regulamentocomunitario2013_1

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REGULAMENTO (UE) N. o 606/2013 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de 12 de junho de 2013 relativo ao reconhecimento mútuo de medidas de proteção em matéria civil O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o artigo 81. o , n. o 2, alíneas a), e) e f), Tendo em conta a proposta da Comissão Europeia, Após transmissão do projeto de ato legislativo aos parlamentos nacionais, Após consulta ao Comité Económico e Social Europeu, Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões ( 1 ), Deliberando de acordo com o processo legislativo ordinário ( 2 ), Considerando o seguinte: (1) A União atribuiu-se como objetivo manter e desenvolver um espaço de liberdade, segurança e justiça em que seja assegurada a livre circulação das pessoas e facilitado o acesso à justiça, em especial através do princípio do re conhecimento mútuo das decisões judiciais e extrajudi ciais em matéria civil. A fim de criar gradualmente esse espaço, a União deverá adotar medidas no domínio da cooperação judiciária nas matérias civis com incidência transfronteiriça, nomeadamente quando tal for necessário para o bom funcionamento do mercado interno. (2) O artigo 81. o , n. o 1, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE) estabelece que a cooperação judiciária nas matérias civis com incidência transfrontei riça assenta no princípio do reconhecimento mútuo das decisões judiciais e extrajudiciais. (3) Num espaço comum de justiça sem fronteiras internas, as disposições destinadas a assegurar o reconhecimento e, quando aplicável, a execução célere e simples noutro Estado-Membro das medidas de proteção decretadas num Estado-Membro são essenciais para assegurar que a pro teção conferida a uma pessoa singular num Estado-Mem bro se mantenha sem interrupção em qualquer outro Estado-Membro para o qual a pessoa em causa viaje ou em que se instale. Deverá ser assegurado que o legítimo exercício, pelos cidadãos da União, do seu direito de circular e permanecer livremente no território dos Esta dos-Membros, nos termos do artigo 3. o , n. o 2, do Tra tado da União Europeia (TUE) e do artigo 21. o do TFUE, não resulte numa perda de tal proteção. (4) A confiança mútua na administração da justiça na União e o objetivo de assegurar a circulação mais célere e me nos dispendiosa das medidas de proteção na União jus tificam o princípio segundo o qual as medidas de prote ção decretadas num Estado-Membro são reconhecidas em todos os outros Estados-Membros sem necessidade de outras formalidades. Assim, as medidas de proteção de cretadas num Estado-Membro (a seguir designado «Esta do-Membro de origem») deverão ser tratadas como se tivessem sido decretadas no Estado-Membro em que o reconhecimento é requerido (a seguir designado «Estado- -Membro requerido»). (5) A fim de alcançar o objetivo da livre circulação das medidas de proteção, é necessário e adequado que as regras que regem o reconhecimento e, quando aplicável, a execução de medidas de proteção sejam regidas por um instrumento jurídico da União vinculativo e diretamente aplicável. (6) O presente regulamento deverá aplicar-se a medidas de proteção decretadas com vista a proteger uma pessoa caso existam motivos sérios para considerar que a sua vida, integridade física ou psicológica, liberdade pessoal, segurança ou integridade sexual estão ameaçadas, desig nadamente de modo a impedir qualquer forma de vio lência baseada no género ou de violência na intimidade, como violência física, assédio, agressão sexual, persegui ção, intimidação ou outras formas de coerção indireta. É importante salientar que o presente regulamento é apli cável a todas as vítimas, quer sejam ou não vítimas de violência baseada no género. (7) A Diretiva 2012/29/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, que estabelece normas mínimas relativas aos direitos, ao apoio e à pro teção das vítimas da criminalidade ( 3 ), garante que as vítimas de crime beneficiam de informação e apoio ade quados. PT L 181/4 Jornal Oficial da União Europeia 29.6.2013 ( 1 ) JO C 113 de 18.4.2012, p. 56. ( 2 ) Posição do Parlamento Europeu de 22 de maio de 2013 (ainda não publicada no Jornal Oficial) e decisão do Conselho de 6 de junho de 2013. ( 3 ) JO L 315 de 14.11.2012, p. 57.

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  • REGULAMENTO (UE) N. o 606/2013 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

    de 12 de junho de 2013

    relativo ao reconhecimento mtuo de medidas de proteo em matria civil

    O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIO EUROPEIA,

    Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia, nomeadamente o artigo 81. o , n. o 2, alneas a), e) e f),

    Tendo em conta a proposta da Comisso Europeia,

    Aps transmisso do projeto de ato legislativo aos parlamentos nacionais,

    Aps consulta ao Comit Econmico e Social Europeu,

    Tendo em conta o parecer do Comit das Regies ( 1 ),

    Deliberando de acordo com o processo legislativo ordinrio ( 2 ),

    Considerando o seguinte:

    (1) A Unio atribuiu-se como objetivo manter e desenvolver um espao de liberdade, segurana e justia em que seja assegurada a livre circulao das pessoas e facilitado o acesso justia, em especial atravs do princpio do reconhecimento mtuo das decises judiciais e extrajudiciais em matria civil. A fim de criar gradualmente esse espao, a Unio dever adotar medidas no domnio da cooperao judiciria nas matrias civis com incidncia transfronteiria, nomeadamente quando tal for necessrio para o bom funcionamento do mercado interno.

