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Agrupamento de Escolas de Arouca Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola Delegação Regional do Norte da IGE Datas da visita: 26 a 28 de Janeiro de 2009

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Agrupamento de Escolas de

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Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola

Delegação Regional do Norte da IGE

Datas da visita: 26 a 28 de Janeiro de 2009

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I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um «programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho».

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Arouca realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada entre 26 e 28 de Janeiro de 2009.

Os capítulos do relatório ― Caracterização do Agrupamento, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

Escala de avaliação

Níveis de c lassificação dos c inco domínios

MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE – Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pelo Agrupamento, encontra-se no

sítio da IGE em: www.ige.min-edu.pt

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento foi constituído no ano lectivo 2002/2003, situa-se no concelho de Arouca e abrange quinze freguesias, geograficamente, muito dispersas: Albergaria da Serra, Alvarenga, Arouca, Burgo, Canelas, Espiunca, Moldes, Rossas, Santa Eulália, Tropeço, Urrô, Várzea, Cabreiros, Covêlo de Paivó e Janarde. Agrega a Escola Básica do 2.º e 3.º ciclos de Arouca (EB 2,3), cinco jardins-de-infância (JI), cinco escolas do 1.º ciclo com jardim-de-infância (EB1/JI) e dez EB1. Algumas destas unidades educativas demarcam-se pelas suas pequenas dimensões, isolamento e distância da Escola sede, cerca de 20 km. As EB1/JI apresentam, na sua generalidade, más condições de habitabilidade e de aprazibilidade, carecendo de espaços interiores e exteriores adequados às actividades que nelas se realizam.

Segundo o Perfil de Escola, o Agrupamento é frequentado por 1727 crianças/alunos, assim distribuídos: 272 na educação pré-escolar (10 grupos), 762 no 1.º ciclo (71 turmas), 427 no 2.º ciclo (19 turmas), 234 no 3.º ciclo (10 turmas) e 32 nos cursos de educação e formação (2 turmas). Destes alunos, 26,5% têm computador em casa, dos quais 18,2% com ligação à Internet e 68,4% beneficiam de medidas da acção social escolar, sendo 39,6% abrangidos pelo escalão A, 26,6% pelo B e 2,2% pelo C. Da totalidade da população escolar, 42 alunos são de outras nacionalidades.

As habilitações literárias dos pais revelam baixas taxas de escolarização, tendo a maioria dos pais (69,2%) o 1.º e o 2.º ciclos e 0,5% não têm qualquer habilitação. Dos restantes pais, 5,5% possuem formação superior, 6,8% o ensino secundário, 8,8% o 3.º ciclo e 9,2% apresentam “formação desconhecida”. É conhecida a profissão de 67,4% dos pais e destes, 46,3% são operários, artífices e trabalhadores da indústria, 21,4% trabalham nos serviços e comércio, 11,1% são trabalhadores não qualificados, 3,4% são técnicos e profissionais de nível intermédio, 13,1% são quadros superiores, dirigentes e profissionais intelectuais e 4,7% trabalham na agricultura e trabalho qualificado da agricultura e pescas.

O Agrupamento integra 161 docentes, sendo 80 do quadro de escola, 47 do quadro de zona pedagógica e 34 contratados. Do total dos docentes, 36,7% têm entre 10 e 19 anos de serviço, 20,5% entre 5 e 9, 16,1% entre 20 e 29, 13,7% têm até 4 anos e 13% têm 30 ou mais de serviço. O Agrupamento dispõe de 63 funcionários, dos quais nove são assistentes técnicos e 54 assistentes operacionais. Possui uma psicóloga a tempo parcial (10 horas) e 7 funcionários assalariados.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

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1. RESULTADOS BOM

As taxas de transição/conclusão do ensino básico têm melhorado nos últimos anos. No 2.º ciclo, a taxa de transição/conclusão é superior à nacional, mas é inferior no 1.º e no 3.º ciclo, apesar da melhoria verificada neste ciclo. Os resultados das provas de aferição do 4.º ano são superiores aos nacionais, bem como na Matemática, no 6.º ano. Nos exames nacionais do 9.º ano, em 2008, são inferiores aos nacionais, tendo melhorado na Matemática e piorado a Língua Portuguesa, relativamente ao ano anterior. As taxas de abandono escolar, no ensino básico, diminuíram nos últimos três anos, tendo os Cursos de Educação e Formação contribuído significativamente para esta descida. O Agrupamento tem apostado na monitorização dos resultados e do abandono escolares. Os documentos de planificação institucional do Agrupamento colocam a participação e o desenvolvimento cívico dos alunos entre as áreas transversais mais importantes da acção educativa da Escola. No entanto, os projectos e as actividades propostos raramente incluem sugestões de alunos e/ou o envolvimento destes na sua concepção e planeamento. As formas de auscultação, recolha de sugestões e de responsabilização dos alunos são avulsas, realizando-se em contexto da turma, pelos docentes e directores de turma. Não existem formas alternativas instituídas de participação dos alunos, nomeadamente na elaboração e discussão dos documentos estruturantes do Agrupamento. Apesar das melhorias alcançadas, o Agrupamento desenvolve um Plano Promotor da Disciplina, há alguns anos, assegurando a monitorização da indisciplina, particularmente o mau comportamento dos alunos na EB2,3. O Agrupamento aposta no fortalecimento das relações escola-família e, quando esta não resulta, na EB2,3 são atribuídas tutorias ao

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respectivo director de turma. O trabalho desenvolvido pelos docentes, particularmente, na educação pré-escolar e no 1.º ciclo é valorizado pelos pais. Apesar das condições adversas do meio e das condições materiais e físicas da EB2,3, os pais e os alunos reconhecem algumas iniciativas positivas, nomeadamente na melhoria do funcionamento da Escola sede e têm expectativas mais altas relativamente aos efeitos e impacto do trabalho que pode ser desenvolvido nos 2.º e 3.º ciclos, em particular, na criação de condições para uma efectiva diferenciação pedagógica, no despoletar de talentos e na melhoria da qualidade do sucesso.

