relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

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INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE CENTRO NACIONAL DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO DE CAVERNAS RELATÓRIO FINAL OFICINA DE CAVERNAS TURÍSTICAS - Parte 1 - Brasília/DF, 14 de fevereiro de 2014

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INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE CENTRO NACIONAL DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO DE CAVERNAS

RELATÓRIO FINAL

OFICINA DE CAVERNAS TURÍSTICAS - Parte 1 -

Brasília/DF, 14 de fevereiro de 2014

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Plano de Ação Nacional para a Conservação do Patrimônio Espeleológico nas Áreas Cársticas da Bacia do Rio São Francisco – PAN Cavernas do São Francisco

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes

Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas – CECAV

Coordenador: Jocy Brandão Cruz

Responsável pelo Setor Técnico: André Afonso Ribeiro

Coordenação do PAN:

Maristela Feliz de Lima, Coordenadora

Lindalva Ferreira Cavalcanti, Coordenadora-Executiva

Coordenador do Objetivo Específico 12 do PAN

Titular: Christiane Donato, membro da sociedade civil

Suplente: Enrico Bernard, UFPE

Articuladora da Ação 12.3 do PAN

Rita de Cássia Surrage de Medeiros

Colaboradores da Ação 12.3 do PAN

Participantes da Oficina

Equipe técnica do Projeto (CECAV):

Cristiano Fernandes Ferreira

Diego de Medeiros Bento

Issamar Meguerditchian

Lindalva Ferreira Cavalcanti

Maristela Felix de Lima

Rita de Cássia Surrage de Medeiros

Equipe de facilitação (CECAV):

Jocy Brandão Cruz e Cristiano Fernandes Ferreira

Relatoria da Oficina (CECAV):

Lindalva Ferreira Cavalcanti

Elaboração do Relatório (CECAV):

Lindalva Ferreira Cavalcanti, Maristela Felix de Lima, André Afonso Ribeiro, Cristiano Fernandes Ferreira, Issamar Meguerditchian

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Sumário

PARTE I DA OFICINA: ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO ESPELEOLÓGICO ............. 5

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 5

2. PLANO DE MANEJO ESPELEOLÓGICO ............................................................................................................ 8

2.1. Introdução ........................................................................................................................................ 10

2.2. Objetivo Geral ................................................................................................................................... 10

2.3. Área de Estudo .................................................................................................................................. 10

2.4. Métodos ........................................................................................................................................... 10

2.5. Caracterização Socioambiental .......................................................................................................... 10

2.5.1. Meio Físico ................................................................................................................................ 10

2.5.1.1. Geologia .............................................................................................................................. 10

2.5.1.2. Paleontologia ....................................................................................................................... 10

2.5.1.3. Geomorfologia ..................................................................................................................... 11

2.5.1.4. Hidrografia ........................................................................................................................... 11

2.5.1.5. Microclimatologia ................................................................................................................ 11

2.5.2. Meio Biótico .............................................................................................................................. 11

2.5.2.1. Flora .................................................................................................................................... 11

2.5.2.2. Fauna................................................................................................................................... 12

2.5.3. Meio Socioeconômico ............................................................................................................... 12

2.5.3.1. Arqueologia ......................................................................................................................... 13

2.5.3.2. Patrimônio Histórico e Cultural (material e imaterial) ........................................................... 13

2.5.3.3. Turismo (Visitação) .............................................................................................................. 13

2.6. Análise Integrada .............................................................................................................................. 13

2.7. Avaliação Integrada dos Impactos Ambientais ................................................................................... 13

2.8. Zoneamento Espeleológico ................................................................................................................ 14

2.8.1. Definição das zonas ................................................................................................................... 14

2.8.1.1. Zona de Preservação ............................................................................................................ 14

2.8.1.2. Zona de Uso restrito............................................................................................................. 14

2.8.1.3. Zona de Uso Extensivo ......................................................................................................... 14

2.8.1.4. Zona de Uso Intensivo .......................................................................................................... 14

2.8.1.5. Zona de Recuperação ........................................................................................................... 15

2.8.1.6. Zona Externa ........................................................................................................................ 15

2.8.2. Critérios do Zoneamento ........................................................................................................... 15

2.9. Programas de Gestão e Manejo ......................................................................................................... 16

2.9.1. Capacidade de Carga ................................................................................................................. 16

2.9.2. Normas de Uso .......................................................................................................................... 16

2.9.2.1. Usos permitidos pelo zoneamento ....................................................................................... 17

2.9.2.2. Limitações sazonais .............................................................................................................. 17

2.9.2.3. Segurança ............................................................................................................................ 17

2.9.3. Conservação da caverna e da área de estudo ............................................................................. 17

2.9.4. Recursos humanos .................................................................................................................... 17

2.9.5. Educação e Interpretação Ambiental ......................................................................................... 17

2.9.5.1. Capacitação de Condutores de Visitantes ............................................................................. 17

2.9.5.2. Conteúdo programático ....................................................................................................... 18

2.9.6. Pesquisa e Monitoramento........................................................................................................ 18

2.10. Projetos Especiais .............................................................................................................................. 18

2.10.1. Infraestrutura ............................................................................................................................ 18

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2.10.2. Salvamento/Resgate.................................................................................................................. 20

2.11. Equipe Técnica .................................................................................................................................. 20

2.12. Referências ....................................................................................................................................... 20

2.13. Anexos .............................................................................................................................................. 20

2.13.1. Guia de aplicação do plano de manejo espeleológico (rápido e sintético) ................................... 20

3. ENCAMINHAMENTOS DA OFICINA ............................................................................................................. 20

4. PARTICIPANTES DA OFICINA ....................................................................................................................... 21

5. AGRADECIMENTOS .................................................................................................................................... 22

6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 22

7. APRESENTAÇÕES ....................................................................................................................................... 23

APRESENTAÇÃO 1: Plano de Manejo Espeleológico: visão do órgão orientador, por Cristiano F. Fernandes

(CECAV) .... ............................................................................................................................. ...........................24

APRESENTAÇÃO 2: Diretrizes para a Elaboração de Planos de Manejo Espeleológicos: visão do órgão

licenciador, por Flávia Neri de Moura (IMASUL/MS) ................................................................................... 32

APRESENTAÇÃO 3: Experiências em Plano de Manejo Espeleológico: escopo, abrangência e determinação

de prioridades, por Gisele C. Sessegolo (Ecossistema Consultoria Ambiental e GEEP Acungui/PR) .............. 39

APRESENTAÇÃO 4: Lapa Nova – Plano de Manejo, por Vitor Moura (Instituto do Carste e Grupo Bambuí de

Pesquisas Espeleológicas/MG) ................................................................................................................... 52

APRESENTAÇÃO 5: Exemplos de Aplicação do Termo de Referência do CECAV para o Plano de Manejo

Espeleológico de Cavernas com Atividades Turísticas, por Luciana Alt (Instituto do Carste e Grupo Bambuí

de Pesquisas Espeleológicas/MG) .............................................................................................................. 59

APRESENTAÇÃO 6: Contribuições para a Discussão de Termo de Referência dos Planos de Manejo

Espeleológico no Brasil, por Heros Augusto Santos Lobo (UFSCar e Associação Internacional de Cavernas

Turísticas - ISCA) ........................................................................................................................................ 73

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PARTE I DA OFICINA: ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO ESPELEOLÓGICO

1. INTRODUÇÃO

O Brasil, por possuir um expressivo Patrimônio Espeleológico, tem o espeleoturismo como

um produto já consolidado em algumas regiões, com enfoque de contemplação, aventura e outras

possibilidades. Entretanto, é importante destacar que toda e qualquer atividade, mesmo com grande

potencial de geração de emprego e renda, deve ser conduzida de forma sustentável, a fim de evitar

impactos significativos no ambiente.

