rel rio grande norte

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  • MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA

    SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL CPRM - SERVIO GEOLGICO DO BRASIL

    GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONMICO - SEDEC-RN

    FUNDAO DE APOIO PESQUISA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - FAPERN

    GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

    TEXTO EXPLICATIVO DOS MAPAS GEOLGICO E DE RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

    ESCALA 1:500.000

    Luiz Alberto de Aquino Angelim Jlio de Rezende Nesi

    Hlton Hleri Falco Torres Vladimir Cruz de Medeiros Carlos Alberto dos Santos Jos Pessoa Veiga Junior Vanildo Almeida Mendes

    Organizado por: Luiz Alberto de Aquino Angelim

    Recife, 2006

  • CONVNIO CPRM/SEDEC-RN/FAPERN

    GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

    PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL. CONVNIO DE COOPERAO E APOIO TCNICO - CIENTFICO CPRM - COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS/SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONMICO DO RIO GRANDE DO NORTE/ FUN-DAO DE APOIO PESQUISA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

    A582 Angelim, Luiz Alberto de Aquino Geologia e recursos minerais do Estado do Rio Grande do

    Norte - Escala 1:500.000. / Luiz Alberto de Aquino Angelim ... [et al.]. - Recife: CPRM - Servio Geolgico do Brasil, 2007.

    119 p. : il. color.; 21x29,7 cm + 2 mapas. Publicao do Programa Geologia do Brasil - PGB. 1. Geologia Regional - Rio Grande do Norte. 2. Recursos

    Minerais - Rio Grande do Norte. 3. Rio Grande do Norte. I. Nesi, Jlio de Rezende. II. Torres, Helton Hleri Falco. III. Medeiros, Vladimir Cruz de. IV. Santos, Carlos Alberto dos. V. Veiga Junior, Jos Pessoa. VI. Mendes, Vanildo Almeida. VII. Ttulo.

    CDD 558.132

  • MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA

    SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL CPRM - SERVIO GEOLGICO DO BRASIL

    GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONMICO - SEDEC-RN

    FUNDAO DE APOIO PESQUISA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - FAPERN

    GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

    MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA SILAS RONDEAU CAVALCANTE SILVA Ministro SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL CLUDIO SCLIAR Secretrio CPRM - SERVIO GEOLGICO DO BRASIL AGAMENON SRGIO LUCAS DANTAS Diretor-Presidente MANOEL BARRETTO DA ROCHA NETO Diretor de Geologia e Recursos Minerais JOS RIBEIRO MENDES Diretor de Hidrologia e Gesto Territorial FERNANDO PEREIRA DE CARVALHO Diretor de Relaes Institucionais e Desenvolvimento LVARO ROGRIO ALENCAR SILVA Diretor de Administrao e Finanas EDILTON JOS DOS SANTOS Chefe do Departamento de Geologia REINALDO SANTANA CORREIA BRITO Chefe do Departamento de Recursos Minerais INCIO DE MEDEIROS DELGADO Chefe da Diviso de Geologia Bsica JOO HENRIQUE GONALVES Chefe da Diviso de Geoprocessamento SUPERINTENDNCIA REGIONAL DE RECIFE JOS WILSON DE CASTRO TEMOTEO Superintendente Regional JLIO DE REZENDE NESI Chefe do Ncleo de Apoio de Natal

    ADEILSON ALVES WANDERLEY Gerente de Geologia e Recursos Minerais JOS PESSOA VEIGA JUNIOR Gerente de Relaes Institucionais e Desenvolvimento LUIZ ALBERTO DE AQUINO ANGELIM CARLOS ALBERTO DOS SANTOS Supervisores da Gerncia de Geologia e Recursos Minerais GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE WILMA MARIA DE FARIA Governadora SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONMICO ANTONIO THIAGO GADELHA SIMAS NETO Secretrio JOS RUFINO JUNIOR Secretrio Adjunto OTACLIO OZIEL DE CARVALHO Coordenador de Desenvolvimento de Recursos Minerais FRANCISCO ASSUERO BEZERRA DE FRAN-A Subcoordenador de Desenvolvimento de Recursos Minerais FUNDAO DE APOIO PESQUISA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE JOS LACERDA ALVES FELIPE Presidente EVERTON MACIEL COSTA Coordenador de Acompanhamento e Avaliao de Projetos

  • MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAO E TRANSFORMAO MINERAL

    CPRM - SERVIO GEOLGICO DO BRASIL

    GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONMICO - SEDEC-RN

    FUNDAO DE APOIO PESQUISA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - FAPERN

    GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

    TEXTO EXPLICATIVO DOS MAPAS GEOLGICO E DE RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

    Escala 1:500.000

    CRDITOS TCNICOS Edilton Jos dos Santos Coordenador Nacional do Programa Geologia Bsica Adeilson Alves Wanderley Coordenador Regional do Programa Geologia Bsica Luiz Alberto de Aquino Angelim Supervisor de Geologia EQUIPE EXECUTORA Luiz Alberto de Aquino Angelim Jlio de Rezende Nesi Helton Hleri Falco Torres Vladimir Cruz de Medeiros Carlos Alberto dos Santos Jos Pessoa Veiga Junior Vanildo Almeida Mendes Roberto Gusmo de Oliveira Maria Anglica F. Sampaio Roberto Vieira Arajo

  • REVISO FINAL DA NOTA EXPLICATIVA Incio de Medeiros Delgado COLABORADORES Edilton Jos dos Santos - CPRM Incio de Medeiros Delgado - CPRM Joo Henrique Gonalves - CPRM Jos Domingos Alves de Jesus - CPRM Antnio Rabelo Sampaio - CPRM Dalvanise da R. S. Bezerril - CPRM Josias Barbosa de Lima - CPRM Carlos Alberto Cavalcanti Lins - CPRM Ernesto Von Sperling de Lima - CPRM Francisco Assuero Bezerra de Frana - SEDEC-RN Cornlio Benvolo Xavier - SEDEC-RN Jos Maria do Rgo - SEDEC-RN Antnio Arruda Aquino - SEDEC-RN Jorge Luis da Costa - DNPM APOIO TCNICO DIGITAL - SUREG-RE Robson de Carlo da Silva Ana Paula Rangel Jacques Francisco de A. B. de Moraes Alan Dionsio de Barros Paulo Roberto S. de Assuno Jos Pessoa Veiga Junior Claudio Scheid Vladimir Cruz de Medeiros

  • CRDITOS DE AUTORIA Cap. 1 Luiz Alberto de Aquino Angelim Cap. 2 Helton Hleri Falco Torres Cap. 3

    3.1 Helton Hleri Falco Torres, Luiz Alberto de Aquino Angelim e Carlos Alberto dos Santos

    3.2 Luiz Alberto de Aquino Angelim, Helton Hleri Falco Torres e Carlos Alberto dos Santos

    3.3 Helton Hleri Falco Torres, Luiz Alberto de Aquino Angelim e Carlos Alberto dos Santos

    3.4 Luiz Alberto de Aquino Angelim, Helton Hleri Falco Torres e Carlos Alberto dos Santos

    3.5, 3.6 e 3.7 Luiz Alberto de Aquino Angelim 3.8.1 Luiz Alberto de Aquino Angelim e Jos Pessoa Veiga Junior 3.8.2 Luiz Alberto de Aquino Angelim 3.9 Luiz Alberto de Aquino Angelim 3.10 Luiz Alberto de Aquino Angelim e Jos Pessoa Veiga Junior

    Cap. 4 4.1 Helton Hleri Falco Torres 4.2 Vladimir Cruz de Medeiros e Luiz Alberto de Aquino Angelim

    Cap. 5 Jlio de Rezende Nesi 5.6.5 Vanildo Almeida Mendes e Jlio de Rezende Nesi

    Anlises Petrogrficas Maria Anglica Fonseca Sampaio e Roberto Vieira Arajo Referncias Bibliogrficas Dalvanise da Rocha S. Bezerril Digitalizao de Figuras Alan Dionsio de Barros Mapa Geolgico

    Geologia Luiz Alberto de Aquino Angelim e Vladimir Cruz de Medeiros Recursos Minerais Jlio de Rezende Nesi

    Mapa de Recursos Minerais Recursos Minerais Jlio de Rezende Nesi Geologia Luiz Alberto de Aquino Angelim

    Cartografia Digital Robson de Carlo da Silva, Ana Paula Rangel Jacques, Francisco de A. B. de Moraes, Alan Dionsio de Barros, Jos Pessoa Veiga Jnior, Paulo Roberto S. de Assuno e Vladimir Cruz de Medeiros Editorao Eletrnica Claudio Scheid

    PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL - PGB

    Convnio Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM

    Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico do Rio Grande do Norte - SEDEC-RN Fundao de Apoio Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte-FAPERN

  • Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte

    APRESENTAO

    O Ministrio de Minas e Energia, atra-

    vs da Secretaria de Geologia Minerao e

    Transformao Mineral - SGM e do Servio

    Geolgico do Brasil - CPRM; e o Governo do

    Estado do Rio Grande do Norte, via Secreta-

    ria de Estado do Desenvolvimento Econmico

    (SEDEC-RN) e da Fundao de Apoio Pes-

    quisa do Estado do Rio Grande do Norte

    (FAPERN) tm a grata satisfao de disponi-

    bilizar sociedade potiguar, comunidade

    tcnico-cientfica e aos empresrios do setor

    mineral, o estado da arte da Geologia e Re-cursos Minerais do Estado do Rio Grande

    do Norte. Aqui esto reunidas informaes

    atualizadas do subsolo do estado, contendo o

    mapa geolgico e o mapa de recursos mine-

    rais, na escala 1:500.000 e texto explicativo

    em formato PDF, estruturados em Sistema de

    Informaes Geogrficas.

    Com este passo, o Estado sistematiza

    e organiza o conhecimento geolgico de seu

    territrio, compilado em um sistema digital de

    fcil atualizao, dando um salto de qualidade

    na infra-estrutura local voltada para a gesto

    do meio fsico. Agora o Rio Grande do Norte

    passa a contar com um poderoso instrumento

    de fomento pesquisa mineral, ofertando aos

    investidores potenciais, um orientador de

    estratgias confivel, garantindo no mdio e

    longo prazo, retorno positivo na gerao de

    riquezas. Alm disso, o conhecimento geol-

    gico constitui indispensvel ferramenta para o

    planejamento do ordenamento e ocupao

    territorial, em bases sustentveis, aspecto

    que, por si s, sobreleva a importncia do

    presente trabalho, especialmente nessa regi-

    o do pas, ainda to carente de investimen-

    tos.

    A vocao mineira do Nordeste Orien-

    tal do Brasil, e em particular do Rio Grande

    do Norte, foi revelada na dcada de 40, du-

    rante a Segunda Guerra Mundial, quando se

    descobriram, na regio, substncias minerais

    de uso na fabricao de artefatos blicos.

