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Folha 2/21 REGULAMENTO DE USO DA INDICAÇÃO GEOGRÁFICA NA MODALIDADE DENOMINAÇÃO DE ORIGEM CAMPOS DE CIMA DA SERRA PARA QUEIJO ARTESANAL SERRANO CAPITULO I DA LEGALIDADE Art. 1 o - Do reconhecimento da IG pelos produtores da região: A Federação das Associações dos Produtores de Queijo Artesanal Serrano de Santa Catarina e Rio Grande (Faproqas), CNPJ 28.553.427/0001-36, com sede na Rua Otacílio Vieira da Costa, nº 112, Sala 04, Centro, de Lages, SC e suas filiadas: a Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Serrano da Serra Catarinense (Aproserra), CNPJ 18.575.416/0001-01, com sede a Rua Otacílio Vieira da Costa, nº 112, Centro, no município de Lages, SC; a Associação dos Produtores de Queijo e Derivados do Leite dos Campos de Cima da Serra (Aprocampos), CNPJ 14.650.359/0001-19, com sede a Rua Júlio de Castilhos, 605, no município de Bom Jesus/RS; a Associação dos Produtores de Queijo e Derivados do Leite de Jaquirana (Aprojaqui), CNPJ 18.136.995/0001-88, com sede a Rua Inácio Rodrigues, 550, Centro, no município de Jaquirana, RS; visando o enquadramento pelo qual se regerá a Indicação Geográfica Campos de Cima da Serra na modalidade de Denominação de Origem para Queijo Artesanal Serrano , em conjunto instituem o presente Regulamento de Uso. Parágrafo único: Segundo o que estabelece a Lei n o . 9.279 de 14/05/1996, Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Artigos 172 a 182, Resolução INPI n o . 75/2000 e subsequente ato normativo n o 25/2013 de 21/08/2013, para o registro da Indicação Geográfica, conforme prescreve artigo n o 6 o da IN nº 25/2013, o instrumento que regulamentará o uso da indicação geográfica, por seus proponentes fica instituído a iniciativa das associações para a construção da Indicação Geográfica, na modalidade de Denominação de Origem, Campos de Cima da Serra se encontra devidamente registrada em ata nº 05 referente a assembleia geral da Aproserra do dia 05 do mês de julho do ano de 2016, em ata nº 65/2016 referente a assembleia geral da Aprocampos do dia 07 do mês de junho do ano de 2016, em ata nº 44/2016 referente a assembleia geral da Aprojaqui do dia 31 do mês de maio do ano de 2016. Art. 2 o - Da definição e aprovação do regulamento de uso: A Federação das Associações dos Produtores de Queijo Artesanal Serrano de Santa Petição 870190111948, de 01/11/2019, pág. 9/61

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Folha 2/21

REGULAMENTO DE USO DA INDICAÇÃO GEOGRÁFICA NA MODALIDADE

DENOMINAÇÃO DE ORIGEM CAMPOS DE CIMA DA SERRA PARA QUEIJO

ARTESANAL SERRANO

CAPITULO I

DA LEGALIDADE

Art. 1o - Do reconhecimento da IG pelos produtores da região:

A Federação das Associações dos Produtores de Queijo Artesanal Serrano de Santa

Catarina e Rio Grande (Faproqas), CNPJ 28.553.427/0001-36, com sede na Rua

Otacílio Vieira da Costa, nº 112, Sala 04, Centro, de Lages, SC e suas filiadas: a

Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Serrano da Serra Catarinense

(Aproserra), CNPJ 18.575.416/0001-01, com sede a Rua Otacílio Vieira da Costa, nº

112, Centro, no município de Lages, SC; a Associação dos Produtores de Queijo e

Derivados do Leite dos Campos de Cima da Serra (Aprocampos), CNPJ

14.650.359/0001-19, com sede a Rua Júlio de Castilhos, 605, no município de Bom

Jesus/RS; a Associação dos Produtores de Queijo e Derivados do Leite de

Jaquirana (Aprojaqui), CNPJ 18.136.995/0001-88, com sede a Rua Inácio

Rodrigues, 550, Centro, no município de Jaquirana, RS; visando o enquadramento

pelo qual se regerá a Indicação Geográfica Campos de Cima da Serra na modalidade

de Denominação de Origem para Queijo Artesanal Serrano , em conjunto instituem

o presente Regulamento de Uso.

Parágrafo único: Segundo o que estabelece a Lei no. 9.279 de 14/05/1996, Instituto

Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Artigos 172 a 182, Resolução INPI no. 75/2000

e subsequente ato normativo no 25/2013 de 21/08/2013, para o registro da Indicação

Geográfica, conforme prescreve artigo no 6o da IN nº 25/2013, o instrumento que

regulamentará o uso da indicação geográfica, por seus proponentes fica instituído a

iniciativa das associações para a construção da Indicação Geográfica, na modalidade de

Denominação de Origem, Campos de Cima da Serra se encontra devidamente

registrada em ata nº 05 referente a assembleia geral da Aproserra do dia 05 do mês de

julho do ano de 2016, em ata nº 65/2016 referente a assembleia geral da Aprocampos

do dia 07 do mês de junho do ano de 2016, em ata nº 44/2016 referente a assembleia

geral da Aprojaqui do dia 31 do mês de maio do ano de 2016.

