relasenhores dos anéisnet

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Documento relacionado ao estudo do monopólio estatal das abelhas rainhas que vivem em Sturtagard na Itália, onde existe um clã de senhores dos anéis que são magos do mal, muito perversos. Cuidado.

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  • 1

  • 3SUMRIOINTRODUO ................................................................................................................................ 4

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? ...................................................................................................................... 6

    1. AS TENDNCIAS DO INVESTIMENTO SOCIAL ......................................................................... 71.1 Sobre a evoluo dos investimentos sociais .............................................................................. 71.2 Sobre a importncia dos incentivos fiscais ................................................................................ 131.3 Sobre as previses para 2015........................................................................................................... 15

    2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS .............................................. 212.1 Sobre a composio dos investimentos sociais corporativos .............................................. 212.2 Sobre o foco das prticas sociais ................................................................................................... 302.3 Sobre os programas de educao ................................................................................................. 352.4 Sobre a distribuio espacial dos recursos ................................................................................. 412.5 Sobre a qualidade dos investimentos sociais ........................................................................... 442.6 Sobre os programas de voluntariado .......................................................................................... 492.7 Sobre as parcerias com as organizaes sem fins lucrativos ............................................... 592.8 Sobre a gesto dos investimentos sociais .................................................................................. 682.9 Sobre a comunicao e a divulgao .......................................................................................... 72

    PARTE II - INVESTIMENTOS SOCIAIS: PARA ONDE VAMOS? ........................................................................................................... 76

    3. TPICO ESPECIAL: O QUE H DE NOVO NA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS .... 773.1 Sobre as mudanas recentes na conduo dos investimentos sociais ............................ 783.2 Sobre os avanos no alinhamento aos negcios ...................................................................... 943.3 Sobre a filantropia, os investimentos sociais e os negcios de impacto ......................... 1073.4 Sobre as reorientaes nas relaes com atores externos ................................................... 1163.5 Sobre os requisitos para o sucesso das parcerias ..................................................................... 1473.6 Sobre os desafios das aplicaes sociais obrigatrias ........................................................... 153

    CONSIDERAES FINAIS - INVESTIMENTOS SOCIAIS: TENDNCIAS X EVIDNCIAS ..................................................................................... 164

    ANEXO ..................................................................................................................................................... 172

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo4

    INTRODUOIniciada em 2008, a Pesquisa BISC - Benchmarking do Investimento Social Corporativo - foi inspirada na experincia pioneira do Committee Encouraging Corporate Philanthropy (CECP), de Nova York, instituio parceira da Comunitas, que congrega o mais expressivo frum internacional de CEOs, dedicado ao investimento social privado. O objetivo inicial era estabelecer padres de referncia para os investimentos sociais corporativos que pudessem ser comparados, nacional e internacionalmente. Sem perder essa perspectiva, vrias inovaes e aprimoramentos foram introduzidos na verso brasileira, com o objetivo de adaptar a pesquisa s caractersticas da atuao das empresas no Brasil e de contribuir, cada vez mais, para o desenvolvimento e o aperfeioamento da gesto e avaliao dos investimentos sociais privados.

    Assim, parte das questes exploradas na pesquisa reproduzida anualmente, para acompanhar a evoluo dos investimentos, e outra parte segue a mesma metodologia adotada pelo CECP, para identificar padres de referncia do investimento social corporativo e fazer comparaes internacionais. Paralelamente, a cada ano so introduzidas novas questes de forma a explorar temas considerados relevantes e ainda pouco conhecidos.

    Em 2015, o BISC deu nfase s transformaes em curso na gesto dos investimentos sociais, levando em considerao as tendncias identificadas na edio anterior da pesquisa. Para tanto, buscou-se analisar: (a) as novas estratgias para a execuo dos investimentos sociais adotadas pelas empresas e as implicaes do alinhamento dos investimentos sociais aos negcios; (b) as perspectivas dos investimentos sociais e da filantropia no contexto das mudanas no campo da atuao social das empresas; (c) as mudanas recentes nas parcerias com organizaes pblicas e privadas; e (d) as mudanas na conduo das aplicaes sociais obrigatrias.

    Os resultados apresentados neste relatrio foram obtidos mediante trs procedimentos: (a) um levantamento on-line junto s instituies parceiras que representam um universo de 312 empresas, 24 fundaes empresariais e a federao de empresas do setor de indstria do Rio de Janeiro - Sistema FIRJAN1; (b) entrevistas com gestores sociais e lideranas de 10 empresas ou institutos empresariais que participaram da ltima edio da pesquisa2; e, (c) trabalhos desenvolvidos pelo Grupo de Debates BISC.

    Vale ressaltar que esse Grupo de Debates foi institudo pela Comunitas em 2015, com o objetivo de explorar e aprofundar a reflexo sobre temas selecionados pelos parceiros e de contribuir para o intercmbio de experincias e aprimoramentos na conduo dos investimentos sociais privados. Essa iniciativa vem ao encontro de uma demanda dos participantes e insere-se no

    1 As informaes sobre a atuao do Sistema FIRJAN adicionam ao BISC conhecimento sobre o papel desempenhado por entidades patronais que se envolvem no desenvolvimento de projetos sociais e buscam ampliar a responsabilidade social do respectivo setor. No entanto, como os recursos financeiros investidos pelas federaes so oriundos de contribuies compulsrias das empresas, eles no foram considerados no dimensionamento dos investimentos sociais do grupo.2 As entrevistas tiveram uma durao de 60 a 120 minutos e foram gravadas e transcritas. Diversos trechos das transcries so apresentados ao longo deste relatrio.

  • 5bojo dos esforos de aprimoramentos da pesquisa, com vistas a torn-la cada vez mais til para os seus participantes e para todas as demais instituies e pessoas que se interessam pelo tema da atuao do setor privado no campo social. Os resultados dos trabalhos do grupo so apresentados neste relatrio nas sees que tratam das parcerias com atores externos e do alinhamento dos investimentos aos negcios.

    Outro tpico que foi destacado nesta edio da pesquisa o dos negcios de impacto que representam hoje um novo caminho para as empresas contriburem no enfrentamento dos problemas sociais do pas. Para tanto, contou-se com a colaborao do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), uma organizao da sociedade civil que hoje se dedica ao fortalecimento do ecossistema de Finanas Sociais e Negcios de Impacto no Brasil. Essa instituio, que concentra seus trabalhos na articulao de diversas organizaes envolvidas com o tema, na produo e disseminao de conhecimento e no financiamento de projetos que fortalecem atores considerados estratgicos, elaborou um texto sobre os negcios de impacto para ser publicado neste relatrio BISC de 2015.

    A importncia do BISC pode ser aferida pela dimenso dos investimentos sociais analisados, que somaram R$ 2,3 bilhes, em 2014, e pelas contribuies anlise desse tema, entre as quais cabe destacar: A adoo de padres de benchmarking similar ao adotado pelo CECP, que permite comparar

    o comportamento das empresas no Brasil com o de suas congneres nos USA. A instituio do benchmarking qualitativo como ferramenta de avaliao e reflexo sobre a

    atuao das empresas parceiras. A anlise anual do impacto da conjuntura econmica nos investimentos sociais privados. O dimensionamento e a evoluo dos incentivos fiscais utilizados, por tipo de incentivo. A desagregao dos recursos investidos pelas empresas e por seus institutos, acompanhada

    de uma anlise diferenciada da atuao desses dois grupos de organizaes. A desagregao dos investimentos sociais por rea de atuao e por fonte de recursos. As informaes sobre tendncias e perspectivas dos investimentos sociais. O mapeamento das organizaes sem fins lucrativos que atuam em parceria com as empresas

    do grupo. O dimensionamento e o perfil das aplicaes sociais realizadas pelas empresas, em decorrncia

    de exigncias legais.

    A anlise desses temas est apresentada em duas partes do presente relatrio, cuja estrutura similar a dos anos anteriores, de forma a facilitar o acompanhamento da srie de publicaes da pesquisa. Na primeira parte, analisada a evoluo dos investimentos sociais privados e a influncia da conjuntura econmica no comportamento das empresas. Nela, apresenta-se, tambm, um perfil atualizado da atuao do Grupo BISC e das parcerias que estabelecem com organizaes sem fins lucrativos. A segunda parte dedicada anlise das mudanas recentes na conduo dos investimentos sociais corporativos, confrontando-se os resultados com as tendncias captadas da edio do BISC de 2014, especialmente no tocante gesto dos investimentos sociais, aos avanos no alinhamento aos negcios, s reorientaes nas relaes com organizaes, pblicas e privadas, e aos desafios para o aprimoramento das aplicaes sociais obrigatrias.

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo6

    PARTE I

    INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS?

  • 71. AS TENDNCIAS DO INVESTIMENTO SOCIAL

    1.1 SObRE A EVOlUO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS

    A. Sinais de recuperao devem ser comemorados

    Em meio a uma contnua deteriorao das condies econmicas, o crescimento dos investimentos sociais em 2014 denota firmeza no que diz respeito ao compromisso das empresas que participam do BISC com essa prtica. Em 2014, a economia ficou praticamente estagnada (o PIB cresceu 0,2%), denotando o esgotamento do efeito das medidas que contriburam para uma alta de 2,7% no ano anterior.

    Na contramo do caminho trilhado pela economia, os investimentos sociais cresceram 11% em 2014, totalizando R$ 2,3 bilhes, no o bastante para recuperar as perdas de 2013, mas o suficiente para elevar esse montante para o nvel alcanado em 2011, quando a economia ainda se beneficiava do ciclo expansionista iniciado em 2009 (Grfico 1). Grfico 1

    COMO SE COMPORTAM OS INVESTIMENTOS SOCIAIS DO GRUPO bISC NO PERODO 2007 - 2014?

    Valores atualizados pelo IPCA mdioFonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo8

    Refletindo os impactos setoriais diferenciados da conjuntura econmica nas empresas, a recuperao dos investimentos em 2014 deveu-se contribuio de 35% dos participantes da pesquisa (Grfico 2), em especial do grupo formado pelas empresas que participaram da pesquisa durante todos os anos em que ela foi realizada, que aumentou em 21% os recursos aplicados em investimentos sociais, praticamente o dobro daquele registrado por todo o grupo.

