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  • 7/22/2019 Relatrio Adolescente ATUALIZADO

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    Identificao

    1.1 Autores

    Nomes e RGM:

    Dbora Cristina de Arajo SouzaRGM: 22176-7

    Edneide Carvalho DamarcenaRGM 22204-6

    Flvia Cristiane da SilvaRGM 22265-8

    Tatiany Dreger SchiavinatoRGM 22484-7

    1.2 Assunto

    Avaliao do desenvolvimento adolescente.

    1.3 Interessada

    Prof Maria de Lurdes Valino responsvel pela Disciplina de Psicologia do

    Desenvolvimento III.

    1.4 Participante

    Nome: W.N.D.

    Sexo: Masculino

    Data de nascimento: 03/12/1995

    Idade: 16 anos 10 meses e 3 dias

    Escolaridade: 2 ano do Ensino Mdio

    Tipo de escola: Pblica

    Data da aplicao da entrevista: 06.10.2012

    Aplicadores: Flvia Cristiane da Silva e Edneide Carvalho DamarcenaObservadores: Tatiany Dreger Schiavinato e Dbora Cristina de Arajo Souza

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    2 Introduo

    Este relatrio tem como proposta apresentar o desenvolvimento

    cognitivo e emocional adolescente, bem como o desenvolvimento do

    julgamento moral e projeto de vida.

    A atividade realizada visa o aprimoramento dos estudos de alunos do 4

    semestre do curso de Psicologia, na utilizao de entrevistas para investigao

    do desenvolvimento adolescente em seus aspectos: emocional, cognitivo,

    moralidade e projeto de vida.

    Foi elaborado um roteiro de entrevista Semi-Dirigida que segundo

    Ocampo (2003), o entrevistador intervm a fim de assinalar alguns vetores

    quando o entrevistado no sabe como comear ou continuar, sempre fazendo

    perguntas de forma ampla, assinalar situaes de bloqueio ou paralizao ou

    para preencher lacunas na informao do sujeito e que so consideradas de

    extrema importncia.

    Segundo Papalia et. Al. (2006) na sociedade moderna a Adolescncia

    corresponde a um perodo de transio entre a infncia e a idade adulta,

    marcado por grandes mudanas fsicas, cognitivas e psicossociais.

    A entrada e sada da adolescncia no acontecem em uma idade

    determinada e universal; nos dias de hoje essa transio se encontra bem

    menos demarcada, porm pode-se dizer que esta se inicia com a puberdade. A

    puberdade o processo que ir dar a possibilidade do indivduo alcanar a

    maturidade sexual e a capacidade de reproduo.

    Em relao aos aspectos do desenvolvimento cognitivo, Piaget (apud

    Papalia et.al. 2006) explica que na adolescncia alcanado o nvel mais

    elevado de desenvolvimento cognitivo, perodo este que corresponde ao dasOperaes Formais. Nesta fase, que se inicia aproximadamente aos 11 anos, o

    adolescente atinge o pensamento abstrato, que os permite um modo mais

    flexvel de lidar com as diversas informaes que recebem do meio.

    Algumas das conquistas deste perodo so: a capacidade de

    compreender o tempo histrico, o espao extraterrestre e utilizar smbolos para

    representar outros smbolos. Alm do que, agora este adolescente pode amar

    a liberdade e odiar a injustia e, no somente amar ou odiar seus pais.

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    O raciocnio hipottico-dedutivo tambm constitui uma marca

    fundamental do Perodo Formal. Essa habilidade permite a formulao,

    considerao e testagem de hipteses para a resoluo de problemas.

    O autor afirma ainda que, para o nvel de desenvolvimento cognitivo

    Formal ser alcanado se faz necessrio um combinado de maturao cerebral

    e leque de oportunidades ambientais, visto que ambas so essenciais e no

    funcionam separadas.