Art. 2o- Da definição e aprovação do regulamento de uso:

A Federação das Associações dos Produtores de Queijo Artesanal Serrano de Santa

Petição 870190111948, de 01/11/2019, pág. 9/61

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Catarina e Rio Grande (Faproqas) e suas filiadas: Associação dos Produtores de

Queijo Artesanal Serrano da Serra Catarinense (Aproserra), a Associação dos

Produtores de Queijo e Derivados do Leite dos Campos de Cima da Serra

(Aprocampos), a Associação dos Produtores de Queijo e Derivados do Leite de

Jaquirana (Aprojaqui), neste mesmo ato, na qualidade de entidades associativas, de

representação da coletividade dos produtores dos municípios integrantes da Região dos

Campos de Cima da Serra de SC e RS, nos direitos que o Art.5º e 6º da IN 25/2013 do

INPI e Lei Federal 9.279 de 14/05/1996 lhe conferem, aprovam integralmente o referido

regulamento para uso da identidade da indicação geográfica na modalidade de

Denominação de Origem (IG/DO) para o queijo artesanal serrano, provenientes da

Região Campos de Cima da Serra de SC e RS.

Parágrafo único: O conhecimento e a aprovação do referido Regulamento de Uso que

trata este artigo, se deu em Assembleia Geral conjunta convocada especificamente para

esse fim pelas associações requerentes da IG/DO, Aproserra, Aprocampos e

Aprojaqui, com a participação de técnicos e grupos informais de produtores de

queijo artesanal serrano dos municípios de Cambará do Sul-RS e São Francisco

de Paula-RS e se encontra devidamente registrada em ata do dia 28 do mês de julho

do ano de 2016.

Art. 3º - Da requerente da IG/DO:

A Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Serrano da Serra Catarinense

(Aproserra), a Associação dos Produtores de Queijo e Derivados do Leite dos Campos

de Cima da Serra (Aprocampos), a Associação dos Produtores de Queijo e

Derivados do Leite de Jaquirana (Aprojaqui), coparticipantes da IG/DO Campos de

Cima da Serra, segundo o que define o Art. 5º da IN 25/2013 do Instituto Nacional da

Propriedade Intelectual - INPI e Lei 9.279 de 14/05/1996, conferem para a Federação

das Associações dos Produtores de Queijo Artesanal Serrano de Santa Catarina e Rio

Grande (Faproqas), CNPJ 28.553.427/0001-36, plenos poderes para exercer a

qualidade de entidade requerente do pedido da Indicação Geográfica (IG), na

modalidade de Denominação de Origem (DO) para o produto Queijo Artesanal Serrano,

proveniente da região dos Campos de Cima da Serra de SC e RS, junto ao INPI segundo

os critérios que definem o Art. 6º da referida Instrução Normativa.

CAPÍTULO II

DO REGULAMENTO DE USO

Art. 4º - Do objetivo:

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O presente instrumento define e orienta para os procedimentos e padrões a serem

seguidos, na produção do Queijo Artesanal Serrano dos Campos de Cima da Serra

de SC e RS e para uso da identidade da IG/DO nos produtos comercializados.

Art. 5º - A quem se destina:

O presente instrumento se destina a quem de direito poderá fazer uso da

identidade da IG/DO Campos de Cima da Serra em seus produtos e materiais de

divulgação da atividade pecuária e de produção do queijo artesanal serrano dos

Campos de Cima da Serra.

Art. 6 º - Do direito de uso da IG/DO:

O direito de uso da identidade da IG/DO será exclusivamente do produtor de queijo

artesanal serrano, estabelecido na área de abrangência dos Campos de Cima da

Serra de SC e RS, conforme reconhecem os instrumentos oficiais do MAPA e INPI

que estabelecem as normas deste regulamento.

Art. 7o - Das alterações do regulamento de uso da identidade da IG/DO:

§1º - Quaisquer alterações nas regras deste regulamento deverão ser submetidas a

análise e aprovação do Conselho Regulador, considerando que:

§2º- As associações de produtores, produtores individuais associados ou mesmo

produtores não associados de queijo artesanal serrano, localizados na área delimitada

da IG/DO da Região Campos de Cima da Serra, poderão requerer alterações neste

regulamento.

§3º- O encaminhamento ao Conselho Regulador da solicitação para alteração deste

regulamento deverá ser solicitado por ofício específico, contendo os termos da

solicitação e as respectivas justificativas, amparadas por parecer técnico expedido por

entidade de pesquisa, ensino ou extensão, acompanhadas das atas das assembleias

das associações de produtores aprovando o parecer técnico e a solicitação do referido

pleito. No caso de produtores individuais, associados ou não será exigido apenas o ofício

específico, acompanhado de um parecer técnico com as devidas justificativas;

§4º- As modificações propostas para este regulamento, não podem em qualquer

hipótese, ferir o objeto deste regulamento conforme estabelece o art. 4o do Capítulo II,

para tanto:

I - Fica expressamente vedado as seguintes alterações nas regras desse regulamento:

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a. Da área geográfica da IG/DO, definida como Campos de Cima da Serra; exceto, caso

venha ocorrer a extinção de uma das características do meio geográfico ligada a

qualidade do produto designado por Campos de Cima da Serra;

b. Do produto queijo artesanal serrano da área de abrangência da IG/DO Campos de

Cima da Serra;

c. Das características reconhecidas para a IG/DO Campos de Cima da Serra.

