INSS para auxiliar o Setor em casos

que envolvam conhecimento técnico sobre o tema.

204. Além das considerações acima, será averiguada a existência de eventuais

multas ou juros decorrentes dos atrasos na realização dos recolhimentos. Para tanto,

enviaremos Ofício à Receita Federal consultando a respeito da incidência desses acréscimos

sobre os pagamentos já realizados, para os meses de julho de 2014 a maio de 2016,

regularizados no âmbito das atividades da força-tarefa.

205. Em 27/07/2015, a Diretora do DA encaminhou à CISET, manifestação

complementar da DAEX acerca do resultado da força tarefa instituída no SCL com vistas a

regularizar as contribuições previdenciárias dos Auxiliares Locais. Transcreve-se a seguir o

teor dos esclarecimentos adicionais constantes do Memorando SCL/08 de 27/07/2016.

206. Como é do conhecimento de Vossa Senhoria, a força-tarefa encarregada da

regularização das contribuições previdenciárias devidas ao INSS, em nome dos auxiliares

locais filiados à Seguridade Social brasileira, encerrou seus trabalhos na última sexta-feira,

dia 22 de julho. O término da missão de regularização culminou com a expedição da circular

telegráfica 101730 na mesma data, em cumprimento ao disposto no artigo 5.6.9 do

GAP/2016.

207. Ao longo da execução da força-tarefa, procedeu-se ao levantamento minucioso

de dados junto aos postos, a fim de levar a cabo as seguintes ações: a) aferição das GFIPs

faltantes e dos valores devidos; b) realização dos pagamentos no SIAFI; c) montagem dos

procedimentos administrativos de acordo com as orientações da CISET, e d) finalização dos

processos e organização dos arquivos.

208. Desde que a regularização foi iniciada em 13 de junho, foram quitados os

débitos referentes ao período de março de 2015 a julho de 2016. No momento, este Setor está

em contato com a Receita a fim de verificar a possível incidência de juros e multas retroativas

a março de 2015. As orientações e eventuais valores ainda são aguardados e serão informados

em breve. De todo modo, a fim de sanar em definitivo os problemas de recolhimento junto ao

INSS, estão sendo tomadas duas ações que vigerão a partir de 1 de agosto.

209. A primeira delas foi definida pela circular telegráfica 101730, do último 22 de

julho, com a adoção de novo procedimento de recolhimento previdenciário. O novo

mecanismo de desconto não mais repassará aos postos as parcelas de desconto relativas ao

empregado junto ao INSS. Esse montante ficará devidamente contabilizado e registrado no

sistema SCL, constando inclusive como desconto contábil no detalhamento dos expedientes

que autorizam o pagamento de salários dos contratados locais. A partir disso, o Itamaraty

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executará os devidos recolhimentos junto ao INSS no mesmo mês de competência de

pagamento do salário.

210. A segunda medida, para a qual rogo especial atenção de Vossa Senhoria, será

de fundamental importância a fim de dar continuidade permanente aos esforços exitosos de

regularização tomados até a presente data. A lotação de funcionário do Quadro do MRE na

DAEX para cuidar de temas afetos ao INSS neste Setor será imperiosa a partir de agosto

próximo, com o objetivo de gerir o novo modelo de recolhimento previdenciário acima e

acompanhar os postos em sua devida execução.

Análise do Controle Interno

211. As razões de justificativa apresentadas pelo gestor indicam que o atraso do

recolhimento das contribuições previdenciárias não ocorreu de forma intencional e se deu em

virtude de mudança de procedimentos operacionais, em decorrência do término do convênio

firmado entre o MRE/BB, além de ter se agravado ainda mais com a escassez crônica de

recursos humanos.

212. No parágrafo 17, a Unidade destaca, ainda, que as autoridades superiores foram

alertadas sobre o acúmulo de tarefas e o déficit crônico de pessoal da DAEX e do SCL. As

informações adicionais apresentadas pela Unidade, por ocasião da finalização do presente

Relatório, indicam que a força tarefa logrou êxito na quitação do débito das contribuições

previdenciárias junto ao INSS relativas aos meses de março a dezembro de 2015 e de janeiro

a julho de 2016, pendentes de regularização no início dos trabalhos in loco de auditoria.

213. Entretanto, faz-se necessário recomendar à SGEX a adoção de urgentes

medidas administrativas no sentido de assegurar a racionalidade dos trabalhos desenvolvidos

pelo SCL, bem como adequar sua atual realidade organizacional, notadamente quanto ao

quantitativo de servidores efetivos, para assegurar o cumprimento das responsabilidades que

lhe são atribuídas.

RECOMENDAÇÕES

À SGEX

214. Reforçar a lotação do SCL, de modo a garantir de forma satisfatória o

cumprimento da missão institucional da Unidade.

215. Revisar o RISE e o decreto de estrutural organizacional, de modo a adequar a

atual realidade organizacional às suas rotinas de trabalho e definir com clareza as

responsabilidades e as atribuições do SCL.

À DAEX

216. Encaminhar ao Controle Interno cópia do ofício encaminhado à Receita

Federal, bem como do pronunciamento daquele órgão sobre a incidência de juros de mora e

multa por atraso nos recolhimentos feitos pela Unidade das contribuições previdenciárias.

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Achado 13

CONSTATAÇÃO

217. Segundo as informações do SCL, o quantitativo de auxiliares locais filiados ao

INSS, até junho/2016, é de 401 segurados, distribuídos em 49 repartições no exterior.

218. Os levantamentos feitos pela equipe de auditoria com base em informações de

documentos em formato de planilhas eletrônicas fornecidas pelo SCL, sobre as Guias de

Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social

(GFIP), emitidas pelos postos, indicam que as contribuições das parcelas do empregado dos

meses de janeiro e de fevereiro/2015 totalizaram cerca de R$ 180.000,00 mensais.

219. Assim, estima-se que, no período de 12 meses, a contribuição dos segurados

perfaz o montante de cerca de R$ 2.160.000,00.

220. Com relação à análise das GPS, constantes dos processos administrativos,

utilizadas para registro no SIAFI dos recolhimentos das contribuições das cotas-partes do

empregado e do empregador para a Seguridade Social à Coordenação-Geral de Orçamento e

Contabilidade do INSS, e dos documentos em formato de planilhas eletrônicas fornecidas

pela SCL sobre as GFIPs emitidas pelos postos, a equipe de auditoria faz as seguintes

observações:

a) não há, nos processos relativos aos recolhimentos de contribuições

previdenciárias de anos anteriores, rubrica 3391.92, o reconhecimento de dívida, elaborado

pelo ordenador de despesa, o que contraria o Capítulo 020000, Seção 021100, Manual SIAFI

e o artigo 22 do Decreto nº 93.872/86, o qual prevê:

"Artigo 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento

respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las,

que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar

com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o

encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de

dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a

categoria econômica própria (Lei nº 4.320/64, art. 37);"

b) constatou-se que, apesar de existirem pagamentos referentes às embaixadas em

Cingapura e em Riade, ao Consulado-Geral na Cidade do Cabo, ao Escritório em Ramalá e à

DELBRASARM, não existem GFIPs para comparar com as GPS registradas no SIAFI, o que

impossibilita a análise do processo de recolhimento das obrigações previdenciárias. Segundo

o SCL, isso ocorre porque os referidos postos ainda não estão habilitados a emitirem GFIPs;

c) os valores relativos à cota-parte do empregado, somados à contribuição

patronal, constantes das GFIPs dos processos relacionados nas Tabelas a seguir, não guardam

conformidade com os valores das GPS registradas no SIAFI; e

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Tabela 11 - Recolhimento de Contribuições Previdenciárias de Janeiro e

Fevereiro/2015

Posto

Mês

de

Compe-

tência

Guia de Previdência Social GPS Relatório Analítico GPS - MF/RFB Diferenç

a entre o

valor de

SIAFI e

a GFIP

(R$) Data Nº

Valor

(R$)

Empregado

(R$)

Empregado

r

(R$) Total R$)

Consbras

São Francisco jan/15 27/03/2016 GP800010 37.114,60

8.721,17 30.560,00 39.281,17 -2.166,57

TOTAL 37.114,60 8.721,17 30.560,00 39.281,17 -2.166,57

Fontes: SIAFI e Relatório "Relação dos Trabalhadores Constantes no Arquivo SEFIP"

Tabela 12 - Recolhimentos de Contribuições Previdenciárias de Setembro a Dezembro/2014

Posto

Mês de

Competên-

cia

Guia de Previdência Social -GPS Relatório Analítico de GPS - MF/RFB Diferença

entre o

valor de

SIAFI e a

GFIP Data Nº

Valor

(R$)

Empregad

o

(R$)

Empregado

r

(R$)

Total

(R$)

CG Pedro

Juan

Setembro/

2014 21/dez GP800108 2.147,80 786,98 1.502,43 2.289,41 -141,61

Brasemb

Abu Dhabi

Setembro/

2014 22/dez GP800291 2.365,87 877,18 1.734,56 2.611,74 -245,87

CG

Bruxelas

Outubro/

2014 22/dez GP800260 1.547,90 482,92 1.074,88 1.557,80 -9,90

CG

Hartford

Outubro/

2014 21/dez GP800136 16.673,32 4.868,71 12.074,22 16.942,93 -269,61

CG

Londres

Outubro/

2014 22/dez GP800261 14.331,60 2.897,52 11.281,71 14.179,23 152,37

CG NY

Outubro/

2014 21/dez GP800141 106.123,35 23.180,16 91.231,78 107.642,26 -1.518,91

CG São

Francisco

Outubro/

2014 21/dez GP800142 36.795,30 8.209,64 28.642,36 36.852,00 -56,70

CG São

Francisco

Dezembro/

2014 21/dez GP800170 118.636,81 8.209,64 29.450,98 37.660,62 80.976,19

CG São

Francisco

Novembro/

2014 21/dez GP800157 35.075,90 8.354,99 28.548,61 36.903,60 -1.827,70

CG

Washington

Outubro/

2014 21/dez GP800144 33.383,09 10.803,96 28.593,94 33.982,16 -599,07

CG Xangai

Dezembro/

2014 22/dez GP800245 845,97 320,45 611,76 932,21 -86,24

CG Xangai

Novembro/

2014 22/dez GP800240 845,97 276,92 646,15 923,07 -77,10

Brasemb

Díli

Dezembro/

2014 21/dez GP800185 3.084,51 482,92 2.707,35 3.190,27 -105,76

EFNY

Dezembro/

2014 21/dez GP800176 60.875,86 10.141,32 52.338,31 62.479,63 -1.603,77

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CG

Londres

Novembro/

2014 22/dez GP800269 14.104,89 2.414,60 8.985,45 11.400,05 2.704,84

CG

Londres

Dezembro/

2014 22/dez GP800277 14.436,31 2.414,60 9.232,46 11.647,06 2.789,25

TOTAL 461.274,45 84.722,51 308.656,95 381.194,04 80.080,41

Fonte: SIAFI e Relatório "Relação dos Trabalhadores Constantes no Arquivo SEFIP"

d) embora os valores das contribuições previdenciárias tenham sido recolhidos ao

INSS com atraso superior a 12 meses, não há registro de pagamento de multas ou juros nas

GPS lançadas no SIAFI. Nesse sentido, cabe à DAEX consultar o INSS a fim de verificar se

incidem multas e juros sobre os pagamentos das contribuições em atraso.

Manifestação da Unidade Auditada

221. Será averiguada a existência de eventuais multas ou juros decorrentes dos

atrasos na realização dos recolhimentos. Para tanto, enviaremos ofício à Receita Federal

consultando a respeito da incidência desses acréscimos sobre os pagamentos já realizados,

para os meses de julho de 2014 a maio de 2016, regularizados no âmbito das atividades da

força-tarefa.

222. Em relação ao item "Processos administrativos de recolhimentos ao INSS", é

importante ressaltar que o reconhecimento de dívida" no SIAFI tem sido feito no âmbito da

força-tarefa. Além disso, para aqueles postos que não possuem GFIPs, embora os pagamentos

tenham sido realizados, principalmente no âmbito da força-tarefa, é necessário que haja as

chamadas "missões GFIP", destinadas a auxiliar os postos na criação dessas guias, desde o

ano de 1999, de modo que possam ser transmitidas via Conectividade. Por fim, as

discrepâncias encontradas entre as GFIPs e as GPS parecem decorrer de algum equívoco

quando do efetivo pagamento dos valores pelo SIAFI. De todo modo, depois de consultada a

área técnica, procederemos ao ajuste dos valores faltantes, de modo a sanar as discrepâncias

apontadas.

Análise do Controle Interno

223. Cumpre esclarecer que os pagamentos de despesas com contribuições

previdenciárias regulares não liquidadas no exercício de competência, bem como os gastos

com a quitação de dívida remanescente do passivo previdenciário dos contratados locais, em

processo de regularização pela Unidade, devem ser precedidos de atos formais de

justificativas e de reconhecimento das dívidas pelo ordenador de despesas, conforme

prescreve o Capítulo 020000, Seção 021100 do Manual SIAFI, artigo 22 do Decreto nº

93.872/86 e deve constar obrigatoriamente dos autos dos processos administrativos.

224. Registre-se, ainda, que, caso o gestor não disponha de recursos orçamentários

suficientes no final do exercício para cumprir com a quitação da totalidade das obrigações

sociais, a Unidade deverá registrar em conta apropriada no SIAFI os valores correspondentes

aos passivos financeiros por insuficiência de créditos orçamentário e financeiro, em

observância ao disposto no item 3.1, Capítulo 020000, Seção 021100 do Manual SIAFI.

225. A discrepância entre a soma dos valores relativos à cota-parte do empregado e

a contribuição patronal, constantes das GFIPs, e os valores registrados no SIAFI e nas GPS

reforçam a avaliação da equipe de auditoria quanto às falhas nos controles internos da

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Unidade e no gerenciamento das atividades administrativas relativas ao acompanhamento,

processamento e ao recolhimento das contribuições previdenciárias.

RECOMENDAÇÕES

226. Observar o disposto no Capítulo 020000, Seção 021100 do Manual SIAFI e no

artigo 22 do Decreto nº 93.872/86, quanto à obrigatoriedade de apresentação de justificativa e

de reconhecimento da dívida de exercícios anteriores pelo ordenador de despesa.

227. Aprimorar os controles administrativos internos, a fim de evitar atrasos nos

recolhimentos das obrigações sociais e de reconhecimentos de despesas de exercícios

anteriores na rubrica "3391.92".

d) tempestividade e qualidade dos registros pertinentes no sistema contábil e

nos sistemas corporativos obrigatórios;

228. Verificou-se a existência de inconsistências de dados entre registros no Sistema

Integrado de Administração de Recursos Humanos e os registros no SGRH, sistema

desenvolvido para gerenciar os recursos humanos no MRE.

229. A equipe de auditoria ressalta, novamente, que as informações de dados

cadastrais e funcionais que constam no SGRH devem obrigatoriamente coincidir os registros

existentes no SIAPE, visto que este sistema é o oficial do Serviço Público Federal, que dota

de agilidade e transparência as informações pessoais, funcionais e financeiras dos servidores.

e) qualidade do controle da UPC para identificar e tratar as acumulações

ilegais de cargos;

230. Com base em consultas feitas no DW SIAPE e no Sistema de Trilhas de

Auditoria do MTFC, não foi identificada a ocorrência de acumulações ilegais de cargos.

Item 6 – Avaliação da gestão de compras e contratações, especialmente no que diz

respeito aos itens abaixo destacados

Divisão de Serviços Gerais

231. Por meio do acompanhamento dos contratos da DSG, observou-se a existência,

em 31 de dezembro de 2015, de 79 contratos vigentes, dos quais onze foram firmados no

exercício de 2015. Estabeleceu-se como foco da auditoria os contratos constantes da Tabela

13, com expressiva locação de mão de obra, passíveis de desoneração de impostos; de obras e

recuperações (PREFAC), de empresa de eventos (não auditado nos dois últimos anos) e da

TOTVS, com importante pendência na sua execução. Foram auditados dez contratos, ou seja,

13% do número de contratos vigentes, cujos gastos, no exercício, importaram em R$

29.923.675,80, que correspondem a 43,7% dos valores empenhados no exercício de 2015.

Tabela 13 – Amostragem de contratos auditados da DSG

Nº Contrato Empresa Contratada Foco da Auditoria Valores (R$)

(Emp. pagos)

Nº 25/12 Capital Service Desonerações

1.430.008,99

Nº 24/10 Gvp Cons.Eventos Desonerações

3.330.952,85

Nº 31/13 JF Engenharia Desonerações

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Nº Contrato Empresa Contratada Foco da Auditoria Valores (R$)

(Emp. pagos)

1.557.800,46

Nº 19/09 PH Serviços Adm Desonerações -

Nº 29/10 Polo Engenharia Desonerações

633.034,12

Nº 25/10 Presta Construtora Serv. Desonerações

6.931.633,20

Nº 01/11 Sitran Empresa de Segurança Desonerações

12.907.502,25

Nº 26/12 Prefac Cumprimento do objeto

446.790,83

Nº 19/13 TOTVS Cumprimento do objeto -

Nº 11/12 Una Marketing Cumprimento do objeto

1.670.756,35

Nº 23/15 Instituto Brasileiro de Política

Pública (IBRAP) Licitação

1.015.196,83

Total Pago 29.923.675,80

FONTE SIAFI: CONTA 6.2.2.9.2.01.04

232. Dos contratos supramencionados, os analisados, a seguir, acompanhados dos

achados da equipe de auditoria, das observações do gestor, da análise do Controle Interno e de

eventuais recomendações, apresentaram situações de ressalvas que fazem parte do processo

de contas. Outras observações relativas a impropriedades passíveis de correção imediata pelo

gestor foram diretamente comunicadas à Unidade para as devidas providências.

Achado 14

CONSTATAÇÃO

Contrato nº 19/2013 - Empresa TOTVS S/A

Objeto: Contrato efetuado para implementação do controle de frequência

233. Quando da elaboração do Relatório de Auditoria de Gestão nº 02/2013, foram

registrados vários problemas específicos com relação à execução dos contratos firmados com

as empresas B2it, Santana, TOTVS e Combox. Dentre eles, entretanto, destaca-se questão

específica que afeta o conjunto de contratos elencados.

234. Fez-se observar que, à época, os equipamentos funcionavam em sua

totalidade, os problemas afetos à manutenção corretiva e preventiva dos diversos aparelhos

que compõem os sistemas de acesso haviam sido devidamente equacionados, os treinamentos

realizados; e os softwares contratados e fornecidos. Entretanto, para que o objetivo primordial

dos referidos contratos pudesse ser plenamente alcançado, faltava definir a Política de Acesso

e apresentá-la aos responsáveis pela produção dos respectivos bancos de dados.

235. Elaborar a referida Política era responsabilidade do gestor contratante dos

diversos serviços elencados, sendo tal medida indispensável e fundamental no sentido de

regulamentar as diferentes formas de acesso, bem como elencar os lugares e horários

permitidos para acesso ao MRE. Os variados tipos e níveis hierárquicos de acesso deveriam

ser definidos pelo gestor de modo a regular o ingresso de diferentes grupos de usuários nas

instalações do MRE, tais como: autoridades, servidores, terceirizados, estagiários, visitantes e

prestadores de serviços.

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236. Foram encontradas, ainda, no decorrer do exercício de 2013, dificuldades no

sentido de prover os responsáveis pela elaboração e especificação dos bancos de dados com

regras balizadoras ou delimitadoras quanto aos níveis e estruturas de acesso.

237. Na análise do Controle Interno constante do referido Relatório, registrou-se

que:

"A construção do banco de dados, por sua vez, vem apresentando vários

problemas que, caso não sejam prontamente resolvidos, tornarão os controles

de acesso ineficientes.

Outrossim, constatou-se que, mesmo que as máquinas voltem a funcionar,

assim como os sistemas informatizados, restará por ser resolvido o problema

das bases de dados – com dados funcionais, por exemplo, para efeito de

permissão de acesso (original sem grifo).

238. Assevera o Memorando do SArq encaminhado à Diretoria de Administração –

SARQ/01/2015, de 23/02/2015 que:

"Como é do conhecimento de Vossa Senhoria, encontra-se em andamento o

processo para contratação de empresa responsável pela revisão inicial e

manutenção periódica do Sistema de Segurança e Controle de Acessos do

MRE.

2. A fim de mitigar algumas questões, observadas na condução da manutenção

do sistema pela antiga contratada, bem como no melhor interesse de que o

novo contrato venha a ser cumprido a contento, satisfazendo à demanda do

MRE de ter um sistema de segurança, de controle de acesso e de ponto

confiável, auditável e em bom funcionamento, viemos expor o que segue:

3. A Instrução de Serviço de Segurança de Áreas e Instalações, que estipulou

as Normas de Acesso à Secretaria de Estado da Relações Exteriores,

publicada no Boletim de Serviço nr. 228 de 25/11/2013, foi estabelecida com

diretrizes genéricas e sem definições operacionais precisas. Na prática, o

sistema de Segurança e Controle de Acesso do MRE encontra-se em operação

atualmente com grandes grupos de acesso que não estão corretamente

ordenados, tampouco organizados. Tais grupos redundam em um banco de

dados de grande porte e difícil gerenciamento (original sem grifo).

4. Ademais do acima exposto, a ausência de definições operacionais precisas

da referida Instrução de Serviço implicará, num futuro próximo, quando da

assunção da nova contratada, numa série de resoluções pontuais que

dependem de deliberação por parte do MRE e que precisarão então ser

atendidas. Essas definições têm consequências para a operação do sistema e

obtenção do nível de segurança efetivamente almejado. Listo algumas em

caráter não exaustivo:

1. Definição dos Grupos de Acesso e limitações a estes;

2. Definição das regras de acesso a locais restritos;

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3. Definição da forma de cadastramento e gerenciamento dos dados no

sistema;

4. Definição das regras para inclusões e alterações dos dados(...)"

239. No âmbito dos trabalhos de auditoria do exercício de 2015, o gestor foi instado

a informar sobre várias questões vinculadas ao contrato com a TOTVS, por meio da

Solicitação de Auditoria (SA) CISET nº/01/2016, datada de 31/05/2016. Cabe destacar que o

contrato com a TOTVS mantém relações estreitas com os demais instrumentos contratuais

supramencionados, já que todos visam a prover o controle de acesso às instalações do MRE.

Ao analisar a resposta, verificou-se que novamente o gestor não apresentou justificativas

concretas para a solução dos problemas, que se arrastam há algum tempo.

CONSTATAÇÃO

240. Não houve, até a presente data, certificação dos serviços constantes das faturas

apresentadas pela empresa TOTVS referentes aos itens customização e integração de banco

de dados.

Manifestação da Unidade Auditada

241. Conforme esclarecimento prestado pela Divisão de Pessoal (DP), no Despacho

ao Memo DSG/54 submetido ao Departamento do Serviço Exterior (DSE) em 29/03/2016,

"apenas a primeira fase (licença de 'software') foi cumprida. Os procedimentos relativos à

customização e à integração de banco de dados foram iniciados, mas, lamentavelmente, não

puderam ser concluídos", impedindo que aquela unidade, à qual foi atribuída a fiscalização do

contrato em tela, "ateste a entrega dos referidos produtos". Encontram-se, em anexo, cópias

do Memorando DSG/54/2016, de 22 de março de 2016, e de seus subsequentes Despachos, a

respeito das providências para a retomada da execução do cronograma físico-financeiro do

contrato nº 19/2013. (original sem grifo)

CONSTATAÇÃO

242. Na ata da última reunião realizada entre as partes, datada de 2 de março de

2016, consta que a empresa teria solicitado reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Constatou-se ausência de resposta à solicitação da empresa acerca do pedido de reequilíbrio

econômico-financeiro do contrato.

Manifestação da Unidade Auditada

243. A empresa TOTVS apresentou pedido de recomposição do equilíbrio

econômico-financeiro do Contrato nº 19/2013 por meio da carta, entregue em reunião

realizada neste Ministério no dia 2 de março de 2016. O pedido está sendo analisado pelo

Setor de Contratos desta Divisão, à luz da legislação em vigor.

Análise do Controle Interno

244. Embora o pedido da empresa tenha sido apresentado em março de 2016,

verificou-se que, em junho de 2016, quando da resposta do gestor ao questionamento da

equipe de auditoria, o assunto ainda se encontrava sob análise.

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CONSTATAÇÃO

245. Os itens 2 e 3, constantes da Tabela abaixo, foram entregues, conforme atestam

diversas atas arquivadas no processo. Entretanto, não foram faturados pela empresa, por não

terem sido validados pelo MRE. Não foi encontrada no processo justificativa para a não

validação dos referidos serviços, passo necessário para a implementação das demais fases do

projeto.

246. A ausência de validação implicou a não realização do pagamento dos referidos

itens 2 e 3, no valor de R$ 140.588,85. Por meio de SA, questionou-se a Unidade Gestora a

respeito das providências adotadas para honrar os compromissos assumidos em 2013 com a

empresa TOTVS, uma vez que o prazo de vigência do contrato expirou em 15/3/2016 e que

os recursos inscritos em Restos a Pagar são insuficientes.

Tabela 14: Objeto da contratação

Item Descrição Unidade Qtde. Valor Unitário

(R$)

Valor total

(R$)

1 Licença de software licença 1 148.046,53 148.046,53

2 Customização serviço 1 71.701,32 71.701,32

3 Integração de banco de dados serviço 1 68.887,53 68.887,53

4 Treinamento serviço 1 17.181,43 17.181,43

5 Operação assistida mês 3 11.551,16 34.653,49

6 Garantia e suporte mês 24 5.938,74 142.529,70

Total 483.000,00

Fonte: Processo de Contratação da Empresa TOTVS

Manifestação da Unidade Auditada

247. Com base no Decreto nº 8.407, de 24 de fevereiro de 2015, a Secretaria do

Tesouro Nacional (STN) do Ministério da Fazenda promoveu o bloqueio, no SIAFI, dos

Restos a Pagar não processados dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal inscritos

até o exercício de 2014. Essa medida teve impacto sobre o empenho referente aos serviços

contratados junto à empresa TOTVS.

248. Esta Unidade Gestora solicitará à Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças

(COF), por meio de Memorando, providências para o restabelecimento do "status quo ante",

com o objetivo de viabilizar os pagamentos, após a execução dos serviços contratados, a

emissão das notas fiscais correspondentes e sua devida atestação pelo fiscal do contrato.

Análise do Controle Interno

249. A equipe de auditoria entende que não irá prosperar a medida que o gestor

pretende tomar, haja vista que o Decreto nº 8407/2015, de 24 de fevereiro de 2015, da STN,

parcialmente reproduzido a seguir, estabeleceu que as providências a serem adotadas pela UG

teriam como data limite o dia 31 de dezembro de 2015, para solicitação do desbloqueio dos

valores inscritos em Restos a Pagar. O referido decreto dispôs, ainda, em fevereiro de 2016,

que a STN providenciaria o cancelamento automático dos saldos, nos termos do art. 2º

reproduzido a seguir:

Art. 2º As unidades gestoras responsáveis pela execução das despesas poderão

desbloquear, até 31 de dezembro de 2015, os restos a pagar não processados,

desde que, até essa data, seja iniciada a execução das despesas, nos termos

do § 4º do art. 68 do Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986.

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§ 4º A Secretaria do Tesouro Nacional providenciará, até a data de

encerramento no Siafi do mês de fevereiro de 2016, o cancelamento

automático dos saldos de empenhos de restos a pagar que não foram

desbloqueados pelas unidades gestoras.”

250. Conclui-se que a falta de ação tempestiva do gestor culminou em prejuízo ao

orçamento do Itamaraty da ordem de R$ 334.953,47.

251. A equipe de auditoria entende ser inócuo fazer nova recomendação ao gestor,

haja vista que a recomendação constante do processo de contas do exercício de 2014 não foi

implementada, o que ensejou não só a continuidade, mas também o agravamento das

pendências então relatadas, quais sejam, perda de recursos orçamentários e descumprimento

contratual e de normativo legal. Nesse caso, seria necessário reiterar a recomendação feita no

processo de contas do exercício de 2014. Ademais, registre-se que o gestor não justificou o

porquê da não validação.

RECOMENDAÇÃO

252. Agilizar, junto às instâncias superiores, a definição dos pontos ainda pendentes

que impedem a efetiva e plena implementação do sistema, em face da existência potencial de

danos ao Erário, pelo fato de os gastos de R$ 3.573.633,92 ainda não terem produzido

resultados efetivos.

INFORMAÇÃO

Contrato nº 23/2015 - Empresa Instituto Brasileiro de Políticas Públicas – IBRAPP

Objeto: fornecimento de mão-de-obra terceirizada para prestação de serviços de

motorista

253. Da análise do Processo nº 09013.000011/2015-18, relativo ao Pregão nº

08/2015 (Contrato nº 23/2015), que teve por objeto a "contratação de empresa dedicada ao

fornecimento de mão-de-obra terceirizada para prestação de serviços de motorista, com

estrutura operacional adequada ao pleno atendimento da demanda identificada", verificou-se

que a primeira colocada no certame foi eliminada pelo fato de ter apresentado a proposta em

desacordo com a IN MPOG nº 2/2008, sem que o gestor procedesse ao registro de restrição no

Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS), do Portal da Transparência.