    O terico David Elkind apud Papalia et. al. (2006) aponta o que

    denominou aspectos imaturos do pensamento adolescente, que se referem

    s atitudes que provm da falta de experincia dos jovens neste perodo. So

    estes aspectos:

    - Tendncia a Discutir:Os adolescentes sempre possuem argumentos

    para explorar um problema e exibir as suas novas habilidades de raciocnio;

    - Indeciso: Os jovens neste perodo podem apresentar dificuldades

    para decidir entre coisas simples, em razo da grande gama de possibilidades

    de escolha que lhe so oferecidas;

    - Encontrar Defeitos nas Figuras de Autoridade:Criticam aqueles que

    antes veneravam, pois perceberam que o mundo pelo qual os adultos so

    responsveis no corresponde s suas expectativas;

    - Hipocrisia Aparente:Ao mesmo tempo em que se dizem lutar por um

    ideal, no esto dispostos a fazer os sacrifcios que so necessrios para

    alcan-lo;

    - Autoconscincia: Gera a fantasia do Pblico Imaginrio; os

    adolescentes acreditam que todos esto to preocupados com os seus

    pensamentos e aes quanto ele mesmo;

    - Suposio de Invulnerabilidade: a denominada Fbula Pessoal,perodo onde os jovens acreditam que nada pode acontecer a eles; que no

    esto sujeitos s regras que governam todas as outras pessoas.

    De acordo com o terico do Desenvolvimento Moral Lawrence Kohlberg

    (apudRappaport et. al. ANO), todos ns passamos pela mesma sequncia de

    estgios na evoluo da moralidade, porm nem todos conseguem alcanar os

    nveis mais elevados.

    Para estimar o estgio de desenvolvimento da moralidade, este autorutilizava dilemas morais, nos quais analisava as respostas dos sujeitos. O mais

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    conhecido o Dilema de Heinz (marido que rouba um remdio de uma

    farmcia para salvar sua esposa que est morrendo de uma doena

    gravssima).

    importante ressaltar que a maioria das pessoas no emite uma

    resposta pura, isto , as respostas podem ser um misto de dois ou mais

    estgios. Kohlberg avalia ajustificativadada e no a resposta em si.

    O autor baseou-se na teoria de Piaget, apresentando mais

    detalhadamente os estgios do desenvolvimento moral. Kohlberg prope seis

    estgios divididos em trs nveis. So estes:

    - Nvel Pr-Convencional:Subdivido em Estgio 1 e Estgio 2;

    - Nvel Convencional: Subdividido em Estgio 3 e Estgio 4;

    - Nvel Ps-Convencional:Subdividido em Estgio 5 e Estgio 6.

    Em relao ao Nvel Convencional,este se iniciaaproximadamente aos

    10 anos. O selfinternaliza as regras impostas por outras pessoas, em especial

    de autoridades. H um desejo de agradar aos outros, porm em certa medida

    j existe uma internalizao destes padres. Os sujeitos desejam ser vistos

    como bons aos olhos de quem admiram. Subdivide-se em:

    Estgio 3Orientao do Bom Menino e Boa Menina:A ao estar

    moralmente correta se for aprovada por terceiros. uma moralidade de

    conformismo aos esteretipos. Alm disso, possuem a capacidade julgar as

    intenes de outros e desenvolvem as suas prprias ideias sobre o que

    significa ser uma boa pessoa; Os indivduos neste estgio avaliam uma ao

    de acordo com os motivos por trs delas, levando em conta tambm as

    circunstncias.

    Estgio 4Orientao para a Lei e a Ordem:H um respeito pelas

    figuras de autoridade. O indivduo segue as regras com o objetivo de manter aordem social. Os sujeitos consideram um ato que viole uma regra ou que cause

    prejuzo sempre como errado, seja qual for seu motivo ou circunstncias.

    Erik Erikson (apud Papalia et. Al. 2006) aponta que a tarefa da

    adolescncia solucionar a crise Identidade X Confuso de Identidade. Muitas

    vezes a crise no plenamente resolvida durante este perodo.

    No processo de formao da identidade necessrio que o adolescente

    organize suas habilidades, suas necessidades, interesses e desejos, para queestes possam ser expressos em um contexto social.

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    O lado negativo da crise a Confuso de Identidade, que pode retardar

    a maturidade psicolgica; contudo Erikson afirma que certo nvel de confuso

    aceitvel e normal durante o desenvolvimento.

    O autor tambm coloca que as panelinhas e a fal ta de tolerncia com

    as diferenas so mecanismos de defesa contra esta confuso de papis.

    No processo de formao da Identidade, o jovem precisa estabelecer

    trs questes: a escolha de uma ocupao profissional, a adoo de valores

    com os quais viver e definio da identidade sexual satisfatria. Se uma destas

    questes no for desenvolvida podem aparecer os comportamentos negativos,

    como aes criminosas, por exemplo.