II - Somente serão válidas e permitidas as solicitações de alteração das regras do

regulamento, exceto do inciso I, para:

a. A inclusão ou exclusão de parâmetros qualitativos para produção de queijo artesanal

serrano;

b. O aprimoramento ou inclusão de regras, em parte ou integralmente, que possam

promover a cadeia produtiva do queijo artesanal serrano na região a partir da IG/DO

Campos de Cima da Serra, ou o reconhecimento do queijo artesanal serrano;

c. A exclusão de regras, em parte ou integralmente, que possam prejudicar o

fortalecimento da cadeia produtiva a partir da IG/DO Campos de Cima da Serra ou

subjugar o reconhecimento do queijo artesanal serrano;

d. Os mecanismos de controle das regras;

e. A inclusão ou exclusão de instâncias de controle.

CAPITULO III

DA ÁREA GEOGRÁFICA DE ABRANGÊNCIA E PRODUÇÃO

Art. 8º: Da Área geográfica delimitada:

§ 1º - A área geográfica delimitada para a Denominação de Origem do Queijo Artesanal

Serrano dos Campos de Cima da Serra de SC e RS, localiza-se entre as coordenadas

geográficas de latitudes 27º13’15,683”S e 29º33’22,896”S e as longitudes

51º42’20,251”W e 49º13’49,955”W, com área total de 34.372,7 km2. Compreende as

regiões do Planalto Sul Catarinense e Nordeste do Rio Grande do Sul, de acordo com

limites, confrontações e pontos com coordenadas aproximadas obtidos no Sistema

Universal Transversa de Mercator (c. UTM a.) na Projeção UTM e datum SIRGAS 2000,

conforme observado na Figura 1 e de acordo com memorial descritivo que se encontra

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no dossiê. Essa delimitação foi baseada conforme instrumento oficial do SEAPA/RS e

SAR/SC, que reconhece a área de abrangência dos Campos de Cima da Serra de SC e

RS, bem como através de publicações técnicas científicas citadas na delimitação

geográfica da IG/DO.

§ 2º - A Denominação de Origem Campos de Cima da Serra para queijo artesanal serrano

se insere total ou parcialmente nos territórios dos municípios catarinenses de: Anita

Garibaldi, Bocaina do Sul, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Campo Belo do Sul, Capão

Alto, Cerro Negro, Correia Pinto, Lages, Otacílio Costa, Painel, Palmeira, Ponte Alta, Rio

Rufino, São Joaquim, São José do Cerrito, Urubici e Urupema. No Rio Grande do Sul,

total ou parcialmente nos territórios dos municípios de Vacaria, Bom Jesus, São José

dos Ausentes, Cambará do Sul, Campestre da Serra, Caxias do Sul, Ipê, Jaquirana,

Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões, São Francisco de Paula, Esmeralda, Pinhal

da Serra, André da Rocha, Lagoa Vermelha e Capão Bonito do Sul (Figura1).

Figura 1. No contorno em amarelo a área da indicação geográfica Campos de Cima da Serra.

Fonte: Epagri/Ciram (2016)

Art. 9º - Do clima e relevo:

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§ 1º- A região apresenta clima Cfb segundo Köppen: clima temperado úmido com verão

ameno. Clima temperado propriamente dito; temperatura média no mês mais frio

abaixo de 18ºC (mesotérmico), com verões frescos, temperatura média no mês mais

quente abaixo de 22ºC e sem estação seca definida. A temperatura média anual

varia de 13 a 16ºC, com a média das mínimas variando entre 9ºC e 12°C e a média das

máximas entre 18°C a 22°C, com precipitações distribuídas em todos os meses do ano

e volumes totais anuais de 1.300 a 1.800 mm. A umidade do ar é típica dos campos de

altitude do Sul do Brasil, com inverno e verão úmidos, apresentando valores médios

anuais entre 79 a 82%.

§ 2º - Quanto as altitudes e relevo na área da IG, 5% da área encontra-se entre 100 a

700 metros de altitude. Entre 701 a 1000m encontra-se a maior parte da área,

correspondendo a 65% da área total, 23% estão entre 1001 a 1300m e 6% estão entre

1301 a 1800m. O relevo cerca de 12% da área estão em relevo plano, 32% em suave

ondulado, 37% ondulado, 16% correspondem a forte ondulado, e 2% de montanhoso.

Art. 10º - Da geologia e solos:

§ 1º - Na região que compreende os Campos de Cima da Serra predominam as rochas

efusivas da formação Serra Geral, formada após uma sequência de eventos sucessivos

de derrames de lavas entre 120 e 135 milhões de anos. O vulcanismo nessas áreas não

ocorreu homogeneamente e as diferentes condições de resfriamento do magma atuaram

sobre a constituição textural e mineralógica de cada derrame. Isto originou

predominantemente o basalto, mas também vários outros tipos de rochas, com variada

composição química e textural, incluindo fenobasaltos, andesitos, riodacitos e riolitos. As

rochas com composição eminentemente básica correspondem a sua sequência inferior,

nas imediações dos vales dos rios Pelotas, Antas e Touros e seus afluentes principais,

predomina o basalto (Horbach et al., 1986).