    Grfico 2

    EM qUANTO O INVESTIMENTO SOCIAl REAlIzADO PElAS EMPRESAS EM 2014 DIFERE DE 2013?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    O que mais indica o compromisso das empresas com o tema nem a recuperao dos investimentos ocorrida em 2014, e sim sua trajetria. A srie de informaes que a continuidade da pesquisa permitiu acumular a partir de 2007 registra uma clara tendncia de crescimento dos investimentos sociais nos ltimos oito anos, como mostram os nmeros apresentados no Grfico 1. Como era de se esperar, as oscilaes acompanham os movimentos da economia, mas a caminhada nitidamente ascendente. Nos prximos anos espera-se confirmar a manuteno dessa trajetria.

    O nimo de veteranos e novatos foi inflado nos ltimos dois anos pela busca de novas estratgias voltadas para aumentar o impacto dos investimentos sociais. Empunhando uma bandeira onde se inscreve em letras garrafais a palavra MUDANAS, todos avanaram no caminho de uma reviso da poltica de investimentos pautada pela busca de alinhamento aos negcios, na qual o fortalecimento da marca e a aproximao das comunidades devem combinar-se de forma equilibrada.

  • 9PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 1. AS TENDNCIAS DO INVESTIMENTO SOCIAL

    De certa forma, esse novo posicionamento tambm contribuiu para fortalecer a atuao dos institutos, cujos investimentos alcanaram o maior valor de toda a srie (Grfico 3), invertendo a tendncia de aumento da participao dos investimentos realizados diretamente pelas empresas, que vinha sendo observada em anos anteriores. Isso porque a nova estratgia aponta para a necessidade de combinar duas expertises complementares: a das empresas, no tocante ao alinhamento aos negcios, e a dos institutos, na relao com as comunidades, o que se manifesta na forma de um aumento expressivo dos repasses de recursos das empresas para seus institutos.

    Grfico 3

    COMPARANDO EMPRESAS E INSTITUTOS, COMO EVOlURAM OS INVESTIMENTOS ENTRE 2007 E 2014?

    Obs.: No grfico, s esto computados os investimentos em recursos financeiros, com valores ajustados pela inflao. No esto includos valores referentes a bens e servios. Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Ainda cedo para concluir que a novidade captada pelos resultados de 2014 constitui uma nova tendncia no relacionamento das empresas com seus institutos, mas um sinal que recomenda maior ateno a esse ponto nas prximas edies do BISC.

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo10

    B. Apesar da recuperao no volume de recursos aplicados em 2014, o BISC no pde sustentar sua posio na comparao com o benchmarking internacional.

    Na comparao com o benchmarking elaborado pelo CECP, a trajetria tambm importante, pois os dados anuais so muito influenciados por diferenas na conjuntura econmica internacional e domstica, afetando mais as empresas brasileiras na atualidade.

    Refletindo a deteriorao do cenrio econmico domstico e as mudanas na composio do grupo, a mediana da participao dos investimentos sociais das empresas do BISC no lucro bruto caiu em 2014, ficando cerca de um tero abaixo da mdia de 1,08% para o perodo 2007-2013.

    Quando a comparao toma por base o lucro lquido, o resultado bem melhor. A mediana da participao dos investimentos sociais no lucro lquido foi de 2,18% em 2014, pouco menos de um quinto abaixo do ndice de 2013 (Grfico 4). Tais resultados, combinados com o crescimento no total dos investimentos realizados, podem ser vistos como uma demonstrao do esforo realizado pelas empresas para preservar as prioridades dessa rea num contexto de grandes dificuldades.

    Grfico 4

    COMO SE COMPORTAM OS INVESTIMENTOS SOCIAIS DO GRUPO bISC EM 2014?(Mediana dos percentuais)

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    No obstante, o esforo realizado no foi suficiente para evitar que o indicador utilizado na comparao com o CECP a relao investimentos/lucro bruto - voltasse para um patamar, abaixo do benchmarking internacional (Figura 1).

  • 11

    Figura 1

    bISC E CECP: qUAl O PESO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS NOS lUCROS DAS EMPRESAS?

    Proporo dos investimentos nos lucros brutos

    (Mediana dos percentuais)

    *Padro de investimentos sociais das empresas norte-americanas que participam da pesquisa do CECPFonte: CECP & Comunitas, 2015.

    Indstria e servios quem responde por uma parcela maior da diferena?Se tomarmos em considerao os valores dos investimentos realizados por setor, os resultados de 2014 explicam-se principalmente pelas mudanas nos investimentos realizados pela indstria, pois o total dos investimentos realizados pelas empresas do setor de servios permaneceu praticamente estagnado. Vale ressaltar, no entanto, que o comportamento das empresas do grupo foi bastante distinto e que os resultados setoriais no refletem redues ou aumentos importantes internamente a esses dois grupos (Figura 2).

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 1. AS TENDNCIAS DO INVESTIMENTO SOCIAL

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo12

    Figura 2

    INDSTRIA E SERVIOS: O qUE OCORREU COM OS SEUS INVESTIMENTOS SOCIAIS NO PERODO 2007-2014?

    Mediana do valor dos investimentos

    (Em valores, ajustados pela inflao)

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    C. A recuperao foi influenciada pela ao das empresas de maior porte.

    Repetindo o que vem sendo constatado nas pesquisas anteriores e o que seria esperado, a mediana do valor dos investimentos realizados em 2014 muito maior no segmento que rene as empresas de maior porte, como pode ser visto abaixo nos dados apresentados na Figura 3. O valor dessa mediana para as empresas que

  • 13

    obtiveram lucro maior do que 3 bilhes de reais cerca de 3 vezes maior do que a mdia para todo o grupo e cinco vezes maior no grupo que emprega mais do que 30 mil funcionrios.

    Figura 3

    COMO VARIAM OS VAlORES DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS CORPORATIVOS?

    (Mediana dos investimentos)

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    1.2 SObRE A IMPORTNCIA DOS INCENTIVOS FISCAIS

    D. Um novo abalo poder comprometer a continuidade da recuperao?

    certo que sim, embora seja difcil prever em que medida. Um dado que merece ser destacado a respeito da questo apresentada que boa parte da recuperao observada em 2014 deveu-se ao crescimento nos investimentos apoiados em incentivos fiscais, que cresceram 31% em relao aos valores de 2013. pouco provvel que isso possa se repetir em 2015, em face do impacto da recesso na economia nos lucros das empresas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 1. AS TENDNCIAS DO INVESTIMENTO SOCIAL

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo14

    Os resultados da pesquisa mostram que a contribuio dos incentivos para o acrscimo nos valores investidos neste ano foi de R$ 151 milhes, pouco menos de dois teros do crescimento no total investido por todas as empresas, que alcanou a cifra de R$ 239 milhes.

    Apesar disso, a participao dos incentivos no financiamento dos investimentos sociais das empresas do BISC ainda pode ser considerada pequena, embora o percentual em tela tenha alcanado o maior ndice de toda a srie pesquisada (Grfico 5). O que se pode dizer que o crescimento dos incentivos deu uma ajuda importante para a recuperao de 2014, mas no se deve esperar que esse fato tenha condies de se sustentar no prximo ano.

    Grfico 5

    COMO EVOlUIU A PARTICIPAO DOS INCENTIVOS FISCAIS NO FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS? (2007-2014)

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 15

    1.3 SObRE AS PREVISES PARA 2015A combinao de trs fatores, considerados como os mais importantes pelas empresas e pelos institutos para as decises de ampliar os investimentos sociais em 2014, fornecem uma boa pista para buscar explicaes para o sucedido: a criao de novos projetos sociais, a expanso de projetos existentes e o aumento dos repasses de recursos das empresas para os institutos (Grfico 6).

    Grfico 6

    O qUE lEVOU UM GRUPO DE EMPRESAS E INSTITUTOS A AMPlIAR OS SEUS INVESTIMENTOS SOCIAIS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 1. AS TENDNCIAS DO INVESTIMENTO SOCIAL

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo16

    Novos projetos e a expanso dos projetos existentes sugerem que a mudana na estratgia das empresas, destacada no incio deste texto, teria levado deciso de selecionar os projetos em curso alinhados a essa nova estratgia, agregando novos projetos j escolhidos em funo do mesmo critrio. Adicionalmente, a busca por maior aproximao das comunidades a outra ponta dessa nova estratgia - teria induzido reverso da tendncia de reduo do papel dos institutos na execuo dos investimentos sociais, apoiada no repasse de recursos da empresa para seus institutos, o que poderia estar associado, em alguma medida, ao aumento na captao dos incentivos.

    Essa hiptese, que dever ser examinada nas prximas pesquisas, pode ter contribudo para que os institutos sejam menos pessimistas e um pouco mais otimistas que as empresas no tocante a expectativas para 2015 (Grfico 7). So os que mais fizeram previses a respeito, os que menos esperam queda nos investimentos maiores do que 25% e os que depositam maior esperana em crescimento maior do que 25%. No se pode desconsiderar, tambm, que alguns institutos ou fundaes empresariais tm fundos prprios e, portanto, oramentos mais estveis.

    Grfico 7

    qUAIS AS MUDANAS NOS INVESTIMENTOS SOCIAIS REAlIzADOS EM 2014 E OS INVESTIMENTOS SOCIAIS PREVISTOS PARA 2015?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 17

    No pode ser objeto de surpresa o fato de que o otimismo neste ano seja menor do que o revelado pela pesquisa do ano anterior. Comparado com os que previam aumento nos investimentos (69% dos respondentes), o percentual dos que pensam assim neste ano caiu para 56%. Afinal, a perspectiva de uma queda na ordem de 3% no PIB em 2015 gera um clima de pessimismo, que no favorece vises rseas nessa rea, principalmente quando as expectativas so as de que o PIB continuar caindo em 2016.

    A despeito das dificuldades, os brasileiros so menos pessimistas que os norte-americanos. Mais da metade das empresas e 44% dos institutos esperam um crescimento nos investimentos sociais, o que esperado por apenas 38% dos americanos. E enquanto mais de 20% dos brasileiros acreditam em um crescimento maior do que 25%, apenas 1% das empresas estrangeiras esperam algo parecido (Grfico 8). Grfico 8

    CECP: qUAIS AS MUDANAS NOS INVESTIMENTOS SOCIAIS REAlIzADOS EM 2014 E OS INVESTIMENTOS SOCIAIS PREVISTOS EM 2015?

    Fonte: CECP, 2015.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 1. AS TENDNCIAS DO INVESTIMENTO SOCIAL

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo18

    Neste cenrio, quaisquer previses para os investimentos sociais em 2015, cujos resultados sero conhecidos quando a pesquisa a ser realizada no prximo ano for concluda, precisam levar em conta o histrico nessa rea. Do lado positivo, deve-se considerar a recuperao de 2014, que ocorreu num ano em que a economia ficou praticamente estagnada. Do lado negativo, cabe mencionar que os resultados de 2014 ainda sofreram a influncia de uma taxa de crescimento econmico de 2,7% no ano anterior.

