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ADRIANA MACEDO PATRIOTA FAGANELLO REJEITOS DE BRITAGEM DE ORIGEM BASÁLTICA: CARACTERIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO EM SOLO-CIMENTO NA REGIÃO DE LONDRINA - (PR) Londrina 2006 Universidade Estadual de Londrina

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ADRIANA MACEDO PATRIOTA FAGANELLO

REJEITOS DE BRITAGEM DE ORIGEM BASÁLTICA:

CARACTERIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO EM SOLO-CIMENTO

NA REGIÃO DE LONDRINA - (PR)

Londrina 2006

Universidade Estadual de Londrina

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ADRIANA MACEDO PATRIOTA FAGANELLO

REJEITOS DE BRITAGEM DE ORIGEM BASÁLTICA:

CARACTERIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO EM SOLO-CIMENTO

NA REGIÃO DE LONDRINA - (PR) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Saneamento da Universidade Estadual de Londrina, para obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Gilson Morales

Londrina 2006

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ADRIANA MACEDO PATRIOTA FAGANELLO

REJEITOS DE BRITAGEM DE ORIGEM BASÁLTICA:

CARACTERIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO EM SOLO-CIMENTO

NA REGIÃO DE LONDRINA - (PR) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Saneamento da Universidade Estadual de Londrina, para obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Gilson Morales

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Gilson Morales

Prof. Dr. Vanderley Moacyr John

Prof. Dr. José Paulo Peccinini Pinese

Londrina, __________de _______________de 2006.

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F138r

Faganello, Adriana Macedo Patriota Rejeitos de britagem de origem basáltica: caracterização e utilização em

solo–cimento na região de Londrina (PR) / Adriana Macedo Patriota Faganello. – Londrina, PR, 2006.

134p.; 31cm. Orientador: Prof. Dr. Gilson Morales. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Edificações e Saneamento da Universidade Estadual de Londrina. Bibliografia: f. 1. Rejeitos de britagem. 2. Finos de britagem. 3. Pó de Pedra. 4. Solo-

cimento. CDD: 693.22

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Dedicatória

À Deus, autor e consumador de todas as coisas,

só a Ele honra, louvor e toda a glória.

Ao amor da minha vida, meu querido esposo,

Paulo Sérgio Faganello, que com muita paciência

me apoiou e incentivou o meu trabalho.

À meu querido filhinho Matheus, o maior

presente que Deus poderia ter me dado.

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Agradecimentos

Aos meus pais Afrânio e Miriam, pela vida, educação e principalmente por ter me ensinado o

caminho que devia andar, a eles, minha admiração.

Ao meu orientador Prof. Dr. Gilson Morales, pelo incentivo, confiança e grande contribuição

em meu trabalho.

Ao meu cunhado Prof. Dr. Silvano Cesar da Costa, pela análise estatística, sem sua ajuda não

conseguiria passar por este obstáculo.

Aos Profos. Dr. José Paulo Pinese e Dr. Sônia Gimenez, pela atenção e contribuição no

trabalho.

Aos Profos. Costa Branco, Raquel e Miriam, pela ajuda competente e amigável na pesquisa.

Aos meus irmãos, Enga. Simoni e Engo.Emerson, e cunhada Ana Lydia, pelo auxílio nos

ensaios de laboratório e pelo apoio e carinho em todas as horas.

Ao Laboratorista Sr. Pedro Cândido, muito obrigada por horas e horas de trabalho,

conhecimento repartido e por suas mãos nos ensaios realizados. A sua “filhota” agradece.

Aos Laboratoristas Sr. Lorival e Anselmo, pela grande ajuda nos ensaios realizados no

Laboratório de Materiais de Construção.

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A Politécnica representada pela Enga. Rebeka Ribas César e Engo. Elias Plácido Vieira César

pela prontidão em atender um pedido e pela aferição da prensa.

Aos meus amigos Ivanóe e Roberto pelo companheirismo desde o início de tudo. Valeu!

Aos meus queridos amigos, pelo incentivo, orações e paciência por toda esta caminhada.

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“Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; porque melhor

é o lucro que ela dá do que prata, e melhor a sua renda do que ouro mais fino.” “Mais preciosas é do que pérola, e tudo o que podes desejar não é comparável a ela.”

“Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas paz.” Salmos 3: 13 a 15, 17.

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FAGANELLO, Adriana Macedo Patriota. Rejeitos de britagem de origem basáltica: caracterização e utilização em solo-cimento na região de Londrina – (PR). Londrina, Paraná, 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento) – Universidade Estadual de Londrina.

RESUMO

O presente trabalho apresenta uma pesquisa, em escala de laboratório, sobre a incorporação de agregados obtidos pela britagem de rocha basáltica ao solo argiloso da região de Londrina – Estado do Paraná, para a produção de solo-cimento. Os agregados são finos de britagem (material com dimensões inferiores a 4,8mm) e pó de pedra (material com dimensões inferiores a 6,3mm), produzidos na Pedreira Ica, situada no Município de Ibiporã – Estado do Paraná. O objetivo foi avaliar o desempenho do solo-cimento e a interferência destas adições, através da caracterização dos materiais envolvidos, da avaliação do desempenho do solo-cimento em relação à variação do teor de cimento em massa e da resistência à compressão do solo-cimento com incorporação de finos de britagem e pó de pedra no decorrer do tempo. Na segunda fase da pesquisa foi realizado o ensaio de durabilidade para definição do teor de cimento em massa com o qual o solo argiloso se estabilizaria. Para verificação do desenvolvimento das resistências, foram moldados corpos de prova com teores de 11%, 13%, 15%, 17% e 19% e rompidos nas idades de 7, 28, 56 e 90 dias. Na última fase da pesquisa, foram definidas as granulometrias ótimas para as misturas do solo-cimento com as amostras de agregados, moldando-se corpos de prova com teores de cimento em massa de 5%, 7% e 9% e rompendo-os nas idades de 7 e 28 dias. Concluiu-se, através do ensaio de durabilidade, que o solo argiloso se estabilizou com 15% de cimento, em massa. Os resultados obtidos permitiram concluir que o solo-cimento produzido com os materiais estudados, finos de pedreira e pó de pedra em mistura com o solo argiloso, apresenta grande potencial de utilização, confirmando a hipótese proposta no início do trabalho. A incorporação dos finos de britagem e pó de pedra melhoraram significativamente as propriedades do solo-cimento analisadas, sendo possível a obtenção de um material mais estável e de maior resistência mecânica com redução do consumo de cimento, em massa, para 9% na mistura MA1 e 7% na mistura MA2. Palavras – Chave: Rejeitos de britagem. Finos de britagem. Pó de pedra. Solo-cimento.

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FAGANELLO, Adriana Macedo Patriota. Waste of Aggregates from basaltic origin: Characterization and use in cement-soil in the region of Londrina. Londrina, Paraná, 2005 137f. (Master´s thesis in Building Engineering and Sanitation) - Universidade Estadual de Londrina.

ABSTRACT This work presents a research, in laboratory scale, about the incorporation of aggregates obtained by crushing of basaltic rock to the argillaceous soil from the region of Londrina – State of Paraná, for the production of cement-soil. The aggregates are argillaceous soil (material with dimensions inferior to 4.8 mm) and rock powder (material with dimensions inferior to 6.3 mm), produced at Pedreira Ica, located in the city of Ibiporã – State of Paraná. The objective was to evaluate the performance of cement-soil and the interference of these additions, by the characterization of the materials involved, by the evaluation of the performance of cement-soil in relation to the variation of the tenor of the cement in mass, and by the resistance to compression of the cement-soil with the incorporation of argillaceous soil over the time. In the second phase of the research the durability essay was performed for the definition of the tenor of cement in mass with which the argillaceous soil would stabilize. For the verification of the development of resistances, test bodies were shaped with 11%, 13%, 15%, 17% and 19% tenors and breached at the ages of 7,28,56, and 90 days. At the last phase of the research, the optimal granulometries were defined for the mixtures of cement-soil with the aggregate samples by shaping test bodies with cement in mass tenors of 5%, 7% and 9% and breaching them at the ages of 7 and 28 days. We concluded, by the durability essay, that the argillaceous soil stabilized at 15% of cement, in mass. The results obtained permitted conclude that the cement-soil produced with the materials studied, crushed rock fines and rock powder in a mixture with argillaceous soil, presents a great potential of use, confirming the hypothesis proposed at the beginning of this work. The incorporation of crushed rock fines and rock powder significantly enhanced the cement-soil properties analyzed, and it is possible to obtain a more stable material with greater mechanical resistance with the reduction of the use of cement, in mass, for 9% in the mixture MA1 and 7% in the mixture MA2. Key words: Waste of aggregates. Crushed rock fines. Rock powder. Cement soil.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Material estocado na Pedreira Ica. ............................................................ 04 Figura 2 – Espargidores de água para redução do pó em suspensão. ........................ 09 Figura 3 – Campo Experimental de Engenharia Geotécnica “Prof. Saburo

Morimoto. ................................................................................................... 14 Figura 4 – Foto aérea da Pedreira Ica Ltda. ............................................................... 16 Figura 5 – Foto das bicas na produção de pedra britada da Pedreira Ica. .................. 16 Figura 6 – Mina de basalto da Pedreira Ica. ............................................................... 22 Figura 7 – Foto da formação rochosa da Pedreira ICA Ltda. .................................... 30 Figura 8 – Representação esquemática das três fases constituintes dos solos:

sólida, líquida e gasosa nas areias e argilas. ............................................. 39 Figura 9 – Método gráfico para mistura de dois solos. .............................................. 42 Figura 10 – Gráfico de plasticidade de Casagrande. .................................................... 44

Figura 11 – Resistências à compressão simples aos 7 dias, em relação à proporção de finos e o teor de cimento, em massa (%). ............................................ 65

Figura 12 – Curva granulométrica da amostra A1. ...................................................... 80

Figura 13 – Curva granulométrica da amostra A2. ...................................................... 81

Figura 14 – Curva granulométrica da amostra de solo do CEEG. ............................... 84

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Figura 15 – Determinação da massa específica aparente seca máxima e umidade ótima do solo – CEEG. ............................................................................. 85

Figura 16 – Determinação da massa específica aparente seca máxima e umidade ótima do solo-cimento. ............................................................................. 86

Figura 17 – Ensaio de durabilidade – perda de massa corrida. .................................... 87

Figura 18 – Resultados das perdas de massa corrida do ensaio de durabilidade. ........ 88

Figura 19 – Corpos de prova após o ensaio de durabilidade. ....................................... 88

Figura 20 – Resumo do comportamento do solo-cimento com a variação no teor de cimento e o desenvolvimento da resistência com a idade. ....................... 91

Figura 21 – Distribuição granulométrica das misturas da amostra A1 e solo. ............. 94

Figura 22 – Distribuição granulométrica das misturas da amostra A2 e solo. ............. 95

Figura 23 – Determinação da massa específica aparente máxima e da umidade ótima – mistura MA1. ............................................................................... 97

Figura 24 – Determinação da massa específica aparente seca máxima e umidade ótima – mistura MA2. ............................................................................... 98

Figura 25 – Feições de ruptura dos corpos de prova rompidos a compressão simples. ................................................................................................... 102

Figura 26 – Feições de ruptura dos corpos de prova rompidos a compressão simples. ................................................................................................... 102

Figura 27 – Resistências à compressão simples da mistura MA1. .............................. 103

Figura 28 – Resistências à compressão simples da mistura MA2. ............................ 103

Figura 29 – Amostra No 1 de finos de britagem – Pedreira Ica. ................................. 105

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Figura 30 – Amostra No 2 de pó de pedra – Pedreira Ica. .......................................... 105

Figura 31 – Valores observados da massa específica aparente seca (g/cm3) por teor de cimento, em massa. ............................................................................ 111

Figura 32 - Resumo do desenvolvimento da resistência variando o teor de cimento, em massa e a idade, considerando o desvio padrão. ............................... 116

Figura 33 – Gráfico de caixas das resistências à compressão simples (MPa) por teor de cimento e idade da mistura MA1. ...................................................... 120

Figura 34 – Gráfico de caixas das resistências à compressão simples (MPa) por teor de cimento e idade da mistura MA2. ...................................................... 120

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Classes de concessões produção bruta (t/ano). .......................................... 20

Quadro 2 – Classificação pela produção bruta (t/ano). ................................................. 21

Quadro 3 – Classificação da forma das partículas – BS 812: Parte 1: 1975. ............... 27

Quadro 4 – Classificação da forma das partículas – adotada pelo EUA. ..................... 27

Quadro 5 – Importância relativa média das propriedades do agregado sobre a resistência do concreto. ........................................................................... 29

Quadro 6 – Massa específica de diversos grupos de rochas. ........................................ 33

Quadro 7 - Escalas granulométricas: internacional e brasileira – ABNT – 6502/95. ..................................................................................................... 40

Quadro 8 – Classificação dos solos pela AASTHO e adotada pela HRB. ................... 58

Quadro 9 – Teor de cimento para o ensaio de compactação. ....................................... 72

Quadro 10 – Teor de cimento médio requerido por solos siltosos e argilosos. ............. 73

Quadro 11 – Limites para perda de massa corrida. ........................................................ 74

Quadro 12 – Teor de cimento médio requerido por solos siltosos e argilosos. ............. 99

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resistência à compressão, em MPa, do solo-cimento. .............................. 62

Tabela 2 – Resistência à compressão simples, em MPa, do solo-cimento – estacas ensaiadas. ....................................................................................... 63

Tabela 3 – Caracterização do solo de Londrina. ......................................................... 64

Tabela 4 – Valores médios de parâmetros geotécnicos do solo da primeira camada do CEEG. ...................................................................................... 64

Tabela 5 – Resultados dos ensaios da caracterização das amostras A1 e A2. .................................................................................................................... 78

Tabela 6 – Análise granulométrica obtida por peneiramento das amostras

A1 e A2. ..................................................................................................... 79

Tabela 7 – Análise granulométrica obtida por sedimentação das amostras A1 e A2. ..................................................................................................... 79

Tabela 8 – Composição granulométrica das amostras A1 e A2. ................................. 80

Tabela 9 – Teor de umidade conforme a profundidade da amostra coletada no CEEG. ................................................................................................... 82

Tabela 10 – Resultados dos ensaios de caracterização do solo do CEEG. .................... 82

Tabela 11 – Análise granulométrica realizada por peneiramento – solo do CEEG. ........................................................................................................ 83

Tabela 12 – Análise granulométrica realizada por sedimentação – solo do CEEG. ........................................................................................................ 83

Tabela 13 – Composição granulométrica – solo do CEEG ........................................... 84

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Tabela 14 – Resultados do ensaio de durabilidade. ....................................................... 87

Tabela 15 – Resistência à compressão simples – solo-cimento – 7 dias. ...................... 89

Tabela 16 – Resistência à compressão simples – solo-cimento – 28 dias. .................... 90

Tabela 17 – Resistência à compressão simples – solo-cimento – 56 dias. .................... 90

Tabela 18 – Resistência à compressão simples – solo-cimento – 90 dias. .................... 91

Tabela 19 – Análise granulométrica das misturas realizadas com a amostra A1 e solo. ................................................................................................... 92

Tabela 20 - Análise granulométrica das misturas realizadas com a amostra A2 e solo. ................................................................................................... 93

Tabela 21 – Análise granulométrica obtida por peneiramento. ..................................... 93

Tabela 22 – Análise granulométrica obtida por sedimentação. ..................................... 94

Tabela 23 – Composição granulométrica – misturas MA1 e MA2. .............................. 96

Tabela 24 – Principais características físicas das misturas MA1 e MA2. ..................... 96

Tabela 25 - Resultados dos ensaios de compactação. ................................................... 97

Tabela 26 – Resistência à compressão simples da mistura MA1 aos 7 e 28 dias. .......................................................................................................... 100

Tabela 27 – Resistência à compressão simples da mistura MA2 aos 7 e 28 dias. .......................................................................................................... 101

Tabela 28 – Coeficientes de variação (%), das médias da massa específica aparente seca, levando-se em consideração os teores de cimento, em massa. .................................................................................. 111

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Tabela 29 – Coeficiente de variação (%) das resistências, levando em consideração a idade e teor de cimento. .................................................. 112

Tabela 30 – Quadro da análise de variância ................................................................ 113

Tabela 31 – Comparação das médias de teores de cimento para a variável resistência, através do teste de Tukey ..................................................... 114

Tabela 32 – Comparação das médias de idade para a variável resistência, através do teste de Tukey ........................................................................ 114

Tabela 33 – Coeficientes de variação das misturas MA1 e MA2. .............................. 119

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LISTA DE SIGLAS ABREVIATURAS

AASHO American Association of State Highway Officials

ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASTM American Society for testing and Materials

CEEG Campo Experimental de Engenharia Geotécnica “Prof. Saburo

Morimoto”

CEPED Centro de Pesquisa e Desenvolvimento

DER Departamento de Estradas de Rodagem

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EUA Estados Unidos da América

HRB Highway Research Board

IAP Instituto Ambiental do Paraná

IAPAR Fundação Instituto Agronômico do Paraná

LL Limite de Liquidez

LP Limite de Plasticidade

NBR Norma Brasileira Registrada

PCA Portland Cement Association

UEL Universidade Estadual de Londrina

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1

1.1 - GENERALIDADES .................................................................................................... 2

1.2 - OBJETIVOS ................................................................................................................ 6

1.3 – JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 7

2 – CARACTERÍSTICAS DO MEIO-FÍSICO........................................ 12

2.1 – REGIÃO DE LONDRINA ........................................................................................ 13

2.2 – REGIÃO DE IBIPORÃ ............................................................................................. 15

3 – ROCHAS BASÁLTICAS .................................................................... 17

3.1 – GENERALIDADES .................................................................................................. 18

3.1.1 – MINERAÇÃO BRASILEIRA .......................................................................... 19

3.1.2 – MINERAÇÃO EM LONDRINA E REGIÃO................................................... 21

3.2 – CARACTERIZAÇÃO ............................................................................................... 23

3.2.1 – AGREGADOS ................................................................................................. 23

3.2.2 – ORIGEM DOS AGREGADOS......................................................................... 24

3.2.3 – CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AGREGADOS........................................... 25

3.2.4 – FORMA E TEXTURA DOS AGREGADOS ................................................... 26

3.2.5 – GRANULOMETRIA DOS AGREGADOS...................................................... 30

3.2.6 – MASSA ESPECÍFICA APARENTE E MASSA ESPECÍFICA

DOS AGREGADOS .................................................................................................. 32

3.2.7 – INCHAMENTO DO AGREGADO MIÚDO.................................................... 33

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3.2.8 – COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA ................................................................. 34

3.2.9 – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO .................................................................. 34

3.3 – FINOS DE BRITAGEM ............................................................................................ 35

4 – SOLOS.................................................................................................... 37

4.1 – SOLO ARGILOSO – GENERALIDADES............................................................... 38

4.2 – CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS......................................................................... 39

4.2.1 – GRANULOMETRIA, TAMANHO E FORMA DOS GRÃOS........................ 39

4.2.2 – PLASTICIDADE E LIMITES DE ATTERBERG ........................................... 43

4.2.3 – COMPACTAÇÃO DOS SOLOS...................................................................... 44

5 – SOLO - CIMENTO............................................................................... 46

5.1 – HISTÓRICO .............................................................................................................. 47

5.2 – GENERALIDADES .................................................................................................. 48

5.3 – PROPRIEDADES ...................................................................................................... 52

5.4 - METODOLOGIA PARA DOSAGEM DE SOLO-CIMENTO ................................ 56

6 – PESQUISAS COM SOLO-CIMENTO............................................... 60

6.1 – NO BRASIL............................................................................................................... 61

6.2 – EM LONDRINA E REGIÃO .................................................................................... 62

6.3 – SOLO-CIMENTO COM INCORPORAÇÃO DE AGREGADOS DE

BRITAGEM............................................................................................................... 65

7 – MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................ 67

7.1 – COMPONENTES DO SOLO-CIMENTO ................................................................ 68

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21

7.1.1 – CIMENTO......................................................................................................... 68

7.1.2 – ÁGUA................................................................................................................ 68

7.2 – MÉTODO PARA CARACTERIZAÇÃO DOS FINOS DE

BRITAGEM E PÓ DE PEDRA................................................................................. 69

7.3 – MÉTODO PARA CARACTERIZAÇÃO DO SOLO ............................................... 70

7.4 – MÉTODO PARA DOSAGEM DO SOLO-CIMENTO ............................................ 71

7.5 – MÉTODO PARA ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO..................... 74

7.6 – MÉTODO PARA MISTURA DOS AGREGADOS E SOLO-

CIMENTO.................................................................................................................. 75

8 – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE LABORATÓRIO.................... 77

8.1 – ENSAIOS COM AGREGADOS DE BRITAGEM................................................... 78

8.2 – ENSAIOS COM O SOLO NATURAL E SOLO-CIMENTO................................... 81

8.3 – RESISTÊNCIAS À COMPRESSÃO SIMPLES DO SOLO-CIMENTO ................. 89

8.4 – MISTURAS DOS AGREGADOS DE BRITAGEM E SOLO.................................. 92

8.5 – RESISTÊNCIAS À COMPRESSÃO SIMPLES DAS MISTURAS

MA1 E MA2 .............................................................................................................. 98

9 – ANÁLISES DOS RESULTADOS ..................................................... 104

9.1 – FINOS DE BRITAGEM E PÓ DE PEDRA ............................................................ 105

9.2 – SOLO NATURAL .................................................................................................. 108

9.3 – SOLO-CIMENTO.................................................................................................... 109

9.4 – SOLO-CIMENTO COM AS MISTURAS MA1 E MA2........................................ 117

10 – CONCLUSÃO ..................................................................................... 123

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SUGESTÕES ............................................................................................... 125

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 127

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA............................................................ 134

APÊNDICE A - RESULTADOS DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE SECA DOS CORPOS DE PROVA NO ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES DO SOLO-CIMENTO COM SOLO NATURAL.