As mais ácidas correspondem principalmente aos últimos derrames de lava, ocorrendo

por este motivo nas regiões de altitudes mais elevadas, como nos platôs de São

Joaquim. Entre as classes de solos dominantes destacam-se Cambissolos, Neossolos

Litólicos, Nitossolos e Gleissolos.

§ 2º - A hidrografia da região compreende parte das nascentes dos rios Canoas e Pelotas,

que correspondem aos principais formadores da extensa bacia do rio Uruguai. Ao Sul,

encontra-se a bacia do rio Taquari e Antas. Estes rios são típicos de montanha,

caracterizando-se pela média e alta velocidade e pela baixa concentração de nutrientes.

Com relação aos corpos d’água, observa-se ainda a formação de áreas alagadas e

turfeiras.

Art. 11º - Das pastagens encontradas na delimitação geográficai:

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I - Constitui-se de pastagens naturais, pastagens naturais melhoradas e pastagens

cultivadas.

II - É recomendado o aproveitamento da diversidade das pastagens naturais ou

cultivadas. Podendo-se utilizar de gramíneas e leguminosas exógenas. Também se

recomenda a utilização das pastagens naturais conforme a legislação ambiental vigente,

visando a preservação das espécies de melhor valor forrageiroii, como Bromus auleticus

(cevadilha-serrana), Paspalum dilatatum (grama-comprida), Paspalum notatum (grama-

forquilha), Andropogon lateralis (capim-caninha), Piptochaetium montevidense (capim-

cabelo-de-porco), Schizachrium tenerum (capim-mimoso), Briza sp (capins-treme-

treme), Melica sp (capins-cascavel), Trifolium riograndensis (trevo- riograndense),

Adesmia sp (babosinhas), entre outras.

III - Segundo estudos científicos (Gomes et al., 1989) os principais tipos fisionômicos de

campos naturais na área de abrangência da DO Campos de Cima da Serra são os

seguintes (Figura 2):

Figura 2. Capim-caninha (A), capim-mimoso (B) e tipos fisionômicos dos campos de produção

de Queijo Artesanal Serrano (C e D).

A B

C D

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a. Campo Palha Grossa: campo limpo, com predomínio de capim caninha (Andropogon

lateralis). Relevo suave-ondulado e ondulado, com solo de origem sedimentar;

b. Campo Palha Fina: domínio de capim-mimoso (Schizachyrium tenerum), com

frequência secundária de outras espécies dos gêneros Schizachyrium, Aristida (barba

de bode), Stipa (capim flechinha), e espécies Axonopus siccus e A. afinis (grama-tapete),

grama-forquilha (Paspalum notatum). Caracteriza-se por apresentar campo limpo, relevo

de suave-ondulado a ondulado, solos oriundos de rochas intermediárias e rochas

basálticas, raso com afloramento de rochas;

c. Existem mais cinco tipos fisionômicos derivados dos campos Palha Grossa e Palha

Fina: Campo-Misto de Capim-Caninha e Capim-Mimoso; Campo Misto de Capim-

Mimoso e Grama-Baixa (Paspalum pumilum); Campo Palha Fina tendendo a Gramado;

Campo Sujo; Campo Palha Fina com Mata de Araucária;

d. “Esta riqueza florística [dos campos naturais] traz um fato pouco comum ao registrado

no restante do mundo, que é a associação de espécies C4, de crescimento estival, com

espécies C3, de crescimento hibernal”iii.

CAPÍTULO IV

DO SISTEMA DE PRODUÇÃO

Art. 12º - Do sistema de criação do rebanho e das práticas de manejo:

I - O sistema de produção deverá ser baseado na bovinocultura extensiva ou semi-

intensiva, utilizando pastagens naturais, conforme descrito no artigo anterior, pastagens

naturais melhoradas e pastagens cultivadas, com raças adaptadas a estes ambientes

de criação;

II - É recomendado o aproveitamento da diversidade das pastagens naturais ou

cultivadas. Podendo-se utilizar de gramíneas e leguminosas exógenas;

III – Os tipos de pastagens permitidas para alimentação do rebanho destinado a

produção de queijo artesanal serrano será definido em documento anexo a este

Regulamento e aprovado pelos produtores em assembleia das associações participantes

da IG/DO Campos de Cima da Serra (Aproserra, Aprocampos e Aprojaqui).

Art. 13º - Do rebanho utilizado:

I - As raças autorizadas para fornecimento de leite para a fabricação de Queijo Artesanal

Serrano constituem-se na totalidade das raças bovinas com aptidão para corte,

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incluindo as raças autóctones Crioulo Lageano e Franqueiro, sendo admitido qualquer

grau de sangue nos cruzamentos entre as mesmas, bem como o cruzamento destas com

raças zebuínas.