    Numa viso otimista, baseada na hiptese de que todas as empresas que no informaram previses para 2015 mantenham o montante aplicado em 2014, poderamos esperar que o total deste ano ficasse na casa dos 2,2 bilhes de reais, uma queda de 6% que faria a trajetria dos investimentos retornar ao nvel de 2012. Mas o baque forte e o retorno aos nveis de 2013 no deve ser descartado. No entanto, cabe chamar ateno para a diferena entre investimentos sociais e os demais investimentos. A recesso desestimula os investimentos privados, em razo de queda na demanda, mas o oposto ocorre na rea social, em que as empresas enfrentam maiores restries para desativar iniciativas que ajudam a minorar o efeito da crise nas comunidades em que se inserem. O Quadro 1, apresentado a seguir, contm algumas respostas de gestores e dirigentes de empresas e institutos seguinte indagao feita durante as entrevistas realizadas pela equipe do BISC: Quais as perspectivas dos investimentos sociais no futuro prximo: eles sero fortalecidos, e em que direo? A leitura de trechos dos depoimentos permite concluir que os compromissos com investimentos sociais esto consolidados, porm isso no significa a garantia de crescimento dos recursos investidos. O momento de busca de novos caminhos para qualificar a atuao social e aproxim-la dos negcios.

    Quadro 1

    NA PERCEPO DOS ENTREVISTADOS, qUAIS AS PERSPECTIVAS DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS NO FUTURO PRXIMO? ElES SERO FORTAlECIDOS, E EM qUE DIREO?*

    Eu acho que tem sim uma tendncia a crescer e, na verdade, j teve um crescimento bastante grande, especialmente na rea de educao. Hoje temos muitas pessoas diferentes olhando para isso. Assim, investidores que eram grandes filantropos, passaram a entender de outra maneira a forma de interagir com essa questo social. A gente tem tambm uma segunda gerao dessas famlias que comeam a entender esse campo de atuao como possibilidade

  • 19

    vivel ou de carreira, ou de ao filantrpica, que ele se identifica mais porque agora tem o lado do mercado mais forte tambm. Talvez agora seja o momento disso solidificar e eu vi isso em vrias mesas de discusso...Voc comea a ter os casos de sucesso que embasam a entrada de pessoas que no teriam, a princpio, esse vis social. Talvez o prximo degrau seja isso, seja ter casos de sucesso do ponto de vista de negcios sociais, dos investimentos sociais de impacto, para levantar mais dinheiro, para incentivar mais empreendedores sociais. Empresa do setor de servios

    O instituto tem um fundo prprio, ento a gente tem garantido o investimento na comunidade. Temos duas fontes de recursos: a fundao, que repassa anualmente uma verba para o instituto e temos esse fundo, cujo rendimento aplicado na comunidade. Isso muito bom, porque, mesmo em tempos mais difceis, ns garantimos o investimento. Agora, aumentar o investimento muito difcil, porque todo mundo sabe que tem uma verba para aquele ano, mas como no sabemos quais as perspectivas dos prximos anos, talvez seja prefervel guardar uma parte, mesmo que esteja disponvel para aquele ano, para garantir que nos prximos a gente no tenha uma verba menor. Ns continuamos investindo mesmo com os negcios no estando em um momento bom. Eu acho que a empresa foi muito feliz quando criou esse fundo para garantir que a comunidade no seja afetada nesse momento. Empresa do setor de industrial

    Eu acho que o investimento social est estabilizado e aqui na empresa ele est crescendo ainda, est se consolidando...Agora eu vejo oportunidades muito grandes nessa outra frente ligada aos negcios sociais. Isso tem uma avenida larga pela frente. Empresa do setor de industrial

    Eu no vejo boas perspectivas para os investimentos sociais. Eu acho que ele vai ficar mais qualificado, mas ele no vai aumentar. A nica chance dele aumentar depende do governo, mas que eu no vejo perspectiva neste governo, de um Estado menor, com uma capilaridade maior com as organizaes da sociedade civil.(E qual seria o papel da empresa?) Fazendo o cofinanciamento com o Estado. Fazendo parceria. Ento, por exemplo, o governo tem capilaridade para tratar dependentes de crack? No, no tem. Ento, ele vai montar uma rede, vai ter uma dotao oramentria para aquilo e as empresas que tm a ver com sade, os laboratrios (podem colaborar). nessa questo do investimento social estar em linha com negcio... (E a empresa entra nessa rede, como executora ou como cofinanciadora?) Como cofinanciadora. Empresa do setor de servios

    Eu acho que a tendncia fortalecer, cada vez mais, os investimentos sociais. No, necessariamente, em forma de recursos financeiros, principalmente diante do momento em que a gente est vivendo hoje. Estamos mudando bastante na forma de atuar. Eu estou na empresa h trs anos e meio, mais ou menos, e consegui sentir nesses trs anos e meio uma mudana grande na forma de usar o mesmo recurso. Empresa do setor de servios

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 1. AS TENDNCIAS DO INVESTIMENTO SOCIAL

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo20

    Eu sou sonhador, sou otimista em relao ao crescimento do instituto devido ao impacto que ele tem gerado, principalmente nas comunidades, no trabalho social da empresa. (...) pelo reconhecimento do retorno, mesmo que esse retorno no seja direto, (no sentido) de vender mais o nosso produto. Criamos o instituto, estamos investindo no para ter lucro, mas podemos ter lucro porque estamos investindo... Empresa do setor de industrial

    Ns temos que ver as perspectivas dos investimentos sociais com muito cuidado. Por exemplo, se a gente olha de uma forma muito superficial, podemos falar que esto cortando projetos, esto diminuindo os recursos...Ento essa uma primeira leitura. Outra leitura contrria; estamos tendo uma grande oportunidade para repensar como aproximar mais o negcio sem perder impacto e focando em dar maior consistncia e conectar mais os investimentos sociais aos negcios. Ento eu vou mais por essa leitura que estamos em um momento de fazer escolhas para fortalecer esse tema dos investimentos sociais dentro dos novos conceitos. A discusso sobre a estratgia desses programas no est vinculada a um questionamento da manuteno do investimento social, mesmo em termos financeiros. Ento, deixar de fazer no quer dizer que vamos ter um corte oramentrio. Pode ser at que a reviso estratgica aponte para solues que a gente tenha que agregar novos recursos, caso as solues estejam alinhadas s novas expectativas. Ento, hoje estamos na expectativa de ver os novos rumos, mas em nenhum momento temos sinais de enfraquecimento. O momento muito mais de transformao do que qualquer outra coisa. A gente est acompanhando at com ansiedade e empolgao mesmo. No estamos em um momento em que a gente fica aguardando sentado... Ns estamos participando ativamente num processo de transformao da rea. Empresa do setor de servios

    * Trechos extrados das entrevistas

  • 21

    2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL

    DAS EMPRESAS

    2.1 SObRE A COMPOSIO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS CORPORATIVOS

    Conforme anteriormente mencionado, em 2014 as empresas do grupo BISC investiram em atividades sociais R$ 2,3 bilhes, o que equivale, por exemplo, a 8% do total investido pelo governo federal no Bolsa Famlia, que o maior programa de combate pobreza do pas. Mais da metade dos recursos privados (53%) corresponde a aplicaes realizadas diretamente pelas empresas, no obstante o fato de 95% delas terem criado institutos ou fundaes para desenvolver seus projetos sociais (Grfico 9). O que significa essa aparente contradio? Para responder a tal questo, vale aprofundar a anlise e observar como evoluiu a composio dos investimentos sociais nos ltimos anos, bem como o perfil da atuao das diversas unidades da empresa e de seus institutos. Grfico 9

    COMO SO REAlIzADOS OS INVESTIMENTOS SOCIAIS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo22

    A desagregao das informaes sobre os investimentos sociais permite observar que, ao contrrio do ocorrido em 2012, nos dois anos seguintes os valores investidos diretamente pelos institutos ultrapassaram aqueles que foram investidos diretamente pelas empresas: a proporo dos recursos executados pelas empresas caiu 17 pontos percentuais e a dos institutos aumentou 13 pontos (Grfico 10). Esse resultado decorre do aumento dos recursos transferidos pelas empresas para os seus institutos, em um movimento que pode significar a opo por fortalecer essas instituies que so, em grande parte dos casos, relativamente recentes. Assim que, entre 2012 e 2014, enquanto as empresas reduziram em cerca de 30% o valor dos investimentos que aplicam diretamente, elas ampliaram em 17% os repasses realizados para os seus institutos/fundaes, que atingiram, no ltimo ano, a casa dos R$ 717 milhes.

    Grfico 10

    COMO MUDOU A COMPOSIO DO FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTO SOCIAIS? (2012-2014)

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Ademais, outras variveis contribuem para as empresas manterem distintas frentes de atuao social. Em primeiro lugar, vale mencionar que a criao dos institutos frequentemente precedida de uma atuao direta das empresas no campo social e nem sempre possvel, ou vivel, promover uma ruptura radical com as formas tradicionais de atuar. Em segundo lugar, as equipes dos institutos geralmente esto localizadas nas cidades onde se encontram as sedes das empresas e parte das atividades sociais so desenvolvidas na ponta, pelas equipes das unidades operacionais que esto localizadas prximas s comunidades atendidas. Um terceiro aspecto a ser destacado que o envolvimento dos diversos setores na conduo dos investimentos sociais ocorre de forma distinta e as atividades desenvolvidas tendem

  • 23

    a relacionar-se misso de cada um deles dentro da organizao, conforme pode ser observado nos resultados apresentados a seguir.

    Buscou-se, nesta edio do BISC, identificar como as diversas unidades das empresas se envolvem com a atuao social, isto , em que reas atuam e o papel que desempenham, seja coordenando ou executando diretamente os projetos, seja delegando a execuo para outras unidades da prpria empresa, seja fazendo as duas coisas simultaneamente. Em resumo, observa-se que: Os institutos e as fundaes atuam diretamente na execuo ou coordenao dos

    projetos e concentram-se nas atividades educacionais (Grfico 11). Os setores de responsabilidade social ou socioambiental se dedicam conduo

    das atividades de meio ambiente e de assistncia social e delegam atividades das mais diversas reas sociais para as outras unidades da empresa (Grfico 12).