De acordo com a legislação atual, os empreendimentos e atividades turísticas que utilizam

o ambiente constituído pelo Patrimônio Espeleológico necessitam de planejamento prévio, de forma

a permitir o uso da caverna de maneira sustentável e legal.

Nesse contexto, o Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico

Brasileiro - PNCPE, instituído pela Portaria MMA nº 358/2009 (MMA, 2009), prevê a utilização

sustentável desse Patrimônio, por meio da priorização de metas que inclui o ordenamento do

espeleoturismo e o apoio a práticas e negócios sustentáveis que garantam a manutenção da

geodiversidade e da funcionalidade do Patrimônio Espeleológico, conforme o art. 4º, inciso III, alínea

“c” da referida Portaria.

O PNCPE propiciou a elaboração do Plano de Ação Nacional para a Conservação do

Patrimônio Espeleológico nas Áreas Cársticas da Bacia do Rio São Francisco - PAN Cavernas do São

Francisco, que tem por objetivo garantir, nos próximos cinco anos, a conservação do Patrimônio

Espeleológico brasileiro, por meio do conhecimento, promoção do uso sustentável e redução dos

impactos antrópicos, prioritariamente nas áreas cársticas da Bacia do rio São Francisco.

O enorme potencial turístico encontrado tanto em cavidades naturais subterrâneas quanto

na paisagem cárstica da região de abrangência do PAN Cavernas do São Francisco foram

considerados como elementos propulsores para a definição de ações envolvendo o espeleoturismo.

Nesses termos, a estruturação do uso turístico de cavernas e o fortalecimento da articulação e

integração de esforços entre a iniciativa pública, privada e a sociedade civil encontram-se dentre os

objetivos específicos deste plano de ação nacional.

Dessa forma, dando continuidade ao Projeto Implementação do PAN Cavernas do São

Francisco – Fase 2, o CECAV realizou a Oficina Participativa sobre Cavernas Turísticas, no período de

14 a 17 de maio de 2013, no Auditório da Superintendência do IBAMA em Minas Gerais1. Para

facilitar os debates e com a finalidade de atingir os objetivos propostos, a Oficina foi dividida em

duas partes.

Na Parte I, as discussões foram voltadas para o estabelecimento de orientações técnicas

visando à elaboração de planos de manejo espeleológico. Na Parte II, os trabalhos trataram da

definição de critérios para a composição da lista de cavernas com uso turístico na região de

abrangência do PAN do São Francisco.

O evento contou com convidados dos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas

Gerais, Paraná, São Paulo, Sergipe e do Distrito Federal, representando órgãos públicos (federais,

estaduais e municipais), Instituições de Ensino e Pesquisa e organizações não governamentais.

1 Na tarde do dia 14 e manhã de 15 de maio, o evento foi realizado no Auditório do CREA/MG, situado à Av.

Álvares Cabral, nº 1.600, 6º andar, em Belo Horizonte/MG.

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Em síntese, a Parte 1 da Oficina versou sobre a Ação 12.3 do PAN Cavernas do São

Francisco, isto é, promover, por meio de oficina participativa, a revisão do documento que orienta a

elaboração de planos de manejo espeleológico, incluindo novas orientações.

Assim, inicialmente, foi feita uma rodada de palestras para contextualização do tema.

Na palestra inicial, Plano de Manejo Espeleológico: visão do órgão orientador, pelo Analista

Ambiental Cristiano Fernandes Ferreira, do CECAV, foram abordados assuntos relacionados ao uso

turístico de cavernas, os aspectos legais sobre a elaboração e análise de planos de manejo

espeleológico, inclusive as competências do CECAV relacionadas ao tema. Também foram

apresentados os seguintes pontos que deveriam ser considerados nos debates:

Os documentos dos planos de manejo espeleológico são extensos, complexos,

desconexos e pouco objetivos;

Existe grande dificuldade de aplicação prática do plano de manejo espeleológico,

seja por motivos culturais ou estruturais;

Os estudos são, em vários casos, dispendiosos, demorados e superdimensionados;

Existe muita dificuldade para conciliar os interesses de conservação com os

econômicos ou sociais; e

Geralmente, são documentos de gaveta, ou seja, sem aplicação prática.

O palestrante do CECAV também apresentou, na visão do órgão orientador, alguns itens

importantes para a melhoria dos planos de manejo espeleológico, a partir da experiência acumulada

ao longo do processo de análise e elaboração desses documentos:

Os planos de manejo espeleológico devem ser dinâmicos em todas as suas etapas

(elaboração, implantação e atualização);

Os estudos devem ser direcionados para as cavernas e sua relação com o turismo;

O foco deve ser voltado para o ordenamento, zoneamento, implantação física e

monitoramento; e

Os resultados devem ser incorporados pelos principais atores (gestores, guias etc.).

Na palestra Diretrizes para a Elaboração de Planos de Manejo Espeleológicos: visão do

órgão licenciador, pela Fiscal Ambiental Flávia Neri de Moura, do IMASUL (órgão ambiental do

estado do Mato Grosso do Sul), foi feita uma retrospectiva das tratativas do Estado para a

regularização do uso turístico em cavernas, iniciadas em julho de 2006. A Resolução SEMAC nº

24/2010 que estabeleceu procedimentos para o licenciamento ambiental das atividades turísticas em

cavidades naturais no âmbito do estado do Mato Grosso do Sul também mereceu destaque na

apresentação, bem como a concessão da primeira licença de operação de atividade turística em

cavidades naturais subterrâneas, especificamente para a Gruta Lagoa Misteriosa, localizada no

município de Jardim/MS. Sobre o papel da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), a palestrante

informou que apesar de a Secretaria não ter orientação normativa para o uso turístico das cavidades,

esse assunto na Superintendência da SPU/MS é prioritário. Por outro lado, também foi informado

que os proprietários ainda não “aderiram” aos procedimentos devido aos altos custos dos estudos

espeleológicos; excesso de informação (muito densa e não tão relevante para o manejo da cavidade)

etc.

Na palestra Experiências em Plano de Manejo Espeleológico: escopo, abrangência e

determinação de prioridades, pela Dra. Gisele C. Sessegolo, da Ecossistema Consultoria Ambiental e

GEEP-Açungui/PR, foram apresentados os instrumentos de conservação e a evolução do manejo de

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cavernas no Brasil. A palestrante também destacou dois pontos importantes para o debate da 1ª

Parte da Oficina:

Os estudos, em geral, tratam as cavernas de forma isolada, não inserido-as no

planejamento da área externa; e

Existe lacuna estratégica em relação à conservação do Patrimônio Espeleológico,

pois os planos de manejo não obrigam e nem garantem a efetiva conservação da

cavidade e de sua área de influência.

Na palestra Lapa Nova – Plano de Manejo, por Vitor Moura, do Instituto do Carste e Grupo

Bambuí de Pesquisas Espeleológicas, foi apresentado o plano de manejo da Lapa Nova, caverna com

concentração de visitantes durante uma festa religiosa anual (Festa da Virgem da Lapa). Foram

abordados o tempo e custos gastos com a elaboração do plano de manejo espeleológico, por meio

de um método rápido e simplificado e bastante eficaz tanto para a identificação de problemas

quanto para a proposição de medidas de controle e monitoramento em caverna com visitação

concentrada.