II - Como forma de aumentar a escala de produção, admite-se as seguintes situações:

a. Rebanho resultante do cruzamento entre raças de corte ou mistas com raças leiteiras

Jersey e/ou Holandês em grau de sangue não superior a 50%;

b. São raças mistas usadas na região para produção de Queijo Artesanal Serrano:

Simental, Pardo Suíço, Flamenga, Normanda, Gir e Shorthorn.

Art. 14º - Da sanidade do rebanho:

I - A sanidade do rebanho deve ser atestada por Médico Veterinário, que deve adotar

rigorosamente as recomendações técnicas contidas em normas e regulamentos

sanitários em vigor;

II - O produtor deve adotar as b o a s práticas agropecuárias visando o controle

sanitário do rebanho que garantam a saúde dos animais e a qualidade do leite de acordo

com a legislação em vigor;

III - Os animais devem ser identificados individualmente para controle da sanidade e do

rebanho.

IV - É obrigatória aplicação de vacinas e demais medidas sanitárias estabelecidas pela

legislação federal e outras complementares definidas em legislações estaduais.

Art.15º - Da alimentação do rebanho:

I - A alimentação das vacas em ordenha deve ser baseada em pastagem natural;

II - Será admitida para as vacas em lactação, das quais o leite é utilizado para

fabricação do Queijo Artesanal Serrano, como suplementação a utilização de pastagem

cultivada, concentrados, minerais, milho e seus derivados e no máximo 20% de silagem

nos meses em que ocorre maior restrição de pastagens (abril a agosto);

III - Não será admitido uso resíduos industriais úmidos (tais como resíduos de

cervejarias, maçã, batata, laranja, etc.) para vacas que estão sendo ordenhadas para

produção de Queijo Artesanal Serrano;

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IV -Não há restrição em fornecer silagem e resíduos industriais para outras categorias

do rebanho.

CAPITULO V

DO QUEIJO ARTESANAL SERRANO

Art.16º - Do produto:

O produto Queijo Artesanal Serrano é fabricado a partir de leite de vaca, cru, hígido,

integral, recém ordenhado e filtrado, produzido e processado exclusivamente na

propriedade de origem, ao qual se adiciona o coalho industrializado e o cloreto de sódio

(sal comum), maturado na propriedade.

Art. 17 - Da matéria prima e insumos utilizados para elaboração do produto:

§ 1° - A matéria prima utilizada para a elaboração do Queijo Artesanal Serrano,

IG/DO Campos de Cima da Serra é o leite de vaca, cru, hígido, integral, recém

ordenhado, filtrado proveniente de vacas sadias da propriedade de origem e que atendem

aos critérios de qualidade, microbiológicos e de características físico-químicos exigidos pela

legislação vigente.

§ 2° - É proibida a utilização do leite após 2 horas do final da ordenha para

processamento do Queijo Artesanal Serrano.

§ 3º - Os insumos utilizados para a produção do Queijo Artesanal Serrano são o coalho

industrializado e o cloreto de sódio (sal comum):

I - O coalho industrializado deverá possuir obrigatoriamente registro sanitário no Serviço

de Inspeção Estadual ou Federal;

II- O cloreto de sódio deverá possuir obrigatoriamente registro no Ministério da Saúde.

Art. 18º - Das características de peso, maturação, sensorial, físico-química e

microbiológica do produto:

I - Peso do queijo artesanal serrano e período de maturação:

a. Deverá ter peso mínimo de 1 kg no processamento;

b. A maturação na propriedade conforme legislação sanitária vigente na área delimitada

pela IG/DO Campos de Cima da Serra.

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II - Características Sensoriais:

a. Consistência: elástica tendendo à untuosidade, segundo o conteúdo de umidade,

matéria gorda e tempo de maturação;

b. Textura: compacta e macia;

c. Cor: amarelado ou amarelo-palha uniforme;

d. Sabor: característico, podendo ser ligeiramente ácido, picante, salgado dependendo

da quantidade de cloreto de sódio, umidade e grau de maturação;

e. Odor: característico, agradável, acentuado com o grau de maturação;

f. Crosta: uniforme, de média espessura lisa e sem trincas;

g. Olhaduras: pequenas olhaduras bem distribuídas, ou sem olhaduras;

h. Formato: são aceitos nos três formatos definidos: redondo, quadrado ou retangular.

III – Os requisitos físico-químicos correspondem às características de composição e

qualidade dos queijos de média umidade, conforme estabelecido em legislação vigente.

IV – Para atender as características microbiológicas do produto Queijo Artesanal Serrano

deverá ser analisado conforme legislação vigente.