    A resoluo da crise de modo positivo leva virtude da fidelidade,

    sentimento de pertencer a algum (companheiro afetivo ou amigos); tambm

    pode ser considerada uma identificao pessoal, que surge quando o

    adolescente escolhe os caminhos pelos quais quer seguir e no segue

    somente aquilo que os pais desejam.

    Erikson completa dizendo que a fidelidade tambm uma extenso da

    confiana: enquanto criana era necessrio confiar em algum; agora na

    adolescncia, o jovem precisa ser digno de confiana.

    O psiclogo James E. Marcia (verificar nome) (apud Papalia et. Al.

    2006) descreveu quatro estgios do desenvolvimento da identidade, baseado

    na crise de Erikson. Marcia elaborou sua teoria em cima da presena e/ou da

    ausncia da crisee do comprometimento.

    O autor define crisecomo uma fase em que o sujeito toma decises de

    acordo com sua prpria conscincia; e comprometimentocomo o perodo em

    que o indivduo investe em uma ocupao profissional ou em uma ideologia de

    vida.So os quatro estgios de desenvolvimento da identidade segundo

    Marcia:

    - Conquista de Identidade(crise que leva ao comprometimento);

    - Pr - Fechamento(comprometimento sem crise);

    - Moratria(crise sem ainda haver comprometimento);

    - Difuso de Identidade(nenhum comprometimento, nenhuma crise).

    Referente Conquista de Identidade, Marcia aponta que h uma criseque levar o indivduo ao comprometimento. Os indivduos que se encontram

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    nesta fase consideraram as possibilidades de atuao e expressam um

    comprometimento consciente com suas escolhas. Foram encorajados

    tomarem decises por si mesmos e se mostram mais maduros nos

    relacionamentos.

    Estes estgios no so fixos, sendo desenvolvidos ao longo da

    adolescncia e, por vezes, durante a idade adulta.

    Segundo Bock et. Al. (ano), para a Psicologia Scio-Histrica a

    adolescncia uma fase do desenvolvimento na sociedade ocidental, mas no

    universal e nem natural todas as pessoas.

    De acordo com uma pesquisa realizada por Bock (ano) com cerca de

    400 adolescentes estudantes de escolas pblicas e particulares na cidade de

    So Paulo, os elementos que esto presentes no projeto de vida destes jovens

    so o trabalho, a famlia e os estudos.

    O trabalho o tema central, porm no h muitos elementos crticos em

    relao ele; o emprego ser a fonte de dinheiro, status e cansao, no entanto

    aparece sempre como trabalho, sem considerao ou especificao, mas ter

    presena obrigatria na vida. Em estudos mais recentes (2001-2002), mostra-

    se que quando h a crtica em relao ao trabalho, existe uma ideia de

    melhoria/transformao nas condies do mesmo no trabalhar somente

    para ter dinheiro, mas como uma realizao pessoal.

    Referente ao tema estudos, no h uma presena forte no projeto de

    vida de estudantes da rede pblica, o que difere dos alunos de escolas

    particulares. A pesquisa tambm apontou que este aparece como um tema

    ligado ao trabalho.

    O tema famlia no recebeu muitas crticas dos jovens a maioria se

    mostrou seguindo os mesmos padres: casamento, emprego, filhos. Assimcomo o trabalho, estar sempre presente na idade adulta.

    Resumidamente, os resultados mostraram jovens com projetos focados

    em si mesmos, mostrando pouca atitude de transformao social.

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    3 Procedimentos

    A aluna Dbora Cristina de Arajo Souzaentrou em contato com a Igreja

    .......... para a realizao de uma entrevista com o responsvel pela mesma e

    com um adolescente participante do grupo de jovens, com o objetivo de obter

    informaes sobre a instituio, relativas sua funo social, atividades e

    pblico; A entrevista com o adolescente teve por objetivo conhecer os

    aspectos do desenvolvimento moral, cognitivo, afetivo e seu projeto de vida, e

    como a instituio referida interfere neste processo.

    No encontro realizado em 06/10/2012 os alunos chegaram

    aproximadamente s 16h e 45min, 15min antes do horrio combinado.