2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO BOM

Há uma grande aposta do Agrupamento no desenvolvimento de clubes e projectos que, por um lado, envolvam todas as unidades educativas e, por outro, favoreçam a aquisição de competências transversais. Os jardins-de-infância e as escolas do 1.º ciclo têm a preocupação de realizar reuniões de articulação curricular e desenvolvem algumas actividades comuns no âmbito dos projectos – Plano de Acção para a Matemática, Plano Nacional de Leitura, “Indo para a Escola” e “Vou para a Escola”. A articulação entre as Actividades de Enriquecimento Curricular e os “conselhos de disciplina” de Inglês, Educação Física e Educação Visual e Tecnológica vão no sentido de articular actividades para promover competências. Nos 2.º e 3.º ciclos, a articulação curricular é assegurada nos departamentos curriculares e nos “conselhos de disciplina”. No entanto, o importante trabalho de sequencialidade dos conteúdos disciplinares, inter ciclos e intra ciclos, carece de ser aprofundado e ter maior visibilidade interdisciplinar ao nível do Conselho de Turma. O acompanhamento da prática lectiva em sala de aula não é visível como um processo formalmente instituído no Agrupamento e partilhado pelos docentes. O Agrupamento dispõe de Serviços Especializados de Apoio Educativo e de Serviços de Psicologia e Orientação, cuja Psicóloga está sedeada na Escola Secundária, dispondo apenas de 10 horas para o acompanhamento dos alunos do Agrupamento. Os alunos com dificuldades de aprendizagem usufruem de diversas modalidades de apoio educativo.

O Agrupamento articula a oferta nos Cursos de Educação e Formação com a Escola Secundária, procurando apostar em cursos que estejam de acordo com as necessidades locais. O insucesso dos alunos do curso de Instalações Eléctricas, face ao sucesso dos que frequentam o curso de Madeiras, leva a questionar as condições de funcionamento (equipamentos e materiais) disponibilizadas aos alunos daquele curso.

3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR BOM

O Agrupamento identificou claramente as problemáticas que o afectam e em resultado do seu diagnóstico traçou metas orientadoras inscritas no Projecto Educativo. As prioridades e as estratégias de actuação são concretizadas através da realização de actividades contempladas no Plano Anual de Actividades. O planeamento da acção educativa pauta-se pelo respeito dos princípios de equidade e justiça, assenta em critérios de constituição de turmas e de distribuição do serviço docente, privilegiando a continuidade das turmas, dos docentes e do director de turma ao longo dos ciclos. Subsistem alguns problemas na gestão dos recursos humanos, tendo em conta, sobretudo, a sua escassez face ao elevado número de alunos com necessidades educativas especiais, dificuldades de aprendizagem e de ordem emocional e comportamental. O Agrupamento incentiva o pessoal docente e não docente a participar em acções de formação. Contudo, não é evidente uma estratégia ao nível do Agrupamento para promover formação em áreas identificadas como prioritárias.

O Agrupamento identifica como debilidades a falta de espaços físicos e de condições de habitabilidade e de segurança das instalações e equipamentos, em particular, nas EB1, apesar dos esforços encetados pela Autarquia na manutenção e beneficiação das mesmas. Os diferentes responsáveis do Agrupamento preocupam-se com o envolvimento dos pais na vida da Escola, fomentando dinâmicas organizacionais, ilustradas na sua participação em projectos de índole social e educativa, nas reuniões de conselhos de turma e com os directores de turma/professores titulares de turma. Há uma estreita cooperação do Agrupamento com as associações de pais, as instituições locais e a Autarquia no desenvolvimento de

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acções no âmbito dos estágios profissionais, no apoio psicossocial dos alunos e ao nível dos transportes escolares.

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4. LIDERANÇA BOM

Os problemas de insucesso e de abandono escolares estão entre as problemáticas diagnosticadas pelo Agrupamento e fundamentadas, pelos seus responsáveis, no contexto social e físico em que este se insere. Para debelar ou minimizar tais problemas foram definidas metas claras, quantificáveis e avaliáveis. Porém, são pouco ambiciosas no que se refere à melhoria do sucesso escolar dos alunos. A actividade do Agrupamento decorre de uma liderança partilhada ao nível dos diferentes órgãos e estruturas intermédias. A visão de Agrupamento, plasmada nos documentos orientadores da acção educativa, não traduz uma perspectiva de futuro assente numa lógica de acção prospectiva e proactiva de desenvolvimento do Agrupamento. No entanto, este confronta-se com alguns problemas, nomeadamente o funcionamento dos Cursos de Educação e Formação, a divisão/distribuição dos alunos do 3.º ciclo com a Escola Secundária, a continuidade de projectos de iniciativa individual, o serviço prestado por algumas EB1 e a disponibilização de recursos materiais e financeiros, entre outros. O Agrupamento estimula a responsabilização individual e a co-responsabilização dos diferentes grupos e/ou estruturas na execução dos planos de acção, dando-lhes autonomia na decisão. As lideranças, os docentes e os não docentes revelam motivação, empenho, disponibilidade e profissionalismo. As necessidades de formação do pessoal docente e não docente são diagnosticadas, sendo elaborado o respectivo plano de formação a que todos facilmente aderem. Contudo, o Agrupamento não tem conseguido responder a todas as solicitações de formação, nomeadamente as do pessoal não docente, devido às alterações introduzidas na organização dos centros de formação de associações de escolas e no respectivo financiamento. No âmbito da formação contínua para os docentes, foram organizadas acções a nível interno e os docentes do 1.º ciclo aderiram à formação promovida pelo Ministério da Educação no âmbito de algumas áreas curriculares. A fim de melhorar as aprendizagens dos alunos, o Agrupamento aproveita as diferentes oportunidades que o contexto lhe proporciona, desenvolve alguns espaços de enriquecimento da aprendizagem (clubes e projectos) fora do contexto da turma, envolvendo os pais, e estendendo esses projectos e clubes à educação pré-escolar e ao 1.º ciclo. O Agrupamento adere a vários projectos de iniciativa nacional e local, destacando-se os desenvolvidos em parceria com a Câmara Municipal de Arouca e com outras instituições locais.