254. Foi constatado que a segunda colocada, à qual foi adjudicado o objeto do

pregão, constitui uma associação sem fins lucrativos, cujo estatuto a identifica como OSCIP,

muito embora não se tenha apresentado como tal no certame. Além disso, foram identificadas

falhas na autuação do processo que levaram a equipe de auditoria a solicitar esclarecimentos,

por meio da SA nº 10, de 13/06/2016:

"a) informação quanto à aplicação de alguma penalidade à empresa licitante

Hora-H Comércio e Serviço Ltda – ME, primeira colocada, recusada em

virtude de sua proposta não ter incluído a planilha da IN 2/2009 (motivo

registrado às14h09min33seg do dia 04/08/2015, à fl. 379 do citado Processo),

visto que, em consulta realizada em 09/06/2016 ao Cadastro de Empresas

Inidôneas e Suspensas – CEIS, verificou-se apenas o registro de sanção

aplicada pela Polícia Rodoviária Federal, com fundamento no art. 7º da Lei nº

10.520/2002.

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Vale ressaltar o teor do item 4.3 (fl. 221) do Edital de Pregão nº 08/2015, que

estabelece que todas as empresas licitantes deveriam concordar e cumprir com

os termos do Edital como condição para participar da licitação:

Como condição para participação no Pregão, o licitante assinalará 'sim' ou

'não' em campo próprio do sistema eletrônico, relativo às seguintes

declarações:

(...) 4.3.2. que está ciente e concorda com as condições contidas no Edital e

seus anexos, bem como que cumpre plenamente os requisitos de habilitação

definidos no Edital;

4.3.5. que a proposta foi elaborada de forma independente, nos termos da

Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 2, de 16 de setembro de 2009.

b) esclarecimento sobre a aplicação de algum critério de compatibilização

para a análise da proposta apresentada pelo Instituto Brasileiro de Políticas

Públicas – IBRAPP ou se ela foi aceita sem ressalvas no julgamento do

Pregão nº 08/2015, sem a inclusão de tributos em sua planilha de preços, em

face da imunidade tributária concedida a associações sem fins lucrativos

(invocada pelo IBRAPP por meio do Ofício IBRAPP nº 014/2015-MA, de

16/10/2015), fato que teria conferido àquele Instituto vantagem indevida frente

aos demais concorrentes, por afronta ao princípio da igualdade estabelecido

no art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e no art. 3º da Lei nº 8.666/93.

Caso se tenha configurado a segunda hipótese, apresentar justificativas; e

c) esclarecimento sobre as razões pelas quais o processo de contratação

encontra-se autuado em desacordo com a IN SLTI/MPOG nº 5/2002 (alterada

pela Portaria SLTI/MP n.º 12/2009), vigente à época, que estabelecia:

5.2 NUMERAÇÃO DE FOLHAS E DE PEÇAS

As folhas dos processos serão numeradas em ordem crescente, sem rasuras,

devendo ser utilizado carimbo próprio para colocação do número, aposto no

canto superior direito da página, recebendo, a primeira folha, o número 1'.

(...) 5.8 ENCERRAMENTO DO PROCESSO E ABERTURA DE VOLUME

SUBSEQUENTE

(...) Os autos não deverão exceder a 200 folhas em cada volume (...).

O Processo analisado encontra-se numerado apenas até a página 401. Há

mais 176 folhas no mesmo volume, as quais, além de não estarem numeradas

(em desacordo com o item 5.2 da referida IN), somam 577 folhas em um único

volume, contrariando o item 5.8 daquela norma.

Cabe registrar, ainda, que o tema passou a ser disciplinado por meio da

Portaria Interministerial nº 1.677, de 7 de outubro de 2015, que, no mesmo

sentido, determina:

2.8.1 - Quanto aos processos não digitais:

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Cada volume de um processo deverá conter, no máximo, duzentas folhas,

incluindo o 'Termo de Encerramento de Volume."

Manifestação da Unidade Auditada

255. Por meio de despacho da DSG, de 20/06/2016, foram encaminhados

esclarecimentos quanto ao item "c", informando que foi emitida reiteração aos servidores

daquela divisão sobre a necessidade de observância da legislação aplicável ao protocolo.

256. Em relação aos itens "a" e "b", o gestor encaminhou à CISET minimemo com

as seguintes informações:

"A CLI recebeu nesta data a Solicitação de Auditoria CISET/10/2016, que

questiona, entre outros aspectos, decisões tomadas pelo Pregoeiro no âmbito

do Pregão Eletrônico DSG nº 08/2015.

2. O item a) da solicitação questiona a não aplicação de penalidade à empresa

que teve proposta recusada em virtude de não atendimento às exigências da IN

02/2008.

3. Primeiramente, cabe ressaltar que o art. 2º da Lei nº 9.784 elenca, entre os

elementos norteadores da atuação da administração pública, os princípios da

legalidade, da proporcionalidade e da razoabilidade. Hely Lopes Meirelles

nos ensina que o princípio da proporcionalidade, que está intimamente ligado

ao da razoabilidade, 'sem dúvida, pode ser chamado de princípio da proibição

de excessos, que, em última análise, objetiva aferir a compatibilidade entre os

meios e os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por

parte da Administração Pública, com lesão aos direitos fundamentais'

(MEIRELLES, 2004, p. 92).

4. Ora, sabendo-se que deve haver compatibilidade entre os meios e os fins e

que o fim das sanções administrativas é coibir práticas nocivas à

administração, cabe ao administrador avaliar se houve, no caso concreto,

conduta que possa ser considerada lesiva.

5. Assim, reza o art. 7º da Lei 10.520:

Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o

contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o

certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a

proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo

inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a

União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no

Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o

inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo

das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

6. Com base no mencionado artigo, assim estabeleceu o Edital:

17.1 Comete infração administrativa, nos termos da Lei nº 10.520, de 2002, o

licitante/adjudicatário que:

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17.1.1 não assinar o termo de contrato ou aceitar/retirar o instrumento

equivalente, 17.1.2 quando convocado dentro do prazo de validade da

proposta;

17.1.3 apresentar documentação falsa;

7.1.4 deixar de entregar os documentos exigidos no certame;

17.1.5 ensejar o retardamento da execução do objeto;

17.1.6 não mantiver a proposta;

17.1.7 cometer fraude fiscal;

17.1.8 comportar-se de modo inidôneo;

7. Constata-se que o licitante não incorreu em nenhuma das condutas

tipificadas acima. Dizer que o fornecedor deixou de entregar os documentos

exigidos no certame seria uma inverdade, uma vez que ele encaminhou sua

proposta. Uma análise da ata do Pregão, entranhada nos autos, mostrará que

a documentação foi encaminhada às 12h14 do dia 04/08/2015, e depois

novamente à 13h14 daquele mesmo dia, após solicitação do Pregoeiro para

que a proposta fosse apresentada nos moldes da IN 02/2008. No entanto, a

documentação apresentava vícios que não poderiam ser ignorados pelo

Pregoeiro e que levaram a sua desclassificação. Apesar disso, não há

qualquer previsão legal de que sanções administrativas sejam aplicadas à

documentação que contenha erros.

8. É preciso ter em vista, também, os motivos que levaram o TCU a

generalizar a aplicação das penalidades administrativas, conforme o Acórdão

754/2015 – Plenário. Reza o dispositivo:

A ação dessas empresas [denominadas coelhos] consiste em apresentar

proposta excessivamente baixa em um processo licitatório para que outras

empresas desistam de competir, por acreditarem que o outro concorrente teria

um preço que não lhes permitiriam prosseguir na disputa. Na sequência, uma

empresa que esteja em conluio com o ‘coelho’ oferece o segundo melhor lance

e, com a desclassificação intencional da primeira, acaba sendo contratada por

um valor que possivelmente poderia ser superior àquele que seria obtido sem a

influência do ‘coelho’”

9. Uma observação dos fatos ocorridos no Pregão mostrará que não foi esse o

caso. A proposta da segunda colocada, adjudicatária do Pregão, estava

apenas R$0,50 mais onerosa que a da primeira (R$ 313.978,00 da proposta

desclassificada contra R$ 313.978,50 da proposta aceita), demonstrando que

os preços estavam condizentes com o padrão do mercado e que a conduta da

desclassificada não pode ser identificada com a do 'coelho'. Assim, o

Pregoeiro julgou que a aplicação de penalidade para o caso em tela seria

irrazoável e desproporcional, tendo em vista que a conduta não pode ser

tipificada nas hipóteses de penalidade previstas em lei e que não houve

prejuízos para a Administração.

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10. Relembro que o Professor José dos Santos Carvalho Filho coloca que

'modernamente, os doutrinadores têm considerado os princípios da

razoabilidade e da proporcionalidade como valores que podem ensejar o

controle da discricionariedade, enfrentando situações em que, embora com

aparência de legalidade, retratam verdadeiro abuso de poder. Referido

controle, entretanto, só pode ser exercido à luz da hipótese concreta, afim de

que seja verificado se a Administração portou-se com equilíbrio no que toca

aos meios e fins da conduta, ou o fator objetivo de motivação não ofende

algum outro princípio, como, por exemplo, o da igualdade, ou ainda se a

conduta era realmente necessária e gravosa sem excesso.' (CARVALHO

FILHO, 2007, p. 45)

11. Além disso, nos ensina Celso Antônio Bandeira de Mello, que: 'Violar um

princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A

desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico

mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos'. (BANDEIRA DE

MELLO, 2007, p. 923)

12. A Solicitação também questiona, no item b), se o Pregoeiro realizou algum

critério de compatibilização de propostas, conduta que, caso não fosse

adotada, configuraria afronta ao princípio da igualdade.

13. Informo que tal questão foi levantada pelo próprio Pregoeiro durante o

processo, motivo pelo qual se realizou consulta jurídica sobre o tema no dia

05/11/2015, conforme documento que encaminho em anexo.

14. Resumidamente, o parecer indica que o entendimento a respeito da

necessidade de equalização de propostas é controverso, pois o tema não é

tratado na Lei nº 8.666/93 ou tampouco na Lei nº 10.520/08, tendo a discussão

sobre o assunto ocorrido no âmbito doutrinário, e indica a jurisprudência e a

doutrina relevantes.

15. O TCU manifestou-se sobre o tema da seguinte forma no Acórdão 305/09:

Mediante o Acórdão 23/2003 - TCU/Plenário, esta Corte reafirmou o seu

entendimento sobre a possibilidade de participação de cooperativas em

processos licitatórios no âmbito da administração pública. Não obstante,

ressaltou-se que 'algumas empresas se utilizam do cooperativismo de fachada

para dissimular o vínculo empregatício com seus trabalhadores, como

acontece amiúde no setor de intermediação de mão-de-obra. Atribuindo aos

falsos cooperados uma suposta autonomia de trabalho - marcante nas

cooperativas -, furtam-se dos encargos previdenciários e laborais, como o

FGTS.

(...)

Também no âmbito do TC 019.037/2002-1, o ilustre Ministro Marcos Vilaça

manifestou discordância com a aplicação da equalização da licitação para

anular vantagens econômicas próprias das cooperativas, como nos deparamos

com o caso concreto, procedimento esse aplicado pela RNNE/Petrobrás, por

ocasião da Concorrência a que se refere o Edital nº 630.0.096/04-8, ora

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reclamado pelas empresas representes. Destacou, também, que: 'na realidade,

cada licitante, segundo a espécie de organização ou a posição ocupada nos

campos jurídico e econômico, guardará sua particularidade, intangível no

julgamento da licitação. A igualdade a ser garantida nas licitações não se

destina a tornar essas entidades artificialmente equivalentes, o que, inclusive,

afetaria a escolha da proposta mais vantajosa, porém, sim, a assegurar uma

ampla participação e dar a cada licitante o mesmo tratamento nos atos

intrínsecos ao processamento do certame'.

Destarte, entendemos que na presente Representação, deva ser dado

provimento ao posicionamento defendido pelas licitantes prejudicadas, quanto

a este quesito, determinando-se à Petrobrás que adote providências corretivas

semelhantes às constantes do Acórdão TCU/Plenário nº 307/2004, em especial

as do subitem 9.2.2 deste (fls.40), eximindo-se, ainda, de proceder à

equalização de propostas de cooperativas, neste caso, da ordem de 15%, como

comprovado.

16. Ora, o mesmo raciocínio que se aplica às cooperativas é válido para as

associações sem fins lucrativos. No entendimento da Coordenação-Geral de

Licitações e do TCU, não cabe à Administração tornar entidades desiguais

artificialmente iguais, forçando a aceitação de proposta mais onerosa (e,

portanto, menos vantajosa) e ferindo o princípio da indisponibilidade da coisa

pública. Se a própria lei estabelece vantagens a essas entidades, não pode o

poder público anular essas vantagens.

17. A Corte de Contas se manifestou no mesmo sentido em outra oportunidade,

no Acórdão 1.201/07:

No âmbito do Tribunal, em algumas oportunidades já foi analisada a

participação de entidades sem fins lucrativos em licitações, sem, contudo,

chegar-se a um entendimento pacífico acerca da necessidade ou não de

equalização de suas propostas ante as imunidades/isenções que lhes são

conferidas. Há situações em que a questão da equalização é tratada no sentido

apenas de que as propostas devem ser apresentadas com a correta incidência

das alíquotas de tributos conforme suas prerrogativas legais, havendo, ainda,

casos em que o entendimento é de que é incabível exigir dessas entidades a

total incidência nas propostas por elas apresentadas dos tributos, uma vez que

estaria restringindo prerrogativas legais a elas conferidas, a exemplo dos TC

019.037/2002-1, TC 015.042/2004-0 e TC 011.968/1996-6.

18. No campo doutrinário, é possível encontrar o mesmo posicionamento

convergente:

Para efeito de licitação uma S/A é muito semelhante a uma fundação, ou uma

associação civil, ou uma sociedade comandita simples, ou uma microempresa,

ou, por fim, para o que aqui interessa focar, uma cooperativa. A lei permite

que o edital estabeleça requisitos habilitatórios a serem atendidos por todos os

participantes, pena de eliminação no certame. Se o edital os exigir, e se a

cooperativa os atender – naturalmente dentro daquilo que jurídica e

institucionalmente exista nas sociedades cooperativas, uma vez que a lei de

licitações não permite, nas habilitações, exigir das empresas algo que a sua

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legislação especifica delas já não exija – então não se vislumbra em que, para

esse efeito, difere uma cooperativa de uma S/A ou S/C. Entendemos que a lei

de licitações não permite ao poder público ingressar em particularidade desta

ou daquela espécie de sociedade, como os encargos a que cada qual se sujeita,

ou como quanto à natureza de cada uma, para o fim de a priori impedir a

participação de quem quer que seja. (RIGOLINI, 2002. p. 24 a 26)

Defendemos tal posicionamento por entendermos não ser possível a adoção de

critérios de equalização das propostas comerciais apresentadas pelas

cooperativas com as apresentadas pelas demais licitantes, incorporando-se

aos preços oferecidos por aquelas os tributos e encargos trabalhistas que

oneram as ofertas realizadas pelas demais proponentes, uma vez que cada

licitante comparece ao certame e, de acordo com sua estrutura e constituição,

dele participa. Entendemos ainda que, se tal procedimento fosse adotado para

as cooperativas, situação semelhante deveria ocorrer para as micro e

pequenas empresas, o que, em verdade, não ocorre na prática. Convém alertar

que a Administração, em qualquer tipo de licitação, mesmo na chamada de

menor preço, está sempre na busca da melhor proposta. Dessa forma, não

deve(m) o(s) agente(s) público(s) designado(s) para conduzir qualquer

procedimento licitatório pautar(em)-se, para a tomada de decisão, somente no

preço oferecido em termos absolutos, mais sim procurar(em) a proposta que,

atendendo as condições preestabelecidas, faça com que o Poder Público

despenda o mínimo possível de dinheiro público, sem, evidentemente, deixar de

pagar um preço justo.

Destarte, é necessário que, no julgamento, sejam avaliadas as propostas

considerando se o tipo da pessoa jurídica ofertante, buscando não a

equalização – impondo sobre ela uma penca de encargos que ela não possui –

mas sim objetivando conhecer o que de real a Administração pagará pelo

objeto pretendido, no caso de contratação efetiva. (BITTENCOURT,

<http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/20180-20181-1-

PB.pdf>. Acesso em: 05/11/15).

19. Dessa forma, embasados pela legislação, pelas orientações doutrinárias e

pelo entendimento jurisprudencial do Tribunal de Contas da União,

discordamos do posicionamento da CISET de que a adjudicação de associação

sem fins lucrativos sem equalização de impostos feriria o princípio da

isonomia, até porque, como nos ensina Celso Ribeiro Bastos, esse princípio

determina que se deve 'tratar igualmente os iguais e desigualmente os

desiguais na medida em que eles se desigualam' (BASTOS, 1978, p.225.)."

(original sem grifo)

Análise do Controle Interno

Item "a" da SA nº 10/2016

257. Em sua manifestação quanto à ausência de registro, no CEIS, da primeira

colocada no Pregão nº 08/2015, eliminada pelo motivo de que "a proposta não inclui planilha

da IN 2/2008", o gestor declarou que "não há qualquer previsão legal de que sanções

administrativas sejam aplicadas à documentação que contenha erros".

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258. Conforme já citado, o item 4.3 do Edital do Pregão nº 08/2015 (fl. 221),

estabelece que todas as empresas licitantes deveriam concordar e cumprir as regras

estabelecidas no edital, como condição para participar da licitação.

259. Ao aceitar os termos do edital, cada empresa licitante comprometeu-se a

elaborar sua proposta em consonância formal com a Instrução Normativa SLTI/MPOG nº

2/2009, fato que não sucedeu com a primeira colocada, mesmo após ser instada pelo

pregoeiro a apresentar a proposta "nos moldes da IN 02/2008", conforme registra o gestor no

parágrafo 7 do minimemo supramencionado.

260. O próprio gestor esclareceu que a proposta foi apresentada em desacordo com a

IN nº 02/2008 e, consequentemente, em desacordo com o compromisso assumido por meio de

declaração feita pela licitante no momento de ingresso no certame, com base no item 4.3.5 do

edital, transcrito em sua manifestação:

"Dizer que o fornecedor deixou de entregar os documentos exigidos no

certame seria uma inverdade, uma vez que ele encaminhou sua proposta. Uma

análise da ata do Pregão, entranhada nos autos, mostrará que a

documentação foi encaminhada às 12h14 do dia 04/08/2015, e depois

novamente à 13h14 daquele mesmo dia, após solicitação do Pregoeiro para

que a proposta fosse apresentada nos moldes da IN 02/2008. No entanto, a

documentação apresentava vícios que não poderiam ser ignorados pelo

Pregoeiro e que levaram a sua desclassificação".

261. De fato, não há previsão de punição para proposta apresentada com erros. O

fato de a proposta encaminhada pela licitante não incluir planilha prevista na IN 2/2008 se

enquadra melhor no conceito de "omissão" do que no conceito de "erro".

262. No momento da realização do pregão, não havia elementos para emitir juízo de

valor quanto à existência de intencionalidade de sabotar a própria proposta e, assim, entrar no

mérito de que a empresa estaria agindo como "coelho", hipótese não aventada pelo Controle

Interno na SA, muito embora a empresa tenha voltado a agir da mesma forma em relação ao

Pregão Eletrônico nº 1/2015, promovido pela 2ª SRPRF do Departamento de Polícia

Rodoviária Federal – DPRF.

263. Independentemente das ilações que poderiam ser cogitadas em torno da

eventual intencionalidade do licitante, verifica-se que a elaboração da proposta, desprovida da

planilha prevista na IN nº 02/2008, configurou desacato aos termos do Edital.

264. Em função do questionamento elaborado pela equipe de auditoria em relação à

ausência de punição para a empresa, o gestor informou que se baseou no princípio da

proporcionalidade. No entanto, cabe transcrever o teor do art. 7º da Lei nº 10.520/02:

"Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar

o contrato, deixar de entregar [documentação] ou apresentar documentação

falsa exigida para o certame, (original sem grifo) ensejar o retardamento da

execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na

execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude

fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito

Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de

cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta

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Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em

edital e no contrato e das demais cominações legais". (original sem grifo)

265. A lei não faculta ao gestor a discricionariedade de aplicar ou de deixar de

aplicar a punição. A infração administrativa ocorreu e não foi em função da apresentação de

proposta eivada de vícios ou de erros, mas pelo fato de o licitante ter apresentado a proposta

em desacordo com a legislação, com o edital e com o compromisso assumido, mesmo que não

se tenha comprovado a existência de má-fé.

266. A existência de penalidade não era de desconhecimento do licitante, visto que,

estabelecida em lei, havia sido transcrita no edital do pregão, tendo ele assumido o ônus ao

ingressar no procedimento licitatório.

267. O que a lei faculta ao gestor é a dosagem da penalidade, conforme o DPRF

procedeu, quando, por motivo similar, definiu o lapso temporal de um ano para a penalidade

de impedimento de licitar e contratar com a União, com descredenciamento no SICAF dentro

do intervalo possível de até cinco anos fixado pela lei.

Item "b" da SA nº 10/2016

268. A associação que se sagrou vencedora constituiu-se como OSCIP, segundo se

depreende da leitura do artigo 59 da consolidação do seu estatuto, muito embora não tenha

feito uso dessa condição para participar do certame:

"Art. 59 – Na hipótese do IBRAPP perder a qualificação instituída pela Lei nº

9.790/99, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos

públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, e com

benefício da mesma, será transferido às pessoas jurídicas legalmente

constituídas, desde que sejam qualificadas nos termos da Lei Federal n

9.790/99, no que dispõe sobre a qualificação como Organização da Sociedade

Civil de Interesse Público – OSCIP, tendo preferencialmente o mesmo objetivo

social".

269. Um dos problemas que se verifica em relação à participação de associações

sem fins lucrativos em certames licitatórios é o fato de que o preço ofertado por elas se

aproxima dos preços ofertados por sociedades empresárias, embora a imunidade tributária de

que são beneficiárias, em tese, deveria levá-las a lograr oferecer os serviços com preço mais

baixo, no mínimo no mesmo percentual da imunidade recebida. De outro modo, a associação

estaria incorrendo em enriquecimento ilícito, às custas do contribuinte.

270. Os incentivos fiscais concedidos a microempresas e empresas de pequeno porte

limitam-se a reduções de alíquotas, sem envolver imunidade tributária.

271. O Quadro, a seguir, apresenta, em ordem crescente, os valores das propostas

apresentadas no Pregão nº 08/2015, que são bastante próximos entre si:

Quadro 13 – Valores dos quatro lances mais baixos CNPJ LANCE (R$) SITUAÇÃO NATUREZA

18.135.818/0001-87 313.978,00 Recusada por não entregar planilha Microempresa

09.611.589/0001-39 313.978,50 Contratada Associação

07.862.488/0001-05 313.979,00 Desclassificada Microempresa

05.446.406/0001-16 314.999,99 Desclassificada Microempresa

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Fonte: Ata do Pregão nº 08/2015

272. No que se refere à questão tributária, por meio do Ofício nº 0015/2015-MA, de

16/10/2015, a associação contratada evocou o teor da Instrução Normativa SRF nº

1.234/2012, para evitar a retenção de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS por parte do MRE,

transcrevendo o seguinte trecho da norma:

"Art. 4º Não serão retidos os valores correspondentes ao IR e às contribuições

de que trata esta Instrução Normativa, nos pagamentos efetuados a:

[...]

III - instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, a que

se refere o art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;

IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e às

associações civis, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;

[...]

VIII - fundações de direito privado e a fundações públicas instituídas ou

mantidas pelo Poder Público".

273. Verifique-se, então, o teor dos artigos 12 e 15 da Lei nº 9.532/97, mencionados

pela IN SRF nº 1.234/2012, nos incisos destacados pela associação contratada:

"Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da

Constituição, considera-se imune a instituição de educação ou de assistência

social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque

à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades

do Estado, sem fins lucrativos.

[...]

Art. 15. Consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico,

recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços

para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo

de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos." (original sem grifo)

274. No caso em tela, não foi possível enquadrar a associação contratada por meio

daquele pregão nos normativos transcritos acima, visto que a Lei nº 9.532/97:

a) restringe, no art. 12, que a instituição de educação ou de assistência social

preste serviços e os coloque à disposição da população em geral, o que não é o caso em

análise, tendo em vista que os serviços, que não se enquadram nem na categoria de educação

nem de assistência social, vêm sendo prestados apenas a servidores do MRE; e

b) estabelece, no art. 15, que instituições de caráter filantrópico, recreativo,

cultural e científico e as associações civis prestem os serviços para os quais houverem sido

instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, ou seja, seus

associados.

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275. A Consolidação do Estatuto daquela Associação estabelece, nos artigos 9º a 12,

os requisitos e categorias dos associados:

"Art.9º - A Associação constituída por 3 (três) categorias de associados, a

saber:

a) Associados Fundadores;

b) Associados plenos;

c) Associados Parceiros

Parágrafo Único – A admissão e a exclusão dos associados é atribuição da

Assembleia Geral.

Art. 10 – São Associados Fundadores as pessoas físicas e os grupos, com

personalidade jurídica ou não, que participaram da Assembleia de

Constituição do IBRAPP, ou que contribuíram para a formação do capital

inicial.

Art. 11 – Será Associado pleno aquele que tiver a sua proposta de admissão

aprovada pelo Conselho Deliberativo, ao satisfazer as seguintes condições:

a) Tenha afinidade pelos objetivos sociais do IBRAPP;

b) Submeter à aprovação do Conselho Deliberativo proposta escrita de

admissão.

Art. 12 – Será Associado Parceiro a pessoa jurídica que, certa de sua

responsabilidade, se comprometa a fazer aportes regulares de contribuições

do IBRAPP, com vistas ao cumprimento de suas despesas de custeio ou ao

desenvolvimento de seus programas e projetos, ou a pessoa física que queira

contribuir especificamente para os programas e projetos da Instituição."

276. Relativamente às informações apresentadas em resposta ao item "b" da SA nº

10, de 13/06/2016, verifica-se que a conclusão constante da consulta jurídica realizada pelo

pregoeiro sobre o tema, conforme mencionado no parágrafo 13 do minimemo, aduz:

"Sem embargo do dissenso que permeia a matéria, adotando-se o

entendimento externado pelo TCU ao qual submete a Entidade Consulente,

parece-nos mais acertado que não se equalizem os valores da proposta

apresentada pela Associação. De vez que a Administração não incorreu em

nenhum vício ao não fazê-lo".

277. O referido parecer jurídico se fundamenta em decisões proferidas pela Corte de

Contas em anos anteriores. Porém, no item 9.1 do Acórdão nº 0746/2014 – Plenário, de

26.03.2014, o TCU firmou entendimento no sentido de que:

"[...] é vedado às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público –

OSCIP, atuando nessa condição, participarem de processos licitatórios

promovidos pela Administração Pública Federal".

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278. Os ministros do TCU determinaram, ainda, na ocasião, o encaminhamento de

cópia do referido acórdão à Comissão de Jurisprudência, "para apreciação da oportunidade e

da conveniência de elaboração de enunciado de Súmula sobre a matéria".

279. Cabe registrar que o tema permanece controverso em relação às associações

sem fins lucrativos em geral, uma vez que o Acórdão nº 0746/2014 – Plenário trata

especificamente da participação das OSCIPs atuando nessa condição, sem apresentar

argumentos relativos à participação de associações sem fins lucrativos em certames

licitatórios.

280. Acerca do princípio da isonomia em processos licitatórios com participação de

OSCIPs, o Tribunal destacou, no acórdão em tela, que:

"99. Uma das principais questões levantadas quando o assunto é ‘Participação

de OSCIP em licitações públicas’ consiste nas imunidades fiscais e tributárias

que essas instituições detêm em relação às demais licitantes que, em tese, lhes

conferem ‘vantagem indevida frente aos demais concorrentes, o que fere o

princípio da igualdade que deve nortear as licitações’ (Excerto do Relatório

do Acórdão 1.021/2007 – TCU – Plenário).

100. Esse tema, aliás, é um dos mais controversos no âmbito desta Corte de

Contas, que já deliberou sobre a necessidade de equalização de propostas no

sentido de que devam ser apresentadas com a correta incidência de alíquotas

de tributos, conforme suas prerrogativas legais (TC 011.968/1996-6 e TC

014.030/2002-8) e também na direção de impossibilidade de exigência de

incidência dos tributos nas propostas apresentadas pelas OSCIP, uma vez que

restringiria prerrogativas legais a ela conferidas (TC 019.037/2002-1 e TC

015.042/2004-0).

[...]

102. Nesse ponto, cumpre resgatar a máxima do princípio da isonomia,

disciplinado no inciso II do art. 150 da Constituição Federal, que proíbe ao

legislador instituir tratamento desigual entre aqueles que se encontrem em

situação equivalente, ou seja, aqueles que se encontrem nas mesmas condições

devem receber igual tratamento, da mesma forma que os desiguais devem

receber tratamento desigual, na medida de suas desigualdades.

[...]

106. Conclui-se, então, não ser possível garantir, para quaisquer efeitos

práticos, um tratamento efetivamente isonômico entre empresas privadas e

OSCIP nas contratações realizadas com base na Lei das Licitações." (original

sem grifo)

281. Desse modo, verifica-se a necessidade de elevar o tema ao TCU, com o fim de

obter posicionamento daquela Corte de Contas em relação à participação das demais

associações sem fins lucrativos em certames licitatórios, uma vez que decidiu firmar

entendimento exclusivamente acerca das OSCIPs atuando na condição de beneficiária de

incentivos fiscais.

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Departamento do Serviço Exterior

282. Com a finalidade de realizar avaliação da gestão de compras e contratações

feitas pelo DSE, a equipe de auditoria concentrou a análise nos processos de pagamento

relativos às despesas contratuais com transporte internacional de bagagem, mais

especificamente nos termos aditivos firmados no exercício sob análise e/ou vigentes até

31/12/2015, bem como na avaliação de controles internos administrativos relacionados às

atividades de acompanhamento e execução dos contratos.