    Inicialmente realizou-se uma entrevista como adolescente, pois P. , a

    lder do grupo de jovens no pode nos atender de prontido; A mesma pediu

    licena, se desculpou porque precisava fazer uma ligao referente uma

    atividade do prprio grupo . Entendemos a situao e dissemos que

    comearamos a atividade com W.N.D. Terminada a entrevista com o jovem, P.

    j se encontrava disponvel e demos continuidade.

    A entrevistadora Flvia, inicialmente realizou o rapport, com o objetivo

    de proporcionar um ambiente mais agradvel; o Enquadre, com o objetivo de

    esclarecer quais seriam as atividades, a durao, sigilo e a necessidade de

    anotaes.

    A entrevistadora Edneide deu inicio entrevista com W.N.D e Tatiany e

    Dbora realizaram as observaes e anotaes necessrias.

    O ambiente se encontrava tranquilo, e alm das alunas e dos

    entrevistados, somente havia no local a pastora da Igreja, no interferindo em

    nenhum momento. A nica interrupo que ocorreu foi quando W.N.D pediulicena para beber gua, durante a entrevista com P.

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    4 Apresentao da instituio

    Relatar todas as informaes obtidas sobre a instituio: nome,

    endereo, pessoa responsvel, entrevistado (nome completo e funo),

    histrico da instituio, servios prestados, funcionamento, populao atendida,

    descrio da instituio.

    Apresentao completa da entrevista em forma de relato. NO PODE

    SER APRESENTADA EM FORMA DE PERGUNTA E RESPOSTA.

    4 Resultados

    4.1 Dados das observaes

    Como primeira impresso, parece-nos tratar-se de um(a) adolescente X,

    pois se apresentou XXXX.

    Descreva:

    - Tudo o que aconteceu antes, durante e depois da entrevista tanto no

    que se refere ao participante como aos examinadores, alm de interferncias

    do ambiente e relao do participante com os examinadores.

    - Quando apresentado ao grupo, como foi a reao do participante?

    - Como foi a reao do participante durante o rapport, o enquadre e a

    entrevista?

    Se houve alteraes no comportamento apontar quais foram, se foi

    uniforme, no precisa apontar cada um, coloque de forma geral.

    Com relao aos examinadores descreva como atuaram em cada etapa:

    desde o rapportat a despedida (aspectos positivos e negativos).Descreva o ambiente.

    Descreva sobre a interao entre examinadores e participante. Se houve

    diferena no comportamento do participante em dos diferentes aplicadores, se

    houve melhor interao com algum deles.

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    4.2 Dados da entrevista

    Para obtermos maiores detalhes da Instituio, conversamos com Paula,

    que lder do grupo de jovens e adolescentes da Igreja e entrevistamos

    W.N.D., 2 Lder e participante assduo do grupo.

    Paula contou que a instituio existe h 1 ano e 6 meses e este grupo

    tem por objetivo a unio dos jovens e adolescentes; acredita que quando estes

    ficam parados, a cabea no funciona. O intuito que eles se relacionem bem

    uns com os outros, conversem e que surjam ideias entre eles.

    Relatou que existe um culto especfico para os jovens que acontece em

    um sbado do ms e neste dia so os prprios participantes que ministram e

    cantam; quando h alguma festa organizada por eles, ficam responsveis por

    filmar, fotografar, administrar o evento e pelo dinheiro; durante os cultos

    regulares, os jovens tambm participam fazendo oraes e reunies.

    Explicou que o relacionamento do grupo vai alm da igreja. Eles se

    renem na casa de algum do grupo, saem para se divertir e jantar; afirma

    ainda que sempre muito divertido as reunies.

    Quanto faixa etria do grupo, esclareceu que vai de 15 at

    aproximadamente 28, 29 anos, porm se o jovem se casar antes disso, j no

    participa mais. Comentou que existe tambm o grupo das senhoras casadas.

    Afirmou que cada atividade tem um horrio especfico para comear,

    porm o culto da noite, geralmente vai at as duas ou trs horas da manh;

    Explanou que do total de 200 membros fixos da igreja, hoje, 80% deles

    so jovens e um dos eventos que acontecer ser em novembro, para

    comemorarem 1 ano juntos. Em janeiro, comentou que haver um

    acampamento de frias, que apesar de no deixarem de discutir a bblia, ter ointuito de promover o lazer.

    Referente arrecadao de dinheiro para os eventos, explicou que

    fazem cantina, bazar, promovem festas e administram o dinheiro para os

    prximos eventos.

