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SIMPÓSIO “ADESÃO À TERAPÊUTICA EM PORTUGAL”
APIFARMA/INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DA UL
RELAÇÃO MÉDICO/PROFISSIONAL DE SAÚDE - DOENTE
Margarida Custódio dos SantosESTeSL
RELAÇÃO MÉDICO/PROFISSIONAL DE SAÚDE - DOENTE
HIPÓCRATES
“Alguns pacientes embora conscientes de que
o seu estado de saúde é precário recuperam devido
simplesmente ao seu contentamento para com a
humanidade do médico” - Nuland,1988 p.135
“o facto de os pacientes mentirem frequentemente
quando dizem ter tomado certos medicamentos” - Burgoon,1996, p. 281
1 - ENQUADRAMENTO
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“A interacção e comunicação efectiva médico-doente são
centrais para a satisfação do médico e do doente, para a
competência do médico e para a recuperação dos doentes.”(Doctor Patient Interaction, WHO, 1993 p.1)
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“como comunicador o farmacêutico
deverá ter conhecimentos e competências de comunicação
que lhe permitam interagir com outros profissionais de saúde
e com o público”. A comunicação efectiva é considerada
essencial para o desenvolvimento da relação farmacêutico/
doente ou utente e necessária para a qualidade dos
serviços prestados.”
O papel do farmacêutico no sistema de saúde, preparando o farmacêutico do futuro: desenvolvimento curricular - WHO 1997
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Bayer–Fetzer Conference on Physician–Patient Communication in Medical Education (1999)
1 . Chegar a um consenso em relação a uma lista de
elementos que caracterizem a comunicação efectiva em
vários contextos
2 . Identificar exemplos de competências que possam ser
úteis a profissionais de saúde, e a organizações de ensino
e formação médica
3 . Assegurar-se que o produto final da reunião seja
baseado na evidência, apropriado para o ensino e passível
de ser sujeito a avaliação
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Consensus de Kalamazzoo (1999)
1) a construção de uma relação médico-doente;
2) o acolhimento do doente e a abertura da consulta,
3) a recolha adequada de informação;
4) a compreensão da perspectiva do doente;
5) a partilha de informação;
6) a negociação e acordo entre médico e doente sobre o
diagnóstico o plano de tratamento ou plano de acção e
7) o fecho da consulta.
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2 - DETERMINANTES DE MUDANÇA
(1) Constatação das limitações e fragilidades de algumas
das certezas do modelo biomédico
(2) Desenvolvimento social/societal, tecnológico e
político dos nossos dias
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2 - DETERMINANTES DE MUDANÇA
(1) Constatação das limitações e fragilidades de algumas
das certezas do modelo biomédico
- doentes nem sempre aceitam e cumprem as recomendações
do tratamento
- prevenção é a melhor das formas de cura.
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2 - DETERMINANTES DE MUDANÇA
(2) Desenvolvimento social/societal, tecnológico e
político dos nossos dias
- democratização do saber médico
- crescente escolaridade da população
- agendas políticas
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“assume a doença como a única entidade
responsável pelas alterações das
variáveis biológicas.
E que não tem lugar para as
dimensão social, psicológica e
comportamental.” Engel (1977 p.130)
MODELO BIOMÉDICO
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A pessoa, as suas crenças, os seus
comportamentos e,
enquanto doente, a suas experiências de
doença. O direito a
ser informado e esclarecido assim como
a participar de forma activa no seu processo
de tratamento .
MODELO HOLISTA
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patient centered medicine // illness centered medicine
(Balint et al., 1970);
patient centered consultation // medical centered consultation (Byrne a Long,1984);
patient centered care // medical centered care (Wright e McAdam, 1979)
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3 – CENTRAÇÃO NO DOENTE
CENTRAÇÃO NO DOENTE
O cuidado que é congruente e responsivo às
necessidades, desejos e preferências dos pacientes”
(Duggan et al., 2006)
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CENTRAÇÃO NO DOENTE - Modelo de Mead e Bower (2000)
(1)adopção do modelo biopsicossocial, em oposição ao
modelo biomédico;
(2) compreensão do paciente enquanto um indivíduo único
com os seus direitos, e não como um simples corpo com uma
doença;
(3) partilha de poder e de responsabilidade entre profissional de
saúde e doente;
(4) construção de uma aliança terapêutica
(5) compreensão do cuidador enquanto pessoa, e não apenas
como um técnico provido de competências específicas.