    Os setores de operao se responsabilizam pelas atividades de infraestrutura e se envolvem (coordenando ou delegando) nas atividades de meio ambiente, de desenvolvimento do territrio, de sade e de educao (Grfico 13).

    O setor de sustentabilidade executa pouco e tende a se concentrar nas atividades de meio ambiente (Grfico 14).

    Os setores de comunicao e marketing se dedicam especialmente s atividades de patrocnios a eventos culturais e esportivos, seja na coordenao ou execuo dos projetos, seja na delegao dessas atividades para outras unidades da empresa (Grfico 15).

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo24

    Grfico 11

    O qUE FAz O INSTITUTO/FUNDAO PARA O DESENVOlVIMENTO DAS ATIVIDADES SOCIAIS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 25

    Grfico 12

    NAS EMPRESAS DO bISC, O qUE FAzEM AS REAS DE RESPONSAbIlIDADE SOCIAl OU SOCIOAMbIENTAl PARA O DESENVOlVIMENTO DAS ATIVIDADES SOCIAISCORPORATIVAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo26

    Grfico 13

    O qUE FAz A REA DE OPERAES DAS EMPRESAS PARA O DESENVOlVIMENTO DAS ATIVIDADES SOCIAIS CORPORATIVAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 27

    Grfico 14

    O qUE FAz A REA DE SUSTENTAbIlIDADE DAS EMPRESAS PARA O DESENVOlVIMENTO DAS ATIVIDADES SOCIAIS CORPORATIVAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo28

    Grfico 15

    O qUE FAz A REA DE COMUNICAO DAS EMPRESAS PARA O DESENVOlVIMENTO DAS ATIVIDADES SOCIAIS CORPORATIVAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 29

    Essa variedade de papis associada s mudanas na gesto dos recursos pode ser visualizada tambm na composio interna do oramento social de 2014. Conforme os dados do Grfico 16, nos dois ltimos anos aumentou a participao dos recursos provenientes da rea de comunicao e marketing (de 24% para 33%) e isso pode ser atribudo ao crescimento dos incentivos fiscais, especialmente para as atividades de apoio cultura e ao esporte, que so as reas em que esse setor da empresa tem uma participao mais ativa. Os institutos tambm ampliaram sua contribuio para os investimentos sociais do grupo e, em contrapartida, caiu a participao do setor de responsabilidade social. Esse ltimo resultado pode estar indicando uma tendncia de substituio desse setor em favor dos institutos, mas isso uma hiptese que necessita ser explorada em edies posteriores do BISC.

    Grfico 16

    DE qUE SETORES DA EMPRESA PROVM OS RECURSOS INVESTIDOS NA REA SOCIAl?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo30

    2.2 SObRE O FOCO DAS PRTICAS SOCIAISAs diferenas entre as atividades desenvolvidas pelas empresas e por seus institutos podem ser percebidas tambm no pblico-alvo de seus investimentos. Os institutos se concentram mais nos jovens e crianas: 84% e 74% deles, respectivamente, atendem a esses dois grupos (Grfico 17). J as empresas, apesar de tambm atenderem maciamente a esses dois grupos, tendem a dispersar mais a sua atuao e estendem as atividades para as comunidades do entorno (88%), adultos em geral (76%) e pessoas com deficincia (65%).

    Grfico 17

    qUE GRUPOS DA POPUlAO SE bENEFICIAM DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS PRIVADOS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 31

    particularmente na distribuio dos recursos que sobressaem as diferenas no foco do atendimento de empresas e institutos. As empresas distribuem os recursos para diversas reas sociais e indicam que 31% deles so alocados no item Outros, que englobam, por exemplo, atividades de voluntariado, de apoio a polticas pblicas, de mobilidade urbana, de mobilizao social e programas intersetoriais (Grfico 18). J os institutos destinam 70% dos seus recursos para a rea de educao e reafirmam a sua vocao para atuar como o brao especializado para desenvolver os mais diferentes projetos educacionais do grupo BISC (Grfico 19).

    Grfico 18

    POR REA DE ATUAO, COMO SE DISTRIbUEM OS INVESTIMENTOS SOCIAIS DAS EMPRESAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo32

    Grfico 19

    POR REA DE ATUAO, COMO DE DISTRIbUEM OS INVESTIMENTOS SOCIAIS DOS INSTITUTOS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    A prioridade concedida educao tem se refletido no volume de recursos destinados rea: em 2014, eles foram da ordem de R$ 872 milhes, o que representa um aumento de 10% em relao ao ano anterior e de 50% se comparado a 2010 (Grfico 20). Vale lembrar que em 2013, quando os investimentos sociais do grupo caram 25%, os recursos destinados educao cresceram 3%. A qualidade dos projetos educacionais analisada mais a frente, neste relatrio. Grfico 20

    qUANTO FOI INVESTIDO EM EDUCAO EM 2014?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 33

    O grupo BISC tem destinado recursos significativos tambm para a rea da cultura: R$ 389 milhes em 2014. Duas observaes merecem destaque em relao a esse resultado. A primeira que a maior parte desse valor (R$ 300 milhes) proveniente dos incentivos fiscais, o que significa que de cada R$ 10,00 investidos pelas empresas, apenas R$ 2,30 correspondem a recursos privados. Pode parecer pouco, mas um resultado quase cinco vezes superior quele encontrado pelo Ministrio da Cultura, que destaca em material informativo sobre o Projeto de Lei de Fomento e Incentivo: por meio de renncia fiscal foram disponibilizados R$ 8 bilhes em 18 anos, dos quais mais de R$ 7 bilhes eram dinheiro do contribuinte. A cada R$ 10 investidos, R$ 9,50 so pblicos e apenas R$ 0,50 dinheiro do patrocinador privado3. A segunda observao de que as empresas que participam da pesquisa investiram em cultura, por meio dos incentivos fiscais, quase um quarto (23%) do total investido nessa rea em 2014.4

    Em relao aos incentivos fiscais, cabe mencionar tambm que a maior parte das empresas atua em outras reas, como no apoio aos Fundos da Criana e do Adolescente (73%) e s atividades esportivas (66%). No entanto, conforme j foi observado nos dois ltimos anos, para essas reas destinam uma proporo relativamente pequena dos incentivos: 10% para os Fundos da Criana e do Adolescente e 9% para o esporte (Grfico 21). O Grfico 22 mostra ainda que a maior parte dos incentivos so provenientes do Governo Federal, especialmente os incentivos cultura, que so os mais utilizados por todo o grupo.

    3 Ver em Nova Lei da Cultura: Material Informativo sobre o Projeto de Lei de Fomento e Incentivo. Ministrio da Cultura. In:http://www2.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/01/projeto-15-28jan10-web.pdf. Acessado em 23/8/2015.4 Em 2014, 3.273 projetos culturais captaram recursos por meio do Programa Nacional de Apoio Cultura (Pronac), sendo 2.810 apresentados por pessoas jurdicas e 463 por pessoas fsicas. Esses projetos levantaram um montante de R$ 1.320.307.460,89 referentes a doaes e patrocnios feitos por incentivadores que se beneficiaram de renncia fiscal prevista na Lei Rouanet. IN: http://www.brasil.gov.br/cultura/2015/03/cerca-de-3-3-mil-projetos-captaram-recursos-via-lei-rouanet-em-2014. Acessado em 23/8/2015.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo34

    Grfico 21

    COMO SE DISTRIbUEM OS INCENTIVOS FISCAIS CAPTADOS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Grfico 22

    COMO SE DISTRIbUEM OS INCENTIVOS FISCAIS CAPTADOS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 35

    2.3 SObRE OS PROGRAMAS DE EDUCAOCom o objetivo de acompanhar a evoluo dos investimentos em educao, que a grande prioridade das empresas do grupo, os participantes da pesquisa foram insitados a realizar uma avaliao qualitativa dos seus projetos educacionais5. Para tanto, eles selecionaram e analisaram 37 projetos, considerados os mais estruturados, e que absorveram 74% do total dos investimentos do grupo nessa rea. A maior parte desses projetos, conforme apresentado no Grfico 23, est focada na educao formal (19%) e na capacitao de profissionais da rea, como professores e gestores de organizaes de ensino (24%)6.

    Grfico 23

    qUAl O FOCO DOS PROjETOS EDUCACIONAIS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    5 Essa avaliao foi introduzida na edio do BISC de 2011 e repetida em 2013.6 Os participantes indicaram qual o seu projeto de maior sucesso e os resultados apontam para um leque bastante diversificado: programa de ensino formal adaptado realidade local para jovens e adultos que voltam a estudar; programas de apoio s polticas pblicas, visando melhorar a infraestrutura escolar e as condies pedaggicas no Ensino Fundamental e na Educao Infantil; programas voltados para a reduo da evaso escolar na Educao de Jovens e Adultos (EJA); programas inovadores de reforo escolar (ex.: novas metodologias para o ensino de matemtica, estmulo leitura e melhoria da escrita por meio da publicao de um jornal escolar); capacitao de educadores de escolas pblicas municipais; programa de formao continuada de educadores com foco nos anos finais do Ensino Fundamental (da 5 a 9 srie); capacitao profissional para jovens; educao para o empreendedorismo; educao pelo esporte; educao ambiental; educao para a cidadania para alunos da 4 e 5 sries da rede pblica municipal; e programas de estmulo ao retorno de trabalhadores escola.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo36

    Como as empresas esto medindo o resultado desses projetos? Os indicadores naturalmente diferem, dependendo do tipo de programa desenvolvido, mas, nos exemplos indicados pelos participantes e apresentados no Quadro 2, observa-se a presena das mais distintas informaes, quantitativas e qualitativas, abrangendo a execuo dos projetos, o cumprimento de metas, os servios prestados e os resultados obtidos (melhoria das taxas de evaso e repetncia, desempenho escolar, qualificao dos professores, melhorias da infraestrutura, insero no mercado de trabalho, dentre outras). O acompanhamento do IDEB (ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica), citado em apenas dois casos, um instrumento importante para a avaliao dos projetos educacionais e deveria ser mais difundido entre as empresas do grupo, visto que esse ndice calculado para cada escola do pas a cada dois anos7.

    7 O ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB) representa a iniciativa pioneira de reunir em um s indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educao: fluxo escolar e mdias de desempenho nas avaliaes. Ele agrega ao enfoque pedaggico dos resultados das avaliaes em larga escala, do Inep, a possibilidade de resultados sintticos, facilmente assimilveis, e que permitem traar metas de qualidade educacional para os sistemas In: http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/o-que-e-o-ideb. Acessado em 29/9/2015.