    Paula relata que no h uma seleo para poder participar do grupo de

    jovens. Se a pessoa comea a participar do culto, e se esta tem interesse, vai

    automaticamente para o grupo. Quanto aos assuntos abordados por eles,disse que um dos assuntos mais comuns so os da internet, o que se pode ver

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    ou no, a sexualidade, o sexo antes do casamento, gravidez na adolescncia,

    o preconceito, assuntos da televiso, o que acontece na escola e afirmou ser o

    grupo democrtico, momento este que cada um pode expor suas ideias e

    opinies.

    Em entrevista W.N.D. relatou que est nesta instituio ha sete meses.

    Frequentou outra por 14 anos e mudou devido a uma situao constrangedora

    pela qual passou. Sobre essa situao narrou que saiu da outra igreja,

    Assembleia de Deus, porque em uma certa situao, havia uma pessoa nova

    na igreja e pediram para que ele, W., apresentasse essa pessoa para o grupo.

    Havia um palco nesse evento, e surgiu um boato que ele havia beijado esse

    menino atrs do palco. Ele conta que ficou muito chateado, pois nunca deu

    motivos para que achassem que ele era homossexual. Diz no ter preconceito,

    mas, que ele no . Foi falar com o pastor sobre o assunto, e o mesmo disse a

    ele que ele deveria perdoar. W. nos disse que no poderia perdoar j que as

    duas pessoas que fizeram a afirmao, no foram pedir perdo. Na ocasio,

    um colega o chamou para cantar na igreja atual, e ele foi. Nesse dia se sentiu

    abraado por esta instituio, acolhido e sentiu que deveria ir para l. Foi pedir

    permisso para seus pais para fazer essa mudana, e seu pai lhe disse que ele

    deveria estar onde estivesse feliz.

    Dentro da instituio, Willian o 2 lider dos jovens e alm dos

    encontros durante a semana, ele canta na mesma em algumas situaes. Est

    no 2 ano do ensino mdio, e sobre a escola contou que esta est em reforma

    e como ele tem rinite, ruim para ele frequentar a mesma devido poeira; diz

    tambm que o governo quis fazer tudo ao mesmo tempo, no ms de Outubro.

    Alm de frequentar o grupo de jovens faz um curso de Administrao

    pessoal bilngue e l aprende Excel Avanado, a trabalhar com pessoas e dizque gosta deste curso j que muito espontneo para isso.

    Quanto ao futuro, contou que pretende estudar gastronomia, pois o

    que gosta. Desde criana, tem o sonho de abrir um restaurante e j falou com

    seus pais sobre essa escolha. Disse-nos que estaria disposto a abrir mo da

    gastronomia somente se fosse fazer algo que ele goste ou uma rea que ele

    entenda como cantar.

    Define-se como uma pessoa que j aprendeu muito na vida e se nofosse pelas pessoas da igreja, ao lado dele, talvez ele no estivesse ali

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    desabafa. Considera que est um pouco acima de pessoas de 18 anos, com

    mais cabea e fala que gosta de desenvolver coisas que os outros no gostam.

    Ainda assim, se considera um adolescente.

    Depois dessa fase, afirma que vir sua fase adulta, de investir em sua

    carreira , ver o que quer, porque se o sonho dele, ele tem que correr atrs

    comenta. Daqui a 10 anos, quer ter uma famlia, dois filhos, uma casa

    aconchegante e uma casa na praia, nos relata com alegria.

    Sobre a sociedade, Willian espera uma sociedade mais honesta e pensa

    que a paz s vir depois de muito tempo ou quando Jesus voltar. Quanto aos

    valores, afirma que Deus est acima de tudo e sempre ser seu alvo; Deus

    est alm do que nossos olhos podem ver, diz o adolescente.

    Nunca teve dvidas quanto suas crenas, porque pensa que se for parar

    para pensar ter duvidas sobre isso e outras coisas, como se seus pais so

    seus verdadeiros pais, etc., ento nunca vai parar para pensar; pode contar

    com Deus para respond-lo e auxilia-lo afirma.

    Sobre Drogas, conta que por dois anos bebeu e fumou e mesmo

    estando dentro da igreja fazia coisas erradas, mas nunca chegou perto de

    drogas como a maconha.