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CONSULTA MÉDICA
“a meeting between experts “Turkett, 1985
“um fenómeno intrinsecamente contextual que tem como
elementos centrais a comunicação de conhecimento
especializado e as emoções”.
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ADESÃO
“um resultado de um confronto dialéctico positivo e construtivo
entre as representações do especialista e as do doente”Barros,( 2003).
“O paciente é um decisor e a empatia profissional é a pedra
angular” Vermeire Hearnshaw; Royen & Denekens (2001).
Modelo de Concordância – Royal Farmaceutic Society
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4 – MODELO RELACIONAL MUTUALISTA - DESAFIOS
(1) Competências de relação e comunicação dos
profissionais de saúde
matéria que deve acompanhar todos os níveis de
formação dos profissionais de saúde. Que deve ser
objecto de ensino e de avaliação
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4 – RELAÇÃO MUTUALISTA - DESAFIOS
(1) Competências de relação e comunicação dos
profissionais de saúde
“ a prática da medicina não pode ser reduzida à
técnica mas tem que incorporar uma forma diferente
de pensar as tarefas médicas .”- White,1988
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4 – RELAÇÃO MUTUALISTA - DESAFIOS
(1) Competências de relação e comunicação dos
profissionais de saúde - FARMÁCIA
“ a comunicação deve ser entendida como um diálogo
desenvolvido num contexto de confiança mútua em que
o estabelecimento de acordos entre os participantes
possa ajudar a resolver ou prevenir problemas de saúde
dos doentes ou aspectos relacionados com a
Farmacoterapia”
Shah e Chewning (2004)
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4 – RELAÇÃO MUTUALISTA - DESAFIOS
(2) Descentração
“ a responsabilidade maior da qualidade da comunicação
cabe ao cuidador. É ele que tem que fazer o maior
movimento de descentração de si próprio para a
apreender a realidade do paciente”.
- Joyce Moniz e Barros (2005 p304)
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4 – RELAÇÃO MUTUALISTA - DESAFIOS
(3) Flexibilidade
“adequar o estilo de relação e de comunicação ao doente
e à situação.
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4 – RELAÇÃO MUTUALISTA - DESAFIOS
(4) Partilha de Poder
. Se a orientação do modelo de relação mutualista é a
promoção da participação e autonomia do individuo e se
a participação pressupõem sempre o aumento de
conhecimento então ela propicia o aumento de poder
do doente.
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5 – CONSEQUÊNCIAS
-Aumento da satisfação do doente (Stewart et al., 1999;Krupat et al., 2000
-Aumento da satisfação do profissional de saúde (Roter et al., 1997; Suchman et al.,1993 )
-Aumento da adesão ao tratamento (melhor adesão) (Stewart et al., 1999)
-Melhoria do estado físico do doente
(Schillinger et al., 2003: DiMatteo et al., 2004)
-Diminuição das queixas relativas a más práticas do
médico (Hickson et. al., 1994; Levinson et al., 1997)
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6 – BARREIRAS
Tempo de consulta
quando feita por profissionais com
formação, não demora (em média) mais dois
ou três minutos do que uma consulta centrada
no médico.
O foco desde o início nos problemas mais importantes
expressão de empatia poupa tempo deprocura de segurança do doente
a clareza de exposição e a adequação do discurso poupa dúvidas e incertezas
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6 – BARREIRAS
Preferência do doente e iletracia
não se espera que todos os doentes prefiram ou se sintam melhor num modelo mais participativo .
Profissionais de saúde centrados no doente são mais flexíveis
não se espera que os doentes sejam especialistas em medicina, farmácia ou outra especialidade e
saúde
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“A satisfação dos doentes quanto ao relacionamento com o
seu médico ou farmacêutico, e o cuidado do médico em perceber
e discutir com o doente o que ele lhe transmite, promovem
a melhoria do doente e tornam desnecessária a sua mentira
quanto à toma dos medicamentos”
6 – CONCLUSÃO
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6 – CONCLUSÃO
CENTRAÇÃO NO DOENTE
MAIS EXIGENTE MAS MAIS REFORÇADORA