    Dentre os principais bens minerais potenciais

    e em explotao no Estado destacam-se as

    guas minerais, as gemas (gua marinha,

    ametista, esmeralda, turmalina, quartzo r-

    seo, etc.); metais nobres (ouro); os metais

    ferrosos (ferro, molibdnio e tungst-

  • Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte

    nio/scheelita); os metais no ferrosos e se-

    mimetais (berilo, tantalita-columbita, l-

    tio/ambligonita e espodumnio, etc.); os mate-

    riais de uso na construo civil (areia, argila,

    cascalho, pedra britada, rocha ornamental e

    pedra de cantaria); as rochas e minerais in-

    dustriais (amianto, barita, caulim, diatomita,

    feldspato, gipsita, mica, quartzo, rochas car-

    bonticas, sal marinho, etc.); e os recursos

    minerais energticos (trio, urnio, petrleo,

    gs natural e turfa).

    Face diversidade e potencialidade

    dos recursos minerais do Estado e o tempo

    decorrido desde o lanamento em 1998 do

    ltimo mapa geolgico do Rio Grande do

    Norte na escala 1:500.000, elaborado pela

    parceria UFRN / DNPM / PETROBRAS / Go-

    verno do Estado, uma nova edio do mapa

    estadual, contemplando o estado da arte da

    geologia regional fazia-se premente.

    Com mais este lanamento, o Servio

    Geolgico do Brasil segue dando cumprimen-

    to poltica governamental de atualizar o

    conhecimento geolgico do pas, seja atravs

    da retomada dos levantamentos geolgicos

    bsicos, nas escalas 1:250.000 e 1:100.000,

    seja atravs das integraes estaduais,

    1:1.000.000 ou 1:500.000, contribuindo dessa

    forma, com o resgate da infra-estrutura de

    desenvolvimento regional, como subsdio

    importante formulao de polticas pblicas

    e apoio nas tomadas de deciso de investi-

    mentos. Em termos macropolticos, este pro-

    duto resulta do Programa Geologia do Brasil,

    do Plano Plurianual 2004-2007, cujo objetivo

    patrocinar aes que incrementem o co-

    nhecimento geolgico e hidrolgico do territ-

    rio brasileiro.

    Ao ensejo, enaltecemos a importncia

    dessa frutfera parceria institucional, visando

    no s gerao de mapas estaduais, mas

    consolidao de uma verdadeira poltica geo-

    lgica nacional, na certeza de que o exemplo

    cooperativo persistir, para alm dos interes-

    ses transitrios, como marco de um novo

    tempo na geologia do Brasil.

    Agamenon Srgio Lucas Dantas Diretor-Presidente do Servio Geolgico do Brasil

  • Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte

    RESUMO

    O Estado do Rio Grande do Norte localiza-se geotectonicamente na Provncia Borborema, Subprovncia Setentrional. Seu substrato constitudo por rochas precambri-anas que ocupam cerca de 65% de sua rea territorial e por rochas sedimentares meso-cenozicas que recobrem a poro restante. O substrato precambriano compreende trs domnios tectonoestruturais, o Domnio Ja-guaribeano, a oeste, o Domnio Rio Piranhas-Serid, parte central e o Domnio So Jos do Campestre, a leste, limitados por duas impor-tantes zonas de cisalhamento brasilianas, a oeste a zona de cisalhamento Portalegre e a leste a zona de cisalhamento Picu-Joo C-mara.

    O Domnio Jaguaribeano, pouco re-presentativo no estado, congrega predomi-nantemente rochas metaplutnicas migmati-zadas do Complexo Jaguaretama do Riacia-no, uma seqncia metassedimentar com metavulcnicas subordinadas correspondente ao Grupo Serra de So Jos e o magmatismo anorognico da Sute Serra do Deserto, estas ltimas unidades do Estateriano.

    O Domnio Rio Piranhas-Serid en-cerra um embasamento de idade riacia-na/orosiriana com provveis remanescentes arqueanos, denominado de Embasamento Rio Piranhas e uma cobertura de rochas su-pracrustais ediacaranas que constituem a Faixa Serid, filiada Orognese Brasiliana. O Embasamento Rio Piranhas constitudo pelo Complexo Caic, o qual encerra unida-des metavulcanossedimentar e metaplutni-ca, e pela sute sin a tardiorognica Poo da Cruz. A Faixa Serid, formada pelo Grupo Serid, consta de uma seqncia inferior metavulcanossedimentar designada de For-mao Serra dos Quintos, das unidades de rochas siliciclsticas e carbonticas de ambi-ente plataformal representadas pelas forma-

    es Jucurutu e Equador e, no topo, de uma seqncia turbidtica flyschide pertencente Formao Serid.

    O Domnio So Jos do Campestre apresenta um bloco paleo-meso-neoar-queano, o Ncleo Bom Jesus-Presidente Juscelino, em torno do qual se aglutinam unidades litoestratigrficas do Riaciano. O ncleo arqueano congrega o Metatonalito Bom Jesus que constitui o fragmento de cros-ta mais antigo da plataforma Sul-americana (3,5-3,4 Ga), o Complexo Presidente Jusceli-no formado por ortognaisses e migmatitos de afinidades TTG, o Complexo Brejinho que se caracteriza por incluir rochas peraluminosas de composio TTG, o Complexo Senador Eli de Souza composto por uma associao de rochas metamficas, e por ltimo o Grani-tide So Jos do Campestre que congrega rochas subalcalinas constituindo os termos petrogrficos mais evoludos e diferenciados do ncleo arqueano. As unidades litoestrati-grficas paleoproterozicas renem os com-plexos Joo Cmara, Santa Cruz e Serrinha-Pedro Velho.

    O Rio Grande do Norte foi palco de expressivo plutonismo brasiliano de idade ediacarana, cujo episdio principal ocorreu no intervalo de 580-570 Ma (idades U-Pb), re-presentado pelas sutes intrusivas: a) So Joo do Sabugi, de composio mfica a intermediria e afinidade qumica shoshonti-ca; b) Itaporanga, caracterizada pela textura de megacristais de feldspatos potssicos, afinidade calcialcalina de alto potssio e por apresentar feies de mistura de magmas; c) Dona Ins, constituda por leucogranitides de granulao fina a microporfirtica e afinida-de calcialcalina de alto potssio; d) Catinguei-ra, formada por granitos alcalinos e e) Umari-zal, caracterizada por apresentar fcies char-nocktica, de afinidade subalcalina e alcalina.

  • Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte

    Inclui ainda corpos granticos de quimismo indiscriminado. A atividade grantica brasilia-na encerrada pela intruso dos diques de pegmatito de idade cambriana (514-509 Ma), que sucedido pelo plutonismo grantico anorognico ordoviciano de ca. 450 Ma, re-presentado pelo stock do granito Flores.

    No Cretceo Inferior ocorreu a sedi-mentao das bacias Potiguar, Gangorra, Rafael Fernandes e Cel. Joo Pessoa a partir da abertura de grbens relacionada abertu-ra do Atlntico Sul. A Bacia Potiguar, de mai-or expresso territorial, por ter evoludo de uma bacia rifte para uma bacia de margem passiva, est representada na poro emersa pela formao siliciclstica Au e pela forma-o carbontica/evaportica Jandara.

    O embasamento cristalino e os sedi-mentos cretceos so recobertos em parte por diversas unidades siliciclsticas do Pale-geno/Negeno tais como o Grupo Barreiras, as formaes Serra do Martins, Potengi e Tibau, e pelos sedimentos inconsolidados do Negeno.

    Entre o Cretceo Inferior e o Pale-geno esto registrados no Rio Grande do Norte trs eventos de magmatismo bsico intraplaca: o enxame de diques bsicos Rio Cear-Mirim associado movimentao transtracional que deu origem ao rifte Poti-guar, e os magmatismos Serra do Cu e Ma-cau posteriores a sedimentao da Bacia Potiguar e de algumas das formaes conti-nentais cenozicas.

    O Estado do Rio Grande do Norte de conhecida vocao mineral marcou, a partir da dcada de 1940, a sua participao na histria da indstria extrativa mineral do pas, como o primeiro produtor de gipsita, o maior produtor nacional de concentrado de scheelita e de sal marinho, grande produtor do Nordes-te de caulim primrio e de concentrado de berilo. O seu potencial mineral levou a desco-berta de centenas de ocorrncias, garimpos, depsitos minerais e minas, de substncias minerais diversas, grande parte delas, atual-mente integradas ao sistema produtivo.

    Atualmente o estado destaca-se no cenrio nacional como o primeiro produtor de sal marinho, o segundo produtor de petrleo (primeiro em terra) e o quarto produtor de gs natural. Na regio nordeste o maior produ-tor de telhas e grande produtor de minerais e rochas industriais, notadamente feldspato, caulim, mica, calcrio e gemas, destacando-se a gua-marinha e a turmalina. Esta per-formance coloca o Rio Grande do Norte como o quarto maior produtor mineral do pas.

    Foram listados 1.993 jazimentos mi-nerais entre minas, depsitos minerais, ga-rimpos e ocorrncias, abrangendo mais de 30 substncias minerais, cuja grande maioria situa-se no Domnio Rio Piranhas-Serid e, em segundo plano, no Domnio So Jos do Campestre, alm das mineralizaes associ-adas s coberturas sedimentares cretceas e cenozicas.

  • Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte

    ABSTRACT

    Geotectonicaly, the State of Rio Grande do Norte is located in the Borborema Province, Northeastern Brazil, constituted by Precambrian rocks that occupy 65% of the territorial area, and by sedimentary meso-Cenozoic rocks recovering the remaining por-tion. The Precambrian substratum compre-hends three tectonostructural domains, to the west the Jaguaribeano Domain, the Rio Pira-nhas-Serid Domain to the central portion, and the So Jos do Campestre Domain to the the east, limited by two important Brasili-ano aged shear zones, the Portalegre shear zone to the west, and the Picu-Joo Cmara shear zone to the east.

    The Jaguaribeano Domain, of minor representation in the state, dominantly con-gregates migmatized metaplutonic rocks of the Jaguaretama Complex, of Rhyacian age, a metasedimentary sequence with subordi-nate metavolcanics, corresponding to the Serra de So Jos Group, and an anorogenic magmatism of the Serra do Deserto Suite, both of Statherian age.

    The Rio Piranhas-Serid Domain con-tains a basement of Rhyacian/Orosirian age with possible Archean remnants, called Rio Piranhas Basement, and a recovering of Ediacaran supracrustal rocks constituting the Serid Belt, affilliated to the Brasiliano Orogeny. The Rio Piranhas basement is con-stituted by the Caic Complex, which contains metavolcanosedimentary and metaplutonic units, and by the syn to late orogenic Poo da Cruz Suite. The Serid Belt, formed by the Serid Group, consists of a lower metavolca-nosedimentary sequence designated as Serra dos Quintos Formation, of the siliciclastic and carbonatic rock units of platform environment, represented by the Jucurutu and Equador formations, and on top by a turbiditic flyschoid sequence belonging to the Serid Formation.

