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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 18 de Novembro de 2010 | ed. 129 |0.50 euros PUB Os Deuses vieram dos céus Alunos fecham portões da Universidade PSD vai amanhã a votos Juventude de Évora de novo na Taça Livro Évora Évora Futebol 17 11 10 21 OFERTA Devido à Cimeira da NATO em Lisboa O Évora Andebol Clube está este ano sem equipa sénior para disputar a II Divisão Nacional. Uma medida difícil tomada para não pôr em causa o futuro de um clube com 23 anos que já formou vários jogadores internacionais.O Évora aproveita a crise para propor uma reestruturação do clube. Até ao próximo sábado todos os condutores que queiram entrar em Portugal são sujeitos a um apertado controlo. Motivo: a cimeira da NATO, em Lisboa, que vai colocar a cidade também em verdadeiro “estado de sítio. O Caia (Elvas) é uma das fronteiras com maior trânsito e desde a meia- noite de terça-feira que todos os que a queiram atravessar são obrigados a mostrar os documen- tos, cidadãos nacionais incluídos. Em Portugal, desde 1993, apenas uma vez se tinha procedido à reposição dos controlos fronteiriços, durante 39 dias, no decorrer do Europeu de futebol e do fes- tival de música Rock in Rio realizados em 2004. Travessia do deserto Greve Geral: CGTP e UGT querem parar Alentejo no dia 24 António Serrano: em 2011 Portugal será auto-suficiente em azeite Évora Andebol Clube sem seniores Controlo apertado na fronteira do Caia 23 7 15 23 Évora: Fechou Museu do Artesanato. Reabre no Verão com Design no nome. Amigos dos Animais convocam protesto para segunda-feira Para exigir demissão do veterinário municipal Duas veterinárias da Câmara Municipal de Évora acusam o seu chefe hierárquico de abusar do recur- so à eutanásia e de ter abatido cinco cães que estariam em processo de adopção. O caso mobilizou os “amgos dos animais” e, através da Internet, um grupo de cidadãos eborenses marcou para esta segunda-feira, às 12,30 horas, uma manifestação frente à Câmara, na Praça do Sertório. “Isto é uma campanha contra mim” - diz António Flor Ferreira. Em entrevista ao REGISTO o veterinário recusa todas as acusações e diz que apenas faz o que está “previsto na lei” e em nome da “saúde pública” João Oliveira, deputado do PCP Governo não pode ser “cego e surdo” à Greve Geral 3/5 9 12/13

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www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 18 de Novembro de 2010 | ed. 129 |0.50 euros

PUB

Os Deuses vieram dos céus

Alunos fecham portões da Universidade

PSD vai amanhã a votos

Juventude de Évora de novo na Taça

LivroÉvoraÉvora Futebol

171110 21

OFERTA

Devido à Cimeira da NATO em Lisboa

O Évora Andebol Clube está este ano sem equipa sénior para disputar a II Divisão Nacional. Uma medida difícil tomada para não pôr em causa o futuro de um clube com 23 anos que já formou vários jogadores internacionais.O Évora aproveita a crise para propor uma reestruturação do clube.

Até ao próximo sábado todos os condutores que queiram entrar em Portugal são sujeitos a um apertado controlo. Motivo: a cimeira da NATO, em Lisboa, que vai colocar a cidade também em verdadeiro “estado de sítio. O Caia (Elvas) é uma das fronteiras com maior trânsito e desde a meia-noite de terça-feira que todos os que a queiram atravessar são obrigados a mostrar os documen-tos, cidadãos nacionais incluídos. Em Portugal, desde 1993, apenas uma vez se tinha procedido à reposição dos controlos fronteiriços, durante 39 dias, no decorrer do Europeu de futebol e do fes-tival de música Rock in Rio realizados em 2004.

Travessia do deserto

Greve Geral: CGTP e UGT querem parar Alentejo no dia 24

António Serrano: em 2011 Portugal será auto-suficiente em azeite

Évora Andebol Clube sem senioresControlo apertado na fronteira do Caia

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15

23

Évora:Fechou Museu do Artesanato. Reabre no Verão com Design no nome.

Amigos dos Animais convocamprotesto para segunda-feira

Para exigir demissão do veterinário municipal

Duas veterinárias da Câmara Municipal de Évora acusam o seu chefe hierárquico de abusar do recur-so à eutanásia e de ter abatido cinco cães que estariam em processo de adopção. O caso mobilizou os “amgos dos animais” e, através da Internet, um grupo de cidadãos eborenses marcou para esta segunda-feira, às 12,30 horas, uma manifestação frente à Câmara, na Praça do Sertório.

“Isto é uma campanha contra mim” - diz António Flor Ferreira. Em entrevista ao REGISTO o veterinário recusa todas as acusações e diz que apenas faz o que está “previsto na lei” e em nome da “saúde pública”

João Oliveira, deputado do PCP

Governo não pode ser “cego e surdo” à Greve Geral

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2 18 Novembro ‘10

A abrir

Efeméride

Em 20 de Novembro de 1989, as Nações Unidas adoptaram por unanimidade a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), documento que enuncia um amplo conjunto de direitos fundamentais – os direitos civis e políticos, e também os direitos eco-nómicos, sociais e culturais – de todas as crianças, bem como as respectivas disposições para que se-jam aplicados. Este tratado internacional é um im-portante instrumento legal devido ao seu carácter universal e tembém pelo facto de ter sido ratificado pela quase totalidade dos Estados do mundo (192). Apenas dois países, os Estados Unidos da América e a Somália, ainda não ratificaram a Convenção sobre os Direitos da Criança. Portugal ratificou a Conven-ção em 21 de Setembro de 1990.

Quer que embrulhe?

Neste jornal alguns textos são escritos segundo o Novo Acordo Ortográfico e outros não. Durante algum tempo esta situação irá manter-se e as duas formas de escrita vão coexistir. Tudo faremos, no entanto, para que no mais curto espaço de tempo se tenda para uma harmonização das formas de escrever no Registo, respeitando as regras do Novo Acordo

A semana que agora entra, inde-pendentemente da opinião que qualquer um possa ter acerca da necessidade ou não da sua reali-zação, vai ser necessariamente marcada pela Greve Geral, con-vocada pela CGTP e pela UGT. O desemprego, a situação social, as medidas anti-crise fazem com que muitos trabalhadores tenham medo de arriscar o seu posto de trabalho e que prefiram não ade-rir a este protesto, que irá, como sempre, ter um maior impacto junto da Administração Pública e da Administração Local. E, como há dias titulava um jornal nacio-nal, esta pode ser uma greve “que muitos apoiam, mas a que poucos vão aderir”. Mas, mesmo que as-sim seja, há um sentimento visí-vel de descontentamento, de mal estar e de que é necessário um outro rumo para o país na genera-lidade da sociedade portuguesa. E muitos são os ecos desse mal estar e não apenas as análises macro e micro-económicas.Alguns deles perpassam por esta edição do RE-GISTO.Nesta edição damos conta tam-bém da mais recente polémica em Évora, travada em torno dos “direitos dos animais”. Duas ve-terinárias denunciaram publica-mente o seu chefe hierárquico a quem acusam de ter abatido sete cães, cinco dos quais em processo de adopção. O caso espalhou-se pela Internet e serviu de motivo para que um grupo de cidadãos

tenha convocado uma manifes-tação para a próxima segunda-feira, frente à Câmara Municipal de Évora, “exigindo a demissão do veterinário municipal”. O REGIS-TO ouviu António Flor Ferreira, o veterinário em causa, que rejeita todas as acusações e diz estar a ser alvo de uma campanha contra ele.Nesta edição do REGISTO, na con-tinuação das entrevistas que es-tamos a fazer aos deputados por Évora, publicamos uma conversa com João Oliveira. O deputado do PCP critica o Orçamento de Estado para 2011, diz que, se não forem feitas alterações profun-das na especialidade, os tempos que aí vêm são de recessão e mais desemprego. Sobre o Alentejo, o deputado do PCP diz que todos os problemas do país verificam-se na região, só que de uma forma mais agravada ainda.No campo das notícias fica ainda o REGISTO do fecho do Centro de Artes Tradicionais em Évora para obras de remodelação. Quando abrir as portas, no próximo Verão, já deverá chamar-se Museu do Ar-tesanato e do Design e integrar a colecção Paulo Parra. Uma ques-tão muito polémica, que tem de-safiado paixões e tomadas de po-sição em torno do debate sobre o novo museu e que, por certo, vai subir ainda de tom nos próximos meses.Da cultura, fica a notícia da estreia já hoje, quinta-feira, da nova pro-dução da Bruxa Teatro “Antígona em Nova York”, na Ermida de São Bartolomeu, junto à Porta de Avis, em Évora.

