regulamentação guarda compartilhada - com liminar (alienação parental)

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1 Alves Prado Advocacia Paulo Márcio Prado - 0AB/SP 170.615 EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA JUDICIAL DO FORO DA COMARCA DE UBATUBA-SP XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, especialmente com base no que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente e na Constituição Federal, no que dispõe sobre os direitos da criança e da entidade familiar brasileira, vem a presença de Vossa Excelência propor AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA com pedido liminar de tutela antecipada inaudita altera parte em face de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx MENOR: xxxxxxxxxxxxxx (xxx anos e xxx meses) MÉRITO O Autor e a Requerida são pais da menor Maria Eduarda, conforme certidão de nascimento anexa, sendo que não mantém relacionamento entre si. O Autor, desde o nascimento da menina Maria Eduarda, sempre foi (e é) pai presente e zeloso em todo sentido, Av. Marginal, 774, Praia Grande Ubatuba – SP CEP 11680-000 12 9219-0444 [email protected]

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É bom lembrar que no caso de guarda compartilhada, o regime proposto na peça deve servir apenas como exemplo, uma vez cada caso tem suas peculiaridades e devem sempre ser atendidas as necessidades do menor e a condição dos pais.

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Alves Prado Advocacia Paulo Márcio Prado - 0AB/SP 170.615

EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA JUDICIAL DO FORO DA COMARCA DE UBATUBA-

SP

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, especialmente com base no que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente e na Constituição Federal, no que dispõe sobre os direitos da criança e da entidade familiar brasileira, vem a presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE GUARDAcom pedido liminar de tutela antecipada inaudita altera parte

em face de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

MENOR: xxxxxxxxxxxxxx (xxx anos e xxx meses)

MÉRITO

O Autor e a Requerida são pais da menor Maria Eduarda, conforme certidão de nascimento anexa, sendo que não mantém relacionamento entre si.

O Autor, desde o nascimento da menina Maria Eduarda, sempre foi (e é) pai presente e zeloso em todo sentido, seja no aspecto familiar, financeiro, moral ou legal, jamais tendo deixado de cumprir suas obrigações no tocante às responsabilidades perante sua filha, muitas vezes até excedendo responsabilidades que

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caberiam à Ré.

O intuito (e direito) do Autor sempre foi desfrutar ao máximo o convívio com sua filha, proporcionando-lhe todo auxílio material necessário a seu saudável desenvolvimento, bem como dispensando-lhe todo afeto e carinho que são naturais de sua qualidade de pai.

Ainda que a menina seja pequenina, já possui imenso vínculo afetivo com o Autor.

Ocorre que, desde julho p.p., a requerida tem impedido sistematicamente o Autor de, sequer, ver sua própria filha.

A Ré chegou ao absurdo de não deixar o Autor ver sua filha no dia dos pais, e por mais que o mesmo insista, não consegue pacificamente que a requerida permita seu contato de direito com a menina.

Tal comportamento, abrupto e cruel, sequer se deve a alguma justificativa plausível, qualquer que seja,

Neste interregno o Autor viu a filha 2 vezes apenas. Uma delas foi para pedir dinheiro ao Autor, sendo que este já paga pensão.

A última vez que o Autor viu Maria Eduarda foi no último dia 8, não porque a Ré permitiu pacificamente que o mesmo ficasse com sua filha, mas sim porque a menor não parava de chorar de saudades do pai, pelo que a Ré perdeu a paciência e ligou para que o mesmo fosse pegá-la.

A Ré que recentemente ajuizou ação de alimentos em favor da menor contra o Autor, descontente com os alimentos provisórios abritrados em ação que ela mesma propôs, morbidamente está utilizando a criança a fim de forçar o Autor a pagar-lhe monta maior.

Esta subreptícia conduta, assintosa à lei e à moral familiar não pode prosperar, até porque prejudicial ao sadio desenvolvimento da pequena Maria Eduarda, que já começa a discernir as situações e sente a falta do pai. Tal situação é no mínimo cruel a todos envolvidos, inclusive à própria Ré.

O Autor mantém emprego fixo há mais de 3 anos (doc. x), é funcionário responsável e correto, comedido em seu lazer, e ciente de seus deveres como

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pai. Como não poderia deixar de ser, nutre grande Amor por Maria Eduarda e não há, nem remotamente, qualquer motivo a autorizar a conduta da Ré em impedí-lo do contato com a menor.