    The So Jos do Campestre Domain presents a paleo-meso-neo-Archean block, the Bom Jesus-Presidente Juscelino Nucleus, circled by Rhyacian litostratigraphic units. The Archean nucleus congregates the Bom Jesus meta-tonalite, that constitutes the oldest crust fragment of the South American platform (3,5-3,4 Ga); the Presidente Juscelino Complex, formed by orthogneisses and migmatites of TTG affinity, the Brejinho Complex, character-ized by the inclusion of peraluminous TTG rock composition, the Senador Eli de Souza Complex, formed by an association of metamafic rocks, and at last, the So Jos do Campestre Granitoid, that congregates subal-kalin rocks, constituting the more developed and differentiated petrographic terms of the Archean nucleus. The paleoproterozoic litos-tratigraphic units embrace the Joo Cmara, Santa Cruz and Serrinha-Pedro Velho com-plexes.

    An expressive Brasiliano plutonism of Ediacaran age, took place in the State of Rio Grande do Norte, whose main episode oc-curred in the 580-570 Ma (ages U-Pb) inter-val, represented by the intrusive suites: a) So Joo do Sabugi, of mafic to intermediate composition and shoshonitic chemical affinity; b) Itaporanga, characterized by potassic feld-spar megacrystal texture, high potassium calc-alkaline affinity and presenting magma mixture features; c) Dona Ins, constituted by fine granulated to microporphiritic leucograni-toids and high potassium calc-alkaline affinity; d) Catingueira, formed by alkaline granites; and e) Umarizal, characterized by the pres-ence of charnockitic facies, of sub-alkaline and alkaline affinities. There are also granitic bodies of undiscriminated chemistry. The Brasiliano granitic activity closes its cycle with the pegmatitic dike intrusions of Cambrian age (514-509 Ma). This event is succeeded

  • Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte

    by an anorogenic Ordovician granitic pluton-ism, circa 450 Ma, represented by the Flores stock granite.

    The deposition of the Potiguar, Gan-gorra, Rafael Fernandes and Coronel Joo Pessoa basins, of Lower Cretaceous age, started with the graben opening related to South Atlantic Ocean opening. The Potiguar Basin, of larger territorial expression, for hav-ing developed from a basin rift to a passive margin basin, is represented in the emerged portion by the Au siliciclastic formation and by the Jandara carbonatic/evaporitic forma-tion.

    The crystalline basement and the Cre-taceous sediments are partialy recovered by several Paleogene/Neogene siliciclastic units, like the Barreiras Group, Serra do Martins, Potengi and Tibau formations, and by uncon-solidated Neogene sediments.

    In the Rio Grande do Norte State, dur-ing Lower Cretaceous and Paleogene, there are the registry of three events of basic intra-plate magmatism: Rio Cear-Mirim basic dyke swarms associated to the transtractional movement that created the Potiguar rift, and the Serra do Cu and Macau magmatism events, subsequent to the Potiguar Basin sediments and to some continental Cenozoic formations.

    The well known mineral vocation tradi-tion of the State of Rio Grande do Norte, dur-ing 1940s decade marked the participation in the history of Brazil extractive mineral indus-try, as the first gypsum producer, the largest national scheelite concentrate and sea salt producer, great primary kaolin producer and beril concentrate. The mineral potential led to the discovery of hundreds of occurrences, mineral deposits and mines, the greatest part of them is now integrated to the productive system.

    Nowadays the state stands out in the national scenery as the first sea salt producer, the second oil producer (first on earth) and the fourth producer of natural gas. In the north-east area it is the largest ceramics producer, consisting of tiles and producer of minerals and industrial rocks, likely feldspar, kaolin, muscovite, limestone and gems (aquamarine and tourmaline). This performance places the Rio Grande do Norte State as the fourth larg-est mineral producer of the country.

    A sum of 1,993 occurrences were listed, embracing more than 30 mineral sub-stances, the great majority located in the Rio Piranhas-Serid Domain and, secondly, in the So Jos do Campestre Domain, besides mineralizations associated to the cretaceous and cenozoic sedimentary recoverings.

  • Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte

    _________

    SUMRIO 1 INTRODUO ....................................................................................................................... 01 1.1 Metodologia ......................................................................................................................... 04 1.2 Produtos Gerados .............................................................................................................. 04 2 DIVISO TECTONOESTRUTURAL ..................................................................................... 07 3 UNIDADES LITOESTRATIGRFICAS ................................................................................. 15 3.1 Domnio Jaguaribeano (DJ) ................................................................................................ 15 3.1.1 Complexo Jaguaretama (PP2j) ........................................................................................ 17 3.1.2 Grupo Serra de So Jos (PP4sj) .................................................................................... 17 3.1.3 Sute Serra do Deserto (PP4s) ....................................................................................... 17 3.2 Domnio Rio Piranhas-Serid (DPS) ................................................................................... 17 3.2.1 Complexo Caic (PP2caivs/PP2cai/PP2cai) .................................................................. 17 3.2.2 Sute Poo da Cruz (PP3pc) ........................................................................................... 19 3.2.3 Grupo Serid (NP3s) ........................................................................................................ 20 3.2.3.1 Formao Serra dos Quintos (NP3sq) .......................................................................... 21 3.2.3.2 Formao Jucurutu (NP3sju) ........................................................................................ 22 3.2.3.3 Formao Equador (NP3se) ......................................................................................... 23 3.2.3.4 Formao Serid (NP3ss) ............................................................................................. 23 3.3 Domnio So Jos do Campestre (DSJ) ............................................................................. 24 3.3.1 Metatonalito Bom Jesus (A2bj) ........................................................................................ 24 3.3.2 Complexo Presidente Juscelino (A2j1/A23j2) .................................................................. 25 3.3.3 Complexo Brejinho (A3br) ................................................................................................ 26 3.3.4 Complexo Senador Eli de Souza (A3es) ...................................................................... 26 3.3.5 Granitide So Jos do Campestre (A4jc) ..................................................................... 26 3.3.6 Complexo Joo Cmara (PP2jc) ...................................................................................... 27 3.3.7 Complexo Serrinha - Pedro Velho (PP2sp1/PP2sp2/PP2sp3/PP2sp4) .......................... 27 3.3.8 Complexo Santa Cruz (PP2sc) ........................................................................................ 28 3.3.9 Sute Inhar (PP2i) ......................................................................................................... 28 3.4 Magmatismo Sin a Ps-Orognico Brasiliano, do Ediacarano ........................................... 29 3.4.1 Sute intrusiva So Joo do Sabugi (NP32s) ................................................................. 29 3.4.2 Sute intrusiva Itaporanga (NP32it) ................................................................................. 31 3.4.3 Sute intrusiva Dona Ins (NP32di) ................................................................................ 32 3.4.4 Sute intrusiva Catingueira (NP32ct) .............................................................................. 33 3.4.5 Sute intrusiva Umarizal (NP34u) ................................................................................... 33 3.4.6 Granitides indiscriminados (NP3i) ................................................................................ 34 3.5 Magmatismo Ps-Orognico Cambriano ............................................................................ 34 3.5.1 Diques de Pegmatito ........................................................................................................ 34 3.5.2 Diques de Rochas Granticas (g) .................................................................................. 36

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    3.6 Magmatismo Anorognico Ordoviciano .............................................................................. 36 3.6.1 Granito Flores (O3f) ........................................................................................................ 36 3.7 Quartzito So Fernando (NP3qf) ........................................................................................ 36 3.8 Bacias Sedimentares Cretceas ......................................................................................... 36 3.8.1 Bacia Potiguar .................................................................................................................. 37 3.8.1.1 Formao Au (K12a) ................................................................................................... 39 3.8.1.2 Formao Jandara (K2j) ............................................................................................... 41 3.8.2 Bacias Interiores ............................................................................................................... 41 3.8.2.1 Bacia Gangorra ............................................................................................................. 41 3.8.2.2 Bacia Rafael Fernandes ................................................................................................ 41 3.8.2.3 Bacia Cel. Joo Pessoa ................................................................................................ 42 3.9 Magmatismo Bsico Meso-Cenozico ................................................................................ 42 3.9.1 Basalto Rio Cear-Mirim (K1cm) ................................................................................... 42 3.9.2 Basalto Serra do Cu (K2c) ........................................................................................... 43 3.9.3 Basalto Macau (E3m) ..................................................................................................... 43 3.10 Coberturas Continentais Cenozicas ................................................................................ 43 3.10.1 Formao Tibau (E3N1t) ................................................................................................ 43 3.10.2 Formao Serra do Martins (ENsm) .............................................................................. 45 3.10.3 Grupo Barrreiras (ENb) .................................................................................................. 48 3.10.4 Formao Potengi (ENpt) ............................................................................................... 50 3.10.5 Depsitos colvio-eluviais (N23c) .................................................................................. 51 3.10.6 Depsitos de mangues (N23m) ..................................................................................... 51 3.10.7 Depsitos aluvionares antigos (N3a) ............................................................................. 51 3.10.8 Depsitos flvio-marinhos (N34fm) ................................................................................ 51 3.10.9 Depsitos flvio-lacustrinos (N34flc) .............................................................................. 51 3.10.10 Depsitos elicos litorneos de paleodunas (N34elp) ................................................. 51 3.10.11 Depsitos litorneos de praias e dunas mveis (N4lpd) .............................................. 52 3.10.12 Depsitos aluvionares (N4a) ........................................................................................ 52 4 EVOLUO TECTNICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ............................ 53 4.1 Evoluo Tectnica Precambriana ..................................................................................... 53 4.2 Evoluo Tectnica Meso-Cenozica ................................................................................. 58 5 RECURSOS MINERAIS DO RIO GRANDE DO NORTE ...................................................... 63 5.1 guas Minerais .................................................................................................................... 64 5.2 Gemas ................................................................................................................................. 65 5.3 Metais Nobres ..................................................................................................................... 67 5.4 Metais Ferrosos ................................................................................................................... 70 5.4.1 Minrio de Ferro ............................................................................................................... 70 5.4.2 Minrio de Molibdnio (Molibdenita) ................................................................................ 72 5.4.3 Minrio de Tungstnio (Scheelita) ................................................................................... 72 5.5 Metais No Ferrosos e Semimetais .................................................................................... 75 5.5.1 Berilo, Columbita-Tantalita, Ambligonita e Espodumnio ................................................ 75 5.5.2 Minrio de Cobre .............................................................................................................. 76 5.5.3 Minrio de Titnio e Zircnio ............................................................................................ 76 5.6 Materiais de Usos na Construo Civil ............................................................................... 77 5.6.1 Depsitos de Areia ........................................................................................................... 77 5.6.2 Depsitos de Cascalho .................................................................................................... 79 5.6.3 Argila e Argilito ................................................................................................................. 79 5.6.3.1 Depsitos de Argila ....................................................................................................... 79 5.6.3.2 Depsitos de Argilito ..................................................................................................... 81 5.6.4 Pedras Britadas ................................................................................................................ 82 5.6.5 Rochas Ornamentais ........................................................................................................ 83 5.6.5.1 Aspectos Econmicos e Financeiros do Setor ............................................................. 83 5.6.5.2 Quadro de Reservas ..................................................................................................... 84 5.6.5.3 Rochas em Explotao e seu Controle Geolgico ....................................................... 84 5.7 Minerais e Rochas Industriais ............................................................................................. 87 5.7.1 Amianto ............................................................................................................................ 87 5.7.2 Barita ................................................................................................................................ 87

