registros histÓricos do mp-es1 - ministerio publico do ... · 4 o primeiro desembargador designado...

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REGISTROS HISTÓRICOS DO MP-ES 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 2 2. PRIMÓRDIOS DO MP-ES ................................................................................................. 3 3. MEMBROS HOMENAGEADOS ........................................................................................ 5 3.1 Antônio Benedicto Amancio Pereira ............................................................................ 5 3.2 Promotor Edson Machado ............................................................................................ 6 3.3 Elias Faissal ................................................................................................................... 7 3.4 Promotor Déo Schneider ............................................................................................... 8 4. MANTENÓPOLIS: UMA PROMOTORIA NO CONTESTADO........................................... 9 5. COMENDA NA FRANÇA ................................................................................................ 13 6. I ENCONTRO DO MP-ES ................................................................................................ 14 7. SEDES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO ........................................... 16 8. CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO ............... 19 9. EVOLUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO MP-ES: 1948 2013 .............................................. 21 10. CORREGEDORIA-GERAL DO MP-ES ......................................................................... 24 11. A PRESENÇA FEMININA NA CARREIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO CAPIXABA.... 24 12. CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL (CEAF) ..................... 26 13. 1º CONCURSO PARA MEMBROS DO MP-ES ............................................................. 26 14. LEI ORGÂNICA DO MP-ES .......................................................................................... 28 15. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 28 1 Pesquisa e texto: Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila, servidores do Memorial do Ministério Público do Espírito Santo. [email protected]

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REGISTROS HISTÓRICOS DO MP-ES1

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 2

2. PRIMÓRDIOS DO MP-ES ................................................................................................. 3

3. MEMBROS HOMENAGEADOS ........................................................................................ 5

3.1 Antônio Benedicto Amancio Pereira ............................................................................ 5

3.2 Promotor Edson Machado ............................................................................................ 6

3.3 Elias Faissal ................................................................................................................... 7

3.4 Promotor Déo Schneider ............................................................................................... 8

4. MANTENÓPOLIS: UMA PROMOTORIA NO CONTESTADO........................................... 9

5. COMENDA NA FRANÇA ................................................................................................ 13

6. I ENCONTRO DO MP-ES ................................................................................................ 14

7. SEDES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO ........................................... 16

8. CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO ............... 19

9. EVOLUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO MP-ES: 1948 – 2013 .............................................. 21

10. CORREGEDORIA-GERAL DO MP-ES ......................................................................... 24

11. A PRESENÇA FEMININA NA CARREIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO CAPIXABA.... 24

12. CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL (CEAF) ..................... 26

13. 1º CONCURSO PARA MEMBROS DO MP-ES ............................................................. 26

14. LEI ORGÂNICA DO MP-ES .......................................................................................... 28

15. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 28

1 Pesquisa e texto: Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila, servidores do Memorial do Ministério Público do

Espírito Santo. [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

O Memorial, setor criado em 2008 pelo Ministério Público do Estado do Espírito

Santo (MP-ES), atua em prol da construção da história da instituição e entre as

atividades que devolve encontra-se a pesquisa documental com vistas à produção

de material bibliográfico. Um dos produtos dessa ação é a nota Registros Históricos,

publicada no informativo bimestral Acontece MP, produzido pela Assessoria de

Comunicação do MP-ES.

A primeira nota Registros Históricos abordou a criação do MP-ES e foi vinculada na

edição 29 do informativo de fevereiro de 2011. Muitas vezes, a pesquisa de

determinado tema para a nota resulta em um texto que ultrapassa a quantidade de

caracteres e, consequentemente, o espaço destinado a ela no informativo. Nesses

casos, a nota publicada é um resumo de uma obra maior. Assim, para divulgar na

íntegra o conteúdo produzido e considerando que o informativo Acontece MP possui

apenas a versão impressa, reunimos neste artigo os textos que, por serem mais

completos, superam a quantidade de informações contidas nas notas.

Para evitar duplicidade de informações na página institucional, as notas cujo

conteúdo já foi divulgado como artigos estão reproduzidas aqui tal qual foram

publicadas no informativo, seguidas de nota de rodapé indicando a localização do

texto integral. As notas cujas pesquisas não geraram texto maior também estão

reproduzidas, porém iguais à versão impressa.

Fazem parte deste artigo os textos produzidos a partir das pesquisas realizadas no

período compreendido entre 2011 e 2014. As três notas que tratam da estruturação

do Ministério Público capixaba foram reunidas em apenas um texto denominado

Primórdios do MP-ES.

O item Membros homenageados recebeu esse nome genérico para apresentar as

notas que abordam um pouco da biografia de membros que tiveram destaque na

história da instituição: Antônio Benedicto Amancio Pereira, ex-procurador-geral de

Justiça e patrono do MP-ES; Edson Machado, que denomina o edifício-sede da

Procuradoria-Geral de Justiça; Elias Faissal, cujo nome foi atribuído à Biblioteca; e o

promotor Deo Schneider, homenageado com a denominação do auditório da

Procuradoria-Geral de Justiça.

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Também constam neste artigo os textos que tratam da Promotoria de Justiça de

Mantenópolis; da comenda recebida pelo MP-ES do parquet francês; do I Encontro

do Ministério Público capixaba; das sedes do Ministério Público do Espírito Santo; do

Conselho Superior do Ministério Público do Espírito Santo; da evolução

orçamentária do MP-ES; da Corregedoria-Geral do MP-ES; e sobre a presença

feminina na carreira do MP-ES.

2 PRIMÓRDIOS DO MP-ES2

A Constituição Provisória do estado do Espírito Santo, promulgada pelo vice-

governador Constante Gomes Sodré em 1890, definia que o chefe do Ministério

Público seria um dos desembargadores do Tribunal de Justiça.

O Decreto nº 95, de 11 de maio de 1891, primeira Organização Judiciária do Estado

do Espírito Santo, deu configuração ao Tribunal de Justiça, o qual foi instalado em 4

de julho de 1891 nas dependências do Palácio Anchieta. Entre os cinco

desembargadores que compunham o Tribunal, foi escolhido o representante máximo

do Ministério Público estadual o procurador da Justiça, Soberania e Fazenda, cargo

que em 1892 passou a ser denominado procurador-geral do Estado.

Imagem 1

Palácio do Governo e Igreja São Tiago

2 Tema abordado no informativo Acontece MP, edições nº 29, ano 5, fev. 2011; nº 30, ano 5, abr. 2011; nº 35, ano 6, jun. 2012.

Fonte: ESPÍRITO SANTO (Estado). Governador (1908-1912: Jerônimo Monteiro). Exposição sobre os negócios do Estado no quatriênio de 1909 a 1912. Victoria: 1913, p. 246

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O primeiro desembargador designado representante do Ministério Público do MP-ES

foi Manuel Armindo Cordeiro Guaraná. No entanto, até o início de seu exercício, em

23 de outubro de 1891, o cargo foi ocupado interinamente por José Camillo Ferreira

Rebello, Barcímio Paes Barreto e Carlos Ferreira de Souza Fernandes.

Com a aprovação da Lei nº 516, de 21 de dezembro de 1907, o procurador-geral do

Estado passou a ser nomeado pelo governador entre diplomados em Direito com

seis anos de prática forense, porém essa nomeação não poderia recair sobre um

dos cinco desembargadores. Dessa forma, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo

passa a ter um sexto membro para exercer exclusivamente o cargo de procurador-

geral.