5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO

[CLASSIFICAÇÃO] BOM

A equipa de auto-avaliação foi designada pelo Conselho Executivo e inclui apenas representantes dos docentes de todos os ciclos de ensino. Apesar de ainda não existir uma verdadeira consciência de equipa, desenvolveu um conjunto de actividades desde 2002/2003, primeiro com base nos dados fornecidos pelo Censos 2001, relativamente a Arouca, e, posteriormente, centrou a sua acção na recolha de informação em torno do sucesso/insucesso, abandono escolar e avaliação das actividades do Agrupamento. Apesar de existir um histórico de trabalho ao nível da recolha de informação e diagnóstico de problemas e conhecer claramente os pontos fortes e fracos do Agrupamento, a equipa não procede à elaboração de planos de melhoria, remetendo essa responsabilidade para o Conselho Pedagógico e estruturas intermédias. O Agrupamento reconhece a importância da aposta nos Cursos de Educação e Formação para a prevenção dos problemas de insucesso e abandono escolares e promoção da inclusão. A identificação dos pontos fortes e fracos do Agrupamento, a relação com a Autarquia e com instituições locais e a liderança partilhada do Conselho Executivo com os restantes órgãos e estruturas de coordenação e de supervisão asseguram condições para um progresso sustentado.

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IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. RESULTADOS

1.1 SUCESSO ACADÉMICO

O Agrupamento tem vindo a monitorizar e a avaliar os resultados escolares dos alunos, no final de cada período. Em 2007/08, a taxa de transição/conclusão, foi, respectivamente, de 94,3%, 92% e 78,2%, nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos, sendo superior à média nacional, no 2.º ciclo, e inferior nos 1.º e 3.º ciclos. A taxa de transição é igualmente superior à nacional, no 5.º ano, e, com excepção do 1.º ano, inferior às nacionais nos restantes anos. Todavia, é nos 7.º e 9.º anos que a taxa de transição e de conclusão mais se distancia (11,5% e 5,1%, respectivamente) dos referentes nacionais. Em relação a 2006/07, a taxa de transição/conclusão melhorou em todos os anos de escolaridade dos 2.º e 3.º ciclos. No 1.º ciclo melhorou apenas no 2.º ano e piorou nos restantes. As disciplinas de menor sucesso identificadas pelo Agrupamento são a Matemática, a Língua Portuguesa e o Inglês. Em 2008, os resultados das provas de aferição do 4.º ano, a Língua Portuguesa e a Matemática, são superiores à média nacional, bem como a Matemática, no 6.º ano. Já a Língua Portuguesa, no 6.º ano, são inferiores à média nacional. Os resultados dos exames nacionais do 9.º ano, a Língua Portuguesa e a Matemática, são inferiores à média nacional em 2008, tendo melhorado a Matemática e piorado a Língua Portuguesa, relativamente ao ano anterior. As taxas de abandono escolar no ensino básico diminuíram de 1,5%, em 2004/05, para 0,4%, em 2005/06. De 2006/07 para 2007/08 o abandono passou de 12 para 6 casos. As situações de abandono e desistência têm vindo a ser monitorizadas, tendo-se, por vezes, recorrido à intervenção da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Arouca. Apesar do esforço despendido, através da intensificação da relação escola/família, da adesão a projectos de combate ao abandono e insucesso escolares, da aposta em cursos de cariz mais prático e profissionalizante, e da diversificação da oferta educativa/formativa, o abandono e o insucesso escolares são problemas que teimam em permanecer. A maioria dos alunos com insucesso escolar beneficia de acção social escolar.

1.2 PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CÍVICO

O Agrupamento coloca nos documentos de planificação institucional a participação e o desenvolvimento cívico dos alunos entre as áreas transversais mais importantes da sua acção educativa. Esta preocupação traduz-se na realização de alguns projectos e actividades, da iniciativa individual ou de grupos de docentes, a desenvolver com os alunos, aos quais têm aderido docentes da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, alguns directores de turma do 2.º e 3.º ciclos, bem como os responsáveis destes projectos/actividades. Têm surgido algumas iniciativas, destacando-se no âmbito da educação ambiental, o projecto “Célula Ecológica” e o “Chiclo-pontos” e na vertente do desenvolvimento cívico (da cooperação e da solidariedade) a campanha de recolha de alimentos, realizada no Natal, para entrega a instituições de solidariedade social do concelho. O desenvolvimento do projecto “Célula Ecológica” envolve todos os alunos do Agrupamento e a sua planificação é efectuada em reuniões com os responsáveis do projecto e os delegados e subdelegados de turma da EB2,3. O projecto “Chiclo-pontos” revela o envolvimento de alguns alunos/turmas na conquista de ecopontos para a EB 2/3. A maioria destes projectos reflectem mais o empenho e as iniciativas individuais de alguns docentes e/ou grupo de docentes do que propostas de alunos e/ou envolvimento destes, na concepção, planeamento e desenvolvimento, bem como a sua responsabilização pela actividade da Escola. Em algumas turmas, realizam-se assembleias de turma na área de Formação Cívica, para debater e discutir os problemas da turma, o Regulamento Interno e a aprovação de regras de funcionamento. Não estão criadas formas de auscultação, recolha de sugestões e de responsabilização dos alunos, nem formas de participação destes na elaboração dos documentos estruturantes da vida escolar, para além das anteriormente referidas. A planificação institucional, raramente inclui sugestões dos alunos. A rádio-escola não funciona, há algum tempo, por avaria do equipamento.