Importante salientar que tão logo fora citado da ação de Alimentos proposta pela filha, prontamente o Autor providenciou o depósito dos provisórios (docs. x) a fim de não ver sua filha desamparada e não criar óbices à justiça, ainda que com tudo já contribuísse para a menor.

Ademais, o Autor fica preocupado com a saúde da menina, de sorte que era apenas ele que a levava ao médico, sempre que necessário, inclusive a pedido da própria Ré, conforme faz prova documentação acostada (docs. x).

Uma vez que amigavelmente e fora do âmbito judicial não se pode fazer valer o Direito de pai do Autor, necessário, e urgente, o socorro do Judiciário, a fim de que não se permita prejuízo psicológico indelével no desenvolvimento da criança.

DIREITO

Reza o art. 21 da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), independente das partes estarem convivendo sob o mesmo teto:

Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.

No Código Civil:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. ...§ 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.

E na carta Magna:

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

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Mais que um dever, é um direito (legal e moral) do Autor zelar pelo bom desenvolvimento, educação e saúde de sua prole.

Veja-se que a Ré não só afronta a Lei embarreirando o contato pessoal do pai com a filha, mas consequentemente (ou seria inconsequentemente?) está a obstruir a fiscalização e a manutenção da educação da menor, que em verdade é a maior prejudicada.

DA ALIENAÇÃO PARENTAL

A conduta imotivada e sórdida da Ré configura ato de alienação parental, disciplinado por recente legislação, nascente do Direito Contemporâneo. Vejamos.

Dispõe a Lei 12.318 de 26 de agosto de 2010, que dispõe sobre a alienação parental:

Art. 2o Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.

Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:

I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade;

II - dificultar o exercício da autoridade parental;

III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;

IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;

V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;

Art. 3o A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental

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da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável,

prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o

grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o

adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade

parental ou decorrentes de tutela ou guarda.

O texto da lei, Excelência, é a triste transcrição do caso concreto que se traz a apreciação, e por tal conduta deve responder a Ré, pelo que desde já requer o Autor providência liminar no sentido de poder exercer seu direito natural de pai, e de estar em contato com sua filha, conforme autoriza e determina a legislação específica, na mencionada Lei 12.318/2010:

Art. 4o Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.

Art. 6o Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:

I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;

II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;

III - estipular multa ao alienador;

IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;

Lembre-se que a “sindrome de alienação parental”, i. e. o afastamento forçado causando perda de vínculo afetivo entre genitor e filhos, é questão urgente e notória na realidade da pscicologia moderna, e deve ser combatida.

E não pode ser a criança objeto a satisfazer vingança ou descontentamentos da Ré.

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DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

Não se funda o pedido de tutela antecipada tão somente na conduta impeditiva da Ré, que restará cabalmente comprovada. Se funda sobremaneira no direito adquirido e assegurado do Autor de exercer sua condição de pai.

A prova inequívoca que se apresenta, é a certidão de nascimento Excelência, demonstrando a condição de pai do Autor, e o pedido que se faz é o cumprimento lógico da lei apenas, a fim de impedir dano irreparável no tocante à psique da menor, não podendo sua tenra idade ser motivo a justificar o seu não entendimento das coisas.

Como ente humano que é, Maria Eduarda sente, SIM, a distância do pai, e tal fato pode, SIM, marcá-la de forma prejudicial. TODA fase do desenvolvimento da criança, mormente uma que tem a áurea oportunidade de ter um pai que lhe quer o cuidado, deve ser respeitada.

Mesmo porque até então havia convívio saudável que, não menos que de repente, se findou, por decisão unilateral, e ilegal, da Ré.

Mais, na ação de alimentos proposta em face do Autor, em nome da menor, declara a Ré que possui inclusive dificuldades em cuidar da filha (doc. x, pág 2, itens 5 e 6). Tamanha dificuldade talvez fosse amenizada se a mesma permitisse que o Autor exercesse seu direito de cuidar da menor.