    Quadro 2

    qUE INDICADORES AS EMPRESAS DO GRUPO bISC UTIlIzAM PARA ACOMPANhAR E AVAlIAR OS PROjETOS EDUCACIONAIS?*

    Dadosqualitativosequantitativosqueconsideramaincluso,adiversidade,ainterdisciplinaridade,odesempenhoescolar,adiminuiodaevasoescolar,adiminuiodaviolncia(culturadapaz)eoIDEB(ndicedeDesenvolvimentodaEducaoBsica);

    Nmerodematrculas,nmerodediasletivosefetivosconsiderandotransportefuncionando,alunocommaterialdidtico,professorpresenteecontroledapresenadosalunos;

    Nmerodemunicpios,nmerodealunosatendidos,quantidadedematerialdidticodistribudo,quantidadedeprofessorescapacitados,nmerodeatividadesrealizadascomosalunos;

    Nmerodeprofessorescapacitados,dealunosedemunicpiosatingidos; Indicadoresdeconclusodocursodecapacitaoeempregabilidade; ndicedeconclusodocursodecapacitaomaiorouiguala80%,empregabilidade

    ps-cursomaiorouiguala50%;

  • 37

    Nmerodeestudanteseescolasbeneficiadas,nmerodevoluntriosatuantesenmerodejovensquesetornamempreendedoresdepoisquepassarampeloprojeto;

    Nmerodebeneficiriosdiretoseindiretos,execuooramentriaplanejada,contrapartidaslocais,envolvimentodeparceiros,desenvolvimentodecapitalsocial,envolvimentodevoluntrios,alinhamentocomaspolticaspblicas,associadosaindicadoresquantitativosalinhadosasuaexecuotcnica;

    Indicadoresdeadesodoscatadoresaoprojetodeeducaoambiental,quantidadedelixoarrecadadoereciclado,mobilizaodascrianasdaredepblicadeensinoparaaesforadaescolaedentrodacomunidade;

    Indicadoresqualitativossobremelhoriasnasprticasdegesto,naformaodosprofessoresenoestmuloacooperaesentreosmunicpiosdaregio;

    ndicedeCompetnciasMatemticas8eindicadoresdascondiessocioeconmicasdosalunos;

    IndicadoresdereduodaevasoescolarnaEducaodeJovenseAdultos(EJA). EvoluodoIDEB(ndicedeDesenvolvimentodaEducaoBsica),evoluoda

    qualificaodosprofessoresnoEnsinoFundamentaleEducaoInfantil,melhoriadascondiesdeofertaeducacional(infraestruturaescolar,equipamentos,condiespedaggicasemerenda).

    *Respostas fornecidas no questionrio on-lineFonte: BISC, 2015. Comunitas.

    8 O ndice de Competncias Matemticas um indicador estruturado a partir de perguntas que testam o entendimento dos alunos a respeito de conceitos da disciplina apropriados para o primeiro ciclo do Ensino Fundamental, como escalas numricas, noo de espao, habilidade de contar, dentre outros.

    Na edio do BISC de 2011, foram introduzidos os indicadores de benchmarking em qualidade da gesto dos investimentos sociais em educao, com o objetivo de subsidiar a reflexo do grupo sobre os seus projetos, e, ao mesmo tempo, apontar para os desafios atuais para alcanar o sucesso desejado. A cada dois anos essa avaliao repetida de forma a estimular os participantes a refletir sobre a evoluo de seus projetos. Para tanto, foram destacados cinco aspectos relacionados a uma boa gesto e, para cada um deles, estabeleceu-se um indicador composto por cinco quesitos que as empresas devem analisar, indicando aqueles que foram integral ou parcialmente atendidos, ou no foram atendidos. Recomendou-se que a anlise se ativesse aos projetos estruturados, para os quais possvel reunir as informaes solicitadas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo38

    UMA NOTA DE CAUTElA

    Asrespostasaesseexercciodeaferiodaqualidadedosprojetosnareadaeducaorefletemnosdiferentespercepescomrespeitoaosfatoresenvolvidosnaapreciaodecadaumdosindicadorescontemplados,comotambmummaioroumenorrigoraplicadovaloraodecadaumdeles.Portanto,recomenda-secautelanousodosresultadosaquiapresentados.

    As notas mdias obtidas pelo grupo nas cinco dimenses analisadas esto apresentadas na Figura 4 e as notas obtidas em cada um dos 25 quesitos submetidos avaliao das empresas esto exibidas nas figuras subsequentes. A primeira observao a destacar que a avaliao realizada pelo grupo favorvel. A nota mdia geral foi de 8,2, numa escala de 0 a 10. No entanto, comparando os resultado ora obtidos com aqueles de 2011, verifica-se que o padro de qualidade dos projetos educacionais permaneceu no mesmo patamar e que mantm-se o desafio de avanar nos quesitos controle e avaliao dos resultados e na definio de metas, nesse caso buscando a adequao dos diagnsticos s realidades locais e aos meios disponveis para a sua execuo. Nessa avaliao, importante ressaltar, mais uma vez, que o grupo tem sido cuidadoso no exerccio da autocrtica.

    Figura 4

    INDICADORES qUAlITATIVOS DE bENChMARkING DOS PROjETOS EDUCACIONAIS

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 39

    O que se extrai dos indicadores BISC sobre a qualidade da gesto dos investimentos educacionais?

    1. Em geral, os projetos esto bem desenhados e o maior desafio o de ampliar a participao das comunidades na sua formulao e ouvir suas demandas e sugestes (Figura 5). Figura 5

    DESENhO DOS PROjETOS EDUCACIONAIS

    2. As equipes cuidam de estabelecer metas factveis e o desafio avanar na adequao realidade local e em um maior engajamento dos atores envolvidos (Figura 6).

    Figura 6

    PROjETOS EDUCACIONAIS: ESTAbElECIMENTO DE METAS

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo40

    3. As questes relativas ao detalhamento dos custos e estabilidade no financiamento dos projetos caminham bem, mas preciso avanar nas questes referentes transparncia dessas informaes (Figura 7).

    Figura 7

    PROjETOS EDUCACIONAIS: FINANCIAMENTO E CUSTOS

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    4. na administrao dos projetos que o grupo obtm a melhor nota (mdia de 8,7) e resta utilizar mais os resultados das avaliaes para aprimorar a sua gesto (Figura 8).

    Figura 8

    ADMINISTRAO DOS PROjETOS EDUCACIONAIS

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 41

    5. Em que pesem as reconhecidas dificuldades para avaliar os investimentos sociais, quando se trata dos projetos educacionais o grupo se sai bem e o maior desafio o de envolver especialistas externos para ampliar a credibilidade das suas avaliaes (Figura 9).

    Figura 9

    PROjETOS EDUCACIONAIS: CONTROlE E AVAlIAO

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    2.4 SObRE A DISTRIbUIO ESPACIAl DOS RECURSOSPara onde vo os investimentos sociais privados? Os recursos permanecem concentrados nas atividades desenvolvidas no Sudeste e esse resultado reflete a concentrao das prprias empresas nessa regio. No entanto, h diferenas no comportamento das empresas e dos seus institutos, conforme pode ser observado nos Grficos 24 e 25. No primeiro grupo, mais da metade dos investimentos (46%) foi distribuda em diversas regies. Parte desse resultado pode ser atribuda ao fato de que os investimentos so conduzidos por diferentes unidades da empresa que esto dispersas no territrio nacional ou destinam-se a alguns projetos que no tm uma dimenso regional, a exemplo das campanhas ou premiaes nacionais. No entanto, outra parte reflete a dificuldade de especificar os valores aplicados por regio, porque as informaes no esto sistematizadas e organizadas desse modo.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo42

    Em relao aos institutos, as informaes esto mais detalhadas e menos de 30% dos investimentos sociais foram assinalados no item diversas regies. Ademais, apesar de um tero dos recursos aplicados pelos institutos destinarem-se ao Sudeste, 15% dos seus investimentos sociais, o equivalente a R$ 155 milhes, foram direcionados para o Nordeste, que reconhecidamente a regio mais pobre do Brasil. Grfico 24

    POR REGIO, COMO SE DISTRIbUEM OS INVESTIMENTOS SOCIAIS DAS EMPRESAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Grfico 25

    POR REGIO, COMO SE DISTRIbUEM OS INVESTIMENTOS SOCIAIS DOS INSTITUTOS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 43

    A prioridade para atuar nas localidades do entorno dos empreendimentos econmicos pode ser observada nos dados do Grfico 26: 50% das empresas e mais de um tero dos institutos concentram o seu atendimento nessas regies. No entanto, como o grupo BISC abrange grandes empresas, as reas de influncia9 dos seus negcios nem sempre se limitam ao espao geogrfico de suas instalaes. Isso explica o fato de que 39% das empresas e dos institutos expandem os seus investimentos para espaos maiores. Em resumo, os resultados so coerentes com os objetivos das empresas de aproximarem-se das comunidades e obterem a licena social para operar por meio dos investimentos sociais. Grfico 26

    EM qUE lOCAlIDADES A EMPRESA DESENVOlVE SUAS ATIVIDADES SOCIAIS?

    9 Como rea de influncia foi considerado o conceito adotado pela ISO 26000: amplitude/extenso das relaes polticas, contratuais, econmicas ou outras relaes por meio das quais uma organizaes tem capacidade de afetar as decises ou atividades de indivduos ou organizaes.10 Valores atualizados para 2014.

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Poucas empresas do grupo (30%) desenvolvem atividades sociais no exterior e os valores investidos so pequenos: correspondem a apenas 10% do total dos seus investimentos sociais. Ademais, esses investimentos vm sendo reduzidos nos ltimos trs anos e passaram de R$ 149 milhes10, em 2012, para R$ R$ 68 milhes, em 2014, dos quais 50% foram destinados aos pases da Amrica Latina e Caribe (Grfico 27).

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo44

    Grfico 27

    POR CONTINENTES, COMO SE DISTRIbUEM OS INVESTIMENTOS SOCIAIS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    2.5 SObRE A qUAlIDADE DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS

    No foi s o volume de recursos que cresceu em 2014. Melhorou tambm a qualidade da gesto dos investimentos sociais das empresas, conforme revelam os indicadores BISC. Este foi o sexto ano em que as prticas sociais foram avaliadas pelo grupo e a nota mdia atingiu o seu maior valor11: 8,1, numa escala de 0 a 10 (Figura 10). Destaca-se, nesse resultado, a nota atribuda ao envolvimento institucional das empresas, que recebeu a melhor nota dos ltimos anos - o que j poderia ser decorrncia de uma maior proximidade dos investimentos sociais aos negcios. Essa uma hiptese a ser analisada nas prximas edies da pesquisa.