Um dos representantes marcantes do MP-ES foi Manoel Clodoaldo Linhares, que

nasceu no Ceará e veio para o Espírito Santo em 1892. Atuou como promotor de

Justiça nas comarcas de Guandu (Afonso Cláudio), Viana e Vila Velha. Assumiu o

cargo de procurador-geral do Estado em 1908 e, no ano de 1909, foi nomeado

efetivamente para o cargo, permanecendo até 1913, ano em que se aposentou. No

ano de 1935, foi nomeado novamente como procurador-geral do Estado. Manuel

Clodoaldo faleceu em 1936.

Em 1962 foi regulamentada, pelo Estatuto do Ministério Público (Lei nº 1740), a

escolha do procurador-geral entre os membros de carreira da instituição. Contudo,

desde 1959 o promotor Odilon Castelo Borges exercia o cargo de chefia do parquet

capixaba.

Imagem 2 Odilon Castelo Borges

Fonte: Galeria de Procuradores-Gerais do MP-ES

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Com a Constituição Estadual de 1967 e a criação da Procuradoria-Geral do Estado –

corpo de advogados que representam com exclusividade os interesses do Governo

– o chefe do Ministério Público passa a ser denominado procurador-geral de Justiça.

Desde então, a instituição foi conquistando a independência referendada na Carta

Magna de 1988.

3 MEMBROS HOMENAGEADOS

3.1 Antônio Benedicto Amancio Pereira3

Na década de 80, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP-ES)

conquistou sua independência administrativa e financeira, conforme previsto no

artigo 127 da Constituição Federal de 1988. Foi em 1988 que, pela primeira vez na

história da instituição, foi fornecido ao Ministério Púbico do Estado do Espírito Santo

a instrumentalização formal necessária para atuar em favor dos interesses da

sociedade.

Pelos serviços prestados à instituição, o procurador de Justiça foi homenageado

com a comenda “Medalha do Ministério Público” (2005) e com a mudança do nome

do trecho da rua onde atualmente fica sediada a Procuradoria-Geral de Justiça. Era

chamada anteriormente de Humberto Martins de Paula e, desde 2009, é Rua

Procurador Antônio Benedicto Amancio Pereira.

3 Tema abordado na nota Registros Históricos do informativo Acontece MP edição nº 31, ano 5, jun. 2011.

Imagem 3

Placa em homenagem ao patrono do Ministério Público do Estado do Espírito Santo,

Antônio Benedicto Amancio Pereira

Fonte: Memorial/MP-ES

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Por sua atuação no movimento nacional pela independência do parquet, o ex-

procurador-geral de Justiça Antônio Benedicto Amancio Pereira foi escolhido patrono

do MP-ES, homenagem concedida por meio da Resolução nº 06, de 2009, proposta

pelo Memorial/MP-ES e aprovada pelo Colégio de Procuradores de Justiça em 19 de

agosto.

Nas comemorações do Dia do Ministério Público, em 14 de dezembro de 2009, foi

inaugurada, na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, placa em homenagem ao

patrono da instituição.

3.2 Promotor Edson Machado4

O edifício Promotor Edson Machado, atual sede da Procuradoria-Geral de Justiça do

Espírito Santo, inaugurado em 27 de dezembro de 2001, foi construído para fins

comerciais e era denominado Cristal Plaza. Comprado pelo Ministério Público

estadual, o edifício foi renomeado, por decisão unânime do Colégio de Procuradores

na sessão de 5 de fevereiro de 2003, para homenagear o promotor Edson Machado,

ilustre membro da instituição.

Edson Machado foi homenageado graças aos relevantes serviços prestados à

sociedade capixaba. Natural do povoado de Suíço, em Caratinga (MG), nasceu no

dia 13 de janeiro de 1929 e era filho de Anastacio Machado da Costa e Alzira

Barbosa Machado.

Fez seus estudos no internato do Colégio Americano de Vitória, onde concluiu o

curso científico em 1956. Na Faculdade de Direito da Universidade Federal do

Espírito Santo (Ufes), formou-se advogado em 1961. Advogou em Colatina, onde

montou um escritório em sociedade com o amigo Hélcio Miranda.

Ingressou na política em 1958, quando se candidatou, pelo Partido Social

Democrático (PSD), à Câmara de Vereadores de Colatina. Sua principal bandeira

era a emancipação dos distritos de Pancas e de São Gabriel da Palha. Tendo ficado

como suplente nesse pleito eleitoral, aceitou o convite para o cargo de diretor da

Fazenda da Prefeitura daquele município.

4 Tema abordado na nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 32, ano 5, ago. 2011.

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Em 1962 foi eleito suplente de deputado estadual pelo PSP (Partido Popular

Socialista) e assumiu o cargo no ano seguinte. Foi reeleito para o período legislativo

1967/1970 pela Aliança Renovadora Nacional (Arena).

Nomeado para exercer o cargo de promotor substituto em 29/01/1965, assumiu o

exercício em 10/03/1965 e foi designado para a comarca de Barra de São Francisco.

Assumiu-a em 16/03/1965, no entanto, afastou-se dessa comarca cinco dias depois

para exercer o mandato de deputado estadual.

Após ser derrotado nas eleições estaduais de 1970 e ter seu mandato legislativo

encerrado em 01/02/1971, retornou às suas funções ministeriais como promotor de

2ª entrância da comarca de Barra de São Francisco.

Vitorioso nas eleições de 1974, assumiu, pela terceira vez, o cargo de deputado

estadual. Foi escolhido, em 1978, líder do Governo Élcio Álvares na Assembleia e,

reeleito no mesmo ano, foi escolhido presidente da Assembleia para o biênio 1979-

1980.

Não conseguindo se reeleger deputado nas eleições de

1982, reassumiu seu cargo de promotor de Justiça na

comarca de Colatina. Visando o retorno à cena política,

candidatou-se a vice-governador em 1986 e a deputado

estadual em 1998, mas não se elegeu.

Edson Machado aposentou-se como promotor de Justiça

em janeiro de 1999. Faleceu aos 72 anos, em 29 de junho

de 2001, acometido de um infarto.

Em 2002 foi lançada a obra Eu sou do Pancas: biografia de

Edson Machado, do jornalista Marien Calixte.

3.3 Elias Faissal5

A Biblioteca do Ministério Público do Estado do Espírito Santo recebeu o nome de

Elias Faissal em homenagem ao procurador de Justiça falecido no dia 7 de

novembro de 1997. A iniciativa de homenagear o jurista, conhecido por sua atuação

5 Tema abordado na nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 33, ano 5, out. 2011.

Imagem 4 Edson Machado

Fonte: Capa do livro Eu sou do Pancas de Marien Calixte

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no Tribunal do Júri e por seus serviços prestados à sociedade, foi do colega de

profissão, o procurador de Justiça aposentado Ulisses Gusman. A proposição foi

aprovada pelo Colégio de Procuradores no dia 17 de novembro de 1997.

Natural de Alegre (ES), Elias Faissal nasceu no dia 21 de julho de 1928. Era de

família pobre, mas conseguiu se manter em Vitória, onde terminou a graduação na

Faculdade de Direito da Universidade do Espírito Santo (hoje Ufes), em 1954.