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1.3 COMPORTAMENTO E DISCIPLINA

A necessidade de libertar o Conselho Executivo da mediação de conflitos existentes entre os alunos e de monitorizar o ambiente educativo deu origem, na EB2,3, à criação do Plano Promotor da Disciplina, ainda em desenvolvimento. A permanência de alguns alunos, durante todo o dia, na EB 2/3, independentemente do horário lectivo, devido aos circuitos e horários dos transportes escolares com uma recolha dos alunos nas localidades, no início da manhã, e o seu regresso, no fim da tarde (há alunos a saírem de casa às 6.45h e a regressarem às 20h) é uma situação mais propícia aos conflitos entre alunos. O Agrupamento aposta na Escola a tempo inteiro e encaminha estes alunos para a sala de estudo e para a biblioteca. O comportamento e a disciplina estão incluídos nos critérios de avaliação dos alunos. Estão identificados os casos mais problemáticos de indisciplina e nestas situações têm-se intensificado os contactos com os pais desses alunos e criaram-se, em algumas turmas, tutorias que foram atribuídas aos respectivos directores de turma. Os órgãos de gestão, os docentes e os demais funcionários do Agrupamento são, em regra, respeitados pela maioria dos alunos. No entanto, há indícios de desrespeito dos bens colectivos, nomeadamente, a destruição dos “chiclo-pontos” instalados na EB2,3. As situações de indisciplina na sala de aula têm diminuído, merecendo, neste âmbito, alguma reflexão interna o funcionamento do Curso de Educação e Formação de Instalações Eléctricas - onde acontece maior número de processos disciplinares - nomeadamente no que diz respeito à falta de condições de equipamentos e materiais disponibilizados.

1.4 VALORIZAÇÃO E IMPACTO DAS APRENDIZAGENS

A maioria das famílias valoriza e está satisfeita com o trabalho desenvolvido na educação pré-escolar e no 1.º ciclo mas esperam mais do trabalho a desenvolver no 2.º e 3.º ciclos. Os pais intervenientes nos painéis reconhecem que o contexto social que envolve o Agrupamento, per si, não é condicionante do seu desenvolvimento. Valorizam o trabalho que tem sido desenvolvido com os alunos de contextos mais desfavorecidos e com os que têm menos sucesso. Entendem que o Agrupamento tem de trabalhar no sentido da integração de todos os alunos e, sobretudo, não permitir que os alunos desmotivados e com dificuldades de integração na Escola comprometam o trabalho dos alunos interessados no trabalho escolar e na aprendizagens. O projecto Célula Ecológica, para além de promover a educação ambiental dos alunos, constitui uma oportunidade singular de sensibilização das populações locais para a protecção da floresta, uma das principais riquezas do meio que tem vindo a ser destruída pelos incêndios. A diversificação da oferta de cursos de cariz mais prático e profissionalizante, nomeadamente os Cursos de Educação e Formação constitui uma oportunidade de valorização pessoal e certificação académica para muitos alunos em situação ou em risco de abandono escolar.

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2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

2.1 ARTICULAÇÃO E SEQUENCIALIDADE

Estão instituídas reuniões de articulação curricular na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, não só separadamente, nos respectivos conselhos de docentes, como entre os coordenadores, e, mesmo, entre os docentes, de modo informal, na concretização de várias actividades comuns. Privilegiam-se as planificações de conteúdos e das unidades didácticas, a definição e aferição dos critérios de avaliação, a verificação do cumprimento dos programas, a análise dos resultados e das práticas educativas e a avaliação das estratégias de diferenciação pedagógica. A transição educação pré-escolar/1.º ciclo e 2.º/3.º ciclos são facilitadas através de projectos específicos - “Indo para a Escola” e “Vou para a Escola”, respectivamente – para além de reuniões entre docentes de diferentes níveis de educação/ensino. Em algumas áreas/disciplinas, nota-se um trabalho de articulação e de sequencialidade mais intenso desde o 1.º ao 3.º ciclo, destacando-se a Matemática em termos da avaliação diagnóstica do 1.º ao 9.º ano, que foi acordada entre todos os docentes dessa disciplina. Também o trabalho desenvolvido nas Actividades de Enriquecimento Curricular, no Plano de Acção para a Matemática e no Plano Nacional de Leitura tem constituído excelentes pretextos para fomentar a articulação. Na constituição das turmas do 5.º ano são tidas em conta as orientações dos professores do 1.º ciclo e os elementos relevantes partilhados sobre os alunos. Nos 2.º e 3.º ciclos, a articulação curricular é sobretudo assegurada nas reuniões dos departamentos

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e dos conselhos de turma, sendo discutidos os procedimentos a adoptar, sobretudo no domínio da planificação e da avaliação. Os docentes de educação especial estão presentes nas reuniões dos conselhos de turma e participam na definição de medidas e estratégias para os alunos com necessidades educativas especiais.