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    5.7.3 Caulim .............................................................................................................................. 88 5.7.4 Diatomito .......................................................................................................................... 89 5.7.5 Enxfre Nativo .................................................................................................................. 90 5.7.6 Feldspato .......................................................................................................................... 90 5.7.7 Fluorita .............................................................................................................................. 93 5.7.8 Gipsita e Celestita ............................................................................................................ 93 5.7.8.1 Gipsita ........................................................................................................................... 93 5.7.8.2 Celestita ......................................................................................................................... 94 5.7.9 Marga Dolomtica ............................................................................................................. 94 5.7.10 Mica e Quartzo ............................................................................................................... 94 5.7.11 Rochas Carbonticas Sedimentares e Metamrficas .................................................... 94 5.7.11.1 Rochas Carbonticas Sedimentares ........................................................................... 94 5.7.11.2 Rochas Carbonticas Metamrficas ........................................................................... 96 5.7.12 Sal Marinho .................................................................................................................... 98 5.7.13 Talco e Vermiculita ......................................................................................................... 99 5.8 Recursos Minerais Energticos ........................................................................................ 100 5.8.1 Minrio de Trio ............................................................................................................. 100 5.8.2 Minrio de Urnio ........................................................................................................... 100 5.8.3 Petrleo e Gs Natural ................................................................................................... 100 5.8.4 Turfa ............................................................................................................................... 103

    6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................... 105 APNDICE 1 Quadro das dataes U-Pb no Estado do Rio Grande do Norte APNDICE 2 Listagem dos Jazimentos Minerais ANEXOS Mapa Geolgico do Estado do Rio Grande do Norte - Escala 1:500.000 Mapa de Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte - Escala 1:500.000

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    RELAO DAS FIGURAS Figura 1.1 Mapa de localizao geogrfica do Projeto Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte Figura 1.2 Carta estratigrfica internacional, segundo International Commission on Stratigraphy (Gradstein et al., 2004). Siglas das unidades segundo Rename et al. (2000). Adaptada de Bizzi et al., 2003 Figura 1.3 Principais fontes cartogrficas utilizadas Figura 2.1 Domnios tectnicos e principais estruturas da Provncia Borborema Compilado de Delgado et al. (2003) Figura 2.2 Mapa aeromagntico do Estado do Rio Grande do Norte ressaltando os domnios tectonoestruturais Dados levantados pelos projetos aerogeofsicos: Serid (DNPM/CNEN/CPRM), Bacia Potiguar (PETROBRAS) e Esperana (NUCLEBRAS) Figura 2.3 Arcabouo tectonoestrutural do Estado do Rio Grande do Norte Modificado de Delgado et al. (2003) Figura 3.1 Mapa de distribuio dos granitides brasilianos no Estado do Rio Grande do Norte Figura 3.2 Mapa de distribuio dos principais pegmatitos mineralizados no Estado do Rio Grande do Norte Figura 3.3 Arcabouo estrutural do rifte Potiguar Amaral (1990), adaptado de Creminini et al. (1996) Figura 3.4 Seo geolgica esquemtica na Bacia Potiguar (parte marinha), mostrando o arca-bouo estrutural e estratigrfico das seqncias sinrifte e ps-rifte. Mohriak (2003), modificado de Bertani et al. (1990) Figura 3.5 Seo geolgica esquemtica na Bacia Potiguar (parte terrestre), mostrando o arca-bouo estrutural e estratigrfico das seqncias sinrifte e ps-rifte. Mohriak (2003), modificado de Bertani et al. (1990) Figura 3.6 Carta estratigrfica da Bacia Potiguar Sousa (2002), compilado de Araripe e Feij (1994); Pessoa Neto (1999) Figura 3.7 Seo colunar na regio de Tibau (CE), caracterizando as fcies na seo tipo da Formao Tibau; seo colunar na localidade de Barreiras (CE), mostrando o empilhamento de fcies para a Formao Potengi Compilado de Sousa (2002) Figura 3.8a Perfis faciolgicos da Formao Serra do Martins nas serras Portalegre, Martins e Santana. Compilado de Menezes (1999) Figura 3.8b Legenda dos perfis faciolgicos da Formao Serra do Martins nas serras Portale-gre, Martins e Santana. Compilado de Menezes (1999) Figura 3.9 Mapa faciolgico para o Grupo Barreiras entre Recife (PE) e Natal (RN) Sousa (2002), compilado de Alheiros e Lima Filho (1991) Figura 3.10 Sees colunares esquemticas do Grupo Barreiras, ilustrando o empilhamento das fcies que caracterizam esta unidade Sousa (2002), compilado de Alheiros e Lima Filho (1991)

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    Figura 4.1 Modelo geodinmico para gerao da protocrosta continental (Complexo Caic) no Embasamento Rio Piranhas Compilado de Jardim de S (1994) Figura 4.2 Modelo do regime sincolisional D1/D2 da Orognese Brasiliana no Domnio Rio Pi-ranhas-Serid (RN). Compilado de Hackspacher et al. (1997) Figura 4.3 Contraste de estilo em transpresso e transtrao na Faixa Serid (FSE)/Domnio So Jos do Campestre (DSJ). Compilado de Jardim de S (1994) Figura 4.4 Perfil esquemtico Riachuelo-Ielmo Marinho, representando a estrutura em flor posi-tiva na zona de cisalhamento transpressiva Picu-Joo Cmara e o carter extensional (trans-trativo) dos metassedimentos da Formao Serid na regio de Taipu. Compilado de Dantas (1997) Figura 4.5 Reconstruo pr-deriva aptiana dos continentes Africano e Sul-americano, segundo Matos (1999) Figura 4.6 Modelo de evoluo estrutural mesozica, segundo Szatmari et al. (1985 e 1987) Figura 4.7 Evoluo estrutural mesozica segundo modelo de Matos (1999) Figura 4.8 Mapa da Provncia Borborema (poro centro-norte), destacando os principais line-amentos estruturais. Nbrega (2002), modificado de Matos (1992) Figura 4.9 Bacias sedimentares interiores relacionadas falha Portalegre e subsidirias: Rio do Peixe (PB), Icozinho (CE), Cel. Joo Pessoa, Rafael Fernandes e Gangorra (RN). Compilado de Nbrega et al. (2005)

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    RELAO DOS QUADROS Quadro 3.1 Relaes tectonoestratigrficas das unidades litoestratigrficas do Paleoarqueano ao Ordoviciano no Estado do Rio Grande do Norte Quadro 3.2 Dataes U-Pb em granitides da Sute Itaporanga no Estado do Rio Grande do Norte Quadro 3.3 Relaes tectonoestratigrficas das unidades litoestratigrficas meso-cenozicas no Estado do Rio Grande do Norte Quadro 5.1 Produo de gua Mineral - 2000/2005 Quadro 5.2 Reserva de Turmalina contida em pegmatito - 2004 Quadro 5.3 Produo de Turmalina - 2000/2005 Quadro 5.4 Produo de Ouro - 2000/2005 Quadro 5.5 Reserva de Minrio de Ferro - 2004 Quadro 5.6 Produo de Minrio de Ferro - 2000/2005 Quadro 5.7 Reserva de Minrio de Tungstnio - 2004 Quadro 5.8 Produo de Concentrado de Scheelita - 2000/2004 Quadro 5.9 Produo de Areia Aluvionar - 2000/2005 Quadro 5.10 Produo de Argila Comum - 2000/2005 Quadro 5.11 Reserva de Argila Plstica - 2004 Quadro 5.12 Reserva de Pedra Britada - 2004 Quadro 5.13 Produo de Pedra Britada - 2000/2005 Quadro 5.14 Produo de Rocha Ornamental - 2000/2005 Quadro 5.15 Reserva de Rocha Ornamental - 2004 Quadro 5.16 Reserva de Caulim - 2004 Quadro 5.17 Produo de Caulim - 2000/2005 Quadro 5.18 Reserva de Diatomita - 2004 Quadro 5.19 Produo de Diatomita Beneficiada - 2000/2005 Quadro 5.20 Reserva de Feldspato - 2004 Quadro 5.21 Produo de Feldspato - 2000/2005 Quadro 5.22 Reserva de Calcrio Sedimentar Calctico - 2004 Quadro 5.23 Produo de Calcrio Sedimentar Calctico - 2000/2005 Quadro 5.24 Produo de Calcrio Sedimentar Dolomtico - 2000/2005

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    Quadro 5.25 Reserva de Mrmore Calctico - 2004 Quadro 5.26 Reserva de Mrmore Calctico - Currais Novos - 2004 Quadro 5.27 Produo de Sal Marinho - 2000/2005 Quadro 5.28 Reserva Provada de Petrleo - 2000/2004 Quadro 5.29 Reserva Provada de Gs Natural - 2000/2004 Quadro 5.30 Produo de Petrleo - 2000/2005 Quadro 5.31 Produo de Gs Natural - 2000/2005

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    RELAO DAS FOTOGRAFIAS Foto 5.1 Instalaes de gua mineral da Hidrominas Santa Maria (Parnamirim) Foto 5.2 Garimpo de gua marinha do Talhado (Tenente Ananias) Foto 5.3 Shaft de acesso mina de turmalina de Quintos de Baixo (Parelhas) Foto 5.4 Cava de explotao abandonada de ouro primrio da mina So Francisco (Currais Novos) Foto 5.5 Vista do shaft de pesquisa de ouro da mina Bonfim (Lajes) Foto 5.6 Cava de extrao do minrio de ferro da mina Jucurutu/Pico do Bonito (Jucurutu) Foto 5.7 Ptio de estocagem do minrio de ferro extrado da mina Jucurutu/Pico do Bonito (Ju-curutu) Foto 5.8 Galeria de acesso a explotao do minrio de tungstnio. Nvel superior (escarnito A), setor L3 da mina Breju (Currais Novos) Foto 5.9 Rejeito de frao areia remanescente da explotao de scheelita na mina Breju (Cur-rais Novos) Foto 5.10 Lavra de areia aluvionar em leito seco do rio Apodi (Mossor) Foto 5.11 Lavra de areia em lmina dgua, atravs de draga flutuante no rio Potengi (Igreja Nova, So Paulo do Potengi) Foto 5.12 Instalaes fsicas da empresa de cermica de revestimento (porcelanato) da Itagrs (Mossor) Foto 5.13 Frente de lavra de granito para a produo de brita. Mina Serrinha (So Gonalo do Amarante) Foto 5.14 Ptio de unidade de britagem e de classificao granulomtrica da brita. Mina Serri-nha (So Gonalo do Amarante) Foto 5.15 Frente de lavra do metaconglomerado da Formao Equador (Boqueiro, Parelhas) Foto 5.16 Frente de lavra do granito pegmatide de Boqueiro (Parelhas) Foto 5.17 Garimpo de feldspato na regio de Santana do Serid Foto 5.18 Ptio de estocagem e instalaes de beneficiamento de feldspato da empresa AR-MIL (Parelhas) Foto 5.19 Frente de lavra de calcrio da mina da Itapetinga Agro-Industrial (Mossor) Foto 5.20 Frente de lavra de calcrio da mina da Kical (Gov. Dix-Sept Rosado) Foto 5.21 Ptio de estocagem de sal marinho. Salina da Salinor (Macau) Foto 5.22 Embarque de sal marinho no porto Ilha da Areia Branca Foto 5.23 Vista panormica do Plo Industrial de Guamar

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    INTRODUO

    O Projeto Geologia e Recursos Mine-rais do Estado do Rio Grande do Norte - Es-cala 1:500.000, faz parte do Programa Geo-logia do Brasil - PGB, rea Integraes Geo-lgicas Regionais, executado pela CPRM - Servio Geolgico do Brasil. O projeto foi desenvolvido atravs de um convnio de co-operao e apoio tcnico-cientfico celebrado entre a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM e o Governo do Estado do Rio Grande do Norte atravs da Fundao de Apoio Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte - FAPERN, com a intervenincia da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico - SEDEC-RN.