Foi servidor da Assembleia Legislativa e advogou nas comarcas de Cachoeiro de

Itapemirim e Alegre, com ênfase na área criminal. A trajetória no Ministério Público

estadual começou em 1957, quando foi aprovado em primeiro

lugar com a nota máxima. Durante a carreira de promotor,

participou dos julgamentos dos envolvidos no Esquadrão da

Morte no Espírito Santo. Na época, ele contribuiu para que os

acusados tivessem, juntos, uma pena superior a mil anos de

prisão. Após 40 anos dedicados à instituição, aposentou-se

em 19 de maio de 1997.

A leitura era uma de suas grandes paixões. Foi orador de

diversos grupos literários nos municípios de Muqui, Guaçuí e

Alegre, onde também foi professor de Português e de

Literatura Brasileira e Portuguesa.

3.4 Promotor Déo Schneider6

Em maio de 1969, o Conselho Superior do Ministério Público denominou a sala de

sessões (atual auditório) de Promotor Déo Schneider em homenagem a esse

promotor de Justiça, assassinado na comarca de Iúna em 08/05/69.

Déo Schneider ingressou no MP-ES como promotor substituto interino no dia 19 de

julho de 1960. No mês seguinte, foi designado para exercer suas funções na 6ª Vara

da comarca da capital. Meses depois, foi nomeado para atuar na comarca de

Mucurici, a partir de 18 de novembro daquele ano, durante o impedimento do titular

efetivo.

6 Nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 45, ano 8, ago. 2014.

Imagem 5

Elias Faissal

Fonte: Galeria de Procuradores-Gerais do

MP-ES

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Ainda em 1960, Déo Schneider foi aprovado no concurso realizado pela instituição.

Assim, em 25 de novembro de 1960, foi nomeado para exercer em caráter efetivo o

cargo de promotor substituto. Tomou posse e assumiu o exercício nesse mesmo dia.

Em 31 de janeiro de 1961, passou a funcionar na comarca de Ecoporanga durante

impedimento do titular, mantendo suas atribuições sobre a comarca de Mucurici.

Também em 1961, atuou na comarca de Barra de São Francisco e na 1ª Região

(comarcas da Capital).

Foi promovido, por merecimento, em 4 de junho de 1962 para a comarca de

Ecoporanga, de 1ª entrância. Removeu-se a pedido dessa comarca para a de Muniz

Freire, onde assumiu o exercício em 13 de novembro de 1962.

Solicitou em 11/12/64 remoção para a comarca de Ibiraçu, mas, para atender à

necessidade do serviço e à determinação da Procuradoria-Geral de Justiça,

permaneceu em Muniz Freire até 29/12/64.

Em janeiro de 1967, foi promovido da comarca de Ibiraçu para a de Iúna, de 2ª

entrância, onde foi assassinado.

Antes de ingressar no MP-ES, Déo Schneider exerceu o cargo de delegado

especializado da Delegacia de Ordem Política Social da Chefatura de Polícia, no

período de 16/02/1959 até 13/02/1960.

4 MANTENÓPOLIS: UMA PROMOTORIA NO CONTESTADO7

Até a década de 1960, uma série de disputas por limites geográficos predominou na

região noroeste do Espírito Santo e Minas Gerais, no movimento conhecido como

Contestado. Com o objetivo de reforçar o poder público nessa zona de conflito, o

Governo capixaba desmembrou o município de Barra de São Francisco, dando

origem ao de Mantenópolis. Surgido em 1948 com o nome de Ametista, passou a

denominar-se Mantenópolis em 1954, devido à mudança de sua sede administrativa

para essa localidade.

7 Tema abordado na nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 34, ano 5, dez 2011.

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Imagem 6

Promotoria de Justiça de Mantenópolis

Fonte: Promotoria de Justiça de Mantenópolis, 2013

Segundo o professor Altino Silveira Silva, mestre em História, o estabelecimento de

uma comarca em Mantenópolis se confunde com a expansão da presença pública

no interior do Espírito Santo. A região era um local de atração de migrantes baianos,

mineiros e espírito-santenses em busca de terras e da exploração de madeira. Em

meio ao fluxo migratório, ocorria a disputa do território pelas autoridades públicas

estaduais mineiras e capixabas. Há registros históricos que apontam a atuação da

força pública de ambos os estados, pois julgavam estar sob sua área de

competência e jurisdição. “Nesse contexto, o Ministério Público do Espírito Santo

atuou como um dos instrumentos de Estado para assegurar a integridade do

território capixaba e forjar de forma concreta a presença da autoridade pública em

todo o Espírito Santo”, afirmou.

O primeiro promotor de Justiça a atuar em Mantenópolis foi Paulo Augusto Costa

Alves, que, com o juiz Vitor Hugo Cupertino de Castro, instalou e organizou a

comarca. Segundo ele, a região era uma zona de risco. Tinha um aspecto de

bandidismo, que predominou durante muito tempo em Mantenópolis e Barra de São

Francisco. “Era uma zona meio mineira, mas o Espírito Santo se assenhorou da

região e, graças ao acordo de limites feito por Francisco Lacerda de Aguiar, então

governador, a localidade passou totalmente para o Espírito Santo”, disse Paulo

Augusto, hoje procurador de Justiça aposentado.

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Paulo Augusto Costa Alves

Nasceu no dia 19 de julho de 1921, em Miracema (RJ), filho de José Paulino Alves Júnior e Honorina Costa Alves. Seu pai foi promotor na época do governador João Punaro Bley. Casou-se com Maria Helena Hees Alves, com quem tem quatro filhos: Beatriz, Eduardo, Rodrigo e Letícia.

Cursou o primário em uma escola pertencente ao seu pai, o Ginásio Barão de Macaúbas, em Guaçuí. Fez cinco anos de ginasial no Ginásio Municipal de Alegre e dois anos de pré-jurídico em Vitória e na antiga Escola Normal Pedro II, também na Capital do Espírito Santo. Após, estudou na Faculdade de Direito do Espírito Santo (hoje Ufes).

Trabalhou na Companhia Vale do Rio Doce durante cinco anos e foi fiscal do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), também por cinco anos.

Em 1954, foi nomeado para exercer o cargo de promotor substituto e designado para funcionar na comarca de Guaçuí. Atuou também nas comarcas de Mimoso do Sul, Guarapari, Afonso Cláudio, Barra de São Francisco, Mantenópolis, Itaguaçu, Anchieta, Aracruz, Ibiraçu, Domingos Martins, Cachoeiro de Itapemirim, Alegre, Vila Velha e da Capital.

Em 03/06/1964, foi promovido, por merecimento, da comarca de Domingos Martins, de 1ª entrância, para a de Barra de São Francisco, de 2ª entrância. Em 24/10/66, foi promovido, por antiguidade, da comarca de Alegre, de 2ª entrância, para a 2ª Vara da comarca de Espírito Santo, de 3ª entrância.

Em dezembro de 1967, foi nomeado para exercer, em comissão, o cargo de secretário do Interior e Assuntos da Justiça.

No dia 31 de outubro de 1969, foi promovido, por merecimento, da 1ª Vara Criminal da comarca da Capital, de 3ª entrância, para o cargo de procurador de Justiça. Aposentou-se no dia 5 de julho de 1975.