283. Conforme dados extraídos do SIAFI, conta contábil 6.2.2.9.2.0.1.4. –

Empenhos Pagos, os gastos com transporte internacional de bagagem perfizeram o montante

de R$ 25.320.350,53. Com base no critério de materialidade, a equipe auditoria selecionou 1

termo aditivo e 64 processos de pagamento que contemplaram gastos no total R$

9.289.783,74 e representam 36% das despesas decorrentes dos contratos com vigência até

abril de 2014, e de contratos e termos aditivos vigentes até 31/12/2015. A Tabela, a seguir,

demonstra o volume de recursos relativos aos empenhos pagos com transporte internacional

de bagagem no exercício sob exame.

Tabela 15 – Volume das despesas realizadas no exercício de 2015 com transporte

internacional de bagagem

NOTA DE

EMPENHO Nº

PREGÃO

ELETRÔNICO EMPRESA VALOR (R$)

2015NE000059 1/2010

QUAVIS TRANSPORTES MODERNOS

LTDA - EPP 19.162,37

2015NE000011 1/2012

BRAZIL RELOCATION & SERVICES

LTDA - EPP 13.389,75

2015NE000050 1/2012

QUAVIS TRANSPORTES MODERNOS

LTDA - EPP 43.904,59

2015NE000007 1/2013

BRAZIL RELOCATION & SERVICES

LTDA - EPP 66.233,06

2015NE000005 1/2013

CONFIANCA MUDANCAS E

TRANSPORTES LTDA 146.096,50

2015NE000008 1/2013

COSMOPOLITAN TRANSPORTES LTDA -

EPP 1.038.393,42

2015NE000057 1/2013

COSMOPOLITAN TRANSPORTES LTDA -

EPP 530.896,20

2015NE000056 1/2013 G-INTER TRANSPORTES LTDA 229.599,18

2015NE000031 1/2013

TRANSPORTES GERAIS BOTAFOGO

LTDA 4.795,09

2015NE000058 1/2014

BRAZIL RELOCATION & SERVICES

LTDA - EPP 2.939.768,51

2015NE000006 1/2014

CONFIANCA MUDANCAS E

TRANSPORTES LTDA 5.563.397,22

2015NE000055 1/2014 G-INTER TRANSPORTES LTDA 2.208.223,69

2015NE000013 1/2014

QUAVIS TRANSPORTES MODERNOS

LTDA - EPP 1.420.037,18

2015NE000010 1/2014

TRANSPORTES GERAIS BOTAFOGO

LTDA 1.992.950,72

2015NE000012 1/2014

TRANSPORTES GERAIS BOTAFOGO

LTDA 1.664.902,11

2015NE000009 1/2014

UNITRANS MUDANCAS E TRANSPORTES

EIRELI - EPP 2.608.114,31

2015NE000045 1/2014

UNITRANS MUDANCAS E TRANSPORTES

EIRELI - EPP 4.830.486,53

TOTAL 25.320.350,43

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Fonte: SIAFI

Achado 15

CONSTATAÇÃO

284. Nos levantamentos feitos pela equipe de auditoria, com base nos processos de

pagamentos e em dados extraídos do SIAFI, observou-se que, embora serviços referentes ao

transporte de bagagem de servidores, prestados pela empresa Cosmopolitan Transportes

LTDA – EPP, tenham sido concluídos em anos anteriores a 2015, somente em meados de

janeiro de 2015 a empresa apresentou à Unidade faturas relativas aos referidos serviços.

Ademais, as faturas listadas a seguir referem-se à prestação de serviço de transporte de

bagagem relativa ao contrato nº 06/2013, cuja vigência havia expirado em 2014. Segundo as

informações constantes dos documentos fiscais, as cobranças referem-se a serviços que foram

iniciados e concluídos em 2013 e 2014.

285. Conforme mencionado nos parágrafos anteriores, as despesas não foram

empenhadas no exercício de competência, o que onerou a dotação orçamentária do exercício

de 2015.

286. A Unidade deverá se manifestar, ainda, sobre o acompanhamento e fiscalização

do referido contrato, notadamente sobre eventuais comunicações feitas à empresa pela não

apresentação das faturas no prazo estabelecido no item 5.2 da Ata de Registro de Preços Nº

06/2013: "A contratada apresentará mensalmente, ao Contratante, faturas discriminativas,

em arquivo eletrônico, impressas em duas vias, que serão atestadas no prazo de 15 (quinze)

dias da protocolização (...)".

Tabela 16 – Pagamentos feitos à empresa Cosmopolitan – apresentação intempestiva de

faturas

PROCE

SSO Nº

ORDEM DE

SERVIÇO

ORDEM

BANCÁRIA FATURA Valor

Data Nº Data Nº Data Nº

Conclusão dos

serviços

27 29/07/2013 168 29/01/2015 800034 13/01/2015 23003

dezembro de

2013 147.666,81

75 02/09/2013 198 11/03/2015 800128 12/01/2015 137 julho de 2014 13.131,34

75 02/09/2013 198 11/03/2015 800128 12/01/2015 23751 julho de 2014 19.767,96

27 08/10/2013 221 29/01/2015 800034 13/01/2015 23676 maio de 2014 89.237,89

72 08/10/2013 220 11/03/2015 800123 08/01/2015 102

fevereiro de

2014 106.202,21

73 05/11/2013 240 11/03/2015 800124 09/01/2015 24220 maio de 2014 73.277,61

72 20/11/2013 259 11/03/2015 800123 13/01/2015 118 junho de 2014 22.077,93

73 27/11/2013 269 11/03/2015 800124 13/01/2015 24760 maio de 2014 28.706,94

73 23/12/2013 303 11/03/2015 800124 12/01/2015 24547 abril de 2014 1.479,11

73 26/12/2013 305 11/03/2015 800124 09/01/2015 24274 abril de 2014 35.418,82

72 27/12/2013 313 11/03/2015 800123 13/01/2014 133 maio de 2014 38.707,48

73 17/10/2013 227 11/03/2015 800124 13/01/2015 23984 junho de 2014 93.011,69

72 06/01/2014 328 11/03/2015 800123 13/01/2015 115 abril de 2014 24.784,24

72 08/01/2014 332 11/03/2015 800123 13/01/2015 24573 junho de 2014 18.701,19

73 09/01/2014 341 11/03/2015 800124 13/01/2015 24432 maio de 2014 8.105,83

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PROCE

SSO Nº

ORDEM DE

SERVIÇO

ORDEM

BANCÁRIA FATURA Valor

Data Nº Data Nº Data Nº

Conclusão dos

serviços

73 10/01/2014 344 11/03/2015 800124 14/01/2015 24619 agosto de 2014 64.053,74

27 14/01/2014 363 29/01/2015 800034 13/01/2015 22953 agosto de 2014 31.497,82

27 14/01/2014 359 29/01/2015 800034 13/01/2015 24520 maio de 2014 76.192,45

27 14/01/2014 362 29/01/2015 800034 13/01/2015 24471 maio de 2014 45.325,46

72 14/01/2014 358 11/03/2015 800123 12/01/2015 110

dezembro de

2014 64.253,77

72 22/01/2014 405 11/03/2015 800123 12/01/2015 106 junho de 2014 19.955,60

72 22/01/2014 406 11/03/2015 800123 12/01/2015 109 junho de 2014 18.670,06

75 28/01/2014 419 11/03/2015 800128 13/01/2015 24573 junho de 2014 9.699,61

75 28/01/2014 417 11/03/2015 800128 12/01/2015 24482 maio de 2014 17.977,57

72 29/01/2014 425 11/03/2015 800123 13/01/2015 124 julho de 2014 25.447,99

27 30/01/2014 431 29/01/2015 800034 13/01/2015 24614 maio de 2014 100.754,09

254 30/01/2014 429 13/07/2015 800808 13/01/2015 24800

setembro de

2014 65.412,13

72 12/02/2014 447 11/03/2015 800123 13/01/2015 117 maio de 2014 5.324,75

75 18/02/2014 454 11/03/2014 800128 13/01/2015 24888 agosto de 2014 20.556,53

75 26/02/2014 458 11/03/2015 800128 13/01/2015 24850

setembro de

2014 29.101,92

27 07/03/2014 460 29/01/2015 800034 13/01/2015 24735 julho de 2014 40.066,19

73 19/03/2014 471 11/03/2015 800124 14/01/2015 24926 maio de 2014 84.426,53

72 24/03/2014 476 11/03/2015 800123 13/01/2015 129 agosto de 2014 18.865,17

72 03/04/2014 487 11/03/2015 800123 13/01/2015 121 junho de 2014 30.655,46

75 29/04/2014 500 11/03/2014 800128 12/01/2015 25121

setembro de

2014 21.834,69

TOTAL 1.510.348,58

Fonte: SIAFI e informações constantes de processos administrativos e de pagamento

Manifestação da Unidade Auditada

287. Em relação aos processos de transporte de bagagem referentes a serviços

iniciados em 2013 e 2014 pagos com recursos orçamentários do exercício de 2015, faz-se

necessário esclarecer que a empresa Cosmopolitan Transportes LTDA - EPP emitiu as faturas

listadas no Quadro 1 do Memorando CISET/108 em 2015. A DPAG efetuou o pagamento por

meio de nota de empenho destinada a atender despesas de exercícios anteriores (EAN), como

previsto na legislação abaixo:

Lei nº 4.320/1964

"Art. 37 - As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento

respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las,

que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar

com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o

encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de

dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,

obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica."

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Decreto nº 93.872/1986

"Art. 22 - As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento

respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las,

que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar

com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o

encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de

dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a

categoria econômica própria.

§1º - O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo,

cabe à autoridade competente para empenhar a despesa.

§2º - Para os efeitos deste artigo, considera-se:

a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo

empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do

exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor

tenha cumprido sua obrigação;

b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como

restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;

c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação

de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do

reclamante após o encerramento do exercício correspondente."

288. Cumpre ressaltar que, nos termos do Edital do Pregão DSE 01/2014 e dos

contratos assinados com todas as empresas transportadoras licitadas, o pagamento é realizado

somente após a finalização de todo o processo administrativo de mudança. Dessa forma, os

pagamentos serão efetivamente liquidados após a entrega da fatura pelo transportador, o que

só pode ser feito, efetivamente, após a entrega da mudança (entre dois e três meses). As

empresas não dispõem de prazo contratual para a entrega da fatura, podendo entregá-la a

qualquer momento. A partir do recebimento, a Administração terá a obrigação de pagar em 30

dias, a partir do ateste do fiscal – o que ocorre em até 15 dias da protocolização da fatura.

289. Observe-se, portanto, que as faturas podem demorar, no mínimo, entre cinco e

seis meses, sem contar eventuais correções e ou mora na protocolização pelo fornecedor.

Dessa maneira, o empenho prévio de valores ou a inscrição em restos a pagar fica prejudicada

pelo longo prazo entre a emissão da OS e a efetiva entrega, muitas vezes o que transpassa o

calendário anual.

290. Quando se trata de importações, a previsão do valor das OS fica ainda mais

difícil de prever-se, uma vez que as aferições de metragem pelo fiscal (determinantes do valor

da mudança) só ocorreram da chegada do container, meses após a liberação da OS.

291. Cabe destacar que, com relação à observação no sentido de que "as despesas

não foram empenhadas no exercício de competência, o que onerou a dotação orçamentária do

exercício de 2015" (item 18), a DPAG registra no SIAFI os empenhos em função dos

contratos com as empresas de transporte de bagagem. Os empenhos são estimativos e anuais e

não são efetuados por ordem de serviço, em razão da dificuldade em prever-se os valores

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exatos de cada OS. Significa dizer que não há falta de empenho, já que o reforço é efetuado à

medida que os valores vão sendo apresentados. Não existe um empenho por pagamento, e

sim por contrato com os seus respectivos reforços.

292. Como se trata de ciclo que se repete ano a ano, não há virtualmente qualquer

tipo de pressão, pois os, ainda que gastos, por exemplo, de 2014 serão executados em 2015;

os de 2015 serão executados em 2016. O ciclo orçamentário do contrato de transporte de

bagagem acompanha, portanto, o ciclo operacional da mesma avença.

Análise do Controle Interno

293. As ordens bancárias e as notas de empenho 2015NE000008 e 2015NE000057,

anexas aos autos dos processos nº 27 (folhas 39 e 41), 72 (folhas 69 e 76) e 75 (folhas 36 e

43), comprovam que as despesas foram integralmente empenhadas no elemento de despesa

3390.74 e não na rubrica de exercícios anteriores, conforme afirma o gestor. Portanto, não

merecem prosperar as justificativas do gestor de que a DPAG efetuou a quitação dos

compromissos contratuais mencionados no parágrafo 286, da Tabela "Pagamentos feitos à

empresa Cosmopolitan – apresentação intempestiva de faturas", por meio de nota de empenho

destinada a atender despesas de exercícios anteriores (elemento de despesa 3390.92.00).

Ademais, não há registros, nos processos examinados, de quaisquer justificativas do gestor

relativas a dívidas de exercícios encerrados.

294. No que concerne ao descompasso entre a data de declaração de fiscalização das

bagagens feitas pelos servidores lotados na DPAG e a data da certificação de recebimento de

mudança feita pelo servidor beneficiário do transporte de bagagem que subsidiam os atestos

das faturas e as datas das faturas emitidas pela empresa Cosmopolitan, as justificativas

apresentadas pelo gestor limitam-se a informar que o faturamento das despesas pode demorar,

no mínimo, entre cinco e seis meses.

295. O gestor não se manifestou objetivamente sobre a emissão intempestiva dos

documentos fiscais relacionados na Tabela 16. Nas faturas analisadas há menção expressa de

que os serviços de transporte de bagagem foram concluídos nos meses de dezembro de 2013,

abril e maio de 2014, ou seja, o atraso na emissão dos documentos fiscais chegou a atingir

doze meses. Restou claro que o acompanhamento e a fiscalização do cumprimento do prazo

de início e término da execução dos serviços contratados constantes das ordens de serviço são

inadequados e podem ensejar pagamento em duplicidade.

296. No que tange ao argumento de que "o empenho prévio de valores ou a

inscrição em restos a pagar fica prejudicada pelo longo prazo entre a emissão da OS e a

efetiva entrega, muitas vezes o que ultrapassa o calendário anual [...]", vale registrar que a

emissão de nota de empenho com valor estimativo do contrato anual é obrigatória e objeto de

cláusula específica do termo contrato. Já a ordem de serviço destina-se ao controle de

prestação de serviço para fins de pagamento à empresa contratada. Ademais, conforme

assinalado no parágrafo 400 do Relatório de Auditoria Anual de Contas do exercício de 2014,

afronta os normativos de execução orçamentária e financeira a emissão de empenho na

modalidade "estimativo" com valor simbólico de R$ 1,00 (2015NE00008 e 57) com reforço

somente no momento da apresentação da fatura e emissão de ordem bancária.

297. A emissão da nota de empenho é o primeiro estágio da despesa e presume-se

que, ao autorizar o transporte de bagagem, a Unidade disponha de reserva de créditos

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orçamentários para garantir o pagamento dos serviços autorizados no exercício de

competência da assunção da obrigação.

298. Portanto, as razões de justificativa apresentadas pela Unidade indicam

deficiências na metodologia de controle das ordens de serviço e ausência de planejamento de

recursos orçamentários.

RECOMENDAÇÃO

299. Doravante, proceder à autuação do processo de transporte de bagagem no

momento da emissão de ordem de serviço, inserindo nos autos cópias das portarias de

remoção e/ou do despacho telegráfico que tratam da remoção do servidor da

SERE/Posto/SERE, de modo a propiciar o controle adequado das autorizações dos serviços

contratados, bem como identificar, ao final do exercício, os compromissos assumidos e não

liquidados.

300. Fazer levantamento, com base nas informações constantes do sistema STB, das

ordens de serviço pendentes de pagamento emitidas nos exercícios anteriores, a fim de

identificar eventuais despesas não pagas que foram objeto de declaração de fiscalização da

entrega da bagagem e de emissão de Certificado de Recebimento de Mudança. Tal

procedimento pode evitar apresentação intempestiva de faturas pelas empresas contratadas.

Achado 16

CONSTATAÇÃO

301. Os gastos com transporte de bagagem relativos às ordens de serviços emitidas

em 2012 e 2013, relacionadas na Tabela a seguir, referem-se aos pregões realizados em 2011,

2012 e 2013 e a contratos com data de vigência expirada. As despesas foram empenhadas no

exercício de 2015 na modalidade de licitação "não se aplica" e pagas inadequadamente na

rubrica orçamentária 3.3.9.0.39.74.

Tabela 17 - Despesas relativas ao exercício de 2012 pagas com recursos de 2015

Proce

sso

Credor

Ordem De Serviço Ob Fatura

Valor (R$) Nº Data M3 Peso

Previsão/Execução

Data Nº Data Início Término

67 Quavis 535

06/01/

2012 43 8600

09/01/

2012

24/01/

2012

11/03/

2015 800120

12/01/

2015 19.162,37

45 Quavis 48

14/05/

2012 48 9600

15/05/

2012

30/05/

2012

10/02/

2015 800075

06/01/

2015 6.337,99

180 Quavis 48

14/05/

2012 48 9600

15/05/2

012

30/05/

2012

27/04/

2015 800389

09/04/

2015 37.566,60

TOTAL 63.066,96

Fonte: SIAFI e dados extraídos dos processos de pagamento relativos ao exercício 2015

Tabela 18 - Despesas relativas ao exercício de 2013 pagas com recursos de 2015

PROCE

SSO Nº CREDOR

ORDEM DE

SERVIÇO OB NF/FATURA VALOR

DATA Nº DATA Nº DATA Nº

13 Confiança 25/09/2013 213 25/01/2015 800022 08/01/2015 1030566 45.132,10

26 Botafogo 23/09/2013 211 29/01/2015 800033 02/02/2015 1112 4.795,09

27 Cosmopolitan 29/07/2013 168 29/01/2015 800034 13/01/2015 23003 147.666,81

27 Cosmopolitan 08/10/2013 221 29/01/2015 800034 13/01/2015 23676 89.237,89

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PROCE

SSO Nº CREDOR

ORDEM DE

SERVIÇO OB NF/FATURA VALOR

DATA Nº DATA Nº DATA Nº

72 Cosmopolitan 08/11/2013 250 11/03/2015 800123 13/01/2015 123 13.582,80

72 Cosmopolitan 27/12/2013 313 11/03/2015 800123 13/01/2014 133 38.707,48

72 Cosmopolitan 20/11/2013 259 11/03/2015 800123 13/01/2015 118 22.077,93

72 Cosmopolitan 08/10/2013 220 11/03/2015 800123 08/01/2015 102 106.202,21

72 Cosmopolitan 29/05/2013 31 11/03/2015 800123 07/01/2015 100 123.667,55

73 Cosmopolitan 27/11/2013 269 11/03/2015 800124 13/01/2015 24760 28.706,94

73 Cosmopolitan 05/11/2013 240 11/03/2015 800124 09/01/2015 24220 73.277,61

73 Cosmopolitan 23/12/2013 303 11/03/2015 800124 12/01/2015 24547 1.479,11

73 Cosmopolitan 26/12/2013 305 11/03/2015 800124 09/01/2015 24274 35.418,82

75 Cosmopolitan 02/09/2013 198 11/03/2015 800128 12/01/2015 23751 19.767,96

TOTAL 749.720,30

Fonte: SIAFI e dados extraídos dos processos de pagamento relativos ao exercício 2015

302. A equipe de auditoria verificou, ainda, que as despesas decorrentes de ordens

de serviço emitidas em 2014 e pagas com recursos de 2015, perfizeram o montante de cerca

R$ 6.900.000,00, o que representa 28% dos recursos empenhados e pagos (R$

25.000.000,00), conforme ilustra o gráfico a seguir.

Gráfico 1

Fonte: SIAFI e informações constantes dos processos administrativos e de pagamentos de 2015

303. Cumpre registrar que as despesas autorizadas por meio de ordens de serviço

deveriam ter sido legalmente empenhadas no exercício da assunção do compromisso e

inscritas em Restos a Pagar.

304. No caso de insuficiência de recursos orçamentários, os gastos correspondentes

ao passivo de anos anteriores deveriam, previamente à sua quitação, ter sido objeto de

justificativa e de reconhecimento da dívida pelo ordenador de despesa, em observância ao

disposto no capítulo 020000, Seção 021100 do Manual SIAFI, artigo 22 do Decreto nº

93.872/86, bem como registrados no SIAFI, conforme assinala o TCU, item 8.2 do Acórdão

nº 158/2012:

"8.2 O reconhecimento de passivos oriundos de despesas sem dotação

orçamentária não fere a vedação constituição-legal de realização de despesa

2015 69%

2014 28%

2013 3%

2012 0,2%

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ou assunção de obrigações que excedam os créditos orçamentários ou

adicionais, vez que não é o registro contábil que está vedado e sim o ato que o

origina. O art. 50, inc. II, da Lei Complementar nº 101/2000 e também o art.

28 da Lei nº 11.514/2007 (LDO) determinam expressamente o reconhecimento

dessas operações pelo regime de competência que, independentemente de

suporte orçamentário, devem ser integralmente registradas pela contabilidade.

Manifestação da Unidade Auditada

305. Conforme já ressalvado, nos termos do Edital do Pregão DSE 01/2014 e dos

contratos assinados com todas as empresas transportadoras licitadas, é definido que o

pagamento será realizado somente após a finalização de todo o processo de mudança. O fim

da vigência contratual não significa a extinção das obrigações da empresa, o que, no contrato

em tela, o fim da vigência não implica a cessação das obrigações sobre OS não entregues.

306. Nesse sentido, a DPAG entende que os procedimentos administrativos de

pagamentos respeitaram as normas aplicáveis ao tema. Os Quadros 2 e 3 da SA nº. 10/2016

mencionam as datas de emissão das ordens de serviço, que são cotejadas com as das faturas e

as das ordens bancárias, para se concluir que "as despesas autorizadas por meio de ordens de

serviço deveriam ter sido legalmente empenhadas no exercício da assunção do compromisso e

inscritas em Restos a Pagar" (parágrafo 301).

307. Ocorre que esta Divisão considera as datas das faturas como fator gerador do

pagamento, pois, nos termos do contrato, o serviço prestado pela empresa somente é

considerado realizado após a entrega da mudança no destino final e a apresentação da

respectiva nota fiscal/fatura, não a data da ordem de serviço, que apenas autoriza a realização

do serviço. Mesmo porque, como citado, faturas referentes à importação não podem ser

previstas antes da medição do fiscal, o que ocorre apenas na entrega (4 a 5 meses depois da

emissão da OS).

308. Por exemplo, ainda que uma ordem de serviço seja datada de 2014, isso não

significa que o serviço foi efetivamente prestado e concluído no mesmo ano-calendário. O

serviço será considerado pronto para pagamento a partir da data de emissão da fatura. Desse

modo, se a fatura referente a ordem de serviço emitida em 2014 foi apresentada em 2015, isso

significa que o serviço foi considerado finalizado e prestado em 2015, o que enseja

classificação no elemento de despesa correspondente ao ano de 2015, em vez de "Restos a

Pagar".

309. Para os casos que se trate, efetivamente, de passivos de anos anteriores, a

DPAG passará a incluir o atestado de reconhecimento de dívidas para despesas de exercícios

anteriores (EAN), em atenção aos comentários do (parágrafo 302). Registre-se, por oportuno,

a rotina que se pretende aprimorar, com relação à quitação de passivos de anos anteriores:

(i) Restos a pagar – faturas entregues até dezembro, sem possibilidade de pagamento por falta

de recursos: serão inscritas em Restos a Pagar, e os recursos pertinentes serão solicitados à

COF.

(ii) Exercícios anteriores – faturas entregues em janeiro com data de emissão do ano anterior:

caracterizadas como EAN, será providenciado atestado de reconhecimento de dívida para

compor o processo, e os recursos pertinentes serão solicitados à COF.

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Análise do Controle Interno

310. As observações feitas pela Auditoria se referem a reincidências de falhas no

planejamento orçamentário e na utilização indevida de recursos do exercício corrente para

atender despesa dos anos anteriores. As justificativas apresentadas pelo gestor são idênticas às

constantes do parágrafo 394 do Relatório de Auditoria Anual de Contas do exercício de 2014

e demonstram que a Unidade não adotou as medidas necessárias para cessar a repetição de

falhas.

311. A ausência de adoção de medidas quanto à emissão de notas de empenho à

época da assunção da obrigação e/ou na data da emissão das ordens de serviço resultou no

pagamento de despesas de contratos encerrados com recursos do exercício de 2014.

312. A ausência de registro adequado das despesas em Restos a Pagar e a falta de

registros em conta apropriada no SIAFI de eventuais valores correspondentes aos passivos

gerados por insuficiência de créditos orçamentários e financeiros indicam que os valores das

demonstrações contábeis não representam fidedignamente os valores das obrigações

assumidas em razão de contratos celebrados com transporte de bagagem ao longo do exercício

de 2015.

RECOMENDAÇÕES

313. Cumprir a recomendação constante do parágrafo 403 do Relatório de Auditoria

Anual de Contas relativo ao exercício de 2014: "Abster-se de utilizar recursos do exercício

corrente para atender despesas efetivamente realizadas no exercício anterior, em

observância ao princípio da anualidade do orçamento".

314. Aprimorar os controles administrativos internos, com vistas a identificar, no

final do exercício, as ordens de serviços emitidas e pendentes de pagamento, bem como

saldos de empenhos passíveis de inscrição em restos a pagar.

315. Observar o disposto no capítulo 020000, Seção 021100 do Manual SIAFI e no

artigo 22 do Decreto nº 93.872/86, quanto à obrigatoriedade de apresentação de justificativa e

de reconhecimento da dívida de exercícios anteriores pelo ordenador de despesa.

Achado 17

CONSTATAÇÃO

316. A equipe de auditoria analisou o Processo nº 67/2015, relativo ao pagamento

feito à Quavis Transportes Modernos em 01/03/2015, no valor de R$ 18.740,80, referente à

embalagem, transporte para o depósito e armazenagem, por 180 dias, dos pertences do

servidor PJFS. Foi apurado que as faturas não informam quando a mudança do servidor foi

transportada para o depósito nem o período em que a mesma esteve armazenada.

317. A equipe de auditoria, ao analisar a cronologia dos fatos ocorridos para a

realização da mudança da bagagem do servidor de Kiev para a SERE, verificou que

ocorreram os seguintes fatos e atos:

a) segundo o Boletim de Serviço n° 232-A, de 05/12/2011, o servidor foi

removido da Embaixada em Kiev para a Embaixada em Riade;

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b) segundo o Boletim de Serviço n° 236-A, de 09/12/2011, o destino da remoção

do servidor passou a ser a SERE;

c) no dia 06/02/2012, o servidor deu entrada no Tribunal Regional Federal, seção

Brasília, a petição para revogar a sua remoção para a SERE, e assegurar sua permanência na

Embaixada em Kiev;

d) no dia 07/02/2012, a Quavis Transportes Modernos iniciou as providências

relativas à mudança do servidor, conforme o telegrama n° 41, de 08/02/2012;

e) no mesmo dia, o TRF instaurou o Processo nº 0006655-85.2012.4.01.3400;

f) em 07/03/2012, foi publicado, no Boletim de Serviço n° 46, despacho da DP,

indeferindo pedido do servidor para prorrogar a sua partida de Kiev até 18 de maio de 2012,

sob a alegação de premente julgamento de liminar no Mandado de Segurança no qual

contestava sua remoção para a SERE;

g) no dia 23/03/2012 o Juiz Federal Flavio Marcelo Sérvio Borges, do Tribunal

Regional Federal, seção DF, deferiu pleito do servidor para mantê-lo em Kiev, e lá exercer as

suas funções, até a decisão final ser tomada;

h) em 03/04/2012, o Juiz Federal Flavio Marcelo Sérvio Borges proferiu decisão

final ao Mandado de Segurança, garantindo ao servidor a permanência em Kiev.

318. Considerando-se os fatos acima relatados, a equipe de auditoria é de parecer

que a empresa Quavis deveria, em 03/04/2012, ter mandado desembalar a referida mudança e

ter devolvido os bens ao servidor, em vez de tê-la mantido armazenada por 180 dias. Desse

modo, a equipe de auditoria entende que cabe ao servidor ressarcir ao Erário a importância de

2.380 euros referente à sobrestadia, visto que foi inapropriada a manutenção da mudança em

depósito por longo período.

319. Há que se observar, também, que a bagagem não poderia ter sido guardada em

depósito, visto que a armazenagem de bagagem no exterior não tem amparo legal, conforme o

item 1.3, d, do contrato vigente em 2012: integra o serviço contratado o armazenamento, pelo

período máximo de 30 (trinta) dias no Brasil.

320. A equipe de auditoria não encontrou nos autos:

a) justificativa para o pagamento pela Unidade de 180 dias de armazenagem da

mudança, apesar de a Justiça Federal ter decidido pela permanência do servidor em Kiev

menos de um mês após o início dos procedimentos para o transporte da bagagem; e

b) a justificativa para o pagamento pela Unidade relativo à fatura apresentada pela

Quavis Transportes Modernos mais de três anos após a ocorrência do ato.

Manifestação da Unidade Auditada

321. O entendimento da CISET, relativo ao custeio, por parte do servidor PJFS, das

despesas com armazenagem na origem, coaduna-se com as instruções enviadas pela DPAG à

Embaixada em Kiev em 2012 (DET 386/12, §§ 3º e 4º). Será solicitado ao SLP/DSE nota

técnica a respeito da conveniência de ser ajuizada ação de regresso da Administração em

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desfavor do interessado, ou instaurado procedimento administrativo de reposição ao Erário

pelas despesas de sobrestadia, em consonância com a recomendação constante do item 8.