Donde, pelo que autoriza a lei específica já citada (12.318/2010) em seus artigos 4º e 6º, bem como presentes os requisitos do art. 273, I do CPC, requer, com base no artigo 273, parágrafo 7º a antecipação de efeitos da tutela, determinando à Ré, mediante ordem judicial a ser expedida por este juízo em caráter liminar inaudita altera parte , que autorize o Autor a ver e estar com sua filha, da forma abaixo requerida, até realização de oportuna audiência para regulamentação definitiva da guarda:

- em finais de semana alternados, retirando Maria Eduarda na escola às 17:00hs e devolvendo-a na segunda-feira às 7:00hs

- às terças-feiras, dia de folga do autor, pegando a criança às 8:00hs e devolvendo-a às 20:00hs

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De primeira importância ressaltar, no tocante à requerida concessão liminar, que, ainda que Vossa Excelência entenda por conceder contato reduzido em relação ao que ora se pede, requer o Autor alternativamente que, a prudente arbítrio deste juízo seja concedido liminarmente direito efetivo de estar com a criança, e não limitado a visitas somente. Porque é pai. Porque a lei atual é nesse sentido, expressamente e em diversos dispositivos, conforme em todo corpo da presente se demonstra.

Artigo 1589 do Código Civil:

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos,

poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.

Mero direito de visitação seria verdadeira penalidade ao genitor. É questão de humanidade, onde no mundo de hoje não se pode simples e futilmente pressupor que a criança deve de plano permanecer integralmente com a mãe, relegado o pai a condição de estranho visitante.

É direito natural felizmente positivado. E necessária sua devida aplicação.

Portanto presentes os requisitos à concessão da liminar, pelo bom direito que se extrai dos dispositivos até então suscitados, constantes do Estatuto da Criança e do Adolescente, da Constituição Federal e do Codex Civil, bem como pelo perigo de dano irreparável ao desenvolvimento da criança, a cada dia que fica privada do contato com seu pai.

DA GUARDA COMPARTILHADA

EM AÇÕES ENVOLVENDO DIREITOS DE MENOR, ESTE DEVE SEMPRE SER TRATADO COMO SUJEITO DE DIREITO, E NÃO MERAMENTE SEU OBJETO.

"a partir da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (1989) a convivência com os pais é entendida como um direito inalienável da criança, de

grande importância para o seu desenvolvimento, dado que conduziu à alteração da legislação em outros países que optaram pela adoção da guarda conjunta ou

autoridade parental conjunta, ao mesmo tempo que tornaram o exercício unilateral da guarda uma exceção."

(Prof. LEILA MARIA TORRACA DE BRITO, Revista Jurídica Del Rey, Ano IV, n.º 08, 2002, p. 25)

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“O objetivo da lei é proteger interesses de uma forma geral e abstrata convindo a um sem número de casos que cabem na hipótese legal. De outra parte, existem interesses individuais e concretos sobre os quais se procede a uma avaliação

individualizada. É desses interesses concretos que se cuida na determinação da guarda dos filhos, sendo o juiz o intérprete dos particulares interesses materiais, morais, emocionais, mentais e espirituais de filho menor, intervindo segundo o princípio de que cada caso é um caso, o da máxima singularidade. O interesse

concreto do menor, buscando em seu futuro, com o fim de protegê-lo e lograr seu desenvolvimento e sua estabilidade, apto à formação equilibrada de sua

personalidade, é critério da decisão do juiz”(Waldyr Grisard Filho in Guarda Compartilhada: um novo modelo de responsabilidade parental. RT, 2002. p. 63 e 64).

Requer a determinação da guarda compartilhada, sem alternância de casas, todavia com responsabilidade simultânea das partes em relação à criança.

Da regulação do novel instituto da Guarda Comparilhada no Código Civil, inserido pela lei 11.698 de 2008 (e a seguir dispositivos aplicáveis ao caso concreto):

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.

Dadas as características de mérito caso em tela, possível e necessária a decretação da guarda compartilhada, nos moldes que a seguir se expõem.

Conforme já informado, o que aqui se reitera, o Autor, ainda que não conviva com a Ré, quer exercer seu direito de pai em sua extensão máxima, dentro do que a lei lhe permitir.

Portanto, visa a presente ação de regulamentação de guarda estabelecer o regime de guarda a se sujeitarem as partes, de forma que o Autor possa participar integralmente da criação e desenvolvimento da menor, nos termos que lhe autorizam a Lei e a Moral Familiar.

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Nascida da Jurisprudência e da enormidade de casos análogos ao do Autor, veio o istitudo da Guarda Compartilhada a ser positivado recentemente, a fim de dar guarida mais efetiva e precisa à necessidades reais do que atualmente ocorre na família brasileira.