O procurador de Justiça escreveu o livro Albertina, uma obra sobre a vida de sua babá e outros contos.

Relatório do promotor público da comarca de Mantenópolis, Estado do Espírito Santo, Ezequiel Ronchi Netto.

Mantenópolis está situada na zona norte do Estado, na divisa com Minas Gerais, como apêndice encaixado neste Estado, no “contestado”. É hoje uma comarca relativamente pequena, considerando-se a área de jurisdição mista que ficará sob o domínio mineiro, pelo acordo dos governadores dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais sobre a região do “contestado”. Resta somente, aproximadamente, um terço da área anterior tendo-se em vista as zonas mistas anteriormente sob jurisdição capixaba.

Pelo acordo, no entanto, teve o Estado a possibilidade franca de criar o Distrito de Santa Luzia, com sede no povoado da “Onça”, a 16 quilômetros de Mantena e 21 da cidade de Mantenópolis, com a entrega efetiva desse lugar com a retirada da força policial mineira. Criado o Distrito, foi no mesmo instalado o Cartório do Registro Civil e Tabelionato, no dia 12 de julho de 1964, portanto há pouco mais de um ano.

Todavia, os Distritos de Limeira e Ametista, ambos muito grandes, passaram à jurisdição da Comarca de Mantena, com a retirada da força policial capixaba daqueles Distritos. Os arquivos dos Cartórios desses Distritos acham-se, um junto ao Cartório do Distrito de Santa Luzia e outro da sede da Comarca (Registro Civil). Ambos não têm titulares em exercício e, quanto ao destino dos citados Cartórios, dependem das sábias decisões do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado. Portanto, a comarca de Mantenópolis está restrita a três Distritos: o de São Geraldo, o de Santa Luzia e o da sede da Comarca.

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A Vila de São Geraldo está a 18 quilômetros de Mantenópolis, na divisa com o Estado de Minas Gerais, pela Comarca de Conselheiro Pena, achando-se praticamente isolada, com a única estrada rodoviária em estado precário, abandonada e interrompida por uma ponte caída sobre o riacho Mantenópolis, em lugar próximo a essa cidade, impossibilitando a passagem de veículos motorizados. Daí porque o Cartório desse Distrito não foi visitado e inspecionado pelo Poder Público diante da impossibilidade de ir-se a São Geraldo de veículo motorizado.

A vila de Santa Luzia, conhecida como povoado da Onça, está mais bem situada que a de São Geraldo, a 16 quilômetros de Mantena e 21 de Mantenópolis, à margem da estrada que liga Mantenópolis a Mantena e Barra de São Francisco, mas em lugar montanhoso, sendo a vila pequenina e desconfortável.

A cidade de Mantenópolis está com aspecto senil, decadente... As casas parecem envelhecer com o tempo, sem reparos, limpezas, sujas por fora, demonstrando apatia, desinteresse, enfim pobreza rasa.

É cidade, mas não tem: a) Água encanada e distribuída; b) Não tem luz elétrica (a não ser das 18:30 às 19:30, precariamente, por conjunto a óleo-

diesel-elétrico); c) Médicos; d) Parteiras diplomadas; e) Não tem hotéis, tendo apenas duas pensões, com precárias condições, quer de higiene e de

mobiliário; f) Não tem casa destinada a Promotor Público ou outra autoridade, a não ser a Juiz de Direito.

Porém a casa que se destina ao Juiz acha-se inacabada;. g) Tem agência de Correios e Telégrafos, mas os telegramas são enviados à cidade de

Mantena como cartas, para aí serem transmitidos; h) Não há qualquer telefone.

Quando chove, interrompem-se as estradas e a cidade fica isolada, já que a mesma está situada numa várzea, úmida, plana, ladeada de montanhas, enfim num buraco. Que buraco!

Possui o Estado na cidade um Posto de Saúde Pública, que permanece fechado há anos, apesar de a esquistossomose atingir a maioria da população. Na cidade, feitas as pesquisas, o índice ultrapassou 90% da população contaminada.

O solo é fértil e o povo, em sua maioria camponês, vive da plantação de milho, feijão, arroz e café, produtos, aliás, considerados primários e desvalorizados.

Há, no entanto, organizada e em funcionamento uma cooperativa de proprietários e um posto de revendas do Fomento Agrícola do Estado. A pobreza é geral e na cidade somente um proprietário possui um jipe.

O fórum está localizado numa casa velha, térrea, necessitando de reparos urgentes, pois, quando chove, goteiras inúmeras penetram-no. Não tem móveis condizentes com o estilo da Justiça. Os móveis usados pertencem à Câmara Municipal. Quando se reúne o Tribunal do Júri, tem esse que arranjar com a população cadeiras e mesas para a improvisação do Tribunal Popular.

De novembro de 1964 a dezembro de 1965, portanto há treze meses decorridos, funcionaram como juízes os doutores Arly Borges, Rubens Nogueira Duarte, Silvio Pélico, Geraldo Correia da Silva e em escala intermitente o Juiz Substituto Walter G. Naumam, tendo como único Promotor o relatante, com a exceção do mês de julho deste ano.

Nota-se, assim, que a Comarca não oferece atrativo algum para a fixação de Juiz, Promotor ou outra qualquer autoridade do Estado ou da União.

O serviço forense, em grande parte, fora movimento pelo Juiz Substituto Walter G. Naumam, nos trânsitos, licença e férias dos Juízes Titulares. Mesmo assim, os processos estão regularizados e

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13

com andamento normal. No último trimestre não houve julgamento popular.

Depois de vários relatórios e inúmeros pedidos encaminhados aos poderes competentes para a reforma da cadeia pública, de aspecto interno infernal, sem água, luz, sanitários quebrados, esgotos entupidos, paredes esburacadas e enegrecidas pelo tempo e pelas lamparinas acessas a querosene, finalmente o Estado determinou a limpeza do prédio, que se efetua no momento.

Procedemos a uma ligeira inspeção nos Cartórios do Registro Civil da sede da Comarca e do Distrito de Santa Luzia, lavrando atas desses trabalhos, cujas cópias seguem anexas a este relatório. Organizamos com os documentos encaminhados pela Corregedoria, o arquivo da Secretaria do Rep. do Ministério Público da Comarca e destinamos um livro próprio para as inspeções dos Cartórios e outros atos atinentes às atividades do Ministério Público. Indicamos a serventuária Geni Batista de Souza como secretária do MP na Comarca.

Assim, concluímos nosso sucinto relatório, na esperança de termos menos feito um bosquejo da vida forense e das atividades humanas nessa Comarca.

Mantenópolis, 31-12-1965

________________________ Ezequiel Ronchi Netto

Promotor Público

5 COMENDA NA FRANÇA8

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo recebeu,

em 1998, uma comenda do Ministério Público francês

como forma de distinção pela participação dos promotores

de Justiça Sandra Maria Ferreira de Souza, Márgia

Chianca Mauro e Saint Clair Luiz do Nascimento Júnior no

Curso de Atualização em Direito Comunitário, do

Programe Juridique France – Echange 1998, realizado na

França.