    (2) O artigo 81. o , n. o 1, do Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia (TFUE) estabelece que a cooperao judiciria nas matrias civis com incidncia transfronteiria assenta no princpio do reconhecimento mtuo das decises judiciais e extrajudiciais.

    (3) Num espao comum de justia sem fronteiras internas, as disposies destinadas a assegurar o reconhecimento e, quando aplicvel, a execuo clere e simples noutro

    Estado-Membro das medidas de proteo decretadas num Estado-Membro so essenciais para assegurar que a proteo conferida a uma pessoa singular num Estado-Membro se mantenha sem interrupo em qualquer outro Estado-Membro para o qual a pessoa em causa viaje ou em que se instale. Dever ser assegurado que o legtimo exerccio, pelos cidados da Unio, do seu direito de circular e permanecer livremente no territrio dos Estados-Membros, nos termos do artigo 3. o , n. o 2, do Tratado da Unio Europeia (TUE) e do artigo 21. o do TFUE, no resulte numa perda de tal proteo.

    (4) A confiana mtua na administrao da justia na Unio e o objetivo de assegurar a circulao mais clere e menos dispendiosa das medidas de proteo na Unio justificam o princpio segundo o qual as medidas de proteo decretadas num Estado-Membro so reconhecidas em todos os outros Estados-Membros sem necessidade de outras formalidades. Assim, as medidas de proteo decretadas num Estado-Membro (a seguir designado Estado-Membro de origem) devero ser tratadas como se tivessem sido decretadas no Estado-Membro em que o reconhecimento requerido (a seguir designado Estado- -Membro requerido).

    (5) A fim de alcanar o objetivo da livre circulao das medidas de proteo, necessrio e adequado que as regras que regem o reconhecimento e, quando aplicvel, a execuo de medidas de proteo sejam regidas por um instrumento jurdico da Unio vinculativo e diretamente aplicvel.

    (6) O presente regulamento dever aplicar-se a medidas de proteo decretadas com vista a proteger uma pessoa caso existam motivos srios para considerar que a sua vida, integridade fsica ou psicolgica, liberdade pessoal, segurana ou integridade sexual esto ameaadas, designadamente de modo a impedir qualquer forma de violncia baseada no gnero ou de violncia na intimidade, como violncia fsica, assdio, agresso sexual, perseguio, intimidao ou outras formas de coero indireta. importante salientar que o presente regulamento aplicvel a todas as vtimas, quer sejam ou no vtimas de violncia baseada no gnero.

    (7) A Diretiva 2012/29/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, que estabelece normas mnimas relativas aos direitos, ao apoio e proteo das vtimas da criminalidade ( 3 ), garante que as vtimas de crime beneficiam de informao e apoio adequados.

    PT L 181/4 Jornal Oficial da Unio Europeia 29.6.2013

    ( 1 ) JO C 113 de 18.4.2012, p. 56. ( 2 ) Posio do Parlamento Europeu de 22 de maio de 2013 (ainda no

    publicada no Jornal Oficial) e deciso do Conselho de 6 de junho de 2013. ( 3 ) JO L 315 de 14.11.2012, p. 57.

  • (8) O presente regulamento complementa a Diretiva 2012/29/UE. O facto de uma pessoa ser objeto de uma medida de proteo decretada em matria civil no impede necessariamente que essa pessoa seja definida como vtima na aceo da referida diretiva.

    (9) O mbito de aplicao do presente regulamento insere-se no domnio da cooperao judiciria em matria civil na aceo do artigo 81. o do TFUE. O presente regulamento aplicvel apenas s medidas de proteo decretadas em matria civil. As medidas de proteo adotadas em matria penal so abrangidas pela Diretiva 2011/99/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de dezembro de 2011, relativa deciso europeia de proteo ( 1 ).

    (10) A noo de matria civil dever ser interpretada de forma autnoma, de acordo com os princpios do direito da Unio. A natureza civil, administrativa ou penal da autoridade que decreta uma medida de proteo no dever ser determinante para efeitos de avaliao do carter civil de uma medida de proteo.

    (11) O presente regulamento no dever afetar a aplicao do Regulamento (CE) n. o 2201/2003 do Conselho, de 27 de novembro de 2003, relativo competncia, ao reconhecimento e execuo de decises em matria matrimonial e em matria de responsabilidade parental ( 2 ) (a seguir designado Regulamento Bruxelas II-A). As decises tomadas no quadro do Regulamento Bruxelas II-A devero continuar a ser reconhecidas e executadas ao abrigo desse regulamento.

    (12) O presente regulamento tem em conta as diferentes tradies jurdicas dos Estados-Membros e no afeta os sistemas nacionais aplicveis para decretar medidas de proteo. O presente regulamento no obriga os Estados- -Membros a alterarem o seu ordenamento jurdico nacional de modo a permitir que sejam decretadas medidas de proteo em matria civil, ou a introduzir medidas de proteo em matria civil para a aplicao do presente regulamento.