Análise do controle Interno

322. A Unidade não informou por que motivo pagou despesas de armazenagem da

mudança do servidor em Kiev, nem esclareceu por que efetuou o pagamento da fatura

apresentada pela Quavis Transportes Modernos apenas três anos após a ocorrência do ato.

323. A equipe de auditoria mantém entendimento no sentido de que não caberia à

Unidade pagar 2.380 euros àquela transportadora, visto que a remoção foi cancelada em

03/04/2012, quando a Justiça Federal proferiu sentença garantindo ao servidor a permanência

em Kiev. Ademais, a Embaixada em Kiev recebeu da SERE, pelo despacho telegráfico n°

386, de 07/12/2012, instruções para não manter armazenados os bens do servidor, em virtude

da inexistência de amparo legal para tal. Cumpre ressaltar que a Embaixada em Kiev foi

alertada pela SERE acerca da responsabilidade pelo custeio dos bens em depósito.

RECOMENDAÇÕES

324. Encaminhar ao Controle Interno, até 30 dias contados do envio deste Relatório

ao TCU, justificativa para o pagamento de 180 dias de armazenagem de mudança, mesmo

após a Justiça Federal ter decidido pela permanência do servidor PJFS em Kiev.

325. Apresentar justificativa, até 30 dias contados do envio deste Relatório ao TCU,

para o pagamento de fatura apresentada pela Quavis Transportes Modernos apenas após o

decurso de três anos da ocorrência do ato;

326. Apurar a responsabilidade do agente público que determinou o pagamento, sem

autorização da SERE, da armazenagem da mudança do servidor PJFS em Kiev por 180 dias.

Achado 18

CONSTATAÇÃO

327. No tocante ao pagamento do serviço de mudança e despesas com demurrage da

bagagem do servidor HCP, processos 45 e 180/2015, a equipe de auditoria faz as seguintes

observações:

328. A Unidade autorizou o transporte de bagagem do Assistente de Chancelaria

HCP de Argel para o Brasil, conforme a Ordem de Serviço nº 48, de 14 de maio de 2012. A

despesa com transporte de 6,00 m3, acrescida de seguro internacional de bagagem, totalizou

R$ 6.337,99, conforme a fatura nº 3, de 06/01/15, emitida pela empresa Quavis – Transportes

Modernos Ltda.

329. O contêiner utilizado no processo de transporte de bagagem do servidor

permaneceu retido no Porto de Santos de agosto de 2012 a agosto de 2013, em razão da

recusa do servidor em arcar com o pagamento do imposto de importação, decorrente do fato

de sua permanência no exterior ter sido inferior a doze meses.

330. O abandono dos bens no Porto de Santos, por parte do servidor, resultou em

despesa no valor de R$ 37.566,60 (equivalente a 11.049,00 euros), decorrente de cobranças de

serviços de armazenagem pagos pela empresa AGS Frasers, consignatária da Quavis, em

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Argel, conforme cópias de documentos anexas ao processo 180/2015. O referido valor foi

reembolsado pelo MRE à empresa Quavis.

331. Em 19/05/2015, a servidora responsável pelo SLP/DSE (folha 18 do processo

nº 180/2015) orientou a DPAG a efetuar o pagamento da fatura dos serviços cobrados pela

empresa Quavis e, em seguida, instaurar processo administrativo de ressarcimento ao Erário,

notificando o servidor HCP de que deveria providenciar o ressarcimento das despesas com

demurrage e/ou autorizar o desconto em folha de pagamento.

332. Entretanto, não se localizaram nos autos do processo os resultados das medidas

adotadas pela Unidade quanto à devolução do valor de R$37.566,60 ao Tesouro Nacional.

Tampouco há descontos na rubrica de reposição ao Erário na ficha financeira (SIAPE) do

referido servidor.

Manifestação da Unidade Auditada

b) HCP

333. Tal qual sintetizado nos (parágrafos 327 a 332), a DPAG atuou em respeito à

legislação em vigor, que concedia o benefício de transporte de bagagem ao servidor HCP, e às

cláusulas contratuais, que determinavam as obrigações do Itamaraty para com a empresa

Quavis Transportes Modernos LTDA decorrentes da emissão de ordem de serviço e da

autorização da prestação do serviço de mudança. Tendo em conta as observações constantes

dos itens 15 e 16, será verificado se o servidor, em inatividade, respondeu à notificação

relativa à instauração do procedimento administrativo de reposição ao Erário em seu desfavor.

Em caso de silêncio do interessado, será emitida nova notificação.

Análise do Controle Interno

334. As justificativas apresentadas pelo gestor indicam inércia administrativa para

alcançar a tempestiva reposição aos cofres públicos do prejuízo causado pelo servidor, em

razão de custeio indevido de despesas com armazenagem de bagagem. Há que se registrar,

que, igualmente, não foi tempestiva a busca de soluções para o pagamento das despesas. O

valor de R$ 37.566,60, equivalente a 11.049,00 euros, decorrente de cobranças de serviços de

armazenagem pagos pela empresa AGS Frasers, consignatária da Quavis em Argel, refere-se

ao período de agosto de 2012 a agosto de 2013 e o pagamento efetivo da fatura ficou

pendente por 2 anos, mesmo após reiteradas cobranças da empresa contratada.

RECOMENDAÇÕES

335. Instaurar, caso ainda não o tenha feito, processo administrativo para reposição

ao Erário, com nota técnica com a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que

evidenciem o pagamento indevido e notificação do servidor mediante aviso de recebimento –

AR, entre outros documentos.

336. Informar ao Controle o estágio do processo de ressarcimento ao Erário pelo

servidor.

Pregão nº 1/2014 – Transporte de Bagagem - Contratos nºs 3/2014, 4/2014, 5/2014,

6/2014, 7/2014, 8/2014 e 2/2015

Achado 19

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CONSTATAÇÃO

337. Observou-se que, nos casos em tela, a Unidade não formalizou adequadamente

os processos administrativos relacionados aos referidos contratos, assinados com as empresas

prestadoras de serviços de transporte de bagagem dos servidores removidos do Brasil para o

exterior e do exterior para o Brasil.

338. A documentação do processo administrativo de licitação relativo à execução

daqueles sete contratos, decorrentes do Pregão nº 01/2014, encontra-se em um único volume,

em numeração sequencial.

339. Tendo em vista que a instrução do processo administrativo deve ser efetivada

por assunto, o setor responsável pela realização do Pregão nº 01/2014, após a adjudicação dos

vencedores dos sete itens do certame e posterior publicação no D.O.U., deveria ter finalizado

o processo por meio de Termo próprio, bem como providenciado a abertura de processos

administrativos individuais para cada um dos sete contratos.

340. Cabe ressaltar que o procedimento adotado pela Unidade não constitui boa

prática, uma vez que dificulta o gerenciamento seguro e eficiente na execução e fiscalização

desses instrumentos.

341. Ressalte-se, ademais, que é muito importante a organização dos documentos

em processos distintos, porquanto processos de auditoria demandam que a documentação

pertinente a cada contrato esteja disponível de maneira organizada e seja de fácil acesso, para

eventuais consultas e análises por parte controles interno e externo.

Manifestação da Unidade Auditada

342. a) Formalização dos processos administrativos: a documentação do processo

administrativo de licitação nº. 09246.000179/2014-7 (Pregão DSE 01/2014), relativo à

execução dos contratos DSE 03/2014 (bloco geográfico B), DSE 04/2014 (bloco geográfico

C), DSE 05/2014 (bloco geográfico D), 06/2014 (bloco geográfico E), DSE 07/2014 (bloco

geográfico F), DSE 08/2014 (bloco geográfico G) e DSE 02/2015 (bloco geográfico A), foi

desmembrada em processos individuais para cada um dos sete contratos firmados, garantindo

gerenciamento seguro e eficiente na execução e fiscalização dos instrumentos em comento.

Nesse sentido, o processo nº. 09246.000179/2014-7 foi desmembrado para abertura dos

processos nº. 09047.000320/2016-73 (contrato DSE 05/2014 – bloco geográfico D), nº.

09047.000321/2016-18 (contrato DSE 06/2014 – bloco geográfico E), nº.

09047.000322/2016-62 (contrato DSE 07/2014 – bloco geográfico F), nº.

09047.000323/2016-15 (contrato DSE 08/2014 – bloco geográfico G). O contrato DSE

02/2015 (bloco geográfico A) manteve-se no processo nº. 09246.000179/2014-7. Haja vista à

rescisão dos contratos DSE 03/2014 (bloco geográfico B) e DSE 04/2014 (bloco geográfico

C), decorrente da aplicação de penalidades administrativas, procedeu-se à contratação

emergencial dos serviços (processo nº. 09047.000230/2016-82), para conclusão dos

transportes de bagagem então em curso, seguida da abertura de novo procedimento licitatório

para ambos os blocos geográficos (processo nº. 09047.000248/2016-84).

Análise do Controle Interno

343. As ações implementadas pela Unidade no sentido de desmembrar os processos

administrativos dos contratos de transporte de bagagem constituem medida necessária para o

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acompanhamento e fiscalização dos contratos a cargo da Unidade, e viabilizam a análise mais

célere de eventuais auditorias a serem realizadas no âmbito dos controles interno e externo.

RECOMENDAÇÃO

344. Concluir e adotar, doravante, os procedimentos legais para formalização de

processos administrativos individuais, para os contratos e seus aditivos, inserindo, em cada

volume, os termos de abertura e encerramento, conforme os ditames da Lei Nº 9.784/99 e

Orientação Normativa AGU nº 02/2009.

Achado 20

CONSTATAÇÃO

345. A equipe de auditoria não encontrou registro de divulgação eletrônica dos

extratos dos contratos no subsistema SICON – Sistema de Gestão de Contratos do SIASG,

nem sua divulgação no Comprasnet. Tal imposição está prevista no artigo 19 da Lei n.º

10.934, de 11 de agosto de 2004:

"Art. 19. Os órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da

seguridade social deverão disponibilizar no Sistema Integrado de

Administração de Serviços Gerais – Siasg informações referentes aos

contratos e aos convênios firmados, com a identificação das respectivas

categorias de programação."

346. O referido registro no SICON está, igualmente, previsto no parágrafo único do

artigo 1º e no artigo 10 da IN/MPOG nº 2, de 16/08/2011, que assim estabelece:

"Art. 10. O Subsistema de Gestão de Contratos – SICON deve ser utilizado

para o registro dos extratos de contratos firmados pela Administração Pública

Federal e o seu envio eletrônico para publicação no Diário Oficial da União,

bem como para o acompanhamento da execução contratual, por intermédio do

cronograma físico-financeiro."

347. Observou-se, ainda, ausência de registro dos empenhos emitidos, a partir do

exercício de 2015, no Subsistema de Minuta de Empenho – SISME do SIASG, previsto no

artigo 9º da IN/MPOG nº 2, de 16/08/2011.

Manifestação da Unidade Auditada

348. Operacionalização do Sistema Integrado de Administração de Serviços

Gerais (SIASG): em decorrência de equívoco no lançamento do empenho inicial, em 2014,

após o Pregão DSE 01/2014, não foi possível proceder, à época, ao registro de divulgação

eletrônica dos extratos dos contratos no subsistema SICON. Em contato recente com a equipe

do SERPRO, recebeu-se instrução no sentido de que a publicação fora do ComprasNet e o

empenho via SIAFI (e não via SISME) não trariam vícios ao ato administrativo, desde que

devidamente justificados – o que foi providenciado. De todo modo, doravante, será seguida a

orientação constante do item "b" da SA CISET/09/2016.

Análise do Controle Interno

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349. O Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG)

desenvolvido pelo MPOG é ferramenta de apoio informatizado aos processos de compras e

contratações no âmbito da Administração Pública. Tem a finalidade de integrar os sistemas e

facilitar o intercâmbio de dados, melhorar o processo de gestão e permitir maior transparência

no processo de compras e contratações da administração.

350. Como se observa, trata-se de relação de subordinação técnica, sem prejuízo da

subordinação hierárquica dos órgãos setoriais aos respectivos ministros de Estado e demais

dirigentes da esfera administrativa.

351. Tendo em vista a existência de integração entre os sistemas, presume-se que a

ausência de registro dos contratos no SISCON não permitiu o registro dos respectivos termos

aditivos e, consequentemente, impediu o registro das notas de empenho no SISME.

352. Por se tratar de imposição legal, a Unidade deve regularizar o registro dos

mencionados contratos, seus termos aditivos e respectivos empenhos da despesa nos sistemas

correspondentes, nos termos da IN/MPOG N° 2, de 16 de agosto de 2011.

RECOMENDAÇÃO

353. Efetuar gestão junto ao MPOG para verificar a possibilidade de registrar, ainda

que a posteriori, toda a documentação inerente aos contratos de transporte de bagagem, já que

tais contratos, com duração de 60 meses, encontram-se no segundo ano de execução.

Achado 21

CONSTATAÇÃO

354. Não se encontram anexados ao processo administrativo os comprovantes de

prestação de garantia de execução contratual relativos aos primeiros termos aditivos dos

Contratos nºs 3/2014, 4/2014, 5/2014, 6/2014, 7/2014 e 8/2014, em descumprimento ao artigo

19, inciso XIX da IN nº 2, de 30 de abril de 2008, da Secretaria de Logística e Tecnologia da

Informação (SLTI) do MPOG:

"XIX - exigência de garantia de execução do contrato, nos moldes do art. 56

da Lei no 8.666, de 1993, com validade durante a execução do contrato e três

meses após o término da vigência contratual, devendo ser renovada a cada

prorrogação(…)" (original sem grifo).

Manifestação da Unidade Auditada

355. c) Termos aditivos de prorrogação dos contratos de prestação de serviços

de transporte de bagagem dos servidores: em decorrência da expiração da validade do

primeiro termo aditivo aos contratos DSE 05/2014 (bloco geográfico D), 06/2014 (bloco

geográfico E), DSE 07/2014 (bloco geográfico F) e DSE 08/2014 (bloco geográfico G), bem

como do contrato DSE 02/2015 (bloco geográfico A), e dada a rescisão dos contratos DSE

03/2014 (bloco geográfico B) e DSE 04/2014 (bloco geográfico C), a comprovação da

prestação de garantia da execução dos contratos listados perdeu seu objeto. De todo modo,

confirmo que foram providenciadas as garantias relativas aos aditivos firmados em 2016

referentes aos contratos 06/2014 (bloco geográfico E), DSE 08/2014 (bloco geográfico G) e

DSE 02/2015 (bloco geográfico A), todos anexos aos respectivos contratos. Ainda corre o

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prazo legal para que as fornecedoras providenciem as garantias aos contratos DSE 05/2014

(bloco geográfico D) e DSE 07/2014 (bloco geográfico F).

Análise do Controle Interno

356. A Unidade não respondeu objetivamente ao questionamento relativo à falta de

exigência da garantia contratual por ocasião da assinatura dos primeiros termos aditivos aos

Contratos nºs 3/2014, 4/2014, 5/2014, 6/2014, 7/2014 e 8/2014. A exigência de garantia está

prevista no artigo 19, inciso XIX da IN nº 2, de 30 de abril de 2008, da SLTI do MPOG.

357. Além do dispositivo citado, o art. 56, § 2º, da Lei nº 8.666/93 dispõe que a

garantia terá seus valores atualizados nas mesmas condições do contrato principal.

358. Ao se prorrogar a duração da vigência dos contratos de natureza continuada, a

garantia deverá ser renovada pela contratada.

359. Note-se, ainda, que a não apresentação da garantia em momento oportuno gera

inexecução contratual. Pertinente registrar que a garantia, quando prevista em edital segundo

o art. 55 da Lei de Licitações, é elevada à condição de cláusula necessária do contrato.

Portanto, no entendimento do Controle Interno, a garantia, sendo uma cláusula necessária, faz

do cumprimento da determinação ali contida condição inafastável para a manutenção do

ajuste. Caso contrário, estará configurada inexecução contratual passível de rescisão unilateral

pela Administração, nos moldes do art. 58, II, 77, 78, I, e 79, I, da Lei nº 8.666/93.

360. Sobre esse assunto, o TCU, por meio Acórdão nº 407/2002 da Segunda

Câmara, no item 8.1.4, determinou à Administração do DSE/MRE que: "verifique a vigência

das garantias prestadas aos contratos firmados, exigindo da empresa contratada o

cumprimento da cláusula contratual que lhes exige revalidar ou apresentar nova garantia,

em caso de assinatura de termo aditivo para prorrogação contratual".

RECOMENDAÇÃO

361. Exigir das empresas contratadas, por ocasião da prorrogação da vigência dos

contratos, a renovação da garantia, nas mesmas condições dos contratos principais, como

condição indispensável para a continuidade dos ajustes. Caso contrário, restará configurada a

inexecução contratual passível de rescisão unilateral pela Administração.

Achado 22

CONSTATAÇÃO

362. A Cláusula Quarta dos contratos mencionados no parágrafo anterior estabelece

que os preços neles consignados serão corrigidos anualmente pela variação do Índice Geral de

Preços do Mercado (IGP-M). O primeiro termo aditivo ao Contrato nº 6/2014, assinado com

a empresa Confiança Mudanças e Transporte Ltda, estabelece o acréscimo de 20% ao valor

inicial do contrato. Verificou-se que esse acréscimo foi superior ao índice acumulado do IGP-

M, de 5,58% nos doze meses precedentes a junho de 2015. Tal acréscimo, acima do índice

permitido, configurou, portanto, alteração do contrato. Nesse caso, tal alteração deveria ter

sido precedida das devidas justificativas e de autorização do chefe do DSE, bem como ter sido

registrada no processo.

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363. No que se refere ao Contrato nº 2/2015, o documento anexado ao processo para

comprovar a prestação de garantia pela empresa UNITRANS Mudanças e Transportes Ltda,

consiste em carta do Banco Pottencial dirigida ao MRE, na qual é declarada a

responsabilidade daquele banco como fiador da empresa UNITRANS. No entanto, a Apólice

de Seguro Garantia, que constitui o documento formal assinado pela seguradora, não foi

anexada ao processo.

Manifestação da Unidade Auditada

364. Quanto ao parágrafo 11 da SA, parece ter havido má interpretação dos artigos

do Estatuto Licitatório a que se refere. O acréscimo solicitado de 20% no valor do contrato

diz respeito à necessidade quantitativa de maiores volumes na execução contratual. São

demandas que superaram a estimativa inicial de execução, mas que não resultam em

alterações de preços unitários. Nos termos do artigo 65º, § 1º:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as

devidas justificativas, nos seguintes casos:

§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais,

os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras,

até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no

caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50%

(cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

365. Importante ressaltar que o acréscimo não foi efetivado por falta de

cumprimento de requisitos apontados pela CJ no parecer do Termo Aditivo.

366. Já o reajuste diz respeito à revisão de preços unitários, parte da álea contratual

e revista anualmente, conforme § 8º do mesmo artigo. Como é de conhecimento, os reajustes

para recomposição da perda inflacionária fazem-se por apostilamento, sem a necessidade de

submissão à Consultoria Jurídica.

§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços

previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações

financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como

o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor

corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por

simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Análise do Controle Interno

367. Ainda que não se tenha efetivado o aumento de 20% no valor do Contrato, é

relevante registrar que as unidades de metros cúbicos, previstas para executar os serviços em

tela, estão diretamente relacionadas ao valor consignado na Ata de Registro de Preços para o

período de cinco anos. Esses números, ainda que estimados, não poderiam ir muito além do

limite estabelecido no §1º, artigo 65 da Lei nº 8.666/93.

368. No caso exemplificativo do Contrato nº 6/2014, assinado com a empresa

Confiança Mudanças e Transporte Ltda, o valor estimado originalmente foi de R$

14.500.099,02. Para cobrir as despesas desse contrato, ainda no segundo ano de execução,

foram comprometidos mais de 50% do valor total constante da Ata de Registro de Preços nº

5/2014.

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369. Levando-se em conta que esse instrumento terá duração de cinco anos, os

recursos poderão não ser suficientes para cobrir todo o período, o que pode caracterizar falhas

no planejamento e, consequentemente comprometer a execução total do contrato para a

realização dos transportes de bagagem a cargo do DSE.

370. Quanto ao reajuste de preços com base no IGP-M, essa questão não foi objeto

de observação do Controle Interno. Com efeito, tais reajustes, quando previstos no contrato

não demandam a celebração de termos aditivos e podem ser registrados por simples apostila.

No entanto, o apostilamento a que se refere a Unidade não foi identificado nos autos do

processo por meio de registro formal, quando da aplicação do índice de reajuste. Esse

documento constitui ato administrativo que deve ser emitido pela autoridade máxima do

Órgão responsável que assinou o contrato. Seu registro pode ocorrer no próprio termo de

contrato ou em papel à parte onde estará consignado o índice do IGP–M (a fonte da pesquisa),

o valor corrigido, a rubrica orçamentária e o número da Nota de Empenho das despesas.

RECOMENDAÇÕES

371. Observar, quando verificada a necessidade de aumentar as quantidades

inicialmente previstas na licitação, o limite de 25% estabelecidos no §1º, artigo 65 da Lei nº

8.666/93; e

372. Atentar para a necessidade de registrar, por apostila, o valor dos contratos,

quando da aplicação de índices de reajuste previstos inicialmente, e anexá-las ao processo

administrativo respectivo.

INFORMAÇÃO

373. Com relação à fiscalização e o acompanhamento da execução do contrato, a

DPAG, quando da conclusão do presente relatório apresentou os seguintes esclarecimentos

acerca da contratação de serviço de transporte de bagagens:

Manifestação da Unidade Auditada

374. O atual sistema de transporte de bagagem entre a SERE e os postos no exterior

foi resultado de estudo realizado pela consultoria FIA-Usp. Desde então, o modelo tem se

adequado a determinações do Tribunal de Contas, especificamente, em relação à definição de

preços por cada cidade no exterior, e a requisitos do Controle Interno, especialmente, quanto

aos processos de fiscalização da operação e de gestão contratual. Embora o modelo venha

atendendo às expectativas, há possibilidade de melhoras tanto na fase interna da licitação,

quanto na execução contratual.

375. Quanto ao primeiro aspecto, pretende-se lançar mão de estudos que justifiquem

o maior rigor na habilitação econômico-financeira e, caso comprovado, inove a jurisprudência

do TCU nesse ramo tão específico e singular. Almeja-se, também, reformar a habilitação

jurídica para que permita, de maneira menos controversa, a participação não só de

transportadores, mas também de gerenciadores de transporte internacional, o que aumentaria o

número de competidores.

376. Em relação ao segundo elemento, é preciso pensar maneiras de reforçar os

instrumentos fiscalizatórios, principalmente, no que diz respeito à aferição dos limites de peso

e cubagem a que fazem jus os servidores. Dentre as possibilidades, será levado em

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consideração à contratação de empresas de auxílio fiscal que detenham os equipamentos

necessários para precisar o peso transportado.

377. Já para os transportes de bagagem posto-posto, a responsabilidade pela

licitação e pela execução contatual é de cada repartição no exterior, conquanto tudo seja feito

sob a supervisão da SERE. Nesse sentido, serão envidados esforços no sentido de aferir os

aspectos econômico - financeiros de tais licitações em relação às levadas a cabo no Brasil.

Caso comprovada a vantajosidade, serão iniciados estudos que permitam a extensão de tais

aquisições também para as contratações na SERE.

Análise da Auditoria

378. Conforme assinalado no Relatório de Processo de Contas, exercício 2014

verificou-se, nos contratos de transporte internacional de bagagem firmados em 2014,

aumento expressivo nos preços unitários por metro cúbico constantes das planilhas de custos,

por blocos de cidades, adjudicados às empresas contratadas tiveram aumento expressivo dos

valores, o que compromete os princípios da economicidade e da eficiência. Na opinião da

Auditoria, isso se dá, principalmente, porque a seleção das propostas, independentemente da

origem da mudança, é limitada ao Brasil, excluindo propostas eventualmente mais vantajosas

que empresas sediadas no exterior poderiam apresentar.

379. Dessa forma, cabe recomendar à Administração verificar a conveniência e a

oportunidade de estudar a possiblidade de realizar licitação internacional para a contratação

de transporte de bagagem do Brasil para o exterior e do exterior para o Brasil, de modo a

propiciar a ampliação do universo de propostas e evitar vícios de mercado, com preços

incompatíveis aos praticados em âmbito mundial. Independentemente do resultado desse

estudo, os elevados custos verificados no atual modelo, bem como as constatações de

auditorias presentes neste relatório, exaltam a necessidade de revisão de todo o procedimento

relativo a esse tipo de contratação. O vultoso valor envolvido nessas contratações deverá

ensejar a realização de auditoria operacional.

Item 7 - Avaliação de passivos assumidos pela UPC sem prévia previsão orçamentária

de créditos ou de recursos, no mínimo, quanto à correção do cálculo do valor

provisionado; às causas da assunção desses passivos; à capacidade de gerência dos

responsáveis pela UPC sobre tais causas; aos esforços da UPC para minimizar ou evitar

a ocorrência de passivos nessas condições.

INFORMAÇÃO

380. A Unidade realizou, até o momento dos trabalhos de auditoria, pagamentos no

valor de R$ R$ 4.288.043,79, relativos a despesas assumidas no exercício de 2015, que se

enquadram na situação de passivos assumidos sem disponibilidade orçamentária.

381. As análises evidenciaram que, ao final do exercício de 2015, descumprindo os

normativos vigentes, conforme também registrado nos parágrafos 513 a 520 sobre as

demonstrações financeiras, não foram efetuados os devidos registros contábeis, caracterizando

o não reconhecimento de passivos, o que compromete a confiabilidade das respectivas

demonstrações.

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Item 9 - Avaliação da gestão do patrimônio imobiliário de responsabilidade da UPC, no

mínimo, quanto à correção dos registros contábeis, à estrutura tecnológica e de pessoal

para administrar o patrimônio e à qualidade dos controles internos administrativos

instituídos para a referida gestão.

Achado 23

CONSTATAÇÃO

382. A Unidade tem sob sua responsabilidade a administração de 103 imóveis

próprios nacionais no exterior, todos devidamente registrados no SPIUNET, quatro próprios

nacionais no Brasil, e 523 imóveis no Brasil, cedidos pela Secretaria do Patrimônio da União,

destinados à moradia de servidores do Quadro do SEB.

383. A equipe de auditoria tem registrado de forma reiterada ao longo dos últimos

anos sua avaliação, referente aos próprios nacionais no exterior, de que os controles

empregados estão aquém do mínimo necessário para a boa e correta administração dos

imóveis. Tal avaliação pauta-se no fato de que os registros contábeis no Siafi, no que se

relaciona aos valores dos imóveis próprios nacionais no exterior, não guardam relação com os

valores constantes de inventários e as demonstrações financeiras das Unidades Gestoras, no

exterior, que não evidenciam a existência dos próprios nacionais.

384. Cabe observar, conforme também registrado há longa data, que a correção de

tais impropriedades, que afetam sobremaneira as demonstrações financeiras do Itamaraty, são

de competência da Secretaria de Patrimônio da União (SPU).

385. Com relação ao sistema de controle dos imóveis funcionais no Brasil, mantém-

se inalterada a situação de precariedade dos controles do Setor de Moradias Funcionais

(SMF), provocada principalmente pela sublotação do setor, que conta, ao todo, com oito

pessoas efetivamente em exercício, sendo apenas dois do Quadro, mais dois terceirizados e

quatro estagiários. Ressalte-se que um dos servidores do Quadro encontra-se em processo de

remoção. As principais falhas estão registradas nos parágrafos 386 a 412.

Achado 24

CONSTATAÇÃO

386. Para acompanhar as situações de inadimplência verificadas em auditorias

anteriores, por meio da SA nº 7/2016, solicitou-se à Unidade informar o método adotado pela

DSG para acompanhar débitos referentes à taxa ordinária de condomínio e à taxa de ocupação

de imóveis funcionais administrados pelo MRE, de forma a evitar a ocorrência de novas

falhas.

Manifestação da Unidade Auditada

387. A fim de possibilitar acompanhar débitos referentes à taxa ordinária de

condomínio e à taxa de ocupação, o SMF está atualizando as informações sobre os contatos

com os representantes dos diversos condomínios, nos quais o MRE possui imóvel funcional

para enviar carta circular, na qual irá solicitar o envio de relatório trimestral sobre a situação

de inadimplência. Da mesma maneira, o Setor já solicitou envio de informações sobre os

débitos com as taxas de ocupação dos permissionários dos imóveis funcionais deste

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Ministério. Tão logo seja recebido pelo Setor, será encaminhado para CISET para a devida

apreciação.

Análise do Controle Interno

388. Em sua resposta a Unidade informa que “está atualizando as informações sobre

os contatos com os representantes dos diversos condomínios, nos quais o MRE possui imóvel

funcional para enviar carta circular, na qual irá solicitar o envio de relatório trimestral sobre

situação de inadimplência”.

389. A respeito do mesmo assunto, consta do Relatório do Processo de Contas

Anuais de 2013 que a Unidade, no parágrafo 190 do referido Relatório, assim se pronunciou:

“A Divisão de Serviços Gerais redobrará os cuidados para que não sejam tolerados atrasos

nos pagamentos de taxas ordinárias de condomínio por prazo superior a três meses. Uma vez

informada pelos condomínios acerca de atrasos, tomará as providências legais para que seja

implementada ação de despejo.”

390. Ao confrontar a resposta anterior, datada de 2014, com a resposta atual é

possível inferir, que durante os dois últimos anos, a Unidade não adotou as medidas que havia

se proposto a adotar, colaborando diretamente para a ocorrência dos casos de inadimplência

observados, entre eles o constante do achado 26.