    O Estado do Rio Grande do Norte lo-caliza-se na Regio Nordeste do Brasil, na sua poro oriental, com uma superfcie de aproximadamente 53.166 Km2. A figura 1.1 mostra a localizao geogrfica do Rio Gran-de do Norte no mbito da Regio Nordeste e em relao ao Brasil. O ltimo mapa geolgico do estado, na escala 1:500.000, foi elaborado em 1998 pela UFRN/DNPM/PETROBRAS/Governo do Estado do Rio Grande do Norte, que teve como produto final um mapa geolgico, con-templando o estado da arte da geologia do territrio norte-riograndense naquele momen-to. O Estado do Rio Grande do Norte situa-se entre os principais plos mineiros do nordeste brasileiro, sendo portador de diver-sos recursos minerais de valor econmico atuais e potenciais, tais como petrleo, mine-rais de pegmatito, minrio de ferro, minrio de tungstnio, calcrio/mrmore, dolomito, ouro, rochas ornamentais, britas, areias, argilas, etc. Por outro lado bastante significativa a

    produo de novas informaes geolgicas, registradas em trabalhos tcnicos de diversas entidades e dissertaes e teses de vrias universidades.

    Em face desta diversidade e potencia-lidade dos recursos minerais, aliada a vasta produo de novos trabalhos tcnico-cientficos, no contemplados na ltima edi-o do mapa geolgico do estado (1998), e aos avanos tecnolgicos no armazenamento e na disponibilizao ao pblico destas infor-maes em bancos de dados (GEOBANK/ CPRM, ambiente SIG), tornou-se imperativo uma edio atualizada dos mapas geolgico e de recursos minerais do Rio Grande do Norte. O SIG (Sistema de Informaes Geo-grficas) do Projeto Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte - Escala 1:500.000 tem como objetivo dotar o estado de uma base de dados e informaes geolgicas e de recursos minerais do seu territrio, visando subsidiar o planejamento de aes governamentais e da iniciativa privada no setor mineral, e tambm em outras reas, como as ligadas construo civil, indstria, gesto territorial, preservao do meio ambi-ente, agricultura, irrigao, transporte e ener-gia. A coluna estratigrfica adotada neste trabalho (figura 1.2) foi adaptada da Carta Estratigrfica Internacional (International Stra-tigraphic Chart; Gradstein et al., 2004), apro-vada pela International Comission on Strati-graphy (ICS) e ratificada pela International Union of Geological Sciences (IUGS). As siglas utilizadas das idades so aquelas da International Stratigraphic Chart, compilada por Remane et al. (2000), publicada pela

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    Unesco e IUGS no ano de 2000. H exceo no tocante ao Eon Arqueano, onde as siglas originais do Paleo ao Neoarqueano (EA, PA, MA e NA) foram substitudas pelas siglas correspondentes A1, A2, A3 e A4, utilizadas pela CPRM (Bizzi et al., 2001; Schobbenhaus

    et al., 2004). Tambm nas pocas Pleistoce-no e Holoceno, as siglas Q1 e Q2, foram substitudas, respectivamente, por N3 e N4 do Negeno. Os nomes traduzidos do Fane-rozico foram compilados de Bizzi et al. (2003).

    Figura 1.1 - Mapa de localizao geogrfica do Projeto Geologia e Recursos Minerais do Esta-do do Rio Grande do Norte.

    CEAR

    PARABA

    RIO GRANDE DO NORTE

    PERNAMBUCO

    ALAGOAS

    SERGIPEBAHIA

    Caruaru

    CampinaGrande

    Juazeiro

    Petrolina

    Juazeirinho

    Arcoverde

    NATAL

    JOOPESSOA

    RECIFE

    MACEI

    ARACAJU

    Mossor

    Currais NovosSanta Cruz

    Caic

    Rio Itapicuru

    RIO SO

    FRANCISCO

    Rio Ja

    guari

    be

    424

    6

    8

    10

    12

    344

    6

    8

    10

    12

    363840

    O C

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    Capitais

    Cidades

    Limite interestadual

    LEGENDAMAPA DO BRASIL

  • Geologia e R

    ecursos Minerais do Estado do R

    io Grande do N

    orte

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    1.1 - Metodologia Os procedimentos metodolgicos seguiram a sistemtica do PGB para os traba-lhos de integraes geolgicas regionais, tais como: aquisio do acervo bibliogrfico em entidades diversas, compilao, consistncia e integrao destas informaes (dados geo-lgicos, geofsicos, geoqumicos, geocronol-gicos, cadastramento de recursos minerais, fotografias areas, imagens de satlites, etc., muitos deles compondo a base de dados do GEOBANK/CPRM); elaborao da base car-togrfica e do mapa geolgico preliminar; campanha de campo em reas problemticas e/ou carentes de informaes geolgicas; elaborao dos produtos finais (mapas, texto explicativo e SIG). As principais fontes cartogrficas utilizadas na integrao geolgica esto indi-cadas na figura 1.3. So essencialmente tra-balhos de cunho regional nas escalas 1:100.000, 1:250.000, 1:500.000 e 1:1.000.000, exceo dos dados da PE-TROBRAS e da ANP. Alguns trabalhos de mapeamento geolgico na escala 1:25.000 (relatrios de graduao da UFRN), embora no constem nesta figura, foram citados no texto. A base cartogrfica digital utilizada nos mapas geolgico e de recursos minerais impressos e no SIG foi elaborada pela Em-presa Terra e Mar Solues em Geologia e Geofsica Ltda., sob a superviso da C-PRM/SUREG-RE, a partir de base digitaliza-da pela Secretaria de Recursos Hdricos (SERHID) do Estado do Rio Grande do Norte, obtida atravs de folhas da SUDENE (1970/71/72/85), escala 1:100.000, contidas nos limites do territrio norte-riograndense. A base foi ajustada s imagens do Mosaico GeoCover, imagens Landsat 7 ETM+ resul-tante da fuso das bandas 7, 4, 2 e 8, com resoluo espacial de 14, 25 metros, ano 2000, ortorretificado e georreferenciado se-gundo o datum WGS-84.

    A atualizao dos topnimos referen-tes s localidades e s serras foi obtida do IBGE (2001) e a atualizao da rede rodovi-ria do DNIT (2002). Todos os temas da base cartogrfica foram tambm revisados/atua-lizados pela equipe de geoprocessamento da SUREG-RE. O mapa geolgico preliminar foi obti-do a partir da compilao e integrao dos mapas da figura 1.3., alm de outros mapas

    de reas restritas em escalas maiores, com a adio de reas fotointerpretadas a partir de aerofotos na escala 1:70.000 e de imagens de satlite Landsat 7 ETM+. Toda a rea do projeto foi cartografada sobre as bases plani-altimtricas da SUDENE, escala 1:100.000, com informaes, em mdia, compatveis com a escala 1:250.000.

    As folhas 1:100.000 (mapas de servi-o) foram escaneadas, georreferenciadas, digitalizadas e, aps a juno das mesmas para a confeco do mapa na escala 1:500.000, os contatos geolgicos e os traos estruturais foram ajustados s imagens Geo-Cover e base cartogrfica digitalizada. As campanhas de campo foram reali-zadas atravs de perfis geolgicos expeditos em reas com cartografias conflitantes e/ou com carncia de informaes. Foi dada prefe-rncia ao setor oeste do embasamento paleo-proterozico (Complexo Caic) e s rochas supracrustais neoproterozicas remanescen-tes do Grupo Serid que repousam discor-dantemente sobre este embasamento. 1.2 - Produtos Gerados

    Os produtos finais do projeto constam de um Mapa Geolgico e de um Mapa de Recursos Minerais na escala 1:500.000, de um texto explicativo e do SIG. Os mapas e o texto explicativo esto disponveis em exem-plares impressos e em arquivos digitais em CD-ROM para impresso e consulta em for-mato PDF. O SIG, gerado atravs do software ArcGis a partir do banco de dados de geolo-gia e recursos minerais do projeto, cujos re-sultados podem ser visualizados atravs do software ArcExibe, distribudo no CD, inclui diversos temas disponibilizados em arquivos tipo shape file, como sejam: base cartogrfica digital, unidades litoestratigrficas, estruturas, recursos minerais, batimetria e estruturas ocenicas, dataes geocronolgicas, geo-qumica de sedimentos de corrente, de solos e de rochas, e poos tubulares do Rio Gran-de do Norte.

    O mosaico GeoCover, o modelo digi-tal de terreno (SRTM), o mapa aeromagntico e o mapa gravimtrico do Rio Grande do Nor-te, todos em formato raster (SID), tambm fazem parte deste acervo tcnico. Os diver-sos temas que compem o SIG esto associ-ados a um banco de dados com informaes relevantes ao projeto.

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    DIVISO TECTONOESTRUTURAL

    O Estado do Rio Grande do Norte compreende, em sua maior parte, rochas precambrianas da Provncia Borborema as quais so recobertas por sedimentos fanero-zicos da Provncia Costeira e Margem Con-tinental, conforme definido por Almeida et al. (1977).

    A Provncia Borborema (figura 2.1) constituda por seqncias metassedimenta-res e metavulcnicas de idades meso e neo-proterozicas, com blocos de embasamento de idade paleoproterozica, com alguns re-manescentes do Arqueano, configurando um cinturo orognico meso-neoproterozico, envolvendo microplacas e terrenos/domnios mais antigos. Sua evoluo culminou com uma colagem tectnica brasiliana/panafricana de ca. 600 Ma (Brito Neves et al., 2000), a qual foi acompanhada de um importante plu-tonismo grantico.

    Diversos modelos de compartimenta-o tectnica foram elaborados para a Pro-vncia Borborema, com base na subdiviso em faixas dobradas/supracrustais e macios medianos, ou em domnios estruturais, entre os quais, os de Brito Neves (1975 e 1983) e os de Santos e Brito Neves (1984). Estas propostas tm como uma das principais ca-ractersticas considerar as faixas de supra-crustais como de evoluo monocclica, do-minantemente de idade neoproterozica, relacionadas ao ciclo brasiliano/panafricano, enquanto os macios medianos ou embasa-mento teriam uma evoluo policclica. Ar-chanjo e Salim (1986), Caby (1989) e Caby et al. (1991), entre outros, admitem que a se-quncia basal de algumas destas faixas, se-jam de idade paleo ou mesoproterozicas, entretanto deformadas apenas no Brasiliano.