    11 No perodo analisado, 2009/2014, as notas mdias variaram de 7,5 a 7,9.

  • 45

    Figura 10

    INDICADORES qUAlITATIVOS DE benchmarking DOS PROjETOS SOCIAIS

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Para avaliar a qualidade dos investimentos sociais, as empresas consideraram apenas os projetos estruturados, incluindo no s os que so desenvolvidos diretamente por elas e por seus institutos, como tambm os executados por terceiros. No total, foram avaliados 56 projetos de diversas reas de atuao das empresas, com destaque para aqueles de educao (23%) e de gerao de renda (16%) (Grfico 28). Os recursos envolvidos nesses projetos foram da ordem de R$ 778 milhes.

    Grfico 28

    qUAl O FOCO DOS PROjETOS SOCIAIS AVAlIADOS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo46

    Cinco aspectos essenciais para o sucesso de prticas sociais foram considerados pelo grupo para realizar essa autoavaliao12: (a) a qualidade dos projetos; (b) a realizao de alianas ou parcerias estratgicas; (c) a qualidade das iniciativas de comunicao e mobilizao dos atores envolvidos; (d) o envolvimento institucional da empresa; e, e) a avaliao e comprovao dos resultados. Para a anlise de cada um desses aspectos foram estabelecidos cinco indicadores para os quais as empresas avaliam se eles foram total ou parcialmente atendidos, ou se no foram atendidos. Nas Figuras 11 a 15, constam as notas obtidas em cada um deles.

    Qual o retrato da qualidade da gesto dos investimentos sociais? 1. Os investimentos foram bem avaliados nos quesitos relacionados gesto dos projetos (metodologia de trabalho adequada e conduzida por profissionais devidamente preparados), e o maior desafio o de aprimorar seu desenho tendo em vista a realidade local e as demandas das comunidades (Figura 11).

    Figura 11

    qUAlIDADE DOS PROjETOS SOCIAIS

    12 As respostas a esse exerccio de aferio da qualidade das prticas sociais refletem no s diferentes percepes com respeito aos fatores envolvidos na apreciao de cada um dos indicadores contemplados, como tambm um maior ou menor rigor aplicado valorao de cada um deles. Portanto, recomenda-se cautela no uso dos resultados aqui apresentados.

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 47

    2. As parcerias com organizaes sociais estratgicas e com rgos governamentais esto avanando satisfatoriamente. Cabe fortalecer a atuao coletiva por meio de redes e a participao em espaos institucionalizados de coordenao e acompanhamento dos trabalhos conjuntos (Figura 12).

    Figura 12

    PROjETOS SOCIAIS: AlIANAS ESTRATGICAS

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    3. As estratgias de comunicao e mobilizao receberam a menor nota mdia dos cinco aspectos avaliados (7,5), mas isso pode ser atribudo s dificuldades de manter canais permanentes de dilogos com os diversos atores relevantes e construir uma estratgia adequada de divulgao dos compromissos assumidos (Figura 13).

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo48

    Figura 13

    PROjETOS SOCIAIS: COMUNICAO E MObIlIzAO

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    4. O envolvimento institucional foi o mais bem avaliado e merece destaque o alinhamento dos projetos poltica corporativa da empresa, que recebeu a nota mxima (10). Resta o desafio de envolver mais os colaboradores da organizao na conduo das prticas sociais (Figura 14).

    Figura 14

    PROjETOS SOCIAIS: ENVOlVIMENTO INSTITUCIONAl

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 49

    5. O grupo considera que a execuo dos projetos e o cumprimento das metas so muito bem monitorados, mas ainda h muito o que avanar no envolvimento de especialistas e atores externos no processo de avaliao, assim como na mensurao dos benefcios gerados (Figura 15).

    Figura 15

    PROjETOS SOCIAIS: MONITORAMENTO E AVAlIAO

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    2.6 SObRE OS PROGRAMAS DE VOlUNTARIADO Os programas de voluntariado esto se expandindo dentro das empresas, no obstante a reduo dos recursos investidos na rea. Corroboram essa afirmao os nmeros adiante apresentados:

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

    A maior parte das empresas (86%) possui pelo menos um programa formal de voluntariado e mais da metade delas investiu valores superiores a R$ 546 mil em 2014, o que significa que esto entre as empresas que mais investem em

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo50

    voluntariado no Brasil, segundo os ltimos dados divulgados pelo Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial.13

    Outra informao importante para refletir sobre os resultados do BISC pode ser extrada de pesquisa recente desenvolvida pela Fundao Ita Social e pelo Instituto DataFolha. Ela revela que 11% dos brasileiros com 16 anos ou mais atuavam como voluntrios em 2014 e que, entre os que no atuavam, 38% se disporiam a faz-lo por questes de solidariedade ao prximo e 12% para desenvolver trabalhos especficos (ex.: para crianas e idosos). O que esses nmeros suscitam quando comparados com os 15% dos colaboradores das empresas do BISC que participam dos programas estruturados de estmulo ao voluntariado? Esse um ponto que merece ser posteriormente debatido pelos participantes, mas uma primeira indicao a de que h espao para a ampliao do trabalho voluntrio e que as empresas tm um papel importante a cumprir nesse processo, conforme poder ser observado ao longo dessa seo do relatrio.

    O interesse do setor privado no estmulo ao voluntariado se manifesta na crescente percepo de que o engajamento dos colaboradores nas atividades voluntrias contribui tambm para ampliar seu engajamento nos compromissos sociais da organizao: entre 2012 e 2014, a proporo de empresas que comungam essa viso aumentou em 10 pontos percentuais (Grfico 29).

    Grfico 29

    O qUE lEVOU A EMPRESA A INSTITUIR UM PROGRAMA FORMAl DE VOlUNTARIADO?

    13 Ver Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil III (2012), no site http://www.cbve.org.br/?cat=8Acessado em 26/8/2015.

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 51

    Alm disso, os programas de voluntariado se inserem claramente no processo de alinhamento dos investimentos sociais aos negcios, na medida em que trazem benefcios simultneos para o pblico-alvo e, sobretudo, para os colaboradores e para a empresa, configurando-se como uma clara estratgia de ganha-ganha. Essa observao j havia sido mencionada em edies anteriores do BISC e foi confirmada em 2015. Isso porque 72% dos participantes avaliam que os benefcios para as comunidades so altos ou muito altos; 78% deles concordam que os colaboradores que participam das atividades voluntrias desenvolvem a criatividade e adquirem competncias tcnicas teis carreira profissional e experincia no trato com situaes adversas; e, 83% deles tambm concordam que as empresas melhoram as relaes com as comunidades e se beneficiam do fortalecimento do esprito de equipe de seus colaboradores (Grficos 30,31 e 32).

    O grupo revela-se avesso a possveis riscos que poderiam ser atribudos aos programas de voluntariado. A maioria das empresas discorda, por exemplo, que os colaboradores desviam-se das suas funes (94%); que a sua participao nas atividades voluntrias no espontnea, mas apenas uma forma de agradar a chefia (89%); e que os programas de voluntariado custam mais do que a empresa percebe como retorno.

    Grfico 30

    PROGRAMAS DE VOlUNTARIADO: qUAIS OS bENEFCIOS GERADOS PARA AS COMUNIDADES?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo52

    Grfico 31

    PROGRAMAS DE VOlUNTARIADO: qUAIS OS bENEFCIOS GERADOS PARA OS COlAbORADORES?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 53

    Grfico 32

    PROGRAMAS DE VOlUNTARIADO: qUAIS OS bENEFCIOS GERADOS PARA A PRPRIA EMPRESA?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Os dados do Grfico 33 indicam algumas mudanas recentes introduzidas pelas empresas em seus programas de voluntariado, como a reduo na participao em Conselhos externos e das doaes casadas (aporte de recursos financeiros da empresa como contrapartida a horas de trabalho voluntrio dos colaboradores). De outra parte, destaca-se o predomnio das iniciativas desencadeadas pelas empresas para desenvolver atividades em que os colaboradores trabalham em grupo como voluntrios (adotadas por 83% delas) e a adoo do Dia do Voluntrio (72%) como estratgia de mobilizao para o trabalho coletivo. A liberao dos colaboradores em horrio de expediente para participar de atividades sociais nas comunidades, adotada por 56% das empresas do grupo, uma iniciativa

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo54

    fundamental para incentivar o hbito do voluntariado no pas. Isso porque, conforme apresentado na pesquisa da Fundao Ita Social14, cerca de 40% dos brasileiros adultos que nunca participaram de aes voluntrias, ou dos que deixaram de participar, atribuem esse fato falta de tempo para dedicar-se a tais atividades. Grfico 33

    qUE PROGRAMAS DE VOlUNTARIADO SO MAIS ADOTADOS?

    14 Ver: Opinio do Brasileiro sobre Voluntariado. Fundao Ita Social e Datafolha. Resultados em Outubro de 2014. A pesquisa ouviu 2.024 brasileiros, em 135 municpios do pas.

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 55

    As mudanas observadas nos programas de voluntaraido destinam-se a ampliar a adeso dos colaboradores, como revelam as informaes apresentadas no Grfico 34, no qual se destaca a percepo das empresas de que as aes pontuais e as campanhas de doaes so as que mais mobilizam seus colaboradores, conforme assinalado por 76% e 59% delas, respectivamente. Assim, um grande desafio o de identificar estratgias que sejam capazes de manter a mobilizao dos colaboradores de forma permanente, para garantir a continuidade no atendimento prestado. Para ajudar nessa reflexo interessante mencionar mais uma observao apresentada na pesquisa sobre a opinio dos brasileiros em relao ao voluntariado15: quando indagados sobre uma hipottica e futura atuao voluntria, 42% deles assinalam a preferncia por atividades relacionadas a alguma habilidade que possuem (22%) ou sua formao/trabalho (20%). Entre as atividades especficas, as preferidas so as aes relacionadas sade (31%), educao (24%), doao de sangue (22%), proteo de animais (22%) e s atividades esportivas (20%). Trata-se, pois, de um leque de atividades coerentes com o perfil de atuao das empresas do grupo.

    Grfico 34

    qUE TIPO DE INICIATIVAS MObIlIzAM O ENGAjAMENTO DOS COlAbORADORES EM TRAbAlhOS VOlUNTRIOS?