RECOMENDAÇÃO

391. Determinar e acompanhar a implementação de medidas que permitam

solucionar definitivamente as situações de inadimplência de débitos de taxas condominiais, e

o consequente descumprimento dos normativos vigentes, que impactam negativamente a vida

financeira dos condomínios, comprometem a imagem do Ministério e causam aumentos

desnecessários nas atividades do Setor, que se vê obrigado a agir como "agente cobrador"

para regularizar pendência de servidores inadimplentes.

Achado 25

CONSTATAÇÃO

392. Durante os trabalhos de auditoria, não foi localizado relatório trimestral

atualizado de débitos relacionados ao não pagamento da taxa de ocupação de imóvel

funcional, razão pela qual a Unidade foi solicitada a obter junto à SPU o relatório trimestral

atualizado de débitos de taxa de ocupação de imóveis funcionais administrados pelo MRE e

encaminhá-lo à CISET. O referido ponto foi objeto de comentários, entre outros, nos

parágrafos 594 e 601 do Relatório de Auditoria Anual de Contas da SGEX, exercício de 2014.

O gestor se manifestou por meio dos Despachos ao Memorando CISET nº 78/QIAU, de

1/6/2016 e nª 13, de 29/1/2016, conforme a seguir:

Manifestação da Unidade Auditada

393. Da mesma maneira, o Setor já solicitou envio de informações sobre os débitos

com as taxas de ocupação dos permissionários dos imóveis funcionais deste Ministério. Tão

logo seja recebido pelo Setor, será encaminhado para CISET para a devida apreciação.

394. A respeito dos imóveis da União gerenciados por esta Divisão, informo que o

SMF recebeu, cm 16/07/2016, lista atualizada de 217 servidores deste Ministério,

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permissionários de imóveis funcionais, que se encontram inadimplentes junto à SPU quanto

ao pagamento de taxas de ocupação. A fim de tomar providências efetivas, de acordo com a

legislação pertinente, o Setor separou em grupos os diferentes casos de inadimplência, de

modo a conferir tratamento diferenciado a cada caso, a saber: i) ocupantes atuais com dívida

superior a 3 meses (11 casos); ii) ocupantes atuais com dívidas inferiores a 3 meses (30

casos); iii) ocupantes anteriores (129 casos); iv) inativos/aposentados/falecidos (41 casos); e

v) não pertencentes à quota do MRE (6 casos). Em resposta a mensagem enviada via correio

eletrônico pelo SMF aos 41 permissionários abrangidos pelos itens i e ii, 15 servidores já

contataram a SPU para solicitar os respectivos boletos bancários, cujos vencimentos variam

entre julho e agosto, e outros 7 já apresentaram ao SMF a comprovação do devido pagamento.

Os demais casos, referentes aos itens iii e iv, estão sendo analisados e receberão o adequado

tratamento com a brevidade possível. No que se refere aos 6 casos do item 'v', o SMF

solicitou à SPU que sejam retirados da lista os imóveis que não pertencem à quota do MRE.

Com as medidas adotadas pelo SMF, espera-se significativa redução do número de casos de

inadimplência para os primeiros três meses desde o início das tarefas já realizadas, cujos

resultados elevaremos á apreciação superior em momento oportuno.

Análise do Controle Interno

395. Inicialmente, cabe registrar a aparente ausência de medidas durante os dois

últimos exercícios por parte do gestor, haja vista que o assunto foi objeto de recomendação

quando do Processo Anual de Contas do exercício de 2013, ocasião em que se recomendou ao

gestor "estabelecer rotina para solicitação trimestral, junto à SPU/MP, do relatório de

débitos (letra d parágrafo 183)".

396. A listagem obtida pela Unidade em 16/07/2016 é praticamente cópia da

listagem obtida em 2014, revelando a ausência de medidas por parte da Unidade durante os

dois últimos exercícios.

397. As atuações da chefia atual do SMF, conforme expresso na manifestação da

Unidade auditada, já começam a surtir o efeito desejado, ou seja, eliminação das

inadimplências existentes, diminuindo o dano ao Erário e trazendo para situação de legalidade

diversos servidores que se encontram, segundo o relatório da SPU, na situação de

inadimplentes.

398. É preocupante a situação de inadimplência que, segundo os relatórios da SPU,

abarca 217 casos, perfazendo débito de R$ 483.473,00, cuja situação mais remota de débito

remonta a janeiro de 1996.

399. Do total de débitos, 11 servidores do Itamaraty, cerca de 5% dos casos,

respondem por cerca de 45% da dívida, ou seja, R$ 219.748,00, conforme demonstra a Tabela

a seguir:

Tabela 19: Principais dívidas com taxa de ocupação de imóveis funcionais (2016)

SERVIDOR N. TAXAS DEVIDAS TIPO VALOR DEVIDO (R$)

1. SEC 52 Recibo 41.964,00

2. JGAF 36 Consignação 29.052,00

3. SMO 26 Consignação 20.852,00

4. ÁAGG 33 Consignação 20.361,00

5. JADQ 27 Consignação 20.196,00

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SERVIDOR N. TAXAS DEVIDAS TIPO VALOR DEVIDO (R$)

6. JGCP 38 Consignação 17.366,00

7. FLLI 20 Consignação 16.140,00

8. BRB 19 Consignação 15.238,00

9. WRO 36 Consignação 14.868,00

10. LCA 25 Consignação 13.200,00

11. MFCF 23 Consignação 10.511,00

TOTAL 219.748,00

Fonte: Relatórios SPU (Débitos Pendentes de Pagamento), de 08/06/2016

400. Aparentemente, os valores acima não estão atualizados e correspondem às

taxas sem incidência de multa e/ou juros de mora.

RECOMENDAÇÃO

401. Adotar medidas adicionais, em complemento às medidas já em andamento,

como estabelecer prazo para conclusão dos trabalhos e cumprimento do Decreto nº 980, de 11

de novembro de 1993, no que se refere à perda do pleno direito de permissão de uso dos

imóveis funcionais residenciais para aqueles que estejam inadimplentes. Ademais, no caso

dos servidores que já não ocupam imóveis funcionais e estejam removidos para o exterior,

suspender o pagamento do auxílio de custeio da residência funcional no exterior até a

regularização dos débitos, em cumprimento ao segundo parágrafo do art. 16 da Portaria MRE

nº 205/2015.

Achado 26

CONSTATAÇÃO

402. Verificou-se por meio do despacho telegráfico nº 75/2016, endereçado à

Embaixada do Brasil em Georgetown, que a DSG informou sobre a existência de débitos de

taxa ordinária de condomínio e de taxa de ocupação do apartamento funcional nº 106, do

Bloco G, da SQN 411, ocupado até 30 de abril de 2015 pela AC AAA.

403. De acordo com a DSG, os débitos de taxa ordinária de condomínio referem-se

aos meses de outubro de 2014 a março de 2015, no total de R$ 2.564,57. Quanto à taxa de

ocupação, de acordo com dados fornecidos pela SPU, permanecem pendentes de pagamento

os valores referentes aos meses de fevereiro a junho, outubro e novembro de 2014, bem como

de janeiro a março de 2015, no montante de R$ 1.380,00.

404. Cabe à DSG justificar o motivo pelo qual não foi aplicado, de imediato, o

estabelecido no segundo parágrafo do artigo 16 da Portaria MRE nº 205, de 27 de abril de

2015, que reza:

"§ 2º O permissionário que não houver quitado seus débitos referentes ao

imóvel não será elegível para o recebimento do auxílio de custeio da

residência funcional no Exterior."

405. Ademais, a Unidade deveria ter observado o disposto no parágrafo 1º do artigo

16 da citada Portaria:

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"§ 1º Durante a vistoria final, deverão ser apresentadas as quitações, certidão

negativa de débito emitida pela Secretaria do Patrimônio da União/MPOG e

'nada consta' de débitos de todas as despesas referentes ao imóvel, inclusive

aquelas previstas no item IV do artigo 12, e verificado o cumprimento das

recomendações de reparos previstos no artigo 16, parágrafo 3º."

406. A aplicação desse dispositivo teria evitado a situação descrita no parágrafo 3º

do despacho telegráfico supramencionado:

"3. Esclareço que a servidora, ao entregar o imóvel ao Setor de Moradias

Funcionais, no âmbito de sua remoção a esse Posto, deixou de apresentar os

seguintes documentos: a) declarações de quitação da Secretaria de Patrimônio

da União (SPU) - referente às taxas de ocupação; b) quitação da CEB, com o

respectivo pedido de desligamento do consumo de energia elétrica; e c) nada

consta do condomínio, que comprova estar quites com as taxas de condomínio

no período de sua ocupação."

Manifestação da Unidade Auditada

407. A Assistente de Chancelaria AAA, no âmbito de sua remoção para a

Embaixada em Georgetown, nomeou representante para proceder com a entrega do imóvel

funcional que ocupava, na SQN 411, bloco G, apartamento 106. A referida funcionária não

recebeu orientação deste Setor para proceder com a devolução de imóvel por meio de

representante. Conforme relatado no despacho telegráfico nº 75/2016 para a Embaixada em

Georgetown, a portadora da referida funcionária, mesmo tendo conhecimento sobre a

necessidade de prestar contas dos encargos que incidem sobre a mencionada unidade

habitacional, deixou de entregar os documentos exigidos pelo Setor. O SMF tomou

conhecimento da situação de inadimplência da servidora junto ao condomínio, por meio de

correspondência enviada em 17/05/2016, na qual foi comunicado ao Ministério da existência

de débitos em atraso. O despacho telegráfico é resultado do trabalho rigoroso com que o SMF

está tratando os temas em tela e casos análogos.

Análise do Controle Interno

408. A Unidade não informou, embora solicitado pelo Controle Interno, a razão da

não aplicação do estabelecido no parágrafo segundo do artigo 16 da Portara supracitada, que

veda o pagamento da Residência Funcional no caso de existirem débitos não quitados pelo

servidor.

409. Exame em documentação adicional revelou que a servidora assinou contrato de

aluguel anual, no valor total de US$ 24.000,00, dos quais foram pagos, até o momento dos

trabalhos de auditoria, US$ 5.600,00, assim distribuídos: US$ 4.000,00 em 03 e 10 de

dezembro de 2015 (autorizações nos 17638 e 18710) e U$$ 1.600,00 em 19/4/2016, pela

Autorização nº 3779/2016, restando saldo a receber de US$ 18.400,00.

410. Verificou-se, ainda, que pelo despacho telegráfico nº 87, datado de 20 de maio

de 2015, portanto em data anterior aos pagamentos efetuados, foi expedida comunicação ao

posto pedindo para “comunicar a Assistente de Chancelaria AAA de que deve devolver o

valor recebido como benefício de residência funcional neste Posto, caso não quite, junto a

área competente na Secretaria de Estado, as pendências atinentes ao período em que ocupou

apartamento funcional em sua mais recente lotação em Brasília”.

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411. Desta forma, conclui-se que o gestor efetuou de forma irregular os pagamentos

acima citados, visto que vão de encontro aos normativos vigentes sobre o assunto.

RECOMENDAÇÃO

412. Adotar providências para reembolso ao Erário no valor de US$ 5.600,00, tendo

em vista a irregularidade nos pagamentos efetuados, bem como adotar providências para a

não realização de pagamento do saldo de US$ 18.400,00 em favor da AC AAA.

Achado 27

CONSTATAÇÃO

413. A equipe de auditoria identificou, no Processo de Contas Anual do exercício de

2014, pagamentos efetuados a título de auxílio-moradia, sem base legal, a servidor cedido à

Vice-Presidência da República, que não ocupava cargo de DAS no MRE. Os referidos

pagamentos importaram em R$ 66.600,00, sendo R$ 21.600,00 em 2012, R$ 21.600,00 em

2013, R$19.800,00 em 2014 e R$ 3.600,00, em 2015. Acerca dessa questão, o gestor se

manifestou por meio do parágrafo 621 do Despacho ao Memorando CISET nº 78/QIAU, de

1/1/2016, abaixo transcrito.

Manifestação da Unidade Auditada

414. No entendimento deste Setor, conforme mencionado no Memorando

SMF/DSG/86/AEFI (anexo VIII), o pagamento efetuado ao Conselheiro Marcus Rector

Toledo Silva pelo MRE não encontra amparo legal, tendo em conta que, segundo disposto no

artigo 1º, do Decreto 1.840/96, o pagamento deve ser efetuado pelo órgão ou entidade a que o

servidor está exercendo o cargo comissionado. Entretanto, o Setor entende, igualmente, que

ao recusar o imóvel funcional colocado à sua disposição, o qual o servidor ocupou pelo

período de 1º/11/11 a 1º/12/1011, o diplomata verificou que o imóvel não atendia as

condições de uso, conforme dispõe o artigo 9º, parágrafo 1º, da Orientação Normativa nº 10,

de 24/04/2013, o que, portanto, demandaria reforma de grande vulto. Por essa razão, o

servidor optou por devolvê-lo à Administração e enviou ao SMF requerimento para

enquadrar-se ao benefício de auxílio-moradia. Esclareço que o presente tema está sendo

analisado pela Administração deste Ministério.

Análise do Controle Interno

415. Constata-se que o gestor reconhece que os pagamentos efetuados não

encontram amparo legal, pois não era da competência do MRE efetuá-los.

416. No entanto, embora revelado no Processo de Contas Anual do exercício de

2013 e reiterado no Processo de Contas Anual do exercício de 2014, o gestor informa em sua

resposta, no atual exercício, que “[...] o presente tema está sendo analisado pela

Administração deste Ministério”. Conclui-se que, passados dois anos, não houve adoção de

medidas efetivas para sanar a irregularidade. Nesse sentido, considerando o acima exposto,

cabe reiterar ipsis litteris a recomendação efetuada no Relatório Processo de Contas Anual do

exercício de 2014.

RECOMENDAÇÃO

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417. Adotar providências para que os valores gastos sem o devido amparo legal

sejam ressarcidos ao Erário.

Achado 28

CONSTATAÇÃO

418. De acordo com listagem constante do Sistema de Moradias Funcionais, em

17/05/2016, estavam desocupadas 39 unidades habitacionais. Por sua vez, a lista de espera,

disponível na Intratec, revela que existiam, em 30/05/2016, 68 servidores inscritos

interessados em obter permissão de uso para ocupação de imóvel funcional.

Manifestação da Unidade Auditada

419. De acordo com as informações contidas na página da DSG na Intratec, no

endereço INTRATEC/CONSULTIVAS/DIVISÃO DE SERVIÇOS GERAIS, as quais o SMF

possibilita a publicidade sobre o andamento da distribuição dos imóveis disponíveis para as

diversas listas de espera, há, atualmente, 24 apartamentos, cujas chaves estão sendo oferecidas

aos diversos servidores. O Setor adicionou ao referido sistema a data de atualização das

informações, que se faz diariamente, sobre o dia em que ocorreu a entrega das chaves a cada

servidor, bem como a escolha pela unidade, até que se finalize a entrega dos documentos

exigidos para a emissão de permissão de uso. Além disso, os servidores devem assinar o

formulário de controle de chaves (disponível nos arquivos internos do Setor), no qual é

registrado o dia da entrega e da devolução ao Setor para que sejam oferecidas ao próximo na

lista. Há, contudo, registro de recorrências de recusa por várias unidades, em razão de seu

inóspito estado de conservação, o que resulta em longo período de vacância. Atualmente o

Setor registra 14 imóveis em mau estado de conservação, que vêm sendo sistematicamente

recusados pelos servidores em lista de espera. Em recente consulta feita por meio do

Memorando G/11, de 2/2/2016, o SMF efetuou estudo para verificar a viabilidade de

enquadramento às regras de manutenção dos imóveis do MRE às instruções dispostas na ON

– GEAPN – 006, do MPOG, o que está sendo apreciado pelas diversas instâncias superiores

deste Ministério. Outras medidas estão sendo adotadas no sentido de coletar informações e

experiências para subsidiar a Administração deste Ministério para permitir a elaboração de

aditamento à Portaria nº 205, de 27/04/2015, que regula a cessão e uso e a administração dos

imóveis funcionais sob a administração do MRE.

Análise do Controle Interno

420. No entendimento da equipe de auditoria, as medidas que vêm sendo tomadas

pela Administração estão contribuindo para que os imóveis não fiquem desocupados. No

entanto, urge a tomada de medidas para reforma dos imóveis em mau estado de conservação,

que, por esse motivo, não são selecionados para uso pelos servidores. Neste sentido, cabe

registrar como louvável o esforço atualmente empreendido para encontrar meios que

permitam recuperar os referidos imóveis.

421. Porém, considerando, como já afirmado em auditorias anteriores, que imóveis

sem ocupação não atendem a sua finalidade, geram custos para o Erário pelo não recebimento

das taxas de ocupação e pelo pagamento das taxas condominiais, ademais de terem elevados

seus valores de recuperação, faz-se necessário que a Administração elabore plano de atuação

que tenha por objeto a recuperação dos referidos imóveis para uso ou, igualmente como já

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assentado em outras oportunidades, que se providencie a devolução dos mesmos à União, haja

vista a existência de imóveis sem ocupação pelo menos desde o exercício de 2009.

RECOMENDAÇÃO

422. Determinar a adoção de medidas, e acompanhar sua efetiva implementação,

que inicialmente possibilitem a recuperação dos imóveis vagos em decorrência do mau estado

de conservação, ou, na impossibilidade de sua recuperação, para devolução à Secretaria do

Patrimônio da União, evitando perdas de recursos financeiros para o Erário.

Achado 29

CONSTATAÇÃO

423. Para acompanhar as situações de inadimplência verificadas em auditoria

anterior, solicitou-se à Unidade, por meio da SA nº 7/2016, informar a situação do

apartamento n° 307, do Bloco A, da SCGN 716, ocupado pela servidora MSOS, tendo em

vista que foi cancelada a permissão de seu uso e iniciado processo de reintegração de posse do

imóvel.

Manifestação da Unidade Auditada

424. No que tange ao processo de reintegração de posse do imóvel situado na SCGN

716, bloco A, apartamento 307, ocupado pela Assistente de Chancelaria MSOS, informo que

a funcionária contatou o SMF para informar que efetuou o pagamento das parcelas vencidas

do acordo de composição de dívida, firmado com o Condomínio, as quais foram

encaminhadas à CONJUR/MRE, com solicitação de apensamento ao processo de Ação

Possessória nº 0024574-82.2015.4.01.3400, o que está sendo apreciado pela PRU da 1ª

Região a adoção das providências tomadas pela Senhora V, no âmbito do referido processo.

Análise do Controle Interno

425. A reposta da Unidade registra que a servidora “contatou o SMF para informar

que efetuou o pagamento das parcelas vencidas do acordo de composição de dividas,

firmado com o Condomínio, as quais foram encaminhadas a CONJUR/MRE[...]”

426. No entendimento da equipe de auditoria, considerando que em diversas

oportunidades a servidora propôs acordos e não os cumpriu, a simples informação,

desacompanhada de documentação comprobatória, não configura prova cabal que garanta a

adimplência para o caso em questão.

RECOMENDAÇÃO

427. Obter junto ao condomínio do imóvel supramencionado declaração de que o

acordo está sendo cumprido e de que inexistem dívidas. Cópia da referida declaração deverá

ser enviada ao Controle Interno e à CONJUR, para anexação ao processo.

Item 11 - Avaliação da qualidade e suficiência dos controles internos administrativos

instituídos pela UPC com vistas a garantir que seus objetivos estratégicos sejam

atingidos, considerando os seguintes elementos do sistema de controles internos da

unidade:

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a) ambiente de controle;

b) avaliação de risco;

c) atividades de controle;

d) informação e comunicação;

e) monitoramento.

428. O presente item tem como objetivo avaliar os controles internos

administrativos da SGEX, relacionados à área administrativa, com base nas análises efetuadas

no presente trabalho, assim como na experiência acumulada por meio de ações de controle

executadas nos últimos exercícios.

429. No Relatório de Gestão apresentado pela SGEX, verifica-se percepção positiva

da Unidade em relação ao próprio sistema de controles internos, de acordo com o

preenchimento do Quadro 5.3.1.

430. Muito embora os conceitos associados à valoração proposta pelo TCU para

preenchimento do Quadro envolvam subjetividade, observa-se nível crescente de

concordância com as afirmativas propostas, relativamente à coluna em que se situa o numeral

escolhido (1 a 5). A exceção se materializa na utilização do numeral '3', que representa

neutralidade.

431. Encontra-se transcrita, abaixo, a escala de valores de avaliação, de modo a

facilitar a compreensão das análises realizadas para cada um dos elementos do sistema de

controles internos avaliados pelo gestor:

"(1) Totalmente inválida: Significa que o conteúdo da afirmativa é

integralmente não observado no contexto da UJ.

(2) Parcialmente inválida: Significa que o conteúdo da afirmativa é

parcialmente observado no contexto da UJ, porém, em sua minoria.

(3) Neutra: Significa que não há como avaliar se o conteúdo da afirmativa é

ou não observado no contexto da UJ.

(4) Parcialmente válida: Significa que o conteúdo da afirmativa é

parcialmente observado no contexto da UJ, porém, em sua maioria.

(5) Totalmente válido: Significa que o conteúdo da afirmativa é integralmente

observado no contexto da UJ".

432. Dessa forma, a autoavaliação realizada pelo gestor traduz percepção otimista

sobre seu próprio sistema de controles internos, com base nos percentuais obtidos, que foram

calculados de forma isolada no contexto de cada um dos elementos do sistema, listados no

Quadro 14, a seguir:

Quadro 14 – Percepção da Unidade sobre seu sistema de controles internos

ELEMENTO

Número de

afirmativas

propostas

Conceito escolhido pelo gestor para as

afirmativas propostas

1 2 3 4 5

Ambiente de Controle 9 - 2 1 5 1

Avaliação de Risco 9 - - 2 1 6

Procedimentos de Controle 4 - 3 1 - -

Informação e Comunicação 5 - - - 3 2

Monitoramento 3 - 1 - 2 -

Totais (Rel. de Gestão 2015) 30 - 20% 13% 37% 30%

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ELEMENTO

Número de

afirmativas

propostas

Conceito escolhido pelo gestor para as

afirmativas propostas

1 2 3 4 5

Totais (Rel. de Gestão 2014) 30 - 3,4% 43,3% 10% 43,3%

Fonte dos dados originais: Relatório de gestão da SGEX.

433. Da análise dos dados fornecidos pelo gestor, verifica-se que a Unidade atribuiu

conceito '4' à maior parte das afirmativas contidas no Relatório de Gestão relativo ao exercício

de 2015, ou seja, indicou que o conteúdo da afirmativa é majoritariamente observado no

contexto da UPC.

434. Esse resultado representa nova percepção da Unidade sobre seu sistema de

controles internos em relação ao exercício anterior, plasmada em avaliação mais realista,

tendo em vista que, no Relatório de Gestão referente ao exercício de 2014, os conceitos

predominantes foram '3' (Neutro) e '5' (Totalmente válido).

435. Durante o exercício de 2015, os trabalhos de acompanhamento realizados pelo

Controle Interno indicaram a predominância de fragilidades nos seguintes elementos do

sistema de controles internos: "ambiente de controle", "avaliação de riscos" e

"monitoramento", conforme se depreende da leitura do presente Relatório.

436. Verificou-se que os esforços empreendidos pela Unidade não resultaram em

aprimoramento expressivo dos procedimentos de controle, tendo em vista que a estrutura

organizacional existente se ressente da rotatividade de pessoal e apresenta resistência a

mudanças, resultando em incapacidade de administrar o próprio desempenho. Assim, a

Administração se concentra na resolução de problemas, em vez de investir em novas

metodologias de trabalho, o que a impede de corrigir as reais causas das fragilidades

identificadas pelos órgãos de controle, que estão relacionadas principalmente à falta de

planejamento adequado das atividades, problema especialmente aprofundado pela escassez de

recursos orçamentários e humanos registrada, com preponderância, nos dois últimos

exercícios.

437. No que concerne aos postos no exterior, foi possível colher evidências – por

meio de trabalhos realizados a distância, a exemplo de conciliações patrimoniais e bancárias –

de que, apesar da existência de normativos específicos como o Guia de Administração de

Postos (GAP), e de o ambiente de comunicação ser satisfatório, verifica-se multiplicidade de

metodologias adotadas para o controle financeiro, principalmente no que se refere à

contabilização dos atos e dos fatos ligados à administração dos recursos à disposição dos

postos, mesmo aqueles já siafizados (quadro agravado no que tange aos postos que ainda se

utilizam do ADMP).

438. Além de fragilizar o controle, essa excessiva personalização das metodologias

de trabalho representa afronta ao princípio da continuidade do serviço público, por prejudicar

o andamento dos trabalhos sempre que há mudança de lotação de servidores, uma vez que a

rotatividade é intrínseca ao próprio funcionamento do Itamaraty. Ademais, representa

ausência de estrutura sólida de governança e de cultura de avaliação e gestão de riscos.

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SISPAT

Achado 30

INFORMAÇÃO

439. Com a finalidade de verificar a efetiva implantação do Sistema de Patrimônio

(SISPAT), cuja previsão de implementação era janeiro de 2016, conforme informado em

resposta ao Ofício TCU nº 447/2015, o Controle Interno tomou a iniciativa de revestir de

caráter operacional a auditoria relativa a esse assunto. Dessa forma, a CISET encaminhou à

CPAT/ SGEX a SA nº 01/2016, com pedido de informações quanto a:

a) processo de validação;

b) unidade em que já se encontra implantado;

c) previsão de implantação nas demais unidades;

d) grau de interligação com a setorial contábil (COF) ; e

e) produção de relatórios.

440. A inclusão desse ponto no escopo dos trabalhos da Auditoria justifica-se em

razão de os registros contábeis da quase totalidade das unidades gestoras do Itamaraty não

guardarem conformidade com os inventários físicos anuais ao longo das duas últimas

décadas, fato que vem sendo objeto de comentários e recomendações, ora do Controle

Interno, ora do Controle Externo, sem que se obtenha resultado positivo. Como exemplo, duas

decisões do TCU sobre o tema são reproduzidas a seguir:

"Decisão 009/95, Min. Carlos Átila:

Determinar ao MRE a revisão das normas internas sobre inventário

patrimonial dos Postos, de forma a instituir, como procedimento geral, a

imediata contabilização dos bens adquiridos e a verificação anual da

existência dos mesmos, de seu estado de conservação e de sua correlação com

os registros do inventário, que devem ser mantidos sempre atualizados. (item

8.1.1, letra "c")."

"Decisão 583/95, Min. Iram Saraiva:

Reiterar ao MRE adoção de providências para:

iii. adotar mecanismos que garantam que a contabilização reflita com clareza

e precisão a situação patrimonial das unidades. (item 8.5.3, letra "i")."

Manifestação da Unidade Auditada

441. Por meio do Despacho ao Memorando CISET nº 47, de 05 de abril de 2016, o

gestor apresentou a seguinte manifestação:

a) "Quanto ao processo de validação, pode-se considerar que o SISPAT é

operacional, com restrições – à medida que se intensifica o uso do sistema, têm surgido

problemas, para os quais a Dinfor tem buscado solução;

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b) O SISPAT está implementado na SERE, ou seja, os dados de patrimônio no

Brasil estão integrados;

c) Não há previsão de implantação nas demais unidades, devido à carência de

recursos humanos – atualmente, apenas um funcionário da CPAT está em condições de usar o

SISPAT e assessorar os Postos para o uso adequado;

d) Não há interligação com a COF, uma vez que o SISPAT não se comunica com

o SIAFI, por decisão do MPOG/Serpro. A variação trimestral de patrimônio informada pelos

Postos no exterior é encaminhada manualmente pela CPAT à COF;

e) A produção de relatórios não foi iniciada.

Análise do Controle Interno

442. Da leitura de ambos os documentos, quais sejam a resposta ao Ofício TCU nº

447/2015 e à SA nº 01/2016, cabe tecer as seguintes considerações:

a) entende-se que, de fato, o sistema não é operacional. Não contempla as

integrações necessárias, mormente no que se refere à COF, SISPAT e SIAFI, de maneira que

resta prejudicado o processo de contabilização da depreciação, processo crucial para o alcance

dos objetivos pretendidos pelo Governo Federal. Outrossim, conforme informado pelo gestor,

não se chegou à fase de produção de relatórios, tão necessários à adoção de medidas

corretivas por parte dos agentes envolvidos com o sistema;

b) não há sequer previsão para implantação do referido sistema nas demais

unidades, pelas razões expostas pelo próprio gestor; e

c) parece não restar clara a distinção entre variação patrimonial e contabilização

do fenômeno da depreciação do patrimônio.

Achado 31

CONSTATAÇÃO

443. Os comentários supramencionados foram antecipados ao gestor, que, por

intermédio do Despacho ao Memorando CISET/74, de 19 de maio de 2016, apresentou os

esclarecimentos a seguir:

Manifestação da Unidade Auditada

444. Em resposta às observações da CISET, relativas à Portaria da STN nº

467/2009, da Resolução CFC 1.136/2008, em particular da NBCT 16.9, apresento a seguir a

manifestação das unidades implicadas na prestação de contas do controle patrimonial, com

destaque para o cálculo da depreciação patrimonial.

445. No parecer da CISET, "mantém-se explícito o descumprimento de normativo

legal", uma vez que este Ministério não apresentou, até o momento, o registro da depreciação

patrimonial, que deveria figurar nos demonstrativos a partir do exercício de 2012, segundo a

mencionada normativa legal.

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446. Cumpre ressaltar que em 2013, ciosa da necessidade de adequação legislativa,

a Administração buscou solucionar a falta de registro da depreciação patrimonial, assinalada e

exigida pelo TCU, que os programas em uso tanto na DSG – ASI, quanto na CPAT – PCIP –

não têm condições de calcular, por meio da contratação de empresa de Consultoria para

orientar a elaboração de um novo programa para inventários. O projeto requereu a criação de

plataforma WEB, que integra Almoxarifado, Patrimônio Brasil e Patrimônio Exterior –

SISPAT, com a supervisão da DINFOR.