    (13) A fim de ter em conta os vrios tipos de autoridades que decretam medidas de proteo em matria civil nos Estados-Membros, e ao contrrio de outros domnios de cooperao judiciria, o presente regulamento dever aplicar-se tanto s decises das autoridades judicirias como s das autoridades administrativas, desde que estas ltimas ofeream garantias no que respeita, em particular, sua imparcialidade e ao direito de recurso jurisdicional

    que assiste s partes. Em caso algum devero as autoridades policiais ser consideradas autoridades emissoras na aceo do presente regulamento.

    (14) Com base no princpio do reconhecimento mtuo, as medidas de proteo decretadas em matria civil no Estado-Membro de origem devero ser reconhecidas no Estado-Membro requerido como medidas de proteo em matria civil, nos termos do presente regulamento.

    (15) De acordo com o princpio do reconhecimento mtuo, o reconhecimento vlido durante o perodo de validade da medida de proteo. Contudo, tendo em conta a diversidade das medidas de proteo previstas na lei dos Estados-Membros, em especial no que respeita ao seu perodo de validade, e o facto de, regra geral, o presente regulamento ser aplicvel a situaes urgentes, os efeitos do reconhecimento nos termos do presente regulamento devero, a ttulo excecional, limitar-se a um perodo de 12 meses a contar da emisso da certido nele prevista, independentemente de o perodo de validade da prpria medida de proteo (quer se trate de uma medida provisria, a termo ou de durao indeterminada) ser eventualmente mais longo.

    (16) Nos casos em que o perodo de validade da medida de proteo ultrapasse os 12 meses, a limitao dos efeitos do reconhecimento ao abrigo do presente regulamento no dever prejudicar o direito que assiste pessoa protegida de invocar a medida de proteo em causa ao abrigo de qualquer outro ato jurdico da Unio que preveja o reconhecimento ou de requerer uma medida de proteo nacional no Estado-Membro requerido.

    (17) A limitao dos efeitos do reconhecimento tem carter excecional, deve-se natureza especfica do objeto do presente regulamento e no dever constituir precedente para outros instrumentos em matria civil e comercial.

    (18) O presente regulamento dever reger apenas o reconhecimento da obrigao imposta pela medida de proteo. No dever regular os procedimentos de aplicao ou execuo da medida de proteo, nem dever abranger as potenciais sanes que possam ser impostas caso a obrigao decretada pela medida de proteo seja infringida no Estado-Membro requerido. Essas matrias regem- -se pela lei desse Estado-Membro. No entanto, de acordo com os princpios gerais do direito da Unio, e em especial o princpio do reconhecimento mtuo, os Estados- -Membros devero garantir que as medidas de proteo reconhecidas nos termos do presente regulamento possam produzir efeitos no Estado-Membro requerido.

    PT 29.6.2013 Jornal Oficial da Unio Europeia L 181/5

    ( 1 ) JO L 338 de 21.12.2011, p. 2. ( 2 ) JO L 338 de 23.12.2003, p. 1.

  • (19) As medidas de proteo abrangidas pelo presente regulamento devero conferir proteo pessoa protegida no seu local de residncia ou de trabalho ou noutro local que essa pessoa frequente regularmente, como a residncia de familiares prximos ou a escola ou estabelecimento de ensino frequentado pelos filhos. Independentemente de o local em causa ou a extenso da rea abrangida pela medida de proteo estar ou no identificado na medida de proteo, atravs de um ou mais endereos especficos ou da referncia a uma rea circunscrita dos quais a pessoa causadora da ameaa no possa aproximar-se ou nos quais no possa entrar (ou de uma combinao desses dois critrios), o reconhecimento da obrigao imposta pela medida de proteo prende-se com a finalidade a que esse local se destina para a pessoa protegida, e no com o endereo especfico.

    (20) Tendo em conta os aspetos acima referidos, e desde que a natureza e os elementos essenciais da medida de proteo se mantenham, dever-se- permitir que a autoridade competente do Estado-Membro requerido adapte os elementos factuais da medida de proteo, caso tal adaptao seja necessria para que o reconhecimento da medida de proteo seja eficaz em termos prticos no Estado-Membro requerido. Nos elementos factuais incluem-se o endereo, a localizao geral ou a distncia mnima que a pessoa causadora da ameaa deve manter em relao pessoa protegida, ao endereo ou localizao geral. O tipo e a natureza civil da medida de proteo no podem, contudo, ser afetados por tal adaptao.

    (21) Para facilitar a adaptao de uma medida de proteo, a certido dever indicar se o endereo especificado na medida de proteo constitui o local de residncia, o local de trabalho ou um local frequentado regularmente pela pessoa protegida. Alm disso, se necessrio, a certido dever indicar tambm a rea circunscrita (raio aproximado a partir do endereo especfico) a que se aplica a obrigao imposta pela medida de proteo pessoa causadora da ameaa.

    (22) Para facilitar a livre circulao de medidas de proteo na Unio, o presente regulamento dever incluir um modelo uniforme de certido e prever o estabelecimento de um formulrio-tipo multilingue para esse efeito. A autoridade emissora dever emitir a certido, a pedido da pessoa protegida.