APÊNDICE B - RESULTADOS DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE SECA DOS CORPOS DE PROVA NO ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES DO SOLO-CIMENTO COM AS MISTURAS MA1 E MA2.

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1. INTRODUÇÃO

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1.1 GENERALIDADES

A construção de infra-estruturas como rodovias, estradas de acesso, obras de

saneamento, construções de escolas, hospitais, habitações, dentre muitas outras obras,

demonstra claramente uma nação em pleno desenvolvimento de suas atividades, promovendo

um aumento da qualidade de vida e bem estar da população.

Todas as construções citadas acima, estão associadas à exploração de

recursos minerais. Dentro desta perspectiva se pode afirmar que estes recursos sempre foram

imprescindíveis para o desenvolvimento de uma sociedade.

O Brasil é um grande gerador de recursos minerais, os quais são abundantes

no país. Os agregados de maior importância para a indústria da construção civil são a brita e a

areia e assumem um papel significativo nos países em desenvolvimento.

Bonell (2003) afirmou que estes agregados representam cerca de 50% do

consumo de minerais produzidos mundialmente, e que muitos países utilizam o volume de

agregado por habitante, produzido em uma unidade de tempo, como indicador de referência,

para avaliar o seu grau de crescimento, o potencial de desenvolvimento e a satisfação das

necessidades de habitação e infra-estrutura básica.

O consumo de brita e areia é da ordem de 2,5 toneladas por habitante/ano no

Brasil, e cerca de 10 toneladas nos Estados Unidos da América (EUA) e Espanha, 16

toneladas na Irlanda e na Colômbia 1,75 toneladas por habitante/ano. (BONELL, 2003).

Existe, portanto, em comparação com os países mais desenvolvidos grande possibilidade de

crescimento deste indicador.

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A extração de recursos minerais, por sua vez, é uma atividade de grande

importância e indispensável para atender as necessidades da construção civil, suprindo esta

indústria com matéria-prima básica, sendo uma fonte de empregos não só na mineração, mas

também na construção civil.

Segundo o Anuário Mineral Brasileiro (2005), em 2001 foram produzidos

162,8 milhões de toneladas de brita, e a produção de areia alcançou 236,1 milhões de

toneladas.

Com a produção de pedra britada, as empresas enfrentam um grande

desafio: conciliar a exploração e o meio ambiente. Dentre os principais impactos ambientais

está a sobrepressão acústica e vibrações no solo causadas pelo uso de explosivos para o

desmonte da rocha, a poluição do ar com a produção de pó em suspensão, a poluição das

águas causadas por drenagem de materiais finos provenientes das minas e a poluição visual.

Basicamente, a produção de uma pedreira se divide em cinco produtos, ou

seja, brita 3 (25,0mm a 38,0mm), brita 2 (19,0mm a 25,0mm), brita 1 (9,5mm a 19,0mm),

brita 0 (4,8mm a 9,5mm), e finos de britagem (material de dimensões inferiores a 4,8mm),

anteriormente denominados de areia artificial ou areia industrial, dentre outros nomes.

Algumas pedreiras produzem produtos de diferentes granulometrias, conforme o projeto da

planta de produção, como a granilha (material conforme o pedido do cliente), e o pó de pedra

(material com dimensões inferiores a 6,3mm).

A brita é um material aplicado em grandes volumes em concreto, sendo

ainda utilizada em lastro ferroviário, base e sub-base de pavimentações, dentre outras. Os

finos de britagem e o pó de pedra são utilizados em concreto betuminoso e um volume muito

pequeno em pré-moldados como, por exemplo, na produção de pavers ou pavimentos

intertravados.

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Dados obtidos junto às pedreiras da região de Londrina revelam que o pó de

pedra e os finos de britagem correspondem a 10% de toda a produção. Em função da

dificuldade em se comercializar toda a produção deste material devido à pequena procura,

este acaba sendo estocado em grandes pilhas em áreas adjacentes às pedreiras, trazendo

impactos ambientais como os já citados e a ocupação de um espaço desnecessário, como se

pode ver na Figura 1.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Figura 1 – Material estocado na Pedreira Ica.

Muitos pesquisadores já desenvolveram estudos, como os de Takashima,

Bauer e Curti (1998), Mendes (1999), Almeida (2001) e Menossi (2004), para que os finos de

britagem tenham outra destinação, como em substituição da areia natural em concretos,

argamassas, pré-moldados e outras aplicações.

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A utilização dos finos de britagem dificilmente conseguirá substituir toda a

areia natural utilizada na construção civil, mas tem-se alcançado maior aproveitamento do

material, atingindo a utilização máxima da produção de uma pedreira.

Com a finalidade de contribuir para o aproveitamento e, consequentemente,

uma agregação de valor a estes agregados, propõe-se como alternativa de utilização o seu

emprego na produção do solo-cimento.

Quando um solo não possui a resistência exigida para suportar a obra

projetada, é necessário corrigi-lo, adicionando ou retirando componentes, ou com a adição de

agentes químicos, a escolha desta técnica segundo Guimarães (2002), é denominada

estabilização de solo. Um dos agentes químicos mais comuns é o cimento.

A NBR 1336/90 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

define solo-cimento como:

“Solo-cimento é o produto endurecido resultante da cura de uma mistura íntima compactada de solo, cimento e água, em proporções estabelecidas através de dosagem conforme esta norma e executada de acordo com a NBR 1337/90 – Execução de sub-base ou base de solo-cimento”.

O solo-cimento como material alternativo na região de Londrina apresenta

um custo alto para sua estabilização, pois isto, só seria possível através da adição de cimento

com um consumo muito elevado, em função das características dos solos argilosos regionais.

No início, essa mistura parece apenas uma terra úmida, a qual após ser

compactada, endurece e ganha resistência com durabilidade suficiente com o passar do tempo.

Uma das vantagens do solo-cimento é que o solo, sendo um material

extraído no próprio local da construção, constitui justamente a maior parcela da mistura,

muito embora, nem sempre o solo local seja o solo adequado.

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O solo arenoso é o mais indicado, pois possui uma porcentagem maior de

areia em relação à argila. Portanto, o solo da região de Londrina predominantemente argiloso,

requer um consumo maior de cimento para sua estabilização, o que pode ser corrigido com

adição de areia respeitando os limites técnicos e econômicos para tal.

A proposta de adição dos finos de britagem e o pó de pedra, ao solo-

cimento, possibilitarão avaliar o desempenho destes em substituição à areia natural através de

ensaios laboratoriais, avaliando seu desempenho mecânico e outras variáveis que interferem

na resistência mecânica e na durabilidade do solo-cimento, bem como a viabilidade técnica e

econômica deste material.

Considerando a provável potencialidade deste material, seu estudo será de

grande utilidade, uma vez que o emprego de materiais alternativos em programas de habitação

de interesse social pode trazer ótimos resultados, lembrando que os custos de produção da

infra-estrutura das unidades podem ser reduzidos.

1.2 OBJETIVOS

A realização deste trabalho, em seu objetivo geral, visa avaliar o

desempenho dos finos de britagem e do pó de pedra, incorporados ao solo-cimento na região

de Londrina.

Além deste objetivo mais amplo, destacam-se os objetivos específicos

seguintes:

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Estudar os finos de britagem e o pó de pedra, provenientes de uma

pedreira da região de Londrina através de sua caracterização.

Estudar a adequação do solo da região ao uso no solo-cimento através

de sua caracterização.

Analisar o comportamento do solo-cimento em relação à variação do

teor de cimento, em massa, e o desenvolvimento da resistência à

compressão com a idade.

Analisar o comportamento do solo-cimento com a adição de finos de

britagem e do pó de pedra, através de sua caracterização.

Avaliar a resistência mecânica do solo-cimento com incorporação de

finos de britagem e com o pó de pedra.

1.3 JUSTIFICATIVA

Quando uma pedreira é aberta, referencialmente esta deve localizar-se o

mais próximo possível dos grandes centros urbanos, uma vez que se trata de material de baixo

valor unitário, para que o frete não encareça demasiadamente o produto final.

A conscientização se faz necessária tanto da população, dos órgãos públicos

e ambientalistas, quanto ao setor de mineração, não apenas discutindo sobre a importância da

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extração dos agregados, mas também sobre a maneira de apontar soluções para que a

atividade de extração, as pessoas e o meio ambiente possam conviver harmoniosamente.

A atividade agressiva ao meio ambiente, provocada pela mineração, está

sendo tratada principalmente pela fiscalização ambiental. A abertura de qualquer frente de

mineração depende de concessões do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM),

que deixa o processo cada vez mais eficiente e esclarecedor, provocando mudanças no setor

de mineração, tais como o planejamento prévio da planta de mineração, ações que

proporcionem a minimização de produção de material pulverulento (material com dimensões

inferiores a 0,075mm) e material em suspensão, diminuição de ruído provocado pelas

contínuas detonações e, em longo prazo, a recuperação de áreas degradadas.

Cabe ao setor de mineração encontrar maneiras de alcançar o progresso

através do desenvolvimento sustentável. A disponibilidade de tecnologias que favoreçam a

recuperação das áreas degradadas pela mineração é comum no Brasil, onde algumas delas

estão totalmente recuperadas e utilizadas para novas atividades.

Dias (2001), destacando a definição que o Governo do Canadá propôs em

1996 sobre desenvolvimento sustentável, sinaliza os seguintes tópicos:

encontrar, extrair, produzir, adicionar valor, usar, reutilizar, reciclar e,

se necessário, eliminar os minerais e metais da maneira mais

eficiente, competitiva e ambientalmente responsável, utilizando as

melhores práticas;

respeitar as necessidades e valores de todos os usuários dos recursos;

manter ou melhorar o padrão de vida e o meio ambiente para as

gerações atuais e futuras;

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assegurar a participação dos grupos interessados, indivíduos e

comunidades no processo de decisão.

As pedreiras estão manifestando grande preocupação com o problema

ambiental provocado pela sua atividade mineradora, e estão adotando várias medidas para

minimizar os impactos proporcionados como:

obtenção do licenciamento ambiental para mineração;

medição e controle de vibrações resultantes do desmonte;

desmonte secundário com o uso de “drop-ball” e retro-escavadeira;

pavimentações dos acessos com brita para reduzir a poeira provocada

pela movimentação de equipamentos com espargidores de água;

sistemas de espargidores de água nas calhas de alimentação, bicas e

correias transportadoras, como mostra a Figura 2.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Figura 2 – Espargidores de água para redução do pó em suspensão.

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A extração de pedra britada causa uma degradação irreversível ao meio

ambiente, pois após a rocha ser explorada e retirada de seu local de formação, esta não poderá

ser reconstituída por qualquer processo natural ou artificial.

A exploração desses minérios, que realizada com o emprego de explosivos,

gera grande quantidade de materiais considerados resíduos, os quais, normalmente, são

abandonados em áreas adjacentes, afetando diretamente a vegetação ao redor da pedreira.

Estes materiais são: finos de britagem, pó de pedra e materiais pulverulentos

resultantes da cominuição e peneiramento das pedras britadas. Porém, para que haja o

aproveitamento destes, existe a necessidade de lhes agregar valor, o que se consegue através

do peneiramento, lavagem ou desenvolvimento de tecnologias que utilizem o pó de pedra e os

finos de britagem mesmo com a presença do material pulverulento.

Algumas empresas já comercializam os finos de britagem lavados,

eliminando desta forma a porcentagem de 10 a 20% de materiais com dimensões inferiores a

0,075mm presentes originalmente, o que representa um diferencial importante, agregando

valor ao material.

A necessidade de diminuir o teor de material pulverulento nos finos de

britagem, diz respeito aos problemas ocasionados ao concreto por agregados com quantidade

excessiva do mesmo, tais como, a retração excessiva em função do aumento da superfície

específica e o aumento no consumo de cimento e a perda de trabalhabilidade da mistura no

estado fresco.

Por outro lado, a operação de lavagem dos finos de britagem provoca a

geração de um resíduo, o qual, segundo as determinações do Instituto Ambiental do Paraná

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(IAP), não pode ser lançado na via hídrica para não provocar problemas de assoreamento,

poluição da água e excesso de turbidez, trazendo um impacto ambiental para a região.

Se por um lado os empresários alegam falta de áreas para disposição desses

resíduos, por outro a comunidade vizinha é prejudicada pela poluição do ar e dos cursos

d’água.

Porém, atualmente há um crescimento na procura dos finos de britagem para

aproveitamentos mais freqüentes como a substituição da areia natural, diversificando sua

utilização, que antes só eram usados em construções de estradas.

Na Pedreira Ica, localizada na cidade de Ibiporã próxima a região de

Londrina, o pó de pedra é peneirado em uma central independente, separando-o em material

com dimensões de 6,3mm e os finos de britagem. Para que este processo seja adequado, o

material deve estar seco, pois o diâmetro das peneiras é reduzido e o peneiramento do

material úmido inviabiliza o processo.

Por esse motivo, todo pó de pedra que entra em contato com água

ocasionado por chuvas, é separado. Por não apresentarem um mercado consumidor totalmente

ativo, estes materiais ficam estocados na pedreira por longos períodos, em grandes pilhas a

céu aberto.

Desta forma, a importância deste trabalho é abordar as características dos

finos de britagem, do pó de pedra, do solo argiloso, do solo-cimento e, por fim, a metodologia

para desenvolvimento do solo-cimento com adição destes materiais, discutindo os resultados

dos ensaios realizados.

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2. CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO

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2.1 REGIÃO DE LONDRINA

A cidade de Londrina é a maior do Norte do Paraná localizada na região Sul

do país com aproximadamente 500 mil habitantes, atualmente possui 71 anos. Situada no

Terceiro Planalto Paranaense, possuindo um clima subtropical, com chuvas em todas as

estações. A temperatura média anual é de 21,4 oC.

Londrina está a 610m de altitude, possui um relevo suave, com clima de

verões quentes e úmidos e invernos frios e secos, fazendo com que os processos de

intemperismo atuem até grandes profundidades.

Seu substrato rochoso, segundo Pinese e Nardy (2003), é

predominantemente constituído por basalto originado dos derrames da Formação Serra Geral

na Bacia Sedimentar do Paraná. Segundo Morimoto (1982) e Branco et al. (1998), o solo de

Londrina em sua camada superficial é constituído por uma argila siltosa porosa, mole à

média. Teixeira et al. (2003), complementam que esta camada de solo é composta por uma

argila madura, laterizada, colapsível, de estrutura microagregada, típica de solos tropicais.

Conforme Nakashima e Nóbrega (2003), nas áreas das rochas basálticas,

onde o relevo é suavemente ondulado, predominam o latossolo vermelho com textura

argilosa, nos topos e alta vertentes e a partir daí em direção a jusante os nitossolos, nas médias

e baixas vertentes.

Branco et al. (1998), ressaltam que o processo de intemperismo ocorrido

sobre o substrato rochoso de basalto, originado de derrames, sem a ocorrência de rochas

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sedimentares sobre estes, gerou uma camada espessa de solo superficial composta por uma

argila siltosa porosa. Este solo possui um alto potencial colapsível.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(EMBRAPA) – Fundação Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), (1984), em Londrina os

teores de argilas são geralmente elevados chegando ao horizonte A uma percentagem de 70%

e o teor de silte em torno de 18%.

O Campo Experimental de Engenharia Geotécnica “Prof. Saburo

Morimoto” (CEEG), da Universidade Estadual de Londrina (UEL) é considerado como

subsolo característico da cidade de Londrina. Possui uma área de 2.974,80 m2 e funciona

como um laboratório aberto para diversos experimentos geotécnicos. Sua localização está

próxima ao Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU), como mostra a Figura 3.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Figura 3 – Campo Experimental de Engenharia Geotécnica “Prof. Saburo Morimoto”.

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2.2 REGIÃO DE IBIPORÃ

Ibiporã está situada a 10km de Londrina e atualmente encontra-se com cerca

de 40 mil habitantes. Como está localizada na microregião de Londrina, sua temperatura,

clima e ciclo de chuvas pode-se considerar que possui as mesmas características.

Atualmente verifica-se a existência de duas pedreiras em atividade

abastecendo o mercado da região de Londrina, cuja produção média total de brita no ano de

2004 foi estimada em aproximadamente 690 mil metros cúbicos.

A Pedreira ICA iniciou suas atividades ao adquirir, em 1968, uma área de

um alqueire e meio no Município de Ibiporã. Em 1983 foi adquirida pelos atuais proprietários

e conta hoje, com uma área de 22 alqueires, atingindo a média de 30 mil toneladas mensais de

rocha, na Figura 4 têm-se sua planta.

Na Figura 5, pode-se observar as bicas no processo de obtenção de alguns

dos materiais produzidos pela Pedreira Ica.

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Fonte: Arquivo da Pedreira Ica Ltda

Figura 4 – Foto aérea da Pedreira Ica Ltda.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Figura 5 – Foto das bicas na produção de pedra britada da Pedreira Ica.