447. O produto final foi desenvolvido após várias reuniões de representantes da

CPAT, da DINFOR, da COF e, ainda, com a participação da CISET. O processo foi mais

longo do que esperado devido a mudanças de rumo, determinadas pelos intricados trâmites

burocráticos, restrições orçamentárias e divergências de opinião. Inicialmente, foi contratada a

empresa de consultoria Abrantes, especializada em tecnologia da informação aplicada à

gestão patrimonial na esfera governamental. Transcorridos dois meses de trabalho conjunto

com o Almoxarifado e a CPAT visando ao levantamento das necessidades e das dificuldades

enfrentadas no controle patrimonial, de forma a atender às solicitações normativas do TCU, a

empresa CAST foi contratada para o desenvolvimento do que veio a consistir no SISPAT.

Houve interrupção do contrato vigente à época, em abril de 2015, quando se solicitou ao

Almoxarifado o início dos testes com o novo programa, com impacto sobre a consecução de

testes e de treinamento. Na CPAT, a entrega do sistema para testes coincidiu com redução do

quantitativo e mudança dos servidores.

448. Em agosto de 2015, o programa foi entregue à DSG/Almoxarifado para dar

início à fase de implementação, com solicitação de realização do inventário. Detectaram-se

erros de concepção e funções no programa, que ainda estão sendo corrigidos pela empresa

contratada sob a égide da DINFOR. Com apoio da DINFOR, está sendo feito novo inventário

no SISPAT para atualizar a lista de materiais. Foram realizados alguns testes com usuários

selecionados e verificado erro no sistema, na geração da tabela "Recebimento de Remessa de

Materiais". Esse erro está sendo corrigido para testes em ambiente de homologação na

DINFOR de modo a que possa ser finalmente implementado no ambiente de produção para

entrada em operação. Após a correção dos erros de programa, a fase de testes será seguida por

período de treinamento e orientação, o que se espera possa ocorrer ainda no curso deste

exercício financeiro.

449. O SISPAT foi entregue à CPAT em janeiro de 2016, como se estivesse pronto

para entrar em operação. Quanto ao módulo Patrimônio Brasil, ao passar para a fase de

implementação em ambiente de produção, verificou-se um erro na geração do relatório

"Termo de Responsabilidade". Durante os meses de março e abril, a DINFOR contratou a

empresa DATAINFO para a manutenção do programa. Com a mudança, o lapso de tempo

entre a saída da CAST e a tomada de posição da DATAINFO, com o conserto final da

geração do "Termo de Responsabilidade", gerou atraso na solução do problema.

450. A CPAT foi orientada pela DINFOR a utilizar o SISPAT para a alteração,

cadastro e movimentação de bens, a fim de detectar eventuais erros de operação do sistema.

De início, foram identificados problemas basilares, como a incompatibilidade entre a lista de

"Grupos de Bem" do SISPAT e a oficial: a imprecisão na "localização" dos bens; a ausência

de campo para "descrição", que impedem o correto lançamento do bem no sistema. À medida

que são detectadas as falhas, vão sendo realizadas melhorias no desempenho das consultas e

relatórios. O relatório de Termo de Responsabilidade será gerado com seleção da unidade e

localização, diminuindo a sobrecarga de consultas às bases de dados. Essa atualização de

consultas está sendo testada no ambiente de homologação para posteriormente ser elevada ao

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ambiente de produção, etapa, em que a CPAT deverá avaliar se o Termo está sendo gerado

corretamente.

451. A fim de permitir a necessária sincronização das bases de dados e atualização

de todos os bens patrimoniais migrados, a CPAT enviou à DINFOR a relação de novos

grupos contábeis, para inclusão no sistema. Isso foi possível com auxílio da CISET, uma vez

que nem mesmo a COF estava a par da atualização dos grupos. Concluída essa fase, a CPAT

deverá cadastrar as espécies de bens patrimoniais e vinculá-las aos grupos correspondentes a

fim de permitir a aplicação da funcionalidade de depreciação do patrimônio.

452. Esta aplicação já foi desenvolvida no programa SISPAT e será

operacionalizada tão logo concluído o exercício de migração de dados e complementação das

bases de dados. Estariam assim atendidos os questionamentos da CISET levantados nos itens

F,G e H do Memorando acima.

453. Com relação ao SISPAT-Exterior, a implementação encontra-se em estágio

incipiente. Em julho de 2015, duas bases foram migradas para homologação da CPAT. Em

abril último, a DINFOR colocou à disposição da CPAT aplicativo a ser usado para migração

de dados do PCIP. A partir de então, a CPAT iniciou o envio de 80 bases de dados do

programa antigo que estão sendo migradas para o SISPAT.

454. Visando compensar o atraso em relação ao prazo informado pela CISET, estão

sendo envidados esforços no sentido de acelerar a fase de implementação do SISPAT. Para

tanto, a Diretora do DA instituiu, em maio último, uma força-tarefa para acelerar a

implementação do sistema. Tal medida vem facilitando e conferindo maior fluidez à

interlocução entre a CPAT e a DINFOR, o que permitirá avanço mais célere na conclusão do

exercício. Entre os primeiros resultados desse exercício. A CPAT detectou, após a finalização

do desenvolvimento do sistema, os novos grupos contábeis, os quais requerem a inclusão de

subitem do grupo contábil. Uma vez detectado o erro, que foi corrigido graças à colaboração

da CISET, está sendo reformulado o requisito no sistema para atender à nova forma de

representação de grupos de bens patrimoniais. Tal constatação não teria sido possível fora do

ambiente de produção. Falhas desse tipo escapam ao controle dos gestores do contrato, dos

quais não se exigem conhecimentos técnicos específicos, mas sim a responsabilidade de zelar

pelo bom uso dos recursos públicos.

455. A liberação do módulo Almoxarifado é fundamental para alcançar os objetivos

do sistema, porque esse será a porta de entrada para a incorporação de bens, com

possibilidade de acesso direto pelas Unidades da SERE. Ou seja, o bom funcionamento do

SISPAT-Brasil depende do bom funcionamento do SISPAT-Almoxarifado. Uma vez

corrigidas as falhas e homologado o funcionamento para todas as funções necessárias, de

acordo com os testes em curso na CPAT, será divulgada nova informação aos Postos no

exterior para que seja iniciado o uso remoto. Será necessário treinamento dos operadores, em

modalidade a ser definida oportunamente. Considerando que os testes estão avançados com o

módulo SISPAT-Brasil, este deverá ser efetivamente implantado antes do SISPAT-Exterior.

A essa altura, o cálculo de depreciação será produzido automaticamente, com base nas

informações inseridas no sistema. [...]

456. Com relação ao "descompasso entre a CPAT e a COF" apontado pela auditoria,

informo que foi iniciado diálogo entre a CPAT e a COF em busca de solução para a

transmissão da informação patrimonial sistematizada à COF, para o devido registro dos dados

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do SISPAT no SIAFI. O compromisso é de que à medida que forem sendo solucionadas as

funcionalidades do sistema, os dados sejam colocados à disposição da COF.

457. No atual estágio, seria temerário definir um cronograma de conclusão da

implantação do SISPAT no universo do MRE, porém espera-se com a instalação da força-

tarefa poder concluir a fase de implementação com a máxima brevidade, a fim de utilizar

definitivamente o sistema. Por oportuno, informo que será incluída a funcionalidade de

amortização tão logo esteja concluída a implementação da depreciação.

458. A CPAT foi informada da entrada em funcionamento do Sistema Integrado de

Administração de Serviços (SIADS), ferramenta desenvolvida pelo SERPRO a pedido do

Ministério da Fazenda, sob a gestão da STN, que possibilita o registro, controle e gestão de

bens patrimoniais, de materiais de consumo e de transporte do órgão. Além de permitir o

cálculo da depreciação dos bens, o SIADS apresenta a vantagem sobre o SISPAT de

comunicar-se diretamente com o SIAFI. Considerando essas características e tendo presentes

os princípios de eficiência, eficácia, economicidade e transparência, está sendo avaliada a

conveniência de substituição do SISPAT pelo SIADS.

459. Foi solicitado à STN o agendamento de apresentação do SIADS aos servidores

da área de Administração deste Ministério, com vistas a cotejar os dois sistemas de controle

patrimonial. (original sem grifo)

Análise do Controle Interno

460. Do acima exposto, quanto ao SISPAT, cabe concluir que há muito a ser feito

para que o sistema seja realmente considerado operacional. Observa-se que, de acordo com o

próprio entendimento do gestor, ainda não se dispõe de um calendário de implantação do

Sistema.

461. É certo que o gestor vem se empenhando em resolver e avançar nas questões

relativas à manutenção do enorme e valioso acervo patrimonial do MRE. Mas, ainda assim, o

fato é que há pela frente um enorme desafio. Verifica-se que, como o próprio gestor afirma, a

porta de entrada, qual seja o módulo do almoxarifado, apresenta problemas que impedem a

sua entrada em operação. Como é possível verificar, a parte de patrimônio externo encontra-se

em estágio de desenvolvimento incipiente, sem condições, como já foi dito, de se estabelecer

um cronograma de entrega das respectivas etapas. Além disso, falta avançar na integração

com a COF para efeito de contabilização da depreciação.

462. Cabe destacar, ainda, o fato de que a eventual adoção do SIADS para toda a

Administração poderia representar menores custos para o Itamaraty, além do benefício

imediato atinente à compatibilidade desse sistema com o SIAFI.

463. O Controle Interno entende ser imprescindível a participação da DINFOR e da

COF, além da CPAT, no processo de decisão de eventual implantação do SIADS no MRE,

após verificação da capacidade de o sistema atender às especificidades do Itamaraty.

464. Referido entendimento tem por base as especificidades de atuação do Itamaraty

acerca de unidades localizadas no exterior, que operam com diversas moedas, bem como os

problemas que surgiram quando da implantação do SIAFI, que não estava programado para

atuar com as referidas especificidades.

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RECOMENDAÇÃO

465. Estabelecer mecanismos de atuação, definir cronograma de implantação e

proporcionar meios à Unidade Gestora Responsável para que a irregularidade observada há

mais de duas décadas, que configura descumprimento de normativo legal, com graves riscos

para o patrimônio do Itamaraty, possa ser sanada.

466. Realizar estudos mediante a criação de um grupo de trabalho que preveja

também a participação da DINFOR e da COF com vistas a verificar a viabilidade da

contratação junto ao Serpro do SIADS.

Achado 32

467. Durante a realização dos trabalhos de campo, observou-se que o Almoxarifado

contava com apenas cinco computadores dos 14 com os quais inicialmente contava. Os

equipamentos tornaram-se obsoletos e foram deixando de ser operacionais ao longo do tempo,

sem que fosse providenciada sua substituição. Como agravante, verificou-se que o sistema

instalado nesses respectivos aparelhos era o produzido pela Data Link, cujo código fonte não

permite atualização ou substituição. Desse modo, quando os computadores apresentam

defeitos, perde-se o software, assim como os dados nele inseridos.

468. Constatou-se, ainda, que a produção do sistema objeto de contrato, SISPAT,

que teria a função de substituir o software atual, apresentava vários problemas que

impossibilitavam seu uso pelo ministério. O referido sistema produzia poucos relatórios,

apresentava linhas com dados incompletos nos exemplos de impressão tomados por

amostragem, não permitia a inserção de registros nem a atualização de alguns tipos de

registros já cadastrados, dentre outros problemas.

469. Essa situação não era a que se esperava encontrar, pois, já no início de 2014, o

gestor havia se comprometido com a CISET/MRE e com o TCU a substituir o antigo sistema

pelo SISPAT ainda em 2015.

470. Assim, emitiu-se a SA CISET/08/2016, de 30/05/2016, com as principais

questões elencadas pela equipe de auditoria, as quais se encontram transcritas a seguir,

juntamente com as respostas do gestor:

a) os controles utilizados para registro da movimentação do material estocado no

Almoxarifado, baseados no software da Data Link, instalados em apenas cinco

computadores e sem o código fonte (alto risco);

Manifestação da Unidade Auditada

471. Os controles atualmente utilizados para registro da movimentação do material

estocado ainda se respaldam no programa de informática da ASI da Data Link, tendo em vista

não terem sido levados a cabo os procedimentos de finalização do novo programa SISPAT. A

precariedade do programa ASI, instalado em apenas cinco computadores, será substituída pela

eficiência do programa SISPAT, que deverá fornecer mecanismos e ferramentas mais

robustos em termos de eficácia e segurança, ainda no decorrer deste exercício financeiro;

b) segundo apurado junto ao responsável pelo Almoxarifado, o SISPAT, desenvolvido

para substituir o programa mencionado no item "a", apesar de ter sido entregue ao

Itamaraty há mais de um ano, ainda está incompleto. Faltam corrigir tarefas básicas,

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tais como: relatórios com linhas impressas de forma incompleta; não inserção de novos

itens; não atualização de registros etc;

Manifestação da Unidade Auditada

472. O novo programa de controle SISPAT está sendo finalizado pela empresa Data

Info, contratada pela Divisão de Informática do DCD. Conforme apurado junto àquela

divisão, houve interrupção do contrato vigente em 2015 com a empresa CAST, quando se

solicitou ao Almoxarifado o início dos testes com o novo programa. Detectaram-se erros de

concepção e funções no programa, que ainda estão sendo corrigidos pela empresa ora

contratada sob a égide da DINFOR.

c) à época do relatório de auditoria do exercício de 2014, a unidade informou que no

princípio de 2015 o novo sistema já estaria pronto e operacional. A previsão não foi

confirmada;

Manifestação da Unidade Auditada

473. A DINFOR está acelerando os procedimentos para finalização do SISPAT, o

que corresponde à fase de testes ora em curso por parte do encarregado e dos funcionários do

Almoxarifado, após a correção dos erros de programa;

d) os atuais operadores se ressentem da falta de treinamento para utilização do novo

sistema. A equipe da CISET solicita a Vossa Senhoria mandar verificar e informar

sobre a previsão de treinamento para os operadores do SISPAT no âmbito do

Almoxarifado.

Manifestação da Unidade Auditada

474. A fase de testes será seguida por período de treinamento e orientação ainda no

curso deste exercício financeiro, no mais tardar até meados do próximo semestre. A não

consecução de testes e de treinamento foi corolário direto da interrupção do contrato gerido

pela DINFOR em 2015.

Análise do Controle Interno

475. Constatou-se que o esforço empregado pela unidade foi incrementado depois

do início dos trabalhos da equipe de auditoria. Considerando o impacto causado pela ausência

de controle efetivo, que pode ocorrer tanto pelo risco de perda de material quanto pela falta de

correção dos registros contábeis da Unidade, é urgente e necessário que o Dirigente Máximo

defina plano de ação, com metas e prazos de execução, visando a garantir que, antes do final

do exercício, o sistema já esteja totalmente operacional, minimizando os riscos atualmente

presentes nas operações da Unidade.

RECOMENDAÇÃO

476. Adotar providências no sentido de implementar plano de ação com prazos de

início e de finalização dos trabalhos, visando à plena utilização do programa desenvolvido

para controle dos itens estocados no Almoxarifado, de modo a sanar as irregularidades que

vêm sendo apontadas ao longo dos últimos anos pelo Controle Interno.

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Achado 33

CONSTATAÇÃO – POLO ENGENHARIA

477. A equipe de auditoria constatou, nas respostas encaminhadas pela SGEX, em

atendimento ao Memorando CISET nº 144/2015, que tratou das recomendações relativas ao

Processo Anual de Contas do exercício de 2014, que não houve pronunciamento, até a

presente data, sobre o Achado 49, a seguir reproduzido:

“Achado 49

De acordo com o do Relatório de Auditoria de Gestão do exercício de 2013:

365. O Contrato nº 29/2010, firmado com a Polo Engenharia Ltda., para

manutenção de condicionadores de ar e outros aparelhos, encontra-se no 4º

Termo Aditivo, vigente até 9/8/14, e prevê equipe residente de 14 profissionais.

Entre os profissionais elencados no Termo de Referência, deve haver um

Engenheiro Mecânico (que, conforme proposta da empresa, tem salário básico

de R$ 4.022,10). Nos processos de pagamento examinados, entre eles os de

números 801289, 800555, 800426 e 800017, não há referência ao Engenheiro

Mecânico, diferentemente dos outros profissionais, que constam nas folhas de

pagamento apresentadas pela empresa e examinadas pela equipe de Auditoria.

Manifestação do Gestor

366. Segundo o SARQ, embora não haja referência ao Engenheiro

Mecânico na folha de pagamento da Polo Engenharia Ltda. (Parágrafo 3 da

Solicitação 7), os serviços têm sido prestados ao MRE nos termos exigidos

pelo Termo de Referência. Segundo o Setor, a empresa já foi cobrada e deverá

enviar os comprovantes de pagamento do profissional em questão relativos a

todos os meses em que o serviço foi prestado.

Comentário da Auditoria

367. A equipe de Auditoria, baseada no Termo de Referência, entende que o

modelo de contrato firmado exige a presença física de 14 profissionais, entre

eles o Engenheiro. A ausência da comprovação da presença dos profissionais

nos processos de pagamento revela existência de falha na fiscalização do

contrato, pois as faturas não poderiam ser atestadas sem a comprovação do

pagamento dos salários nos níveis acordados para a totalidade dos

profissionais.

Recomendação

368. Cabe recomendar ao dirigente máximo da UJ que, em um primeiro

momento, atue junto à DSG para a obtenção da comprovação da presença do

Engenheiro Mecânico durante o exercício de 2013, por meio das folhas de

presença obtidas dos registros das catracas eletrônicas de acesso ao MRE,

acompanhadas das respectivas Folhas de Pagamento e comprovante de

qualificação profissional. Os documentos obtidos devem ser encaminhados

para análise pelo Controle Interno. Em seguida, determinar à Ordenadora de

Despesa a adoção de providências que impeçam o pagamento de faturas sem

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que haja o cumprimento da totalidade das obrigações contratuais,

comprovando, por meio das folhas de pagamento no caso de se tratar de

contratos de prestação de serviço com cessão de mão de obra, que os salários

efetivamente pagos são os estabelecidos no processo licitatório, e que a

empresa, com relação aos empregados cedidos, encontra-se em dia com as

obrigações pecuniárias e previdenciárias.

Verifica-se que a Unidade, para implementação da recomendação, obteve os

documentos solicitados junto à empresa e os encaminhou ao Controle Interno.

No entendimento de equipe de Auditoria, faltou, por parte da Unidade e do

fiscal de contrato, a análise e adoção de providências com relação à

documentação encaminhada revelou que:

Há descumprimento da cláusula do Termo de Referência e do Contrato, com

relação à exigência da permanência do engenheiro mecânico por 20 horas

semanais, já que a folha de frequência do ano de 2013 revela que, durante

todo o exercício de 2013, o profissional em questão esteve no Ministério por

apenas 27 horas e 7 minutos;

cabe, ainda, registrar que o profissional em questão, o Senhor Carlos Alberto

Alves de Figueiredo e Castro, atua também no Contrato nº 20/11, firmado com

a Betta Inst. Manutenção. Portanto, nem mesmo o tempo total de 27 horas foi

inteiramente voltado para o cumprimento do acordado no Contrato nº 29/10,

firmado com a Polo Engenharia Ltda.;

cabe salientar que, como documentação comprobatória do pagamento dos

salários ao profissional em questão, foi encaminhada cópia de contrato de

locação de mão-de-obra especializada, firmado em 10 de agosto de 2010,

entre a BETTA – Instalação, Manutenção e Comércio Ltda. como locadora e a

Polo Engenharia Ltda. como locatária, ademais dos recibos mensais de

pagamentos no exercício de 2013, efetuados pela locatária em favor da

locadora;

verificando-se o termo de referência e a proposta, que são parte integrante do

contrato nº 29/10 firmado ente o MRE e a Polo, constata-se que foi incluído

como despesa a ser realizada pela contratada o pagamento dos encargos

sociais e previdenciários do engenheiro mecânico alocado ao contrato, que, ao

início da vigência contratual, importava em R$ 2.066,73 mensais, conforme

proposta acostada ao processo administrativo;

no entendimento da equipe de Auditoria, considerando que, no contrato em

questão, não existe contratação de empregado, mas sim prestação de serviço

sobre a qual não incidem os encargos previdenciários, estes já pagos pela

empresa Betta no Contrato 29/11, é indevida a cobrança por parte da

empresa, bem como o atesto por parte do fiscal, já que inexistente a despesa

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cobrada. Inexistindo a despesa, se considera indevido o valor cobrado a tal

título em toda a extensão do contrato;

caberia, ainda, a verificação, pela Unidade, dos impactos causados pela

ausência do profissional em questão no que se refere à execução do contrato

29/11, firmado com a Betta Inst. Manutenção.

Manifestação do Gestor

369. Com base nas observações e recomendações apontadas pela CISET, a

DSG abrirá processo a fim de apurar as circunstâncias e definir

desdobramentos cabíveis, inclusive no tocante à devolução de recursos pagos

indevidamente. Oportunamente a DSG informará à CISET o resultado do

apurado.

Recomendação

370. Agilizar a abertura do processo apuratório, pois, caso fiquem

comprovadas, no processo a ser aberto pela Unidade, as irregularidades

mencionadas pelo Controle Interno, ficará também evidenciada a ocorrência

de dano ao Erário”.

Manifestação da Unidade Auditada

478. No que se refere ao Achado 49 do Relatório de Auditoria Anual de Contas do

exercício de 2014, a DSG reitera disponibilidade para abrir processo com o objetivo de apurar

eventuais irregularidades na execução do Contrato nº 29/2010 por parte da empresa Polo

Engenharia Ltda. A mudança de lotação da servidora responsável pela fiscalização do

contrato em tela, que desempenhava suas funções no Setor de Arquitetura e Engenharia

(SARQ), representou óbice para a tomada tempestiva de providências, tendo em vista que a

falta de reposição para sua saída transferiu a outros servidores, já sobrecarregados com a

fiscalização de inúmeros contratos, a responsabilidade de acompanhar, minuciosamente, as

rotinas de manutenção de aparelhos de ar condicionado. Com a normalização do caso, a partir

da lotação de novo servidor no SARQ ou a completa absorção das responsabilidades por

servidor já lotado naquele Setor, será possível dar andamento à apuração de irregularidades.

Ressalta-se que, além da intensa rotina de fiscalização dos contratos de manutenção predial e

de equipamentos, o SARQ tem se dedicado às investigações no âmbito da Tomada de Contas

Especial envolvendo a prestação de serviços de marcenaria.

Análise do Controle Interno

479. Dada a evidência da existência de dano ao Erário, urge ação do gestor e

determinação da alta Chefia em adotar as providências necessárias para os trabalhos de

apuração. Embora, em sua resposta, o gestor reitere a disponibilidade para abrir processo com

objetivo de apurar eventuais irregularidades, sua manifestação revela indefinição quanto ao

responsável pela apuração, a saber, se será executada por novo servidor ou servidor já lotado

no SARQ, que passará a incorporar a referida responsabilidade. Passados dois anos da

recomendação do Controle Interno para apuração de irregularidades, nenhuma providência

efetiva foi tomada, o que é passível de caracterização de negligência por parte da Unidade.

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RECOMENDAÇÃO

480. Estabelecer cronograma e adotar providências para apuração de eventuais

danos ao Erário.

Achado 34

CONSTATAÇÃO

481. A equipe de auditoria constatou, nas respostas encaminhadas pela SGEX, em

atendimento ao Memorando CISET nº 144/2015, que tratou das recomendações relativas ao

Processo Anual de Contas do exercício de 2014, que tampouco houve pronunciamento, até a

presente data, sobre o Achado 52, a seguir reproduzido:

Achado 52

"383. Observou-se, durante a análise do contrato nº 01/2011, firmado com a

SITRAN – Empresa de Segurança Ltda., que, do total da mão de obra

contratada para execução de vigilância diurna desarmada (cuja jornada de

trabalho é de 12 horas em uma escala de 12 por 36 horas), 13 empregados

executam, de fato, serviços de recepcionista, divididos pelas diversas entradas

do MRE: Palácio, anexos, Instituto Rio Branco e ABC. Ao verificar-se o custo

de um vigilante da SITRAN, considerando o salário, adicional de risco de vida

e encargos, tem-se o valor final de R$ 4.507,10. Na mesma linha, o salário de

uma recepcionista, contratada pela PH, acrescido dos encargos sociais, atinge

o valor de R$ 2.710,33, ou seja, diferença, por posto de trabalho, de R$

1.796,77, que resulta em diferença mensal de R$ 23.357,98 e diferença anual

de R$ 280.295,77."

482. Esse ponto já havia sido objeto de comentário pela CISET/MRE em 2006,

quando do exame de gestão da SGEX, conforme a seguir:

"[...] Verificou-se que, por força de previsão contratual, trabalham nas

portarias do Ministério "guardetes", que, em realidade, executam serviços de

recepcionistas. Em todas as portarias, também por previsão contratual,

trabalham vigilantes armados. Em atendimento ao princípio da

economicidade, a Unidade deveria examinar a possibilidade da substituição

das vagas de "guardetes" por recepcionistas."

483. O gestor encaminhou, naquela ocasião, manifestação em que se posicionou no

sentido de que avaliaria a possibilidade de substituir as "guardetes" por recepcionistas da

Empresa Manchester e, caso não houvesse empecilhos, realizaria os ajustes necessários por

Termo Aditivo, quando da prorrogação do contrato com a SITRAN.

484. Observa-se que, desde então, nenhuma providência foi adotada pelo gestor.

Observe-se que, caso viesse a substituir as "guardetes" por recepcionistas, consoante a

recomendação de auditoria, teria deixado de despender, de 2006 até o presente, cerca de R$

2.500.000,00.

485. Acerca dessa temática, o TCU, por meio do Acórdão nº 288/2014 – TCU –

Plenário, determinou que se:

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"realizem estudos, conforme as necessidades específicas do órgão, visando

otimizar a ocupação nos postos de vigilância de forma a extinguir aqueles que

não forem essenciais, substituir por recepcionistas aqueles que tenham como

efetiva atribuição o atendimento ao público e definir diferentes turnos, visando

eliminar postos de escala 12 x 36 que ficam ociosos nos finais de

semana".(original sem grifo)

486. Em resposta ao Memorando CISET/106/QIAU, de 7 de julho de 2016, o gestor

se manifestou nos seguintes termos:

Manifestação da Unidade Auditada

487. Quanto ao Achado 52 do Relatório mencionado, a DSG entende que a decisão

a respeito da presença de "guardetes" ou recepcionistas nas portarias está ligada, sobretudo, a

razões de gestão, sem prejuízo da legislação em vigor aplicável à matéria. As vigilantes do

sexo feminino recebem treinamento para operar o software SaFeAccess, por meio do qual

registram os acessos de servidores, visitantes, funcionários e estagiários às dependências do

Ministério, diferentemente das recepcionistas, que não recebem o referido treinamento técnico

e não atuam conforme a perspectiva da segurança. Nas portarias, cabe às vigilantes do sexo

feminino, e não aos vigilantes do sexo masculino armados, efetuar eventuais abordagens,

revistas e remoções de pessoas do sexo feminino. No contexto de instabilidade política

recente, com a realização de diversas manifestações na Esplanada dos Ministérios e a

ocupação de prédios públicos, a presença de vigilantes do sexo feminino capazes de executar

as funções elencadas é de vital importância para a segurança das pessoas e do patrimônio

público. Ressalta-se, por fim, a discriminação de gênero inerente à situação hipotética de

vigilantes homens, mais bem pagos e treinados, dividirem as mesmas atribuições de

segurança com recepcionistas mulheres, com salários menores e sem treinamento específico

para lidar com as situações emergências enfrentadas nas portarias.

Análise do Controle Interno

488. Mesmo diante de recomendações de auditoria em pelo menos duas ocasiões

distintas, de determinação em acórdão do TCU em caso análogo, e considerando os valores

envolvidos, o gestor não se dispôs, até o momento, a realizar os estudos recomendados.

489. O Controle Interno entende que o gestor deveria apresentar estudo ou

levantamento demonstrando a real necessidade de tais "guardetes" lotadas nas portarias, em

que se quantificasse o número de ocorrências de conflitos, já que não se tem conhecimento de

ação em que fossem de fato demandadas, na condição de segurança ostensiva. Para tanto,

estão lá os seguranças armados. Tal estudo deve contemplar possibilidade de, por exemplo,

manter número reduzido de "guardetes", em área interna, no intuito de que, em caso de

eventualidades, pudessem vir a se deslocar para o local em que ocorrerem as demandas

pontuais.

RECOMENDAÇÃO

490. Cabe reiterar recomendação ao gestor no sentido de que venha a rever a

despesa assumida ou a demonstrar, com levantamento estatístico, a real necessidade da

quantia despendida com este tipo de serviço desde 2006.

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Achado 35

CONSTATAÇÃO

491. Verificou-se que a Unidade não tem exigido dos servidores que realizaram

viagens a serviço a devolução dos cartões de embarque utilizados, em descumprimento ao

disposto no caput do artigo 19 da Instrução-Normativa-SLTI-MPOG nº 3, de 11 de fevereiro

de 2015, que determina:

“Art. 19. A prestação de contas do afastamento deverá ser realizada por meio

do SCDP, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, contados do retorno da viagem,

mediante a apresentação dos bilhetes ou canhotos dos cartões de embarque,

em original ou segunda via, ou recibo do passageiro obtido quando da

realização do check in via internet, ou a declaração fornecida pela companhia

aérea, bem como por meio do registro eletrônico da situação da passagem no

SCDP.”

