relações entre a revolução francesa e a independência do brasil
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16/09/2015 Relações entre a Revolução Francesa e a Independência do Brasil | Nova Escola Clube
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Relações entre a RevoluçãoFrancesa e a Independência doBrasil
Objetivo(s) Identificar que a falta da participação popular na Independência do Brasil serviu como elemento de manutenção
da monarquia;
Identificar elementos da experiência do Iluminismo e dos ideais de liberdade que gerem sentido e significado
para a vida prática;
Analisar, a partir de fontes históricas, a repercussão da Independência;
Orientar e tornar mais complexo o pensamento histórico a partir de fontes históricas disponíveis na internet
sobre processos revolucionários ou de libertação.
Conteúdo(s) O processo de Independência do Brasil.
Ano(s) 6º
7º
8º
9º
Tempo estimado 4 a 5 aulas
Material necessário Duas narrativas (historiográficas ou de jornalistas que se dedicam a temas históricos) sobre o momento do Grito
do Ipiranga. Confira algumas sugestões:
a) História do Brasil, Boris Fausto, Ed. EDUSP. (Didática, 1) (págs. 112116) (Historiografia).
b) Brasil: uma história ¿ a incrível saga de um país, Ed. Ática, Eduardo Bueno (págs. 168169).
c) Revista GALILEU. Edição de setembro/2000 (págs. 2931).
d) Hermanos independentes. Texto da Revista de História da Biblioteca Nacional disponível
em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/hermanosindependentes.
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Reproduções dos seguintes quadros:
1 A Batalha de Friedland, de JeanLouis Ernest Meissonier.
http://www.nytimes.com/imagepages/2006/02/09/books/09king1.html
2 Independência ou Morte, mais conhecido como O Grito do Ipiranga, de Pedro Américo de Figueiredo e Mello,
pertencente ao acervo do Museu Paulista, em São Paulo.
http://revistaescola.abril.com.br/historia/fundamentos/quaismudancasindependenciabrasiltrouxeimediatopais
496325.shtml
3 A Liberdade Guiando o Povo, de EugèneDelacroix.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/08/17/pinturaliberdadeguiandopovo1831316632.asp
4 Proclamação da Independência, de FrançoisRené
Moreaux. http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_IC/Enc_Obras/dsp_dados_obra.cfm?
cd_obra=5894&cd_idioma=28555&cd_verbete=5432
Desenvolvimento
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1ª etapa Antes de realizar essa atividade você precisa ter abordado em sala de aula o Iluminismo, a Revolução Francesa e os
processos de independência na América Latina.
Faça um levantamento do que alunos sabem sobre Independência do Brasil. Para isso, pergunte o que foi a nossa
Independência e se alguma imagem é lembrada por eles quando falamos sobre esse assunto. As repostas podem ser
feitas oralmente (e você pode anotar no quadro as ideias dos alunos) ou por escrito (você pode pedir que eles
registrem em uma folha à parte e entreguem para sua análise). Esse diagnóstico é interessante para detectar quais
informações os alunos têm sobre o assunto, além de orientar seu planejamento e as intervenções mais adequadas.
Geralmente os estudantes já têm ideias a respeito do tema, tanto porque aprenderam nas séries iniciais, quanto porque
a Independência do Brasil faz parte da cultura histórica do nosso povo. Além do feriado de 7 de setembro, ocorrem
desfiles, existem ruas e praças que fazem referência ao tema da independência, por exemplo. Essas ideias, porém,
geralmente não estão organizadas, por isso é importante detectar a forma como elas se apresentam e utilizálas na
reconstrução desse conhecimento sobre o assunto. É interessante registrar as respostas dos alunos para que eles
também percebam que, ao longo do trabalho, os conhecimentos e as formas de pensar o passado se tornam mais
complexas, o que podemos chamar de progressão do pensamento histórico.
Nessa primeira etapa, você também pode explorar os significados de independência e liberdade, palavraschave na
discussão sobre o Iluminismo, ideal presente na Revolução Francesa e que se espalhou pelo mundo. Para isso, solicite
que os alunos procurem no dicionário o significado desses conceitos. Em uma aula expositiva, relacione essas
definições com o conteúdo histórico, garantindo que os alunos tenham momentos de participação.
Sobre independência, por exemplo, é possível discutir que um país independente é diferente de uma colônia. No caso
brasileiro, o país não produzia suas próprias leis, não tinha liberdade comercial, e as pessoas não podiam expressar
suas opiniões publicamente sob o risco de serem condenadas.
Além de abordar a questão política, é possível colocar luz sobre a economia (na liberdade para a realização do
comércio com outras nações, que não apenas com a metrópole) ou na sociedade (nos direitos relacionados à
expressão política).
2ª etapa Leia em voz alta para os alunos o texto do livro didático sobre a Independência do Brasil e peça que eles
acompanhem a leitura em seus exemplares. Nesse momento é importante explorar o pensamento histórico dos alunos,
perguntando sobre outros aspectos ligados à Independência que não constam do livro, e explore que evidências
permitem o questionamento daquela informação.
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3ª etapa Esse é o momento de confrontar a narrativa da 2ª etapa com outros textos que demonstrem uma diferente perspectiva
sobre a apresentação desse passado. Prepare essa atividade antes de fazer a proposta aos alunos: analise quais os
pontos em comum, de divergência, de incoerência etc entre o texto do livro didático e os a seguir.