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3. ROCHAS BASÁLTICAS

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3.1 GENERALIDADES

O Planeta Terra é constituído de diversas esferas, a atmosfera, a hidrosfera,

a biosfera e a litosfera. Desta última, da parte rochosa para o interior da Terra, só se tem

acesso através de sondagens com até 13 km de profundidade no máximo, enquanto o raio da

Terra é de aproximadamente 6.400 km. Através da sismologia, que estuda o comportamento

das ondas sísmicas, consegue-se informações sobre o interior da Terra que se divide em

crosta, manto e núcleo.

A crosta terrestre ou litosfera tem uma espessura que varia de 7 a 35 km. O

manto sólido pode se tornar líquido através do alívio de pressão a qual está submetido, por

intermédio de uma ruptura da crosta, que é provocado pelo movimento das placas tectônicas,

este líquido é chamado de magma. Se este material permanece dentro da crosta, ele se

solidifica formando a rocha ígnea plutônica ou intrusiva, se o magma é derramado pela

superfície ele é chamado de lava, enquanto líquido, após o resfriamento e solidificação forma

a rocha ígnea vulcânica ou extrusiva.

O termo “ígnea” vem do latim ign – fogo. As rochas são agrupamentos

naturais de um ou mais minerais. As rochas ígneas constituem cerca de 80% da crosta

terrestre.

Segundo Motoki, et al. (2004), o termo científico “basalto” significa a rocha

vulcânica com alto teor de ferro, cálcio, magnésio e baixo teor de sílica. O planalto existente

nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, denominado “Serra Geral”, é

constituído principalmente por essas lavas de composição basáltica. Este conjunto de lavas é

originado de grandes erupções vulcânicas que ocorreram há cercas de 125 a 135 milhões de

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anos atrás. A área correspondente deste derramamento é de aproximadamente 1.200.000 km2

e a espessura média é em torno de 700m.

A rocha basáltica, através de sua decomposição, dá origem ao solo,

característico do Norte do Paraná em especial, reconhecido como solo extremamente fértil e

próprio para diferentes plantios.

3.1.1 Mineração Brasileira

O DNPM (2005), através de relatórios de lavra apresentados pelas empresas

mineradoras do Brasil no ano de 2001, ano base 2000, desenvolveu um trabalho

demonstrando como se comporta o universo da mineração brasileira. Foram considerados

apenas minas com nível de produção bruta acima de 10.000 t/ano. O DNPM chama a atenção

que estes dados podem não retratar a verdadeira situação do setor mineral, pois muitas

empresas ainda trabalham na clandestinidade, não cumprindo a legislação mineral.

O levantamento do DNPM (2005) apresenta um crescimento das atividades

minerais em geral de 9,3% em relação ao ano de 1999, onde a maioria se concentra na região

sudeste 78%, e apenas 2,5% na região sul.

As empresas são classificadas em grandes, médias e pequenas, conforme

Quadro 1.

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CLASSES MAIS DE ATÉ

A 3.000.000 t - GRANDES B 1.000.000 t 3.000.000 t

C 500.000 t 1.000.000 t

D 300.000 t 500.000 t

E 150.000 t 300.000 t MÉDIAS

F 100.000 t 150.000 t

G 50.000 t 100.000 t

H 20.000 t 50.000 t PEQUENAS I 10.000 t 20.0000 t

Fonte: DNPM (2005)

Quadro 1 – Classes de concessões produção bruta (t/ano).

Na região sul encontram-se 422 minas das 1862 estudadas pelo DNPM,

sendo 87 minas no Paraná, das quais duas de grande porte, 15 de médio porte e 70 minas de

pequeno porte, ficando a região sul em sexto lugar; destaca-se em primeiro lugar a região

sudeste com 1028 minas.

Quanto à distribuição destas minas por substâncias minerais, verifica-se que

92,4%, isto é, 1720 minas referem-se às substâncias não-metálicas, das quais 1429 estão

ligadas à indústria da construção civil, ou seja: areia, pedra britada, calcário e argila. Destas

1429, as areias naturais concentram 354 minas, 319 das quais correspondem a minas de

pequeno porte. No caso da pedra britada, concentram 329 minas da produção total, sendo que

basicamente 214 minas de pequeno porte e 115 minas de médio porte.

A classificação das pedreiras situadas na região de Londrina e Ibiporã, se

encontra no Quadro 2.

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PEDREIRAS CLASSES

EXPRESSA E (média)

ICA H (pequena)

Fonte: DNPM/2005

Quadro 2 – Classificação pela produção bruta (t/ano).

3.1.2 Mineração em Londrina e região

A partir de dados fornecidos pelas pedreiras visitadas, pode-se verificar que

a porcentagem da produção de finos de britagem e pó de pedra, variam entre 5% a 10% da

produção, podendo chegar a uma produção de mais de 42 mil metros cúbicos por ano.

A Pedreira ICA comercializa atualmente os seguintes materiais: brita 4

(38,0mm a 76mm), 3 (25,0mm a 38mm), 2 (19,0mm a 25mm), 1 (9,5mm a 19mm), granilha

(material com dimensões inferiores a 9,5mm), material comercializado como brita 0 (9,5mm),

pó de pedra (material com dimensões inferiores a 6,3mm), material com dimensões de

6,3mm, finos de britagem (material com dimensões inferiores a 4,8mm) e material

pulverulento (material com dimensões inferiores a 0,075mm).

Menossi (2004) destaca várias vantagens, não só para as pedreiras e

concreteiras, como também para o próprio consumidor, com o uso de finos de britagem:

Aproveitamento integral sem descarte de materiais;

Obtenção de um material com características físicas e químicas

constantes;

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Menor consumo de cimento na preparação do concreto;

Solução de problemas ambientais;

Custo final reduzido do concreto.

Na Figura 6, verifica-se o trabalho realizado em uma mina de basalto da

Pedreira Ica.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Figura 6 – Mina de basalto da Pedreira Ica.

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3.2 CARACTERIZAÇÃO

3.2.1 Agregados

Agregados é a palavra utilizada genericamente para os materiais que são

essenciais, juntamente com um ou mais aglomerantes e a água, para a confecção de

argamassas e concretos.

O agregado é definido pela ABNT - NBR 9935/87, como:

“Material sem forma ou volume definido, geralmente inerte, de dimensões e

propriedades adequadas para produção de argamassa e concreto”, e complementando a NBR

7225/93 define-o como:

“Material natural de propriedades adequadas ou material obtido por

fragmentação artificial de pedra, de dimensão nominal máxima inferior a 100 mm e de

dimensão nominal mínima igual ou superior a 0,075 mm”.

Por muito tempo os agregados foram considerados apenas materiais de

enchimento para viabilizar economicamente os concretos e argamassas. Sabe-se que estes

apresentam aproximadamente 70% do volume total dos concretos e argamassas, e

desempenham papel fundamental aumentando a resistência, diminuindo a retração, resultando

concretos com maior estabilidade dimensional e melhor durabilidade.

Quanto maior a porcentagem de agregados utilizados em relação ao

aglomerante, maior ao ganho econômico na produção de concreto e argamassas. Sua

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qualidade também é de essencial importância, pois podem influenciar o desempenho do

concreto.

São classificados através de vários parâmetros como: origem, forma,

textura, massa específica, composição mineralógica, composição granulométrica e outros

fatores que podem influenciar seu desempenho onde será aplicado.

De acordo com Neville (1997), todas as partículas de agregados naturais

eram originalmente parte de um bloco maior, sendo que de alguma maneira, houve uma

fragmentação por processos naturais de intemperismo e abrasão ou mecânicos por britagem.

Assim, muitas propriedades do agregado, como composição química e mineralógica,

características petrográficas, densidade de massa, dureza, resistência, estabilidade química e

física, estrutura de poros e cor, dependem inteiramente da rocha-mãe. Por outro lado, algumas

propriedades não estão presentes na rocha-mãe: forma e tamanho de partículas, textura

superficial e adsorção. Todas podem ter considerável influência na qualidade do concreto,

tanto fresco como endurecido.

3.2.2 Origem dos agregados

Quanto à origem os agregados podem ser classificados como naturais ou

artificiais. Os naturais são aqueles encontrados na natureza de maneira granular, sem forma ou

volume definido, conforme a norma NBR 9935/87. Como exemplo pode-se destacar as areias

de leito de rio, areia de mina, pedregulhos ou seixos rolados. Os artificiais são materiais

resultantes de processo industrial, também para uso em argamassas e concretos.

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A norma NBR 9935/05 estabelece que os agregados obtidos através de

britagem também são considerados como naturais, já que o material não passa por nenhuma

etapa de industrialização e sim apenas uma operação de britagem, classificação e lavagem.

Cabe destacar que na antiga norma NBR 9935/87 os agregados britados eram considerados

como artificiais; esta classificação foi feita levando em consideração o modo de obtenção do

agregado e não o material da qual o agregado é constituído.

Ainda na NBR 9935/05, classifica-se como areia natural se resultante de

ação de agentes da natureza, areia artificial, quando proveniente de processos industriais, areia

reciclada quando proveniente de processos de reciclagem e de areia de britagem quando

provenientes do processo de cominuição mecânica de rocha.

3.2.3 Classificação Geral dos agregados

A classificação geral dos agregados compreende os graúdos e miúdos, sendo

que os graúdos são materiais com dimensões iguais ou superiores a 4,8mm enquanto os

miúdos são materiais com dimensões inferiores a 4,8mm e superiores a 0,15mm, geralmente

denominados como areias.

Alguns termos relativos a dimensões foram modificados segundo a norma

NBR 9935/05:

pedrisco: material resultante da britagem de rocha cujos grãos passam

pela peneira com abertura de malha de 12,5mm e ficam retidos na

peneira de malha de 4,75mm;

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agregado miúdo: agregado cujos grãos passam pela peneira com

abertura de malha de 4,75mm e ficam retidos na peneira com abertura

de malha de 0,15mm;

pó de pedra: material resultante da britagem de rocha que passa na

peneira de malha 6,3mm;

filler ou microfino: material granular que passa na peneira com

abertura de malha de 0,15mm;

material pulverulento: partículas com dimensão inferior a 0,075mm,

inclusive os material solúveis em água, presentes nos agregados.

3.2.4 Forma e Textura dos agregados

Os agregados podem ser classificados segundo a forma de seus grãos, como

arredondados, angulosos e irregulares. Genericamente classificam-se como arredondados os

seixos e areias de rio, angulosos as pedras britadas e irregulares os seixos de escavação.

Esta classificação segundo Neville (1997), depende da natureza do mineral

de origem, do tipo de britador e da relação de redução, isto é, da relação entre os tamanhos de

material que entra e do material que sai do britador. Uma classificação prática e abrangente de

arredondamento é da Norma Britânica BS 812: Parte 1:1975 com exemplos, como mostra o

Quadro 3 e também a classificação adotada nos EUA, conforme Quadro 4.

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Classificação Descrição Exemplos

Arredondado

Completamente erodido pela água ou pelo atrito Seixo de rio ou de

praia; areia de rio

Irregular Naturalmente irregular ou parcialmente

desgastado por atrito, com cantos arredondados Outros seixos; opalas

Lamelar Material em que a espessura é pequena em

relação às outras dimensões Rochas laminadas

Anguloso Possuem arestas bem definidas formadas pela

interseção de faces relativamente planas

Pedras britadas em

geral

Alongado Geralmente anguloso, em que o comprimento é

bem maior do que as outras dimensões

Discóide Comprimento muito maior do que a largura e

largura muito maior do que a espessura

Fonte: Neville (1997)

Quadro 3 – Classificação da forma das partículas – BS 812: Parte 1: 1975.

Classificação Descrição

Bem arredondado Nenhuma face permanece original

Arredondado Muito pouco das faces originais

Subarredondado Muito desgaste, faces originais com área reduzida

Subanguloso Pouco desgaste, faces originais inalteradas

Anguloso Pequena evidência de desgaste

Fonte: Neville (1997).

Quadro 4 – Classificação da forma das partículas – adotada pelo EUA.

Os grãos com uma grande relação entre a área superficial e o volume,

aumentam a demanda de água para uma dada trabalhabilidade do concreto.

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Um agregado miúdo de forma angular provoca mudanças nas propriedades

da mistura, sendo que essas partículas necessitam maior quantidade de água para uma mesma

trabalhabilidade.

“Se essas propriedades do agregado miúdo forem expressas indiretamente

pela sua acomodação, isto é, pela porcentagem de vazios na condição solta, a influência sobre

a demanda de água estaria definida”. (NEVILLE, 1997 pg.133).

Ainda não existe um método normalizado para medir a forma dos agregados

miúdos, podendo ser feita uma medição através de análise de forma por microscopia óptica.

Mendes (2004) utilizou uma câmera fotográfica acoplada ao microscópio e

exportou as imagens para o programa Auto-CAD e, partindo de amostras de material

pulverulento, analisou o índice de forma e a esfericidade do material.

Não é possível afirmar qual a influência da forma e textura do agregado na

resistência do concreto ou mistura utilizada, mas Neville (1997) sugere que uma textura

áspera aumenta as forças de aderência entre as partículas de agregados e a matriz do concreto

e uma área superficial maior pode provocar uma maior força de aderência. No Quadro 5 se

identifica a importância dessas propriedades sobre o concreto.

O formato das partículas é determinado pelo material que é constituída,

pelas máquinas que a particularizam e pelo fluxograma utilizado pela empresa, isto é,

seqüência de britamento e peneiramento.

De acordo com Bern (1997), da Divisão de Britagem e Peneiramento da

empresa Svedala Arbra, o bom formato das partículas é obtido com ajuda de britadores de

impacto e cones.

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Efeito relativo Propriedade do concreto Forma Textura superf. Mód. de elasticidade

Resistência à flexão 21 36 43

Resistência à Compressão 22 44 34

Fonte: Neville (1997) modificada

Quadro 5 – Importância relativa média das propriedades do agregado sobre a resistência do concreto.

De acordo com o campo de uso do agregado, cada indústria tem sua

preferência sobre o formato e textura superficial. Como exemplo, pode-se citar a indústria do

concreto onde o formato arredondado proporciona um fácil bombeamento, enquanto que para

a execução de estradas, onde a alta capacidade de carga é importante, a textura rugosa e

formatos angulares proporcionam um travamento desejável entre as britas.

Bern (1997), defende que o melhor formato para as partículas é o cúbico,

com uma relação entre os lados de 1:1:1, esta relação é a ideal, mas muito difícil de se

conseguir numa escala industrial. Também escolhe como definição de formato de produto a

relação entre o comprimento da partícula e sua espessura, esta relação não deve ser maior que

3:1. Quando à percentagem de partículas aprovadas é maior que 80% ou mais, o formato da

partícula é considerado muito bom, acima de 90% o formato é excelente.

As rochas frequentemente são constituídas por vários minerais que juntos,

formam um tipo de rocha. Os minerais são formados por cristais com uma dada estrutura e

resistência, os tamanhos desses cristais podem variar de acordo com cada rocha. Quando a

rocha é britada, geralmente quebra nas interfaces desses cristais minerais, nos pontos onde as

ligações são mais fracas.

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Uma rocha forte e homogênea forma camadas laminadas no desmonte com

explosivos como mostra a Figura 7. Este tipo de rocha, como é o caso dos basaltos, pode-se

tornar difícil de britar e resultar em um produto cúbico.

Fonte: Arquivo pessoal da autora

Figura 7 – Foto da formação rochosa da Pedreira ICA Ltda.

3.2.5 Granulometria dos agregados

Através da granulometria dos agregados pode-se classificá-los quanto à

dimensão dos grãos, através da série de peneiras normalizadas pela ABNT:

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Série normal: Série intermediária:

ABNT 76mm ABNT 64mm

ABNT 38mm ABNT 50mm

ABNT 19mm ABNT 32mm

ABNT 9,5mm ABNT 25mm

ABNT 4,8mm ABNT 12,5mm

ABNT 2,4mm ABNT 6,3mm

ABNT 1,2mm

ABNT 0,6mm

ABNT 0,3mm

ABNT 0,15mm

Denomina-se granulometria ótima à que, para uma mesma consistência e a

mesma relação água/cimento, corresponde a um consumo mínimo de cimento. Através da

composição granulométrica do agregado se pode definir a dimensão máxima e o módulo de

finura.

De acordo com a norma NBR 7211/05, deixam de existir as definições areia

grossa, média e fina e se classifica apenas como zona ótima – módulo de finura que varia

entre 2,20 a 2,90, e zona utilizável – módulo de finura que varia entre 1,55 a 2,20 (inferior) e

2,90 a 3,5 (superior).

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3.2.6 Massa específica aparente e massa específica dos agregados

Como o agregado geralmente contém poros, tanto permeáveis como

impermeáveis, existem na realidade vários tipos de massa específica.

A massa específica se refere ao volume de material sólido, excluídos os

vazios, e pode, portanto, ser definida como a relação entre a massa do sólido, e o volume

desse mesmo sólido. Se o volume total de sólido é considerado como incluindo os poros

impermeáveis, mas não capilares, a massa específica é denominada aparente. Portanto a

massa específica aparente é a relação entre a massa do agregado seco e o volume ocupado por

esse agregado incluindo os poros impermeáveis.

A massa específica aparente é utilizada para transformar quantidades em

massa para quantidades em volume e vice-versa e é o quociente entre a massa de material que

ocupa um recipiente pelo volume deste recipiente, isto é, a massa da unidade de volume,

incluindo neste os vazios, permeáveis ou impermeáveis contidos nos grãos, bem como os

vazios intergranulares.

Geralmente os agregados têm sua massa específica entre 2,6 g/cm3 e 2,7

g/cm3, e a relação entre a massa específica solta e a adensada geralmente está entre 0,87 a

0,96. No Quadro 6 verifica-se a massa específica de algumas rochas.

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Grupo Massa específica (g/cm3)

Basalto 2,80

Granito 2,69

Calcário 2,66

Fonte: Neville (1997), modificada.

Quadro 6 – Massa específica de diversos grupos de rochas.

3.2.7 Inchamento do agregado miúdo

A presença de umidade no agregado miúdo pode interferir na quantidade de

água a ser adicionada na mistura, por isso, esta é diminuída para a correção do traço. Outro

fator que está diretamente ligada à umidade do agregado é o inchamento.

O inchamento é o aumento de volume do agregado devido ao afastamento

entre os grãos causado pela água adsorvida superficialmente, que tende a separar as partículas.

O inchamento provoca um aumento de volume para uma mesma quantidade em massa, para

sua correção deve-se aumentar o volume aparente do agregado.

O aumento do volume acontece com teores de umidade de 5 a 8%, para

inchamentos de até 40%. A partir dessa umidade, a água se desloca para os vazios das

partículas e o volume da areia decresce até estabilizar, sendo que quando a areia está

completamente saturada, seu volume passa a ser aproximadamente igual ao da areia seca.

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3.2.8 Composição mineralógica

Através da composição mineralógica dos agregados se classifica a formação

rochosa, sendo três grupos principais: rochas ígneas, rochas sedimentares e rochas

metamórficas. Os agregados mais utilizados no Brasil e em outros países são de origem

granítica, basáltica ou calcária.

3.2.9 Resistência à compressão

A resistência à compressão é um dos índices através do qual se pode avaliar

a qualidade dos agregados.

Um valor médio para a resistência à compressão dos agregados seria na

ordem de 200 MPa, mas de acordo com Neville (1997), muitos agregados já seriam

excelentes com resistências até 80 MPa.

Pode-se notar que os valores de resistência dos agregados são muito maiores

do que a resistência à compressão dos concretos normais com eles produzidos, sendo que para

agregados de origem basáltica a ruptura acontece na interface do agregado com pasta. Existe

um ensaio para determinação da resistência à compressão de rochas com cilindros preparados,

mas esse ensaio, pode ter o resultado influenciado pelo plano de clivagem do mineral e da

estrutura da rocha e determina a resistência da rocha mãe, mas não propriamente a qualidade

dos agregados depois de britados e usados no concreto.