O curso foi realizado em três etapas entre os dias 26 de

dezembro de 1997 e 05 de março de 1998. A primeira

incluiu um curso de formação na Universidade Le Havre, França, além de um

acompanhamento da atuação do Ministério Público francês em audiências,

julgamentos junto ao Tribunal de Grande Instance Du Havre, bem como visitas a

8 Tema abordado na nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 36, ano 6, set. 2012.

Imagem 7

Medalha do Ministério Público francês

Fonte: Acervo do Memorial/MP-ES

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abrigos e sistema prisional do país. A segunda etapa se deu na Ecole Nationale de

La Magistrature, em Paris, com a formação continuada dos magistrados em

Protection des Droits de L’Homme.

Ao final do curso, os promotores apresentaram um trabalho, de livre escolha, de

acordo com a atuação de cada um. Sandra Maria Ferreira de Souza falou sobre “O

Trabalho Infantil”, Márgia Chianca Mauro discorreu sobre “As Penas Alternativas” e

Saint Clair Luiz do Nascimento Júnior mostrou seu trabalho sobre “Mercosul e a

Globalização”.

O convênio firmado entre a Universidade Le Havre e a Associação Paulista de

Magistrados (Apamagis), por meio do Programa de Cooperação Técnico-Científico

França-Brasil, proporcionou o intercâmbio, que culminou com a participação dos

promotores de Justiça naquela instituição francesa. “O evento ensejou a troca de

experiências, a ampliação de conhecimentos e, sobretudo, serviu para solidificar as

relações do Ministério Público estadual com o parquet francês”, disse Sandra Maria.

6 I ENCONTRO DO MP-ES9

A cidade de Conceição da Barra recebeu com muitas faixas e ao som da banda de

música os participantes do I Encontro do Ministério Público do Espírito Santo. O

evento, realizado nos dias 24 a 26 de março de 1972, foi possível graças à união de

esforços da Associação Espírito-Santense do Ministério Público, presidida pelo

então corregedor-geral Antônio Benedicto Amancio Pereira, do procurador-geral de

Justiça Carlos Guilherme de Carvalho, do promotor da daquela comarca, Carlos

Itiberê de Castro Caiado, e do apoio da Prefeitura Municipal. O prefeito Bento Daher

concordou em patrocinar o Encontro, entendendo a sua importância tanto para o

município como para a própria Justiça.

O I Encontro do Ministério Público do Espírito Santo reuniu promotores de Justiça de

todo o Estado no Dunas Praia Clube e teve como objetivo o estudo da norma

jurídica e apreciações sobre o Ministério Público, visando corrigir possíveis erros e

pleitear reivindicações justas para a classe ministerial.

9 Tema abordado na nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição 37, ano 6, dez. 2012.

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15

Imagem 8

I Encontro do Ministério Público do Espírito Santo

Os promotores de Justiça Elias Faissal (2ª fila à esquerda), Zelio Guimarães Silva (2ª fila ao centro), José Lemos Barbosa (3ª fila à esquerda), Antonio Carlos Moraes (3ª fila ao centro), Fernando Assis Ribeiro (4ª fila à esquerda) e Marco Antônio de Souza Basílio (4ª fila ao centro) no I Encontro do Ministério Público do Espírito Santo. Conceição da Barra (ES), 1972. Fonte: Memorial/MP-ES.

Foram palestrantes no evento o procurador de Justiça aposentado e então

procurador-geral da Prefeitura de Vitória, José Tovar Pimenta, os procuradores de

Justiça Paulo Augusto Costa Alves, Romualdo Cola e Maurício de Oliveria e o

promotor de Justiça Diógenes Malacarne.

No almoço de encerramento, Wolghano Barbosa, em discurso de improviso, falou

em nome da classe que o Encontro “se constituía num marco inarredável para

maiores conquistas e as mais enfatizadas afirmações de uma classe que, graças a

Deus e aos esforços dos cidadãos que compõem seus órgãos diretores, cada vez

mais se faz credora da confiança e do respeito por parte da comunidade espírito-

santense e de todos os setores que estruturam o poder estatal”.

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Imagem 9

I Encontro do Ministério Público do Espírito Santo

Os promotores de Justiça Arlindo Sasso (1ª fila, 2º assento), Fernando Assis Ribeiro (1ª fila, 3º assento), Luiz Carlos Nunes (2ª fila, 1º assento), José Nunes de Mendonça (2ª fila, 2º assento), Vicente Nolasco Costa (2ª fila, 3º assento), Antonio Carlos Moraes (2ª fila, 5º assento), Ezequiel Ronchi Netto (4ª fila, 2º assento) e José Lemos Barbosa (4ª fila, 3º assento) no I Encontro do Ministério Público do Espírito Santo. Conceição da Barra (ES), 1972. Fonte: Memorial/MP-ES

7 SEDES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO10

O Ministério Público do Espírito Santo foi criado vinculado ao Tribunal de Justiça em

1891. Entre os cinco desembargadores indicados para compor o Tribunal, um era

escolhido como procurador da Justiça, Soberania e Fazenda, cargo que em 1892

passou a ser denominado procurador-geral do Estado e, com a Constituição

Estadual de 1967, procurador-geral de Justiça.

Instalado provisoriamente na parte térrea do Palácio do Governo, atual Palácio

Anchieta – que na época não havia incorporado a Igreja São Tiago –, o Tribunal de

Justiça foi equipado com mobília e objetos emprestados de outras repartições e

carecia de compartimento necessário para a secretaria.

10

Nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 38, ano 7, mar. 2013. Ver artigo Sedes do Ministério Público do Espírito Santo, disponível em: https://www.mpes.mp.br/Arquivos/Anexos/6d1441b5-fe01-4f99-9652-4a0a2fd8d147.pdf.

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17

Em 1893, o Tribunal de Justiça passou a funcionar em um sobrado, situado na Rua

Pedro Palácios, comprado pelo Governo do Estado em 25 de março de 1887.

A partir de 1900, esse edifício demandou reformas, principalmente no telhado. Há

registros de que um temporal no ano de 1902 danificou os móveis, livros, processos

e demais papéis que estavam na sala das conferências e no cartório. A reforma do

imóvel foi realizada somente em 1905, sendo que, nos dois anos seguintes, houve

necessidade de novos reparos.

Quando o Tribunal de Justiça mudou dessa sede, o prédio foi reformado e passou a

sediar a Secretaria da Segurança Pública. Foi demolido na década de 1920 para a

construção do Arquivo Público Estadual.

A sede do Tribunal de Justiça foi transferida, em 1912, para o andar superior do

antigo edifício da Assembleia Legislativa, permanecendo nesse endereço durante

cinquenta anos. Na parte inferior do prédio, foi instalado o Fórum da Capital.

Situado na Rua da Assembleia (atual Muniz Freire), o casarão, que abrigara a

Cadeia Pública, a Imprensa Estadual e a Prefeitura de Vitória, foi demolido em 1964,

para, no local, ser construído o Palácio da Justiça.

Há registros de que na década de 50 o Ministério Público deixou de funcionar junto

ao Tribunal de Justiça, passando a ocupar um dos casarões que existiam na

Avenida Jerônimo Monteiro, nas proximidades da Escadaria Bárbara Monteiro

Lindenberg e do Palácio Anchieta. Após a demolição do casario, nesse local foi

construída uma pequena praça com uma estátua em homenagem à catadora de

papel Dona Domingas.