    (23) Os campos de texto livre no formulrio-tipo multilingue da certido devero ser to limitados quanto possvel, para que a traduo ou transliterao possa, na maioria dos casos, ser fornecida sem custos para a pessoa protegida, mediante simples utilizao do formulrio-tipo na

    lngua relevante. Os custos de traduo de texto no constante do formulrio-tipo multilingue, que seja necessrio traduzir, devero ser imputados conforme previsto na lei do Estado-Membro de origem.

    (24) Caso uma certido contenha texto livre, a autoridade competente do Estado-Membro requerido dever determinar se necessrio proceder a alguma traduo ou transliterao. Tal no dever excluir a possibilidade de a pessoa protegida ou a autoridade emissora do Estado-Membro de origem facultarem uma traduo ou transliterao por sua prpria iniciativa.

    (25) A fim de assegurar o respeito dos direitos de defesa da pessoa causadora da ameaa, caso a medida de proteo tenha sido decretada revelia ou no mbito de um procedimento que no preveja a notificao prvia dessa pessoa (a seguir designado processo ex parte), a emisso da certido s dever ser possvel se essa pessoa tiver tido a possibilidade de preparar a sua defesa contra a medida de proteo. Todavia, a fim de evitar a evaso e tendo em conta o carter geralmente urgente dos processos que requerem medidas de proteo, a possibilidade de emitir a certido no dever ficar condicionada ao esgotamento do prazo para apresentar essa defesa. A certido dever ser emitida logo que a medida de proteo seja executria no Estado-Membro de origem.

    (26) Tendo em conta os objetivos de simplicidade e de celeridade, o presente regulamento prev mtodos simples e cleres para comunicar as etapas processuais pessoa causadora da ameaa. Esses mtodos especficos de comunicao devero aplicar-se unicamente para efeitos do presente regulamento devido natureza especial do seu objeto, no devero constituir precedente para outros instrumentos em matria civil e comercial nem devero afetar as obrigaes de um Estado-Membro no que se refere notificao e citao no estrangeiro de atos judiciais e extrajudiciais em matria civil decorrentes de uma conveno bilateral ou multilateral celebrada entre esse Estado-Membro e um pas terceiro.

    (27) Ao comunicar a certido pessoa causadora da ameaa, assim como ao adaptar os elementos factuais da medida de proteo no Estado-Membro requerido, dever ter-se devidamente em considerao o interesse da pessoa protegida na no divulgao do seu paradeiro ou de outros dados de contacto que lhe digam respeito. Tais dados no devero ser divulgados pessoa causadora da ameaa, exceto se tal divulgao for necessria para o cumprimento ou execuo da medida de proteo.

    (28) A emisso da certido no dever ser passvel de recurso.

    PT L 181/6 Jornal Oficial da Unio Europeia 29.6.2013

  • (29) A certido dever ser retificada caso, devido a um erro ou a uma impreciso manifestos (por exemplo, erros tipogrficos, erros de transcrio ou de cpia), no reflita corretamente a medida de proteo, ou ser revogada se tiver sido emitida de forma manifestamente errada, por exemplo, se tiver sido utilizada para uma medida que no se insira no mbito de aplicao do presente regulamento ou tenha sido emitida em violao dos requisitos de emisso.

    (30) A autoridade emissora do Estado-Membro de origem dever, a pedido, ajudar a pessoa protegida a obter informaes sobre as autoridades do Estado-Membro requerido perante as quais a medida de proteo deve ser invocada ou s quais a sua execuo deve ser requerida.

    (31) Para um funcionamento harmonioso da justia, no devero ser proferidas decises incompatveis em dois Estados-Membros. Para esse efeito, o presente regulamento dever prever um fundamento para a recusa do reconhecimento ou da execuo da medida de proteo em caso de incompatibilidade com uma deciso proferida ou reconhecida no Estado-Membro requerido.

    (32) Em circunstncias excecionais, e por consideraes de interesse pblico, pode justificar-se que os tribunais dos Estados-Membros requeridos recusem o reconhecimento ou a execuo de uma medida de proteo, se a aplicao desta ltima for manifestamente incompatvel com a ordem pblica desse Estado-Membro. Todavia, os tribunais no devero poder aplicar a exceo de ordem pblica para recusar o reconhecimento ou a execuo de uma medida de proteo quando tal for contrrio aos direitos estabelecidos na Carta dos Direitos Fundamentais da Unio Europeia, em especial no seu artigo 21. o .

    (33) Em caso de suspenso ou retirada da medida de proteo ou de revogao da certido no Estado-Membro de origem, a autoridade competente do Estado-Membro requerido dever mediante a apresentao da certido relevante, suspender ou anular os efeitos do reconhecimento e, quando aplicvel, a execuo da medida de proteo.

    (34) As pessoas protegidas devero ter um acesso efetivo justia noutro Estado-Membro. Para assegurar esse acesso efetivo no mbito dos procedimentos abrangidos pelo presente regulamento, dever ser concedido apoio judicirio nos termos da Diretiva 2003/8/CE do Conselho, de 27 de janeiro de 2003, relativa melhoria do acesso justia nos litgios transfronteirios, atravs do estabelecimento de regras mnimas comuns relativas ao apoio judicirio no mbito desses litgios ( 1 ).