2.2 ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA LECTIVA EM SALA DE AULA

O acompanhamento da prática lectiva em sala de aula não está formalmente instituído embora exista uma grande disponibilidade de todos os docentes para cooperarem e partilharem informações e instrumentos de trabalho. Nas estruturas intermédias acompanha-se a planificação, a avaliação, a análise dos resultados escolares e partilham-se experiências, recursos e instrumentos de avaliação.

O acompanhamento mais individualizado da prática lectiva não tem sido solicitado. Pontualmente, realizam-se alguns encontros no sentido de dar resposta a necessidades decorrentes, sobretudo, da realização de actividades constantes no Plano Anual.

2.3 DIFERENCIAÇÃO E APOIOS

O Agrupamento dispõe de Serviços Especializados de Apoio Educativo e de Serviços de Psicologia e Orientação. Estão sinalizados com necessidades educativas especiais 53 alunos (avaliados segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Capacidade e Saúde) que são apoiados por oito docentes do Ensino Especial (três sedeados na EB1 da Boavista), e, em tempo parcial por um terapeuta ocupacional, um terapeuta da fala e um fisioterapeuta. Há, para além destes, casos mais graves, entre os quais se destacam quatro alunos com síndrome de Down e dois com paralisia cerebral. No entanto os alunos da EB1 de Paço-Alvarenga não foram apoiados durante a maior parte do primeiro período do corrente ano lectivo por falta de docente. Verifica-se que 86 alunos do 1.º ciclo com dificuldades de aprendizagem necessitam de apoio educativo e são acompanhados por três docentes a tempo inteiro e por dois vice-presidentes do Conselho Executivo que, no entanto, têm de acorrer muitas vezes a substituições, relegando estas tarefas para segundo plano. Nos 2.º e 3.º ciclos, há apoios a alunos com dificuldades de aprendizagem, particularmente, a Língua Portuguesa, a Matemática e a Inglês. A sala de estudo que existe na EB 2/3 destina-se, sobretudo, aos alunos que, face aos horários dos transportes escolares, têm de permanecer na Escola, não existindo actividades programadas de apoio a outras disciplinas, dependendo do professor aí disponibilizado.

2.4 ABRANGÊNCIA DO CURRÍCULO E VALORIZAÇÃO DOS SABERES E DA APRENDIZAGEM

Há uma aposta do Agrupamento nas actividades de enriquecimento e complemento curricular em diversas vertentes: científica – projecto “Célula Ecológica”, tecnológica e artística – Clube da Expressões ou Clube de Dança, recreativas e desportivas – Desporto Escolar, Fitnessgram –, entre outras. A alimentação, a educação sexual e a disciplina são exemplos de temáticas abordadas por todo o Agrupamento, numa perspectiva de formação cívica, interdisciplinar e envolvendo elementos da comunidade, em particular os pais. A oferta formativa ao nível dos Cursos de Educação e Formação é realizada em articulação com a Escola Secundária, pelo que as ofertas educativas terão antes de mais de privilegiar a existência de condições adequadas para evitar a inadequação de espaços às necessidades dos cursos. Em algumas turmas do 1.º ciclo valoriza-se o ensino experimental das Ciências, em sequência da formação que alguns docentes deste nível de ensino estão a frequentar. Nos restantes ciclos as aulas experimentais ainda não têm a frequência e a regularidade desejadas.

3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

3.1 CONCEPÇÃO, PLANEAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE

O Projecto Educativo, construído para o triénio 2007-2010, traça um conjunto de metas decorrentes da identificação de problemáticas gerais inerentes ao Agrupamento, nomeadamente: no desenvolvimento de competências cívicas e sociais, no maior envolvimento dos pais na vida da Escola, no reforço das

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aprendizagens nas disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática e na aposta numa Escola inclusiva. Estas linhas de actuação foram operacionalizadas através de um conjunto de actividades espelhadas no Plano Anual de Actividades. As competências gerais dos ciclos e das áreas curriculares disciplinares e não disciplinares, os critérios de distribuição do serviço docente, a constituição das turmas, o perfil dos directores de turma e a estrutura e o desenvolvimento dos projectos curriculares de turma norteiam a organização e o planeamento da acção educativa dos órgãos de gestão e das estruturas de orientação educativa. Os instrumentos de orientação educativa e curricular e de concretização das actividades são objecto de avaliação periódica. As reuniões dos conselhos de docentes da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, as coordenações de ano, os departamentos/conselhos de disciplina obedecem a um planeamento estruturado, no início do ano lectivo, que privilegia os critérios de avaliação, a planificação das unidades didácticas, a análise dos resultados e das práticas educativas, a partilha de instrumentos de avaliação formativa e sumativa e a concepção e desenvolvimento de projectos/clubes e actividades de complemento curricular.

3.2 GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS

O Agrupamento privilegia a continuidade das turmas ao longo dos vários ciclos, a continuidade dos professores e dos directores de turma. Define critérios de distribuição do serviço docente e os directores de turma são designados em função do seu perfil. A constituição das turmas está condicionada aos circuitos de transportes escolares. No 1.º ciclo, as turmas integram mais que um ano de escolaridade, face ao encerramento de algumas unidades educativas, em resultado da reestruturação da rede escolar. Persistem alguns condicionalismos na gestão dos serviços especializados de apoio educativo, mercê da sua escassez face ao elevado número de alunos com necessidades educativas especiais e com dificuldades de aprendizagem. A título de exemplo, na EB1 de Paço-Alvarenga, os seis alunos com necessidades educativas especiais, dos quais dois com Trissomia 19 e 21, não receberam apoio especializado durante a maior parte do primeiro período do corrente ano lectivo. A maioria dos professores de apoio educativo tem exercido as suas funções a substituir professores titulares de turma. O pessoal docente e o não docente demonstra satisfação e empenho e estabelece com os alunos e com a comunidade em geral, um clima de bom relacionamento interpessoal. O Conselho Executivo preocupa-se com o acolhimento e a integração dos professores e restantes funcionários. O Agrupamento incentiva o pessoal docente e não docente a participar em acções de formação. Contudo, não é evidente uma estratégia ao nível do Agrupamento para uma formação em áreas identificadas como prioritárias, embora haja um plano de formação e um aproveitamento individualizado das ofertas existentes, em particular ao nível de Planos Nacionais específicos, da plataforma Moodle e da utilização dos quadros interactivos. Decorrem, presentemente, duas acções de formação na Escola sede, em articulação com a Universidade de Aveiro, no âmbito dos Programas de Formação de Professores do 1.º ciclo em Ensino Experimental das Ciências e em Matemática.