Crónica Editorial

20 de NovembroDia Universal da Criança

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40 graus à Eis o povo português

A malta que anda nos blogs sabe como funciona a canalha anónima que pulula na rede sempre disposta à provocação, ao insulto barato, à acusação infundada. Por detrás do anonimato há heróis capa-zes de destronar qualquer heroica perso-nagem da Marvel. O problema é o resto.Todos os dias o desgraçado do português se verga à prepotência do ignóbil chefe, mas às cinco da tarde, dá um murro no balcão da tasca, insulta o chefe, vanglo-ria-se de o ter mandado às urtigas e grita aos sete ventos ter-lhe prometido “um murro nos cornos” se continuar com a mesma conduta. Claro que às 9 da manhã lá está ele de joelhos, vergado à vontade do chefe carrasco.

Há dias o 40 graus, seguia a campanha de Manuel Alegre e parou junto a uma ven-dedora de castanhas. “Vem aí o Manuel Alegre, veja lá se ele lhe compra umas castanhas”, disse o 40 graus à senhora. Resposta pronta: “Esses? Não dão nada a ninguém, querem é encher os bolsos estão-se borrifando para nós”, bufava de peito cheio a senhora das castanhas.Minutos depois chega Manuel Alegre, pede umas castanhas, a senhora dá-lhe um cartu-xo, Alegre puxa da carteira e pergunta “Quan-to devo?”. “Nada senhor Alegre, eu ofereço”, disse delicadamente a mesma voz que antes tinha insultado todos os Alegres da política.Assim é este povo,sempre pronto para a luta... anónima. (Ahhh! Alegre pagou as castanhas)

Histórias de um país distante

Esta história contaram aos 40 graus. Nós partilhamo-la com os nossos queridos leitores. Havia um jornal numa terra dum país longínquo. O jornal dava notícias, como é normal os jornais fazerem, e pe-

dia sempre comentários aos senhores que mandavam no país, quando estes tinham a ver com as notícias. Mas o senhores que mandavam, em geral, quase nunca esta-vam disponíveis para os esclarecimentos necessários. Quando as notícias saíam, o senhor que mandava mais barafustava, pegava no telefone e ligava para o dono do jornal a fazer queixinhas de quem fazia as notícias e a dizer que estavam contra ele. Os tempos passaram e o que mudou foi que, para além do senhor que mais mandava, também o que mandava logo a seguir começou a telefonar para o dono do jornal e a dizer de sua justiça. Que andavam a persegui-lo e coisa e tal. O mesmo senhor que antes não teve tem-po, nem disponibilidade, nem interesse em falar com o jornalista, gasta tempo e dinheiro a telefonar a quem, por norma, carácter e bom senso (valha-o deus!) não se costuma meter nas coisas da redacção. Contaram isto aos 40 graus e suspirámos de alívio. Ainda bem que isto se passava lá muito longe, num país de que mal sa-

bemos o nome e com um jornal que nun-ca vimos na vida. Safa, se fosse aqui, os 40 graus estavam tramados.

Notícias frescas de 2009

Causou sensação o encarte do Inalentejo que o REGISTO e outros jornais da região distribuiram nas últimas semanas. Houve quem tenha dito aos 40 graus que “vocês enganaram-se e andam a distribuir bole-tins do ano passado”. Fomos ver e, de fac-to, é estranho. O encarte faz o balanço do ano de 2009... no final de 2010. E ainda tem as fotografias dos antigos gestores, a antiga presidente da CCRDA e o actual mi-nistro da Agricultura ainda marcam por ali presença. Se na aprovação de projectos e de candidaturas o Inalentejo for assim tão rápido há-de o Quadro Comunitário já ter acabado e nos corredores do edifício-sede da CCRDA ainda se trabalha na divul-gação dos eixos de intervenção. E assim até já se percebe a baixa taxa de utiliza-ção das verbas do QREN neste ditoso ano de 2009. Perdão: 2010!

Carlos Júlio

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Cidade

Denunciando o recurso abu-sivo à eutanásia, entre outros alegados desmandos no Canil Municipal de Évora, um relató-rio subscrito por duas técnicas desencadeou uma vaga de pro-testos sem precedentes contra a actuação do veterinário mu-nicipal.

Quem levantou a lebre foi Le-onor Quitalo e Margarida Câ-mara Pereira, médicas veteri-nárias da Câmara Municipal de Évora. Num relatório da-tado de 12 de Novembro, as veterinárias afirmam que a situação que se vive no Canil Municipal de Évora assumiu “proporções drásticas de des-respeito” pelo seu trabalho e pelo “bem-estar dos animais” ali alojados.Contextualizando, Quitalo e Câmara Pereira referem que, graças ao trabalho de divul-gação que empreenderam, a adopção de animais “cresceu exponencialmente”, atingin-do 100 adopções em 2010,

enquanto em anos anteriores “rondava os 20 animais por ano”. No entanto, as veterinárias afirmam sofrer “constante-mente a pressão” do veteriná-rio municipal, António José Flor Ferreira, que acusam de elaborar semanalmente listas de animais para euta-nasiar, “com o pretexto de os animais não poderem per-manecer mais de um mês no Canil, devido aos custos as-sociados à sua manutenção”. As duas técnicas refutam este argumento, alegando que “o custo da eutanásia é bastante superior” aos custos de ali-mentação dos canídeos. Dado que se registam pedi-dos de adopção oriundos de “todo o país”, as duas veteri-nárias dizem facilitar “sem-pre que possível” a entrega de animais fora do horário de funcionamento do Canil, nomeadamente “após as 16 horas e ao fim de semana”. No entanto, segundo afir-mam, não estão autorizadas

a “entregar nenhum animal para adopção” nem a “prestar qualquer tipo de assistência” aos bichos a partir dessa hora nem ao sábado de manhã.

Esterilização ou eutanásia?

Para Leonor Quitalo e Marga-rida Câmara Pereira, esta situ-ação culminou num inciden-te ocorrido na quarta-feira, 10 de Novembro, quando o ve-terinário municipal terá aba-tido pessoalmente sete cães, “3 dos quais com processos de adopção em fase final, e 2 em fase inicial”.O episódio ocorreu, alegada-mente, após a realização de uma reunião no dia 9 de No-vembro, à qual Flor Ferreira compareceu na qualidade de veterinário municipal. A reu-nião destinava-se a discutir a implementação em Évora da Campanha Nacional pela Es-terilização (CNE), concebida como alternativa à eutanásia. A ocorrência é confirmada por Alexandra Moreira, uma

das quatro representantes da CNE-Évora, que na altura manifestaram a sua indigna-ção face ao número elevado de abates no canil de Évora, cifrado em cerca de 500 ani-mais por ano, segundo adian-taram.Quitalo e Câmara Pereira consideram que, no Canil Municipal, se vive uma “si-tuação de total desconfian-ça, descrédito, e desrespeito” pelo trabalho que ali vêm desenvolvendo, “melhoran-do diariamente as condições dos animais alojados e sua hipótese de sobrevivência”. Entendendo que estes acon-tecimentos as impedem de continuar a exercer as suas funções, as duas veterinárias deram conhecimento ao res-ponsável pelos respectivos serviços municipais, ficando a aguardar uma reunião com o presidente da Câmara de Évora, José Ernesto Oliveira, para discutirem a posição da autarquia face a esta situa-ção. w

Canil Municipal de Évora

Veterinário acusado de recurso abusivo à eutanásia

Um “grupo de defensores dos animais” está a organizar uma manifestação exigindo a demis-são do veterinário municipal Flor Ferreira, que responsabilizam pela prática indiscriminada e in-justificada da eutanásia no Canil Municipal de Évora.