Nessa apresentação foram destacados os seguintes pontos para o debate na 1ª Parte da

Oficina:

Necessidade de monitorar e revisar o plano de manejo espeleológico, a fim de que

seja um instrumento dinâmico;

Importância de monitorar a dinâmica da visitação, bem como as alterações físicas

em sedimentos clásticos e químicos; e

Necessidade de garantir a implementação das ações, de acordo com as orientações

do plano de manejo espeleológico.

Na palestra Exemplos da Aplicação do Termo de Referência do CECAV para o Plano de

Manejo Espeleológico de Cavernas com Atividades Turísticas (2008), Luciana Alt, do Instituto do

Carste e Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas, trouxe como contribuição, aspectos positivos e

negativos relacionados à aplicação desse instrumento nos Planos de Manejo Espeleológico da Gruta

do Maquiné e Gruta Rei do Mato, localizadas nos Monumento Natural Estadual Peter Lund e

Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, respectivamente.

a) Pontos positivos:

Permite definir a diversidade, relevância, integridade do Patrimônio Espeleológico;

Permite identificar os objetivos e alvos de proteção;

Permite identificar as pressões existentes sobre o Patrimônio;

Permite a contextualização da caverna “foco” e área de influência;

Fornece subsídios para o zoneamento da UC;

Possibilita a sugestão de revisão dos limites da UC e de sua zona de amortecimento;

Permite identificar impactos e proposição de medidas mitigatórias;

Permite identificar potencialidades para uso público ou pesquisa na UC;

Permite a identificação de conflitos de uso na UC.

b) Pontos negativos:

A topografia das cavernas identificadas demanda muito tempo; poderia entrar

como um programa de manejo específico;

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Limitações de tempo e recursos dificultam a realização de uma campanha de

prospecção detalhada;

Dependendo do contexto financeiro e ambiental da caverna “foco”, o

levantamento do potencial espeleológico pode, num primeiro momento, ser um

desperdício de recursos, que poderiam ser mais bem aplicados em estudos

emergenciais ligados ao manejo da caverna “foco".

A palestra Contribuições para a Discussão do Termo de Referência dos Planos de Manejo

Espeleológico no Brasil, pelo Dr. Heros Augusto Santos Lobo, da UFSCar/SP e Associação

Internacional de Cavernas Turísticas (ISCA), teve como destaque um aspecto importante relacionado

ao tempo médio necessário para a elaboração de um plano de manejo espeleológico. De acordo com

a experiência do palestrante seria preciso 18 meses, para mais ou para menos, assim distribuídos: i)

diagnóstico, considerando a sazonalidade para a fauna e espeleoclima (mínimo de 8 meses); ii)

análise do diagnóstico (3 a 4 meses); iii) análise integrada (1 mês); iv) prognósticos e programas (3

meses); e v) finalização (1 a 2 meses), sendo que:

Os diagnósticos precisam ser focados no vetor de pressão, ou seja, o uso público;

Os programas de gestão precisam ser claros, diretos e objetivos;

Os planos de manejo espeleológico precisam ser implantados;

A análise integrada deve prevalecer sobre uma única especificidade; e

Deve haver monitoramento.

Houve também a palestra de Alexandre Lantelme Kirovisk, da Diretoria de Criação e

Manejo de Unidades de Conservação – DIMAN, do Instituto Chico Mendes, que abordou o Plano de

Manejo Estratégico de Unidades de Conservação federais.

As apresentações, gentilmente cedidas pelos palestrantes, fazem parte deste relatório.

O documento técnico resultante da Oficina, de caráter orientativo será divulgado pelo

CECAV e encaminhado aos órgãos responsáveis pelos processos de licenciamento ambiental de

empreendimentos ou atividades turísticas, religiosas ou culturais que utilizem o ambiente

constituído pelo Patrimônio Espeleológico, como contribuição ao processo de estruturação e

regulamentação do uso turístico de cavernas.

2. PLANO DE MANEJO ESPELEOLÓGICO

As cavernas são bens da União, conforme estabelece o inciso X do art. 20 da Constituição

Federal (BRASIL, 1988) e a possibilidade do uso desse Patrimônio tem amparo legal no art. 1º do

Decreto nº 99.556/1990, com a redação dada pelo Decreto nº 6.640/2008 (BRASIL, 2008):

As cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional deverão ser

protegidas, de modo a permitir estudos e pesquisas de ordem técnico-científica,

bem como atividades de cunho espeleológico, étnico-cultural, turístico, recreativo e

educativo.

Por sua vez, os empreendimentos ou atividades turísticas, religiosas ou culturais que

utilizam o ambiente constituído pelo Patrimônio Espeleológico são regulamentados pela Resolução

CONAMA nº 347/2004 e para tanto necessitam de Plano de Manejo Espeleológico, elaborado pelo

órgão gestor ou o proprietário da terra onde se encontra a caverna (CONAMA, 2004).

Plano de Manejo Espeleológico e seu consequente zoneamento são definidos pela

Resolução CONAMA nº 347/2004, conforme segue:

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Plano de Manejo Espeleológico é documento técnico mediante o qual, com

fundamento nos objetivos gerais da área, se estabelece o seu zoneamento e as

normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais,

inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da cavidade

natural subterrânea (inciso V, do art. 2º).

Zoneamento espeleológico é a definição de setores ou zonas em uma cavidade

natural subterrânea com objetivos de manejo e normas específicos, com o

propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos do

manejo sejam atingidos (inciso VI do art. 2º).

A referida Resolução CONAMA ainda estabelece em seu art. 6º que:

O IBAMA disponibilizará termo de referência para elaboração do Plano de Manejo

Espeleológico de que trata este artigo, consideradas as diferentes categorias de uso

do patrimônio espeleológico ou de cavidades naturais subterrâneas (parágrafo 1º).

No caso das cavidades localizadas em propriedades privadas o uso das mesmas

dependerá de plano de manejo espeleológico submetido à aprovação do IBAMA

(parágrafo 2º).

Todavia, convém esclarecer que, com a divisão do IBAMA, em 2007, e a consequente

criação do Instituto Chico Mendes, coube à nova Autarquia desenvolver as seguintes ações

relacionadas ao Patrimônio Espeleológico, em nível federal, conforme estabelece o art. 2º do

Decreto nº 7.515/2011 (BRASIL, 2011):

I- Propor e editar normas e padrões de gestão, de conservação e proteção da biodiversidade e do patrimônio espeleológico, no âmbito das unidades de conservação federais;

.................................

V- Disseminar informações e conhecimentos relativos à gestão de unidades de conservação e à conservação e ao uso sustentável da biodiversidade e do patrimônio espeleológico;

.................................

XIX- Promover e executar ações de conservação do patrimônio espeleológico brasileiro e sua biodiversidade associada.

Logo, compete ao CECAV produzir o conhecimento necessário à conservação do Patrimônio

Espeleológico, a partir da pesquisa científica, do ordenamento e da análise técnica de dados, bem

como executar e auxiliar ações de manejo para a conservação dos ambientes cavernícolas e espécies

associadas (INSTITUTO CHICO MENDES, 2009).

Dentro desse contexto e de acordo com documentos da Procuradoria Federal Especializada

junto ao Instituto Chico Mendes:

Quando a caverna se localizar dentro de unidades de conservação federais, em seu

entorno ou em sua zona de amortecimento, a responsabilidade dos planos de

manejo espeleológico é do Instituto Chico Mendes; e

Nas demais situações, a responsabilidade dos planos de manejo espeleológico é do

IBAMA ou dos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMA).