    Em contrapartida, inicialmente, Jardim da S (1984) e Jardim de S et al. (1988), entre outros, advogam a presena de algumas fai-xas supracrustais policclicas, filiadas oro-gnese Transamaznica e retrabalhadas pelo evento brasiliano.

    Jardim de S e Macedo (1990), Jar-dim de S et al. (1992) e Jardim de S (1994) tambm subdividiram a Provncia Borborema em domnios estruturais/faixas de dobramen-to, em grande parte, delimitados por expres-sivos lineamentos/zonas de cisalhamento brasilianas, destacando-se os lineamentos Patos e Pernambuco, de direo E-W. A pre-sena de anomalias gravimtricas, rochas vulcnicas de arco, rochas ultrabsicas, eclo-gitos, entre outros aspectos, levaram esses autores a sugerirem a presena de suturas delimitando terrenos alctones em algumas regies da provncia, em consonncia com Santos et al. (1994) e Brito Neves et al. (1995).

    A utilizao do modelo de terrenos tectonoestratigrficos para a Provncia Borbo-rema foi proposta inicialmente por Davison (1987) na Faixa Sergipana, que depois revi-sou esta concepo, abandonando o uso do termo (Davison e Santos, 1989). Essa pro-posta foi retomada por Jardim de S et al (1992), Jardim de S (1994) e Santos (1995). Propostas melhores elaboradas puderam ser concebidas a partir de novos dados U-Pb e dados inditos de Sm-Nd obtidos inicialmente por Van Schmus et al. (1995). Com base nes-tes resultados Van Schmus et al. (1997) divi-diram a provncia em trs domnios tectnicos fundamentais: o Domnio Norte, situado a norte da zona de cisalhamento Patos, carac-terizado por uma forte contribuio de crosta

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    arqueana e paleoproterozica; o Domnio Central compreendido pelas zonas de cisa-lhamento Patos a norte e a zona de cisalha-mento Pernambuco a sul, correspondente ao Domnio da Zona Transversal (Ebert, 1962; Jardim de S, 1994), e o Domnio Sul, entre a zona de cisalhamento Pernambuco e o Cr-ton do So Francisco. Nestes dois ltimos, predominariam terrenos meso e neoprotero-zicos. Estes trs domnios foram renomea-dos respectivamente como Subprovncia Se-tentrional, Subprovncia da Zona Transversal e Subprovncia Meridional por Delgado et al. (2003), e ora adotados (figura 2.1).

    Sucessivos trabalhos continuaram advogando o modelo de terrenos tectonoes-tratigrficos quer para toda a provncia (San-tos, 1996), quer, especialmente, para a Sub-provncia da Zona Transversal (Santos et al., 1997 e Santos e Medeiros, 1999), entre ou-tros. Em uma anlise abrangendo toda a Pro-vncia Borborema (Santos 1999, 2000) e Brito Neves et al. (2000) propuseram a existncia de superterrenos/domnios, separados por descontinuidades crustais brasilianas, que podem ou no representar suturas, com o lineamento Patos representando um limite de primeira ordem. Eles individualizaram terre-nos de afinidade ocenica, consolidaram o reconhecimento de um evento colisional me-so-neoproterozico na Subprovncia da Zona Transversal (evento Cariris Velhos) e elenca-ram os sucessivos episdios de acreso juvenil, sedimentao e vulcanismo em terre-nos e pocas distintas, entre outras contribui-es. Assim, de acordo com esses autores, pode-se reconhecer, na provncia, uma evo-luo em um padro de ciclo acrescionrio envolvendo acreso, coliso e disperso de terrenos.

    O substrato precambriano do Estado do Rio Grande do Norte, situado integralmen-te a norte do lineamento Patos (Subprovncia Setentrional), estaria, em sua maior parte, inserido no Domnio (superterreno) Rio Gran-de do Norte daqueles autores, o qual seria constitudo pelos terrenos So Jos do Cam-pestre, Serid, Rio Piranhas e Granjeiro, e em menor proporo pelo Terreno Ors-Jaguaribe, do Domnio Cearense, sendo os trs primeiros correspondentes Faixa Serid de Jardim de S et al. (1992) e Jardim de S (1994).

    A interpretao dos dados geofsicos, efetuada por Oliveira et al. (2001), determina-ram assinaturas aeromagnticas distintas em diversos segmentos/terrenos da Provncia Borborema, sobretudo, separando de modo inequvoco os domnios/superterrenos situa-

    dos a norte e a sul do Lineamento Patos, salientando a importncia desta estrutura, reforando a compartimentao proposta pelos autores anteriormente citados.

    Outros mtodos de abordagem foram tambm utilizados para a avaliao do mode-lo de terreno tectonoestratigrfico, como, por exemplo, a partir da interpretao de dados isotpicos Nd-Sr efetuado por Torres et al. (2003) em enclaves diorticos associados a granitos calcialcalinos de alto potssio, brasi-lianos, situados em um segmento da Subpro-vncia da Zona Transversal (Terreno Alto Paje, de Santos, 1995).

    Segundo Torres et al. (2003), no a-penas os dados isotpicos, mas tambm os elementos traos e menores, sugerem uma assinatura mantlica distinta daquela apre-sentada por outros plutons quimicamente similares, dois deles tambm situados em terrenos da Subprovncia da Zona Transver-sal e os demais em diferentes tratos da Pro-vncia Borborema, conforme discutido por Mariano et al. (2001). Este fato indicativo da presena de segmentos crustais com diferen-tes mantos litosfricos, sugerindo a presena de diferentes terrenos tectonoestratigrficos, pelo menos nesta subprovncia.

    Medeiros (2004), em estudo efetuado na poro ocidental da Subprovncia da Zona Transversal, com apoio de sensoriamento remoto, incluindo imagens aerorradiomtricas e aeromagnticas, identificou diferentes pro-fundidades de enraizamento para as zonas de cisalhamento regionais, propondo um limi-te distinto daquele sugerido por Santos (1995) para os terrenos Alto Paje e Pianc-Alto Brgida. Aquele autor reconheceu nesta sub-provncia a presena de unidades pertinentes ao evento Cariris Velhos (ca 1,1-0,9 Ga), se bem que, no identifica a assinatura estrutural a ele correlata, atribuindo este fato sua obli-terao pelas deformaes subseqentes. Esta assinatura estrutural seria consubstanci-ada por uma foliao de baixo ngulo, pre-sente na Subprovncia da Zona Transversal e na Subprovncia Meridional, retrabalhada pela deformao transcorrente brasiliana (Brito Neves et al., 1995; Santos, 1995; Santos e Medeiros, 1999, entre outros). A associao desta foliao de baixo ngulo ao evento Cariris Velhos contestada com base em dataes geocronolgicas efetuadas em gra-nitos e ortognaisses da Subprovncia da Zona Transversal, que contm essa foliao de baixo ngulo e que forneceram uma idade brasiliana (Leite et al., 2000; Neves e Maria-no, 2001, Medeiros, 2004).

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    Adicionalmente, outros dados estrutu-rais e petrolgicos, aliados a ausncia de um evento orognico meso-neoproterozico em cintures Brasilianos/Panafricanos correlatos, levou Neves e Mariano (2001) a considera-rem o evento Cariris Velhos como um epis-dio de rifteamento, com a inverso da bacia ocorrendo apenas durante o Brasiliano.

    A presena de terrenos tectonoestra-tigrficos na Provncia Borborema tambm objeto de contestao por diferentes pesqui-sadores (Mariano et al., 2001; Neves e Mari-ano, 2001, entre outros) usando diferentes linhas de argumentao, consolidadas e su-marizadas em Neves e Mariano (2003). Entre estes argumentos pode-se enumerar a ocor-rncia de eclogitos e rochas vulcnicas de arcos de ilhas limitados ou ausentes, as simi-laridades petrolgicas e geoqumicas entre granitides calcialcalinos de alto potssio brasilianos situados em diferentes subprovn-cias e os dioritos brasilianos, tambm de dife-rentes subprovncias, com assinatura geo-qumica e isotpica (Nd) similar, sugestivo de uma origem a partir de um manto litosfrico continental metassomatizado, indicando a presena de uma relativamente homognea e contnua litosfera continental em boa parte da Provncia Borborema, consolidada na orog-nese Transamaznica. Tambm alegada a ausncia de elementos que corroborem os lineamentos Patos e Pernambuco como limi-tes de primeira ordem, posto que, apenas retrabalham uma foliao de baixo ngulo.

    No atual trabalho utilizou-se para a compartimentao tectnica do Estado do Rio Grande do Norte, inserido na Subprovncia Setentrional, o conceito de domnio para a subdiviso tectonoestrutural de primeira or-dem, com as seguintes entidades: Domnio Jaguaribeano (DJ), Domnio Rio Piranhas-Serid (DPS) e Domnio So Jos do Cam-pestre (DSJ) (figuras 2.2 e 2.3).

    O Domnio Jaguaribeano (DJ) corres-ponde s faixas Ors e Jaguaribe de Jardim de S (1994), correspondentes aos cintures homnimos de S (1991), ou ainda ao Terre-no Jaguaribe-W Potiguar de Brito Neves et al (2000).

    A Faixa Ors, que no aflora no Esta-do do Rio Grande do Norte, compreende uma entidade tectnica tipo rifte, sendo constituda por uma associao metavulcanossedimen-tar/metaplutnica de idade ca. 1,79 Ga (U-Pb em zirco, S, 1991; Cavalcante, 1999), mo-nocclica, o Grupo Ors (Braga e Mendona, 1984; S, 1991) e seu embasamento.

    Na Faixa Jaguaribe domina um em-basamento gnissico-migmattico, policclico,

    de idade paleoproterozica (Complexo Jagua-retama - Gomes e Vasconcelos, 2000; Ferrei-ra e Santos, 2000). Nele acham-se includas faixas de rochas metavulcanossedimentares, definidas originalmente por Mendona e Bra-ga (1987), de carter monocclico, e de ambi-ente dominantemente continental ou de mar-gem passiva (Campelo, 1999), que constitu-em o Grupo Jaguaribe (Cavalcante, 1999). Dados geocronolgicos destas metavulcni-cas (U-Pb em zirco, Figueiredo Filho, 1994) forneceram uma idade de 1,75 Ga, sendo elas, portanto, correlacionveis ao Grupo Ors.

    Na borda leste da Faixa Jaguaribe ocorre rochas supracrustais melhor individua-lizadas, tambm de carter monocclico, que compreendem quartzitos, nveis de metacon-glomerados, micaxistos, paragnaisses e me-tavulcnicas cidas, constituindo o denomi-nado Grupo Serra de So Jos. Dataes Pb-Pb efetuadas por Cavalcante (1999) tambm forneceram uma idade de ca. 1,77 Ga para vulcnicas deste grupo. S (1991), obteve uma idade de ca. 1,67 Ga (U-Pb em zirco) para augen-gnaisses anorognicos dominan-temente grantico de tendncia alcalina, que ocorrem em toda Faixa Jaguaribe, precoce ou cronocorrelato deposio das supracrustais desta faixa, o qual, foi detalhado e denomina-do por Cavalcante (1999) de Sute Magmtica Serra do Deserto.