492. Conforme dados extraídos do Sistema de Concessão de Diárias e Passagens

(SCDP), não foi realizada a prestação de contas, no prazo estabelecido no normativo

supramencionado.

Manifestação da Unidade Auditada

493. Segundo a SA, “Verificou-se que a Unidade não tem exigido dos servidores

que realizaram viagens a serviço a devolução dos cartões de embarque utilizados, em

descumprimento ao disposto no caput do artigo 19 da Instrução Normativa MPOG nº 3 de 11

de fevereiro de 2015”. Nesse contexto, esclareço que a PAG tem envidado consideráveis

esforços para cumprir o referido artigo, que dispõe: “A prestação de contas do afastamento

deverá ser realizada por meio do SCDP, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, contados do

retorno da viagem, mediante a apresentação dos bilhetes ou canhotos dos cartões de

embarque, em original ou segunda via, ou recibo do passageiro obtido quando da realização

do check in via internet, ou a declaração fornecida pela companhia aérea, bem como por meio

do registro eletrônico da situação da passagem no SCDP. Parágrafo único. Em caso de

viagens ao exterior, com ônus ou com ônus limitado, o servidor ficará obrigado, dentro do

prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do término do afastamento do país, a apresentar

relatório circunstanciado das atividades exercidas no exterior, conforme previsão contida no

art. 16 do Decreto nº 91.800, de 18 de outubro de 1985, além do cumprimento do que dispõe

o caput.”

494. Conforme o parágrafo 11 da circular telegráfica 98403, a qual baliza o

processo de solicitação de diárias e passagens desde a implantação do SCDP no MRE, “A

partir de 09 de julho, os documentos comprobatórios da utilização, total ou parcial, dos

bilhetes aéreos deverão ser encaminhados à área da DPAG responsável pela viagem, por

correio eletrônico ("dpag.ppvbrasil", "dpag.ppvexterior", "dpag.remocoes",

"dpag.vindaperiodica"e "dpag.transitorias"), para fins de prestação de contas por meio do

SCDP. O envio dos documentos originais deverá ser feito por GMD. Recordo, por oportuno,

que, de acordo com o Acórdão 2797/2010 do TCU, poderá ser negada a concessão de bilhetes

aéreos o servidor com prestação de contas não encerrada.”

495. Ademais, a DPAG disponibilizou na Intratec (em Formulários > DP / DPAG),

documento com instruções específicas para a prestação de contas, o qual foi informado em

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Nota na Bola do Dia. Ainda na seção da DPAG na Intratec, encontram-se disponíveis a

Instrução Normativa Nº 3 do MPOG, bem como os Decretos 7.689/2012 e 5.992/2006, que

estabelecem os parâmetros legais para a prestação de contas de diárias e passagens concedidas

pelo Governo Federal.

496. Adicionalmente, cabe observar que o SCDP envia aos servidores e-mails de

cobrança de prestação de contas diariamente, os quais somente cessam quando a prestação de

contas é enviada à DPAG e processada pelo setor competente. Nesse contexto, esclareço que

os mais de 200 casos mencionados na SA se referem a processos em que os servidores,

mesmo recebendo mensagens eletrônicas diariamente, ainda não enviaram todos os

comprovantes de realização das viagens.

497. Finalmente, faz-se necessário ressaltar que o SCDP foi estruturado de forma

que a aprovação de missões de servidores com prestações de contas pendentes seja realizada

pelo perfil de Autoridade Superior. Conforme o Artigo 18 da IN Nº 3 do MPOG: “Caberá ao

proponente autorizar o afastamento. 1º Deverá a autoridade máxima dos órgãos ou entidades

autorizar o afastamento nos casos abaixo: [...] II - efetuada por servidor que não prestou

contas de viagem anteriormente realizada.”

498. Ainda que nos demais Ministérios o perfil de Autoridade Superior seja

atribuição do Gabinete do Ministro ou da Secretaria-Geral, no MRE, a DPAG tem realizado

essa função, para garantir a continuidade da emissão de passagens. Com vistas a normalizar o

fluxo do SCDP e adequar o Ministério ao ordenamento legal vigente, está em fase final de

elaboração plano de redefinição de funções. Assim, cada unidade poderá operar o SCDP de

acordo com o perfil correspondente, cabendo a aprovação da prestação de contas ao nível de

Autoridade Proponente.

Análise do Controle Interno

499. Os argumentos apresentados pela Unidade indicam a adoção de providências

que visam a orientar os servidores sobre a obrigatoriedade da apresentação da prestação de

contas de viagens nacionais e internacionais prevista na Instrução Normativa MPOG nº 3 de

11 de fevereiro de 2015 e em demais normativos e jurisprudência que tratam do tema.

Entretanto, o Gestor não se manifestou acerca das ações efetivas de cobrança relativas à

ausência de prestações de contas por parte dos servidores mencionados pela equipe de

auditoria.

500. Além de não exigir dos servidores a comprovação das viagens realizadas, a

Auditoria apurou que a Unidade tem concedido novas autorizações de viagens e diárias a

servidores inadimplentes, em descumprimento ao item 9.5.1 do Acórdão n° 2797 – TCU -

Segunda Câmara, que determina que as Unidades Administrativas se abstenham de autorizar

viagem a servidor/colaborador com prestação de contas não aprovada por ausência de

apresentação dos canhotos dos cartões de embarque, ou na ausência desses, declaração da

empresa aérea de que o servidor efetivamente viajou nos períodos previstos.

501. Ao autorizar a realização de viagens de servidores inadimplentes sem a

autorização do Dirigente Máximo do Órgão ou pessoa delegada, a Unidade deixa de cumprir

o artigo 4º, § 2º da Portaria do MPOG n° MP 505/2009, que determina que a autorização de

nova viagem, sem prestação de contas da anteriormente realizada, é de competência e

responsabilidade da autoridade máxima dos órgãos e entidades.

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502. Constatou-se que, dentre as 285 propostas de viagem que estão sem a

apresentação de prestação de contas no SCDP, 29 delas foram concedidas a servidores que

não haviam prestado contas de outras viagens anteriormente realizadas, os quais estariam,

portanto, impedidos pela legislação vigente a realizarem novas viagens até a solução das

pendências.

503. Por fim, segundo o gestor, a Unidade está em fase final de elaboração plano de

redefinição de funções com vistas a normalizar o fluxo do SCDP. Cumpre registrar, a

propósito, que o original ou segunda via dos canhotos dos cartões de embarque, recibo do

passageiro obtido quando da realização do check in via internet, bilhetes ou ainda declaração

fornecida pela companhia aérea constituem documentos comprobatórios da efetiva prestação

de serviços por fornecimento de bilhetes aéreos, e habilitam o tempestivo reembolso de

recursos nos casos de cancelamento de bilhetes aéreos.

504. Considerando a necessidade de regulamentar, no âmbito do MRE, os

procedimentos relativos à solicitação, autorização, concessão e prestação de contas de diárias

e passagens, bem como de definir as responsabilidades pela operacionalização do Sistema no

MRE, a Administração deverá providenciar portaria normativa, com as regras a serem

observadas na concessão de diárias e passagens e sua prestação de contas.

505. No tocante ao atual processo de aquisição de passagens aéreas, nos trechos

exterior/Brasil e exterior/exterior, a Auditoria tem verificado que no, âmbito do Ministério, os

preços praticados na emissão de passagens não têm sido, por vezes, os mais vantajosos para a

Administração, levando-se em conta o contexto de grande frequência de viagens

internacionais que caracteriza as atividades do MRE. Seria recomendável, dessa forma,

considerar a implantação de sistemática de pesquisa, simulação e emissão de bilhetes no

exterior, cotejando-os com cotações feitas no Brasil, de maneira a assegurar o melhor preço,

visto que o valor cobrado em muitos países é, frequentemente, inferior ao praticado no Brasil.

Caso viável do ponto de vista operacional e legal, esse procedimento seria implementado em

postos piloto no exterior.

RECOMENDAÇÕES

506. Observar, com rigor, o disposto no artigo 19 da Instrução Normativa MPOG nº

3/2015, quanto à obrigatoriedade da apresentação dos bilhetes ou canhotos dos cartões de

embarque, entre outros documentos necessários à prestação de contas das viagens autorizadas

pelo Ministério.

507. Abster-se de autorizar viagem a servidor que não apresente prestação de contas

referente a viagem anterior.

508. Regulamentar, mediante portaria normativa, os procedimentos relativos à

solicitação, autorização, concessão e prestação de contas de diárias e passagens, bem como

definir as responsabilidades pela operacionalização do SCDP no MRE.

509. Avaliar a conveniência e a oportunidade de estudar, no âmbito do MRE,

sistemática de cotação e emissão de bilhetes aéreos que considere a possibilidade de compra

de passagens no exterior, inclusive por meio de Cartão de Pagamento do Governo Federal,

conforme o Art. 2º, inciso IV, da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 3/2015.

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Item 12 - Avaliação da confiabilidade e efetividade dos controles internos relacionados à

elaboração das demonstrações contábeis e de relatórios financeiros.

Achado 36

INFORMAÇÃO

510. Ao verificar as Demonstrações Financeiras da Unidade relativas ao exercício

de 2015, a equipe de auditoria constatou que permanecem discrepâncias, em razoável

quantidade, em contas contábeis, que alteram os resultados finais da Unidade e do Ministério,

que se repetem ao longo dos anos, sem que haja adoção de medidas efetivas para a devida

correção.

Exercícios anteriores

511. Encaminhou-se ao gestor, por meio de SA nº 11, de 06 de julho de 2016, o

seguinte registro: A despeito de o gestor ter afirmado que 'apesar da complexidade da

questão, em virtude inclusive do passivo histórico, a DSG envidará esforços no sentido de

corrigir as falhas apontadas pela CISET', em manifestação apresentada em resposta aos

achados 47 e 48 do Relatório de Auditoria anual de Contas relativo ao exercício de 2014,

constatou-se que todas as contas citadas continuam a apresentar as mesmas falhas. Como há

repetição do mesmo tipo de impropriedade registrada em sucessivos relatórios de avaliação da

gestão, está evidenciada a ausência de atuação efetiva do gestor no sentido da correção das

falhas em análise.

Comentário registrado no parágrafo 545 da PCA do exercício de 2014:

No entendimento do Controle Interno, as fragilidades contábeis, que há anos

vêm sendo objeto de registros nos relatórios das tomadas de contas da DSG,

poderão levar o TCU, já tendo dado ciência ao Ministério da referida

ilegalidade, a julgar as contas da UJ irregulares, com as penalidades previstas

para os casos de não atendimento de suas recomendações/determinações.

Manifestação da Unidade Auditada

512. Em relação ao Achado 48 do Relatório supramencionado, o principal óbice

para a resolução dos problemas observados nas Demonstrações Financeiras da Unidade é a

carência crônica de pessoal, apontada nas respostas aos últimos relatórios da CISET e em

comunicações oficiais desta Divisão às instâncias superiores. O Setor de Controle Financeiro

(SCF) tem apenas um servidor do Quadro, o Assistente de Chancelaria Eduardo Martins de

Mello, que, apesar de seu empenho pessoal para o bom funcionamento da Divisão, tem se

dedicado, quase integralmente, à intensa rotina de pagamentos. A situação exposta agrava-se

com a falta de pessoal qualificado nos demais setores da DSG. Esta Divisão sugerirá às

instâncias superiores que a Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças (COF) e a Divisão

de Treinamento e Aperfeiçoamento (DTA) tomem providências no sentido de oferecer aos

servidores da DSG a possibilidade de matrícula em cursos de capacitação para operação do

SIAFI, de modo a preencher significativa lacuna técnica da formação do pessoal lotado nos

Setores da Divisão.

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Achado 37

CONSTATAÇÃO - Não reconhecimento de passivo

513. Com relação ao exercício de 2015, verifica-se nova e importante falha,

ocasionada pela ausência de registro contábil tempestivo das despesas contratuais, mormente

do mês de dezembro de 2015, o que vai de encontro à decisão do TCU, item 8.2 do Acórdão

nº 158/2012 – Plenário, a seguir reproduzida:

"8.2 O reconhecimento de passivos oriundos de despesas sem dotação

orçamentária não fere a vedação constituição-legal de realização de despesa

ou assunção de obrigações que excedam os créditos orçamentários ou

adicionais, vez que não é o registro contábil que está vedado e sim o ato que o

origina. O art. 50, inc. II, da Lei Complementar nº 101/2000 e também o art.

28 da Lei nº 11.514/2007 (LDO) determinam expressamente o reconhecimento

dessas operações pelo regime de competência que, independentemente de

suporte orçamentário, devem ser integralmente registradas pela contabilidade.

514. Tal situação, verificada por amostragem, foi detectada nos processos relativos

às notas de empenho NE 2016, nos 0004, 0005 e 0006, registradas no exercício de 2016 como

Despesas de Exercícios Anteriores. Cabe observar que, até o momento, a Unidade consignou

despesas a título de Exercícios Anteriores que somam R$ 4.288.043,79, ou seja, pode-se

inferir que o referido montante deixou de ser registrado contabilmente no momento correto.

Manifestação da Unidade Auditada

515. Caso a DSG receba servidores que saibam operar o SIAFI ou tenha seu pessoal

devidamente capacitado para esse fim, será possível providenciar, da mesma maneira, o

registro contábil tempestivo de despesas, evitando que despesas contratuais de dezembro

sejam registradas no exercício seguinte como Despesas de Exercícios Anteriores. Antes de

serem enviadas ao SCF, as notas fiscais devem ser atestadas pelo fiscal e passar pelo crivo da

contabilidade do Setor de Contratos, para que sejam realizadas todas as verificações à luz da

legislação em vigor. Até que as notas fiscais cheguem ao SCF para o devido pagamento, é

comum que já se tenha iniciado o novo exercício financeiro. Para que o registro seja feito no

momento adequado, servidores de outros setores que não o SCF deveriam operar o SIAFI e

realizar os devidos registros antes do fim do fluxo interno das notas fiscais. O oferecimento de

cursos de capacitação para o SIAFI contribuiria sobremaneira para adequar a situação às boas

práticas da Administração.

Análise do Controle Interno (referente aos achados 36 e 37)

516. No entendimento da equipe de auditoria, escapa diretamente ao Ordenador de

Despesa da referida Unidade (DSG), na qual têm sido observadas as falhas, a solução do

problema que envolve outras unidades, seja por falta de pessoal, seja por falta de poder para

determinar as providências para capacitação. No entanto, as providências relativas à alocação

de pessoal e à realização de processos educativos, de aplicação no âmbito do Itamaraty, não

escapam do poder decisório da Dirigente Máxima da Unidade, pois a ela estão subordinadas

as unidades envolvidas no processo, seja a área de gestão de pessoas, envolvendo alocação de

pessoal e treinamento, seja a área contábil, que detém conhecimento dos procedimentos

contábeis.

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517. Vale registrar que, no relatório de auditoria das contas da SGEX do exercício

de 2014, fez-se constar nas contas da Unidade, para entendimento da importância do assunto,

o Acórdão nº 4.006/2015 – Primeira Câmara, do TCU, que, ao julgar as contas do EFNY, no

que se relaciona à Declaração do Contador Responsável, deu ciência à COF de que:

"a emissão de opinião profissional sobre a plena adequação dos

demonstrativos financeiros do EFNY no Siafi, sem qualquer ressalva ou nota

explicativa a respeito de comprovadas fragilidades no controle de bens móveis

dos postos no exterior, as quais afetam a fidedignidade das demonstrações da

UJ, configura inobservância da lei [...]"

518. Nesse sentido, não se pode afastar igualmente a responsabilidade da COF pelo

fato supramencionado, na qualidade de setorial de contabilidade, subordinada à SGEX, pois

caberia a ela identificar toda e qualquer discrepância nos registros contábeis do Ministério ao

analisar, como rotina, a conformidade nos registros contábeis, e não ao Controle Interno,

posteriormente, no momento da avaliação da gestão.

519. No entendimento da equipe de auditoria, a Setorial Contábil não dispõe de

estrutura mínima e de recursos humanos para que possa exercer plenamente todas as suas

atribuições, mormente em momento em que a contabilidade pública passa por profunda

transformação, com a implementação, no ano de 2015, do novo Plano de Contas Aplicado ao

Setor Público (PCASP), com alterações significativa de contas e de classes contábeis no

âmbito da União.

520. Em resumo, recai sobre a Dirigente Máxima da Unidade, que detém

competência e condições para a solução do problema, a responsabilidade pela falta de clareza

e confiabilidade das Demonstrações Contábeis do MRE.

RECOMENDAÇÃO (referente aos achados 36 e 37)

521. No entendimento de que o problema permanece inalterado e que a

recomendação do Controle Interno, referente ao exercício anterior, não foi implementada,

reitera-se ipsis litteris a recomendação constante do processo de contas da Unidade do

exercício de 2014, qual seja: "Adotar medidas efetivas que se traduzam na correção dos

registros contábeis da Unidade, cujos erros impactam negativamente as Demonstrações

Financeiras do Ministério como um todo".

Achado 38

CONSTATAÇÃO

ALMOXARIFADO

522. Verificou-se, com relação aos materiais estocados no almoxarifado, que as

Demonstrações Financeiras da Unidade, na data de 31 de dezembro de 2015, indicam a

existência de itens no montante de R$ 709.670,71 (conta contábil 1.1.5.0.0.00.00 – Estoques),

assim divididos: R$ 7.178,44, na subconta contábil 1.1.5.1.0.00.00 – Mercadorias para

Revenda; R$ 60.047,48, na subconta contábil 1.1.5.5.0.00.00 – Materiais em Trânsito, e R$

642.444,79, na subconta contábil 1.1.5.6.0.00.00 - Almoxarifado. Já o Relatório Mensal do

Almoxarifado indica, na mesma data, o montante de R$ 562.452,99, ou seja, uma diferença de

R$ 147.217,72. Vale registrar que tal situação foi por várias vezes objeto de ressalvas nas

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contas da Unidade e perdura há anos, como registrado no relatório de auditoria da SGEX do

exercício de 2014, no qual constaram os seguintes registros:

"43. A Conta Contábil 11.318.00.00 - Estoques Internos –

Almoxarifado, registra em 31/12/07 (original sem grifo) saldo de R$

1.479.525,21. O Resumo Mensal do Almoxarifado, na mesma data, registra

saldo de 1.614.037,77, ou seja, diferença de R$ 134.575,58. Na documentação

encaminhada ao Controle Interno, não existe menção, nem justificativa,

quanto à diferença ora apontada.

Manifestação do Gestor

44. A diferença apontada entre o saldo apresentado no Relatório

Mensal de Movimentações do Almoxarifado (RMMA) relativo ao mês de

dezembro de 2007 e o saldo da Conta Contábil Estoques Internos

Almoxarifado, tem como origem o lançamento de materiais recebidos e ainda

não pagos naquele mês. Quanto ao saldo a maior do RMMA em relação à

conta Almoxarifado, informo que o assunto está sendo objeto de análise com

vistas à identificação da origem da diferença entre as compras da DSG e o

recebimento, estocagem e distribuição do material.

Comentário da Auditoria

45. No entendimento da equipe de Auditoria, não procede a

Manifestação do Gestor, pois, ao receber material no mês de dezembro,

mesmo sem efetuar pagamento, a Unidade deveria ter inscrito a despesa em

Restos a Pagar e realizado o registro nas contas patrimoniais. Ademais, já

deveriam ter constado no RMMA do mês de dezembro as justificativas

relacionadas a eventuais discrepâncias constatadas pela própria Unidade.

Recomendação

46. Encaminhar ao Controle Interno o resultado dos trabalhos

realizados pela UG para apuração das diferenças. Ademais, implementar,

como rotina mensal, conferência entre os saldos do SIAFI e os saldos do

RMMA, justificando e corrigindo tempestivamente eventuais diferenças."

216. No entendimento da equipe de Auditoria, a permanência e

repetição dos erros ao longo dos anos, além de afetar as Demonstrações

Financeiras da Unidade e do Ministério com registros equivocados e não

certificados, evidenciam o não cumprimento, por parte da DSG, das

recomendações a ela dirigidas, e que o monitoramento pelo Controle Interno,

por si, não é capaz de sanar as impropriedades apontadas.

Recomendação

217. O Dirigente Máximo da UJ deverá adotar providências junto à

Divisão de Serviços Gerais, quer seja reforçando a lotação de pessoal, quer

seja com ações de capacitação que resultem na efetiva solução das pendências

apontadas."

Manifestação do Gestor

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No que concerne às fragilidades identificadas no Achado 19, a Divisão de

Serviços Gerais está envidando esforços no sentido de acelerar os processos

de correção mencionados, notadamente do Setor de Controle Financeiro e no

Almoxarifado.

No Almoxarifado deve ser instalada, no início de 2015, a entrada em

funcionamento de novo software de controle de estoque que, espera-se, ajude a

melhorar a eficiência dos trabalhos executados e a corrigir as falhas

identificadas.

Quanto às correções de natureza contábil e financeira, espera-se que o apoio

da consultoria contábil contratada em 2014 pela DSG e cujo contrato está em

plena execução, contribuirá para a redução ou eliminação das

vulnerabilidades apontadas pela equipe de auditoria.

Em todo caso, conforme Recomendado no parágrafo 217 do Relatório de

auditoria, a DSG continuará a buscar junto aos setores competentes da

Secretaria de Estado a adoção de medidas voltadas para o reforço da lotação

de pessoal em seus diversos setores, carentes de mão de obra qualificada.

Continuará ainda, conforme recomendação da CISET, a pleitear cursos de

capacitação dos gestores e fiscais como forma de implementar soluções para

os problemas apontados."

Manifestação da Unidade Auditada

523. As discrepâncias apontadas no parágrafo segundo da SA em epígrafe são

efetivamente causadas pelo atraso nos pagamentos das faturas em decorrência da não

liberação de recursos financeiros em tempo hábil. Quando da aquisição de bens, a Unidade

Gestora emite a nota de empenho, o que obriga as empresas, à luz da legislação em vigor, a

entregar os bens respectivos. O Almoxarifado passa, portanto, a dispor dos itens e ao ser

requisitado pelas unidades da SERE, registra as saídas respectivas e faz os lançamentos

correspondentes nos Relatórios Mensais de Movimentações do Almoxarifado. Quando dos

pagamentos efetuados com atraso, lançados no SIAFI, geram-se discrepâncias cronológicas e

de valores entre o RMMA e o SIAFI.

524. Tendo em vista que os auditores da CISET consideram improcedentes as

justificativas acima, esta Unidade Gestora tomará as providências necessárias para que não se

gerem novas discrepâncias nas Demonstrações Financeiras da Unidade, em 31 de dezembro

de 2016, que deverão refletir a concomitância das entradas e saídas de itens no Almoxarifado,

constantes dos RMMA, e as movimentações financeiras espelhadas pelo SIAFI, desde que se

normalizem as liberações financeiras pela Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças.

Análise do Controle Interno

525. A equipe de auditoria considera improcedentes as justificativas do gestor, pois,

caso as orientações recebidas da Setorial de Contabilidade tivessem sido implementadas em

anos anteriores, as discrepâncias apontadas já teriam sido regularizadas, independentemente

da adoção de sistemas informatizados de controle, haja vista a possibilidade de lançamentos

contábeis dos materiais recebidos em Almoxarifado sem que se opere simultaneamente, no

SIAFI, o pagamento dos referidos bens ingressados.

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RECOMENDAÇÃO

526. Adotar providências que incluam consultas à Setorial de Contabilidade, para

que os registros contábeis sejam efetuados de forma adequada, saneando as discrepâncias

contábeis, o que possibilitará que as Demonstrações Financeiras, no tocante ao grupo

Almoxarifado, sejam claras e fidedignas.

INFORMAÇÃO

527. Ademais, importa trazer ao conhecimento do Dirigente Máximo da Unidade,

para melhor compreensão desta temática, dois itens extraídos da Auditoria Financeira

realizada pelo TCU, constantes do Acórdão TCU nº 3.608/2014 – Plenário:

"2.2.1 Segundo as normas da Intosai (Issai 200), o objetivo de uma auditoria

financeira é aumentar o grau de confiança das demonstrações financeiras da

entidade auditada perante usuários externos. Para isso, é necessário obter um

alto nível de segurança para garantir que as demonstrações financeiras como

um todo estão livres de distorção relevante, seja por fraude ou erro. Em

síntese, o objeto da auditoria financeira é a demonstração financeira e o seu

objetivo é o de certificar o nível de credibilidade dessa demonstração. Para

identificar a função auditoria financeira no mandato do Tribunal, basta

identificar o objetivo de certificar a confiabilidade no objeto demonstração

financeira, demonstrativo contábil ou qualquer outro relatório financeiro.

[...]

2.2.5 Por último, o inciso IV do art. 71 da CF/88 elenca as naturezas de

auditoria: contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.

Nesse caso, a relação é evidente, porém pode haver alguma confusão entre

auditoria financeira e auditoria de natureza financeira ou contábil. As

naturezas representam objetos das auditorias, isto é, a contabilidade, a

tesouraria, o orçamento, as operações e o patrimônio dos órgãos e entidades

federais. Por outro lado, a designação auditoria financeira é uma atividade

profissional internacionalmente reconhecida e caracterizada pelo seu objetivo:

certificar a confiabilidade de demonstrações financeiras. Portanto, a auditoria

financeira não trata apenas de contabilidade, tampouco só de fluxos de

tesouraria. As demonstrações financeiras representam a prestação de contas

sobre a gestão contábil, financeira, orçamentária e patrimonial. Em uma

auditoria, as demonstrações financeiras representam o ponto de partida para

que o auditor possa refazer o percurso que o gestor fez na alocação e

utilização de recursos orçamentários e financeiros e de ativos e passivos

patrimoniais."

528. No âmbito de referido Acórdão, foi inserida, entre outras, a determinação a

seguir reproduzida, que deverá vir a ser implementada mediante ação direta do TCU sobre as

contas do MRE:

"c) Determinar à Secretaria-Geral de Controle Externo que:

[...]

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c.3) planeje e implemente as análises simplificadas anuais das demonstrações

financeiras consolidadas de três ministérios até 2016, de metade deles até

2018 e de todos até 2020"

Análise do Controle Interno

529. No entendimento da equipe de auditoria, urge a adoção de medidas apropriadas

e tempestivas, por parte do Dirigente Máximo da Unidade, pois, considerando a qualidade

insuficiente das Demonstrações Financeiras do MRE, é certo que, quando da realização dos

trabalhos de Auditoria Financeira pelo TCU, caso não haja a ação efetiva da Unidade para

correção das falhas supramencionadas irão se repetir, na análise da Corte de Contas, as

ressalvas ocorridas há anos, problema que vem sendo identificado pelo Controle Interno

reiteradamente.

Item 13 - Avaliação, quanto à abrangência, suficiência e resultados, das medidas

adotadas pela unidade auditada relacionadas ao Acórdão 1212/2014 – TCU – Plenário,

que trata dos reflexos da desoneração da folha de pagamento nos contratos com a

Administração Pública Federal.

INFORMAÇÃO

530. Por meio da SA nº 6/2016, datada de 12/05/2016, solicitou-se à Unidade o

envio de contratos e de processos de pagamentos, celebrados com empresas que

disponibilizam mão de obra para o Itamaraty, conforme o Quadro a seguir:

Quadro 15: Contratos celebrados pelo MRE com empresas que disponibilizam mão de obra

Contrato nº Contratada Objeto

25/12 Capital Service Brigada de Incêndio Particular

24/10 GVP Consultoria Eventos Serviço de motoristas

31/13 JF Engenharia Assessoria Consultoria

19/09 PH Serviços Administração Terceirizados-contínuos/recepcionistas

29/10 Polo Engenharia Manutenção de Ar Condicionado

25/10 Presta Construtora Serv. Serviço de Limpeza e Conservação

01/11 SITRAN Empresa de Segurança Vigilância Armada e Desarmada

Fonte: SA nº 6/2016

531. A análise dos contratos evidenciou que as referidas empresas não se

inscreveram no Plano Brasil Maior, ou seja, não optaram pela desoneração da folha de

pagamentos, nos termos do art. 7º da Lei nº 12.546/2011 e do art. 2º do Decreto nº

7.828/2012.

Item 14 - Avaliação da política de acessibilidade da unidade auditada, especialmente em

relação às medidas adotadas para cumprimento das exigências da Lei nº 10.098/2000, do

Decreto nº 5.296/2004 e das normas técnicas da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT) aplicáveis.

532. Reputa-se como muito importante a Portaria nº 363, publicada em 25 de julho

de 2014, que instituiu, no âmbito do Itamaraty, o Comitê para a Promoção dos Direito das

Pessoas com Deficiência (CPPD). Tal normativo tem o objetivo de, em caráter permanente e

consultivo, favorecer e acelerar, no âmbito da Secretaria de Estado das Relações Exteriores

(SERE), em Brasília, e nas demais repartições do MRE, o estabelecimento de mecanismos

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para a promoção dos direitos fundamentais das pessoas com deficiência, em especial

servidores com deficiência ou responsável por pessoas nessa condição – pais, parentes ou

terceiros.

533. Como o próprio gestor esclareceu, o CPPD passou a ser marco importante,

junto à SGEX, para a melhoria das medidas relativas à acessibilidade. Por intermédio do

DSE, a Unidade passou a ser incumbida de identificar e atender as necessidades especiais de

servidores e/ou de seus dependentes.

534. Como exemplo de medida proativa nesse sentido, o gestor citou, dentre outras,

a alteração dos modelos de formulários prévios às viagens a serviço, no intuito de identificar

funcionários com necessidades especiais e diferenciar o atendimento. Assim, procedeu-se à

inclusão, em tais formulários, de espaço destinado à autodeclaração (servidor com deficiência

e/ou dependente com deficiência).