    Gosta de estar com os amigos, no importa onde, se estiver com eles.

    Seus melhores amigos so seus pais, e afirma que seu pai, sua me e irmo

    sabem de toda sua vida. Tambm tem os amigos da igreja com os quais

    conversa bastante. Nesse momento, se refere internet como algo que afasta

    as pessoas, pois elas no conversam mais cara a cara.

    Quanto ao uso do computador, W. diz que acessa o facebook e usa para

    fazer pesquisas para a escola. Referente TV comenta que complicado,

    porque quando liga, s tragdia, como o programa do Datena, nos d oexemplo. O pai dele s assiste isso, porm W. no gosta. O examinando gosta

    de Discovery Home And Health, programa que passa muitas coisas sobre

    sade, e sobre a vida das pessoas. D o exemplo de um programa onde h

    pessoas que no sabiam que estavam grvidas quando o beb nasce.

    Sobre sua rotina, narra que as Segundas-feiras vai para a escola das 7h

    as 12:20h, volta pra casa e ajuda a tia a limpar a casa. Vai pra igreja das 20h

    as 22h e 40min e as quartas vai para o curso no perodo da tarde e depois para

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    a igreja; sexta a mesma coisa. Aos Sbados e domingos tem um tempo vago e

    depois vai para igreja. .

    Sua famlia muito unida e bagunada explica e quando junta todo

    mundo um rindo de um lado, outros brincando, outros na sala falando de

    outra coisa. Gostam de sair juntos, de conversar e se divertem juntos. Afirma

    que quando marcam algo, geralmente um churrasco em sua casa, j que a

    casa que possui mais espao da sua famlia.

    Sobre sua vida afetiva, nos fala que namora h 4 meses, que a pessoa

    que ele ama e no houve outra menina que abriu os olhos dele. Comenta que a

    sogra gente fina e por isso ele gosta muito dela. A mesma tem um filho de

    13 anos e outro de 8 e juntos eles jogam videogame e brincam. A namorada

    mora com a tia e sorrindo diz ah, a gente se beija. Explica que difcil

    conseguir sair com ela, j que os dois tm uma rotina de vida perecida, e

    corrida, mas quando saem juntos, vo para o Shopping, em algum lugar para

    comer um lanche e quando isso acontece, voltam para casa tarde.

    Sobre os mtodos contraceptivos, afirma que os conhece atravs da

    escola, pois falam sobre isso mas alega enfaticamente que no pratica isso.

    Descreve que mora com o pai, a me e o irmo, o qual tem 23 anos. Seu pai

    tem 53 anos e chefe da prefeitura alm de ser pastor de uma igreja. Sua me

    tem 43 anos e secretria. A mesma tambm pastora. Devido a isto,

    comenta que so poucos os amigos que conhecem seus pais e os poucos

    amigos que eles conhecem acham engraado e se do bem. Comenta que vai

    com frequncia na casa de seus amigos.

    Diz que costuma dormir as onze da noite durante a semana, mas no

    final de semana dorme pelas duas ou trs da manh. No acorda durante a

    noite e se sente aliviado quando acorda. Sua alimentao normal e gosta

    de comer muita salada, arroz, feijo e frango.

    Ele conta que ele mesmo prepara sua comida, e que gosta disso.

    Sempre viu a av cozinhando, e gostava de brincar de cozinhar quando

    criana. Nesse momento reafirma seu sonho que o de abrir um restaurante

    em cada canto do Brasil.

    Sobre o problema de Heinz, W.N.D. no pensa muito e diz que Heinz no

    deveria ter feito aquilo porque no um mtodo bom de resolver as coisas.Reconhece que Heinz precisava do medicamento e que o farmacutico

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    tambm no poderia cobrar to caro, mas afirma que fazer justia com as

    prprias mos no t certo. Ainda complementa dizendo que o marido

    poderia ter feito o pagamento com carto de crdito, em 12 vezes. Pensa que

    Heinz no inocente porque roubou para a esposa j que a justia para

    todos e talvez ele tenha agido pela adrenalina, porm, deveria ter pensado um

    pouco, ter procurado uma assistncia ou outra ajuda.

    5 Anlise dos dados

    5.1 Desenvolvimento da personalidade

    .