As diretrizes técnicas para a elaboração dos planos de manejo, de caráter orientativo,

foram definidas após os debates ocorridos na Parte I da Oficina, que tiveram como fundamento o

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Termo de Referência Para o Plano de Manejo Espeleológico de Cavernas Com Atividades Turísticas

(CECAV, 2008) e a Proposta de Zoneamento de Cavidades (RENAULT & LOBO, 2013).

Assim, por decisão dos participantes da Oficina, os itens 2.1 a 2.13, a seguir, devem ser

considerados em um plano de manejo espeleológico. Também foi recomendado que esse

documento técnico seja constantemente atualizado, com base no monitoramento dos impactos

identificados e na qualidade da experiência do visitante.

2.1. Introdução

Nesse item devem ser apresentados, de forma concisa, os temas que serão abordados

durante todo o documento do plano de manejo espeleológico.

2.2. Objetivo Geral

Deve conter os objetivos gerais e os específicos do plano de manejo espeleológico.

2.3. Área de Estudo

A área de estudo deve ser definida conforme o uso pretendido, apresentando-se os

critérios, métodos ou justificativas que levaram a essa definição. Além disso, deve estar vinculada aos

potenciais impactos da atividade.

2.4. Métodos

Os métodos adotados para os estudos que subsidiarão a elaboração do plano de manejo

espeleológico devem ser reconhecidos cientificamente.

A precisão do mapa topográfico (instrumento básico) deve seguir a metodologia BCRA ou

correspondente UIS, sendo: Grau 3C no geral e Grau 5D nos casos de estruturas de apoio à visitação.

Os mapas produzidos em todos os estudos temáticos deverão ser apresentados em meio

digital e impresso, com dados geoespacializados, em escala apropriada ou compatível. Deve ser

apresentada a metodologia de sua elaboração.

2.5. Caracterização Socioambiental

Os estudos temáticos destacados a seguir, e quando couber, devem ser desenvolvidos para

a área de estudo (numa abordagem local), em atendimento ao objetivo geral do plano de manejo

espeleológico e visando à compreensão dos potenciais impactos e do uso.

2.5.1. Meio Físico

2.5.1.1. Geologia

a) Caracterização geológica da área de estudo contemplando litologia, estrutura,

identificação de áreas de risco geotécnico;

b) Caracterização geológica interna da cavidade contemplando litologia, estrutura,

identificação de áreas de risco e a integridade física do ambiente.

2.5.1.2. Paleontologia

a) Caracterização paleontológica superficial;

b) Presença e localização (em mapa) de jazigos fossilíferos (vestígios, depósitos

sedimentares promissores etc.).

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11

2.5.1.3. Geomorfologia

a) Caracterização geomorfológica da área de estudo, com identificação de suas

principais feições e sua funcionalidade para o sistema cavernícola;

b) Identificação das áreas de riscos (naturais e antrópicos) e os potenciais impactos à

cavidade;

c) Caracterização geomorfológica interna da cavidade contemplando os estudos das

feições de destaque e interesse, com ênfase em:

Sedimentação clástica e química (espeleotemas raros e frágeis);

Feições espeleogenéticas;

Descrição da dinâmica dos processos geomorfológicos ativos na cavidade

(ocorrência ou propensão de processos erosivos, movimentos de massa,

inundações, assoreamentos etc.).

2.5.1.4. Hidrografia

a) Drenagens superficiais identificáveis (perenes e intermitentes);

b) Descrição dos corpos e cursos d’água (lago subterrâneo, sumidouro, surgência,

ressurgência);

c) Avaliação dos dados fluviométricos existentes para caracterização do sistema

hidrodinâmico;

d) Caracterização do sistema hidrodinâmico (respostas para eventos de grande

precipitação e variações sazonais);

e) Identificação dos níveis de poluição e de prováveis fontes poluidoras (locais

passíveis de monitoramento);

f) Análise da qualidade de água com identificação de balneabilidade e da

potabilidade.

2.5.1.5. Microclimatologia

a) Monitoramento da temperatura e da umidade relativa externa, considerando a

sazonalidade e os períodos de chuva e estiagem;

b) Monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar no interior da

cavidade, considerando a sazonalidade e a mesma periodicidade do ambiente

externo, em pontos amostrais representativos da diversidade dos ambientes

(galerias, salões etc.) e suficientes para avaliar e caracterizar o sistema

espeleoclimatológico;

c) Verificação da concentração de gases potencialmente nocivos ao ser humano no

interior da cavidade;

d) Verificação de interferência no espeleoclima devido à presença de visitantes,

demonstrada gráfica e estatisticamente.

2.5.2. Meio Biótico

2.5.2.1. Flora

Caracterização da cobertura vegetal da área de estudo contemplando a sazonalidade

climática, correlacionando com os potenciais impactos e uso.

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12

2.5.2.2. Fauna

a) Levantamento da fauna na área de estudo, com ênfase aos animais potencialmente

utilizadores de cavernas;

b) Levantamento qualitativo (em nível taxonômico mais baixo possível) e quantitativo

da fauna cavernícola, considerando a sazonalidade climática e com a utilização de

técnicas consagradas pela literatura científica;

c) Distribuição espacial das populações cavernícolas, apresentada em mapa temático;

d) Levantamento da quiropterofauna, por amostragem, utilizando técnicas

consagradas na literatura científica;

e) Identificação de espécies migratórias, ameaçadas, raras e endêmicas relacionadas à

caverna;

f) Caracterização das interações ecológicas da fauna cavernícola e dessa com o

ambiente externo.

2.5.2.2.1. Organismos Patógenos e Nocivos

a) Na observância de vetores endêmicos ou epidemiológicos, deverão ser aplicadas

metodologias específicas para seus estudos;

b) Descrever os vetores endêmicos e epidemiológicos existentes (anteriores e atuais)

e que possam interferir direta ou indiretamente no uso da cavidade, com destaque

para raiva e leishmaniose;

c) No levantamento de fauna, caso sejam detectadas espécies nocivas (escorpiões,

aranhas-marrom, serpentes etc.) deverão ser previstas soluções para a conciliação

da visitação turística com a ocorrência desses animais;

d) Verificar o risco de contágio por raiva em cavernas com populações perenes de

morcegos;

e) Coletar amostras de material em diferentes ambientes da caverna para isolamento

de fungos patogênicos (ar, água, solo, raspas de paredes, guano, material em

decomposição e sedimentos em geral);

f) Isolar as amostras coletadas para posterior identificação dos diferentes tipos

morfológicos de fungos objetivando detectar a presença dos patogênicos, em

especial, o Histoplasma capsulatum;

g) Localizar as colônias dos fungos potencialmente patogênicos, especificando seu

potencial de infecção (intensidade de infestação) com o monitoramento sazonal de

sua dispersão;

h) Identificar locais com condições específicas que possibilitem o desenvolvimento de

colônias de fungos potencialmente patogênicos;

i) Especificar a metodologia utilizada para coleta, crescimento e identificação de

fungos.

2.5.3. Meio Socioeconômico

Descrever a ocupação humana e econômica que direta ou indiretamente estão envolvidas

nos processos de pressão e de conflitos sobre a caverna.

Page 13: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

13

2.5.3.1. Arqueologia

Prospecção arqueológica na área de estudo para identificação de sítios (vestígios, depósitos

sedimentares promissores etc.), seguindo as normas e diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico

e Artístico Nacional (IPHAN).