Em julho de 1962, o Ministério Público mudou para o 6º andar do Edifício das

Repartições Públicas, situado na Avenida Jerônimo Monteiro, nº 96, no Centro da

cidade. Atualmente denominado Aureliano Hoffman e sede da Secretaria Estadual

da Fazenda (Sefaz), o edifício, projetado por Ary Garcia Roza em 1951 a pedido do

então governador Jones dos Santos Neves, foi concluído no início da década

seguinte.

Em 1971, com a inauguração do Palácio da Justiça – atual Fórum Criminal

Desembargador José Mathias de Almeida Netto – na Rua Pedro Palácios, nº 105,

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18

Centro, o Ministério Público passou a ocupar o 8º andar desse edifício. A

consecução dessa sede foi possível graças aos doutores Paulo Augusto Costa Alves

e Maurício de Oliveira, respectivamente, secretário do Interior e Assuntos da Justiça

e procurador-geral de Justiça, e ao governador Christiano Dias Lopes Filho, por ser

o idealizador desse edifício.

A partir de 1980, o Ministério Público ocupou um prédio estadual – atual Juizado

Criminal Especial – situado na Rua Pedro Palácios, nº 88, no Centro, em frente à

sede anterior. Na sessão do Conselho Superior do MP-ES de 02 de outubro daquele

ano, o procurador de Justiça José Venâncio Salgueiro Machado destacou que essa

sede representava uma conquista significativa na história da instituição. No entanto,

o conselheiro Romualdo Cola ressaltou que a sede ainda não era ideal.

Em 30 de dezembro de 1985, foi inaugurada a sede da Procuradoria-Geral de

Justiça no 11º andar do Edifício Trade Center, localizado na Avenida Jerônimo

Monteiro, nº 1.000, no Centro de Vitória.

Esse espaço, apesar de alugado, era um reconhecimento pelos longos anos de luta

em prol de um espaço físico digno e adequado ao trabalho dos membros do

Ministério Público capixaba. A mudança de sede correspondeu ao crescimento da

estrutura administrativa e das novas demandas que foram sendo incorporadas ao

Ministério Público nesse período e referendadas pela Constituição Federal de 1988.

A sede da Procuradoria-Geral de Justiça foi transferida, no início do ano de 1988,

para os dois últimos andares do Edifício Fábio Ruschi, situado na Avenida

Governador Bley, nº 236, Centro. A importância dessa mudança é de ordem

financeira, pois a instituição saiu de um espaço alugado, retornando para um

pertencente ao Governo.

Inaugurado em 1962, esse edifício abriga, na atualidade, secretarias e órgãos do

Executivo estadual.

Com a expansão das atividades do Ministério Público, houve a necessidade de

adequar a estrutura física da instituição a essa nova realidade. Optou-se pela

aquisição de um prédio comercial de dez pavimentos: o Edifício Cristal Plaza, no

Bairro Santa Helena. Adaptado para atender a Procuradoria-Geral de Justiça, essa

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19

sede foi inaugurada em 27 de dezembro de 2001 e, em fevereiro do ano seguinte,

recebeu a denominação de Edifício Promotor Edson Machado.

Situado na Rua Procurador Antônio Benedicto Amancio Pereira, nº 121, o Edifício

Promotor Edson Machado deixou de comportar toda a estrutura administrativa do

Ministério Público. Foi necessário alugar salas comerciais para abrigar,

principalmente, os Centros de Apoio e os Grupos Especiais.

A partir dessa demanda, construiu-se o Complexo Administrativo Promotora Annina

Lícia de Amorim Rubim Grégio anexo à Procuradoria-Geral de Justiça, cuja fachada

foi remodelada para garantir maior acessibilidade ao novo edifício.

O Complexo Administrativo, inaugurado em 27 de abril de 2012, é interligado ao

edifício-sede por duas passarelas metálicas. Os três primeiros andares são de

garagem e os demais abrigam os setores administrativos da PGJ, alguns Centros de

Apoio, além de um auditório.

8 CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO11

O Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Espírito Santo é um

colegiado que tem por competência prioritária disciplinar, fiscalizar e promover a

execução dos princípios e das funções institucionais e controlar e avaliar os

resultados obtidos. Atua conforme regulamento interno, com sessões públicas

ordinárias programadas e extraordinárias se convocadas, com publicidade de suas

decisões e deliberações, salvo os casos sigilosos.

Criado pelo Estatuto do Ministério Público Estadual (Lei nº 1.740/1962), o Conselho

era composto pelo procurador-geral, por dois subprocuradores e dois promotores da

Capital eleitos pela classe.

A primeira sessão do Egrégio Conselho foi realizada em 02/01/1963. Os

conselheiros empossados nessa data foram, como membros natos, Hélio Leal,

procurador-geral e presidente do Conselho; Annibal de Athayde Lima e Jarbas Alves

11

Tema abordado na nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 39, ano 7, jun. 2013.

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20

de Athayde; subprocuradores-gerais, Romero Lofêgo Botelho e Keil Nascimento

Ferreira, promotores de terceira entrância.

Em 1964, com a Lei nº 1.989, o Conselho passou a ter nove membros: o procurador-

geral, quatro subprocuradores designados pelo procurador-geral e quatro

promotores públicos mais antigos da Capital.

Com a Lei nº 2.518/1970, o Conselho Superior do Ministério Público passou a ser

composto pelo procurador-geral e por procuradores da Justiça, sob a presidência do

primeiro.

O artigo 10 da Lei nº 2.868/74 definiu o Conselho Superior do Ministério Público

como órgão de deliberação coletiva, tendo por finalidade a administração da

instituição, e sendo constituído do procurador-geral da Justiça, dos procuradores de

Justiça e dos quatro promotores de Justiça mais antigos da Capital, sob a

presidência do primeiro.

A composição do Conselho na Lei nº 3.482/82 foi reduzida a quatro membros: o

procurador-geral, o subprocurador-geral, o corregedor-geral e um procurador de

Justiça eleito pelos membros do Ministério Público, por um mandato de dois anos,

proibida a reeleição. Junto ao Conselho eleito, e pela mesma forma, era escolhido

seu suplente.

A Lei nº 3.634/84 compôs o Conselho com sete membros. Passou a ser constituído

pelo procurador-geral, pelo subprocurador-geral, pelo corregedor-geral, pelos dois

procuradores de Justiça mais antigos, outro eleito pelo Colégio de Procuradores, e

mais um eleito pelos demais membros do Ministério Público. O mandato dos

membros eleitos era de um ano, proibida sua reeleição, até que os demais

procuradores de Justiça tivessem sido investidos no Conselho Superior.

Pela Lei nº 4252/89 o Conselho Superior do Ministério Público passou a ser

constituído pelo procurador-geral da Justiça que o integra e preside, pelo

subprocurador-geral da Justiça, pelo corregedor-geral do Ministério Público e por

quatro procuradores de Justiça, sendo dois eleitos pelo Colégio de Procuradores e

os outros dois eleitos pelos demais membros do Ministério Público.

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21

Atualmente, conforme a Lei nº 95/97, o colegiado é formado por sete integrantes,

sendo conselheiros natos o procurador-geral de Justiça e o corregedor-geral, e os

demais são procuradores de Justiça eleitos pelos membros da ativa.