CAPÍTULO VI

DO SABER FAZER QUEIJO ARTESANAL SERRANO

Art. 19º – Do processo de elaboração:

O processo de elaboração do Queijo Artesanal Serrano, representado pelas etapas abaixo,

obedecerá:

I - Ordenha: manual ou mecânica;

II - Filtragem: passagem do leite por um filtro, para reter as impurezas;

III - Coagulação: solidificação do leite, para formar a coalhada, com a adição do coalho;

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IV - Corte da coalhada: divisão da coalhada com auxílio de um instrumento cortante

(faca, lira ou pá);

V - Opcionalmente, pode ocorrer a adição de água quente para aquecer a massa

(especialmente no inverno);

VI - Salga: adição do sal, realizada junto com a filtragem do leite ou diretamente na

massa;

VII - Dessoragem: retirada do soro, com pressão manual sobre a massa;

VIII - Enformagem: moldagem da massa, com auxílio de forma forrada com tecido

sintético;

IX - Prensagem: para retirada do excesso de soro utilizar a proporção de 10 kg de peso

para 1 kg de massa durante 24 horas;

X - Maturação: feita sobre prateleiras de madeira de araucária não tratada, aplainada

sem pintura;

XI - Transporte: em embalagens próprias para transporte de alimento evitando

contaminação;

XII- A Obtenção da matéria prima obedecerá rigorosamente aos regulamentos técnicos

específicos conforme legislação vigente.

Parágrafo único: É expressamente proibida a prática da requeija, ou seja, o

reprocessamento de queijos com defeitos.

Art. 20º – Da obtenção da matéria prima:

Caberá ao Conselho Regulador determinar a forma de controle da obtenção da matéria

prima exigidos no artigo 17, §1º, respeitados o direito de defesa e recurso do produtor

no caso de proibição de uso da IG/DO Campos de Cima da Serra.

CAPITULO VII

DAS QUEIJARIAS

Art. 21º – Das Queijarias:

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Considera-se queijarias para produção do Queijo Artesanal Serrano o

estabelecimento de pequeno porte destinado a produção de queijos artesanais

exclusivamente de leite obtido na propriedade.

Art. 22º – Da localização e construção:

A localização e a construção da queijaria bem como o uso de equipamentos deverá

seguir as normas estabelecidas em regulamentos técnicos específicos e legislações

vigentes.

CAPITULO VIII

DA ROTULAGEM

Art. 23º – Da rotulagem para o Queijo Artesanal Serrano:

I - Deverão ser obedecidas as normas legais vigentes para rotulagem estabelecidas pela

ANVISA e Código de Defesa do Consumidor e aprovados pelos Serviços de Inspeção;

II – Poderão utilizar a expressão “QUEIJO ARTESANAL SERRANO” associado ao termo

“Denominação de Origem” ou sua abreviatura “IG/DO”, em conjunto com a expressão,

que designa o nome geográfico reconhecido “Campos de Cima da Serra” somente o

produto produzido em unidade situada na área de abrangência delimitada, submetido a

este regulamento e aprovado pelo Conselho Regulador da IG/DO, oriundo de unidade

de produção inspecionada segundo a legislação a que estiver registrado, que tenha

atendido todas as exigências contidas nas legislações vigentes e obedecidas as normas

descritas no presente Regulamento de Uso.

Modelo de Etiqueta para IG/DO da Campos de Cima da Serra:

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CAPITULO IX

TRANSPORTE E ARMAZENAGEM

Art. 24º – Do transporte:

Normas de Transporte: o transporte do Queijo Artesanal Serrano da propriedade

produtora ao local de comercialização será realizado seguindo a legislação vigente.

Art. 25º – Do Armazenamento:

O queijo artesanal serrano deverá ser armazenado em local higienizado, isento de

odores estranhos seguindo a legislação vigente.

CAPITULO X

DA COMERCIALIZAÇÃO

Art. 26º - Das normas de comercialização:

Somente poderá ser comercializado queijo com o nome geográfico reconhecido

“Campos de Cima da Serra”, em conjunto com a designação Denominação de Origem, ou

sua abreviatura IG/DO, seguida ou não da expressão “Queijo Artesanal Serrano” o

produto produzido na região delimitada, oriundo de unidade de produção inscrita no

cadastro de produtores de IG/DO Campos de Cima da Serra, que tenha atendido todas

as exigências contidas nas legislações vigentes e obedecidas as normas descritas no

presente Regulamento de Uso.

CAPITULO XI

DO CONSELHO REGULADOR

Art. 27º – Da constituição:

O Conselho Regulador será constituído po r qu inze (15 ) membros titulares e quinze

(15) membros suplentes, com a seguinte representação:

I - Três membros da Aproserra;

II – Três membros de Associações de Produtores de Queijo Artesanal Serrano do RS;

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III - Dois membros das entidades oficiais de Assistência Técnica e Extensão Rural dos

Estados envolvidos (Epagri/SC e Emater/RS-ASCAR);

IV - Um membro de Organização Não Governamental representante dos Consumidores;

V - Dois membros da Associação dos Municípios das áreas de abrangência em SC e no

RS;

VI - Dois membros da Associação Comercial e Industrial, contemplando os dois estados;

VII - Dois membros das Instituições de Pesquisa e Ensino, contemplando os dois

estados.

Art. 28º – Do funcionamento do Conselho Regulador:

O Conselho Regulador será constituído paritariamente entre produtores, os dois estados

e demais membros indicados, para um mandato de 3 (três) anos.

§1º – Os membros do Conselho Regulador elegerão entre eles, um Comitê, formado por

um Diretor Presidente, um Diretor Vice-Presidente e um Diretor Secretário.