2.5.3.2. Patrimônio Histórico e Cultural (material e imaterial)

a) Identificar previamente, na área de estudo, o patrimônio material e imaterial de

manifestações culturais que estejam relacionadas à cavidade, tais como: cultos

religiosos, vestígios de caça e pesca, visitação turística etc.;

b) Caso alguma manifestação cultural seja identificada, seguir as normas de registro e

diretrizes do IPHAN.

2.5.3.3. Turismo (Visitação)

a) Caracterizar, caso exista, a dinâmica de visitação (percurso atual, tempo de

visitação, prática atual de pessoas/grupo, prática atual de condutores/grupo, perfis

de público etc.);

b) Descrever a infraestrutura existente no interior (escadas, plataformas, corrimãos) e

no exterior da cavidade (receptivo, restaurante, sanitários etc.), localizando-as em

mapa.

2.6. Análise Integrada

Os estudos elaborados para a caracterização socioambiental devem ser analisados de

forma integrada, de forma a permitir:

i. O zoneamento da cavidade e da área de estudo;

ii. A proposição de medidas de gestão e manejo adequados ao uso sustentável da

caverna.

Para tanto, os seguintes aspectos para definir o zoneamento espeleológico precisam ser

observados:

a) Os estudos devem ser integrados em oficina interna, que contará com a

participação dos profissionais responsáveis pelos projetos especiais e pelos estudos

temáticos;

b) Os mapas temáticos devem ser sobrepostos e a síntese dos resultados deve ser de

fácil entendimento;

c) Os projetos de intervenção ou estruturas existentes (trilhas, pontes, passarelas etc.)

devem considerar a dinâmica dos corpos d’água frente à sazonalidade e eventos

extremos (enxurradas, enchentes, alagamentos, dentre outros);

d) Os impactos devem ser previamente identificados pelos estudos temáticos

2.7. Avaliação Integrada dos Impactos Ambientais

Neste item serão destacados os impactos ambientais já identificados e os potenciais,

referentes à caverna e à área de estudo, que deverão ser especificados em conjunto para todos os

fatores estudados na caracterização socioambiental:

a) Apresentar mapa temático com os impactos já existentes na caverna;

b) Apresentar a análise dos potenciais impactos nas fases de planejamento,

implantação e operação do empreendimento, devendo ser determinados e

justificados os horizontes de tempo considerados;

Page 14: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

14

c) Considerar as estratégias de medidas mitigadoras para o uso e potenciais impactos

na área de estudo.

2.8. Zoneamento Espeleológico

O zoneamento constitui um instrumento de ordenamento territorial, usado como recurso

para se atingir melhores resultados no manejo da cavidade natural subterrânea, pois estabelece usos

diferenciados para cada zona, segundo os objetivos. Com isso, aumenta-se a proteção, uma vez que

cada zona será manejada de acordo com normas para elas estabelecidas (adaptado de GALANTE et

al., 2002).

Pelo artigo 2º, inciso VI, da Resolução CONAMA nº 347/2004, zoneamento é conceituado

como:

definição de setores ou zonas em uma cavidade natural subterrânea, com objetivos

de manejo e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as

condições para que todos os objetivos do manejo sejam atingidos.

2.8.1. Definição das zonas

A conceituação das zonas que podem ser consideradas no zoneamento de uma caverna e

da área de estudo é apresentada a seguir. É importante ressaltar que cada zona pode ser dividida em

subzonas desde que sejam devidamente conceituadas e com justificativas claras para sua definição.

2.8.1.1. Zona de Preservação

Zona onde os elementos bióticos, físicos ou arqueológicos permanecem na forma original,

não apresentando alteração ou intervenção antrópica. Corresponde às áreas preservadas, sem

quaisquer tolerâncias às alterações humanas. Representa o mais alto grau de preservação para a

caverna em questão.

Função específica: Zona destinada à manutenção da integridade dos seus elementos.

2.8.1.2. Zona de Uso restrito

Zona onde ocorrem espécies da fauna cavernícola ou que apresenta características naturais

de grande valor científico, tais como patrimônio arqueológico, feições geológicas e espeleológicas

especiais. Corresponde às áreas preservadas, ainda que já tenha ocorrido pequena ou mínima

intervenção humana, contendo elementos ou processos significativos dos sistemas subterrâneos.

Função específica: Zona destinada à pesquisa técnico-científica e ao uso em escala restrita

para determinados tipos de roteiros turísticos (visitação somente em baixa escala e intensidade).

2.8.1.3. Zona de Uso Extensivo

Zona constituída em sua maior parte por áreas naturais, que podem apresentar alterações

antrópicas, apesar de não ser recomendado. Corresponde às áreas de caminhamento e pontos

interpretativos de dispersão controlada, onde o ambiente é mantido o mais próximo possível do

natural, podendo conter algumas facilidades de acesso construídas com materiais inertes e

benfeitorias que resguardem a segurança do ambiente e dos visitantes.

Função específica: Zona destinada à manutenção e conservação do ecossistema

cavernícola, com o mínimo impacto humano, permitindo a visitação.

2.8.1.4. Zona de Uso Intensivo

Zona constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem, na qual o ambiente deve ser

o mais natural possível e conter características que estimulem a conscientização e a educação

ambiental. Corresponde às áreas de caminhamento e pontos interpretativos de dispersão

Page 15: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

15

controlada, contendo: benfeitorias de acesso construídas com materiais inertes, iluminação artificial

e outras facilidades.

Função específica: Zona destinada ao estabelecimento de condições para a maior

integração entre o ser humano e a natureza, bem como para o lazer intensivo (alta escala) com o

mínimo de impacto negativo ao ambiente.

2.8.1.5. Zona de Recuperação

Zona que contém áreas antropizadas, mas com potencial de recuperação. É considerada

como uma zona provisória, pois, uma vez restaurada, será incorporada às demais. As espécies

exóticas introduzidas ou outras alterações existentes devem ser removidas e a restauração deverá

ser natural ou naturalmente induzida.

Função específica: Zona destinada ao uso público em escala restrita, para fins de pesquisa

técnico-científica, atividade pedagógica ou educação ambiental.

2.8.1.6. Zona Externa

Zona constituída pela área correspondente à projeção em superfície do desenvolvimento

da cavidade sob manejo e seu entorno imediato (extensão a ser definida por estudos técnicos).

Trata-se de uma área em que as atividades humanas estão sujeitas ao manejo, no intuito de

minimizar impactos negativos sobre os sistemas subterrâneos.

Função específica: Zona destinada à manutenção da conservação da cavidade natural

subterrânea e seu entorno imediato. Deve ser evitada a construção de estruturas de receptivo em

locais que possam causar impactos negativos (ambientais e visuais) para a caverna.

2.8.2. Critérios do Zoneamento

Os parâmetros que devem ser observados tanto na delimitação do zoneamento interno

(caverna) quanto do externo (área de estudo) são:

a) Distribuição da fauna terrestre;

b) Diversidade da fauna (número de espécies e de indivíduos);

c) Ocorrência de espécies em extinção, em perigo de extinção, raras, indicadoras,

endêmicas e frágeis;

d) Manchas de guano, localização de focos de histoplasmose ou outros patogênicos;

e) Peculiaridades geológicas, geomorfológicas ou mineralógicas;

f) Fragilidade ou vulnerabilidade geotécnica;

g) Estabilidade do substrato;

h) Estado de conservação da caverna;

i) Recursos hídricos significativos;

j) Presença de sítios arqueológicos ou paleontológicos;

k) Relevância histórico-cultural ou socioeconômica na área de estudo;

l) Dimensão, morfologia ou valores paisagísticos;

m) Grau de conservação da vegetação;

n) Variabilidade ambiental (compartimentação que o relevo apresentar, em relação a

altitudes e declividades);

o) Vulnerabilidade ambiental;

Page 16: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

16

p) Potencial de visitação atual e proposta;

q) Riscos ao visitante; e

r) Presença de infraestrutura.