Veja que no texto do jornalista Eduardo Bueno do "material necessário" a abordagem sobre o passado é mais
informal do que a do historiador Boris Fausto, também citada.
Enquanto o historiador assegura a pertinência de suas afirmações com base em fontes oficiais, como cartas e
documentos arquivados, o jornalista narra o Grito do Ipiranga, quando foi declamada a Independência do Brasil,
com base em possíveis fatores que teriam levado a comitiva a parar nas proximidades do rio Ipiranga. Trabalhar com
as diferentes narrativas ajuda o aluno a perceber que a História é uma possibilidade de reconstrução narrativa sobre o
passado. Esse é o aspecto cognitivo da Cultura Histórica.
4ª etapa A intenção é que esse momento possibilite um trabalho mais amplo sobre os aspectos da Cultura Histórica a partir
das produções estéticas sobre o Grito do Ipiranga. Apresente duas produções artísticas sobre o mesmo acontecimento
histórico que possibilitem narrativas diferenciadas sobre o período. Comece, por exemplo, pelo
quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, e conte o contexto de sua produção, o local onde está exposto, e
as dimensões do quadro. Proponha que analisem como esses elementos revelam a intencionalidade que há na
divulgação da obra como imagem oficial da Independência do Brasil.
Em seguida, apresente uma discussão semelhante em relação ao quadro Proclamação da Independência, de François
René Moreaux. Enquanto o quadro de Pedro Américo apresenta a imponência do momento em que Dom Pedro I é o
protagonista da libertação e torna possível seu futuro cargo político de Imperador, essa segunda obra apresenta uma
inspiração mais iluminista que remete a um momento de participação popular e comemoração imediata do
rompimento dos laços que mantinham a colônia submetida à metrópole.
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5ª etapa Esta é a etapa que possibilita uma série de pensamentos mais complexos sobre o passado a partir da relação com
outros acontecimentos. Conceitos como "liberdade", "Independência" e "Imperador", e considerações sobre a
participação popular podem ser realizados a partir da recuperação das discussões sobre o Iluminismo e a Revolução
Francesa, ou ainda, das independências dos países da América Espanhola.
Sobre a figura do Imperador é possível utilizar mais uma vez o quadro de Pedro Américo, mas agora em
comparação a obra A Batalha de Friedland, de JeanLouis Ernest Meissonier.
As duas pinturas se assemelham em muitos aspectos, tanto do ponto de vista da técnica artística, quanto na relação
com o momento que retratam. Em Friedland, o personagem principal é o imperador Napoleão Bonaparte, vitorioso
no comando de suas tropas na batalha que dá nome ao quadro contra as tropas russas. A obra de Pedro Américo,
realizada em 1888, dá destaque ao personagem Dom Pedro I, que em seu governo teria que enfrentar batalhas contra
tropas portuguesas que não se submeteram ao processo político que ocorreu em 7 de setembro de 1822.
Sobre o conceito "liberdade" você pode criar uma questão sobre o significado de liberdade em outros contextos
históricos. Por exemplo, para Simón Bolívar, um dos líderes da luta pela independência na América espanhola,
liberdade significava, entre outras coisas, romper os laços políticos e econômicos com a Espanha. Para Toussaint
Loverture, um dos líderes da briga pela independência do Haiti, liberdade significava o fim da escravidão.
Sobre a participação popular é possível realizar algumas comparações entre a famosa obra A Liberdade Guiando o
Povo, de EugèneDelacroix e, a nem tão conhecida obra Proclamação da Independência, pintada em 1844 por
FrançoisRené Moreaux. Ambas apresentam inspirações iluministas, por exemplo: as pessoas que representam o povo
estão envolvidas e participam do fato histórico; no quadro brasileiro os ideais iluministas de Liberdade, Igualdade e
Fraternidade estão contemplados nas crianças que correm diante de Dom Pedro I montado em seu cavalo. As
crianças desse mesmo quadro representam a expectativa de futuro da nova nação, assim como na obra francesa o
jovem sansculottes empunha uma garrucha. Para essa problematização, também é possível realizar comparações com
os outros processos latinoamericanos de independência, principalmente a respeito do envolvimento do povo no
processo.
Avaliação O pensamento histórico se manifesta nas narrativas orais e escritas dos alunos. Por isso preocupese em pedir, a cada
etapa, que os alunos registrem as discussões realizadas sobre o que foi estudado e suas conclusões. Isso garante uma
avaliação progressiva das formas de compreensão dos alunos sobre o passado e provoca os alunos a "reconstruírem"
o passado.
Para a avaliação final, peça que os alunos escrevam sobre esse passado para um amigo estrangeiro. Um exemplo
dessa progressão é analisar se o aluno passa a estabelecer uma relação de empatia com os sujeitos históricos
estudados; se o aluno cruza diferentes fontes para a construção de seu argumento; se a sua narrativa é plausível; se o
aluno diferencia o passado do presente, e se é possível perceber uma perspectiva de futuro. Também é importante
notar se o aluno se identifica com o que pensou e escreveu e, mais do que isso, se leva em consideração não apenas
sua identidade, mas a da sociedade em que vive. Quanto mais elementos desses reunirem a narrativa dos alunos,
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podese avaliar como uma progressão interessante das formas de pensar historicamente.
Nessas narrativas, avalie também se o aluno citou as fontes históricas analisadas; se infere informações a partir de
evidências; e se constrói argumentos históricos pertinentes.