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3.3 GESTÃO DOS RECURSOS MATERIAIS E FINANCEIROS

As EBI/JI, em geral, apresentam fracas condições de conforto e de bem-estar, apesar das obras de manutenção e de beneficiação operadas pela Autarquia. Na maioria destas escolas não existem recreios cobertos destinados a actividades pedagógicas, lúdicas e de convívio. Carecem, igualmente, de espaços específicos para a realização das actividades de Animação e de Apoio à Família e de Enriquecimento Curricular, recorrendo, na maioria das vezes, à sala de aula/actividades. A falta de espaços interiores é compensada, em algumas escolas, com a instalação de salas modulares, delimitando, por vezes, os recreios ao livre, já por si exíguos. Na Escola sede, são escassos os espaços para salas de aula, gabinetes de trabalho e de arrecadação. A inexistência de um pavilhão gimnodesportivo e o recurso à utilização de instalações desportivas no exterior da Escola, pertença da Casa do Povo de Arouca, com atravessamento das vias públicas, obsta a segurança e a rentabilidade da prática desportiva. A falta de Internet e de equipamentos informáticos e tecnológicos, na maioria das escolas, delimita a apropriação de saberes e afecta os circuitos de informação e comunicação no Agrupamento. É visível a carência de equipamento fixo e de mobiliário adequado ao funcionamento do Curso de Educação e Formação de “Instalações Eléctricas”. Os recursos financeiros do Agrupamento advêm do Orçamento do Estado, do Orçamento de despesas com Compensação em Receitas (das receitas do bufete), das verbas transferidas pela Autarquia e dos fundos comunitários.

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3.4 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS E OUTROS ELEMENTOS DA COMUNIDADE EDUCATIVA

O Agrupamento preocupa-se com a participação e o envolvimento das famílias na vida da Escola. É visível a participação dos pais nas reuniões com o director de turma/professor titular de turma no início e no decurso do ano lectivo, nas aulas de Formação Cívica, nas actividades realizadas no âmbito dos projectos de animação da leitura, “Semana da Mat e das Ciências”. O Conselho Executivo, os directores de turma e os professores titulares de turma mantêm uma relação de total abertura com os pais, no atendimento e acompanhamento dos seus educandos. A presença dos pais nas reuniões dos conselhos de turma e de atendimento com o director de turma não são monitorizadas, apesar de se proceder ao seu registo. As associações de pais das EB1 e da EB 2,3 revelam-se cooperantes e colaborantes na resolução de problemas recorrentes do Agrupamento. Este estabelece relações de proximidade com as instituições protocoladas e com a Autarquia em áreas ligadas ao estágio profissional dos alunos dos cursos de educação e formação, transportes escolares, cedência de instalações e apoio psicossocial.

3.5 EQUIDADE E JUSTIÇA

Os princípios de equidade e justiça estão subjacentes na gestão e organização do Agrupamento, fundamentalmente, ao nível dos critérios de distribuição do serviço docente e da constituição de turmas. No entanto, alguns dos alunos e dos pais/encarregados de educação entrevistados revelam insatisfação com a divisão dos alunos do 3.º ciclo entre a EB 2/3 e a Escola Secundária de Arouca, apesar de estarem estabelecidos e serem conhecidos os critérios de distribuição. O Agrupamento, assume-se como uma Escola inclusiva, apostando na diversificação da sua oferta educativa/formativa, através dos Cursos de Educação e Formação e no desenvolvimento de respostas educativas dirigidas para um número elevado de alunos com necessidades educativas especiais e com dificuldades de aprendizagens e com problemas de natureza emocional e comportamental. Preocupa-se com a motivação e a integração social e afectiva dos alunos, tendo em conta o seu contexto socioeconómico, através da criação de um ambiente acolhedor e de bem-estar, patente no bom relacionamento interpessoal com os docentes e os não docentes. Nas EB1 e JI, os docentes e os demais funcionários, têm um papel relevante, juntos dos alunos, na garantia de necessidades básicas de sobrevivência, pois há casos em que as únicas refeições dos alunos são as fornecidas no Agrupamento.