Não raros hoje em dia são os casos de dissolução conjugal, dissolução de uniões, bem como casos de filhos nascidos sem um maior planejamento quanto a uma futura união familiar.

Todavia tal comportamento da sociedade, por si só, não tem o condão de generalizar eventuais descasos de pais para com os filhos que, apesar de não haver união entre os genitores, muitas vezes ambos desejam manter a proximidade junto à prole, seja fisicamente ou a respeito de resoluções que se tomem acerca do desenvolvimento da criança.

Esta modalidade de guarda implica na divisão da responsabilidade pelas decisões importantes da vida dos filhos, com participação ativa de ambos os pais. Veio também para atribuir a paternidade responsável, ativa.

Esse o desejo e o direito do Autor. Segue a Lei Civil Substantiva:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).

I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;

II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.

§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas.

§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada.

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§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar.

Ademais, é direito da prória menor ter seus genitores o quanto possa mais próximos de si, emocional e fisicamente. Uma de nossas mais nobres leis, senão a mais nobre, o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069/1990, dispõe e exige, ressalvados os dispositivos civis (1.583 e ss, CCv), e constitucional (art. 229, CF) já citados:

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Art. 227 da Constituição nacional:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Quanto às responsabilidades dos pais e da família, segue o espírito da mencionada lei (8.069/1990):

Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família

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substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

Hodiernamente, não mais se pode aceitar o conceito atrasado e generalizado de que “o pai paga pensão e a mãe cuida”.

Desta forma, requer seja estabelecida a guarda compartilhada nos seguintes termos:

- o Autor deverá ser mantido informado a respeito da saúde da menor;

- no caso de decisões sobre assuntos escolares de Maria Eduarda, o Autor deverá sempre ser consultado e/ou informado pela Ré;

- sempre que houver necessidade e consenso entre as partes, a menor poderá ficar períodos maiores como Autor;

- a menor, manterá residência fixa com a Ré, havendo regime de guarda pré-estabelecido;a priori, nos seguintes termos;

- o Autor ficará com a menor em finais-de-semana alternados, sendo retirada na escola às 17:00hs, e devolvida à mãe nas segundas-feiras às 07:00hs;

- o Autor passará seu dia de folga, todas às terças-feiras, com a menor;

- nas férias de julho o Autor ficará com a menor a primeira quinzena;

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- nas férias de verão a criança passará os primeiros 45 (quarenta e cinco) dias com o Autor, de 01/dezembro a 15/janeiro

- a Ré não poderá impedir o Autor de ver sua filha, imotivadamente, desde que as circunstâncias assim o permitam, sempre levado em consideração o bem-estar da menor, e o bom-senso entre as partes;

- quando a Ré necessitar que a menor fique com o Autor, deverá avisá-lo com antecedência mínima de 24 horas;

- nos períodos de férias que a menor estiver com o Autor a mãe poderá ver a criança, conforme acordar com o Autor;

- nos períodos de férias que o Autor não estiver com a menor lhe será mantido o direito de estar com a menor pelo regime acima descrito;

Veja-se que a forma a regular-se a guarda ora apresentada condiz com nossa realidade atual, seja ela pela evolução legal quem vem sofrendo o instituto, seja pela própria característica familiar do caso concreto, onde o pai quer se fazer presente no crescimento de sua prole. É seu direito natural e positivado.

E, dada a delicadeza da situação, esclareça-se que os termos requeridos não são taxativos, mas tendentes a formar uma base sólida para o convencimento do juízo à regulamentação da guarda, considerada a realidade das partes.

Caso haja necessidade, desde já requer realização de perícia psicológica ou estudo biopsicossocial, a fim de verificar melhor as necessidades da criança.

DA JUSTIÇA GRATUITA

O Autor, percebe salário líquido de R$ 914,00 (novecentos e catorze reais) (docs. x) e responde por 2 ações alimentares (docs. x), uma movida por Maria Eduarda representada pela Ré, sendo que já possui uma despesa fixa mensal, da qual em momento algum se escusou, de R$ 363,00 (trezentos esessenta e três reais) (docs. x)

Ainda auxilia em diversas despesas familiares de sua residência, onde mora com a mãe (em torno de R$ 300,00 mensais), contribuindo com alimentação, higiene e manutenção da casa, além de suas necessidades próprias.