Além disso, deverão ser apresentados os seguintes mapas temáticos para a elaboração do

zoneamento, com base nos parâmetros acima descritos:

a) Mapa do estado de conservação e da área de estudo (trilhas, espeleotemas

quebrados, pichação, represa, extração de salitre, vegetação, entre outros);

b) Mapa de fragilidade ou vulnerabilidade da caverna (p. ex.: espeleotemas frágeis ou

em formação em local de fácil acesso);

c) Mapa dos graus de risco ao visitante (teto baixo, patamar com desnível abrupto,

entre outros);

d) Mapa dos atrativos de observação (espeleotemas notórios, mirantes, painéis de

arte rupestre pré-histórica, entre outros).

As informações e os mapas temáticos deverão ser integrados para que, numa análise

conjunta, sejam delimitadas as diferentes zonas, traçando posteriormente o trajeto de visitação.

Os mapas básicos e o mapa do zoneamento espeleológico deverão ser apresentados em

meios analógico e digital (preferencialmente em formato shapefile e geotiff), em escala de detalhe

que permita a sua compreensão.

2.9. Programas de Gestão e Manejo

Os itens, a seguir, sugeridos para a elaboração do programa de gestão da visitação e

manejo são conceituais e ficam a cargo da equipe técnica multidisciplinar, conforme as demandas

identificadas no plano de manejo espeleológico.

Devem ser consideradas as estratégias de medidas mitigadoras para o uso e potenciais

impactos na área de estudo.

2.9.1. Capacidade de Carga

a) Apresentar proposta da capacidade de carga para o trecho externo (trilha) e o

trecho visitável no interior da caverna, com a descrição da metodologia adotada,

prevendo uma abordagem de manejo adaptativo balizado pelo monitoramento;

b) A capacidade de carga deve ser definida com os técnicos responsáveis pelos

estudos temáticos.

Para cada um dos roteiros de visitação previstos e considerando a possibilidade de

variações sazonais, quando pertinente, devem ser estabelecidos:

a) Número de guias por grupos;

b) Número máximo de visitantes por grupo;

c) Número máximo de grupos por dia; e

d) Tempo médio da visita.

2.9.2. Normas de Uso

Este capítulo deve especificar as regras que norteiam a operação do empreendimento

visando à conservação do ambiente cavernícola

Page 17: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

17

2.9.2.1. Usos permitidos pelo zoneamento

Devem ser apresentados os usos compatíveis com cada zona estabelecida, conforme a

metodologia de zoneamento adotada. É recomendável destacar os usos inadequados, bem como as

recomendações específicas, conforme cada caso

2.9.2.1.1. Procedimentos para cada uso

a) Horário de funcionamento do empreendimento, respeitando o prazo máximo

permitido para a entrada do último grupo;

b) Detalhamento do procedimento de retirada e destino do lixo da caverna e da área

de estudo;

c) Identificação do visitante quanto a seu perfil (nome, sexo, idade, procedência); e

d) Descrição das condutas inadequadas que impeçam a entrada dos visitantes na

caverna.

2.9.2.2. Limitações sazonais

Os estudos ambientais devem identificar as alterações sazonais significativas que

ocasionem riscos (enchentes, variação na concentração de gases tóxicos, alagamento de passagens

etc.) ou oportunidades (boa visibilidade da água nos casos de mergulho, desobstrução de galerias e

passagens alagadas), conforme cada caso. Considerando as variações importantes, é possível se

estabelecer formas de manejo ou de temporadas para usos distintos.

2.9.2.3. Segurança

Os seguintes itens devem ser detalhados:

a) Equipamentos de segurança obrigatórios que serão utilizados pelos condutores e

visitantes;

b) Procedimentos de segurança e de proteção da caverna, com respectivas

infraestruturas.

2.9.3. Conservação da caverna e da área de estudo

As propostas para a conservação da caverna e da área de estudo devem ser apresentadas,

considerando todos os itens envolvidos nos estudos temáticos.

2.9.4. Recursos humanos

A mão de obra a ser empregada na caverna deve ser caracterizada, sendo importante:

a) Quantificar a geração de empregos diretos e indiretos previstos, identificando os

possíveis centros com potencial para fornecer mão de obra local;

b) Apresentar o número de funcionários destinados à segurança dos visitantes e da

cavidade;

c) Apresentar o organograma dos postos de trabalho dos funcionários;

d) Apresentar a proposta de capacitação para os funcionários (periodicidade, carga

horária, nº de pessoas).

2.9.5. Educação e Interpretação Ambiental

2.9.5.1. Capacitação de Condutores de Visitantes

Apresentar proposta para capacitação dos condutores de visitantes, a fim de qualificar,

uniformizar e ampliar os serviços oferecidos.

Page 18: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

18

2.9.5.2. Conteúdo programático

Apresentar proposta de educação ambiental/meios interpretativos que envolvam os

principais atrativos, incluindo os diferentes tipos de roteiros.

2.9.6. Pesquisa e Monitoramento

Os programas de pesquisas aplicados ao manejo, monitoramento e gestão da caverna

devem ser estimulados, sendo necessária a apresentação de:

i. Programas de acompanhamento dos impactos ambientais causados pelo

empreendimento, considerando as fases de planejamento, implantação e

operação;

ii. Programas de monitoramento da caverna, orientados pela seleção de indicadores

ambientais (bióticos e abióticos) dos estudos temáticos.

Para isso deverão receber atenção especial:

a) As atividades que possam gerar alterações estruturais no interior da caverna;

b) A ocorrência de organismos nocivos ou identificados como possíveis vetores de

patogenias. Quando for o caso, deve ser monitorada tanto no interior da cavidade

quanto na área de estudo, bem como em áreas domiciliares e peridomiciliares;

c) O monitoramento da visitação, que deve ser feito, sempre que possível, de forma

automatizada e de acordo com as tecnologias disponíveis.

2.10. Projetos Especiais

Os projetos especiais para a área de estudo devem ser elaborados por profissional

habilitado em conselho profissional (responsável técnico), de forma a garantir a elaboração do

projeto dentro das melhores alternativas técnicas.

2.10.1. Infraestrutura

O objetivo da infraestrutura é proporcionar segurança, condições de acesso e conforto aos

visitantes, bem como conservar e valorizar as características naturais do ambiente.

Princípios:

a) Aplicação das melhores técnicas disponíveis utilizando critérios de mínimo impacto

ao ambiente;

b) Considerar métodos construtivos de menor impacto ambiental;

c) Equipamentos e estruturas mínimas necessárias;

d) Integração visual das estruturas e equipamentos com o ambiente;

e) Considerar o uso de soluções modulares de simples montagem em campo;

f) Montagem e execução com mínimo impacto;

g) Uso de materiais inertes em todo ciclo de vida, considerando a sua

degradação/deterioração e manutenção;

h) Uso de materiais adequados ao seu uso e função;

i) Uso de materiais de baixa manutenção ou fácil substituição;

j) Planejar a manutenção de todos os equipamentos e estruturas, considerando as

técnicas, equipamentos, recursos humanos e financeiros necessários para sua

execução, bem como os possíveis impactos causados por esta atividade (resíduos

Page 19: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

19

de solda, corte e perfuração, quebra, poluição sonora, resíduos de pintura e outros

acabamentos superficiais, escoramentos e ancoragens necessários etc.);

k) Prever a possibilidade de retirada total de equipamentos, estruturas e materiais

sem dano ao ambiente, retornando às condições mais próximas às naturais

anteriores à sua implantação, em função de futuras mudanças de uso, legislação ou

técnica;

l) Quando aplicável, os projetos e soluções devem atender às normas técnicas

brasileiras.