9 EVOLUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO MP-ES: 1948 – 201312

O Ministério Público, a partir da Proclamação da República, foi adquirindo uma

configuração ascendente no que concerne a suas atribuições e identidade

funcionais. De uma atividade vinculada ao Judiciário, passou a ser um órgão do

Executivo até conquistar sua independência administrativa com a Constituição de

1988.

O crescimento institucional é evidenciado pelas novas atribuições conferidas, pelo

aumento dos recursos humanos e do aporte financeiro destinado. Levando em

consideração o aspecto financeiro, as Mensagens apresentadas pelo governador à

Assembleia Legislativa nas primeiras décadas da República não continham detalhes

pormenorizados do orçamento destinado ao Ministério Público estadual.

No entanto, a Constituição Estadual de 1947 atribuiu ao governador a competência

privativa de enviar à Assembleia, dentro do primeiro mês da sessão legislativa, a

prestação de contas do exercício anterior e, no mês de agosto de cada ano, a

proposta de Orçamento.

Dessa forma, a partir de 1949, as prestações de contas do Governo passaram a ser

padronizadas em Balanços Gerais do Estado. Essa documentação apresenta a

previsão orçamentária, a despesa autorizada e a realizada pelos diversos órgãos e

setores dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário estadual,

Assim, foi possível acessar os dados referentes à despesa orçada por lei para o

Estado e para o MP-ES e a despesa autorizada do Estado e do MP-ES com o índice

de participação do MP-ES nesse total. E ainda identificar o quanto da despesa

autorizada foi aplicada pelo MP-ES, a partir de 1948, bem como a variação do que

foi realizado anualmente.

12

Nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 40, ano 7, jul. 2013. Ver artigo Evolução Orçamentária do MPES disponível em https://www.mpes.mp.br/Arquivos/Anexos/06e0e9c8-bfc0-4f9d-8c33-ed76dfee6f5c.pdf.

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22

Percebe-se, no gráfico, a relação entre despesas autorizadas e executadas pelo

MP-ES a partir de 1994, ano de início da vigência do Plano Real. Esse recorte

possibilitou uma comparação mais fidedigna da evolução orçamentária do MP-ES,

pois a simples conversão dos valores anteriores para a moeda atual, sem considerar

a variação inflacionária, não forneceria informações coerentes sobre o crescimento

da instituição.

Para ter uma visão geral da evolução orçamentária do MP-ES no período de 1948 a

2013, é mais prudente analisar o percentual obtido da comparação da despesa

autorizada para a instituição com a autorizada para todo o Estado.

Gráfico 1

Evolução orçamentária do MP-ES

Fonte: Elaborado pelos autores

0

50.000.000

100.000.000

150.000.000

200.000.000

250.000.000

300.000.000

350.000.000

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

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00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

EVOLUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO MP-ES (R$)

Orçamento do MP-ES (despesa autorizada) Despesa realizada pelo MP-ES

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23

Gráfico 1

Participação da despesa autorizada ao MP-ES em relação à autorizada para o Estado

Fonte: Elaborado pelos autores

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,501

94

8

19

50

19

52

19

54

19

56

19

58

19

60

19

62

19

64

19

66

19

68

19

70

19

72

19

74

19

76

19

78

19

80

19

82

19

84

19

86

19

88

19

90

19

92

19

94

19

96

19

98

20

00

20

02

20

04

20

06

20

08

20

10

20

12

Participação da despesa autorizada ao MP-ES em relação à autorizada para o Estado (%)

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10 CORREGEDORIA-GERAL DO MP-ES13

A Lei nº 1.770/62 inovou ao criar a Corregedoria-Geral (CGMP), o Conselho

Superior e definir que o procurador-geral de Justiça fosse nomeado dentre os

membros do Ministério Público do Espírito Santo.

O primeiro corregedor-geral do MPES foi o subprocurador-geral Annibal de Athayde

Lima, eleito pelo Conselho Superior para um mandato de um ano.

De 1970 a 1974, o corregedor era designado pelo procurador-geral de Justiça. Com

a retomada do processo eleitoral, foi permitida a recondução.

Na Lei nº 3.482/82, o corregedor-geral passou a ser designado pelo procurador-geral

de Justiça a partir da lista tríplice indicada pelo Colégio de Procuradores, e foi

vedada a reeleição, impedimento esse revertido em 1984.

Na Lei Complementar nº 95/97, a eleição do corregedor-geral e do seu suplente

coube ao Colégio de Procuradores de Justiça, o mandato passou a ser de dois anos

e o corregedor tornou-se membro nato dos conselhos Superior e do CEAF.

Em 2010, suprimiu a eleição para suplente de corregedor e foi delegada ao

corregedor-geral a indicação de um subcorregedor-geral.

Com a LC nº 680/2013, o corregedor-geral do Ministério Público passou a ser

assessorado por promotores de Justiça no quantitativo de um para cada cem

membros.

11 A PRESENÇA FEMININA NA CARREIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

CAPIXABA14

A primeira mulher a assumir, em caráter efetivo, uma Promotoria de Justiça no

Ministério Público do Espírito Santo foi Edith de Menezes. Aprovada no segundo

13

Nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 41, ano 7, set. 2013. 14

Nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 42, ano 7, set. 2013. Ver o artigo A

presença feminina na carreira do Ministério Público Capixaba disponível em https://www.mpes.mp.br/Arquivos/Anexos/5cfd7813-b788-4bf8-a2d2-c0b1291661ad.pdf.

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25

concurso realizado pela instituição, ingressou na carreira ministerial em 1º de

outubro de 1955, na comarca de Alegre.

Segundo o procurador de Justiça aposentado Ulysses Gusman,

em 1970 só havia essa promotora na instituição, já em

disponibilidade. Posteriormente, vieram Maria Thereza Feu Rosa

Pazolini e Neida Mirna Dalcomo.

A presença feminina na carreira do MP-ES tornou-se mais

significativa com o concurso realizado em 1977, quando foram

aprovadas Miriam Silveira, Catarina Cecin Gazele, Célia Maria

Vidal Meliga Pessoa, Heloisa Malta Carpi, Célia Lúcia Vaz de

Araújo e Itajacy Dornelas.

O trabalho realizado pelas mulheres foi ganhando destaque ao longo dos anos.

Catarina Cecin Gazele, primeira Procuradora-Geral de Justiça, exerceu a função de

2006 a 2008. Nesse período, foi vice-presidente do Conselho Nacional de

Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União, Região Sudeste.

Antes, porém, já havia sido eleita a primeira corregedora-geral do MP-ES em 1998.

Ocupou o cargo de subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos e,

atualmente, exerce suas funções na Procuradoria de Justiça Cível e na coordenação

estadual do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar (Nevid).

Outra mulher que se destacou em sua trajetória no MP-ES foi a promotora de

Justiça Annina Lícia Amorim Rubim Grégio. Falecida em 2007, dedicou sua vida à

carreira ministerial desde seu ingresso na instituição, em 1990. Por essa razão, o

Complexo Administrativo construído anexo à Procuradoria-Geral de Justiça recebeu

seu nome.

O quadro de membros ativos do MP-ES tem hoje 40% de mulheres. São 14

procuradoras de Justiça, 107 promotoras de Justiça e sete promotoras substitutas.