A exoneração do veterinário municipal de Évora, António Flor Ferreira, é o objectivo da manifestação marcada para segunda-feira, dia 22, pelas 12h30, na Praça do Sertório, diante dos Paços do Concelho. Segundo Ana Rita Azinheira, que vem assumindo a divul-gação do evento nos media e nas redes sociais, o protesto “tem tudo a ver com a atitude” de Flor Ferreira, que, na sua opinião, “não tem sensibili-dade nem ética para ocupar o cargo” de veterinário munici-pal. Em declarações ao REGISTO, Ana Rita Azinheira anunciou

que o protesto é promovido por um “grupo de defensores dos animais”, revoltados por um conjunto de atitudes im-putadas a Flor Ferreira por duas veterinárias da Câmara de Évora. Num relatório enviado à au-tarquia no dia 12, Margarida Câmara Pereira e Leonor Qui-talo acusaram Flor Ferreira, seu superior hierárquico, de eutanasiar vários cães que já se

encontravam em processo de adopção. Baseando-se nas acu-sações contidas no relatório, Ana Rita Azinheira alega ain-da que Flor Ferreira também “noutras situações agiu muito mal”, nomeadamente ao limi-tar o acesso das duas veteriná-rias ao Canil Municipal, com prejuízo dos cuidados presta-dos aos animais.Estas acusações, que o vete-rinário municipal refuta em

absoluto, desencadearam no entanto uma vaga de reacções a nível nacional, incluindo cartas de protesto enviadas à Câmara de Évora e à Ordem dos Médicos Veterinários. Uma cópia integral do relatório de Quitalo e Câmara Pereira, pos-tada no Facebook, suscitou centenas de mensagens de re-púdio, e até ameaças de morte contra o veterinário municipal e a sua família. w

Manifestação marcada para segunda-feira

“Defensores dos animais” exigem exoneração do veterinário municipal

Na última reunião de Câmara foi tam-bém aprovada a minuta do contrato de prestação para limpeza pública de Évora com a firma Suma – Serviços Urbanos e Meio Ambiente, SA, com três votos favoráveis e o voto de qua-lidade favorável do Presidente, três contra (CDU) e uma abstenção (PSD). Este contrato, com duração de um ano e valor de 152.184,00 euros (+IVA), visa reforçar a limpeza pública da zona urbana de Évora, sendo alarga-do também aos bairros de Almeirim, Torregela e S. José da Ponte.Segundo a autarquia, o contrato “in-clui a limpeza/varredura dos espaços públicos (ruas, praças, largos, travessas e becos), removendo resíduos existen-tes nos passeios, faixas de rodagem e parques de estacionamento, nomea-damente folhas, ervas, pontas de cigar-ro, terras, plásticos e excrementos de animais. Engloba também a remoção de resíduos de desmatação dos espaços públicos não tratados; limpeza/desas-soreamento de sarjetas e sumidouros; monda química de calçada e outros espaços, onde a remoção mecânica ou manual de ervas seja inviável; remo-ção de todos os resíduos indevidamen-te depositados nos espaços públicos; despejo de papeleiras e colocação de saco no seu interior; e remoção de resíduos da via pública resultantes das operações anteriores, para destino final adequado”.

Limpeza pública de Évora

Na mesma reunião foi também “apro-vada, por unanimidade, a realização de uma hasta pública para venda de sete lotes municipais, cujo valor base de licitação totaliza 697.500,00 euros. Serão alienados lotes municipais para construção urbana com uso de habita-ção, comércio e serviços no Bairro de Almeirim, Bairro da Torregela, Moi-nho do Cu Torto e Bairro da Malaguei-ra. A hasta pública será realizada no dia 2 de Fevereiro de 2011, pelas 9:30 horas, constando as condições da has-ta do Edital que anunciará a realização do acto e do Caderno Explicativo”.

Venda de lotes municipais no concelho

Na última reunião (10 de Novembro) a Câmara de Évora decidiu, “por maioria com os votos favoráveis da CDU e do PSD e o voto contra do Presidente e da Vereação socialista, aprovar uma proposta idêntica à aprovada no ano passado, agora suportada por um pa-recer da Direcção do IGESPAR, que con-sidera todo o Centro Histórico de Évora monumento nacional e, por isso, isento do pagamento do referido imposto”, refere uma nota da autarquia.“Os Vereadores da CDU e do PSD congratularam-se com a decisão adoptada e que já o ano passado tinham votado, tendo o Presidente da Câmara na sua declaração de voto continuado a afirmar que a proposta agora aprovada é injusta, de duvidosa constitucionalidade e prejudica o orça-mento municipal nesta época de crise em mais de meio milhão de euros. O Presidente tem reuniões já pedidas aos responsáveis do IGESPAR, ao Secretá-rio de Estado da Cultura, à Ministra da Cultura e considera a possibilidade de agir judicialmente contra os mesmos em nome da defesa do interesse muni-cipal”, acrescenta a autarquia.

Isenção de IMI no Centro Histórico de Évora

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José Pinto de Sá

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José Pinto de Sá

Esta segunda-feira “centenas de defensores dos animais” manifestam-se frente à Câmara de Évora.

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Opinião

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CARLOS SEzõESGestor/Consultor

NATO em Portugal…é mesmo importante?

Portugal acolherá nos próximos dias a cimei-ra da NATO. Bem sei que no actual cenário de crise económica e social, as questões de defesa e segurança internacional estão nos últimos lugares da lista de prioridades dos portugueses. Para muitos, parecerá um dis-pêndio de energia e dinheiro qualquer pre-ocupação com estas questões por parte dos nossos políticos. Mas…acreditem que a importância desta ci-meira é maior do que aparenta! Neste mundo cada vez mais globalizado e interdependente mas, simultaneamente, mais incerto e inse-

guro, a existência de uma organização de defesa internacional, com capacidade militar comprovada, que agrupa a grande maioria das democracias do hemisfério norte, é uma das poucas coisas que podemos considerar certas e seguras. O novo conceito estratégi-co, a ser aprovado e assinado nesta reunião, vai ser importante para a Europa e os EUA decidirem o seu papel no mundo.Em primeiro lugar, o contexto que temos. O mundo pós-guerra fria de 1989-2001, com a supremacia ocidental assente na lideran-ça dos EUA e o período de indefinição e transição 2001-2008, marcado pela ameaça terrorista e pelo desencadear dos conflitos do Iraque e do Afeganistão, são etapas pas-sadas. Está a emergir um mundo multipolar, balizado por grandes potências (EUA e Chi-na) e médios poderes (Brasil, Índia, Rússia, Japão, Turquia entre outros), cada qual com a sua agenda própria. A União Europeia, que exclui propositadamente da frase anterior, ainda não escolheu bem o que quer ser – e tenho dúvidas que o faça em breve por fal-ta de liderança interna. De facto, as crises

que assolam com particular gravidade as economias ocidentais assentes no modelo de estado-social, deixam poucos recursos e pouca vontade de investimento em matéria de segurança. O que é deveras preocupante. Qualquer observador atento à geoestratégia, antevê facilmente imensos focos de conflito para os próximos 25 anos. Seja por recursos (luta por matérias-primas, água ou fontes de energia), seja por razões económicas e mo-netárias (a liberdade do comércio mundial e conflitos em matéria cambial), por razões demográficas (migrações) ou religiosas (fun-damentalismo islâmico), não esperemos um mundo muito racional, sensato e pacífico para as próximas décadas. Por uma questão de ca-pacidade de antevisão e compromisso com as gerações futuras, não podemos simplesmente ignorar este contexto de (in)segurança apenas por que é mais confortável (e mais barato).Na nova estratégia a sair da cimeira de Lis-boa, deverá estar bem vincada a missão, o âmbito de actuação e a capacidade de res-posta que deverá estar preparada para fazer face às ameaças. Em síntese, qual a deverá

ser a projecção da NATO – a nível mundial, considerando que a defesa dos seus mem-bros começa muitas vezes do outro lado do mundo a milhares de quilómetros das suas fronteiras? Qual o papel do polémico escu-do anti-míssil, um instrumento-chave para a defesa da Europa e dos EUA? Avançará com ou sem a parceria com a Rússia? Qual a forma mais eficaz de abordar e responder à ameaça do terrorismo islâmico? A missão da NATO (ISAF) no Afeganistão é para manter até à pacificação total e democratização do país? Haverá compromisso e recursos para tal? Aqui se vai evidenciar a capacidade dos ac-tuais líderes políticos olharem para além dos seus calendários eleitorais e da pressão mais imediata das suas opiniões públicas. Como não há “omoletes sem ovos”, os países da NATO deverão começar a cumprir a obriga-ção de investimento de 2% do seu PIB nos orçamentos de defesa (algo cumprido apenas por cinco países). E não esperar que, sempre que há problemas, sejam os EUA a pagar a factura em dinheiro e vidas humanas…