4. LIDERANÇA

4.1 VISÃO E ESTRATÉGIA

O Agrupamento tem vindo a investir no diagnóstico dos problemas com que se debate, nomeadamente no combate ao insucesso e abandono escolares, estando as problemáticas fundamentadas num contexto social e físico adverso ao trabalho da Escola. Os Projectos Educativo e Curricular do Agrupamento dão-nos conta desta situação; definem objectivos a atingir, dentro dos períodos de vigência dos respectivos documentos e traçam algumas metas claras, quantificáveis e avaliáveis, que são pouco ambiciosas, no que se refere à melhoria do sucesso escolar dos alunos. Juntamente com o Plano Anual de Actividades, remetem-nos para alguns planos de acção, sugeridos por diferentes grupos de docentes, cujas prioridades, fundamentação, objectivos e estratégias dificilmente se distinguem e/ou traduzem uma acção estudada, prospectiva e proactiva das lideranças do Agrupamento. A oferta formativa, nomeadamente de Cursos de Educação e Formação, é concertada com a Escola Secundária de Arouca, havendo problemas nas condições físicas de funcionamento do Curso de Educação e Formação de Instalações Eléctricas. O Agrupamento tem dificuldades em atrair os alunos do 3.º ciclo para a EB2,3, cujas preferências se voltam para a Escola Secundária. As expectativas de melhoria da acção do Agrupamento estão centradas na redefinição da rede escolar do 1.º ciclo e na criação dos centros escolares. As lideranças de topo do Agrupamento são partilhadas, estão abertas aos contributos e às iniciativas individuais ou de grupos de docentes, fomentam o trabalho entre docentes de diferentes grupos e assentam na autonomia e na responsabilização das diferentes estruturas de gestão intermédia. Às vezes, os projectos que assentam em disponibilidades individuais, apesar de reconhecidos e muito válidos não têm continuidade. Aqui se podem incluir, por exemplo, a não publicação do jornal do Agrupamento e o não funcionamento da rádio-escola.

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4.2 MOTIVAÇÃO E EMPENHO

A motivação e o empenho, a disponibilidade e o profissionalismo do pessoal docente e não docente, bem como dos responsáveis dos diferentes órgãos, serviços e sectores do Agrupamento, têm sido os principais facilitadores da acção deste, vencendo, no dia-a-dia, as condições sociais e físicas adversas com que se defrontam, em prol do sucesso dos alunos. Os docentes são conhecedores das dificuldades do meio, reconhecem a importância da relação escola-família e, nesse caso, facilitam-na. Os docentes titulares de turma e os directores de turma disponibilizam-se e flexibilizam o horário de atendimento aos pais. Por exemplo, a fim de se facilitar a deslocação dos pais à EB2,3 e para que estes disponham de transportes, as reuniões de pais são, frequentemente, marcadas em dias de feira na Vila. O isolamento das unidades de 1.º ciclo e as distâncias que as separam da EB2,3, ainda, geram absentismo do pessoal docente e dificuldades no recrutamento de docentes para estas unidades.

4.3 ABERTURA À INOVAÇÃO

O Agrupamento tem aderido às diferentes propostas que o contexto lhe vai proporcionando em prol da melhoria das aprendizagens dos alunos e da extinção dos problemas com que se defronta. Proporciona espaços alternativos de aprendizagem aos alunos fora do contexto da turma e de sala de aula, de que são notórios os clubes, alguns projectos e actividades que desenvolve. Alarga as actividades de animação dos clubes à educação pré-escolar e ao 1.º ciclo através do envolvimento dos docentes destes níveis de educação e ensino, nos respectivos planos de acção. Envolve os pais nas actividades de animação da leitura, na sala de aula e em casa, nos diferentes ciclos. Apesar da escassez e da qualidade dos recursos didácticos de que dispõe, aposta em dinâmicas tendentes à afirmação das tecnologias de informação, tanto na sala de aula como na da interacção entre docentes e discentes. Introduziu as tutorias entre os dispositivos utilizados de prevenção e combate do insucesso e abandono escolares.

4.4 PARCERIAS, PROTOCOLOS E PROJECTOS

Os principais parceiros do Agrupamento são a Câmara Municipal de Arouca e as Juntas de Freguesia da área, com as quais existe um bom relacionamento institucional, sendo fundamental o seu apoio nos transportes para algumas das actividades desenvolvidas com os alunos, quer sejam da iniciativa do Agrupamento, ou do Município. Com a Câmara estabelece protocolos de utilização das piscinas, que integram o Complexo Desportivo Municipal de Arouca, destinadas aos alunos do Agrupamento, para aulas de Natação e o Desporto Escolar. O Agrupamento celebra protocolo de parceria com diversas entidades: com a Cooperativa Academia de Música de Vale de Cambra, entidade executora das Actividades de Enriquecimento Curricular do 1.º Ciclo, através dos seus departamentos – Instituto de Línguas, Núcleo de Actividade Física e Artística e Escola de Música; com a Academia de Música de Arouca, no que se refere à divulgação das ofertas de ensino especializado da Música, à constituição das turmas, à integração dos currículos do ensino regular e do ensino artístico especializado e à avaliação; com a Associação para a Integração de Crianças Inadaptadas de Arouca, no que se refere à exequibilidade de programas alternativos de integração de alunos com necessidades educativas especiais, nomeadamente componentes de transição para a vida pós-escolar, abrangendo no momento três jovens e com a Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular relativo à disponibilização do Kit do Programa FITNESSGRAM de avaliação e educação da aptidão da actividade física, para aplicação no Agrupamento, no âmbito da Educação Física. Articula com a Escola Secundária de Arouca e a Câmara Municipal a nível da organização dos transportes escolares, bem como das actividades de orientação vocacional e profissional dos alunos, organizadas pela Psicóloga. Está envolvido em vários projectos de iniciativa nacional e local (“Arouca a ler mais”; “Biblomala” para os JI e “Biblomóvel” para o 1.º ciclo). Conta com a colaboração do Centro de Saúde de Arouca nas actividades desenvolvidas, conjuntamente com a Escola Secundária, relativas ao Programa Escolas Promotoras de Saúde e com a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Arouca na abordagem de algumas situações de abandono escolar. Apesar de ser de pequenas dimensões, o tecido empresarial de Arouca tem sido fundamental no acolhimento dos estágios dos alunos dos Cursos de Educação e Formação.