    (35) A fim de facilitar a aplicao do presente regulamento, os Estados-Membros devero ser sujeitos obrigao de

    comunicar certas informaes sobre as regras e os procedimentos nacionais relativos s medidas de proteo em matria civil no mbito da Rede Judiciria Europeia em Matria Civil e Comercial, criada pela Deciso 2001/470/CE do Conselho ( 2 ). O acesso s informaes prestadas pelos Estados-Membros dever ser facultado atravs do Portal Europeu da Justia Eletrnica.

    (36) A fim de assegurar condies uniformes para a execuo do presente regulamento, devero ser atribudas competncias de execuo Comisso no que se refere ao estabelecimento e subsequente alterao dos formulrios previstos no presente regulamento. Essas competncias devero ser exercidas nos termos do Regulamento (UE) n. o 182/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de fevereiro de 2011, que estabelece as regras e os princpios gerais relativos aos mecanismos de controlo, pelos Estados-Membros, do exerccio das competncias de execuo pela Comisso ( 3 ).

    (37) O procedimento de exame dever aplicar-se para a adoo dos atos de execuo que estabelecem e subsequentemente alteram os formulrios previstos no presente regulamento.

    (38) O presente regulamento respeita os direitos fundamentais e observa os princpios reconhecidos na Carta dos Direitos Fundamentais da Unio Europeia. Pretende garantir, em particular, os direitos de defesa e o direito a um tribunal imparcial, tal como previstos nos artigos 47. o e 48. o da Carta. O presente regulamento dever ser aplicado de acordo com estes direitos e princpios.

    (39) Atendendo a que o objetivo do presente regulamento, a saber, estabelecer as regras de um mecanismo simples e clere para o reconhecimento das medidas de proteo em matria civil decretadas num Estado-Membro no pode ser suficientemente realizado pelos Estados-Membros e pode, pois, ser mais bem alcanado ao nvel da Unio, esta pode tomar medidas em conformidade com o princpio da subsidiariedade consagrado no artigo 5. o do TUE. Em conformidade com o princpio da proporcionalidade consagrado no mesmo artigo, o presente regulamento no excede o necessrio para atingir aquele objetivo.

    (40) Nos termos do artigo 3. o do Protocolo n. o 21 relativo posio do Reino Unido e da Irlanda em relao ao espao de liberdade, segurana e justia, anexo ao TUE e ao TFUE, esses Estados-Membros notificaram por escrito a sua inteno de participar na adoo e na aplicao do presente regulamento.

    PT 29.6.2013 Jornal Oficial da Unio Europeia L 181/7

    ( 1 ) JO L 26 de 31.1.2003, p. 41. ( 2 ) JO L 174 de 27.6.2001, p. 25. ( 3 ) JO L 55 de 28.2.2011, p. 13.

  • (41) Nos termos dos artigos 1. o e 2. o do Protocolo n. o 22 relativo posio da Dinamarca, anexo ao TUE e ao TFUE, a Dinamarca no participa na adoo do presente regulamento e no fica a ele vinculada nem sujeita sua aplicao.

    (42) A Autoridade Europeia para a Proteo de Dados emitiu um parecer em 17 de outubro de 2011 ( 1 ), com base no artigo 41. o , n. o 2, do Regulamento (CE) n. o 45/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de dezembro de 2000, relativo proteo das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais pelas instituies e pelos rgos comunitrios e livre circulao desses dados ( 2 ),

    ADOTARAM O PRESENTE REGULAMENTO:

    CAPTULO I

    OBJETO, MBITO DE APLICAO E DEFINIES

    Artigo 1. o

    Objeto

    O presente regulamento estabelece as regras de um mecanismo simples e clere para o reconhecimento das medidas de proteo em matria civil decretadas num Estado-Membro.

    Artigo 2. o

    mbito de aplicao

    1. O presente regulamento aplica-se s medidas de proteo em matria civil decretadas por uma autoridade emissora, na aceo do artigo 3. o , ponto 4.

    2. O presente regulamento aplica-se a processos transfronteirios. Para efeitos do presente regulamento, por processo transfronteirio entende-se um processo em que o reconhecimento de uma medida de proteo decretada num Estado-Membro requerido noutro Estado-Membro.

    3. O presente regulamento no se aplica s medidas de proteo abrangidas pelo Regulamento (CE) n. o 2201/2003.

    Artigo 3. o

    Definies

    Para os efeitos do presente regulamento, entende-se por:

    1) Medida de proteo, qualquer deciso, independentemente da designao que lhe for dada, decretada pela autoridade emissora do Estado-Membro de origem, nos termos da respetiva lei nacional, que imponha uma ou mais das obrigaes a seguir indicadas a uma pessoa causadora de uma

    ameaa com vista proteo de outra pessoa, quando a integridade fsica ou psicolgica desta ltima puder estar ameaada:

    a) Proibio ou regulao da entrada no local onde a pessoa protegida reside, trabalha, ou que frequenta ou em que permanece regularmente;

    b) Proibio ou regulao do contacto, sob qualquer forma, com a pessoa protegida, inclusive por telefone, correio eletrnico ou normal, fax ou quaisquer outros meios;

    c) Proibio ou regulao da aproximao pessoa protegida a menos de uma distncia prescrita;