Fonte: Memorial/MP-ES

Imagem 10

Edith de Menezes

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26

12 CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL (CEAF)15

Órgão de assessoramento do MP-ES, o Ceaf tem a finalidade de promover o

aprimoramento profissional e cultural dos membros e servidores da instituição. Foi

idealizado pelo procurador de Justiça aposentado Ronald de Souza e criado pela

Resolução nº 06, de 13 de maio de 1992.

Mas o primeiro Conselho do Ceaf só foi definido para o período 1996/1997. Contava

com o procurador-geral de Justiça Elcy de Souza, como presidente; Sérgio Luiz

Teixeira Gama, corregedor-geral; Miriam Silveira e Itajacy Dornellas, procuradoras

de Justiça; José Maria Rodrigues de Oliveira Filho, presidente da AESMP; e Patrícia

Calmon Rangel e Cláudio Lemos, promotores de Justiça.

Os dois representantes do Colégio de Procuradores eram eleitos pelos seus pares e

os dois promotores de Justiça escolhidos pelo Colégio de Procuradores dentre os

integrantes de lista sêxtupla elaborada pela AESMP. Em 1998, a escolha dos

promotores passou a ser feita por meio de eleição do Colégio de Procuradores. Pela

Lei nº 565/2010, o gerente-geral começou a integrar o Conselho do Ceaf.

O Ceaf possui um dirigente nomeado pelo procurador-geral. Ronald de Souza, José

Cláudio Rodrigues Pimenta, Sérgio Dário Machado, Nícia Regina Sampaio, Gilberto

Morelli e Saint´Clair Luiz do Nascimento Junior já dirigiram esse Centro.

Atualmente o Ceaf, composto pelas Gerências Administrativa; Cursos e Eventos;

Estudos, Pesquisas e Documentação; Biblioteca e pelo Memorial, é dirigido pela

promotora de Justiça Sabrina Coelho Machado Fajardo.

13 1º CONCURSO PARA MEMBROS DO MP-ES16

Até a década de 50, a nomeação de promotor público, cargo atualmente

denominado promotor de Justiça, era feita pelo governador do Estado. Essa forma

de ingresso no MP-ES foi modificada seguindo as deliberações apresentadas nas

constituições Federal (1946) e do Estado do Espírito Santo (1947). A primeira, em

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Tema abordado na nota Registros Históricos do informativo Acontece MP, edição nº 43, ano 8, abr. 2014. 16

Nota publicada no informativo Acontece MP, edição 44, ano, 8, jul. 2014.

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seu artigo 128, definia que, nos Estados, o Ministério Público seria organizado em

carreira com ingresso por meio de concurso. A Constituição Estadual dispôs que a

organização do Ministério Público seria regulada em estatuto próprio.

Aprovado em 30 de janeiro de 1951, o Estatuto do Ministério Público do Estado do

Espírito Santo (Lei nº 462) tratava do ingresso na carreira ministerial que seria

mediante concurso de títulos e provas. Só poderiam participar do certame bacharéis

ou doutores em direito já inscritos na Ordem dos advogados do Brasil, Secção

Espírito Santo – OAB/ES, com mais de um ano de prática forense no Estado e

menos de 40 anos de idade.

As bancas examinadoras eram constituídas de um subprocurador e de um promotor

da comarca da Capital, designados pelo procurador-geral, e de um advogado

indicado pela OAB/ES. Esses três membros escolhiam livremente mais dois

advogados da Capital para integrarem a banca examinadora.

A Lei nº 462 também preconizava que os concursos para a carreira no MP-ES

seriam abertos dentro de trinta dias contados a partir do surgimento de vaga de

promotor substituto e regulados por instruções gerais aprovadas por decreto e

instruções especiais complementares baixadas em portaria pelo procurador-geral.

Seguindo essas premissas, em 5 de março de 1951, foi publicado o Decreto nº 553

referente ao primeiro concurso para a carreira do Ministério Público capixaba. Nesse

certame, realizado nos dias 29 e 30 de maio de 1951, os promotores públicos

interinos foram inscritos ex-ofício e a banca examinadora foi formada pelo

subprocurador Alfredo Cabral, pelo promotor Paulo de Tarso Velozo e pelo

advogado Aloysio Aderito de Menezes.

Nesse ano, nos meses de junho e julho, foram nomeados os doutores aprovados no

concurso para o cargo de promotor público: Victor Hugo Pimentel; Jarbas Alves de

Athayde; José Tovar Pimenta; José Athayde; Helio Brandão Libânio; Murilo Silva;

Vicente Vasconcelos; Julite Trés; Aristides Navarro de Carvalho; Vitor Hugo

Cupertino de Castro; Climério Rodrigues do Nascimento; Keil Nascimento Ferreira e

Candido de Souza Cassa. E para o cargo de promotor substituto: Sebastião da

Rocha Ribeiro e João Batista Miranda do Amaral.

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14 LEI ORGÂNICA DO MP-ES17

A Lei Complementar estadual nº 3.634, de 17 de maio de 1984, foi a primeira Lei

Orgânica a disciplinar o funcionamento do MPES. Antes dessa legislação, a

organização institucional era definida em estatuto.

A Lei nº 3.634/84 adaptou-se à Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei

Complementar federal nº 40, de 14.12.81) e reforçou a autonomia financeira do

órgão ministerial, garantindo-lhe a competência exclusiva para elaboração de seu

orçamento, detalhamento das despesas e participação no total da previsão

orçamentária do Estado. Também previa que o procurador-geral de Justiça seria

nomeado, em comissão, pelo governador do Estado, dentre os membros do Colégio

de Procuradores de Justiça.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, da Estadual de 1989 e da

nova Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei nº 8.625/93), foi elaborada a

Lei Orgânica do MPES atualmente vigente (LC nº 95/97). A partir de então, o

procurador-geral de Justiça passou a ser nomeado pelo governador, dentre os

integrantes do parquet indicados em lista tríplice, para mandato de dois anos,

permitida uma recondução.

15 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A produção das notas Registros Históricos para o informativo Acontece MP

possibilitou a abordagem de diversos aspectos da história do Ministério Público do

Espírito Santo. A maioria das pesquisas para a construção desses textos

ultrapassou o formato de uma nota informativa, daí a importância de sua

organização neste artigo.

Reunindo os textos produzidos nos últimos quatro anos, este artigo atende ao

objetivo de publicizar a história institucional, pois alguns textos estavam restritos ao

informativo impresso e, portanto, restrito ao seu público-alvo que é, em sua maioria,

membros do MP-ES.

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Nota publicada no informativo Acontece MP, edição 47, ano 8, dez. 2014.

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Espera-se que os textos apresentados tenham sido capazes de enriquecer o debate

acerca da história do MP-ES, desde seus primórdios aos acontecimentos mais

contemporâneos, e da atuação de membros a quem a instituição prestou

homenagens.

Ressalta-se que existem outros integrantes do MP-ES homenageados que ainda

não foram tema da nota Registros Históricos, mas suas biografias foram elaboradas

pelo Memorial em sua página eletrônica, no menu Perfis.

Considerando que o Acontece MP continua divulgando, em 2015, as atividades

institucionais e que a nota Registros Históricos permanece na pauta desse

informativo, novos temas têm sido pesquisados, contribuindo para um maior

conhecimento da história do parquet capixaba.