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5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO

5.1 AUTO-AVALIAÇÃO

O Agrupamento constituiu em 2002/2003, por designação do Conselho Executivo, uma equipa, formada exclusivamente por docentes, embora de todos os graus de ensino, para elaborar um relatório que avaliasse o sucesso, o insucesso e o abandono escolar e fosse submetido a análise no Conselho Pedagógico. Cruzando dados com os Censos 2001 relativamente ao concelho, o resultado permitiu um conjunto de indicadores que foram rentabilizados para o Plano Anual de Actividades. Anualmente, o trabalho tem sido repetido com o envio das conclusões aos departamentos, não apenas para complementar a reflexão e análise, mas sobretudo para a adopção de medidas e estratégias tendentes à superação das deficiências e melhoria dos resultados. A equipa, embora não defina planos de melhoria (da responsabilidade das estruturas intermédias e do Conselho Pedagógico), mostra um bom conhecimento dos pontos fortes e fracos do Agrupamento. Reconhece, por exemplo, a necessidade de uma maior articulação entre ciclos, de um maior envolvimento dos pais, mas também de um maior investimento em equipamentos informáticos e tecnológicos e em instalações desportivas. No final de 2007/2008 procedeu à primeira avaliação anual do Projecto Educativo e, articulando com a Assembleia de Escola, nesse mesmo ano lectivo, aplicou um inquérito para avaliar o grau de satisfação dos alunos, pais, docentes e não docentes. A equipa ainda não tem muito visível a ligação do seu trabalho com os dados já recolhidos e o papel que eles passarão a ter numa definição de documentos estratégicos desde o nível do Agrupamento, globalmente considerado, até ao nível mais particular de cada turma.

5.2 SUSTENTABILIDADE DO PROGRESSO

O Agrupamento identifica os problemas de insucesso e abandono escolares como pontos fracos e está atento à necessidade de encontrar vias estratégicas que contribuam para a sua superação. Neste contexto, aposta na diversidade da oferta, na escola inclusiva, na satisfação dos alunos e do pessoal docente e não docente, na relação profícua com a Autarquia e com as instituições locais, na liderança partilhada entre os diversos órgãos e estruturas de coordenação, na mobilização dos encarregados de educação para alcançar metas mais ambiciosas. O corpo docente jovem e disponível, centros de decisão descentralizados e responsabilidades partilhadas, um clima interno sem problemas graves de indisciplina, um crescente envolvimento dos pais (ambiciosos nas metas a atingir), o ambiente colaborativo com a Escola Secundária, a cooperação de várias instituições da comunidade e a motivação do Conselho Geral Transitório traduzem a diversidade de pontos fortes e de vontades capazes de tornar o Agrupamento um espaço de referência educativa no futuro.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas de Arouca (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o Agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; por ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; por oportunidade: condição ou possibilidade externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos; por constrangimento: condição ou possibilidade externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

A melhoria dos resultados escolares e a redução da taxa de abandono escolar.

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O desenvolvimento de clubes e projectos alargados aos diferentes níveis de ensino.

A aposta na diversificação da oferta educativa e formativa.

A participação dos pais na vida da Escola.

A motivação e o empenho do pessoal docente e não docente.

A liderança partilhada entre os órgãos de gestão e as estruturas de coordenação e supervisão.

Pontos fracos

As taxas de transição/conclusão dos 1.º e 3.º ciclos, ainda inferiores às nacionais, bem como o insuficiente desempenho dos alunos nos exames do 9.º ano.

O insuficiente trabalho de articulação dos conteúdos disciplinares entre os diferentes ciclos do ensino básico.

A ausência de estratégias consistentes de acompanhamento, apoio e monitorização da prática lectiva em sala de aula.

As fracas condições de funcionamento do Curso de Educação e Formação “Instalações Eléctricas”.

A ausência de uma sustentada cultura de auto-avaliação.

Oportunidades

A construção de centros escolares no âmbito do Programa Nacional de Requalificação da rede do 1.º Ciclo do Ensino Básico e da Educação Pré-Escolar do Ministério da Educação poderá proporcionar melhores condições de funcionamento da educação pré-escolar e do 1.º ciclo.

Constrangimentos

A dispersão geográfica do Agrupamento, a reduzida dimensão de algumas unidades do 1.º ciclo e as condicionantes nos horários dos transportes escolares dificultam o desenvolvimento da acção educativa do Agrupamento.

A inadequação dos espaços nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico é um entrave ao funcionamento das diferentes actividades educativas.

Em função do contraditório apresentado pelo Agrupamento, este relatório foi alterado:

na pág. 3, II – Caracterização do Agrupamento (2.º parágrafo), onde se lia “… é frequentado por 1827 crianças/alunos, assim distribuídos: 372 na educação pré-escolar…”, passou a ler-se “… é frequentado por 1727 crianças/alunos, assim distribuídos: 272 na educação pré-escolar …”;

na pág. 8, 2.3 - Diferenciação e Apoios (6.ª linha), onde constava “…os alunos da EB1 de Paço-Alvarenga não foram apoiados no primeiro período do corrente ano lectivo …”, passou a constar “… os alunos da EB1 de Paço-Alvarenga não foram apoiados durante a maior parte do primeiro período do corrente ano lectivo …”;

na pág. 9 – 3.2 – Gestão dos Recursos Humanos (8.ª linha), onde se lia “… à EB1 de Paço-Alvarenga, no primeiro período do corrente ano lectivo, não foi afecto nenhum docente de educação especial, apesar de integrar seis alunos com necessidades educativas especiais, dos quais dois com Trissomia 19 e 21”, passou a ler-se “…na EB1 de Paço-Alvarenga, os seis alunos com necessidades educativas especiais, dos quais dois com Trissomia 19 e 21, não receberam apoio especializado durante a maior parte do primeiro período do corrente ano lectivo”.