    2) Pessoa protegida, a pessoa singular que objeto da proteo conferida por uma medida de proteo;

    3) Pessoa causadora da ameaa, a pessoa singular qual tenham sido impostas uma ou mais das obrigaes referidas no ponto 1;

    4) Autoridade emissora, qualquer autoridade judiciria ou qualquer outra autoridade designada por um Estado-Membro como sendo competente nas matrias abrangidas pelo presente regulamento, desde que essa outra autoridade oferea garantias de imparcialidade s partes e que as suas decises relativamente medida de proteo, nos termos da lei do Estado-Membro em que atua, possam ser objeto de recurso para uma autoridade judiciria e tenham fora e efeitos equivalentes s decises de uma autoridade judiciria sobre a mesma matria;

    5) Estado-Membro de origem, o Estado-Membro em que a medida de proteo decretada;

    6) Estado-Membro requerido, o Estado-Membro em que o reconhecimento e, quando aplicvel, a execuo da medida de proteo so requeridos.

    CAPTULO II

    RECONHECIMENTO E EXECUO DE MEDIDAS DE PROTEO

    Artigo 4. o

    Reconhecimento e execuo

    1. As medidas de proteo decretadas num Estado-Membro so reconhecidas nos outros Estados-Membros sem quaisquer outras formalidades e so executrias sem que seja necessria qualquer declarao de executoriedade.

    PT L 181/8 Jornal Oficial da Unio Europeia 29.6.2013

    ( 1 ) JO C 35 de 9.2.2012, p. 10. ( 2 ) JO L 8 de 12.1.2001, p. 1.

  • 2. A pessoa protegida que pretenda invocar no Estado-Membro requerido uma medida de proteo decretada no Estado-Membro de origem apresenta autoridade competente do Estado-Membro requerido:

    a) Uma cpia da medida de proteo que satisfaa as condies necessrias para atestar a sua autenticidade;

    b) A certido emitida no Estado-Membro de origem nos termos do artigo 5. o ; e

    c) Se necessrio, uma transliterao e/ou traduo da certido, nos termos do artigo 16. o .

    3. A certido produz efeitos apenas nos limites da executoriedade da medida de proteo.

    4. Independentemente de o perodo de validade da medida de proteo ser eventualmente mais longo, os efeitos do reconhecimento previsto no n. o 1 so limitados a um perodo de 12 meses, contado a partir da data de emisso da certido.

    5. O procedimento de execuo das medidas de proteo rege-se pela lei do Estado-Membro requerido.

    Artigo 5. o

    Certido

    1. A autoridade emissora do Estado-Membro de origem emite a certido, a pedido da pessoa protegida, utilizando o formulrio-tipo multilingue estabelecido nos termos do artigo 19. o , e incluindo as informaes previstas no artigo 7. o .

    2. A emisso da certido no passvel de recurso.

    3. A autoridade emissora do Estado-Membro de origem faculta pessoa protegida, a pedido desta, uma transliterao e/ou traduo da certido, utilizando para o efeito o formulrio-tipo multilingue estabelecido nos termos do artigo 19. o .

    Artigo 6. o

    Requisitos de emisso da certido

    1. A certido s pode ser emitida se a medida de proteo tiver sido comunicada pessoa causadora da ameaa nos termos da lei do Estado-Membro de origem.

    2. Caso a medida de proteo tenha sido decretada revelia, a certido s pode ser emitida se a pessoa causadora da ameaa tiver sido notificada do ato que iniciou a instncia ou de ato equivalente ou, se for caso disso, tiver sido informada por outra via de que a instncia foi iniciada, nos termos da lei do Estado-Membro de origem, a tempo e de forma a permitir-lhe preparar a sua defesa.

    3. Caso a medida de proteo tenha sido decretada no mbito de um procedimento que no preveja a comunicao prvia pessoa causadora da ameaa (a seguir designado processo ex parte), a certido s pode ser emitida se essa pessoa tiver tido o direito de contestar a medida de proteo nos termos da lei do Estado-Membro de origem.

    Artigo 7. o

    Contedo da certido

    A certido contm as seguintes informaes:

    a) Nome e endereo/dados de contacto da autoridade emissora;

    b) Nmero de referncia do processo;

    c) Data de emisso da certido;

    d) Dados da pessoa protegida: nome, data e local de nascimento, se conhecidos, e endereo a utilizar para efeitos de comunicao, precedidos de aviso claro de que tal endereo pode ser divulgado pessoa causadora da ameaa;

    e) Dados da pessoa causadora da ameaa: nome, data e local de nascimento, se conhecidos, e endereo a utilizar para efeitos de notificaes;

    f) Todas as informaes necessrias para executar a medida de proteo, nomeadamente, se for caso disso, o tipo de medida e a obrigao por ela imposta pessoa causadora da ameaa, especificando a funo do local e/ou a rea circunscrita de que essa pessoa esteja proibida de se aproximar ou em que esteja proibida de entrar, respetivamente;

    g) Perodo de validade da medida de proteo;

    h) Durao dos efeitos do reconhecimento, nos termos do artigo 4. o , n. o 4;

    PT 29.6.2013 Jornal Oficial da Unio Europeia L 181/9

  • i) Declarao de cumprimento dos requisitos previstos no artigo 6. o ;

    j) Informao sobre os direitos conferidos pelos artigos 9. o e 13. o ;

    k) A ttulo indicativo, a designao completa do presente regulamento.