LUíS MARTINSProfessor Universitário

Reagir à tempestade

Nos últimos dias, têm-me vindo à cabeça insistentemente duas memórias de infância, pelo seu carácter marcante e terno. Uma delas é a forma como muitas pessoas mais velhas do Alentejo rural interpretavam as trovoadas: eram para eles uma manifestação da ira de Deus. Sob trovões e em nome do respeito de que eram credores o fenómeno e o seu criador, impunha-se uma quietude de gestos, uma discrição de atitudes, uma plan-gência, apenas interrompidas por fugazes alusões a Santa Bárbara. Esta e outras ma-nifestações de um sincretismo interessante, onde se conjugavam elementos cristãos e pagãos, povoam algumas das minhas memó-rias mais recuadas e constituíam, de geração para geração, uma lição destinada a que se olhasse para o ser superior de uma forma imóvel e acrítica.Mais tarde, lembro-me do desespero de lá-grimas que me assomava aos olhos quando as crianças maiores (os meninos grandes) me privavam da bola ou do espaço para jo-gar com ela.Nos esgares dos mais velhos ou nas curtas palavras que eu conseguia balbuciar, reve-lando ambos o desespero da inevitabilidade, encontro algo semelhante ao discurso de quem nos governa, quando nos tenta conven-cer que não nos resta alternativa a obedecer aos ditames de seres superiores, a não ser a nossa própria expiação.Estamos em crise, agravada pelo facto de o

serviço da dívida pública ter atingido limites insuportáveis (cerca de um sexto do PIB) em resultado da subida em flecha dos respecti-vos juros. É para suportar essa e outras des-pesas que os nossos governantes exigem aos portugueses toda a sorte de sacrifícios, ex-pressos nos sucessivos PEC, que desembo-caram na proposta de Orçamento de Estado para 2011. É necessário, dizem, “acalmar os mercados”, com a mesma candura com que os anciãos da minha memória receavam as vergastadas do céu. Aquela expressão é re-petida até à exaustão, de uma forma automá-tica, percebendo-se, da parte dos detentores do poder e da comunicação social dominan-te, um esforço para manter esta entidade (os mercados) abstracta, deificada, intangível, investida de poderes sobrenaturais bastantes para fazer descer sobre nós iras irracionais, como penalizações pelas nossas atitudes, exactamente como as trovoadas.Acontece que essa entidade é, na verdade, muito mais prosaica e terrena do que apa-renta: um conjunto de grandes instituições financeiras de alguns dos países mais ricos da Europa, mas também todos os maiores bancos privados portugueses. E desses, ape-sar da cortina de fumo, até fomos sabendo alguma coisa nos últimos tempos. Sabemos antes de mais que fazem parte de um sistema (o financeiro) que foi o grande responsável pela mais recente crise. Sabemos que os quatro maiores bancos privados portugueses lucram cerca de 4 milhões de euros por dia; que tendo pago ao Estado em 2009 o cor-respondente a 16,1 % dos seus lucros em impostos, o fazem agora, em 2010, a uma taxa de apenas 9,2 %; e que dois maiores bancos lucraram nos primeiros nove meses deste ano mais 130 milhões de euros do que em período homólogo de 2009, mas pagaram menos 40 milhões de euros de impostos.Ficámos também recentemente a saber que, em média, nos créditos à habitação, a taxa de juro paga pelos clientes é composta, em ape-nas um quarto a um terço pela componente

Euribor (taxa interbancária) e dois terços a três quartos por spread (lucro bruto da tran-sacção). E, sobretudo, sabemos que todas es-tas instituições (portuguesas e estrangeiras) obtêm capital do Banco Central Europeu com juros que rondam 1 % e emprestam ao Estado Português a 5, 6 ou 7 %.Daqui se infere que a crise não é para todos e há até quem lucre milhões com ela e que a escalada de juros tem muito a ver com a fúria especuladora de quem quer obter proveitos financeiros sem limites à custa de quem está mais à mão. Este é o clima perfeito para que, por força de uma entidade externa e superior se justifiquem as privações a que todos (ou alguns) de nós estamos sujeitos, tal como os meninos grandes que me roubavam a bola em criança.Curiosamente ou talvez não, os banqueiros saltaram para o espaço mediático, vincando, com um ar grave e patriótico, a necessidade de aprovar o Orçamento de Estado ora pro-posto, em nome da credibilidade externa do país. A História ensina-nos que, salvo raras excepções, poder político e económico anda-ram de braço dado, numa interdependência gritante. Todos suspeitamos que, na sombra das decisões políticas, se movimentam in-teresses. Honra seja feita a estes actores so-ciais e económicos, porque, de certa forma demonstraram como nunca quem é que man-da, quem é o manipulador e quem é o títere.O Orçamento de Estado é agressivo para as pessoas, tal como reconhece o próprio Go-verno. No campo dos princípios, o corte dos salários na função pública parece-me uma das medidas mais graves. É verdade que ape-nas os salários mais elevados serão afecta-dos, mas este é um precedente perigoso. Não é difícil imaginar, no âmbito de um provável PEC 4, talvez necessário em consequência do ambiente recessivo que se avizinha, que sejamos confrontados com o anúncio, em tom lúgubre, de mais cortes salariais a partir de um limiar mais baixo.Num ápice, o nível salarial de parte dos fun-

cionários públicos, conseguido muitas vezes ao cabo de longas maratonas negociais, re-trocede alguns anos, numa nunca vista redu-ção nominal do que se aufere.Os trabalhadores obtiveram ao longo de dé-cadas um conjunto de direitos que até aqui víamos com naturalidade. Nunca foram oferecidos; antes conquistados, por vezes à custa de sangue, suor e lágrimas. O salário é o direito mais básico e fundamental de um trabalhador, ao qual se deve associar a ga-rantia de que o seu valor não vogue ao sabor das arbitrariedades patronais mais selvagens. E essa garantia existe até no actual Código do Trabalho (cuja versão original até foi pro-posta por um governante de direita), quando este proíbe a redução nominal de salários, razão pela qual o Governo vai ter muita di-ficuldade em reduzir o salário dos funcio-nários das empresas públicas. É este direito fundamental que o Governo ataca. Pratica-mente não mexe no IRC, mantém cerca de 1400 milhões de euros em benefícios fiscais, aumenta as dotações orçamentais para pa-receres, serviços externos, despesas de re-presentação e combustíveis, continua a não taxar as transacções financeiras das SGPS, não taxa de uma forma efectiva as grandes fortunas e, na prática, recusa-se a fazer uma análise detalhada aos gastos do Estado para que se corte com critério e justiça. Pelo con-trário, é um direito de quem trabalha que se restringe. Trata-se de uma medida marcada ideologicamente pelo clima neoliberal vi-gente e é revelador que seja um Governo dito socialista a aplicá-la.Perante esta “novidade”, este e outros retro-cessos civilizacionais, as pessoas que todos os dias dão o melhor de si no seu trabalho não podem ficar caladas nem abdicar da indignação. Não basta emudecer, esquecer, suspirar pela bola que desapareceu ou rezar a Santa Bárbara. É necessário agir. A Greve Geral que aí vem é uma boa oportunidade para isso.

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5

Cidade

O senhor tem sido alvo nos últimos dias de grande contestação (ver pág. 3). Como é que responde às acusações que lhe são feitas?As afirmações que essas senho-ras produzem são falsas. E são falsas porque aqueles animais, que eu eutanasiei, mas que nor-malmente são eutanasiados pe-las minhas colegas, estavam no Centro de Recolha Oficial (canil) há cerca de 60 dias e alguns há mais de 60 dias, quando eu já lhes tinha dado ordens por es-crito por duas vezes para euta-nasiarem os animais das boxes que eu indicava com os núme-ros respectivos. E elas não cum-priram essas ordens e não me transmitiram uma única vez que houvesse alguém interessado na adopção daqueles animais.

Como decorre o processo de adop-ção? Há alguns documentos que possam comprovar que estes cães tinham interessados para a adop-ção?Ninguém tem papel nenhum porque a autorização da adopção é feita por mim e, portanto, essas afirmações são perfeitamente falsas.