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Portanto, evidente que a situação econômica do Autor é de necessitado, pelos termos legais, uma vez que não pode pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família, condição que afirma e informa sob as penas da lei.

Assim sendo, pelo que dispõe a Lei 1.060/50 em seu artigo 4º caput, e na forma que determinam seus parágrafos 1º e 3º, requer lhe sejam concedidos os benefícios da Justiça Gratuita.

PEDIDO

Ante o exposto, requer:

A) A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita;

B) Quanto à antecipação da tutela:

- a concessão de liminar, inaudita altera parte, expedindo-se ordem judicial a ser retirada pelo patrono do Autor, com advertência de alienação parental e estipulação de multa diária por desobediência a ser abritrada pelo prudente arbítrio de Vossa Excelência, para que o Autor possa ficar com sua filha nos seguintes termos:

- em finais de semana alternados, retirando Maria Eduarda na escola às 17:00hs e devolvendo-a na segunda-feira às 7:00hs

- às terças-feiras, dia de folga do autor, pegando a criança às 8:00hs e devolvendo-a às 20:00hs

- requer o Autor alternativamente, caso não entenda pelo regime supra que, a prudente arbítrio deste juízo seja concedido liminarmente direito efetivo de estar com a criança, e não limitado a visitas somente.

- caso não se entenda pela concessão da liminar, invoca o contido no artigo 4º da lei 12.318/2010, dada a situação de alienação parental, requerendo tramitação prioritária do presente processo, designando-se audiência em caráter de urgência, ou determinando medida necessária a que o Autor possa o quanto antes voltar a ter contato com sua filha.

C) A oitiva do ilustre representante do Ministério Público;

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D) A total procedência da ação, para regulamentar a guarda da menor Maria Eduarda, definindo-se a GUARDA COMPARTILHADA nos seguintes termos, que não são taxativos:

- o Autor deverá ser mantido informado a respeito da saúde da menor;

- no caso de decisões sobre assuntos escolares de Maria Eduarda, o Autor deverá sempre ser consultado e/ou informado pela Ré;

- sempre que houver necessidade e consenso entre as partes, a menor poderá ficar períodos maiores como Autor;

- o Autor ficará com a menor em finais-de-semana alternados, sendo retirada na escola às 17:00hs, e devolvida à mãe nas segundas-feiras às 07:00hs;

- o Autor passará seu dia de folga, todas às terças-feiras, com a menor;

- nas férias de julho o Autor ficará com a menor a primeira quinzena;

- nas férias de verão a criança passará os primeiros 45 (quarenta e cinco) dias com o Autor, de 01/dezembro a 15/janeiro,

- a Ré não poderá impedir o Autor de ver sua filha, imotivadamente, desde que as circunstâncias assim o permitam, sempre levado em consideração o bem-estar da menor, e o bom-senso entre as partes;

- quando a Ré necessitar que a menor fique com o Autor, deverá avisá-lo com antecedência mínima de 24 horas;

- nos períodos de férias que a menor estiver com o Autor a mãe poderá ver a criança, conforme acordar com o Autor;

- nos períodos de férias que o Autor não estiver com a menor lhe será mantido o direito de estar com a menor pelo regime acima descrito;

E) Caso entenda necessário, a determinação de estudo psicológico ou biopsicossocial a fim de averiguar as necessidades da menor.

Dá à causa o valor de R$ 100,00 (cem reais).

Av. Marginal, 774, Praia GrandeUbatuba – SP CEP 11680-000

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Alves Prado Advocacia Paulo Márcio Prado - 0AB/SP 170.615

Pretende provar o alegados por todos os meios legalmente admitidos, especialmente depoimento pessoal da Ré.

Requer a citação da Ré por oficial de justiça, nos termos do art. 222, f, do CPC e com o os benefícios do art. 172, § 2º do mesmo diploma.

Nestes termos,

Pede deferimento

Ubatuba, 13 de abril de 2023

_________________________________Paulo Márcio A. C. PradoOAB/SP 170.615

Art. 39, I, CPC:endereço para intimações – Av. Marginal, 774, Bairro Praia Grande – Ubatuba/SP

Av. Marginal, 774, Praia GrandeUbatuba – SP CEP 11680-000

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