relações arriscadas

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São Paulo, domingo, 14 de março de 2010 Próximo Texto | Índice "NETBURNING" Relações arriscadas Fofocar no corredor é mais seguro do que em redes sociais; empresas mapeiam comentários de seus colaboradores ANDRÉ LOBATO DA REPORTAGEM LOCAL A rede mundial de pessoas, uma definição plausível para a internet, é vista como um território de oportunidades na hora de fazer "networking". Expandir contatos, mostrar engajamento, ser microfamoso com textos de 140 caracteres e compartilhar imagens são elementos para contar a história de uma marca pessoal. Mas é nesse momento em que as oportunidades aumentam que os riscos crescem na mesma proporção. A rede de contatos, ou "networking", vira rapidamente uma rede de "queimação", quando o comportamento foge do código de conduta, ainda em construção, do mundo virtual. Seria o "netburning"-para manter o vício corporativo por estrangeirismos- um próximo arrasador de carreiras? No âmbito jurídico, já é, afirma Patrícia Peck, advogada especializada em direito digital. Sem citar nomes, ela conta o caso de uma executiva que deixou de ser convidada para o cargo de vice-presidente devido a fotos, na internet, em que aparece em poses sensuais ou alcoolizada. Em outro caso, um profissional perdeu o emprego por chamar o chefe de "banana" em um fórum de discussão. "Existe uma simbiose entre a reputação das empresas e a dos indivíduos", opina a advogada. Pela legislação brasileira, explica, fofocar num corredor cheio de pessoas é mais seguro do que no mais remoto fórum, onde …uol.com.br/fsp/…/ce1403201001.htm 1/2

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São Paulo, domingo, 14 de março de 2010 Próximo Texto | Índice

"NETBURNING"

Relações arriscadasFofocar no corredor é mais seguro do que em redessociais; empresas mapeiam comentários de seuscolaboradores

ANDRÉ LOBATODA REPORTAGEM LOCAL

A rede mundial de pessoas, uma definição plausível para ainternet, é vista como um território de oportunidades na hora defazer "networking".Expandir contatos, mostrar engajamento, ser microfamoso comtextos de 140 caracteres e compartilhar imagens são elementospara contar a história de uma marca pessoal.Mas é nesse momento em que as oportunidades aumentam queos riscos crescem na mesma proporção.A rede de contatos, ou "networking", vira rapidamente uma redede "queimação", quando o comportamento foge do código deconduta, ainda em construção, do mundo virtual.Seria o "netburning"-para manter o vício corporativo porestrangeirismos- um próximo arrasador de carreiras?No âmbito jurídico, já é, afirma Patrícia Peck, advogadaespecializada em direito digital.Sem citar nomes, ela conta o caso de uma executiva que deixoude ser convidada para o cargo de vice-presidente devido a fotos,na internet, em que aparece em poses sensuais ou alcoolizada.Em outro caso, um profissional perdeu o emprego por chamar ochefe de "banana" em um fórum de discussão."Existe uma simbiose entre a reputação das empresas e a dosindivíduos", opina a advogada.Pela legislação brasileira, explica, fofocar num corredor cheio depessoas é mais seguro do que no mais remoto fórum, onde

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computadores registram e copiam tudo. "A internet gera o efeitode prova escrita", diz.Os hábitos colaborativos, considerados por muitos os pilares deuma nova economia, também podem arruinar carreiras. "Umpedido de patente foi inviabilizado porque a pesquisadorapublicou uma especificação técnica", afirma.Diego Monteiro, consultor de mídias sociais da empresa demonitoramento de redes sociais Direct Labs, concorda comPeck que muitos casos são encontrados por empresas que usamferramentas de acompanhamento de marca. Um de seus clientes,diz, achou na internet uma peça de campanha. "Uma pessoa [queparticipava] da reunião tinha postado. Caiu um pouco mal."

TransparênciaPara consultores, o melhor é que as empresas explicitem políticasclaras do que seus funcionários podem publicar.Uma pesquisa feita em janeiro pela Manpower, consultoriaglobal de gestão de pessoas, com 850 empresas nacionais,mostra que 55% delas já exercem algum tipo de controle do usoque seus empregados fazem de redes sociais.Com ou sem manuais de conduta (veja dicas na pág. 3), o bomsenso continua sendo a regra, considera Scher Soares, consultorde empresas e usuário ativo de redes sociais.Ele cita casos de pessoas prejudicadas pelo comportamento on-line. Uma colega que não conseguia emprego porque suas redessociais estavam repletas de fotos "na balada". Outro, de umapessoa que reclama de processos do ambiente de trabalho. "Nãoadianta reclamar para quem não resolve."

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