    Atravs de seu depoimento, W.N.D. demonstrou ter superado a crise

    Identidade X Confuso de Identidade desenvolvida por Erikson, visto que no

    relatou pertencer panelinhas formadas por adolescentes, nem agir com

    infantilidade diante de situaes conflituosas; podemos perceber esta atitude

    quando este expe a razo pela qual deixou a antiga instituio; relata que foi

    em funo de um boato onde foi dito que W.N.D. seria homossexual; o mesmo

    na tentativa de resolver a situao procurou o pastor da Igreja e buscando

    orientaes, relatou o acontecido, sem iniciar discusses ou brigas com os

    responsveis pelo referido boato.

    Ainda de acordo com o terico Erikson, o jovem pareceu ter claro seu

    objetivo profissional e noo de suas habilidades, quando afirma que desde

    criana gosta de culinria, visto que uma de suas brincadeiras era de fazer

    comida e que o seu sonho sempre foi o de abrir um restaurante; completa

    dizendo que j conversou com seus pais sobre este assunto e que eles oapoiaram. Relatou ainda que s deixaria de cursar Gastronomia se tivesse uma

    oportunidade para cantar, rea que o mesmo diz gostar e possuir potencial.

    Como j citado anteriormente, outro ponto fundamental para a

    superao da Crise de Erikson a escolha de uma identidade sexual

    satisfatria; o jovem parece j ter se definido em relao este assunto.

    Comenta que namora h 4 meses e que ama a companheira. Tem por objetivo

    construir uma famlia, e ter filhos. No entanto, referente mtodos

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    contraceptivos, W.N.D. tem conhecimentos somente adquiridos na escola, pois

    ainda no tem relaes sexuais com a namorada.

    O terceiro aspecto da Crise de Identidade X Confuso de Identidade

    est na escolha de valores com os quais viver. W.N.D. demonstra uma forte

    ligao com a religio e com sua Igreja e diz que se no fosse por esta, talvez

    no saberia onde estaria. Afirma que Deus est sempre acima de tudo na sua

    vida. Alega no ter tido dvidas sobre as suas crenas e nunca pensou sobre o

    assunto, pois se parasse para pensar teria dvidas em relao a muitas outras

    coisas; completa dizendo que Deus sempre o ir auxiliar quando precisar de

    respostas. Diante destas afirmaes o jovem parece ter superado tambm este

    ponto na formao de sua identidade.

    De acordo com Marcia, referente ao estado de identidade, W. demonstra

    estar no Primeiro Estgio Conquista de Identidade, pois expressa forte

    comprometimento com a escolha profissional, demonstrando estar seguro com

    a escolha do curso de Gastronomia, alegando ainda ter sido uma deciso

    prpria. Outras caractersticas encontradas foram senso de humor, visto que se

    mostrou alegre e descontrado durante a entrevista; capacidade de manter

    relacionamentos ntimos, como pode-se observar diante do compromisso com

    a Igreja, famlia e namorada; e alm disso demonstrou maturidade nas vrias

    esferas da vida.

    5.2 Desenvolvimento da moralidade

    Tomando por base o relato de W.N.D. podemos verificar que o mesmo

    se encontra, segundo a Teoria de Kohlberg, no Nvel de Moralidade

    Convencional, mais precisamente no 4 estgio (Preocupao Social eConscincia). Demonstra a internalizao de padres sociais. O adolescente

    afirma que fazer justia com as prprias mos no uma atitude correta;

    argumenta que Heinz deveria ter buscado outras fontes para comprar o

    remdio, como um carto de crdito. Relatou que tambm no considerava

    certo o farmacutico por ter cobrado um preo alto, mas a atitude de roubar

    no justificvel, nem mesmo nestas condies.

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    5.3 Projeto de vida

    W.N.D. demonstrouas caractersticas citadas por Bock (ano) em sua

    pesquisa sobre o projeto de vida dos jovens: o trabalho, os estudos e a famlia

    so temas sempre presentes.

    Em seu relato o adolescente fez referncia ao trabalho e ao curso

    universitrio que ir lev-lo a exercer a profisso que tanto almeja, que seria a

    Gastronomia e ainda, que seu desejo abrir uma rede de restaurantes; porm

    para tanto tem que correr atrs.

    O adolescente, no entanto, no apresentou crticas em relao a este

    tema, por exemplo, como melhores condies de trabalho, mas somente

    expressou que o que projeta para o futuro trabalhar com aquilo que ele gosta.