O que me está a dizer é que ne-nhum daqueles cães estava em processo de adopção.Nunca ninguém esteve interes-sado nesses animais e, por isso, eu como já disse, dei ordem às minhas colegas, por duas vezes e por escrito, para esses animais serem eutanasiados e não o fo-ram. Nunca me foi mostrado nenhum documento de pessoas interessadas nesses animais para adopção. E se existisse tinha que me ser mostrado, já que tinha que ser eu a autorizar ou não essa adopção. Nós fazemos verificação dos locais de alojamento, da ca-pacidade que essa pessoa tem ou não tem para tratar o animal de-vidamente, para poder suportar os custos que cada animal tem, desde a assistência médica até à alimentação, e só depois disso é que eu decido se esse animal vai ser adoptado ou não.

Uma das críticas que lhe fazem é considerar que não têm condições de adopção pessoas que residam em apartamentos.É verdade. Um dos problemas que temos são inúmeras queixas por incomodidade provocada pelos animais alojados sobre-tudo em apartamentos. Esta é uma opção que tomei. Cabe-me

a mim decidir quais as condi-ções correctas para a adopção de qualquer animal, mas tam-bém existe legislação que não permite que os animais estejam alojados e que causem incomo-didade ou insalubridade para as outras pessoas. Só permito que isso aconteça em situações de excepção no caso de pessoas idosas que não tenham rigorosa-mente ninguém para lhes fazer companhia e com animais que saibamos que têm um compor-tamento que lhes permite viver num apartamento. Excepcional-mente aparecem animais assim, mas não normalmente.

Que tipo de animais vão para o canil?Animais vadios ou abandonados ou que os donos lá vão entregar. Ninguém deixa um animal no canil sem ser para nós decidir-mos o destino dele. Aquilo não é um centro de hospedagem de animais. Aquilo é um centro de recolha oficial. A partir do mo-mento em que lá entra qualquer animal tem dois destinos: ou a adopção ou a eutanásia.

As suas colegas e subordinadas dizem também que os cães não são vacinados e que não existem alguns cuidados com os animais como deveria haver.Os cães ali são vacinados contra a raiva e desparasitados quando são adoptados, que é aquilo que sou obrigado a fazer. Tudo o res-to não sou obrigado a fazê-lo e é quem adopta o animal que tem que recorrer a um médico-veteri-nário para depois tratar o animal devidamente. O tempo em que os animais ali estão é curto, limi-tado e não têm que sofrer esses tratamentos de forma nenhuma. Este é o meu critério: fazem tra-tamento quando há que fazer. Temos agora um animal lá que está a ser tratado para depois ser adoptado, já que temos uma pes-soa interessada, mas não temos que fazer isso obrigatoriamente.

Fundamentalismo feroz Mas porque é que acha que lhe fa-zem agora estas acusações, que diz serem falsas?As afirmações que estas senho-ras produzem estão engloba-das numa campanha que tem só uma finalidade e mais ne-nhuma: denegrir a imagem do médico-veterinário municipal, do serviço prestado no Centro de Recolha Oficial e da Câmara

Municipal. Devo dizer que não estou nada preocupado com isso porque eu cumpro as leis que tenho para cumprir, exerço os direitos que tenho que exercer e é importante que os cidadãos saibam que o faço na defesa dos seus interesses, porque não per-mitirem, enquanto estiver ao serviço, que continuem a existir mais animais abandonados e va-dios na via pública. Recolherei todos aqueles que eu conseguir porque eles provocam agressões às pessoas, provocam conspurca-ção do meio ambiente com a de-posição de toneladas de fezes na via pública , provocam acidentes e a transmissão de doenças gra-víssimas como a raiva, o quisto hidático, em que o Alentejo é a região do país com maior número de casos em pessoas, a toxoplas-mose, etc,. E eu não permito que a saúde pública e a saúde animal sejam afectadas só porque há pessoas que, desrespeitando a lei e desrespeitando as autoridades, têm um fundamentalismo feroz que querem impor aos outros.

Um das outras acusações que lhe fazem é que o senhor não e sen-sível à campanha que está a ser desenvolvida em favor da esterili-zação, evitando assim a eutanásia de milhares de animais.Essas senhoras o que querem é o seguinte – e transmitiram-no claramente a mim e ao meu su-perior hierárquico: que os ani-mais que andam na via pública, vadios ou errantes, fossem cap-turados, esterilizados, esterili-

zações essas pagas pela Câmara Municipal, e a seguir colocados no mesmo sítio onde tinham sido apanhados. Isto é inadmis-sível, isto só pode partir de men-tes que é melhor nem classificar, porque tudo isto é de uma aber-ração completa. E pôr a Câmara a esterilizar todos os animais significaria uma barbaridade de dinheiro. O que eu disse e defen-do é outra coisa: depois do animal ser adoptado e entregue ao deten-tor compete a este mandar fazer o que quiser: esterilizá-lo ou não, e aí se o adoptante tiver dificulda-des financeiras e quiser esterilizá-lo que peça apoio à Câmara e esta, se o entender, que pague os cus-tos. Mas só nesta situação.

Em Évora, é grave o número de animais abandonados, com tudo o que daí decorre?Há muitos animais abandona-dos, embora haja menos do que há alguns anos atrás, porque nós vamos melhorando a nossa actividade . Mas este estado de coisas só acontece porque uma parte da população tem uma confrangedora falta de respeito pelo seu semelhante , pelo meio ambiente e pelo espaço públi-co. As pessoas levam os seus animais para a rua de qualquer maneira, abandonam-nos, não os levam à trela ou açaimados sob o seu controlo, que é a única forma como eles podem andar na via pública e no espaço pú-blico, não apanham as fezes que eles depositam, apesar de terem sacos que nós colocamos em dis-

pensadores próprios. Isto revela a falta de educação e a falta de civismo que existe numa franja da população que ainda persiste em fazer isto. Quantos animais em média pas-sam pelos vossos serviços?Por ano, passam umas centenas pelos nossos serviços.

O número de adopções tem vindo a aumentar

E destes apenas uma pequena par-te é adoptada.Sim. Nos anos anteriores a per-centagem tem sido menor do que este ano, em que deve ul-trapassar os 10 por cento. Se pu-desse dava todos para a adopção e não gostaria de eutanasiar ne-nhum. Só que a questão é que não os conseguimos dar todos. Mas alarguei essa possibilidade permitindo que pessoas de fora do concelho adoptem animais, o que não acontecia anteriormen-te. Para isso basta que o meu colega desse concelho me trans-mita que o adoptante tem con-dições para receber o animal eu não coloco quaisquer problemas.

Está marcada para segunda-feira uma manifestação a pedir a sua de-missão. Surpreendeu-o a dimensão que este caso tomou e está a tomar?De forma nenhuma. Tenho 33 anos de profissão, estou há 22 anos nesta função na Câmara Municipal, conheço as pessoas que tenho ao serviço comigo, co-nheço os meus colegas pelo país fora e conheço também estas pessoas que fazem estas contes-tações todas. Não estou minima-mente preocupado com elas.

Sente-se bem com a sua consciên-cia relativamente a todo este caso?Totalmente.

Como é que está agora o serviço com esta “guerra interna”?Como deve calcular, os assun-tos internos têm que ter sempre um encaminhamento interno. Temos superiores hierárquicos e são eles que vão ter que resolver as questões que têm acontecido e que nunca deveriam ter trans-pirado para o exterior. O Estatu-to Disciplinar dos funcionários públicos é muito claro e, natu-ralmente, que essas pessoas vão entrar na alçada dessa legislação e sofrerão as consequências que forem consideradas pertinentes pelos superiores hierárquicos. w

António Flor Ferreira nega todas as acusações

“ É uma campanha para denegrir a minha imagem”

O veterinário António Flor Ferreira, responsável pelo Centro de Recolha Oficial da Câmara Municipal de Évora (vulgo canil municipal) contesta todas as acusações que lhe fazem, diz que respeita a lei e afirma que os cães que abateu, e que motivaram toda a polémica dos últimos dias (ver pág. 3) estavam ali há mais de 60 dias e nega que houvesse interessados

para os adoptarem. Ao REGISTO, Flor Ferreira disse ainda que, devido às dificuldades económicas da Câmara, já por duas vezes teve que comprar rações para os animais do seu bolso e que, esta terça-feira, apenas existiam nas instalações do canil duas sacas de ração. “Quando acabarem o que é que faço?”, pergunta. O veterinário municipal desvaloriza também a

manifestação convocada para segunda-feira por um grupo de “amigos dos animais” e que tem, precisamente, como objectivo, pedir a sua demissão.