    O Domnio Rio Piranhas-Serid (DPS) corresponde poro da Faixa Serid de Jardim de S (1994) situada oeste da zona de cisalhamento Picu-Joo Cmara, ao Ter-reno Serid de Campelo (1999) e aos terre-nos Rio Piranhas e Faixa Serid de Brito Ne-ves et al. (2000). Est limitado tectonicamente a oeste pelo Domnio Jaguaribeano atravs da zona de cisalhamento Portalegre, conside-rada como uma sutura transcorren-te/transformante brasiliana, e a leste pelo Domnio So Jos do Campestre por meio da zona de cisalhamento Picu-Joo Cmara. Compreende um embasamento, ora referido como Embasamento Rio Piranhas (ERP) e uma cobertura de rochas supracrustais cor-respondente Faixa Serid (FSE).

    O Embasamento Rio Piranhas est exposto predominantemente a oeste da Faixa Serid em contados tectnicos ou discordan-tes. constitudo por uma seqncia meta-vulcanossedimentar intrudida por um cortejo de metaplutnicas gnissicas/migmatticas, de idade paleoproterozica (Complexo Cai-c). Segundo Jardim de S (1994) a maioria destes ortognaisses representam magmas juvenis extrados de um manto metassomati-

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    zado acima de zonas de subduco, de modo que, a evoluo do Complexo Caic deu-se atravs de sucessivas amalgamaes de seqncias tipo arco, entre 2,3 e 2,1 Ga (U-Pb, Pb-Pb e Rb-Sr; Hackspacher et al., 1990, Dantas, 1992 e Jardim de S, 1994) culmi-nando com uma coliso entre 1,9 e 2,0 Ga e intruso da sute sin a tardicolisional Poo da Cruz de ca. 1,99 Ga (Jardim de S, 1994).

    A Faixa Serid (FSE) ocorre princi-palmente na parte leste do Domnio Rio Pira-nhas-Serid, segundo uma faixa de direo NE-SW. Compreende metassedimentos pla-taformais a turbidticos, com meta-vulcnicas subordinadas, pertencentes ao Grupo Serid. Com base em dataes U-Pb de zirces detrticos e idade modelo Sm-Nd, Van Schmus et al. (1995, 1996 e 2003) determinaram uma idade neoproterozica para este grupo. Segundo Van Schmus et al. (2003) o Grupo Serid pode ter sido formado em um curto ciclo tectnico (entre 700 e 600 Ma) contemplando um ambiente extensional tipo back-arc adjacente a uma margem continental, ou envolvendo um rifteamento intracontinental mais distante de uma margem continental seguido pelo fechamento de uma pequena bacia ocenica durante o Brasiliano/Panafricano.

    O Domnio So Jos do Campestre (DSJ) corresponde poro da Faixa Serid de Jardim de S (1994) situada leste da zona de cisalhamento Picu -Joo Cmara, ao terreno homnimo de Santos (1996), Campe-lo (1999) e Brito Neves et al. (2000) e ao Ma-cio So Jos do Campestre (Dantas et al., 2004). Est limitado a oeste com o Domnio Rio Piranhas-Serid pela zona de cisalha-mento Picu-Joo Cmara e a leste e a norte recoberto por sedimentos fanerozicos. Inclui a mais antiga crosta da plataforma sul-americana, o Metatonalito Bom Jesus, com uma idade de, pelo menos, ca. 3,4 Ga. Com-preende, ainda segundo Dantas (1997) um ncleo arqueano denominado Ncleo Bom

    Jesus-Presidente Juscelino (Bizzi et al., 2001) circundado por terrenos paleoproterozicos.

    O ncleo arqueano apresenta raros exemplos de rochas supracrustais e rochas mficas/ultramficas, sendo constitudo, do-minantemente, por ortognaisses tipo TTG, que se tratam dos tipos mais antigos, e uma sute mais grantica, culminando com sieno-granitos com tendncia alcalina, oriundos de trs diferentes perodos de magmatismo, 3,4, 3,2 e 2,7 Ga (U-Pb em zirco). Idades modelo Sm-Nd mostram dois diferentes perodos de gerao de crosta juvenil durante a evoluo arqueana deste segmento crustal, em ca. 3,2 e 3,4-3,7 Ga e um episdio mais novo de refuso de crosta mais antiga em ca. 2,7 Ga.

    Segundo Dantas (1997) os terrenos paleoproterozicos so representados pelo terreno/complexo Joo Cmara, Santa Cruz e Serrinha-Pedro Velho. Os dois primeiros compreendem migmatitos/ortognaisses de tendncia calcialcalina e/ou trondhjemtica, s vezes de vocao aluminosa, e poderiam corresponder a arcos magmticos compar-veis aos modernos ambientes sin-colisionais com forte componente de reciclagem de cros-ta arqueana. O Complexo Serrinha-Pedro Velho tem uma origem relacionada a crosta continental juvenil que poderia corresponder a arcos de ilhas, com migmatitos e ortognaisses do tipo tonaltico/trondhjemtico e represen-tantes de rochas crustais anatticas.

    Enxame de diques de rochas mficas (anfibolitos) ocorre, preferencialmente, entre os terrenos/blocos crustais de idades diferen-tes.

    O desenvolvimento da orognese pa-leoproterozica no Domnio So Jos do Campestre deu-se entre ca. 2,3-2,0 Ga, com a cratonizao ocorrendo entre ca. 2,0 e 1,9 Ga. Gnaisses e micaxistos do Grupo Se-rid so encontrados no interior deste terreno em contatos milonitizados, devendo tratar-se de fatias alctones.

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    UNIDADES LITOESTRATIGRFICAS

    As unidades litoestratigrficas pre-cambrianas cartografadas no Mapa Geolgico do Estado do Rio Grande do Norte, que com-pem o embasamento cristalino, so descri-tas neste captulo nos itens 3.1 a 3.3, segun-do as suas associaes com os domnios tectonoestruturais da Provncia Borborema identificados no territrio norte-riograndense, conforme mostrado na figura 2.3 e no qua-dro 3.1.

    As demais unidades litoestratigrfi-cas, a seguir discriminadas, so descritas de modo seqencial: 3.4 - O magmatismo sin a ps-orognico bra-siliano, do Ediacarano representado por v-rias sutes intrusivas; 3.5 - O magmatismo ps-orognico cambria-no constitudo pelos diques de pegmatito, no cartografados na escala do projeto, e por alguns diques granticos tentativamente corre-lacionados ao mesmo evento, que ocorrem indistintamente nos diversos domnios tecto-noestruturais; 3.6 - O magmatismo plutnico anorognico representado no Rio Grande do Norte pelo Granito Flores, de idade ordoviciana; 3.7 - O Quartzito So Fernando constitudo por muscovita quartzitos resultantes da ao de solues hidrotermais atuantes em zonas de cisalhamento brasilianas que afetam ro-chas do embasamento; 3.8 - A sedimentao cretcea da Bacia Poti-guar (formaes Au e Jandara) e das pe-quenas bacias correlatas Gangorra, Rafael Fernandes e Cel. Joo Pessoa - Formao Pendncia;

    3.9 - O magmatismo bsico meso-cenozico das unidades Basalto Rio Cear-Mirim, Basal-to Serra do Cu e Basalto Macau; 3.10 - As coberturas continentais cenozicas no Rio Grande do Norte que ocorrem nota-damente numa faixa prxima linha de costa, em parte recobrindo as formaes cretceas da Bacia Potiguar. Na regio interiorana estes sedimentos ocorrem em topos de serras do embasamento cristalino, como um capeamen-to residual. So constitudas pelo Grupo Bar-reiras e pelas formaes Tibau, Serra do Mar-tins e Potengi de idades atribudas ao Pale-geno-Negeno e pelos depsitos continentais do Negeno mais recente. Os dados geocronolgicos pelos m-todos U-Pb, Pb-Pb e Ar-Ar do Rio Grande do Norte, compilados da bibliografia e citados no texto, constam do apndice I. 3.1 - Domnio Jaguaribeano (DJ) O Domnio Jaguaribeano ocorre em uma estreita faixa de direo NE-SW no ex-tremo oeste do Estado do Rio Grande do Norte, limitando-se a leste com o Domnio Rio Piranhas-Serid (DPS) pela zona de cisalha-mento Portalegre (figuras 2.2 e 2.3).

    Trata-se de uma entidade tectnica do embasamento paleoproterozico represen-tada no estado predominantemente por or-tognaisses de idade riaciana do Complexo Jaguaretama (PP2J), incluindo faixas estrei-tas de seqncia metavulcanossedimentar do Grupo Serra de So Jos (PP4sj) e corpos de ortognaisses da Sute Serra do Deserto (PP4(s), do Estateriano.

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    Quadro 3.1 - Relaes tectonoestratigrficas das unidades litoestratigrficas do Paleoarqueano ao Ordoviciano no Estado do Rio Grande do Norte

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    3.1.1 - Complexo Jaguaretama (PP2j)

    A denominao de Complexo Jagua-retama foi usada por Gomes e Vasconcelos (2000) e Ferreira e Santos (2000), para definir uma associao litolgica metaplutnica com intercalaes de rochas supracrustais que ocorre a leste da Faixa Ors. O complexo constitudo por ortognaisses bandados e migmatitos de composio tonaltica a grano-diortica e grantica, com intercalaes de bandas de gnaisses anfibolticos, anfiblio xistos, augen gnaisses e raras rochas calcissilicticas.

    Idade U-Pb (SHRIMP em zirco) de 2.187 9 Ma foi obtida por Silva et al. (1997) em um hornblenda-biotita ortognaisse tonalti-co da regio de Vrzea Nova (CE). Fetter (1999) determinou idade similar de 2.191 9 Ma (U-Pb em zirco) em metatonalitos deste complexo a noroeste de Jaguaribe (CE). 3.1.2 - Grupo Serra de So Jos (PP4sj) As primeiras referncias a esta uni-dade constam dos trabalhos de Jardim de S et al. (1981, 1986) que consideraram o Grupo Serra de So Jos como uma seqncia me-tavulcanossedimentar. Trata-se de uma asso-ciao litolgica de anfiblio e/ou biotita pa-ragnaisses, incluindo nveis de metaconglo-merados polimctos com fragmentos de gnaisses, mrmores, micaxistos, quartzitos, rochas calcissilicticas, metavulcnicas e metatufos.

    Cavalcante (1999) determinou em an-fiblio ortognaisse grantico desta unidade uma idade de 1.778 7 Ma (Pb-Pb em mono-zirco). Idades similares foram obtidas por Magini (2001) com valores de 1.783 6,7 Ma e 1.754 5,4 Ma, pelo mtodo U-Pb em zir-co, em amostras de metarriolito e metadaci-to. 3.1.3 - Sute Serra do Deserto (PP4((((s) Definida por Cavalcante (1999) nas faixas Ors e Jaguaribe, no Estado do Cear, inclui os augen gnaisses estudados por S (1991). A sute formada por rochas de com-posio essencialmente grantico-grano-diortica biotita e anfiblio, com textura au-gen gnissica, matriz de colorao cinza ou esverdeada, contendo porfiroclastos de mi-croclina que alcanam cerca de 4 cm de comprimento. Por vezes os ortognaisses des-ta sute apresentam textura granoblstica mdia a grossa.