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3.3 FINOS DE BRITAGEM

Pó de pedra, areia industrial, areia artificial, finos de pedreira, finos de

britagem, pó talco, agregado miúdo de brita e até areia clonada, são nomes utilizados para

definir o material com dimensão inferior a 4,8mm, proveniente de mineradoras de pedra

britada.

Os finos de britagem causam alguns prejuízos quando utilizados em

argamassas e concretos, principalmente os ocasionados pela forma angulosa de seus grãos e a

quantidade excessiva de material pulverulento, que é geralmente superior aos limites da

norma NBR 7211/05.

Petrucci (1975) considera que os melhores finos de britagem são os que

provêm de granitos e rochas com grande proporção de sílica. Os materiais provenientes de

basalto apresentam em geral, muitos grãos laminares, em forma de placa ou agulha, que irão

produzir argamassas ásperas, geralmente as menos trabalháveis. O material pulverulento que

geralmente é trazido com os grãos provoca um consumo maior de água e diminui a aderência

à pasta de cimento.

O consumo de finos de britagem, principalmente os não lavados, está

aumentando gradativamente à medida que se comprova que a falta de contaminantes e a

existência de microfinos estão melhorando algumas propriedades importantes do concreto

como a resistência à compressão, a contração, a permeabilidade e a resistência à abrasão.

De acordo com Prudêncio et al. (1995) para uma composição

granulométrica ideal existem algumas características básicas para os finos de britagem:

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o agregado deve ter menos vazios para um consumo menor de pasta e

melhor trabalhabilidade;

a superfície específica não deve ser alta, para não consumir água em

excesso, aumentando o consumo de cimento;

o material pulverulento não deve ser excessivo;

os grãos devem ser mais cúbicos para uma maior trabalhabilidade;

os finos de britagem devem ser produzidos em escala industrial sem

custo de implantação.

Atualizações na NBR 7211 – Agregados para concreto – especificação

(2005), contemplam os finos de pedreira com alterações que beneficiam a sua utilização em

concretos e argamassas.

Na NBR 7211/05, ficou estabelecido que, para grãos gerados durante a

britagem da rocha, os valores para o material pulverulento, podem ter seus limites alterados

de 3% para 10% para concreto submetido a desgaste superficial e de 5% para 12% para

concreto protegido do desgaste superficial.

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4. SOLOS

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4.1 SOLO ARGILOSO - GENERALIDADES

Segundo Vargas (1977), todo solo tem sua origem da decomposição das

rochas pela ação das intempéries, sendo que o solo pode ser classificado como residual,

quando o solo permanece no próprio local da decomposição, de transportado, quando é

carregado por águas, ventos ou gravidade e porosos quando provenientes de uma evolução

pedogênica.

No caso do solo residual ser proveniente de uma rocha mãe de basalto, em

clima tropical de invernos secos e verões úmidos, segundo Vargas (1977), a decomposição se

dá pelo ataque químico das águas aciduladas aos plagioclásios e outros elementos

melanocráticos, dando como resultado as argilas. Nestes solos não temos a presença da areia,

pois no basalto não existe em sua composição o quartzo, mas aparecem grãos de óxido de

ferro, muitas vezes em formato de magnetita.

Para classificação dos solos devem-se estudar suas propriedades físicas

como sua granulometria, sua plasticidade e a atividade da fração fina dos solos.

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4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS

4.2.1 Granulometria, tamanho e forma dos grãos

Os grãos dos solos se tocam entre si, deixando espaços vazios que são

chamados de poros. Estes poros podem ser preenchidos por água ou ar. De acordo com

Vargas (1977), existem três fases constituintes dos solos: a sólida, a líquida e a gasosa,

conforme se verifica na Figura 8.

Fonte: Vargas (1977), p.12.

Figura 8 – Representação esquemática das três fases constituintes dos solos: sólida, líquida e gasosa nas areias e argilas.

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Os grãos que formam a fase sólida são medidos pela granulometria dos

solos e sua relação com a água e o ar da fase gasosa é chamada de estrutura do solo. Para esse

estudo é utilizado o método de peneiramento com as peneiras da série normal da ABNT e

para os solos mais finos aplica-se o método de sedimentação, utilizando um agente

antifloculante conforme NBR 7181/84.

Existem várias escalas granulométricas que estabelecem os diâmetros dos

grãos das diferentes frações de solos. No Quadro 7 é apresentado a escala internacional e a

escala brasileira adotada pela ABNT – NBR 6502/95.

Através de uma análise granulométrica onde são comparadas a curva

granulométrica do solo em estudo com uma escala granulométrica adotada, pode-se estudar a

granulometria de um solo verificando-se se este é um “solo bem graduado” onde, os grãos

menores preenchem os vazios dos grãos maiores, conseguindo-se com sua compactação uma

massa específica aparente maior e conseqüentemente uma elevada resistência.

Frações de solo Escala Internacional Escala Brasileira – NBR 6502/95

Pedregulho ø > 2mm ø > 4,8mm

Areia Grossa 2mm > ø > 0,2mm 4,8mm > ø > 2mm

Areia Média _ 2,0mm > ø > 0,42mm

Areia Fina 0,2mm > ø > 0,02mm 0,42mm > ø > 0,05mm

Silte 0,02mm > ø > 0,002mm 0,05mm > ø > 0,005mm

Argila ø < 0,002mm ø < 0,005mm

Fonte: Vargas (1977), modificada

Quadro 7 - Escalas granulométricas: internacional e brasileira – ABNT – 6502/95.

Segundo Vargas (1977), uma curva mais deslocada para a esquerda no

gráfico de granulometria, corresponderá a um solo mais fino, podendo-se comparar os

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diâmetros efetivos (øe), o diâmetro que corresponde ao ponto de 10%, a porcentagem dos

grãos de diâmetros inferiores a ele. Utiliza-se também outro índice o “grau de

desuniformidade” que indica a inclinação média das curvas, é a relação:

D = ø60 (1)

ø 10

Quanto maior é o grau desuniformidade, menos uniforme é o solo. Segundo

Caputo (1988), considera-se granulometria muito uniforme os solos com D ≤ 5, de

uniformidade média se 5 < D ≤ 15 e desuniforme, quando D ≥ 15.

Existem curvas especiais, segundo Vargas (1977), que se assemelham com

as curvas de Talbot que obedecem a seguinte proporção:

(% passando em qualquer peneira)2 = Abertura da peneira (2) 100 Tamanho do grão de maior diâmetro

Quando o solo não apresenta uma granulometria ótima é possível sua

correção através de uma composição artificial com outro material, a fim de obter uma mistura

final desejada. Segundo Vargas (1977), a dosagem das frações de pedregulho, areia, silte e

argila, poderão ser obtidas por um processo análogo, que se utiliza em qualquer

proporcionamento de material granuloso para se conseguir uma curva bem graduada e uma

plasticidade adequada a partir de suas respectivas curvas granulométricas.

Existe um processo para correção granulométrica citado por Caputo (1988),

chamado Processo Algébrico, onde, através das porcentagens de areia, silte e argila de cada

material a ser misturado, se estabelece uma proporção que permitirá dosar a mistura para que

esta contenha as porcentagens de materiais desejadas. Após obter as proporções que os

materiais devem apresentar na mistura, realiza-se uma mistura experimental e determina-se

sua granulometria, verificando se os valores encontrados são os mesmos que os calculados.

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Inglês e Metcalf (1972) demonstram outro processo para mistura de dois

solos, o Método Gráfico. Resume-se em escolher uma curva bem graduada de Talbot,

correspondente à menor abertura de peneira por que passa 100% do agregado grosso, como

demonstra a Figura 9. Traça-se esta curva de tal modo que se torne uma reta, traçam-se

também as curvas granulométricas dos outros dois materiais a serem misturados, substituindo-

as por retas. Ligam-se então os extremos opostos destas retas e os pontos onde elas

interceptam a reta correspondem à mistura estabilizada.

Fonte: Inglês e Metcalf (1972), p. 102

Figura 9 – Método gráfico para mistura de dois solos.

Em solos finos, além do tamanho de seus grãos, a forma dos grãos também

é muito importante, pois em solo arenoso os grãos são arredondados e angulosos, geralmente

de forma quase esférica. Já nas argilas, cuja estrutura cristalina é complexa, segundo Vargas

(1977), com forma lamelar, escamosa, filiforme, ou outras ainda mais estranhas.

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Como esses grãos são muito finos, com uma superfície específica muito

grande, os grãos estarão ligados entre si e a água por forças capilares, que lhe dará uma

resistência intrínseca, a qual é chamada de coesão. Os solos finos são chamados de coesivos, e

isto dependerá da umidade do solo.

4.2.2 Plasticidade e limites de Atterberg

Para solos finos, a granulometria não é suficiente para seu estudo, havendo

necessidade de se estudar sua plasticidade, isto é, sua capacidade de ser moldado sem

variação de seu volume, dependendo de sua umidade.

Conforme a água é acrescida ao solo, este passa de seu estado semi-sólido

para o estado plástico e, após, para seu estado líquido. Estes limites foram denominados por

Atterberg de limite de plasticidade (LP) e limite de liquidez (LL), conseguindo-se determinar

estes limites através dos ensaios normalizados da ABNT, NBR 7180/84 e NBR 6459/84.

O índice de plasticidade é a diferença entre os limites de liquidez e o limite

de plasticidade. Quanto maior é o índice de plasticidade, maior é a plasticidade do solo.

Segundo Vargas (1977), Casagrande idealizou um gráfico conforme a Figura 10, no qual se

define que, se o ponto do solo estudado cai acima da linha A, o solo é muito plástico e abaixo,

pouco plástico. A direita da linha B é um solo muito compressível e à esquerda pouco

compressível.

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Fonte: Vargas (1977), pág. 23.

Figura 10 – Gráfico de plasticidade de Casagrande.

Portanto a granulometria e os limites de liquidez e de plasticidade, são

propriedades que identificam o solo quanto ao seu comportamento como material de

construção.

4.2.3 Compactação dos solos

Compactação é o processo segundo o qual se oferece ao solo, não apenas a

densidade e resistência, como também sua estabilidade.

O ensaio de compactação é a correlação da massa específica aparente seca e

sua umidade, que se determina através do ensaio de Proctor normalizado pela ABNT segundo

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a NBR 7182/86. Neste ensaio, define-se através da curva de compactação, a massa específica

aparente seca máxima e a umidade ótima.

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5. SOLO-CIMENTO

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5.1 HISTÓRICO

Segundo Bauer (1994), uma das informações mais antigas sobre o uso de

solo estabilizado para construções data do século III, quando da construção da muralha da

China, onde foi usada uma mistura de argila e cal, na proporção de 3:7. Nesta época já se

usava esta técnica em fundações de outros tipos de obras. O cimento foi descoberto por volta

de 1800, só então o uso de aglomerante hidráulico aplicado no solo foi usado para tratamento

de leitos de estradas ao sul da Inglaterra.

Bauer (1994) destaca que só em 1929 o uso do solo-cimento foi

desenvolvido para diversas utilizações na construção civil como: pavimentações,

revestimentos de canais, contenções, tijolos, paredes monolíticas, estabilização de taludes e

outros, tudo devido à descoberta de Proctor a respeito da relação umidade/massa específica

aparente na compactação de solos, que permitia o início do desenvolvimento do solo-cimento

para diversos tipos de construções. O autor afirma que em 1944 a American Society for

Testing and Materials (ASTM), normalizou os ensaios, seguidos por outras entidades, tais

como a American Association of State Highway Officials (AASHO) e a Portland Cement

Association (PCA).

De acordo com Bauer (1994), no Brasil, em 1945, foi construída a primeira

obra em solo-cimento que se tem notícia, ou seja, uma casa de bombas para abastecimento das

obras do aeroporto de Santarém, no estado do Pará, com 42 m2. O mais importante é que as

primeiras construções realizadas com solo-cimento foram inspecionadas até 26 anos após sua

construção e não foi realizado qualquer tipo de reparo, estando em perfeito estado de

conservação.

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A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), foi quem mais

valorizou o uso do solo-cimento no Brasil, regulamentando, pesquisando sua aplicação e

divulgando resultados favoráveis para o seu uso como material de construção.

5.2 GENERALIDADES

De acordo com Inglês e Metcalf (1972), a estabilização química é o

acréscimo de agentes estabilizantes que alteram as características físicas e químicas do solo.

Estas adições podem ser a cal, o cimento, o asfalto ou outros produtos químicos que farão

com que o solo se torne estabilizado, isto é, com resistência permanente.

Kézdi (1979) destaca o uso do cimento Portland pelo seu menor custo e por

resultados muito favoráveis em relação às características finais conseguidas com a mistura.

Como as preocupações básicas sobre o solo estabilizado se resumem em resistência e

durabilidade, este estabilizador químico é de fácil obtenção no mercado e, como destaca

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CEPED), (1984), é um material cujas propriedades

na estabilização consagraram seu uso a quase quarenta anos, na construção de estradas, cuja

alternativa é coerente pela simplicidade e eficiência.

Segundo Bauer (1994), vários fatores influenciam as características do

produto final e entre eles pode-se citar: dosagem de cimento, natureza do solo, teor de

umidade e compactação ou prensagem.

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De acordo com Nóbrega, et al. (2003), os solos de textura argilosa de

origem basáltica, geralmente são considerados problemáticos para a engenharia, em particular

a engenharia rodoviária. São materiais que apresentam problemas de expansão/contração com

a variação de umidade, alta plasticidade e baixa capacidade de suporte.

Para que seja possível utilizá-los é necessário promover a sua estabilização

melhorando suas propriedades como estabilidade volumétrica, resistência e durabilidade.

De acordo com Bauer (1994), o processo de estabilização ocorre pela

hidratação do cimento, havendo uma mudança da carga elétrica no meio argiloso através da

troca de cátions. Verifica-se uma atração entre as partículas maiores, determinando desta

forma, a perda de plasticidade da mistura. O produto final se caracteriza pela formação de

cadeias hexagonais que isolam, em seu interior, partículas que não chegam a ser aglutinadas,

impedindo sua dilatação pela impermeabilidade.

Segundo Moura (1987), no concreto as partículas de cimento é que

envolvem os grãos de agregado e os ligam fortemente entre si, enquanto que no solo-cimento

as partículas finas do solo é que envolvem as de cimento, dando origem a ligações mais fracas

e consequentemente a resistências inferiores.

De acordo com a ABCP (1986), os limites recomendados para resistência à

compressão de amostras saturadas são 2,1 a 5,6 MPa. Estes valores são aplicados para obras

de pavimentação.

No manual do CEPED (1984), seguindo as próprias recomendações da

ABCP, encontra-se um valor limite de 1 MPa para o uso do solo-cimento em paredes

monolíticas, já que as cargas de compressão na base de uma parede em uma casa térrea

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raramente excede a 1,0 kg/cm2 referindo-se apenas ao peso do telhado e o peso próprio da

parede.

Pode-se destacar a utilização do solo-cimento como substituto do concreto

que é utilizado em estacas manuais para fundações das casas de interesse social. A resistência

obtida pelas estacas de concreto excede o que é necessário, observa-se então, um desperdício

de material e recursos financeiros.

Segundo a ABCP (1986), a redução dos custos na construção de habitações

populares, com o uso do solo-cimento em fundações, blocos ou paredes monolíticas pode

atingir até 40%.

Mas mesmo no caso de construções de casas de solo-cimento, alguns fatores

devem ser levados em consideração, como destaca Bauer (1994):

às vezes as características do material excedem as necessidades reais;

os custos podem chegar a serem maiores que o poder aquisitivo da

população;

as técnicas de dosagem devem ser o mais simples possível e as

considerações devem ser feitas para cada local na obra.

De acordo com Bauer (1994), a utilização do solo-cimento tem inúmeras

vantagens e algumas desvantagens.

Como vantagens, de modo geral, podem-se citar:

quando utilizadas em blocos oferece boa durabilidade e boa

resistência ao desgaste, o que permite seu uso sem revestimento,

considerando-se sua aparência;

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pequena variação de volume, pela variação da umidade, e boa

resistência às intempéries;

é um material incombustível e oferece bom isolamento térmico;

tem-se uma economia de combustível em sua utilização pois não é

necessário transporte nem cozimento do material;

há aproveitamento da matéria-prima da região;

tem baixo custo e não necessita processo industrial.

São desvantagens:

existe uma grande variedade de tipos de solos, isto significa que há

necessidade de ensaios de caracterização, havendo casos em que o

uso do solo-cimento se torna anti-econômico;

quando a argila apresenta torrões, é necessária mão-de-obra adicional

para o destorroamento;

quando utilizados em blocos sua massa é maior que o de tijolos

cerâmicos.

Dentre as qualidades do solo-cimento, pode-se destacar a facilidade do

processo construtivo, muitas vezes incorporando-se o próprio solo do terreno da construção e

principalmente podendo ser utilizado pelo processo de mutirão, reduzindo o custo final da

obra, proporcionando o acesso de muitas famílias a moraria própria.

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5.3 PROPRIEDADES

Segundo CEPED (1984), as reações que ocorrem com as mudanças de

propriedades dos solos por adição de cimento, não são bem conhecidas. Sabe-se que em solos

mais arenosos a ação cimentante é a mesma que se processa nos concretos, desenvolvendo

vínculos de coesão nos pontos de contato entre grãos. Nos solos argilosos, além dessas

reações normais de endurecimento, existem reações entre as superfícies dos grãos de argila e a

cal liberada na hidratação do cimento.

Deste modo, fica evidente que os principais fatores que irão intervir nas

características finais do solo-cimento serão, logicamente, o teor de cimento, a natureza

mineralógica do solo e a compacidade da mistura.

Moura (1987) descreveu a interação entre o cimento e os solos finos, como

as partículas de cimento são maiores que as da argila, um esqueleto de argila-cimento e uma

matriz de argila são provavelmente formados. Cada unidade de esqueleto contém um núcleo

constituído de gel de cimento hidratado, envolvido por camadas formadas de partículas

argilosas modificadas pelos processos secundários. Quanto mais distante estiver uma partícula

de argila do grão de cimento, menos será influenciada pelos produtos de hidratação do

cimento. Se a quantidade de cimento for adequada, a distância entre os grãos de cimento será

menor, o que formará fortes ligações entre os núcleos, constituindo um esqueleto estrutural,

sendo que mesmo assim no meio desse esqueleto permanecerão partículas de argila pouco ou

não modificadas.

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Segundo Sherwood (1993), a adição do cimento ao solo provoca uma troca

iônica que reflete uma ação imediata, que promove, após alguns minutos de contato,

mudanças nas propriedades físicas do solo.

De acordo com Guimarães (2002), o solo influi com seus constituintes

principais: argilas e quartzo; enquanto o meio ambiente exerce influência com os fatores:

temperatura, água e ar (anidrido carbônico); e o cimento com o valor de seus teores de cálcio

e magnésio. Esta interdependência se traduz em reações químicas, físicas e fisico-químicas.

A durabilidade do solo-cimento depende das variações de volume que o

material vai sofrer tendo em vista as variações de umidade que ocorrem durante sua vida útil.

Segundo Moura (1987), para garantir sua durabilidade é necessária uma quantidade de

cimento suficiente para que, por um lado reduza as forças introduzidas no esqueleto pela

variação de volume, e por outro confira ao esqueleto a resistência necessária para que não

rompa quando houver variação de volume.