    Artigo 8. o

    Comunicao da certido pessoa causadora da ameaa

    1. A autoridade emissora do Estado-Membro de origem comunica pessoa causadora da ameaa a certido e o facto de que a sua emisso d lugar ao reconhecimento e, se aplicvel, executoriedade da medida de proteo em todos os Estados-Membros nos termos do artigo 4. o .

    2. Caso a pessoa causadora da ameaa resida no Estado-Membro de origem, a comunicao efetuada nos termos da lei desse Estado-Membro. Caso a pessoa causadora da ameaa resida num Estado-Membro que no o Estado-Membro de origem ou num pas terceiro, essa comunicao efetuada por carta registada com aviso de receo ou equivalente.

    Caso o endereo da pessoa causadora da ameaa seja desconhecido ou essa pessoa se recuse a acusar a receo da comunicao, aplica-se a lei do Estado-Membro de origem.

    3. O paradeiro ou outros dados de contacto da pessoa protegida no podem ser divulgados pessoa causadora da ameaa, a menos que a sua divulgao seja necessria para o cumprimento ou execuo da medida de proteo.

    Artigo 9. o

    Retificao ou revogao da certido

    1. Sem prejuzo do artigo 5. o , n. o 2, e mediante pedido da pessoa protegida ou da pessoa causadora da ameaa autoridade emissora do Estado-Membro de origem, ou por iniciativa prpria dessa autoridade, a certido :

    a) Retificada, nos casos em que, devido a erro material, exista discrepncia entre a medida de proteo e a certido; ou

    b) Revogada, nos casos em que tenha sido emitida de forma manifestamente errada luz dos requisitos estabelecidos no artigo 6. o e do mbito de aplicao do presente regulamento.

    2. O procedimento relativo retificao ou revogao da certido, incluindo qualquer recurso da retificao ou revogao, rege-se pela lei do Estado-Membro de origem.

    Artigo 10. o

    Apoio pessoa protegida

    A pedido da pessoa protegida, a autoridade emissora do Estado- -Membro de origem presta-lhe assistncia para a obteno das informaes, disponibilizadas nos termos dos artigos 17. o e 18. o , sobre as autoridades do Estado-Membro requerido perante as quais a medida de proteo deve ser invocada ou s quais a sua execuo deve ser requerida.

    Artigo 11. o

    Adaptao da medida de proteo

    1. A autoridade competente do Estado-Membro requerido procede, se e na medida do necessrio, adaptao dos elementos factuais da medida de proteo para que esta produza efeitos nesse Estado-Membro.

    2. O procedimento da adaptao da medida de proteo rege-se pela lei do Estado-Membro requerido.

    3. A adaptao da medida de proteo comunicada pessoa causadora da ameaa.

    4. Caso a pessoa causadora da ameaa resida no Estado-Membro requerido, a comunicao efetuada nos termos da lei desse Estado-Membro. Caso a pessoa causadora da ameaa resida num Estado-Membro que no o Estado-Membro requerido ou num pas terceiro, essa comunicao efetuada por carta registada com aviso de receo ou equivalente.

    Caso o endereo da pessoa causadora da ameaa seja desconhecido ou essa pessoa se recuse a acusar a receo da comunicao, aplica-se a lei do Estado-Membro requerido.

    5. A pessoa protegida e a pessoa causadora da ameaa podem interpor recurso da adaptao da medida de proteo. O processo de recurso rege-se pela lei do Estado-Membro requerido. No entanto, a interposio do recurso no tem efeito suspensivo.

    PT L 181/10 Jornal Oficial da Unio Europeia 29.6.2013

  • Artigo 12. o

    Proibio de reviso quanto ao mrito

    Uma medida de proteo decretada no Estado-Membro de origem no pode, em caso algum, ser revista quanto ao mrito no Estado-Membro requerido.

    Artigo 13. o

    Recusa do reconhecimento ou da execuo

    1. O reconhecimento e, quando aplicvel, a execuo da medida de proteo so recusados, a pedido da pessoa causadora da ameaa, na medida em que esse reconhecimento:

    a) Seja manifestamente contrrio ordem pblica do Estado- -Membro requerido; ou

    b) Seja incompatvel com uma deciso proferida ou reconhecida no Estado-Membro requerido.

    2. O pedido de recusa do reconhecimento ou da execuo apresentado ao tribunal do Estado-Membro requerido comunicado por esse Estado-Membro Comisso nos termos do artigo 18. o , n. o 1, alnea a), subalnea iv).

    3. No pode ser recusado o reconhecimento da medida de proteo com fundamento no facto de a lei do Estado-Membro requerido no permitir a adoo de tal medida com base nos mesmos factos.

