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Regra Matriz de Incidência Tributária RUBENS KINDLMANN

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Regra Matriz de Incidência Tributária

RUBENS KINDLMANN

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Ementa

Regra Matriz de Incidência Tributária – Conceito deregra matriz de incidência tributária e suafuncionalidade operacional no direito tributário.Estudo do descritor e prescritor da norma deincidência tributária. Estudo de casos práticos.

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Introdução

É uma técnica para interpretação do Direito Tributário

Busca compreender a Construção da Teoria Geral do Direito e da Ciência doDireito Tributário feita com a finalidade de reduzir as dificuldades nainterpretação e na aplicação do direito positivado

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O antecedente normativo /descritor da norma

O antecedente da regra-matriz descreve um fato,

cuja ocorrência desencadeia o surgimento da relação jurídica determinada no

consequente.

É diferente, portanto, de haver uma descrição legal

da hipótese, em plano abstrato, e de definir a sua ocorrência e consequência

no plano dos fatos.

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O antecedente normativo / descritor da norma

O “fato gerador”, como descrito no CTN, não necessariamente prevê“fato ocorrido”. Alfredo Augusto Becker define a situação como“hipótese de incidência” (quando ainda não realizada) e “hipótese deincidência realizada”.

O Autor Geraldo Ataliba sugere que a descrição legal hipotética dofato capaz de fazer nascer a obrigação tributária se chame “hipótesede incidência tributária”, e ao fato efetivamente ocorrido, conforme adescrição legal, se chame “fato imponível”.

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O antecedente normativo / descritor da norma

Para Hugo de Brito Machado a melhor expressão para designara descrição legal do fato é “hipótese de incidência” e acaba poraceitar o termo “fato gerador” para expressar a concretizaçãoda hipótese.

Para Paulo de Barros Carvalho: a situação abstrata ele chama de“hipótese tributária” e ao fato ele atribui o nome “fato jurídicotributário”

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O consequente normativo / prescritor da normaA determinação pessoal ou subjetiva é dada no prescritor, pois adeterminação dos sujeitos refere-se à relação jurídica aliprescrita. É nesse momento que se determina aresponsabilidade (ativa e passiva) na relação jurídico-tributária.

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FunçõesBusca delimitar a incidência da norma

Busca controlar a constitucionalidade e a legalidade da norma

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Perguntas

O que?Onde?Quando ?Quem? (sujeito ativo e passivo)Quanto? (base de cálculo x alíquota)

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Elementos da Regra MatrizElementos da Regra Matriz

Elementos do Antecedente Elementos do Consequente

Critério Material (Cm)

Critério Espacial (Ce)

Critério Temporal (Ct)

Critério Subjetivo (Cs)

Critério Quantitativo (Cq)

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Critério Material

“Paulo de Barros Carvalho chama o critério material da hipótese tributária de

“núcleo”, já que é o dado central que o legislador passa a condicionar,

quando faz menção aos demais critérios, parecendo-lhe incorreta a tentativa

de designá-lo como a descrição objetiva do fato, posto que tal descrição

pressupõe as circunstâncias de espaço e de tempo que o condicionam.”(in Direito Tributário. Luis Eduardo Schoueri. Ed. Saraiva, p. 472.)

Ex.: É a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou dos

proventos de qualquer natureza quando se trata do Imposto de Renda.

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Critério EspacialBusca definir limites ao exercício da competência tributária.Local onde a norma é aplicável e os limites dessa aplicação.

Ex.: o CTN estende o IR ao rendimento/receita oriundos doExterior (Art. 43, §2º, CTN). Imprescindível determinar aquestão territorial.Ex.: A questão do ISS em relação a ser devido na sede doprestador ou no local da prestação (art. 3º e seus incisos, LC116/03)

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Critério TemporalBusca determinar o momento a partir de onde se consideraconstituída a obrigação tributária. À Lei é quem competedefinir o momento desta constituição.