De acordo com CEPED (1984) em estradas os esforços são de natureza mais

dinâmica e as condições de abrasão mais severas. Já em paredes as exigências referem-se à

homogeneização do material a ser aplicado, resistência a esforços estáticos de compressão,

maior durabilidade, impermeabilidade e baixa condutibilidade térmica, isto é, para cada

aplicação do solo-cimento existem condições de solicitações diferenciadas e critérios de

dosagem que estão mais próximos das condições de uso pretendidas.

Todos os tipos de solos resultam numa melhoria de suas propriedades

mecânicas com a adição de cimento, quando devidamente misturados e compactados, porém

determinados tipos de solos, não são adequados por razões de trabalhabilidade e de consumo

de cimento.

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A trabalhabilidade dos solos refere-se à facilidade de destorramento e de

mistura do solo com aditivo. CEPED (1984) diz que os limites de consistência (LL e LP) são

as variáveis que mais expressam as condições de trabalhabilidade. Maiores valores destes

limites significam maiores dificuldades no destorramento, mistura e também na secagem,

quando necessária. Existe certo consenso em fixar o máximo limite de liquidez entre 45% a

50% o que coincide com critérios usados para estradas.

Carvalho e Hallack (1991) destacam que, para garantir a qualidade do solo-

cimento é necessária uma pulverização adequada, permitindo uma mistura fácil, uniforme e

homogênea do solo com o cimento. Os solos arenosos muitas vezes, não necessitam de

destorroamento, mas os solos argilosos exigem este trabalho anterior, muitas vezes

encarecendo o serviço, o destorroamento recomendado é de no mínimo 80%.

Quanto a granulometria segundo CEPED (1984), os solos mais adequados

são os arenosos. O consumo de cimento, na obtenção do solo-cimento, depende

fundamentalmente do diâmetro dos grãos e da sua uniformidade. O acréscimo de teores de

silte e argila, ou a ocorrência de granulometria uniforme acarretam um aumento nos teores de

cimento.

A existência de grãos maiores, areia grossa e pedregulhos favorecem a

ligação com o cimento, sendo que os grãos menores atuam como enchimento.

Os solos devem ter um teor mínimo da fração fina, segundo CEPED (1984),

pois a resistência inicial do solo-cimento compactado ocorre devido à coesão da fração fina

compactada, uma vez que ainda não se processaram as reações de endurecimento do cimento.

A experiência tem demonstrado que, na prática, quando os solos têm um teor de silte+argila

inferior a 20%, não se consegue uma resistência inicial adequada para a compactação

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imediata sobre o último trecho construído, também a fração retida na peneira 4,8mm, não

deve ser superior a 45%, pois a fração fina não conseguiria preencher os vazios do mesmo.

A Highway Research Board (HRB), apud ABCP (1986) recomenda a

utilização de solos com as seguintes características:

dimensão máximo de 76mm;

50% ou mais passando na peneira no 4 (4,8mm);

50% ou menos passando na peneira no 200 (0,075mm);

limite de liquidez menor ou igual a 40%;

limite de plasticidade menor ou igual a 18%.

Para o CEPED (1984), os melhores solos para estabilização com cimento

devem ter a seguinte distribuição:

teor de areia: 45 a 90%;

teor de silte mais argila: 10 a 55%;

teor de argila menor que 20%;

limite de liquidez menor que 45%.

O solo-cimento se classifica em compactado e plástico. O solo-cimento

compactado é aquele em que só é adicionada água suficiente para hidratação do cimento, até

que atinja a umidade ótima, e depois é compactado. O solo-cimento plástico é aquele em que

a água é adicionada até que atinja uma consistência como argamassa, seu limite de liquidez, e

não é compactado.

De acordo com Carvalho e Hallack (1991), a resistência à compressão

simples do produto acabado é apenas um indicador da qualidade do solo-cimento e não sua

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característica principal, sendo influenciada pela eficiência da compactação, tipo e duração da

cura, além de outros fatores.

Quanto à resistência mecânica do solo-cimento, comenta Pitta (1990), ela é

importante apenas para mantê-lo coeso ao longo do tempo. Os altos valores de resistência

mecânica, no caso de uso em pavimentos, podem causar a sua ruína, forçam a ocorrência de

trincas muito grandes, comprometendo a transmissão de esforços e prejudicando a capacidade

estrutural do pavimento, além de fazerem com que a camada trabalhe com as variações de

temperatura e de umidade, movimentando-se horizontalmente e transmitindo as trincas para o

revestimento asfáltico.

Se a base estiver bem microfissurada e trabalhando monoliticamente, ela

garante a sua resistência às cargas de tráfego.

5.4 METODOLOGIA PARA DOSAGEM DE SOLO-CIMENTO

A ABNT em 1990, aprovou a NBR 1336 – Solo-cimento – Dosagem para

emprego como camada de pavimento. Teve como origem as normas usadas pela ABCP, que

por sua vez baseou-se nas normas da PCA, tendo modificações obtidas de uma experiência de

quase 50 anos no uso de solo-cimento no Brasil.

A NBR 1336/90 aplica-se apenas a solo-cimento utilizado em

pavimentação. É seu objetivo determinar o teor de cimento que estabilize o solo para

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pavimentação, mas o solo-cimento está sendo utilizado também em edificações, sob a forma

de tijolos, paredes monolíticas, barragens de terra e outras aplicações.

A ABCP (1986) utiliza dois tipos de dosagem do solo-cimento: a norma

geral de 1935, aplicável a qualquer tipo de material, levando em conta, principalmente, a parte

fina do solo, e a norma simplificada de dosagem de 1952, aplicável apenas a solos granulares

(com 50% de material retido na peneira 0,075mm e 20% de argila, no máximo), considerando

principalmente a ação cimentante das partículas maiores.

A norma geral de dosagem mede o grau de estabilização do solo, através do

ensaio de durabilidade, que com diferentes quantidades de cimento se determina a perda de

massa do material dosado. Este ensaio é utilizado através de molhagem e secagem dos corpos

de prova. O ensaio de durabilidade consiste em eliminar, por escovamento, os anéis que não

resistem aos esforços de expansões (resultando em esforços de tração na cadeia hexagonal) e

retrações (correspondentes a esforços de compressão).

Conforme a ABCP (1986), a norma geral de dosagem se aplica a qualquer

tipo de solo, solos arenosos, siltosos e argilosos, dos tipos A1 a A7, conforme a norma ASTM

D 3282/99 – Classification of soils and soils aggregate mixtures for highway constrution

purposes, como demonstra o Quadro 8.

A norma simplificada de dosagem faz uma comparação entre a durabilidade

e a resistência à compressão aos sete dias. A ABCP (1986) determinou que os valores limites

encontrados para resistência à compressão, de amostras saturadas, são de 2,1 a 5,6 MPa, aos 7

dias de idade. Esta normalização se aplica as pavimentações, pois as resistências mecânicas e

resistências ao desgaste são mais exigidas.

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Classificação Geral Materiais granulares Materiais siltoso e argilosos (máximo de 35% passante na No. 200) (mais de 35% passante na No. 200) Grupo A-1 A-2 A1-a A1-b

A-3 A-2-4 A2-5 A2-6 A2-7

A-4 A-5 A-6 A-76

Que passa No. 10 50 máx.

Que passa No. 40 30 máx.

50 máx.

51 min.

Que passa No. 200 15 máx.

25 máx.

10 máx.

35 máx.

35 máx.

35 máx.

35 máx.

36 min.

36 min.

36 min.

36 min.

LL (%) 40 máx.

41 máx.

40 máx.

41 min

40 máx.

41 min.

40 máx.

41 min.

IP (%) 6 máx

6 máx.

NP 10 máx.

10 máx.

11 min.

11 min.

10 máx.

10 máx.

11 min.

11 min.

ÍG 0 0 0 0 0 4 máx 4 máx 8 máx. 12 máx.

16 máx.

20 máx.

Materiais Pedra britada Areia Areia e areia siltosa ou argilosa Solos siltosos Solos argilosos Predominantes Pedregulho e

areia fina

Comportamento Excelente a bom Fraco a pobre como subleito

Fonte: ASTM (1999), modificada.

Quadro 8 – Classificação dos solos pela AASTHO e adotada pela HRB.

O uso da norma simplificada é indicado apenas para solos arenosos, ou seja,

solos que contenham, no máximo, 50% de partículas com diâmetro equivalente inferior a

0,05mm (silte + argila) e, no máximo, 20% de partículas com diâmetro equivalente inferior a

0,005mm (argila).

O ensaio de compactação deve ser realizado de acordo com a NBR

12023/92 – Solo-cimento – ensaio de compactação.

O teor mínimo de cimento recomendado também pela norma NBR

12023/92 é de 5% em massa, mas para solos do tipo A1 e A2, pode-se chegar até 3,5%.

O CEPED (1984) na Bahia é a entidade brasileira que mais se dedicou ao

solo-cimento através de muitas pesquisas voltadas à execução de paredes monolíticas e

introduziu algumas modificações nas normas da ABCP, como: indicou 10% para a perda

máxima admissível em ensaio de durabilidade do solo-cimento, no final do 12º Ciclo, mais

severo que o critério da ABCP.

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Segundo a ABCP (1984), foram formulados alguns critérios para aplicação

do solo-cimento em paredes monolíticas, como:

perda de massa no estado seco ao fim do 6º. ciclo no ensaio de

durabilidade inferior a:

• 14% para os solos arenosos;

• 10% para os solos siltosos;

• 7% para os solos argilosos;

variação máxima de volume em qualquer fase dos ensaios, até o 6º.

Ciclo, inferior a 1% do volume inicial;

teor de umidade nunca superior ao teor de saturação do corpo de

prova;

resistência à compressão crescente com a idade, devendo apresentar a

28 dias um valor mínimo de 1,0 Mpa, após uma hora de imersão em

água.

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6. PESQUISAS COM SOLO-CIMENTO

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6.1 NO BRASIL

De acordo com Villibor et al. (1991), o Departamento de Estradas de

Rodagem de São Paulo (DER-SP), começou a utilizar bases em solo-cimento em 1956, sendo

que em 1991 já tinha ultrapassado 8.000 km em pistas simples com 7m de largura.

Outras cidades, como Presidente Prudente, Assis e Bauru, também

utilizaram à experiência do DER-SP para realizar suas bases de pavimentação e, segundo

Villibor et al. (1991), o desempenho foi considerado satisfatório.

Villibor et al. (1991) analisaram ainda as bases realizadas em 1981 em vias

urbanas de tráfego leve e médio, onde se incorporou na mistura de solo-cimento, 20% em

massa de finos de britagem. Apesar de inúmeros resultados variáveis, como teor de cimento e

resistências, não se notou ruptura da base ou do subleito, concluindo que este tipo de base é

viável para a pavimentação urbana. Os autores também sugerem outros estudos, já que

consideraram as variações resultadas de uma execução inadequada.

O ganho de resistência com o passar do tempo nas misturas de solo-cimento

vêm se confirmando a cada dia através de inspeções feitas em obras realizadas com solo-

cimento. A ABCP (1984) realizou acompanhamento do desempenho de edificações em solo-

cimento até 26 anos após a construção, sendo que os mesmos apresentaram excelente estado

de conservação.

De acordo com YU et al. apud Pedroso (1999), existe um ganho

considerável de resistência com o passar do tempo nas misturas de solo-cimento, pois ensaios

realizados no Japão nas idades de 90, 180 e 360 dias, mostraram que as resistências cresceram

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1,6; 2,0 e 2,7 vezes, respectivamente, em relação à resistência aos 28 dias, existindo uma

tendência de continuidade no crescimento desta, mesmo após um ano, sendo que o módulo de

elasticidade cresce com o passar do tempo quase simultaneamente com a resistência.

6.2 EM LONDRINA E REGIÃO

Pedroso (1999) trabalhou com o solo de Londrina e conseguiu a

estabilização do mesmo com 18% de cimento em massa, mas verificou uma redução das

resistências no decorrer da idade ao ensaiar corpos de prova de solo-cimento com traços feitos

com 9%, 12%, 15%, 18% e 21% de cimento em relação à massa de solo, como mostra a

Tabela 1.

Tabela 1 – Resistência à compressão, em MPa, do solo-cimento.

Idade (dias) Teor de cimento

% 3

7

28

56

9 0,75 0,84 0,79 0,71

12 1,18 1,83 1,79 0,87

15 1,60 2,48 3,35 3,00

18 1,66 3,47 4,33 3,67

21 2,13 3,70 6,19 5,44

Fonte: Pedroso (1999)

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As resistências à compressão dos corpos de prova retirados do solo-cimento

utilizado nas estacas ensaiadas, usando o traço de 18% de cimento, também apresentaram

redução em sua resistência a partir de 28 dias, como mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Resistência à compressão simples, em MPa, do solo-cimento – estacas ensaiadas.

Idade (dias) Estacas 3 7 28 56 Estaca 1 2,36 2,84 2,60 1,95

Estaca 2 1,06 1,66 2,01 1,66

Estaca 3 1,09 1,80 2,31 1,95

Fonte: Pedroso (1999)

Analisando o desenvolvimento da resistência dos corpos de prova rompidos,

Pedroso (1999) sugeriu que o decréscimo das resistências pode ter ocorrido durante o

processo de cura ou ser uma característica inerente ao solo-cimento dosado com o solo

argiloso. Pode ser também uma deficiência na dosagem, pois a pesquisa foi realizada com

solo-cimento plástico, isto é, o excesso de água pode provocar uma evaporação excessiva e

fez com que apareçam muitos vazios no material, diminuindo sua massa específica e

enfraquecendo o mesmo.

Pedroso (1999) realizou caracterização em amostras de solos considerados

típicos na região de Londrina, cujos resultados são encontrados na Tabela 3.

Miguel e Belincanta (2004) também estudaram o solo, coletado no CEEG, e

as amostras submetidas a ensaios geotécnicos, apresentaram os resultados constantes no

Tabela 4.

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Tabela 3 – Caracterização do solo de Londrina.

Massa específica (g/cm3) 3,00

Limite de liquidez (%) 60

Limite de plasticidade (%) 40

Índice de plasticidade (%) 20

Porcentagem de argila (%) 89

Porcentagem de silte (%) 7

Porcentagem de areia (%) 4

Fonte: Pedroso (1999)

Tabela 4 – Valores médios de parâmetros geotécnicos do solo da primeira camada do CEEG.

Massa espec. aparente (g/cm3) 1,40

Massa específica (g/cm3) 3,00

Teor de umidade (%) 33

Limite de liquidez (%) 61

Limite de plasticidade (%) 45

Porosidade (%) 60

Porcentagem de argila (%) 81

Porcentagem de silte (%) 12

Porcentagem de areia (%) 7

Fonte: Miguel e Belicanta (2004)

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6.3 SOLO-CIMENTO COM INCORPORAÇÃO DE AGREGADOS

DE BRITAGEM

Pissato (2001) realizou uma pesquisa sobre a utilização de agregados de

britagem em solo-cimento ensacado. O solo foi classificado como um solo tipo A6, segundo a

classificação da HRB - ASTM (1999), portanto não indicado para estabilização com cimento.

Pissato (2001) tentou melhorar as características texturais do solo através de uma correção

granulométrica com a adição dos finos de britagem.

Com base nessa hipótese, foram ensaiadas misturas com proporções de

50%, 60% e 70% de finos de britagem e teor de cimento variando de 5%, 8%, 10% e 12%,

obtendo-se os resultados apresentados na Figura 11.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

A (50% de finos) B (60% de finos) C (70% de finos)

Resi

stên

cia

à C

ompr

essã

o (M

Pa)

5%8%10%12%

Fonte: Pissato (2001) modificado

Figura 11 – Resistências à compressão simples aos 7 dias, em relação à proporção de finos e ao teor de cimento, em massa (%).

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88

Observando-se o gráfico percebe-se que, quanto maior a quantidade de finos

de britagem na mistura, maior a resistência à compressão, portanto menor a quantidade de

cimento, em massa, necessária para sua estabilização.

Pissato (2001) observou também que as amostras apresentaram poucas

variações de suas características granulométricas e físicas, sendo todas classificadas como

solo tipo A4 conforme a ASTM (1999), modificando apenas o índice de grupo, sendo que

para esta classe são indicados teores de cimento da ordem de 10%. Observa-se, contudo, que a

influência da adição de agregados proporcionou um ganho de resistência, pois se conseguiu a

estabilização com teores de cimento no mínimo 50% menores.

No presente trabalho, adicionando-se agregados de origem basáltica ao solo

argiloso, espera-se que ocorra um acréscimo de resistência à compressão, um acréscimo de

resistência ao longo do tempo no solo-cimento, bem como diminua o consumo de cimento

para sua estabilização, levando a uma diminuição do custo de produção.

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7. MATERIAIS E MÉTODOS

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7.1. COMPONENTES DO SOLO-CIMENTO

7.1.1 Cimento

De acordo com Carbonari et al. (2004), no Brasil dentre os vários tipos de

cimento produzidos, os mais empregados na construção civil são CP V-ARI (alta resistência

inicial) e o CP II-F-32, Z ou E (composto). No presente trabalho foi utilizado o CP II-F-32.

7.1.2 Água

A água deve ser isenta de matérias estranhas prejudiciais como matéria

orgânica, excessos de sulfatos dentre outras.

Consideramos as águas potáveis como satisfatórias para a utilização em

solo-cimento, respeitando sempre um ph entre 5,8 e 8,0 e também os limites máximos quando

ensaiada conforme os métodos descritos na NBR 6118/03:

matéria orgânica (expressa em oxigênio consumido) – 3ml/l;

resíduo sólido – 5000mg/l;

sulfatos (expressos em íons SO4) – 300mg/l;

cloretos (expresso em íons Cl) – 500mg/l;

açúcar – 5mg/l.

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7.2 MÉTODO PARA CARACTERIZAÇÃO DOS FINOS DE

BRITAGEM E PÓ DE PEDRA

Inicialmente foram coletadas duas amostras de aproximadamente 160kg

cada, de acordo com a NBR 7216/87, diretamente das descargas das bicas na Pedreira ICA: a

amostra de No 1 (A1) – material com dimensões inferiores a 4,8mm, e amostra No 2 (A2) –

material com dimensões inferiores a 6,3mm. As amostras foram transportadas para o

laboratório de materiais de construção da UEL onde foram submetidas a vários ensaios para

sua caracterização.

A escolha destas amostras justifica-se pelo procedimento dado a estes

materiais na pedreira estudada. O material da amostra A2 é transportado para uma central

separada, peneirado, dando origem ao material da amostra A1. Este processo aumenta o custo

de produção e consequentemente seu custo final.

Após a amostra ser homogeneizada, foi separado em porções através de um

quarteador para os ensaios de caracterização, de acordo com a NBR 9941/87. Realizaram-se

então os seguintes ensaios:

massa específica aparente (ABNT – NBR 7251/82);

massa específica – (ABNT – NBR 9776/87, NBR 6508/84);

granulometria (ABNT – NBR 7217/87);

material pulverulento (ABNT – NBR 7219/87);

inchamento (ABNT – NBR 6467/87).

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Os ensaios de massa específica foram realizados pelos métodos de Chapman

e picnômetro. Foram realizados ensaios de granulometria por peneiramento e por

sedimentação, sendo que neste último foi utilizado como defloculante uma solução de

hexametafosfato de sódio.

7.3 MÉTODO PARA CARACTERIZAÇÃO DO SOLO

A amostra de solo foi extraída do CEEG, através de uma estaca manual de

diâmetro de 15cm com 3 metros de profundidade. A cada metro de escavação foram

recolhidas amostras para determinação da umidade, de acordo com a NBR 6457/86.