    Artigo 14. o

    Suspenso ou anulao do reconhecimento ou da execuo

    1. Caso uma medida de proteo seja suspensa ou retirada no Estado-Membro de origem, a sua executoriedade seja suspensa ou limitada, ou a certido seja revogada nos termos do artigo 9. o , n. o 1, alnea b), a autoridade emissora do Estado- -Membro de origem emite, a pedido da pessoa protegida ou da pessoa causadora da ameaa, uma certido que indique essa suspenso, limitao, retirada ou revogao, utilizando o formulrio-tipo multilingue estabelecido nos termos do artigo 19. o .

    2. Mediante a apresentao, pela pessoa protegida ou pela pessoa causadora da ameaa, da certido emitida nos termos do n. o 1, a autoridade competente do Estado-Membro requerido suspende ou anula os efeitos do reconhecimento e, se aplicvel, a execuo da medida de proteo.

    CAPTULO III

    DISPOSIES GERAIS E FINAIS

    Artigo 15. o

    Autenticao e outras formalidades anlogas

    No se exige qualquer autenticao ou formalidade semelhante para os documentos emitidos num Estado-Membro no contexto do presente regulamento.

    Artigo 16. o

    Transliterao ou traduo

    1. As transliteraes ou tradues exigidas nos termos do presente regulamento so efetuadas na lngua oficial ou numa das lnguas oficiais do Estado-Membro requerido, ou em qualquer outra lngua oficial das instituies da Unio que esse Estado-Membro se tenha declarado disposto a aceitar.

    2. Sem prejuzo do artigo 5. o , n. o 3, as tradues feitas por fora do presente regulamento so realizadas por pessoas qualificadas para traduzir num dos Estados-Membros.

    Artigo 17. o

    Informaes facultadas ao pblico

    Os Estados-Membros fornecem, no mbito da Rede Judiciria Europeia em Matria Civil e Comercial criada pela Deciso 2001/470/CE, e com vista sua divulgao ao pblico, uma descrio das regras e procedimentos nacionais aplicveis s medidas de proteo em matria civil, incluindo informaes sobre o tipo de autoridades competentes nas matrias abrangidas pelo mbito de aplicao do presente regulamento.

    Os Estados-Membros mantm essas informaes atualizadas.

    Artigo 18. o

    Comunicao de informaes pelos Estados-Membros

    1. At 11 de julho de 2014, os Estados-Membros comunicam Comisso as seguintes informaes:

    a) O tipo de autoridades competentes nas matrias abrangidas pelo mbito de aplicao do presente regulamento, especificando, se necessrio:

    i) as autoridades competentes para decretar medidas de proteo e emitir as certides nos termos do artigo 5. o ,

    ii) as autoridades perante as quais uma medida de proteo decretada noutro Estado-Membro deve ser invocada e/ou competentes para executar essa medida,

    PT 29.6.2013 Jornal Oficial da Unio Europeia L 181/11

  • iii) as autoridades competentes para proceder adaptao das medidas de proteo nos termos do artigo 11. o , n. o 1,

    iv) Os tribunais aos quais deve ser apresentado o pedido de recusa do reconhecimento e, se aplicvel, da execuo, nos termos do artigo 13. o ;

    b) A lngua ou lnguas nas quais so aceites as tradues a que se refere o artigo 16. o , n. o 1.

    2. A Comisso divulga ao pblico as informaes a que se refere o n. o 1 atravs de todos os meios adequados, nomeadamente atravs do stio web da Rede Judiciria Europeia em Matria Civil e Comercial.

    Artigo 19. o

    Estabelecimento e alteraes subsequentes do formulrio

    A Comisso adota atos de execuo que estabeleam e subsequentemente alterem os formulrios a que se referem os artigos 5. o e 14. o . Os referidos atos de execuo so adotados pelo procedimento de exame a que se refere o artigo 20. o .

    Artigo 20. o

    Procedimento de comit

    1. A Comisso assistida por um comit. Este comit deve ser entendido como comit na aceo do Regulamento (UE) n. o 182/2011.

    2. Sempre que se faa referncia ao presente nmero, aplicvel o artigo 5. o do Regulamento (UE) n. o 182/2011.

    Artigo 21. o

    Anlise

    At 11 de janeiro de 2020, a Comisso apresenta ao Parlamento Europeu, ao Conselho e ao Comit Econmico e Social Europeu um relatrio sobre a aplicao do presente regulamento. Esse relatrio acompanhado, se necessrio, de propostas de alterao.

    Artigo 22. o

    Entrada em vigor

    O presente regulamento entra em vigor no vigsimo dia seguinte ao da sua publicao no Jornal Oficial da Unio Europeia.

    O presente regulamento aplicvel a partir de 11 de janeiro de 2015.

    O presente regulamento aplicvel s medidas de proteo decretadas em 11 de janeiro de 2015 ou a partir dessa data, independentemente da data em que tenha sido dado incio instncia.

    O presente regulamento obrigatrio em todos os seus elementos e diretamente aplicvel nos Estados-Membros nos termos dos Tratados.

    Feito em Estrasburgo, em 12 de junho de 2013.

    Pelo Parlamento Europeu O Presidente M. SCHULZ

    Pelo Conselho A Presidente

    L. CREIGHTON

    PT L 181/12 Jornal Oficial da Unio Europeia 29.6.2013

    Regulamento (UE) n . o 606/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho de 12 de junho de 2013 relativo ao reconhecimento mtuo de medidas de proteo em matria civil