    15 Op. cit., 2014.

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

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  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo56

    Dois pontos merecem ateno especial nos dados sobre os participantes dos programas de voluntariado do grupo BISC: cresceu o envolvimento de atores externos, como amigos e convidados (56%) e familiares dos colaboradores (72%); e, em 78% das empresas os membros da direo participam das atividades voluntrias (Grfico 35). Vale destacar que em 24% das empresas essa participao macia, isto , realizada pela maior parte dos dirigentes e em 53% apenas parte deles participa. O engajamento das lideranas importante porque ele serve como um exemplo para os colaboradores e contribui para estimular a prtica do voluntariado na sociedade brasileira. Outra medida importante nesse sentido a valorizao dos trabalhos voluntrios na contratao de novos colaboradores, o que j ocorre em pelo menos 35% das empresas do grupo (a maior parte no soube responder essa questo).

    Grfico 35

    qUEM PARTICIPA DOS PROGRAMAS DE VOlUNTARIADO?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Em relao qualidade dos programas de voluntariado, a percepo generalizada de que eles so bem ou muito bem-sucedidos (Grfico 36). Corrobora essa avaliao o fato de que 65% das empresas estabeleceram metas para o nmero de colaboradores que pretendiam envolver em 2014, e todas elas atingiram esse objetivo. Entre as prticas que mais contribuem para o sucesso dos programas de

  • 57

    voluntariado, destacam-se aquelas voltadas para inseri-los na estratgia geral da empresa e para ampliar a participao da direo em trabalhos voluntrios - 67% e 56% dos participantes, respectivamente, consideram que a importncia dessas iniciativas muito alta (Grfico 37). interessante assinalar que esses fatos revelam o reconhecimento do grupo de que os programas de voluntariado devem aproximar-se dos negcios. Outras duas prticas tambm foram assinaladas com um grau de importncia muito alto por mais da metade das empresas: a adoo de um plano estratgico de divulgao permanente do programa, visando a mobilizao dos funcionrios e o engajamento dos colaboradores na gesto das atividades voluntrias por meio da formao de comits internos.

    Grfico 36

    qUAl A AVAlIAO DA EMPRESA SObRE O DESEMPENhO DO PROGRAMA DE VOlUNTARIADO?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Grfico 37

    qUAIS AS INICIATIVAS CONTRIbUEM PARA O SUCESSO DOS PROGRAMAS DE VOlUNTARIADO?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

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  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo58

    Por outro lado, buscou-se tambm identificar o que impede um bom desempenho dos programas de voluntariado. Confirmando as observaes anteriores de que fundamental o engajamento institucional da empresa, 84% dos participantes consideram que a falta de apoio dos coordenadores das diversas unidades dificulta muito o desenvolvimento dos trabalhos (Grfico 38). De outra parte, mais de 70% deles destacam a falta de interesse dos colaboradores e as dificuldades de mobilizao como fatores que restrigem o alcance de resultados melhores.

    Grfico 38

    O qUE DIFICUlTA UM bOM DESEMPENhO DOS PROGRAMAS DE VOlUNTARIADO?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 59

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    2.7 SObRE AS PARCERIAS COM ORGANIzAES SEM FINS lUCRATIVOS

    De uma maneira ou de outra, todas as empresas do BISC envolvem as organizaes sem fins lucrativos na sua atuao social. Em 2014, o grupo trabalhou com 1009 organizaes, sendo que a maioria delas (82%) recebeu recursos diretamente das empresas ou de seus institutos e as restantes (18%) foram apoiadas por meio dos fundos sociais (ex.: Fundos da Criana e do Adolescente). O volume de recursos transferidos para essas organizaes sociais foi da ordem de R$ 332 milhes, dos quais 89% foram repassados diretamente.

    interessante comparar tal resultado com aqueles obtidos no primeiro ano em que o BISC deu incio ao levantamento sobre as parcerias das empresas com as organizaes sem fins lucrativos. Em 2011, as transferncias de recursos corresponderam a R$300 milhes (valores atualizados) e destinaram-se a um conjunto de 1750 organizaes. O que se extrai dessas informaes? Que h uma mudana em curso no perfil das parcerias e uma tendncia das empresas em concentrar os investimentos sociais em um nmero menor de organizaes16. Tal observao pode ser tambm verificada na anlise dos dados do Grfico 39: em 2014 o percentual de organizaes que recebeu recursos superiores a R$ 100 mil/ano atingiu o patamar mais elevado do perodo analisado chegando a 37%. Na outra ponta, caiu para 15% a proporo daquelas que recebem menos de R$ 10 mil por ano.

    Grfico 39

    qUAl A DIMENSO DOS RECURSOS REPASSADOS A ORGANIzAES SEM FINS lUCRATIVOS?

    16 Vale mencionar que os nmeros, tanto de 2011 quanto de 2014, podem estar subestimados. Isso porque os respondentes encontram dificuldades para reunir informaes envolvendo repasses de recursos dispersos em diferentes unidades das empresas e destinados a um universo to grande de instituies.

    PARTE I - INVESTIMENTOS SOCIAIS: ONDE ESTAMOS? 2. O NOVO RETRATO DA ATUAO SOCIAL DAS EMPRESAS

  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo60

    Modificaes na forma como a pesquisa buscou identificar o montante dos recursos que foram destinados pelo grupo para apoiar os projetos das organizaes, ou para contratar servios para o desenvolvimento de seus projetos, no permitem comparaes com os anos anteriores. No entanto, os resultados evidenciam, por exemplo, que em 2014 boa parte das transferncias realizadas pelas empresas (28%) e, sobretudo pelos seus institutos (cerca de 70%), destinou-se execuo dos prprios projetos. Embora predomine nos institutos o financiamento da execuo dos projetos prprios, isso no significa que todos eles limitem-se a esse tipo de repasse. Muitos costumam fazer as duas coisas. Em vista disso, 56% dos institutos empresariais repassaram recursos para financiar projetos prprios e 78% repassaram para apoiar projetos das organizaes.

    Em relao durao do apoio s organizaes, observa-se uma tendncia recente de prorrogar o trabalho conjunto por um perodo mais longo. Os ltimos dados do BISC apresentados no Grfico 40 mostram que 38% das organizaes apoiadas pelas empresas em 2014 recebem esse apoio por mais de cinco anos, sendo que 14% delas por mais de onze anos. H dois anos, esses percentuais eram de 21% e 5%, respectivamente. Esse fato pode estar atrelado ao tipo de parceria realizada. Uma hiptese, a ser futuramente explorada, a de que o financiamento dos projetos das prprias empresas e institutos pode contribuir para o alongamento dos prazos. Isso porque as equipes gestoras reconhecem que os problemas sociais no so equacionados no curto prazo e que os programas precisam de continuidade para alcanar os objetivos almejados. Grfico 40

    DESDE qUANDO AS ORGANIzAES SO APOIADAS PElAS EMPRESAS?

    (% das organizaes segundo o nmero de anos de apoio recebido)

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 61

    interessante observar a diferena no que fazem as empresas e os institutos junto com as organizaes sem fins lucrativos. As empresas concentram-se nas atividades de meio ambiente (63%) e de desenvolvimento territorial, bem como nos patrocnios culturais e esportivos (56%). Tal resultado coerente com o alinhamento aos negcios e o acesso aos incentivos fiscais. J os institutos concentram-se nas atividades educacionais (83%), na formao tcnica e profissional (67%) e, na mesma proporo que as empresas (56%), no desenvolvimento do territrio (Grfico 41). Essa atuao tambm condiz com o perfil dos institutos, mais especializados para desenvolver programas de educao e cada vez mais alinhados s empresas no esforo de promover o desenvolvimento dos territrios, especialmente onde atuam suas mantenedoras.

    Grfico 41

    EM qUE REAS A EMPRESA E OS INSTITUTOS ATUAM EM PARCERIA COM ORGANIzAES SEM FINS lUCRATIVOS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

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  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo62

    Qual o perfil das organizaes apoiadas pelas empresas? A Comunitas construiu, no ltimo ano, um banco de dados sobre as organizaes apoiadas pelo grupo e o disponibilizou para os participantes (mantendo a confidencialidade de quem apoia quem). A proposta atualizar anualmente essas informaes de forma a ajudar os parceiros a identificar as organizaes que atuam juntamente com outras empresas do BISC, por natureza jurdica, tipo de atividade desenvolvida, abrangncia da atuao e localizao. Nesse banco o grupo pode saber ainda o nmero de empresas que apoiam cada uma das organizaes e por quanto tempo mantm o trabalho conjunto. Ficou acordado que, havendo interesse de intercmbio com as organizaes e com as empresas apoiadoras, a Comunitas pode promover a articulao necessria.

    Essas informaes foram disponibilizadas para um subconjunto de 425 organizaes que desenvolvem um trabalho mais estruturado com as empresas do BISC e que receberam valores superiores a R$ 10 mil, em 2014. Dois teros dessas organizaes j constavam do banco de dados anterior e as demais foram includas nesse ano. A seguir, apresentado o perfil dessas organizaes.

    Por natureza jurdica:

    Como observado nos anos anteriores, o apoio das empresas dirige-se, prioritariamente, para as organizaes que se enquadram nos cinco critrios estabelecidos pelo IBGE para definir o universo de Fundaes e Associaes Sem Fins Lucrativos (FASFIL): organizaes privadas, sem fins lucrativos, institucionalizadas, autoadministradas e voluntrias. Elas representam 87% do total apoiado pelas empresas do BISC (Grfico 42).

    Grfico 42

    qUAl A NATUREzA jURDICA DAS ORGANIzAES APOIADAS PElAS EMPRESAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 63

    No subgrupo das FASFIL, a grande maioria (79%) composta pelas associaes, isto , organizaes caracterizadas no Cdigo Civil por uma unio de pessoas que se organizam para fins no econmicos e de carter coletivo (Grfico 43). Esse tipo de organizao se diferencia das fundaes, que so institudas a partir de uma dotao de bens destinados a finalidades especficas, a exemplo das fundaes empresariais e familiares.

    Grfico 43

    qUAl O PERFIl DAS FUNDAES E ASSOCIAES (FASFIl)* APOIADAS PElAS EMPRESAS?