    S (1991) obteve uma idade de 1673 23 Ma (U-Pb em zirco) em amostras de augen gnaisses coletadas no Estado do Cea-r. Em litotipos similares na regio de Jagua-ribe (CE), S et al. (1997), encontraram pelo mesmo mtodo idade de 1.774 24 Ma. Es-ses autores sugerem a possibilidade de que esta idade estateriana mais antiga possa ser um registro de uma outra sute.

    A Sute Serra do Deserto conside-rada por S (1991) e Cavalcante (1999) como um magmatismo anorognico (intraplaca) de tendncia alcalina. 3.2 - Domnio Rio Piranhas-Serid (DPS) O Domnio Rio Piranhas-Serid ocu-pa uma extensa rea na poro central do Estado do Rio Grande do Norte, limitado tec-tonicamente a oeste com o Domnio Jaguari-beano (DJ) pela zona de cisalhamento Porta-legre e, a leste, com o Domnio So Jos do Campestre (DSJ) por meio da zona de cisa-lhamento Picu-Joo Cmara (figuras 2.2 e 2.3).

    O embasamento desse domnio constitudo por rochas metaplutnicas e me-tavulcanossedimentares de idade paleoprote-rozica-riacina, incluindo possveis remanes-centes de idade arqueana, que caracteriza o Complexo Caic (PP2cai) e por uma sute de augen gnaisses granticos paleoproterozica-orosiriana, denominada de Sute Poo da Cruz (PP3pc). A cobertura constituda por um segmento de rochas supracrustais do Neoproterozico designada de Faixa de Do-bramentos Serid (Brito Neves, 1975) ou simplesmente Faixa Serid (FSE) (figura 2.3), composta pelo Grupo Serid que engloba as formaes Serra dos Quintos (NP3sq), Jucu-rutu (NP3sju), Equador (NP3se) e Serid (NP3ss) do Ediacarano (quadro 3.1).

    As unidades paleoproterozicas do Embasamento Rio Piranhas (ERP) ocupam preferencialmente o setor ocidental do dom-nio, enquanto que as rochas supracrustais neoproterozicas da Faixa Serid (FSE) pre-dominam na poro leste do domnio, segun-do uma faixa de direo NE-SW (figura 2.3). 3.2.1 - Complexo Caic (PP2caivs/PP2((((cai/PP2cai)

    Definido por Meunieur (1964) e por Ferreira e Albuquerque (1969) como uma seqncia litolgica de alto grau metamrfico, constituda, basicamente, por gnaisses e migmatitos, que incluem indistintamente litoti-pos do Grupo So Vicente de Ebert (1969).

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    Jardim de S (1994), define o Complexo Cai-c como um embasamento gnissico-migmattico, incluindo supracrustais mais antigas, em carter subordinado. Ferreira e Santos (2000) descrevem este complexo como uma associao de ortognaisses ban-dados flsico-mficos, ortognaisses diorticos a granticos e migmatitos, com intercalaes de rochas metamficas e subordinadamente rochas supracrustais constitudas principal-mente por biotita paragnaisses. Esses ltimos autores tambm individualizam o Complexo So Vicente como uma unidade de ortognais-ses e migmatitos de protlitos mficos.

    Neste trabalho o Complexo Caic foi definido segundo concepo de Jardim de S (1984, 1994), entre outros, em duas associa-es litoestratigrficas distintas: 1- unidade inferior de origem vulcanossedimentar; 2- unidade metaplutnica mais jovem corres-pondente aos granitides G1 de Jardim de S et al. (1981). Parte do Complexo Caic foi subdividido cartograficamente em duas uni-dades, a Unidade metavulcanossedimentar (PP2caivs) e a Unidade de ortognaisse (PP2(cai) e, outra parte do complexo conti-nuou indivisa, a Unidade indivisa (PP2cai). As duas primeiras unidades coincidem com as associaes litoestratigrficas desses auto-res, enquanto a terceira corresponde a uma associao litolgica de mapeamento que inclui indistintamente as duas unidades litoes-tratigrficas referidas, alm dos gnaisses bandados (PP2caib), das rochas anfibolticas (PP2caia) e das lentes de mrmores (PP2caim), que constituem litotipos mape-veis de posicionamento estratigrfico duvido-so.

    A Unidade metavulcanossedimentar (PP2caivs) est pobremente representada na cartografia regional, visto que se trata de uma unidade remanescente migmatizada, preser-vada de forma descontnua no mbito dos ortognaisses PP2(cai, muitas vezes confun-dida com os paragnaisses sobrepostos da Formao Jucurutu, quando estes esto en-volvidos por forte migmatizao. Esta unidade est cartografada a norte de Caic, no extre-mo sudoeste do estado e na regio da serra do Feiticeiro.

    Jardim de S (1984) faz referncia regio a leste da cidade de Assu, onde ocorre um exemplo relativamente preservado desta seqncia. Segundo esse autor se distinguem camadas de anfibolitos como metabasaltos, em associao a anfiblio gnaisses com a-camamento preservado, sugestivo de tufos intermedirios a flsicos e espessa unidade de metapelitos representada por granada-

    biotita gnaisses muscovita sillimanita. A norte de So Vicente esse autor reconhece esta seqncia j afetada por forte migmati-zao, transformando-se com a deformao em gnaisses bandados heterogneos de composio mdia granodiortica.

    Ainda na regio de So Vicente, Hackspacher e S (1984) e Hackspacher et al. (1986), se reportam a uma seqncia vul-canossedimentar, a norte da cidade, credita-da ao Grupo So Vicente. A associao lito-lgica composta por rochas de natureza mfica representadas por anfiblio gnaisses e anfiblio gnaisses bandados e por rochas aluminosas intercaladas representadas por biotita gnaisses bandados, granada-biotita gnaisses bandados e granada-biotita xistos com contatos gradativos.

    Em mapeamentos detalhados reali-zados na regio de Caic, Borges (1991) e Magini (1991), individualizaram uma seqn-cia metassedimentar, com a ocorrncia de raros corpos lenticulares de hornblenditos e de metaultramficas associados, ento de-nominada de Complexo So Vicente, distinta dos ortognaisses do Complexo Caic. Barba-lho (1991) em mapeamento na regio La-jes/serra do Feiticeiro, na escala 1:25.000, individualizou uma unidade metavulcanosse-dimentar constituda por gnaisses quartzo-feldspticos com intercalaes de gnaisses xistosos, gnaisses calcissilicticos, camadas e soleiras de anfibolitos e raros metadacitos, de posicionamentro estratigrfico inferior aos ortognaisses do Complexo Caic.

    Por sua vez Dantas (1992), em dis-sertao de mestrado na estrutura dmica de So Vicente-Flornia, se refere a uma se-qncia metavulcanossedimentar similar descrita por Hackspacher e S (1984) e Hackspacher et al. (1986), a qual faria parte do Grupo So Vicente juntamente com uma sute de ortognaisses. Por ltimo Negro et al. (2005), reconheceram na regio do pico Cabugi, notadamente na fazenda Santa Luzi-a, uma seqncia metavulcanossedimentar associada a migmatitos composta por rochas calcissilicticas, anfibolitos e BIFs.

    A Unidade de ortognaisse (PP2(cai) a unidade predominante no subdomnio do Embasamento Rio Piranhas. Trata-se de uma sute magmtica expandida com composio gabrica, tonaltica, granodiortica e grantica, com predominncia dos termos tonaltico-granticos. As rochas granitides apresentam colorao cinza esbranquiada, granulao mdia a grossa, tambm com textura augen microporfirtica, contendo biotita e/ou horn-blenda, por vezes parcialmente migmatiza-

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    das, e tambm migmatitos. A estrutura gnis-sica mostra bandamento metamrfico de es-pessura centimtrica, por vezes pouco desta-cado, podendo conter enclaves estirados de dioritos e anfibolitos. Os corpos de hornblen-da metaleucogranitos (PP2(cail) da regio de Caic foram includos nesta unidade, embora alguns autores como Silva (2000) consideram esses granitos de anatexia gerados durante o evento brasiliano (item 3.3).

    As rochas metaplutnicas do Com-plexo Caic so corpos intrudidos concordan-temente ou truncando o bandamento gnissi-co das supracrustais da unidade inferior. Se-gundo Jardim de S (1984) na regio de Assu as feies de injeo esto preservadas, en-quanto em outros locais de alto strain esse conjunto litolgico adquire uma feio de gnaisse bandado.

    O Complexo Caic indiviso (PP2cai) uma unidade de mapeamento aplicada s reas onde se tem conhecimento da presen-a das unidades PP2caivs e PP2(cai, embora no individualizadas na escala do mapa, co-mo no setor So Vicente-Pedro Avelino ou em reas com significativa freqncia de cor-pos lenticulares paraderivados e/ou anfiboli-tos, a exemplo da regio de So Joo do Sabugi, ou ainda em alguns setores carentes de informaes geolgicas. Foram includos nesta unidade corpos lenticulares cartografa-dos de anfibolitos, provveis metabasitos (PP2caia), e de mrmores (PP2caim). Os corpos de gnaisses bandados (PP2caib), interpretados como rochas metassedimenta-res, foram tambm includos nesta unidade, visto que podem incluir indistintamente rochas metaplutnicas. A principal rea de gnaisses bandados cartografada se encontra no ncleo dmico de Campo Grande (ex-Augusto Seve-ro). Juntamente com os gnaisses bandados ocorrem biotita gnaisses, muscovita-biotita gnaisses xistosos granadferos, lentes de anfibolitos e, na poro central do domo, migmatitos.

    As rochas do Complexo Caic apre-sentam extensivamente uma foliao de bai-xo ngulo. Segundo Dantas (1992), os termos plutnicos constituem uma sute calcialcalina de mdio potssio. Os litotipos plutnicos dominantes foram gerados a partir de mag-mas juvenis (?) extrados de cunhas do manto metassomatizado, acima de zonas de sub-duco (Jardim de S, 1984).

    Foram determinadas trs idades U-Pb em zirco na regio de So Vicente-Flornia, com os seguintes resultados: 2.156,1 5,6Ma em biotita augen gnaisse granodiorti-co, 2.151,7 7,6 Ma em metagabro e 2.146,5

    4,4 Ma em hornblenda-biotita ortognaisse tonaltico, interpretadas como idades de cris-talizao das rochas (Dantas, 1992). Idade de 2.181 24 Ma (Pb-Pb em monozirco, anali-sado por tcnica de evaporao) foi conside-rada como estimativa mnima para o posicio-namento do pluton por Macedo et al. (1991). Legrand et al., 1991a e Legrand et al. (1997), determinaram idades U-Pb em zirco com valores de 2.242 6 Ma e 2.250 91 Ma, interpretadas, respectivamente, como idades de cristalizao dos protlitos dos ortognais-ses.