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Carlos Júlio

António Flor Ferreira: “Não estou preocupadp com as acusações”.

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6 18 Novembro ‘10

Opinião

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Na notícia publicada na edição de 11 de No-vembro do Semanário «Registo», intitulada «Câmara de Évora vai processar o Estado Português», são-me atribuídas algumas de-clarações que não correspondem ao conteú-do da minha exposição apresentada no deba-te promovido pela Antena 1 sobre o tema da isenção do IMI no Centro Histórico de Évo-ra, pelo que venho solicitar-lhe a publicação da presente clarificação.Não deixo de agradecer a atenção que este tema tem merecido no vosso semanário ao longo de um período que se estende já a ano e meio de existência do Movimento em Defesa do Centro Histórico. Importa assim esclarecer, no que respeita à notícia atrás re-ferida, que o MDCH não afirma que «desde Abril de 2009 que a autarquia não concede a isenção aos proprietários». Em rigor, fo-ram as Finanças de Évora que, desde Abril de 2009, deixaram de despachar os requeri-mentos de isenção do IMI apresentados por

proprietários de imóveis do Centro Histórico de Évora. Foram, portanto, centenas de cida-dãos que se viram privados de um benefício fiscal a que tinham direito, devido a uma in-terpretação deturpada da Lei promovida pelo Presidente da Câmara de Évora e executada localmente pelo anterior Director Regional da Cultura e pelo serviço local de Finanças.E mesmo quando a Assembleia da Repú-blica, em votação da Lei do Orçamento em 12 de Março, clarificou a questão definindo a isenção como automática e universal nos centros históricos Património da Humani-dade, continuou a verificar-se oposição em organismos públicos: o IGESPAR que devia ter comunicado às Finanças de Évora a lista das isenções até 26 de Junho só o fez vários meses depois, e as Finanças de Évora, já com a lei votada, tratou de tirar os processos pen-dentes da gaveta e chumbá-los.Os termos da notícia publicada no vosso jornal, e as afirmações que me são atribuí-das, carecem assim do devido rigor. Nunca afirmei que a autarquia está a cometer uma ilegalidade. Efectivamente, no dia 16 de Novembro de 2009, a Câmara Municipal de Évora reconheceu, com os votos favorá-veis dos Vereadores do Partido Comunista Português e do Partido Social Democrata, a legalidade deste benefício fiscal aplicável

a todos os imóveis do Centro Histórico de Évora, tal como sucede nos outros centros classificados como Monumento Nacional ou Património da Humanidade. Este entendi-mento foi igualmente objecto de deliberação favorável por parte da Assembleia Municipal no dia 27 de Novembro de 2009, data em que o MDCH entregou nesse órgão a Petição a favor do reconhecimento da isenção do IMI que reuniu o apoio de mais de sete centenas de munícipes, entre um universo de 4 mil proprietários deste centro histórico.Importa dizer que a iniciativa de cidadãos que deu corpo ao MDCH não representou, como refere a mesma notícia, os «grandes proprietários do Centro Histórico», mas todos aqueles que se reviram nas nossas posições e se exprimiram através da nossa petição e nas reuniões abertas que organizá-mos ao longo deste ano e meio de existência. Neste período acolhemos a sensibilidade de muitos munícipes que nos fizeram chegar as suas opiniões, alguns dos quais exprimindo a sua inquietação e as dificuldades que senti-ram perante a afronta de que foram vítimas. Se a tentativa de deturpação da lei promo-vida pelo Presidente da Câmara tivesse sido sucedida, todos, sem excepção, independen-temente da sua situação económica, da sua faixa etária ou dos esforços de conservação

do seu património, teriam visto suprimir o direito a uma isenção fiscal que a lei, efecti-vamente, lhes concede.Em conclusão, e considerando o teor das alegações que dão corpo ao título da notícia, não se afigura credível que o órgão colecti-vo da Câmara Municipal de Évora, que de-liberou por maioria o reconhecimento desta isenção fiscal, venha agora a actuar em senti-do contrário actuando judicialmente contra o Estado Português. E deveria, aliás, o Sr. Pre-sidente esclarecer porque razão não accio-nou, em devido tempo, os mecanismos que a Lei do Património lhe concede para obter o ressarcimento pelas isenções resultantes da sua aplicação.No momento em que este processo tortuoso parece estar a chegar ao fim com uma vitó-ria clara dos cidadãos, devemos sublinhar o contentamento que deverão sentir todos os munícipes deste centro histórico que, arma-dos apenas com a razão dos seus argumen-tos, conseguiram contrariar todos aqueles que actuaram de forma contrária aos direitos que lhes estão legalmente concedidos e que foram reconhecidos por unanimidade, no dia 12 de Março, na Assembleia da República Portuguesa.

Muito respeitosamente,Daniel Carrapa, arquitecto.

Cartas ao REGISTO

“Câmara de Évora vai processar o Estado Português”

SóNIA RAMOS FERROJurista e Deputada Municipal

Quem canta seus males espanta

A situação politica e económica em Por-tugal está verdadeiramente insustentável. Tanto desmando e desorientação são qua-se inimagináveis numa sociedade que se diz moderna e que quer vender a imagem da inovação e qualidade, caricaturada no “Magalhães”. Lá diz o povo – com toda a razão – que casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. Assim é em terra lusitana. Mas não é só pão que nos falta. Também padecemos de muita falta de juízo, vulgo bom senso. As obras pú-blicas que todos julgávamos suspensas afinal vão avançar?! Um Ministro das Finanças que faz afirmações para depois

se contradizer, perante órgãos de comuni-cação social internacionais; Ministros que no Parlamento desmentem compromissos assumidos para a viabilização do Orça-mento; um outro Ministro que à revelia do Chefe de Governo vem propor uma coli-gação alargada para garantir a estabilidade política, tudo culminado no aumento dos juros da divida soberana que não param de subir. O cenário europeu também não apresenta sinais de melhor sanidade men-tal. Com uma situação politica altamente instável, a França e a Alemanha também têm corroborado para o agravamento das dificuldades dos países periféricos. O eixo franco-alemão já não é o que era. No meio desta grande orquestra interna-cional, sem maestro nem batuta, os mon-temorenses ainda se podem dar ao luxo de poder desfrutar de alguns minutos de “elevação espiritual”, essenciais para ga-rantir o discernimento que a maior parte dos políticos parece ter perdido. No pas-sado domingo, na Igreja do Convento de S. Domingos, o Coral de S. Domingos, di-rigido pelo seu fundador João Luís Nabo, proporcionou-nos mais uma vez, uma

hora de encantamento, iniciativa integrada no Ciclo de Outono do Município de Mon-temor-o-Novo. Excelentes vozes em unís-sono, bem afinadas, interpretaram sons do renascimento ao contemporâneo, com a mesma singeleza e elevação que vestiam as suas discretas indumentárias. Com 23 anos de existência e 40 elemen-tos, actualmente, este Coral tem levado além fronteiras o nome de Montemor-o-Novo, actuando em programas de rádio e televisão. Soma já algumas digressões pela Europa e a gravação de 4 CD. Suces-so mais que merecido pelo esforço, dedi-cação e empenho de um professor/escritor, qualidades hoje tão raras no envolvimento em causas sem fins lucrativos. Participou neste Concerto o Grupo Vocal Trítono de Évora, como grupo convidado, que exibiu a excelência da qualidade vocal dos seus seis elementos e um repertório tão diversificado quanto rico.E enquanto ouvia este magnifico concer-to, atravessava-me o espírito a seguinte ideia: Montemor é o concelho do distrito de Évora em que a oferta cultural tem as-sumido ao longo dos anos patamares de

excelência nas diversas áreas, deixando Évora a anos-luz de um programa cultural diversificado e consistente, como acontece no meu concelho. Efectivamente, a cultura em Montemor é a grande e única bandeira de um executivo comunista que nada mais deixa para a história, mas que também já não é pouco.Não temos emprego, nem jovens, nem mão-de-obra qualificada, mas temos ci-nema, (ainda que nos custe uma gripe em cada sessão) e piscinas para todos os gostos. Não temos Universidade mas te-mos a melhor sala de espectáculos a sul do Tejo. Não temos uma zona industrial dinamizada e desenvolvida (só temos o espaço – praticamente) mas temos um campo de bola de relva sintética onde as crianças (em vias de extinção) jogam ao fim da tarde. Não temos empresas, nem empresários, nem gente com iniciativa que queria fazer pela terra, mas temos muitos agentes cul-turais, associações, grupos de teatro e des-tacados protagonistas culturais que levam longe o nome de Montemor. É certo. Mas nem só de cultura vive o montemorense.