§2º O Conselho Regulador terá regimento próprio o qual será definido na primeira

reunião ordinária.

CAPITULO XII

DOS SISTEMAS DE CONTROLE E RASTREABILIDADE

Art. 29º - Dos tipos de controle:

§1º- Controles oficiais: serão seguidos os parâmetros estabelecidos pela legislação

vigente.

§2º- Controles internos/autocontroles: realizados pelas associações (Aproserra,

Aprocampos e Aprojaqui) e demais instituições conforme regulamento interno do Conselho

Regulador.

§3º- O Conselho Regulador registrará e manterá atualizados os seguintes registros

cadastrais:

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I - Dos associados da área de abrangência da IG/DO Campos de Cima da Serra aptos

a participarem, com a sua respectiva estrutura para fabricação, maturação ou

comercialização de Queijo Artesanal Serrano;

II - O cadastro de animais ordenhados para a fabricação de Queijo Artesanal Serrano,

bem como a estimativa do volume de leite a ser beneficiado nos estabelecimentos

fabricantes, levando-se em conta para esse cálculo, as características dos animais, a

época do ano e o sistema de alimentação utilizado;

III- Para controle e rastreabilidade deverá ser entregue a declaração de produção mensal

de leite e de queijos elaborados pelos estabelecimentos fabricantes através de planilhas

mensais que serão entregues às Associações, até o 5º dia útil do mês seguinte,

informando o volume produzido, o volume comercializado e volume descartado;

IV – A liberação dos selos de controle e de rastreabilidade estará condicionada a entrega

das planilhas do mês anterior;

V - O registro das auditorias nas propriedades rurais fabricantes de Queijo Artesanal

Serrano inscritos na IG/DO Campos de Cima da Serra. Tais controles incluem as raças

dos animais, o manejo alimentar e o processo de fabricação, dentre outros aspectos;

VI – O registro das auditorias nos estabelecimentos inscritos na IG/DO Campos de Cima

da Serra responsáveis pela maturação e comercialização dos queijos, desde que

cumpridos os períodos mínimos de maturação estabelecidos no Art. 18;

VII – Declaração do produtor requerente atestada por técnico de instituição pública e/ou

oficial de que a propriedade está situada em área geográfica delimitada, vinculada a

comprovante documental.

VIII - O Conselho Regulador poderá estabelecer outros controles e de rastreabilidade

relativos às operações executadas nos diferentes segmentos da cadeia, com o objetivo

de assegurar a garantia de origem dos queijos protegidos pela IG/DO Campos de Cima

da Serra.

Art. 30º – Das visitas técnicas:

§1º- As visitas técnicas serão realizadas por técnico credenciado pelo Conselho

Regulador, do seguinte modo:

I - Visita inicial para credenciamento da propriedade, onde será elaborado laudo técnico

com parecer de verificação dos critérios do sistema de produção exigidos no Regulamento

de Uso.

II- Três visitas anuais de controle e monitoramento.

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§2º- Os custos das visitas técnicas, compreendendo honorários, quilometragem e

diárias, correrão por conta do produtor, podendo cada associação integrante da IG/DO,

firmar convênios e parcerias objetivando a redução dos custos para seus produtores

associados.

Art. 31º – Do monitoramento da qualidade:

Para monitoramento da qualidade deverão ser consideradas as análises realizadas

pelos serviços de inspeção e análises semestrais da qualidade e identidade do Queijo

Artesanal Serrano definidas no sistema de controle da IG/DO Campos de Cima da Serra

por amostras colhidas por técnico credenciado pelas Associações (Aprosera,

Aprocampos e Aprojaqui) devendo os resultados atender as exigências deste

Regulamento de Uso.

Parágrafo único: Os custos das coletas e análises de laboratório determinadas

pelo sistema de controle, compreendendo honorários, quilometragem, diárias e

prestação de serviços, correrão por conta dos produtores podendo cada associação

integrante da IG/DO, firmar convênios e parcerias objetivando a redução dos custos para

seus produtores associados.

CAPITULO XIII

DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS PRODUTORES INSCRITOS NA IG/DO

Art. 32º – São direitos dos produtores inscritos na IG/DO:

I - Fazer uso da etiqueta e representação gráfica da IG/DO Campos de Cima da Serra,

nos produtos protegidos pela mesma;

II - Contribuir com o aperfeiçoamento da IG/DO Campos de Cima da Serra.

Art. 33º - São obrigações dos produtores inscritos na IG/DO:

I - Zelar pela imagem da IG/DO Campos de Cima da Serra;

II - Adotar as medidas normativas necessárias ao controle da produção estabelecidas

pelo Conselho Regulador e no Regulamento de Uso;

III - Pagar as taxas e emolumentos referentes aos controles estabelecidos neste

Regulamento.

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CAPITULO XIV

DAS INFRAÇÕES, PENALIDADES E PROCEDIMENTOS

Art. 34º – Cumprimento do Regulamento de Uso:

O Conselho Regulador será responsável pela análise dos processos elaborados pela

equipe técnica da associação, encarregada de acompanhar o cumpr imen to do

Regulamento de Uso, e de outros documentos, aplicando as devidas sanções em caso

de não cumprimento do mesmo.