Ex.: Cabe ao legislador determinar o momento do “fatogerador” do IPTU como sendo o primeiro dia de cada ano. Nãoque nos demais dias o sujeito passivo também não seja oproprietário, mas para fins de limitação e determinação, cabeao legislador fazer essa opção do momento em que seconsidera ocorrido o Fato.

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Critério Quantitativo

O cálculo do tributo parte de dois elementos numéricos:

Base de Cálculo

Alíquota

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Critério QuantitativoBase de Cálculo: é um desdobramento da Hipótese de Incidência. Reflete o Fato tributável

Ex.1: A apuração do valor do ICMS depende de saber o valor da operaçãotributada. Não se pode saber o valor do tributo sem a concretização do valor daoperação

Ex.2: No caso das Taxas, não se admite que o cálculo da taxa tenha base de cálculoprópria de imposto

- Taxa Sanitária, que deve ser calculada com base no serviço prestado e nãocom base no valor do bem inspecionado.

- Taxa de licenciamento de veículo. Pouco importa o valor do bem. A taxaindepende do valor do automóvel

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Critério QuantitativoTAXA: CORRESPONDÊNCIA ENTRE O VALOR EXIGIDO E O CUSTO DA ATIVIDADE ESTATAL.-A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a relação derazoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e ovalor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementospertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei.

-Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição docontribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essarelação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido docontribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa àcláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da Constituição da República. Jurisprudência. Doutrina.TRIBUTAÇÃO E OFENSA AO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE.

-O Poder Público, especialmente em sede de tributação, não pode agir imoderadamente, pois a atividadeestatal acha-se essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade, que traduz limitação materialà ação normativa do Poder Legislativo.

- (...)(ADI 2551/MG - Relator(a): Min. CELSO DE MELLO - J: 02/04/2003 - Órgão Julgador: Tribunal Pleno)

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Critério QuantitativoAlíquota: valor (fixo ou variável) que, aplicado sobre a base decálculo faz com que se chegue ao valor (monetário) do tributo.

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Critério pessoal

Sujeito Passivo

Contribuinte

Responsável

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Critério pessoalSujeito ativo: É o titular da capacidade tributária ativa. Em regra, a pessoaque tem competência constitucional para a instituição do tributo

Exemplos de Exceção:◦ ITR – Art. 153. §4º, III, CF (transferência da capacidade de

fiscalização/arrecadação para os municípios) – Parafiscalidade◦ Sindicatos (não são entes tributantes, mas podem exigir o recolhimento de

contribuições)

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Critério pessoalSujeito passivo: O sujeito passivo pode ser o Contribuinte ou o Responsável (art. 121, CTN)

Contribuinte é a pessoa que tem relação pessoal e direta com o Fato Gerador/Hipótese de incidência da Obrigação tributária

Responsável é o sujeito que não tem relação com o Fato Gerador,mas responde pelo tributo por força do que determina a lei

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Estrutura

RMIT do IPTU

Antecedente

Consequente

Critério Material

Critério Espacial

Critério Temporal

Critério Pessoal

Critério Quantitativo

O que? – Ser proprietário de imóvel

Onde? – Na zona urbana

Quem? Sujeito Ativo e Sujeito Passivo: O

proprietário pagando para o Município

Quando? – No primeiro dia do exercício

financeiro

Quanto? Base de cálculo x alíquota

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Estrutura

RMIT do ICMS

Antecedente

Consequente

Critério Material

Critério Espacial

Critério Temporal

Critério Pessoal

Critério Quantitativo

O que? – Circulação de mercadoria com intuito

mercantil

Onde? – Em cada estado / interestadual

Quem? Sujeito Ativo e Sujeito Passivo: O

comerciante (em regra)pagando para o Estado

Quando? – Na saída da mercadoria

Quanto? Base de cálculo x alíquota

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Contatos

@kindlmann

[email protected]

Professor Rubens Kindlmann

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