Foi descartada a camada superficial de 20 cm por conter muito material

orgânico, pois como se sabe a matéria orgânica presente no solo provoca uma inibição das

reações de hidratação do cimento provocando uma queda da resistência à compressão.

Em seguida, a amostra, de acordo com a NBR 6457/86, foi destorroada e

passada pela peneira 4,8mm, não ficando material retido nesta peneira. Após este

procedimento, a amostra foi homogeneizada, quarteada e separada em sacos plásticos para

que não houvesse perda da umidade natural. Nesta etapa, retiraram-se três amostras para

determinação da umidade.

A amostra não apresentou dificuldade no destorroamento, não necessitando

de equipamentos mais específicos como moinhos de rolo, ou outros, utilizados para este fim.

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Foram determinadas as seguintes propriedades:

limite de liquidez (ABNT – NBR 6459/84);

limite de plasticidade (ABNT – NBR 7180/84);

massa específica (ABNT – NBR 6508/84);

compactação (ABNT – NBR 7182/86);

análise granulométrica (ABNT – NBR 7181/84).

Com os dados da caracterização do solo calculou-se o índice de grupo (IG),

um número adicional que é sempre representado entre parênteses após o símbolo do grupo,

utilizando-se a fórmula do sistema de classificação H.R.B. dada por Caputo (1988):

IG = 0,2 * (P-35) + 0,005 * (P-35) * (LL - 40) + 0,01 * (P - 15) * (IP - 10) (3)

P = porcentagem que passa na peneira 0,075mm

LL = limite de liquidez

IP = índice de plasticidade

Quando o número obtido na equação for negativo, considera-se como zero

(0) o índice de grupo.

7.4 – MÉTODO PARA DOSAGEM DO SOLO-CIMENTO

A partir dos resultados da caracterização do solo e o índice de grupo, pode-

se classificar o solo segundo a classificação da HRB – ASTM (1999).

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De acordo com a ABCP (1986), a melhor maneira de fixar os teores de

cimento para os ensaios é a comparação do solo em estudo com outros já ensaiados, levando-

se em consideração a granulometria, os índices de consistência, a origem geológica, a

coloração, a região de onde provém e a profundidade da amostra.

Através do Quadro 9, fixou-se o teor de cimento, em massa, e se realizou o

ensaio de compactação de solo-cimento, segundo a norma NBR 12023/92, obtendo-se a

massa específica aparente seca máxima e a umidade ótima.

Classificação do solo segundo a AASHTO

Teor de cimento em massa (%)

A1-a 5

A1-b 6

A2 7

A3 9

A4 10

A5 10

A6 12

A7 13

Fonte: ABCP (1986).

Quadro 9 – Teor de cimento para o ensaio de compactação.

Utilizando estes resultados, foi fixado o teor de cimento em massa,

conforme o Quadro 10, para realizar o ensaio de durabilidade, que foi executado com três

teores de cimento, 2 pontos percentuais acima e 2 pontos percentuais abaixo do valor

encontrado.

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Massa específica aparente seca máxima (g/cm3)

1,44 1,52 1,60 1,68 1,76 A a a a a

Índice de grupo do solo

Silte (%)

1,51 1,59 1,67 1,76 1,84 0-19 15 14 13 12 11

12 – 15 20-39 16 15 13 12 11 40-59 17 16 14 12 12

60 ou mais 18 16 14 13 12 0-19 17 16 14 13 12

16 – 20 20-39 18 17 15 14 13 40-59 19 18 15 14 14

60 a mais 20 19 16 15 14 Fonte: ABCP (1986), modificada.

Quadro 10 – Teor de cimento médio requerido por solos siltosos e argilosos.

Foram moldados, de acordo com o procedimento descrito pela NBR

12024/92, corpos de prova cilíndricos de 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura, com a umidade

ótima, dois corpos de prova com cada teor determinado, 15%, 17% e 19% de cimento, em

massa.

Os corpos de prova permaneceram durante 7 dias em cura e após este

período, 2 corpos de prova de cada teor de cimento foram colocados em imersão durante 5

horas. A seguir foram colocados numa estufa à temperatura de 71oC ± 2oC, onde

permaneceram durante 72 horas. Após este período foram escovados, sempre se pesando

antes e após a escovação, numa repetição de 12 ciclos. Após estes 12 ciclos, os corpos de

prova foram colocados em estufa à temperatura de 105 oC e 110oC até a constância de massa e

foi determinada sua massa seca. Com estes dados foi possível calcular a perda de massa dos

corpos de prova.

A escova utilizada foi de fios de arame chato de 30 mm de comprimento,

reunidos em 48 grupos de 10 fios cada e montados em quatro filas longitudinais e doze

transversais, num bloco de madeira dura de 200 mm x 40 mm.

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O ensaio de durabilidade visa verificar a interferência da variação das

condições climáticas e a ação das cargas ao longo do tempo sobre o solo-cimento, o que faria

o material perder sua estabilidade, de acordo com a ABCP (1986). Apenas um corpo de prova

deveria ser ensaiado, porém como não existem dados de referência do nosso solo regional,

decidiu-se ensaiar dois corpos de prova e determinar a média de perda de massa corrida.

De acordo com ABCP (1986) existe um critério em adotar como teor de

cimento, em massa, para a estabilização do solo-cimento, o menor dos teores com os quais os

corpos de prova foram ensaiados, e que tenham a perda de massa não superior aos limites do

Quadro 11. Este critério foi baseado em inúmeros resultados de laboratório, no

comportamento de vários trabalhos executados e uso das informações obtidas.

Tipos de Solo Perda de massa corrida (%)

A1, A2-4, A2-5 e A3 14%

A2-6, A2-7, A4 e A5 10%

A6 e A7 7%

Fonte: ABCP (1986), modificada.

Quadro 11 – Limites para perda de massa corrida.

7.5 – MÉTODO PARA ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À

COMPRESSÃO

Para a realização do ensaio à compressão simples para a verificação da

evolução da resistência no decorrer da idade, foram moldados três corpos de prova para cada

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teor, 11%, 13%, 15%, 17% e 19% de cimento, em massa, de acordo com a NBR 12024/92,

para serem rompidos com 7, 28, 56 e 90 dias.

Os corpos de prova foram deixados em câmara úmida até o dia da ruptura.

No dia do ensaio, os corpos de prova foram retirados da câmera úmida e imersos

completamente em água. Após quatro horas de imersão, foram removidos da água e

enxugados superficialmente e submetidos à determinação da resistência através do ensaio de

compressão simples, de acordo com a NBR 12025/92.

Para o rompimento dos corpos de prova foram utilizadas duas bases de

neoprene não realizando o capeamento para regularização das superfícies.

7.6 – MÉTODO PARA MISTURA DAS AMOSTRAS A1 E A2 E

SOLO

Para definir as proporções adequadas para as amostras A1 e A2 e o solo

utilizou-se o processo algébrico de acordo com a seguinte expressão:

Pm = aPs + bPf (4)

Onde Pm seria a percentagem de material que passa em cada fração da

mistura, Ps corresponde à percentagem do solo que passam naquela malha e Pf a percentagem

de solo que passa naquela malha, e “a” e “b” corresponde às parcelas em percentagem de solo

e as amostras A1 e A2. Através destas relações, consegue-se definir os valores teóricos das

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percentagens que passam na respectiva malha, verificando as restrições estabelecidas pela

normalização brasileira.

Realizaram-se os ensaios de granulometria para as várias proporções de

misturas encontrando-se uma curva que seria a mais próxima da ideal e comparando-a, com as

curvas limites de um solo apropriado para uso em solo-cimento segundo ABCP (1986).

A partir da definição da curva ideal para a mistura das amostras A1 e A2 e

solo, foram realizados os ensaios de caracterização destes novos materiais, mistura da amostra

A1 e solo (MA1) e mistura da amostra A2 e solo (MA2).

De acordo com os resultados da caracterização e ensaio de compactação,

foram moldados novos corpos de prova com essas misturas, variando dois pontos percentuais

acima e dois pontos percentuais abaixo dos teores de cimento encontrados, e rompendo os

corpos de prova com 7 e 28 dias.

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99

8. RESULTADOS DOS ENSAIOS DO LABORATÓRIO

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100

8.1 ENSAIOS COM FINOS DE BRITAGEM E PÓ DE PEDRA

Os resultados dos ensaios de caracterização das amostras A1 e A2 estão

apresentados nas Tabelas 5, 6, 7 e 8 e nas Figuras 12 e 13.

Tabela 5 – Resultados dos ensaios da caracterização das amostras A1 e A2.

Caracterização Amostra A1

Amostra A2

Massa específica aparente (g/cm3) 1,83 1,81

Massa específica (g/cm3) – (Chapman) 2,97 2,97

Massa específica (g/cm3) – (Picnômetro) 2,98 2,93

Material pulverulento (%) 19,19 14,41

Coeficiente de inchamento médio 1,35 1,25

Teor de umidade crítica (%) 4,40 3,70

Módulo de finura 4,27 4,90

Dimensão máxima (mm) 4,80 6,30

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101

Tabela 6 – Análise granulométrica obtida por peneiramento das amostras A1 e A2.

Abertura da peneira (mm)

Amostra A1 % < ø

Amostra A2 % < ø

6,30 100,00 100,00

4,80 97,64 51,08

2,40 58,84 30,08

2,00 52,16 26,48

1,20 40,48 20,31

0,60 30,65 14,65

0,42 25,21 12,94

0,30 22,87 11,76

0,15 18,53 9,49

0,075 17,00 8,76

Tabela 7 – Análise granulométrica obtida por sedimentação das amostras A1 e A2.

Amostra A1 Amostra A2

Diâmetro do grão (ø) (mm) % < ø

Diâmetro do grão (ø) (mm) % < ø

0,0677 17,11 0,0721 8,74

0,0479 15,91 0,0513 8,13

0,0339 12,89 0,0367 6,92

0,0239 11,09 0,0262 5,70

0,0169 9,28 0,0186 5,10

0,0124 8,07 0,0137 4,49

0,0087 7,47 0,0097 3,88

0,0062 6,87 0,0069 3,28

0,0044 6,27 0,0049 3,28

0,0030 6,27 0,0034 3,28

0,0022 5,30 0,0025 2,61

0,0013 4,88 0,0015 2,79

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102

Tabela 8 – Composição das amostras A1 e A2.

Fração Amostra A1

(%) Amostra A2

(%) Ø < 0,005mm 6 3

0,05> Ø > 0,005mm 10 5

0,42 > Ø > 0,05mm 11 5

2,0mm > Ø>0,42mm 26 13

4,8mm > Ø >2,0mm 45 25

Ø >4,8mm 2 49

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

0,001 0,01 0,1 1 10

Diâmetro dos grãos (mm)

Por

cent

agem

que

pas

sa (%

)

Figura 12 – Curva granulométrica da amostra A1.

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103

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

0,001 0,01 0,1 1 10

Diâmetro dos Grãos (mm)

Porc

enta

gem

que

pas

sa (%

)

Figura 13 – Curva granulométrica da amostra A2.

8.2 – ENSAIOS COM O SOLO NATURAL E SOLO-CIMENTO

Os resultados da determinação da umidade a cada metro de escavação para

retirada da amostra de solo são verificados na Tabela 9.

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104

Tabela 9 – Teor de umidade conforme a profundidade da amostra coletada no CEEG.

Umidade (%)

Profundidade Furo 1 Furo 2 Furo 3

1m 33 40 37

2m 31 40 41

3m 30 34 34

Para a caracterização do solo, foi determinado o limite de liquidez, o limite

de plasticidade, calculando-se o índice de plasticidade e a massa específica dos sólidos. Com

o ensaio de compactação encontrou-se a massa específica aparente seca máxima e sua

umidade ótima. Também foi realizada a análise granulométrica por sedimentação. Os

resultados foram obtidos através das médias dos ensaios realizados, e apresentados nos Tabela

10, 11, 12 e 13 e Figuras 14 e 15.

Tabela 10 – Resultados dos ensaios de caracterização do solo do CEEG.

Caracterização Solo

Limite de liquidez (%) 62

Limite de plasticidade (%) 51

Índice de plasticidade (%) 11

Massa específica (g/cm3) 2,99

Teor de umidade ótima (%) 32

Massa específica apar. seca máx. (g/cm3) 1,45

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105

Tabela 11 – Análise granulométrica realizada por peneiramento – solo do CEEG.

Abertura da peneira

(mm) % < ø

2,00 100,00

1,20 99,81

0,60 99,56

0,42 99,37

0,30 99,03

0,15 97,33

0,075 93,00

Tabela 12 – Análise granulométrica realizada por sedimentação – solo do CEEG.

Diâmetro do grão (ø) (mm)

% < ø

0,0715 90,78

0,0509 89,46

0,0361 88,14

0,0248 86,82

0,0176 84,19

0,0128 80,23

0,0091 77,88

0,0065 75,24

0,0046 73,05

0,0032 69,91

0,0022 67,22

0,0013 62,89

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106

Tabela 13 – Composição granulométrica – solo do CEEG

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

0,001 0,010 0,100 1,000

Diâmetro dos grãos (mm)

Por

cent

agem

que

pas

sa

Figura 14 – Curva granulométrica da amostra de solo do CEEG.

Fração (%)

Argila 74

Silte 16

Areia fina 9

Areia média 1

Areia grossa 0

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107

1,25

1,30

1,35

1,40

1,45

25 30 35 40

Teor de Umidade

Mas

sa E

spec

ífica

sec

a (g

/cm

3)

Figura 15 – Determinação da massa específica aparente seca máxima e umidade ótima do solo – CEEG.

Com base na caracterização do solo e o cálculo do índice de grupo (IG),

pode-se classificá-lo como um solo tipo A7(19), segundo a classificação da HRB – ASTM

(1999).

Para um solo A7(19), a ABCP (1986) sugere um teor de cimento, em massa,

de 13%. Com este teor indicado realizou-se o ensaio de compactação do solo-cimento, cujos

resultados foram: massa específica seca máxima de 1,50 g/cm3 e uma umidade ótima de 30%,

como podem ser verificadas na Figura 16.

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108

1,40

1,42

1,44

1,46

1,48

1,50

1,52

1,54

25 26 27 28 29 30 31 32 33

Teor de Umidade (%)

Mas

sa E

spec

ífica

sec

a (g

/cm

3)

Figura 16 – Determinação da massa específica aparente seca máxima e umidade ótima do

solo-cimento.

A partir destes resultados, juntamente com a tabela da ABCP (1986) para

ensaio de durabilidade, fixou-se o teor de cimento, em massa, de 17%. Como é recomendada

a realização dos ensaios com teores dois pontos percentuais acima e dois pontos percentuais

abaixo do teor encontrado, moldaram-se corpos de prova com 15%, 17% e 19% de cimento,

em massa.

O solo ensaiado é um A7(19), a perda de massa máxima admissível é de 7%.

Analisando os resultados notou-se que todos os teores estudados satisfizeram esta condição,

sendo que o teor de cimento, em massa, de 15% apresentou uma perda de massa corrida de

5,39%, abaixo do limite permitido.

Colocando os dados em gráfico, como mostra a Figura 17, e utilizando-se de

uma linha de tendência notou-se que certamente um teor de cimento em massa menor poderia

satisfazer com relativa segurança o valor de perda de massa máxima admissível. Segundo a

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109

ABCP (1986), é admissível a interpolação dos resultados para determinar o menor teor de

cimento que satisfaça o resultado, mas a extrapolação não é permitida. Desta forma foram

ensaiados novos corpos de prova com teores de cimento em massa de 11% e 13%.

Os resultados do ensaio de durabilidade encontram-se na Tabela 14 e Figura

18.

y = -24,25x + 8,9225R20,8767 =

4

4,5

5

5,5

6

6,5

7

11% 13% 15% 17% 19% 21%

Teores de cim ento em m assa

Perd

a de

mas

sa c

orrid

a

Figura 17 – Ensaio de durabilidade – perda de massa corrida.

Tabela 14 – Resultados do ensaio de durabilidade.

Teor de cimento 11% 13% 15% 17% 19%

Corpo de prova no. 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2

Massa seca final, Ps (g) 1343,0 1273,7 1469,5 1258,0 1474,6 1380,2 1453,5 1438,5 1457,0 1428,1

Água retida no CP, A (%) 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5

Massa seca corrida, Pf (g) 1297,6 1230,6 1419,8 1215,5 1424,7 1333,5 1404,3 1389,9 1407,7 1379,8

Perda de mas. corr. ( %) 5,28 8,56 2,07 8,97 4,33 6,45 4,42 4,76 4,29 4,54

Perda média mas.corr. (%) 6,92 5,52 5,39 4,59 4,42

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110

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

11% 13% 15% 17% 19%

Teores de cimento em m assa

Perd

a de

mas

sa c

orrid

a

Figura 18 – Resultados das perdas de massa corrida do ensaio de durabilidade.

Na Figura 19 podem ser visualizados os corpos de prova depois de concluído o

ensaio de durabilidade.

Figura 19 – Corpos de prova após o ensaio de durabilidade.

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111

8.3 – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES DO SOLO-

CIMENTO

Nas Tabelas 15, 16, 17 e 18 estão apresentados os valores de resistência à

compressão simples dos corpos de prova produzidos com os vários teores de cimento

ensaiados, 11%, 13%, 15%, 17% e 19% e rompidos nas idades de 7, 28, 56 e 90 dias. Na

Figura 20, o resumo destas resistências, obtendo-se assim uma melhor visualização do

comportamento do solo-cimento em relação à variação no teor de cimento e o

desenvolvimento da resistência no decorrer do tempo.

Tabela 15 – Resistência à compressão simples – solo-cimento – 7 dias.

Idade Teor de cim. Corpo Resistência Resistência (dias) (em massa) de prova Individual média

(%) No Mpa MPa CP1 1,32 11 CP2 1,50 1,52 CP3 1,75 CP1 2,37 13 CP2 2,12 2,21 CP3 2,12 CP1 2,44 7 15 CP2 2,62 2,14 CP3 1,37 CP1 2,47 17 CP2 2,62 2,58 CP3 2,65 CP1 2,82 19 CP2 2,87 2,77 CP3 2,62

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112

Tabela 16 – Resistência à compressão simples – solo-cimento – 28 dias.

Idade Teor de cim. Corpo Resistência Resistência (dias) (em massa) de prova individual média

(%) No MPa MPa CP1 1,56 11 CP2 1,87 1,60 CP3 1,37 CP1 2,55 13 CP2 2,05 2,20 CP3 2,00 CP1 2,40

28 15 CP2 2,15 2,02 CP3 1,50 CP1 2,70 17 CP2 3,00 2,66 CP3 2,30 CP1 3,05 19 CP2 3,00 2,75 CP3 2,20

Tabela 17 – Resistência à compressão simples – solo-cimento – 56 dias.

Idade Teor de cim. Corpo Resistência Resistência (dias) (em massa) de Prova individual média

(%) No MPa MPa CP1 3,25 11 CP2 1,50 2,00 CP3 1,25 CP1 2,00 13 CP2 1,75 1,74 CP3 1,47 CP1 2,17

56 15 CP2 1,52 1,76 CP3 1,57 CP1 2,30 17 CP2 1,85 2,05 CP3 2,00 CP1 2,10 19 CP2 1,75 1,94 CP3 1,97

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113

Tabela 18 – Resistência à compressão simples – solo-cimento – 90 dias.