535. Quando dos trabalhos de campo, momento em que se procedeu a algumas

entrevistas com portadores de deficiência, a equipe de auditoria se deparou com questões que

apontam para a necessidade de avanço na implementação de tais regras por parte do MRE, em

vários aspectos. Funcionários com algum grau de dificuldade de locomoção, por exemplo,

receberam opções de remoção para países que não dispunham de condições de acessibilidade.

536. Servidores entrevistados observaram que, quando de suas respectivas remoções

ao exterior, tiveram que empreender grande esforço junto a seus superiores a fim de conseguir

vaga em posto ou país onde condições mínimas de acessibilidade estivessem disponíveis.

Sentiram-se por vezes como se devedores fossem de favores e não de direitos inatos a suas

condições especiais. Outros tipos de queixas relacionaram-se à falta de informação por parte

do público em geral e de colegas quanto à forma de atuar diante de diversas situações.

537. Como exemplo, cite-se o caso de uso irregular de vagas de estacionamento

para deficientes. Outra situação recorrente é o uso de sanitários adaptados para deficientes por

não deficientes. Deficientes, que por vezes os utilizam na condição de incontinentes e/ou na

condição de não poderem ficar sem barras de suporte. Ademais dessas situações, quando as

catracas impedem a entrada do portador de necessidade especial, funcionários da segurança

demoram a perceber o problema.

538. Em termos estruturais, constatou-se, durante os trabalhos de campo, que o

próprio Palácio Itamaraty não dispõe de banheiros adaptados. Observou-se, ainda, que em

alguns casos a própria estação de trabalho do servidor não está adaptada a sua altura. O

servidor não dispõe tampouco de aparelho telefônico adaptado e o 'mouse' especial, quando

necessário, teve que ser adquirido pelo próprio servidor.

539. Temos como louvável o fato de que, na composição do CPPD três dos seis

componentes indicados pela Administração tenham que ser deficientes ou responsáveis por

pessoas com deficiência. Entretanto, observa-se que tal comitê não tem poder decisório, mas

tão-somente de assessoramento junto à SGEX. Nesse sentido, as demandas parecem demorar

muito a serem analisadas e resolvidas pela Administração.

540. Por meio da circular telegráfica 97101, de 20 de fevereiro de 2015, expedida

pelo DA, solicitou-se a todos os postos que encaminhassem a real situação no tocante à

acessibilidade. Praticamente a totalidade dos postos forneceu informações atinentes a esse

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tema. Entretanto, observa-se que a SGEX não parece estar levando em consideração tal

levantamento para efeito de opções de remoção no tocante aos servidores com deficiências.

541. Como pôde-se constatar, há postos sem nenhuma condição de receber

funcionários em tal condição. Casos há em que as instalações são tombadas pelo Patrimônio

Histórico local. Outros em que o imóvel da Chancelaria é alugado, o que inviabiliza

determinadas adaptações. Ademais, só se pode empreender obras em próprios nacionais, de

modo que se faz necessário um maior comprometimento da SGEX na abordagem e no

tratamento dessas questões cruciais aos servidores com deficiências.

542. Diante do exposto, seria recomendável que o gestor atue no sentido de dotar o

CPPD de maior poder deliberativo. Outrossim, deve ser analisada a viabilidade de incluir nos

cursos de formação e remoção, como já havia sido contemplado no passado, módulo e temas

afetos aos portadores de deficiências. Essa temática que diz respeito não só aos servidores do

Quadro, mas também a todos os portadores de deficiências que, no Brasil ou no exterior,

tenham que acessar as instalações do Governo brasileiro.

Implementação das determinações/recomendações do TCU

543. No julgamento das contas de exercícios anteriores, o TCU determinou à CISET

que fizesse constar do relatório de prestação de contas anual a implementação de

determinações/recomendações da Corte de Contas. Durante os trabalhos de auditoria foram

elencados os seguintes acórdãos para monitoramento: Acórdão nº 48/2016 – TCU – 2ª

Câmara, Acórdão nº 51/2016 – TCU – 2ª Câmara, Acórdão TCU nº 132/2016 – Plenário,

Acórdão TCU nº 1432/2016 – Plenário, Acórdão nº 822/2016 – TCU – Plenário e Acórdão nº

1176/2015 – Plenário.

Acórdão nº 48/2016 – TCU – 2a Câmara

544. Por meio do Acórdão nº 48/2016 – TCU – Segunda Câmara, o TCU

determinou à SGEX/MRE que informe as medidas adotadas para atender às seguintes

determinações constantes do item 1.7.3:

"1.7.3. Determinar à SGEX/MRE que adote providências, caso ainda não o

tenha feito, para fazer cessar as seguintes irregularidades e para ressarcir o

Erário dos eventuais danos delas decorrentes, inclusive mediante a

instauração de tomada de contas especial, se necessário:

1.7.3.1.concessão de pagamentos de auxílios para residência funcional no

exterior, decorrentes de designações para missões transitórias com mudança

de sede, com a concomitante manutenção de imóvel funcional no Brasil, o que

caracteriza duplicidade indevida de benefício, em desacordo com os arts. 37

da Constituição, 23 da Lei 5.809/1972 e 12 da Portaria-MRE 805/2009,

alterada pela Portaria-MRE 331/2012.(original sem grifo)

545. Acerca do acórdão supramencionado, o gestor se manifestou por meio do

Despacho ao Memorando DSG nº 22, de 4/2/2016, reproduzido abaixo.

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Manifestação da Unidade Auditada

546. Em relação aos itens 1.7.3 e 1.7.3.1 do Acórdão em tela, o SMF da DSG

efetuou levantamento sobre a atual situação dos permissionários dos imóveis funcionais que

se encontram em missões transitórias no exterior pelo prazo superior a 12 meses, a fim de

verificar possíveis casos de irregularidades no recebimento em duplicidade dos benefícios de

Residência Funcional no exterior e no Brasil.

547. Nesse sentido, foi confrontada a lista de funcionários em missão transitória em

Postos no exterior desde 2013, com a lista geral de ocupação de imóveis funcionais. O

cotejamento permitiu identificar cinco servidores, que estiveram em missões transitórias, cujo

período excedeu o prazo de 12 meses em Postos no exterior, o que contrariou as instruções

contidas no artigo 13, da Portaria nº 205, de 27 de abril de 2015.

548. Com o objetivo de evitar a caracterização da duplicidade indevida de beneficio

de residência funcional no exterior e no Brasil, o DA encaminhou expediente à DAEX, para

as providências daquela Divisão, no sentido de permitir aos servidores regularizar a situação

em epígrafe, seja por meio de glosa de pagamentos de RF vindouros ou por encaminhamento

de processo para as providências de ressarcimento ao Erário.

549. No âmbito da DAEX, foram tomadas providências para averiguação de todos

os casos informados pela DSG de servidores que mantinham apartamento funcional e

estiveram em missões temporárias por prazo que se estendeu por mais de 365 dias. Foi

constatado que, completado um ano de missão na Embaixada do Brasil em Paramaribo, o SS

CEMNF fez a opção de manter o apartamento funcional nesta capital, deixando de receber o

beneficio RF, conforme informado por telegrama oficial nº 736 de 12 de dezembro de 2014.

De modo análogo, o TS Germano Faria Corrêa observou o limite de 365 dias de recebimento

de LIM-RF cm concomitância com a manutenção de imóvel funcional em Brasília, ao

celebrar contrato locatício cujo término precedia o prazo limite de sua missão, de acordo com

os telegramas nos 189, 192 e 898, de 2013, da Embaixada do Brasil em Pequim.

550. Nos casos do Conselheiro SFDC e da Assistente de Chancelaria MMOCS,

houve, de fato, pequeno lapso temporal de concomitância de recebimento do beneficio no

exterior com a manutenção do apartamento funcional findo o prazo de 365 dias. Em ambos os

casos, a DAEX enviou notificações para interposição de recurso ou realização de pagamento

no procedimento de reposição ao Erário, nos termos do art. 46 da Lei n° 8.112 de 1990. O

Conselheiro SFDC realizou o pagamento de GRU na data de 08 de junho na conta da DPAG e

os recursos foram devolvidos ao Tesouro Nacional, uma vez que relativos ao exercício de

2013. A AC MMOCS, que recebeu o beneficio por dez dias além do prazo permitido, interpôs

recurso em 15 de junho de 2016, alegando a boa fé no recebimento e o interesse da

Administração para a prorrogação de sua missão temporária por prazo superior aos 365 dias.

Finalmente, no caso do PS RFL, a notificação foi enviada por mala diplomática, uma vez que

o servidor se encontra na Embaixada do Brasil em Brazzaville. Em contato prévio por

telefone, o servidor manifestou seu interesse em interpor recurso, o que deverá ser feito em 15

dias do recebimento da notificação.

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PORTARIA CONJUNTA DSE E DA

551. Permaneceram, contudo, dúvidas quanto a definição do critério de “mudança

de sede”, que foi sanado pelo DSE mediante a leitura do disposto no artigo 2°, inciso 1 da Lei

nº 5.809/1972. Tendo sido esclarecido, será elaborada nova Instrução Normativa, por meio de

Portaria conjunta do DSE e o DA, a fim de normatizar, a partir da entrada em vigor das novas

normas, critérios para os atos discricionários dados pela Administração em definir a missão

transitória com mudança de sede.

552. [...] de maneira a atender o Acórdão TCU 48/2016 no que se refere às

providências para evitar a duplicidade do pagamento de benefícios afetos às Missões

Transitórias, a Divisão de Pagamentos elaborou minuta de portaria que regulamenta as

designações em MT e os benefícios pertinentes.

553. Ainda que o Acórdão explicitasse a impropriedade da concessão do duplo

benefício de RF e imóvel funcional, cita o artigo da Lei 5809/72 referente à ajuda de custo, o

que leva a crer, portanto, tratar da duplicidade de benefícios em sentido material. Nesse

sentido, a minuta de portaria define e reitera conceitos legais como “mudança de sede” e “

desligamento da organização”, bem como esclarece a quais benefícios o servidor fará jus em

cada situação – sempre evitando o duplo pagamento de benefícios. A portaria foi apreciada

pelo DSE, que a encaminhou à CJ para apreciação dos aspectos jurídicos e legais.

Análise do Controle Interno

554. O Controle Interno entende que a metodologia utilizada pela Unidade, ao não

incluir, em suas apurações, as situações de pagamentos baseadas no Artigo 23 da Lei nº

5.809/72, que não contemplaram missões “com mudança de sede”, pode não ter atendido

plenamente às determinações do TCU, no sentido de que, independentemente da duração da

missão transitória, seriam indevidos pagamento de ajuda de custo e de transporte de bagagem

para servidores que se deslocarem 'sem mudança de sede', nos termos da legislação em vigor.

555. O Controle Interno teve conhecimento informal de que a minuta de portaria

teria sido analisada pelo DSE e encaminhada à Consultoria Jurídica para apreciação dos

aspectos jurídicos e legais. Considerando que os desdobramentos atinentes à implementação

do Acórdão nº 46/2016 ainda estão em curso, esse assunto será objeto de nova avaliação, pelo

Controle Interno, no âmbito do processo de contas referente ao próximo exercício.

1.7.3.2.inércia administrativa na cobrança de débitos referentes ao não

pagamento de taxas de ocupação de imóveis funcionais.

Manifestação da Unidade Auditada

556. No que concerne ao item 1.7.3.2 do Acórdão supracitado, de acordo com o

Parecer CONJUR/CGDAJ n°462/2015, a competência para as funções de cobrança e

recolhimento das taxas de ocupação de imóveis funcionais é da SPU, que é órgão legalmente

imbuído de administrar, fiscalizar e outorgar a utilização dos imóveis, nos regimes e

condições permitidos em lei. Em atendimento à solicitação do SMF, a SPU enviou, no último

dia 10 de junho, lista dos permissionários inadimplentes com as taxas de ocupação dos

imóveis funcionais administrados pelo MRE.

557. Em primeira análise, a lista conta com 217 casos pendentes de pagamento.

Entretanto, foi possível identificar, inicialmente, que se trata de pendências que abrangem

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diferentes casos de inadimplência que deverão ser tratados de acordo com suas peculiaridades.

Para tal, far-se-á necessária a criação de critérios de verificação mais apurados a um de

permitir separar os casos análogos, que compreendem, em sua maioria, dividas de ex-

ocupantes que já foram removidos, aposentados, exonerados e até mesmo falecidos. Além

disso, este Setor deverá ater-se aos casos em que há eventuais incongruências nas informações

prestadas, no que se refere a proporcionalidade ao tempo da ocupação, que igualmente já

foram detectados, com exemplo de servidores que entregaram seus imóveis, com a devida

declaração de quitação das taxas de ocupação, por parte da SPU, e constam na mencionada

lista como devedores, cujos meses de referência são posteriores ao cancelamento de suas

permissões de uso.

558. A prévia verificação permitiu identificar somente 9 casos (cerca de 4%) de

permissionários que ocupam atualmente imóvel funcional e estão inadimplentes por mais de

três meses, o que deverá ser tratado prioritariamente, por parte deste Setor, a fim de dar

cumprimento às regras dispostas no Decreto n° 980/93.

559. De maneira análoga, o SMF já tomou as devidas providências, no sentido de

apurar, junto aos administradores e/ou síndicos dos edifícios que possuem imóveis funcionais

administrados pelo MRE, eventuais débitos em aberto de permissionários, referentes às taxas

ordinárias de condomínio. Semelhante providência foi adotada pelo Setor, no que se refere à

Taxa de Limpeza.

Análise do Controle Interno

560. Considerando que o gestor já apresentou resposta ao ponto em apreço, durante

o processo de monitoramento de implementação das recomendações, a análise do Controle

Interno já se encontrada registrada nos parágrafos 388 a 412.

1.7.3.3. falta de exigência da apresentação dos cartões de embarque ou dos

bilhetes não utilizados, nos termos da Portaria MP 205, de 2/4/2010;

1.7.3.4. pagamento de multas e taxas motivadas pela remarcação ou pelo

cancelamento de bilhetes aéreos sem a devida justificativa.

Manifestação da Unidade Auditada

561. Como é de conhecimento de Vossa Senhoria, a aquisição de passagens

aéreas é realizada on-line, de modo totalmente eletrônico. Como consequência, a Divisão de

Pagamentos não exige a apresentação do bilhete eletrônico impresso nos casos de não

utilização, uma vez que os bilhetes são disponibilizados, no SCDP, pela agência de viagens.

Nestes casos, a rotina desta Divisão, é: a) orientar os servidores a informar, via e-mail, a não

utilização dos bilhetes; b) alertar a agência TRIPS sobre o cancelamento, com o objetivo de

evitar o no show; c) cobrar do servidor justificativa para a não utilização; d) registrar a

ocorrência no SCDP, de modo a viabilizar o pedido de reembolso das passagens; e) anexar as

justificativas no sistema e encerrar o processo eletrônico.

562. Nos casos em que o servidor não avisa à DPAG que não utilizou o bilhete, o

SCDP envia, como parte do fluxo do sistema, e-mails de cobrança de prestação de contas

diariamente, os quais somente cessam quando a prestação de contas é enviada à Divisão e

processada pelo setor competente, conforme o disposto na Portaria MP 205, de 2/4/2010.

Neste momento, a não utilização do bilhete é registrada no sistema, com a devida justificativa.

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Caso o servidor não preste contas e fique com o processo em aberto, o SCDP exige que a

aprovação de novas missões seja realizada pelo perfil de Autoridade Superior. Conforme o

Artigo 18 da IN nº 3 do MPOG: “Caberá ao proponente autorizar o afastamento. 1º Deverá a

autoridade máxima dos órgãos ou entidades autorizar o afastamento nos casos abaixo: [...] II -

efetuada por servidor que não prestou contas de viagem anteriormente realizada.”

563. Ademais, esta Divisão tem como prática cobrar a devida justificativa para todas

as solicitações de não utilização, de cancelamento e de remarcação de bilhetes aéreos. As

justificativas são inseridas nos campos disponibilizados pelo próprio SCDP, pois nenhuma

Proposta de Concessão de Diárias e Passagens pode ser alterada, complementada ou

cancelada, sem o preenchimento adequado desses campos.

564. Por fim, cumpre ressaltar que o SCDP foi estruturado de forma que o cadastro

das viagens e o preenchimento das devidas justificativas fossem realizados pelos solicitantes

de viagem e de passagem das unidades proponentes, conforme o art. 2º e o art. 13 da IN nº 3

do MPOG. Entretanto, a DPAG tem realizado essa função, para garantir a continuidade da

emissão de passagens no MRE. Com vistas a normalizar o fluxo do SCDP e adequar o

Ministério ao ordenamento legal vigente, está em fase final de elaboração plano de

redefinição de funções. Assim, cada unidade poderá operar o SCDP de acordo com o perfil

correspondente.

Análise do Controle Interno

565. As determinações do TCU constantes do referido Acórdão referem-se ao

exercício de 2013, ocasião em que a Unidade não se encontrava integrada eletronicamente ao

SCDP para realizar as aquisições de passagens aéreas. As prestações de contas relativas às

aquisições de passagens concedidas no exercício de 2015, ocasião em que a Unidade passou a

utilizar o Sistema, constitui objeto de item específico do presente relatório.

566. Como se observa, a Unidade não respondeu objetivamente às determinações do

TCU referentes à Tomada de Contas Anual de 2013, no que concerne à falta de exigência da

apresentação dos cartões de embarque ou dos bilhetes não utilizados, bem como ao

pagamento de multas e taxas por motivo de cancelamento de bilhetes aéreos sem a devida

justificativa.

567. Ademais, a Unidade não comprovou a implementação de medidas concretas e

mais rigorosas para fazer cessar as irregularidades apontadas na Decisão, ou para ressarcir ao

Erário os eventuais danos delas decorrentes, inclusive mediante a instauração de tomada de

contas especial, se necessário.

568. A equipe de auditoria observa que as recorrentes deficiências nas rotinas

administrativas verificadas, há vários exercícios, na aquisição de passagens aéreas, no âmbito

do DSE, podem comprometer a eficiência e transparência do gasto público, configurando

desatendimento dos artigos 37 e 70 da Constituição Federal.

RECOMENDAÇÕES

569. Impor regras mais rígidas que obriguem os servidores a apresentarem os

cartões de embarque ou os bilhetes não utilizados no exercício de 2013 e, caso não o façam,

tomar as providências cabíveis, nos termos da Portaria MP 205, de 2/4/2010.

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570. Justificar o pagamento de multas e taxas motivadas pela remarcação ou pelo

cancelamento de bilhetes aéreos e, se for o caso, ressarcir ao Erário os prejuízos

eventualmente comprovados.

Acórdão nº 51/2016 – TCU – 2ª Câmara

1.7.1. Determinar à Subsecretaria-Geral do Serviço Exterior, com fulcro nos

arts. 3º e 4º da Instrução Normativa – TCU 71/2012, c/c o art. 8°, § 1°, da Lei

8.443/92, c/c com o art. 197, § 1°, do RI/TCU, caso ainda não o tenha feito,

que adote as medidas administrativas com vistas à apuração dos fatos,

identificação dos responsáveis e quantificação e ressarcimento de eventuais

débitos por pagamentos de juros, multas e atualizações monetárias

decorrentes de atrasos nos pagamentos dos contratos de fornecimento de

energia elétrica, água e esgoto, telecomunicações, e outros porventura

detectados, a partir do exercício de 2007 (item 68, da instrução de peça 8), e,

em caso de insucesso das referidas medidas, instaure e encaminhe a este

Tribunal, no prazo de 120 dias, a respectiva tomada de contas especial.

Manifestação da Unidade Auditada

571. Com o objetivo de que esta Divisão tomasse as providências necessárias para

cumprir com o disposto no Acórdão nº 51/2016 da 2ª Câmara do TCU a Assistente de

Chancelaria Kátia de Oliveira Motta, lotada no Consulado-Geral em Santa Cruz de la Sierra,

foi chamada a serviço entre 20 de junho e 19 de agosto. Esta Divisão submeterá o

levantamento realizado pela servidora, após o término de sua chamada a serviço, ao exame

das instâncias superiores e da CISET.

Análise do Controle Interno

572. Conforme resposta do gestor, o processo encontra-se na fase de quantificação e

identificação, com previsão de término em 19 de agosto de 2016. Por meio do Ofício nº

304/2016, datado de 02/08/2016, foi solicitado que o prazo para comunicação dos resultados

ao TCU seja estendido para 30/09/2016.

1.7.2. Recomendar à SGEX que implemente controles internos capazes de

garantir cumprimento ao estabelecido na Lei 8.730/93, relativamente à

obrigatoriedade de apresentação das declarações de bens e rendas pelas

autoridades e servidores indicados no art. 1° do aludido diploma legal (item

45, da instrução de peça 8).

Manifestação da Unidade Auditada

573. Em relação ao item 1.7.2 do Acórdão nº 51/2016 – TCU – 2ª Câmara, informo

que a DP tem buscado cumprir a Lei 8.730/93 por meio de duas rotinas:

a) incentivo, com base na Instrução Normativa TCU nº 67/2011, da entrega da

Autorização de Acesso aos Dados de Bens e Rendas das Declarações de Ajuste Anual do

Imposto de Renda Pessoa Física (formulário AUT) como forma de cumprimento da exigência

contida no art. 13 da Lei nº 8.429, de 1992, e no art. 1º da Lei nº 8.730, de 1993; e

b) cobranças anuais junto aos servidores da apresentação do formulário DEC-1

em conjunto com a Declaração de Bens e Rendas - DBR.

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574. O resultado das referidas ações é o significativo estimulo à entrega do

formulário AUT, que tem se refletido no percentual crescente de servidores que optam por

esse instrumento. Em 2013, 77% optaram pelo AUT. Em 2014, 86%, e, em 2015, 89%.

575. O principal problema que a DP tem enfrentado em relação às obrigações

constantes da Lei 8.730/93 tem ocorrido quando da exoneração dos servidores que optam pelo

Formulário DEC-1, acompanhado da Declaração de Bens e Renda. Muitos desses servidores

não têm apresentado a DBR tempestivamente à DP, ao final da ocupação de cargos

comissionados. Com vistas a solucionar tal questão, informo que a DP criará nova rotina de

trabalho que reforçará a cobrança da DBR dos servidores inadimplentes.

Análise do Controle Interno

576. As medidas implementadas pelo gestor da Unidade para dar cumprimento ao

estabelecido na Lei 8.730/93, relativamente à obrigatoriedade de apresentação das declarações

de bens e rendas pelas autoridades e servidores indicados no art. 1º do aludido diploma legal,

não foram suficientes para se obter os resultados esperados.

577. Cumpre observar, no entanto, que a recomendação do TCU descrita no subitem

1.7.2. do Acórdão 51/2016 – Segunda Câmara refere-se ao exercício de 2012, sem, no

entanto, o devido cumprimento absoluto pela Unidade.

578. Ressalte-se que, o artigo 16 da lei 8.443/92, no seu § 1º estabelece que :

"Art. 16 …:

(…)

§ 1° O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de reincidência

no descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido ciência,

feita em processo de tomada ou prestarão de contas."

579. Quanto ao item 1.7.3: "Recomendar ao MRE que em conjunto com

o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) estabeleça, se ainda não

houver, plano de ação visando a adequada e tempestiva manutenção dos bens imóveis

adquiridos no exterior, incluindo se for o caso, ações no orçamento

do ministério destinadas especificamente para manutenção dos aludidos bens (item

55, da instrução de peça 8).", a Unidade, até o término dos trabalhos de auditoria, não

se pronunciou.

Acórdãos TCU nº 132/2016 – Plenário e nº 1432/2016 – Plenário

580. Pelo Acórdão nº 132/2016 de janeiro de 2016, o TCU determinou ao MRE que,

instaure e conclua, no prazo de 90 dias, Tomada de Contas Especial com vistas à apuração

dos valores pagos indevidamente pelo Ministério no âmbito dos Contratos nº 8/2012, firmado

com a empresa Citel Construtora, Comércio e Serviços Ltda., e nº 12/2014, celebrado com a

empresa Maria da Silva Soares – EPP.

581. Atendendo a solicitação do Ministério, por meio do Acórdão nº 1432/2016 –

TCU - Plenário, o Tribunal acatou pedido de prorrogação de prazo, para finalização dos

trabalhos, fixando a data de 30/9/2016 como prazo final para cumprimento da determinação.

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Acórdão nº 822/2016 – TCU – Plenário

1.6.1. Manter acompanhamento até a efetiva publicação do novo Guia de

Administração Postos (GAP), homologação final dos sistemas de patrimônio e

de contabilidade e administração financeira dos postos no exterior e

finalização do processo de interligação das unidades diplomáticas no exterior

ao Siafi, abordadas nos subitens 9.1.1, 9.1.2.1, 9.1.2.2 e 9.1.2.3 do Acórdão

574/2012-TCU-Plenário, nas contas da Secretaria-Geral do Serviço Exterior

(SGEX/MRE);

1.6.2. Apensar os autos, após as comunicações e demais ações processuais, ao

processo de origem, TC 020.217/2007-3, nos termos do item 64.2 da Portaria-

Segecex 27/2009.

582. Com relação ao item 1.6.1, registre-se:

a) quanto à publicação do novo GAP:

Situação atual: Aprovado pela Portaria nº 380, de 1º de julho de 2016,

publicada no Boletim de Serviço nº 125/A, de 1 º de julho de 2016;

b) quanto à homologação final do sistema de patrimônio:

Situação atual – os comentários registrados nos parágrafos 439 a 479 revelam

que ademais de o sistema não estar totalmente finalizado, inexiste, segundo o

gestor, data prevista para que o sistema possa entrar estar totalmente em uso

pelos diversos usuários;

c) quanto à homologação final do sistema de contabilidade e administração

financeira dos postos no exterior:

Situação atual: novo sistema ainda não entrou em funcionamento. Segundo

registrado no Relatório de Gestão, o novo sistema de aperfeiçoamento do

Sistema de Gestão Orçamentária e Financeira (6ª fase do SIGEF), já está 95%

desenvolvido;

d) quanto à finalização do processo de interligação das unidades diplomáticas no

exterior ao Siafi:

Situação atual: Do total de 220 Postos, 77 foram siafizados.

Reproduz-se comentário inserido no Relatório de Gestão pela COF, unidade

subordinada à SGEX, responsável pela implementação do processo de

siafização dos Postos no exterior:

“A Coordenação-Geral de Orçamento e Finanças, órgão setorial

orçamentário, subordinado à SGEX, tem como planejamento básico a

execução tempestiva de ações de descentralização orçamentária e financeira.

Dentre as atribuições planejadas para 2015 pela COF, figurou a continuidade,

em atendimento a orientações emanadas do TCU, do processo de “siafização”

das repartições diplomáticas e consulares brasileiras no exterior. Diante da

escassez de recursos financeiros, no entanto, somente três postos foram

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interligados ao SIAFI, somando-se a outros 74 que já haviam sido

“siafizados” em exercícios anteriores."

Acórdão nº 1176/2014 – Plenário

583. Pelo Acórdão nº 1176/2015 – Plenário, o TCU determinou aos órgãos da

administração pública a revisão nos proventos das aposentadorias concedidas com

fundamento no art. 40, §3, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda

Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, e no art. 2º dessa mesma Emenda, a partir

da vigência na MP nº 167, de 2004, convertida na Lei nº 10.887/2004.

584. Em resposta à SA nº 04/2016, de 13/04/2016, a Unidade de Pessoal do MRE

identificou as aposentadorias que se enquadraram no citado Acórdão, especificando a situação

atual da revisão. Cabe destacar que a auditoria, após a primeira análise nos cálculos finais dos

proventos da aposentadoria, encontrou as seguintes situações:

a) o cálculo dos proventos da aposentadoria após a atual revisão resultou em

proventos inferiores ao originalmente encontrados na data da aposentadoria. Os aposentados

foram notificados para que tivessem conhecimento da mudança de remuneração;

b) existência de lacunas nos lançamentos de contribuições previdenciárias dos

aposentados nos períodos em que os servidores estavam em missões no exterior, cujas fichas

financeiras foram geridas pelo EFNY, sem o correspondente registro dos recolhimentos no

SIAPEnet. Após revisão e inclusão dos referidos valores, o valor final da aposentadoria

resultou em proventos superiores aos originalmente encontrados na data da aposentadoria.

c) aposentadorias em que não ocorreram alterações financeiras, uma vez que os

servidores possuíam todos os requisitos para aposentadoria voluntária, mas suas portarias de

concessão apresentaram fundamentos legais de aposentadoria compulsória. Foram feitas as

devidas alterações nas portarias, nos registros do SIAPE e do SISACnet.

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IV – CONCLUSÃO

585. Tendo em vista os exames realizados no período a que se refere o presente

processo, concluímos pela REGULARIDADE COM RESSALVAS do processo de contas da

Unidade Prestadora da Conta.

Brasília-DF, em 1º de agosto de 2016.

DJDNC

Auditor Federal de Finanças e Controle

Matricula SIAPE –xxxxxx

EFT

Auditor Federal de Finanças e Controle

Matrícula SIAPE – xxxxxxxxx

LCSF

Auditor Federal de Finanças e Controle

Matricula SIAPE –xxxxxx

SMS

Auditor Federal de Finanças e Controle

Matricula SIAPE –xxxxxx

MJC

Auditor Federal de Finanças e Controle

Matricula SIAPE –xxxxxx

HSM

Técnico Federal de Finanças e Controle

Matrícula SIAPE – xxxxxxx

URS

Técnico Federal de Finanças e Controle

Matrícula SIAPE – xxxxxxx

MAP

Técnico Federal de Finanças e Controle

Matrícula SIAPE – xxxxxxx

NCP

Técnico Federal de Finanças e Controle

Matrícula SIAPE – xxxxxxx