    Alm disso relata o desejo da constituio de uma famlia, atravs do

    casamento e a posse de bens de consumo que a sociedade coloca a nossa

    disposio, como quando expressa que pretende ter uma residncia em uma

    casa de praia para o lazer. O jovem demonstrou pretender construir uma

    famlia que parece semelhante sua: pais casados, com filhos, emprego e uma

    casa onde viver, sem crticas este modelo.

    O adolescente em questo pareceu estar focado em seus planos

    pessoais, com pouca atitude para a transformao social, afirmando que a paz

    para a sociedade vira quando Jesus regressar.

    5.4 Desenvolvimento Cognitivo

    De acordo com os pressupostos de Piaget pode-se perceber que o

    adolescente se encontra no perodo das Operaes Formais, visto queapresenta a capacidade de flexibilidade para agir e pensar de acordo com a

    situao. Um exemplo foi a atitude de conversar com o Pastor da Igreja que

    frequentava buscando um auxilio para uma situao desagradvel que havia

    ocorrido. Outro exemplo pode ser dado quando W.N.D. relata que j fumou e

    bebeu, mas que hoje no o faz, demonstrando a flexibilidade para perceber

    que estas atitudes no estavam corretas para ele.

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    Apresenta tambm a capacidade de raciocnio-abstrato, quando expe

    sobre suas expectativas para o futuro, pois consegue lidar com os conceitos de

    paz e honestidade, que so subjetivos.

    W.N.D. demonstra j ter desenvolvido a noo de espao extraterrestre e

    de tempo-historico. Pode-se notar estas habilidades quando o mesmo narra

    sua rotina, com detalhes sobre os horrios que cumpre todos os dias, inclusive

    finais de semana e, tambm sobre os locais que frequenta.

    Obtm-sea partir da pergunta especfica e da fala no geral.

    Aqui vocs devem associar, articular, unir os dados obtidos na situao

    de entrevista: as observaes em relao ao participante e dados da

    entrevista, e sustentarem estas afirmaes com embasamento terico (que

    colocaram na introduo: teorias de Kohlberg, Erikson, Marcia, Projeto de vida)

    dando assim significado para estas informaes.

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    6 Concluso

    Os resultados revelam tratar-se de adolescente que superou sua

    crise na formao da Identidade, visto que pareceu estar seguro de suas

    escolhas profissionais e que estas foram realizadas sem presso externa;

    demonstrou tambm estar seguro quanto sua escolha de valores para a vida,

    que seria a religiosa e, atravs de sua fala pereceu estar definido quanto

    identidade sexual.

    Mostrou-se estar no Nvel Convencional de Desenvolvimento do

    Julgamento Moral, o que pode ser observado pela resposta ao Dilema de

    Heinz.

    Quanto ao Projeto de Vida, W.N.D. apresentou algumas dascaractersticas citadas por Bock em seu pesquisa, que est presente tambm

    na maioria dos jovens: a constituio de uma famlia e o estudo para alcanar

    uma colocao profissional; porm no demonstrou ter crticas em relao ao

    modelo atual das condies de trabalho e pareceu querer seguir o mesmo

    modelo de famlia que a sua possui. Pareceu assim estar focado nos seus

    prprios planos, com pouca atitude para a transformao da sociedade.

    O adolescente demonstrou estar de acordo com o estagio dedesenvolvimento cognitivo proposto por Piaget para a sua idade (Operaes

    Formais), apresentando flexibilidade para lidar com as informaes do meio,

    habilidade para a percepo extraterrestre e tempo-historico e raciocnio

    abstrato.

    (Descrever a que concluso chegaram sobre o(a) adolescente em

    relao aos dados avaliados. A concluso deve ser objetiva e breve).

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    7 Bibliografia

    OCAMPO, Maria Luiza Siquier de. ARZENO, Maria Esther Garca. PICCOLO.

    Elza Grassano de. O Processo Psicodiagnstico e as Tcnicas Projetivas.

    So Paulo. Editora Martins Fontes. 2003.

    PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin.

    Desenvolvimento Humano. (PEGAR CIDADE). Editora Artmed. 8 Edio.

    2006.

    RAPPAPORT,

    ARTIGO SOBRE PROJETO DE VIDA (O QUE EU QUERO SER QUANDO

    CRESCER)

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