Idade Teor de cim. Corpo Resistência Resistência (dias) (em massa) de Prova individual média

(%) No MPa MPa P2 1,85 11 P3 2,00 1,82 P5 1,60 P2 2,27 13 P3 2,52 2,35 P5 2,25 P1 3,12

90 15 P2 2,50 2,75 P3 2,62 P1 2,87 17 P2 3,35 2,99 P3 2,75 P1 5,00 19 P2 3,00 3,66 P3 3,00

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

11 13 15 17 19Teor de cimento (%)

Res

istê

ncia

s à

com

pres

são

sim

ples

(MPa

)

7 dias28 dias56 dias90 dias

Figura 20 – Resumo do comportamento do solo-cimento com a variação no teor de cimento e o desenvolvimento da resistência com a idade.

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114

8.4 – MISTURAS DE AGREGADOS E SOLO

Para definição das proporções da mistura entre os agregados e o solo, foi

utilizado o processo algébrico, obtendo-se os valores teóricos das porcentagens passantes na

respectiva malha de referência.

Nas Tabelas 19 e 20, são apresentados os resultados das análises

granulométricas das misturas com as amostras A1 e A2 e solo, pelo processo teórico e pelo

ensaio de granulometria, comparativamente aos padrões admitidos pela HRB, nas proporções

de 50%, 60% e 70% de agregado para cada amostra.

Nas Tabelas 21 e 22 e nas Figuras 21 e 22, são apresentados os resultados

dos ensaios de granulometria por peneiramento e sedimentação, confirmando os valores

encontrados teoricamente.

Tabela 19 – Análise granulométrica das misturas realizadas com a amostra A1 e solo.

Amostra A1 50% de finos 60% de finos 70% de finos Diâm. Norma Solo Finos Processo Ensaio Processo Ensaio Processo Ensaio mm % % % algébrico granul. algébrico granul. algébrico granul.< 4,8 > 50 100,00 97,64 98,82 99,57 98,58 99,47 98,35 99,00

< 0,42 15 a 100 99,21 25,21 62,21 60,64 54,81 59,73 47,41 44,01

< 0,075 < 50 93,00 18,00 55,50 56,80 48,00 51,22 40,50 38,00

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115

Tabela 20 - Análise granulométrica das misturas realizadas com a amostra A2 e solo.

Amostra A2 50% de finos 60% de finos 70% de finos Diâm. Norma Solo Finos Processo Ensaio Processo Ensaio Processo Ensaiomm % % % algébrico granul. algébrico granul. algébrico granul.<4,8 > 50 100,00 51,08 75,54 82,64 70,65 83,13 65,76 70,00

< 0,42 15 a 100 99,21 12,94 56,08 58,96 47,45 54,53 38,82 39,84

< 0,075 < 50 93,00 8,75 50,88 52,00 42,45 49,00 34,03 36,00

Tabela 21 – Análise granulométrica das misturas obtida por peneiramento.

Abertura Porcentagem passante

peneira da ABNT Amostra A1 Amostra A2 (mm) 50% 60% 70% 50% 60% 70%

6,3 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 93,67% 100,00%

4,8 99,57% 99,47% 99,00% 82,64% 83,13% 70,00%

2,4 78,43% 79,33% 68,45% 72,21% 69,80% 53,25%

2,0 74,36% 76,21% 62,80% 69,36% 66,17% 50,55%

1,2 68,03% 68,95% 53,56% 64,93% 61,61% 45,49%

0,600 62,34% 62,05% 46,26% 60,36% 56,43% 41,07%

0,420 60,64% 59,73% 44,01% 58,96% 54,53% 39,84%

0,300 59,36% 58,11% 42,60% 57,77% 53,11% 38,81%

0,150 56,59% 54,42% 39,98% 55,26% 49,91% 36,71%

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116

Tabela 22 – Análise granulométrica das misturas obtida por sedimentação.

Amostra A1 Amostra A2

50% 60% 70% 50% 60% 70%

Diâm. Diâm. Diâm. Diâm. Diâm. Diâm. do grão % do grão % do grão % do grão % do grão % do grão %

Mm mm mm mm Mm mm 0,0760 56,79 0,0560 47,69 0,0674 26,66 0,0797 51,92 0,0586 47,74 0,0620 35,87

0,0540 53,42 0,0399 46,68 0,0483 25,08 0,0567 50,75 0,0417 46,71 0,0442 35,08

0,0386 51,73 0,0284 45,66 0,0347 23,11 0,0405 49,59 0,0300 44,63 0,0318 33,51

0,0276 47,80 0,0203 44,55 0,0250 21,14 0,0290 47,26 0,0216 42,55 0,0227 32,72

0,0196 45,55 0,0146 42,62 0,0181 17,98 0,0206 43,76 0,0155 40,47 0,0162 31,93

0,0144 44,42 0,0108 40,59 0,0133 17,19 0,0151 42,01 0,0114 39,43 0,0119 30,75

0,0102 43,30 0,0077 39,07 0,0094 16,80 0,0107 40,26 0,0081 38,39 0,0085 29,57

0,0073 41,50 0,0055 37,55 0,0067 15,62 0,0076 39,10 0,0058 37,35 0,0061 28,00

0,0051 40,26 0,0039 36,03 0,0048 14,90 0,0054 38,22 0,0041 36,31 0,0043 26,62

0,0036 38,12 0,0028 32,27 0,0035 12,15 0,0038 36,01 0,0028 37,03 0,0031 25,12

0,0026 34,02 0,0020 29,92 0,0025 9,66 0,0027 32,35 0,0020 33,8 0,0023 22,65

0,0015 28,29 0,0013 15,52 0,0014 7,41 0,0016 28,85 0,0013 25,41 0,0013 19,89

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

0,001 0,01 0,1 1 10

Diâmetro dos grãos (mm)

Porc

enta

gem

que

pas

s (%

)

50% de finos 60% de finos 70% de finos Curva ideal - ABCP

Figura 21 – Distribuição granulométrica das misturas da amostra A1 e solo.

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117

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

0,001 0,01 0,1 1 10

Diâmetro dos grãos (mm)

Porc

enta

gem

que

pas

sa (%

)

50% de finos 60% de finos 70% de finos Curva ideal - ABCP

Figura 22 – Distribuição granulométrica das misturas da amostra A2 e solo.

Com base nas análises granulométricas, foi escolhida a mistura de solo com

o teor de 60% de agregados. Foram compostas as misturas MA1 e MA2, utilizando os

agregados A1 e A2, respectivamente, sendo estas misturas mais próximas da distribuição

limite do solo indicado ao uso de solo-cimento, comparativamente aos padrões admitidos pela

HRB.

Na Tabela 23 tem-se a composição granulométrica das misturas MA1 e

MA2.

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118

Tabela 23 – Composição granulométrica – misturas MA1 e MA2.

Os principais parâmetros físicos das amostras escolhidas são apresentados

na Tabela 24.

Tabela 24 – Principais características físicas das misturas MA1 e MA2.

Características físicas Mistura MA1 Mistura MA2

Limite de liquidez (%) 38 39

Limite de plasticidade (%) 34 35

Índice de plasticidade 4 4

A partir dos valores de LL , IP e o cálculo do índice de grupo (IG), pode-se

classificar as misturas, como solos do tipo A4(1) para a mistura MA1 e solo tipo A4 (1) para a

mistura MA2, segundo a classificação da HRB (ASTM,1999).

Para um solo A4(1) e A4(1), a ABCP (1986) sugere um teor de cimento em

massa de 10%. Realizaram-se então, os ensaios de compactação do solo-cimento, com as

misturas, cujos resultados estão na Tabela 25 e Figuras 23 e 24.

Fração Mistura MA1 (%) Mistura MA2 (%)

Argila 38 37

Silte 10 10

Areia fina 12 8

Areia média 17 11

Areia grossa 23 18

Pedregulho _ 16

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119

Tabela 25 - Resultados dos ensaios de compactação.

Características físicas Mistura MA1 Mistura MA2

Teor de umidade ótima (%) 16 16

Massa específica apar.seca máx.(g/cm3) 1,86 1,95

1,79

1,80

1,81

1,82

1,83

1,84

1,85

1,86

1,87

12 13 14 15 16 17 18 19

Um idade (%)

Mas

sa a

pare

nte

seca

(g/c

m3)

Figura 23 – Determinação da massa específica aparente máxima e da umidade ótima –

Mistura MA1.

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120

1,78

1,8

1,82

1,84

1,86

1,88

1,9

1,92

10 12 14 16 18 20 22

Um idade (%)

Mas

sa e

spec

ífica

apa

rent

e se

ca

Figura 24 – Determinação da massa específica aparente seca máxima e umidade ótima –

mistura MA2.

8.5 - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES DAS

MISTURAS MA1 e MA2.

Os corpos de prova para os ensaios de compressão simples foram moldados

conforme a NBR 12024/92, em cilindro de Proctor com a umidade ótima determinada nos

ensaios de compactação.

Conforme a norma de dosagem da ABNT (1986), o teor de cimento em

massa indicado é de 7%, conforme o Quadro 12. Para uma melhor visualização do

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121

comportamento das misturas em relação à variação no teor de cimento, as amostras foram

ensaiadas com os teores de 5%, 7% e 9% de cimento, em massa.

Massa específica aparente seca máxima (g/cm3)

1,60 1,68 1,76 1,84 1,92 a a a a ou

Índice de grupo do solo

Silte (%)

1,67 1,75 1,83 1,91 mais 0-19 10 8 8 7 7

0 – 3 20-39 10 9 8 8 7 40-59 11 9 9 8 8

60 ou mais - - - - - Quadro 12 – Teor de cimento médio requerido por solos siltosos e argilosos.

Foram moldados três corpos de prova para cada uma das misturas, para

serem rompidos aos 7 e 28 dias, utilizando-se as percentagens de cimento anteriormente

definidas ( 5%, 7% e 9%).

Os corpos de prova foram rompidos conforme a NBR 12025/92, e os

resultados se encontram nas Tabelas 26 e 27.

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122

Tabela 26 – Resistência à compressão simples da mistura MA1 aos 7 e 28 dias.

Idade Teor de cim. Corpo Resistência Resistência (dias) (em massa) de prova individual média

(%) No MPa MPa CP1 1,50 5 CP2 1,75 1,60 CP3 1,55

CP1 2,35 7 7 CP2 1,97 1,96 CP3 1,55

CP1 3,25 9 CP2 3,05 3,11 CP3 3,05

CP4 1,85 5 CP5 1,97 1,87 CP6 1,80

CP4 2,47 28 7 CP5 2,10 2,19 CP6 2,00

CP4 3,10 9 CP5 3,60 3,68 CP6 4,35

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123

Tabela 27 – Resistência à compressão simples da mistura MA2 aos 7 e 28 dias.

Idade Teor de cim. Corpo Resistência Resistência (dias) (em massa) de prova individual média

(%) No MPa MPa CP1 1,50 5 CP2 1,35 1,47 CP3 1,55

CP1 2,25 7 7 CP2 2,20 2,23 CP3 2,25

CP1 2,75 9 CP2 2,50 2,61 CP3 2,60

CP4 1,50 5 CP5 1,55 1,62 CP6 1,80

CP4 2,35 28 7 CP5 2,50 2,36 CP6 2,25

CP4 2,75 9 CP5 2,85 2,88 CP6 3,05

Nas Figuras 25 e 26, são mostrados alguns corpos de prova e o

desenvolvimento de suas feições de ruptura.

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124

Figura 25 – Feições de ruptura dos corpos de prova rompidos à compressão simples.

Figura 26 – Feições de ruptura dos corpos de prova rompidos à compressão simples.

Nas Figuras 27 e 28 verifica-se o resumo das resistências à compressão, em

cada mistura e seu desenvolvimento no decorrer da idade, com os teores de cimento

utilizados.

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125

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

5 7 9Teores de cimento, em massa (%)

Res

istê

ncia

s à

com

pres

são

sim

ples

(M

Pa) 7 dias

28 dias

Figura 27 – Resistências à compressão simples da mistura MA1.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

5 7 9

Teores de cimento em massa (%)

Resi

stên

cias

à c

ompr

essã

o si

mpl

es

(MP

a) 7 dias28 dias

Figura 28 – Resistências à compressão simples da mistura MA2.

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126

9. ANÁLISE DOS RESULTADOS

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127

9.1 FINOS DE BRITAGEM E PÓ DE PEDRA

As Figuras 29 e 30, apresentam as amostra A1 e A2

Figura 29 – Amostra No 1 de finos de britagem – Pedreira Ica.

Figura 30 – Amostra No 2 de pó de pedra – Pedreira Ica.

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128

Os materiais utilizados são agregados naturais de origem basáltica com

textura áspera, o que contribui para o aumento da aderência entre as partículas e a matriz

cimentícia utilizada.

De acordo com a classificação da BS 812: Parte 1 (1975), as amostras A1 e

A2 apresentam forma angulosa, com arestas bem definidas, formadas por faces relativamente

planas.

Nos ensaios de massa específica aparente, os valores obtidos para cada uma

das amostras foram bem próximos, 1,83 g/cm3 da amostra A1 e 1,81 g/cm3 da amostra A2.

Nos ensaios de massa específica pelo método do frasco de Chapman, o valor

obtido foi de 2,97 g/cm3 para as duas amostras, A1 e A2. Confirmaram-se esses valores

através do ensaio de massa específica pelo picnômetro, onde os valores foram de 2,98 g/cm3

para a amostra A1 e 2,93 g/cm3 para amostra A2.

No ensaio para determinação do teor de material pulverulento, observaram-

se valores altos, 19,19% na amostra No 1 e 14,41% na amostra No 2, valores superiores aos

limites permitidos pela norma NBR 7211/05, 10% (para concreto submetido a desgaste

superficial), e 12% (para concreto protegido do desgaste superficial), sendo necessário para

sua utilização o peneiramento ou a lavagem do material.

Verificou-se que no caso da amostra A1, pelo fato de passar por um

peneiramento para retirada da fração graúda, a mesma apresentou uma maior percentagem de

material pulverulento em relação à massa total ensaiada.

Ao se realizar o ensaio de inchamento com os agregados utilizados,

observou-se que, com umidades de 7%, 9% e 12%, ocorreu uma aglomeração do material,

que após a secagem das amostras em estufa para a determinação da umidade, demonstrou se

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129

estabelecer uma ligação entre as partículas formando torrões de difícil destorroamento

manual. Supõe-se que a fração mais fina do material, favoreceu a aglomeração da amostra na

forma de torrões, verificando-se uma maior coesão entre os grãos. Pode-se comparar este

fenômeno ao que Vargas (1977) descreve ocorrer com solos argilosos, onde a coesão seria

uma resistência ao cisalhamento, quando, sobre o solo, não atuar pressão externa alguma. Esta

resistência pode ter origem no efeito da existência de um aglomerante natural constituído por

grãos extremamente finos, unindo os grãos do solo entre si.

Os óxidos de ferro hidratados exercem ação de cimento nos solos residuais

de basalto quando submetidos a ciclos periódicos de molhagem e secagem.

Pelo ensaio de granulometria, a amostra A1 classifica-se como finos de

britagem, material com dimensões inferiores a 4,8mm, e a amostra A2 como pó de pedra,

material resultante de britagem de rocha com dimensões inferiores a 6,3mm.

O módulo de finura da amostra A1 é 4,27 e da amostra A2 é 4,90. De

acordo com NBR 7211/05, as amostras se encontram fora da zona ótima e utilizável, estando

acima do limite superior da zona utilizável, onde estariam os agregados com uma

granulometria mais grosseira.

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130

9.2 SOLO NATURAL

O solo utilizado é do tipo latossolo vermelho com textura argilosa.

Com relação aos valores médios de umidade natural deste solo, indicados na

Tabela 9, ocorreram valores abaixo do valor do limite de plasticidade.

A massa específica dos sólidos, apresentada na Tabela 10, é relativamente

alta, de 2,99 g/cm3. Teixeira et al. (2003), observaram valores de 3,06 g/cm3, concluindo ser

função da presença do agente cimentante, óxido de ferro, resultante dos processos de

intemperismo sobre a rocha basáltica.

Na curva granulométrica obtida, não foi possível identificar os valores de

D10 e D60, pois a percentagem de argila está em torno de 75% e com isso não se conseguiu

calcular o coeficiente de não uniformidade.

Observou-se através dos valores médios encontrados nos ensaios de

granulometria, que existe uma grande porcentagem de argila, em torno de 74%, 16% de silte,

9% areia fina e 1% de areia média. Neste caso, os ensaios foram realizados com o uso de

defloculante, enquadrando este solo como argila siltosa.

Teixeira et al. (2003) realizaram ensaios, com e sem o uso de defloculante,

em amostras do CEEG, sendo que os resultados encontrados nos ensaios sem defloculante

foram de 60% de silte e 25% de argila, demonstrando diferenças significativas para os dois

tipos de procedimentos utilizados para o ensaio de granulometria, uma vez que o solo

ensaiado sem o uso de defloculante teria sua classificação como silte argiloso.

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131

Observa-se que o solo, em seu estado natural, se comporta de maneira

diferente, tendo suas partículas agregadas como um silte. Se forem realizados os cálculos para

o teor de cimento em massa para os ensaios de durabilidade com os valores encontrados por

Teixeira et al. (2003) de 60% de silte e 25% de argila, sem o uso de defloculante, serão

encontrados valores diferentes de teores de cimento em massa para os ensaios de compactação

e durabilidade.

Como esses valores de teores de cimento são apenas indicações para a

realização dos ensaios de durabilidade, e sabendo-se que a perda de massa corrida dos corpos

de prova é que irá estabelecer o teor mínimo de cimento para que o solo se estabilize, pode-se

observar através dos ensaios já realizados que não haverá alteração nos resultados obtidos por

causa da mudança de classificação do solo.

Os ensaios de limite de liquidez e limite de plasticidade foram de difícil

execução, em função do tipo de solo, necessitando várias repetições para se alcançar um

resultado confiável.

9.3 SOLO-CIMENTO

Observaram-se algumas mudanças nas propriedades físicas do solo ao se

adicionar o cimento, sendo uma delas a alteração da granulometria, com a presença de

partículas maiores, deslocando a curva granulométrica para a direita. Segundo Guimarães

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132

(2002) isto também acontece quando se adiciona cal ao solo, pela floculação ou agregação das

partículas originais.

Realizaram-se ensaios de compactação do solo natural sem o

reaproveitamento de material, e do solo-cimento com reaproveitamento, o que pode ter

causado uma quebra nas partículas do solo cada vez que ele era destorroado, causando uma

alteração no resultado.

Em relação à compactação, para uma mesma energia houve uma diminuição

da umidade ótima, que para o solo natural foi de 32% e para o solo-cimento 30%, ocorrendo

um aumento na massa específica aparente seca máxima que, para o solo natural foi 1,43 kg/m3

e para o solo-cimento 1,50 kg/m3, indicando que houve uma redução dos valores de expansão

e contração, isto é, menor variação volumétrica.

Através dos ensaios de durabilidade, considerando a média dos resultados

de perda de massa corrida entre os dois corpos de prova ensaiados, a estabilização do solo-

cimento ocorreria com 11% de cimento, em massa. Analisando os resultados individuais,

observou-se que com esses teores os resultados se afastaram mais de 10 pontos percentuais da

média, bem como os resultados para esses teores de cimento, através do ensaio de compressão

simples, não foram favoráveis.

De acordo com esta análise, o solo-cimento utilizando o solo argiloso da

região de Londrina, classificado como A7(19), pela HRB – ASTM (1999) pode ser estabilizado

com um teor de cimento, em massa, de 15%, valor que satisfaz tanto o ensaio de durabilidade,

quanto o ensaio de resistência à compressão.