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Sociedade

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APOIO

EM ÉVORA

DE 5 A 20 DE

NOVEMBRO

Claustros doConvento da

Graça

www.dianafm.com

Uma questão de saber

Os maiores efeitos da Greve Geral da próxima semana deverão sen-tir com maior acuidade no setor público. Os sindicatos acham que câmaras, escolas e repartições vão, muito provavelmente encer-rar. Certa é a paralisação total dos trabalhadores da recolha de lixo.

Professores e pessoal auxiliar nas escolas “estão muito mobi-lizados” para a Greve Geral da próxima semana, garante ao REGISTO Margarida Fernandes que nas últimas semanas se tem desdobrado em contactos, ações e plenários.“Estamos otimistas” em relação aos resultados, refere, tendo por base os contactos efetuados quer no setor público, quer no priva-do, embora os resultados possam vir a ter mais impacto no setor público, porque, de acordo com Margarida Fernandes, além de haver maior peso e representa-

tividade dos sindicatos junto do setor público, há, por outro lado, “muita precariedade” no setor privado “o que inviabiliza a par-ticipação na greve, dado existi-rem muitos contratos precários”.É o caso dos call-centers e dos hipermercados onde o peso da Greve Geral não se deverá fazer sentir porque “muito provavel-mente quem fizer greve no dia seguinte não terá emprego”, su-blinha Margarida Fernandes.

Através do contacto com os tra-balhadores, os sindicatos têm a convicção de que esta é uma greve que recolhe apoios “mes-mo de quem não tem por hábito participar em greves sectoriais”. O facto de se tratar de uma Greve Geral e de as duas centrais sindi-cais estarem de mãos dadas “pa-rece ter mais impacto” junto dos trabalhadores.“Há muitas pessoas que não ha-bituadas a participar em greves

que nos têm pedido esclareci-mentos e nos têm demonstrado a vontade de participar nesta”, revela a sindicalista, membro da Comissão Sindical do STAL.No dia da Greve Geral, na próxi-ma quarta-feira 24, os sindicatos vão apostar numa presença forte nos piquetes de greve que à úl-tima hora vão ainda tentar sen-sibilizar os trabalhadores que ainda queiram trabalhar.Segundo Margarida Fernan-des, “muitos trabalhadores” têm mostrado intenção não só de participar na greve como “ma-nifestar publicamente o seu descontentamento”, pelo que na tarde de quarta-feira haverá uma concentração na Praça do Giraldo. “Não se trata de uma manifestação, não estamos pre-ocupados com o número de pes-soas que lá vai estar”, será antes uma tarde de convívio e de pro-testo dos trabalhadores, conclui Margarida Fernandes. w

Greve Geral em Évora

Sindicatos esperam adesão em massa no setor público O Alentejo, logo seguido do

Algarve foram, até Agosto, as duas regiões mais penalizadas pela diminuição na procura de habitação, com quebras de 22 e 19 por cento, respetiva-mente, contra um recuo mé-dio nacional de 9,6 por cento.Segundo a análise regional de novembro da Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AE-COPS), o Alentejo sobressai como “a região que regista a maior quebra do investimen-to público, com uma redução homóloga de 51 por cento no valor dos concursos adjudica-dos nos primeiros 10 meses do ano”.Neste contexto, a AECOPS diz esperar que o “sinal positivo” dado pelo aumento de 61 por cento no valor de novas obras públicas lançadas em Portu-gal até outubro “não venha a ser eliminado pelos cortes já anunciados no investimento público e constantes do con-junto de medidas de austeri-dade previsto para 2011”.

Até Agosto

Alentejo foi a região mais afetada pela quebra na construção

Paulo Nobre

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Recolha do lixo é um dos setores em que a greve geral se vai sentir primeiro.

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8 18 Novembro ‘10

Sociedade

Em seis anos trabalhou com cin-co líderes do PSD e participou em seis congressos. Travou a descida constante do partido em eleições autárquicas no distrito de Évora. Sai de consciência tranquila e com confiança no trabalho feito em prol da social democracia. Antó-nio Dieb: balanço de três manda-tos à frente da Distrital de Évora do PSD. Esta sexta-feira, 19, é dia de eleições.

Os últimos seis anos foram, talvez, dos mais conturbados na vida do PSD, com sucessivas mudanças de líder. De Durão Barroso a Pas-sos Coelho, com Santana, Mene-ses e Ferreira Leite de permeio, António Dieb foi ‘obrigado’ a tra-balhar com cinco líderes durante os três mandatos em que liderou a Distrital de Évora.“Cinco líderes, cinco secretários-gerais, seis Congressos, duas elei-ções legislativas, duas autárqui-cas e uma eleição Presidencial”, lembra Dieb que esta sexta-feira se despede do cargo, após as elei-ções em que lhe há de suceder Costa e Silva – que concorre em lista única.Seis anos de “instabilidade in-terna, de adversidades, sempre na oposição, com um governo com maioria absoluta a instru-mentalizar o poder e com um distrito em que são comunistas e socialistas quem efetivamente tem o poder e o manobra”.António Dieb reconhece não te-rem sido anos fáceis, mas a eles

respondeu com a convicção nos valores da social-democracia que lhe permitiram fazer cres-cer o partido no distrito, garan-tindo a eleição de um deputado e evitando, ao fim de 16 anos, nova perda eleitoral em atos autárquicos. “Elegemos muitos e bons autarcas com capacida-de de se afirmarem e desenvol-verem o trabalho do partido”, afiança António Dieb.“Termino o mandato com cons-ciência de ter feito o melhor pos-sível. O que fiz de positivo só foi possível devido à gente boa que me rodeou e aceitou integrar as minhas equipas e à confiança que os militantes me deram”, afirma o líder cessante, convicto do bom trabalho feito durante

os três mandatos.Para Dieb um trabalho que criou “uma nova forma de relação inter-na entre as estruturas do partido” em que a Distrital “não dá ordens às secções, mas articula com elas objetivos, atribui-lhes responsabi-lidades e dá-lhes a capacidade de decidir”.A marca que fica dos seis anos de António Dieb é a de ter criado “a capacidade de união de esforços” e de “reforço” do partido no distrito.Agora que abandona a liderança da Distrital, mantém-se como ve-reador na Câmara de Évora, como membro do Conselho Nacional do PSD, sendo esta sexta-feira, 19, eleito presidente da Assembleia Distrital do PSD na lista encabeça-da por Costa e Silva.

Sem definir em concreto o fu-turo, Dieb vai permanecer na política “com a preocupação de nunca depender dela” e a piscar o olho a um lugar no Parlamen-to. “Tudo na política, desde que sejam oportunidades de traba-lhar, podem ser objetivos”, diz, sem deixar transparecer vontade expressa em chegar à Assembleia da República. “É público que vá-rias oportunidades me foram da-das ao longo destes 30 anos, mas sempre optei pelo desafio que por vezes era considerado menos ali-ciante por ser mais difícil de ven-cer”.Em fim de mandato, Dieb asse-gura que a Distrital de Évora fica bem entregue nas mãos de Cos-ta e Silva. w

Fim de mandato à frente da Distrital de Évora do PSD

António Dieb quer manter-se ativo na políticaPaulo Nobre

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A Câmara Municipal de Évora concluiu nos últimos meses di-versas obras nas instalações de várias escolas EB1 e jardins-de-in-fância do Concelho, destacando-se intervenções nos jardins-de-infância Garcia de Resende e Cruz da Picada, na EB1 de S. Miguel de Machede e na da Comenda.