Apresentação dos projetos:

a) Propostas em desenho e memorial descritivo para viabilizar as atividades de uso

público com segurança, condições de acesso e conforto ao visitante e para manter

o estado de conservação da caverna;

b) Anteprojeto de uso da área de estudo, incluindo as estruturas externas;

c) Propostas de intervenções de forma localizada com detalhamentos que

possibilitem conhecer os métodos construtivos e características da instalação no

ambiente;

d) Memorial e projeto apresentando o método construtivo e sistema estrutural

escolhido;

e) Anteprojeto e representação gráfica que permita a visualização das intervenções e

suas interações com o ambiente (plantas, cortes, foto-inserção, perspectivas,

modelo 3D, entre outros).

Apresentação dos projetos de iluminação artificial fixa:

a) Justificativa para utilização e avaliação da possibilidade de uso de iluminação

pessoal;

b) Projeto luminotécnico e cenográfico indicando vistas e pontos de interesse

destacados, bem como os tipos de iluminação propostos (geral, dirigido,

caminhamento, segurança etc.), de maneira que não apresente ofuscamento ou

desconforto ao visitante, sem alterar as características naturais do ambiente

quanto a sua forma, cor e textura;

c) Utilização de sistemas de iluminação com baixa emissão de calor, índice de

reprodução de cor (IRC) acima de 80 e temperatura de cor próxima à luz natural e

com comprimento de onda e intensidade que não permita o crescimento de

clorofilados – lampeflora;

d) Projeto de instalação de cabos e demais equipamentos necessários ao sistema sem

danos ao ambiente;

e) Previsão de potência e consumo necessários para a operação do sistema;

f) Previsão de sistema de segurança e emergência;

g) Previsão de proteção do sistema contra variações da rede ou episódios de

descargas elétricas.

Considerações importantes:

a) Dimensionar o impacto decorrente das estruturas e equipamentos e avaliar os

materiais a serem utilizados durante todo o ciclo de vida, considerando sua

manutenção, instalação, execução, montagem e a possibilidade de retirada total;

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20

b) Justificar a escolha dos métodos construtivos e equipamentos com planejamento

da execução, montagem e instalação;

c) Justificar a escolha dos materiais e equipamentos apresentando laudos, ensaios

etc., quando necessários;

d) Planejar a manutenção e os recursos necessários para sua execução;

e) Verificar junto a especialistas, a possibilidade de instalação de roteiros com

acessibilidade universal (espeleoinclusão).

2.10.2. Salvamento/Resgate

Deve ser apresentado o plano de contingência para situações emergenciais, inclusive com

protocolo de ações para os casos de acidentes graves, elaborado a partir dos principais riscos

oriundos da caverna e da área de estudo, de acordo com as normas da ABNT. Deve-se considerar o

acionamento de pessoas previamente identificadas e que tenham treinamento específico para

situações de emergência e resgate em cavernas, bem como e contemplar a infraestrutura de saúde

municipal.

2.11. Equipe Técnica

A equipe técnica de elaboração do plano de manejo espeleológico deve ser multidisciplinar.

2.12. Referências

As referências bibliográficas a serem utilizadas no documento do plano de manejo

espeleológico devem estar de acordo com as normas da ABNT.

2.13. Anexos

2.13.1. Guia de aplicação do plano de manejo espeleológico (rápido e sintético)

O guia de aplicação do plano de manejo espeleológico deve conter as principais

informações de apoio à gestão do empreendimento, devendo ser claro e objetivo, preferencialmente

com poucas páginas.

3. ENCAMINHAMENTOS DA OFICINA

Como resultado da Parte 1 da Oficina de Cavidades Turísticas, foram aprovadas as seguintes

datas limites e respectivos encaminhamentos:

1) Até 20 de junho/13: prazo para o CECAV elaborar a proposta do item

ZONEAMENTO, sistematizar os documentos (orientações para a elaboração de

plano de manejo espeleológico e critérios cavernas turísticas/com potencial) e

encaminhar aos participantes da Oficina.

O CECAV adequará a ficha cadastro aos critérios estabelecidos na Parte 2 da Oficina

e apensará ao documento.

2) Até 10 de julho/13 (20 dias): os participantes devem enviar suas contribuições ao

CECAV.

3) A partir de 30 de julho/13 (20 dias): o CECAV sistematizará, repassará aos

participantes e dará ampla divulgação dos documentos finais da Oficina (site do

CECAV, mala direta, SBE, Redespeleo, Informativo do PAN e do CECAV etc.).

4) A partir de 30 de julho/13: o CECAV encaminhará os dois documentos, com as

devidas orientações técnicas, aos órgãos licenciadores, secretarias de estado e

Page 21: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

21

secretarias municipais de meio ambiente e turismo, prefeituras dos municípios em

que se encontram as cavernas, associações dos municípios etc.

Finalmente, o CECAV deverá preparar estratégia para cumprimento das outras ações do

PAN, relacionadas aos produtos dessa Oficina, divulgando, inclusive, no Informativo do Plano de

Ação.

4. PARTICIPANTES DA OFICINA

NOME INSTITUIÇÃO E-MAIL

Admir Brunelli Parque Nacional Chapada Diamantina/Instituto Chico Mendes

[email protected]

Adolpho Milhomem Espeleo Grupo Brasília - EGB [email protected], [email protected]

Alexandre Lantelme Kirovsky

Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação - DIMAN/Instituto Chico Mendes

[email protected]

Antonio Fernando A. Mendes

Superintendência do Ibama em Minas Gerais

[email protected]

Augusto Auler Instituto do Carste [email protected]

Clara Elisa Fernandes Pereira

Instituto Estatual de Florestas-IEF/SEMAD/MG

[email protected]

Cristiano Fernandes Ferreira

CECAV/Instituto Chico Mendes [email protected]

Darcy dos Santos CECAV/Instituto Chico Mendes (Base MG)

[email protected]

Diego de Medeiros Bento CECAV/Instituto Chico Mendes (Base RN)

[email protected]

Divaldo Borges BAHIATURSA/Secretaria do Turismo no Estado da Bahia

[email protected]

Elias José da Silva Centro da Terra - Grupo Espeleológico de Sergipe

[email protected]

Eric Rezende Kolailat Superintendência de Unidades de Conservação/SEMARH/GO

[email protected]

Flávia Neri de Moura Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul - IMASUL

[email protected], [email protected]

Flávio Túlio de M. C. Gomes

Superintendência do Ibama em Minas Gerais

[email protected], [email protected]

Gisele Cristina Sessegolo Ecossistema Consultoria Ambiental e GEEP-Açungui

[email protected]

Graziele Vilela Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais - SETUR

[email protected]

Heros Augusto Santos Lobo

Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR/SP e Associação Internacional de Cavernas Turísticas - ISCA

[email protected]

Jasmine Cardozo Moreira

Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG e Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas – GUPE

[email protected], [email protected]

Joana D'Arc Couto Soares Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Minas Gerais -– SPU/MG

[email protected]

Jocy Brandão Cruz CECAV/Instituto Chico Mendes [email protected]

Júlia Clatt Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais -– SETUR

[email protected]

Julia Maria de Oliveira Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Minas Gerais – SPU/MG

[email protected]