Art. 35 – Não cumprimento do Regulamento de Uso:

O Conselho Regulador comunicará aos órgãos competentes os casos de não

cumprimento da legislação vigente, para as devidas sanções.

Art. 36º – Das infrações:

São consideradas infrações o não cumprimento das normas estabelecidas no

Regulamento de Uso.

Art. 37º - Penalidades e infrações:

I - Advertência por escrito;

II - Multa estabelecida pelo Conselho Regulador;

III - Suspensão temporária como participante da IG/DO Campos de Cima da Serra, até

que a irregularidade, que motivou a suspensão, venha ser corrigida.

Parágrafo único: Caberá ao Conselho Regulador determinar a forma de controle e a

aplicação das sanções previstas nesse Regulamento de Uso, respeitados o amplo direito

de defesa, de contraditório e de recurso previstos na legislação brasileira.

CAPITULO XV

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 38º - Dos princípios da IG/DO Campos de Cima da Serra:

São princípios da DO dos Campos de Cima da Serra o respeito das Indicações

Geográficas reconhecidas nacional e internacionalmente, assim os inscritos não poderão

utilizar em seus produtos sejam eles protegidos ou não pela IG/DO Campos de Cima da

Serra o nome de indicação reconhecida em outro país ou mesmo no Brasil.

Parágrafo único - Para qualquer normativa não citada neste regulamento, deverão ser

adotadas as normas e orientações estabelecidas pelos órgãos competentes;

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Art. 39º – Das medidas de caráter excepcionais:

O Conselho Regulador poderá emitir pareceres e adotar medidas de caráter

excepcionais e transitórias, para:

I - Questões não previstas neste Regulamento, deverão ser ratificadas pela Assembleia

Geral dos associados inscritos na IG/DO das Associações envolvidas;

II - Viabilidade da implementação e gestão da IG/DO Campos de Cima da Serra.

Art. 40º - O presente Regulamento de Uso com duração indeterminada entrará em

vigor após a sua aprovação em Assembleia Geral conjunta das Associações

participantes/requerentes da IG/DO.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITADAS:

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PRESTES, N. E.; SANTOS, O. V. dos; ZARDO, V. F. Melhoramento e manejo de

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2. CÓRDOVA, U. de A.; PRESTES, N. E., SANTOS, O. V. dos; ZARDO, V. F.

Melhoramento e manejo de pastagens naturais no planalto catarinense. Florianópolis,

2004. 274p.

3. GOMES, K. E.; QUADROS, F. L. F.; VIDOR, M. A.; DALL'AGNOL, M; RIBEIRO, A

M. L. Zoneamento das pastagens naturais do Planalto Catarinense. In: Reunião do

Grupo Técnico Regional do Cone Sul em Melhoramento e Utilização dos Recursos

Rura is das Áreas Tropical e Subtropical, 11. Lages-SC, 1989. Anais... Grupos

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4. HORBACH, R.; KUCK, L. & MARIMON, R. G. Geologia. In: BRASIL. Instituto Brasileiro

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de Janeiro, 1986, 796p.

5. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Biodiversidade dos campos sulinos do planalto

das araucárias / Ilsi Iob Boldrini, organizador. Brasília, MMA, 2009. 240 p. IL. Color.; 29

cm (Série Biodiversidade, v.30);

6. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Campos sulinos – conservação e uso sustentável

da biodivrsidade / Valério de Patta Pillar… [et al.]. Editores, - Brasília: MMA, 2009. 403

p.; IL. Color. 29cm.

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Folha 21/21

7. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Espécies nativas da flora brasileira de valor

econômico atual ou potencial: plantas para o Futuro – Região Sul / Lidio Coradin;

Alexandre Siminski; Ademir Reis. – Brasília: MMA, 2011. 934P. IL. color. ;29 cm.

8. MORAES, A.; MARASCHIN, G. E.; NABINGER, C. Pastagens nos ecossistemas de

clima tropical: pesquisas para o desenvolvimento sustentável. In: SIMPÓSIO SOBRE

PASTAGENS DOS ECOSSISTEMAS BRASILEIROS: PESQUISAS PARA O

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 1995, Brasília, DF. Anais… Brasília, DF: SBZ,

1995. p. 147-200.

9. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Ciência & Ambiente/Universidade

Federal de Santa Maria. Fitogeografia do Sul da América. UFSM – v. a, n. 1 (julho, 1990)

– Santa Maria: Semestral. N. 24 (jan/jun. 2002) - 1ª reinpressão. 150 p.

10. WOLFGANG, R. Produção de bovinos no Planalto de Santa Catarina – Brasil;

situação atual e perspectivas, por W. Ritter e W. J. Sorrenson. Eschborn, GTZ. 1985. 172

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i - Córdova et al., 2004; MMA/Pillar et. al., 2009; MMA/Coradin et al., 2011; MMA/Boldrini, 2009;

Ritter & Sorrenson, 1985, UFSM/Ciência & Saúde, 2002.

ii - Brandenburg, 2004.

iii - Duncan & Jarman, 1993, citado por Moraes et al., 1995.

Luis Carlos da Luz Córdova

Presidente da Faproqas

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