Na moldagem dos corpos de prova para o ensaio de resistência à

compressão, verificou-se uma redução da massa específica aparente com o decorrer do tempo

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133

na moldagem, como mostra o Apêndice A. A temperatura no laboratório encontrava-se em

torno de 18o a 20oC, sendo tomado o cuidado de cobrir a amostra com um plástico durante a

moldagem, não havendo perda por evaporação que justificasse esta redução.

Nota-se na Tabela 28 uma baixa variabilidade dos teores de cimento, o que

demonstra um experimento bem conduzido, já esperado por se tratar de um experimento

realizado em laboratório onde os fatores envolvidos são bem controlados, existindo assim,

homogeneidade entre os corpos de prova.

Tabela 28 – Coeficientes de variação (%), das médias da massa específica aparente seca, levando-se em consideração os teores de cimento, em massa.

Teor de cimento (%) 11 13 15 17 19

C.V. (%) 3,12 3,28 4,84 2,12 3,41

Observa-se na Figura 31, evidências de que os teores de cimento, para a

massa específica aparente seca, não diferem entre si.

Figura 31 – Valores observados da massa específica aparente seca (g/cm3) por teor de cimento, em massa.

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134

Para comprovação dessa hipótese, aplicou-se a análise de variância no

delineamento inteiramente casualizado, cujo modelo é:

Yijk = μ + γi + εijk (5)

em que:

Yijk = é o valor observado da j-ésima repetição do i-ésimo teor de cimento

i = 1, 2, 3, 4 e 5 (teor de cimento)

j = 1, 2 e 3 (repetições)

εijk ~ N ( 0, σ2)

Os resultados mostraram não haver, estatisticamente falando, diferença

significativa entre os teores de cimento, em massa (p-valor = 0,4694).

Observando os resultados das Tabelas 15, 16, 17 e 18 os resultados da

resistência à compressão em relação aos diferentes teores de cimento, em massa, e às idades

dos corpos de prova, nota-se que existe uma grande variação entre os valores individuais, o

que pode ser comprovado pelo coeficiente de variação cujos resultados são apresentados na

Tabela 29.

Tabela 29 – Coeficiente de variação (%) das resistências, levando em consideração a idade e teor de cimento.

Teor de cimento (%) Idade

(dias) 11 13 15 17 19

7 14,1760 6,5509 31,5278 3,7378 4,7757

28 15,7743 13,8245 23,0370 13,1696 17,3443

56 54,4862 15,2380 20,6298 11,1770 9,1195

90 11,1233 6,4110 11,9722 10,6184 31,4918

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135

Para verificação do efeito da resistência, levando-se em consideração a

idade e o teor de cimento, em massa, utilizou-se o esquema fatorial no delineamento

inteiramente casualizado cujo modelo é dado por:

Yijk = μ + γi + δj + γδij + εijk (6)

em que:

i = 1, 2, 3, 4, 5 - teor de cimento

j = 1, 2, 3, 4 - idade

k = 1, 2, 3 - repetições

Yijk é o valor observado da k-ésima repetição do i-ésimo teor de cimento da j-ésima idade

εijk ~ N ( 0, σ2)

Como a interação idade x teor não foi significativa (p-valor = 0,2492), o

modelo (1) foi ajustado sem esta interação, cujos resultados são apresentados na Tabela 30.

Tabela 30 – Quadro da análise de variância

C.V. Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Quadrados

do médio F Pr > F

Teor 4 8,06014000 2,01503500 8,64 <.0,0001

Idade 3 5,05553833 1,68517944 7,22 0,0004

Resíduo 52 12,13322000 0,23333115

Pode-se concluir, em função da Tabela 30, que há diferença entre os teores

médios e entre as idades médias, para variável resistência. A seguir é apresentado nas Tabelas

31 e 32, o teste de Tukey, ao nível de 5% de significância, resultados que levam em

consideração apenas valores numéricos estatisticamente.

Tabela 31 – Comparação das médias de teores de cimento para a variável resistência, através do teste de Tukey

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136

Teores de cimento Médias

19 2,7817ª

17 2,5717ab

15 2,1650bc

13 2,1225bc

11 1,7340c

* Médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si

Tabela 32 – Comparação das médias de idade para a variável resistência, através do teste de Tukey

Idade Médias

90 2,7133ª

28 2,2467ab

7 2,2440b

56 1,8967b

* Médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si

Salienta-se aqui que não se podem tomar tais considerações como

conclusivas, pois o número de corpos de prova rompidos foi pequeno.

Também não se pode desconsiderar o fato que os valores das massas

específicas diminuíram na moldagem, o que pode ter ocorrido por falhas no processo.

Observa-se através dos resultados das resistências que a massa específica aparente e a

resistência foram diretamente proporcionais.

Para complementar a análise, e por se tratarem de variáveis quantitativas,

ajustou-se o seguinte modelo de regressão linear:

Yijk = βo + β1X1 + β2X2 + εijk (7)

em que:

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137

Yijk = resistências observadas

i = 1, 2, 3, 4, 5 - teor de cimento

j = 1, 2, 3, 4 - idade

k = 1, 2, 3 - repetições

βo = intercepto

β1 = coeficiente associado a variável idade

β2 = coeficiente associado a variável teor

εijk ~ N ( 0, σ2)

cujo modelo estimado é:

Yijk = 0,0047 * idade + 0,1372 * teor

Com um coeficiente de determinação R2 = 0,9512, o que mostra um bom

ajuste do modelo.

Por causa desta diferença significativa de valores de resistências entre os

corpos de prova, fez-se a análise desconsiderando os valores que se afastaram do desvio

padrão desejável de 10%. Através da Figura 32, podem-se verificar os novos valores das

médias obtidas.

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138

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

11 13 15 17 19

Teor de cimento (%)

Res

istê

ncia

à c

ompr

essã

o si

mpl

es (M

Pa)

7 dias28 dias56 dias90 dias

Figura 32 - Resumo do desenvolvimento da resistência variando o teor de cimento, em massa e a idade, considerando o desvio padrão.

Observando-se esses resultados, pode-se considerar que houve um aumento

de resistência conforme o aumento do teor de cimento em massa analisando primeiramente a

idade de 7, 28, 56 e 90 dias separadamente.

Observando o resultado obtido com teor de 13%, houve um decréscimo de

resistência aos 28 dias. Pedroso (1999) também obteve em seu trabalho uma diminuição de

resistência, sugerindo que possa ter acontecido por motivo de falhas na cura, por

aparecimento de vazios pela evaporação da água por ser solo-cimento plástico, no caso de seu

trabalho, ou ser uma característica inerente ao solo-cimento utilizando solo argiloso.

Com a idade de 56 dias observou-se um decréscimo de resistência em todos

os teores de cimento utilizados. Este decréscimo pode ter sido provocado por alguma falha no

processo.

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139

As resistências à idade de 90 dias foram superiores aos valores obtidos aos

28 dias com os teores de 11%, 13% e 15% de cimento, e houve uma diferença pequena nos

valores obtidos com os teores de 17% e 19%, indicando que os resultados na idade de 56 dias,

foram alterados por algum motivo, porém não se conseguiu chegar a alguma conclusão sobre

esta ocorrência, muito embora, mesmo desconsiderando os corpos de prova rompidos aos 56

dias, não houve interação significativa entre o teor e a idade.

Pode-se verificar que com teores de 11%, 13% e 15% com a idade de 90

dias, as resistências aumentaram, e com teores de 17% e 19%, houve uma tendência da

resistência se estabilizar.

Em geral, pode-se observar um aumento da capacidade de suporte das

misturas através dos resultados das resistências à compressão dos corpos de prova,

concluindo-se que houve sucesso na estabilização. Observou-se uma ótima relação entre o

aumento do teor de cimento, em massa, e o aumento de resistência.

9.4 SOLO-CIMENTO COM AS MISTURAS MA1 E MA2

Analisando os resultados obtidos pelo processo algébrico e pelo ensaio de

granulometria para obtenção das misturas de solo com amostras A1 e A2, verificou-se que os

valores reais confirmaram os obtidos teoricamente.

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140

Analisando a granulometria das misturas com 50%, 60% e 70% das

amostras A1 e A2, nota-se que com 50% e 60% as curvas granulométricas quase não

diferiram, apresentando uma diferença maior com 70% nas duas amostras.

A mistura escolhida foi de 60% de agregados para as duas amostras, A1 e

A2, pois sua curva granulométrica se aproximou dos valores padrões admitidos pela HRB,

como demonstram as Tabelas 19 e 20.

Os parâmetros físicos das misturas MA1 e MA2, limite de liquidez, limite

de plasticidade e índice de plasticidade, apresentados na Tabela 24, foram valores

praticamente iguais para as duas misturas, mostrando que a utilização de ambas é viável para

correção da granulometria.

O valor do índice de plasticidade para as duas misturas é de 4%, enquanto

para o solo natural é de 11%, classificando as mesmas como solo tipo A4(1), semelhante ao

solo siltoso.

Sobre os limites de Atterberg, Guimarães (2002) diz que o limite de

plasticidade aumenta e o índice de plasticidade diminui, face às variações dos limites de

liquidez e limite de plasticidade. Torna-se evidente a influência que as amostras A1 e A2,

provocaram no solo, tornando-o um material com propriedades mais apropriadas para

utilização em solo-cimento.

As massas específicas aparente dos corpos de prova não reduziram como na

moldagem do solo-cimento com solo natural, como mostra o Apêndice B, comprovando que

as misturas MA1 e MA2 oferecem maior estabilidade ao material.

A influência da adição das amostras A1 e A2 nas características do solo-

cimento estão bem evidentes ao se verificar uma melhoria em todas as características do

material, como a influência no grau de compactação que pode indicar um preenchimento das

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141

partículas maiores pelas partículas menores, resultando numa maior massa específica

aparente.

Analisando as resistências individuais dos corpos de prova, apenas no teor

de 5%, houve uma diferença de valores maior que o desvio padrão, necessitando desprezar os

resultados.

Comparando com os valores mínimos segundo a norma NBR 1336/90 para

resistência aos 7 dias do solo-cimento de 2,1 MPa, verifica-se que a mistura MA1 atende este

requisito apenas com o teor de 9% de cimento em massa, já na mistura MA2 os teores de 7%

e 9%, alcançaram o valor de referência.

Percebeu-se claramente que as resistências aumentaram à medida que

aumentou o teor de cimento.

Outro resultado evidenciado foi que, para a estabilização do solo natural foi

adotado em teor de cimento, em massa, de 15%, enquanto que, para as misturas MA1 e MA2

estes teores caíram para 9% e 7%, respectivamente.

Observa-se na Tabela 33, que a variabilidade da mistura MA1 é maior do

que a mistura MA2, o que pode ter ocorrido pela influência das partículas com dimensões

superiores a 6,3mm existentes na mistura MA2.

Tabela 33 – Coeficientes de variação (%), das misturas MA1 e MA2.

Teor de cimento (%)

Idade Mistura MA1 Mistura MA2

5 7 9 5 7 9

7 8,27 20,45 3,70 7,09 1,29 4,80

28 4,66 11,31 17,08 9,94 5,32 5,30

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142

Observa-se na Figuras 33, que há evidência de que para mistura MA1, existe

uma diferença significativa entre os teores de cimento. O mesmo se pode observar para a

mistura MA2, na Figura 34.

Figura 33 – Gráfico de caixas das resistências à compressão simples (MPa) por teor de cimento e idade da mistura MA1.

Figura 34 – Gráfico de caixas das resistências à compressão simples (MPa) por teor de cimento e idade da mistura MA2.

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143

Utilizou-se a técnica da análise de variância para avaliar a variável

resistência, levando-se em consideração o teor de cimento, em massa, a idade, e uma possível

interação entre teor e idade num esquema fatorial no delineamento inteiramente casualizado,

de acordo com o modelo (2).

Analisando primeiramente a mistura MA1, conclui-se que não houve

interação entre o teor e a idade (p-valor = 0,65), mas observaram-se efeitos significativos dos

fatores isoladamente. Pode-se afirmar que a idade de 28 dias é melhor que a de 7 dias, ao

nível de 5%, através do teste de Tukey.

Do ponto de vista estatístico, dos teores de cimento utilizados apenas o de

9% difere dos demais, enquanto que os teores de 5% e 7% não diferem entre si, em relação às

resistências (p-valor = 0,65).

A análise realizada para mistura MA2, mostrou não haver interação entre o

teor de cimento e a idade dos corpos de prova (p-valor = 0,61).

Todos os teores diferem entre si, sendo que o que apresenta maior

resistência é o teor de 9%. Também a resistência de 28 dias difere estatisticamente da

resistência aos 7 dias. Pode-se afirmar que tanto a idade quanto o teor de cimento em massa,

influenciaram na resistência.

Ajustando-se ao modelo de regressão linear (7), a estimativa para MA1 é:

Yijk = 0,347 * teor

O modelo se ajustou com um coeficiente de determinação R2 = 0,9722,

sendo que neste caso a idade não contribui para o mesmo.

Para MA2 a estimativa foi de:

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144

Yijk = 0,0099 * idade + 0,2908 * teor

Com um coeficiente de determinação R2 = 0,9972, mostrando um bom

ajuste do modelo.

Apesar do número reduzido de corpos de prova, os resultados dos ensaios

realizados com as misturas MA1 e MA2, para o uso em solo-cimento, apresentaram

resultados significativos, melhorando as características gerais do solo-cimento.

Também foi observado um aumento de resistência no decorrer da idade para

as duas misturas, indicando a estabilização do material.

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145

10. CONCLUSÃO

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146

Os resultados obtidos através dos ensaios laboratoriais, apresentados e

analisados, permitiram estabelecer a conclusão que os materiais estudados da amostra A1

(material com dimensões inferiores a 4,8mm) e da amostra A2 (material com dimensões

inferiores a 6,3mm) em mistura com o solo argiloso, para sua utilização em solo-cimento,

apresentaram resultados favoráveis, confirmando a hipótese proposta no início do trabalho.

Outras avaliações puderam ser realizadas chegando às seguintes conclusões:

- As duas amostras, A1 e A2 apresentaram valores de material pulverulento

superiores aos limites permitidos pela norma 7211/05, 19% na amostra A1 e 14% na amostra

A2.

- O solo-cimento produzido com solo natural argiloso, se estabiliza com um

teor de cimento em massa de 15%, resultado de análises dos ensaios de durabilidade e ensaio

de resistência à compressão.

- Observou-se no desenvolvimento das resistências do solo-cimento com

solo natural, analisando o teor de cimento e a idade, uma grande variabilidade de resultados

individuais, indicando o material não possuir boas características, de acordo com as normas

existentes para uso em solo-cimento. No entanto, não se pode tomar como conclusiva esta

análise pelo número reduzido de corpos de prova ensaiados.

- As normas adotadas pela ABNT, e pela ABCP, foram baseadas nas

normas da PCA, que classificam o solo de acordo com HRB, através de pesquisas com solos

com características diferentes do solo argiloso desta pesquisa. Isto indica uma possibilidade

de considerar adaptações para serem empregadas em solos argilosos da região de Londrina, e

para tanto existe a necessidade de maiores pesquisas sobre o assunto e realização de maior

número de ensaios.

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- A contribuição da incorporação das amostras A1 e A2 na alteração das

propriedades físicas do solo, foram significativas, havendo uma efetiva melhora em sua

granulometria, e com isso uma melhor estabilização da matriz solo-cimento.

- Os corpos de prova moldados e rompidos com as misturas MA1 e MA2,

apresentaram resistência à compressão simples à idade de 7 dias, valores superiores ao valor

mínimo de 2,1 MPa, limite admitido na norma brasileira para dosagem de solo-cimento para

pavimentação (NBR 1336/90), com teores de cimento, em massa de 9% para MA1 e 7% para

MA2.

O solo-cimento compactado, não é aplicado com freqüência na construção

civil, na região de Londrina, sendo necessários mais estudos para sua utilização

Conclui-se que as misturas MA1 e MA2, alcançaram resultados favoráveis

para utilização em solo-cimento, possuindo um ótimo potencial, particularmente para

emprego como materiais alternativos em programas de habitação de interesse social.

Para a mineração, a possibilidade de um consumo maior desses materiais

pode representar uma melhoria na qualidade do meio ambiente, reduzindo os impactos

ambientais e trazendo uma melhor qualidade de vida para a região.

Sugestões

Os finos de britagem e o pó de pedra apresentaram um grande potencial para

correção do solo e uso em solo-cimento, havendo muitos aspectos que devem ser abordados,

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148

dúvidas que devem ser sanadas, lacunas preenchidas, para que o conteúdo desta pesquisa

possa vir a ser aplicado, trazendo os benefícios já citados.

Devido ao pequeno número de ensaios, sugerem-se novos ensaios com

maior número de corpos de prova, analisando com maior profundidade sua moldagem, a

interferência da cura nos resultados da resistência à compressão simples.

Para a continuidade desta linha de pesquisa, sugerem-se, para trabalhos

futuros, os seguintes tópicos:

1. Análise da influência da cura nos corpos de prova de solo-cimento.

2. Análise da evolução da resistência à compressão simples do solo-

cimento nas diferentes idades, levando em consideração um maior

número de corpos de prova.

3. Análise do comportamento das misturas de finos de britagem e pó de

pedra no solo-cimento com diferentes granulometrias.

4. A realização de ensaios do solo-cimento com os agregados

basálticos aplicado em campo, para comparação dos resultados e

técnicas que viabilizem a mistura dos materiais em obra.

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REFERÊNCIAS

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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APÊNDICE A

RESULTADOS DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE SECA DOS CORPOS DE PROVA

NO ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES DO SOLO-CIMENTO COM SOLO

NATURAL

Teor de cimento em massa C.P. 11% 13% 15% 17% 19%

P1 1.416,05 1.446,72 1.453,05 1.440,79 1.476,19

P2 1.358,09 1.417,38 1.420,18 1.432,79 1.448,66

P3 1.383,99 1.422,10 1.392,51 1.419,04 1.433,57

P4 1.438,58 1.378,89 1.379,53 1.389,38 1.412,29

P5 1.329,18 1.379,20 1.347,89 1.445,60 1.337,61

P6 1.320,42 1.371,77 1.339,58 1.361,34 1.345,82

P7 1.312,19 1.332,28 1.444,66 1.436,20 1.460,29

P8 1.431,27 1.436,80 1.489,82 1.421,86 1.428,55

P9 1.423,97 1.492,03 1.387,22 1.408,85 1.408,79

P10 1.423,35 1.387,03 1.369,66 1.397,92 1.397,98

P11 1.400,98 1.371,63 1.301,73 1.372,12 1.343,21

P12 1.379,54 1.357,24 1.250,19 1.366,62 1.362,43

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APÊNDICE B

RESULTADOS DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE SECA DOS CORPOS DE PROVA

NO ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES DO SOLO-CIMENTO COM AS MISTURAS

MA1 E MA2.

Teor de cimento em massa Mistura C.P. 5% 7% 9%

P1 1842,648 1790,822 1836,985

P2 1831,611 1819,288 1853,309

P3 1838,917 1828,746 1841,795

P4 1838,144 1773,852 1831,664

P5 1850,255 1792,621 1818,911

MA1

P6 1842,101 1778,110 1806,130

P1 1.848,72 1.866,09 1.861,86

P2 1.873,50 1.876,72 1.857,14

P3 1.867,41 1.827,39 1.861,45

P4 1.848,44 1.851,46 1.878,71

P5 1.856,57 1.845,14 1.838,75

MA2

P6 1.840,34 1.845,63 1.822,03