Page 22: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

22

NOME INSTITUIÇÃO E-MAIL

Júlio Cesar Fonseca Linhares

Geo&Bio ambiental/MT [email protected]

Letícia Teixeira Palla Braga

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (pesquisadora)

[email protected]

Lindalva Ferreira Cavalcanti

CECAV/Instituto Chico Mendes [email protected]

Luciana Resende Alt Instituto do Carste e Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas/MG

[email protected]

Lucy da Silva Sá Xavier Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul - IMASUL/MS

[email protected]

Luis Dario Gutierrez Mere

Coordenação Regional do Instituto Chico Mendes em Lagoa Santa – CR11

[email protected], [email protected]

Luiz Eduardo P. Travassos PUC Minas [email protected]

Manuela Corrêa Pereira IEF - Instituto Estadual de Florestas/SEMAD/MG

[email protected]

Marcela Pimenta Instituto Ambiental Brasil Sustentável -- IABS

[email protected], [email protected]

Marcelo Bastos Soares Destino Gerais Receptivo São Leopoldo/MG

[email protected]

Márcia Andréa Armond Conselho Municipal do Patrimônio Histórico de Matozinhos/MG

[email protected]

Marcos Silvério

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAUUSP/USP e Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas/SP

[email protected]

Mariana Araújo Rocha Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais - SETUR

[email protected]

Maristela Felix de Lima CECAV/Instituto Chico Mendes [email protected]

Mauro Gomes CECAV/Instituto Chico Mendes (Base MG)

[email protected]

Patrícia Reis Pereira IEF - Instituto Estadual de Florestas - IEF/SEMAD/MG

[email protected]

Paulo de Tarso Amorim Castro

Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

[email protected]

Rene Henrique C. Renaut IC Ambiental/MG [email protected]

Rita de Cássia S. de Medeiros

CECAV/Instituto Chico Mendes [email protected]

Rogério Tavares de Oliveira

Parque Estadual do Sumidouro [email protected]

Vanessa Veloso Barbosa Espeleogrupo Peter Lund - EPL [email protected]

Vitor Moura Instituto do Carste e Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas/MG

[email protected]

5. AGRADECIMENTOS

A relatoria da Oficina, em nome do CECAV, agradece a todos os participantes que

contribuíram para a finalização do presente relatório.

6. REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 7.515, de 8 de julho de 2011. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro

Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas do Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, e altera o Decreto no 3.607, de 21 de setembro

de 2000, que dispõe sobre a implementação da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da

Page 23: relatório da oficina 2 - cavernas turísticas - parte i

23

Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção - CITES. Diário Oficial da União, Brasília, 11 de julho de

2011, Seção 1, n. 131, p. 2-5.

BRASIL. Decreto nº 6.640, de 7 de novembro de 2008. Dá nova redação aos arts. 1o, 2o, 3o, 4o e 5o e

acrescenta os arts. 5-A e 5-B ao Decreto no 99.556, de 1o de outubro de 1990, que dispõe sobre a

proteção das cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional. Diário Oficial da União,

Brasília, 10 de novembro de 2008, Seção 1, n. 218, p. 8-9.

CECAV. Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas. Termo de Referência para o plano de

manejo espeleológico de cavernas com atividades turísticas. Brasília, 2008. 12p. Disponível em:

<http://www.brasilmergulho.com/port/mergulhotecnico/cavernas/legislacao/pdf/PME_final.pdf>. Acesso

em: 5 fev. 2014.

CONAMA. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Conama nº 347, de 10 de setembro de

2004. Dispõe sobre a proteção do patrimônio espeleológico. Diário Oficial da União, Brasília, 13 de

setembro de 2004, Seção 1, n. 176, p. 54-55.

GALANTE, M.L.V.; BESERRA, M.M.L.; MENEZES, E.O. Roteiro Metodológico de Planejamento - Parque

Nacional, Reserva Biológica, Estação Ecológica. IBAMA, 2002. 136p. Disponível em:

<http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/roteiroparna.pdf>. Acesso

em: 31 mai. 2013.

RENAULT, R.; LOBO, H.A.S. Proposta de Zoneamento de Cavidades, elaborada por IC Ambiental Ltda. e

Grupo de Pesquisas DemandaTur/UFSCar [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por

<[email protected]> em 21 jun. 2013.

INSTITUTO CHICO MENDES. INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Portaria

nº 78, de 3 de setembro de 2009. Cria os Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação, com o objetivo de

reconhecê-los como unidades descentralizadas. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de setembro de 2009,

Seção 1, n. 170, p. 235-236.

MMA. Ministério do Meio Ambiente. Gabinete do Ministro. Portaria nº 358, de 30 de setembro de 2009.

Institui o Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico. Diário Oficial da União,

Brasília, 1 de outubro de 2009, Seção 1, n. 188, p. 63-64.

7. APRESENTAÇÕES

APRESENTAÇÃO 1: Plano de Manejo Espeleológico: visão do órgão orientador, por Cristiano F.

Fernandes (CECAV)

APRESENTAÇÃO 2: Diretrizes para a Elaboração de Planos de Manejo Espeleológicos: visão do

órgão licenciador, por Flávia Neri de Moura (IMASUL/MS)

APRESENTAÇÃO 3: Experiências em Plano de Manejo Espeleológico: escopo, abrangência e

determinação de prioridades, por Gisele C. Sessegolo (Ecossistema Consultoria Ambiental e

GEEP Acungui/PR)

APRESENTAÇÃO 4: Lapa Nova – Plano de Manejo, por Vitor Moura (Instituto do Carste e Grupo

Bambuí de Pesquisas Espeleológicas/MG)

APRESENTAÇÃO 5: Exemplos de Aplicação do Termo de Referência do CECAV para o Plano de

Manejo Espeleológico de Cavernas com Atividades Turísticas, por Luciana Alt (Instituto do

Carste e Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas/MG)

APRESENTAÇÃO 6: Contribuições para a Discussão de Termo de Referência dos Planos de

Manejo Espeleológico no Brasil, por Heros Augusto Santos Lobo (UFSCar e Associação

Internacional de Cavernas Turísticas - ISCA)

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Apresentação 1: Plano de Manejo Espeleológico: visão do órgão orientador, por Cristiano F. Fernandes (CECAV)

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PARTE I: ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO ESPELEOLÓGICO

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Apresentação 2: Diretrizes para a Elaboração de Planos de Manejo Espeleológicos: visão do órgão licenciador, por Flávia Neri de Moura (IMASUL/MS)

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PARTE I: ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO ESPELEOLÓGICO

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Apresentação 3: Experiências em Plano de Manejo Espeleológico: escopo, abrangência e determinação de prioridades, por Gisele C. Sessegolo (Ecossistema Consultoria Ambiental e GEEP Acungui/PR)

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PARTE I: ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO ESPELEOLÓGICO

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Apresentação 4: Lapa Nova – Plano de Manejo, por Vitor Moura (Instituto do Carste e Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas/MG)

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PARTE I: ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO ESPELEOLÓGICO

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Apresentação 5: Exemplos de Aplicação do Termo de Referência do CECAV para o Plano de Manejo Espeleológico de Cavernas com Atividades Turísticas, por Luciana Alt (Instituto do Carste e Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas/MG)

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PARTE I: ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO ESPELEOLÓGICO

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Apresentação 6: Contribuições para a Discussão de Termo de Referência dos Planos de Manejo Espeleológico no Brasil, por Heros Augusto Santos Lobo (UFSCar e Associação Internacional de Cavernas Turísticas - ISCA)

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PARTE I: ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO ESPELEOLÓGICO

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