    *Obs.: As informaes desse Grfico referem-se exclusivamente s organizaes que se enquadram no perfil definido pelo IBGE como Fundaes e Associaes Sem Fins Lucrativos (FASFIL)Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Por finalidade:

    O que fazem as fundaes e associaes apoiadas pelas empresas? Elas podem ser divididas em trs blocos principais: o primeiro, composto por 24% das organizaes, se dedica a atividades de desenvolvimento e defesa de direitos: nesse bloco predominam as organizaes que atuam nas reas de promoo do trabalho e renda e os centros e associaes comunitrias. O segundo rene 26% das organizaes que desenvolvem atividades educacionais, especialmente aquelas dedicadas a formas de ensino no formal (ex.: educao profissional de nvel bsico, estudos e pesquisa e promoo de cursos diversos). No terceiro bloco encontram-se as organizaes de cultura e recreao (21%), que englobam as mais diversas atividades artsticas e culturais (artesanato, msica, bibliotecas etc.) e esportivas (Grfico 44).

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  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo64

    Grfico 44

    O qUE FAzEM AS FUNDAES E ASSOCIAES* APOIADAS PElAS EMPRESAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Por localizao geogrfica:

    O apoio das empresas abrange organizaes sem fins lucrativos sediadas em 130 municpios distribudos em quase todo o territrio nacional (com exceo dos estados do Acre e Amap). No obstante, observa-se uma forte concentrao das organizaes localizadas na regio Sudeste (49%) e, em segundo lugar, no Sul (25%), conforme apresentado no Grfico 45. Esse resultado no surpreende, visto que os investimentos sociais das empresas esto concentrados no entorno dos empreendimentos econmicos nessas mesmas regies, conforme anteriormente apresentado neste relatrio.

  • 65

    Grfico 45

    ONDE SE lOCAlIzAM AS FUNDAES E ASSOCIAES* APOIADAS DIRETAMENTE PElAS EMPRESAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Direcionando a lente para observar a distribuio das organizaes que atuam no Sudeste, observa-se que a concentrao ainda maior: 54% das organizaes apoiadas pelas empresas nessa regio encontram-se no estado de So Paulo (Grfico 46). Vale mencionar que nesse estado que se localiza o maior nmero de associaes e fundaes privadas sem fins lucrativos no Brasil: elas representam 20% do total de organizaes do pas e 46% daquelas sediadas no Sudeste, segundo dados do IBGE17.

    Grfico 46

    ENTRE OS ESTADOS DO SUDESTE, COMO SE DISTRIbUEM AS ORGANIzAES APOIADAS PElAS EMPRESAS?

    17 Ver: As Fundaes Privadas e Associaes Sem Fins Lucrativos no Brasil 2010. Rio de Janeiro: IBGE 2012.

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

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  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo66

    Pelo alcance da sua atuao:

    A maior parte (61%) das organizaes sem fins lucrativos apoiadas pelas empresas do grupo atua nas imediaes da sua sede (Grfico 47). Duas observaes podem ser extradas desse resultado: a primeira que ele indica o predomnio das organizaes inseridas na vida das comunidades locais; a segunda que refora a concentrao dos investimentos na regio Sudeste, onde se concentra tambm o maior nvel de desenvolvimento econmico do pas.

    Grfico 47

    qUAl O AlCANCE DA ATUAO DAS FUNDAES E ASSOCIAES APOIADAS PElAS EMPRESAS, NO TERRITRIO?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Por nmero de apoios recebidos:

    Apesar da concentrao espacial das organizaes apoiadas, o mesmo no se verifica quando se analisa a distribuio do apoio concedido realizado pelas empresas. Nessa tica, observa-se que no h sobreposies: 96% das fundaes e associaes sem fins lucrativos recebem o apoio de apenas uma das empresas do grupo (Grfico 48).

    Grfico 48

    EXISTE MUlTIPlICIDADE NO APOIO DAS EMPRESAS S ORGANIzAES?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 67

    Nessa edio do BISC, buscou-se identificar que outras organizaes - governamentais ou com fins lucrativos e propsitos sociais - so apoiadas pelos participantes do BISC. Os resultados apresentados nos Grficos 49 e 50 sinalizam, por exemplo, que mais da metade das empresas apoiam instituies governamentais. Em relao aos seus institutos essa participao menor, mas, mesmo assim, 42% deles declaram apoiar escolas pblicas ou caixas escolares das escolas pblicas. Poucas empresas informaram o valor dos recursos transferidos para esse grupo de organizaes e, portanto, os resultados obtidos podem estar subestimados: os recursos informados so da ordem de R$ 25 milhes, dos quais apenas 26% foram transferidos para rgos governamentais (o restante foi para as organizaes com fins lucrativos, como cooperativas e empresas sociais). Uma hiptese a ser oportunamente explorada a de que o apoio a organizaes pblicas realizado por outras formas que no a transferncia de recursos financeiros.

    Grfico 49

    AlM DAS ORGANIzAES SEM FINS lUCRATIVOS, qUE OUTRAS ORGANIzAES AS empresas APOIAM?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

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  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo68

    Grfico 50

    AlM DAS ORGANIzAES SEM FINS lUCRATIVOS, qUE OUTRAS ORGANIzAES OS institutos APOIAM?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    2.8 SObRE A GESTO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS

    Empresas e institutos diferem bastante na forma de gerir seus investimentos sociais. Nas empresas, apenas 15% dos recursos so destinados para projetos conduzidos diretamente pelos seus colaboradores e o restante transferido para terceiros, seja para executar os projetos concebidos pela empresa, seja para apoiar os projetos de outras organizaes (Grfico 51). Vale mencionar que, em relao aos repasses para terceiros, as empresas tiveram dificuldades de informar as parcelas transferidas por tipo de instituio (universidades, organizaes sem fins lucrativos, outras empresas privadas etc.) e agruparam os repasses no item outros, que representam 60% do total do seu investimento. J os institutos destinam 67% dos seus recursos para projetos concebidos e executados por eles mesmos e 16% para organizaes sem fins lucrativos executarem seus prprios projetos (Grfico 52).

  • 69

    Grfico 51

    COMO SE REPARTEM OS RECURSOS INVESTIDOS PElAS EMPRESAS SEGUNDO A MODAlIDADE DE ATUAO?

    Obs.: Os valores apresentados no Grfico correspondem a 61% do total investido pelas empresas. Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

    Grfico 52

    COMO SE REPARTEM OS RECURSOS INVESTIDOS PElOS INSTITUTOS SEGUNDO A MODAlIDADE DE ATUAO?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

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  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo70

    As diferenas na forma de gerir os investimentos sociais - execuo direta ou delegao para terceiros - refletem-se na demanda por recursos humanos para a conduo dos projetos. Os resultados da pesquisa indicam que 36% das empresas no tm colaboradores dedicados em tempo integral gesto dos seus investimentos e apenas 29% delas contam com mais de 10 colaboradores cuidando exclusivamente dessa tarefa. O que surpreende, no entanto, que o quadro de pessoal dos institutos bastante enxuto e, apesar do grande envolvimento na execuo dos projetos, 56% deles possuem menos de 10 colaboradores dedicados exclusivamente gesto dos seus investimentos sociais. A mediana dos valores destinados remunerao dos colaboradores que trabalham nos institutos, em 2014, foi de R$ 2 milhes, valendo destacar que a diferena entre os maiores e os menores valores foi muito grande.

    Mais da metade das empresas que participam do BISC no dimensiona os custos envolvidos na gesto dos investimentos sociais e nem est convencida de que isso essencial, pelo menos no curto prazo. Alm do fato de que em apenas 35% delas o controle dessas informaes est centralizado nas reas que cuidam dos investimentos sociais (ver Grfico 53), o grupo se depara ainda com outras dificuldades para fornecer essa informao como, por exemplo, identificar despesas com a gesto dos projetos sociais que so embutidas nas despesas gerais da empresa e calcular os valores da remunerao dos colaboradores que se dedicam em tempo parcial conduo dos investimentos sociais, conforme analisado na edio da pesquisa BISC de 2013.

    Grfico 53

    qUEM EXERCE O CONTROlE DAS DESPESAS OPERACIONAIS NAS EMPRESAS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

  • 71

    Diante de tais dificuldades, no foi possvel, ainda, apresentar resultados desagregados sobre os custos de gesto dos projetos conduzidos diretamente pelas empresas, uma vez que menos de um tero delas forneceu tais informaes. Nesse grupo, observou-se que os recursos despendidos nas atividades operacionais de planejamento, administrao e execuo dos projetos corresponderam a 26% do total dos valores investidos no social. No cabe, porm, extrair concluses desse resultado, no s pela pequena cobertura, mas tambm porque grande a disparidade dos valores informados, dadas as diferenas nas atividades desenvolvidas, na abrangncia territorial dos projetos, no grau de participao da empresa na sua implementao e na qualificao dos recursos humanos necessrios.

    Como nos institutos as informaes esto mais centralizadas, 78% deles conseguiram indicar dados desagregados sobre a composio dos custos operacionais. Os resultados apontam tambm grandes diferenas nos custos de gesto em decorrncia de diferenas na forma de trabalhar. Na mdia, as despesas operacionais so altas - representam 68% do total dos investimentos sociais do grupo- mas a maior parte delas (52%) refere-se a atividades fins, destacando-se as despesas com os recursos humanos que se dedicam prestao de servios diretamente ao pblico- -alvo (Grfico 54). Esse um resultado tpico dos projetos sociais em que predominam o atendimento direto s comunidades, diferentemente do que ocorre com doaes ou transferncias de recursos. Grfico 54

    COMO SE COMPE O CUSTO DE GESTO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS NOS INSTITUTOS?

    Fonte: BISC, 2015. Comunitas.

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  • Relatrio BISC 2015 - Benchmarking do Investimento Social Corporativo72

    2.9 SObRE A COMUNICAO E A DIVUlGAO

    As empresas esto buscando, cada vez mais, divulgar sua atuao no campo social. Essa postura se insere no bojo das mudanas em relao ao papel que almejam assumir na rea e ao reconhecimento de que os compromissos sociais contribuem, internamente, para ganhos de produtividade dos colaboradores e para melhorias no ambiente do trabalho; e, externamente, para sua reputao, imagem, e fortalecimento da marca, dentre outros benefcios. Assim, o fortalecimento da rea de comunicao e divulgao est fortemente relacionado s novas estratgias de ganha-ganha na conduo dos investimentos sociais.

    Os dados apresentados no Quadro 3 indicam algumas mudanas recentes nas trs frentes de trabalho analisadas pelo BISC: na primeira, voltada para a divulgao institucional dos investimentos sociais, o percentual de empresas que faz publicaes internas e disponibiliza informaes n