Decorrente do contrato de execução assinado em Setembro de 2008, fo-ram realizadas obras de manuten-ção na EBI da Malagueira e EB2,3 de Sta. Clara e de Conde Vilava.Proporcionar instalações com qualidade e dotar os estabele-cimentos de ensino com todos os meios indispensáveis ao seu equilibrado funcionamento con-tinua a ser uma prioridade do Município eborense.Deste modo, no Jardim-de-Infân-cia Garcia de Resende foi efectu-

ada a remodelação da cobertura e a requalificação do pavimento de sala; e a pintura de muros e interior do edifício. Entre mão-de-obra, materiais, equipamentos e remodelação da cobertura foram gastos nesta obra 17.289,16 euros.Na Cruz da Picada, procedeu-se ao “Fornecimento e Montagem de Aparelhos de Ar Condiciona-do e remodelação das instalações eléctricas, uma obra cujo valor foi de 20.836,19 euros. Em S. Miguel de Machede, foi co-locada uma nova cobertura na cantina com estrutura de ferro e telha lusa, obra que, entre mão-de-obra, materiais e equipamen-tos, orçou num valor total de 15.355,64 euros.A obra de drenagem do recreio e execução de rampa da Escola EB1 da Comenda foi um trabalho que se tornou imperativo realizar, após detecção de problema no de-curso de uma vistoria realizada à

escola pelos serviços camarários. Consistiu numa intervenção ne-cessária a nível de saneamento, acessibilidade e segurança que rondou os três mil euros. Na EBI da Malagueira, a inter-venção realizou-se já ao nível da alteração do balcão de atendi-mento e aumento do espaço de frio no bufete, assumindo a au-tarquia a obra de construção civil e o agrupamento a aquisição dos equipamentos.A EB 2,3 de Santa Clara tem tam-bém um conjunto de intervenções prioritárias, destacando-se para já a conclusão da recuperação das ja-nelas viradas para a Rua da Carta Velha e a pintura dos claustros.Quanto aos trabalhos na EB 2,3 Conde Vilalva, foi efectuado o arranjo da junta de dilatação e do terraço dos balneários do pa-vilhão, tendo sido recentemente realizada a pintura de espaços vá-rios da escola. w

Évora

Obras em escolas e jardins-de-infância

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António Dieb sai da Comissão Politica Distrital do PSD ao fim de três mandatos.

O REGISTO errouRetificação de notícia

Na passada semana o R E G I S T O p u b l i c o u uma pe-quena notí-cia sobre a intervenção do professor Pau-lo Neto, da Universidade de Évora, na Convenção do PSD . Lamentavelmente as últimas três linhas da notícia não cor-respondem à verdade. A frase atribuída a Paulo Neto, sobre a EDIA, “onde há 26 directores pagos principescamente”, não foi proferida pelo professor eborense, facto de que me pe-nitencio.O erro deveu-se ao facto de ter escrito esta frase (dita por um militante social-democrata, durante a visita a Estremoz do líder do PSD, Passos Coelho, nesse mesmo dia), junto aos apontamentos que tirei da in-tervenção do professor Paulo Neto. Na altura em que redigi a notícia, alguns dias depois, por lapso, atribui-lhe aquela afirmação. Ao professor ende-reço um novo pedido público de desculpas, depois de já o ter feito por mail, e também aos

leitores do REGISTO.

Carlos Júlio

Luís Pardal

Também na última edição do REGISTO titulámos que o Juventude ia jogar com o Espinho. Foi lapso e confusão com o Ponte Sôr. Ao Juventu-de e aos nossos leitores, as no-sasa desculpas

Redação

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Opinião

António Dieb quer manter-se ativo na política

Porque “qualquer um pode ser um reanimador”, e todos “temos o de-ver de estar capacitados para agir”, o Hospital do Espírito Santo promo-veu um treino de Suporte Básico de Vida destinado a jornalistas, tendo em vista uma ampla difusão dos respectivos procedimentos.

A probabilidade de sobrevivên-cia e recuperação das vítimas de um acidente, ou doença súbita, depende da capacidade de quem

presencia o acontecimento saber como proceder e iniciar de imedia-to o Suporte Básico de Vida (SBV). Por isso, no dia 16, o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) proporcionou um treino de Su-porte Básico de Vida a um grupo de jornalistas de órgãos da comu-nicação social do Alentejo, que acompanharam com vivo inte-resse o workshop, que integrou palestras, demonstração, bancas práticas e discussão. O primeiro objectivo desta inicia-tiva foi “abrir o hospital à popula-

ção”, para “dar a cada um alguma capacidade de intervenção em caso de necessidade”, conforme explicou a presidente do conselho de administração do HESE, Maria Filomena Mendes, frisando que “enquanto cidadãos, temos o de-ver de estar capacitados para agir”. Os participantes receberam for-mação teórica e prática de SBV, dispensada pelo doutor Manuel Torres e pelos enfermeiros Marisa Serrano, José Ferreira e Manuel Pedreira. Após a aula teórica, os formandos foram divididos em

grupos, a fim de praticarem as manobras de Suporte Básico de Vida, com recurso a manequins.O Suporte Básico de Vida consiste num “conjunto de procedimen-tos e metodologias padronizadas, que tem como objectivo reconhe-cer as situações de perigo de vida iminente, saber como e quando pedir ajuda e saber iniciar de ime-diato manobras que contribuam para a preservação da ventilação e da circulação, de modo a manter a vítima viável até à chegada de socorro especializado”. w

Hospital do Espírito Santo

Jornalistas receberam treino de Suporte Básico de Vida

Está decretado o fim do Centro de Artes Tradicionais. As portas fe-charam na última terça-feira. Só deverão reabrir no verão já como Museu do Artesanato e do Design.

A confirmação do encerramen-to do Centro de Artes Tradicio-nais foi feita ao REGISTO pelo presidente da Entidade Regio-nal de Turismo, Ceia da Silva, que se escusou a adiantar uma data para a reabertura do novo espaço museológico que ali irá nascer.De resto, Ceia da Silva não se alongou em comentários so-bre a matéria, apenas referindo manter “a mesma postura” de “silêncio total” que tem adota-do até agora numa tentativa de não alimentar mais a polémica aberta em torno do encerra-mento do CAT.Um silêncio apenas quebra-do em finais de julho quando Ceia da Silva pretendeu escla-recer que a Entidade Regional de Turismo não tinha “vocação nem dinheiro” para manter um

museu e em conferência de im-prensa conjunta com a Câmara de Évora e com o colecionador Paulo Parra – proprietário de cerca das três mil peças que irão integrar a coleção do novo mu-seu - apresentou todo o projeto do futuro Museu do Artesanato e do Design. Os protestos contra o encerra-mento do CAT têm-se ouvido desde os primeiros rumores sobre a transformação do es-paço e foram dinamizados por um conjunto de cidadãos inte-ressados na sua defesa, entre

os quais João Andrade Santos, antigo presidente da Região de Turismo de Évora, entidade que entretanto deu lugar à ERT do Alentejo que, por inerência, passou a deter a propriedade do CAT.Protestos que culminaram mesmo na constituição de uma nova associação denomina-da “Perpetuar Tradições” que junta precisamente os maiores contestatários contra o encerra-mento do CAT e a sua transfor-mação em Museu do Artesana-to e Design. A direção, presidida

pelo artesão Tiago Cabeça, foi empossada a 10 de novembro e conta com nomes como Car-melo Aires, antigo presidente da CCR Alentejo e vereador da Câmara de Évora, do professor universitário Adel Sidarus, dos historiadores Manuel Branco e Joaquim Palminha Silva e do próprio João Andrade Santos.Sobre o encerramento do CAT na última terça-feira, o presi-dente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo referiu apenas ao REGISTO a emissão de um comunicado por parte da ERT precisamente para comu-nicar o fim daquele espaço e a consequente entrada em obras para remodelação do edifício. No entanto, até ao fecho desta edição, não recebemos da ERT qualquer comunicado sobre o Centro de Artes Tradicionais.As obras, orçadas em 15 mil eu-ros, deverão começar em breve e o novo museu pode abrir no próximo verão como recente-mente anunciou a vereadora da Cultura da Câmara de Évora, Cláudia Sousa Pereira. w

Só no verão deve reabrir com nova designação

Centro de Artes Tradicionais encerrou de vezPaulo Nobre

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Ceia da Silva: o silêncio é de ouro

A Entidade Regional de Turismo do Alentejo foi o único represen-tante de Portugal a conquistar um Global Award na World Tra-vel Market, em Londres, uma das maiores feiras mundiais do sector turístico, realizada no iní-cio do mês. Para Ceia da Silva o prémio é uma honra para o Alen-tejo.

O prémio foi entregue na ca-pital inglesa ao presidente da ERT do Alentejo, Ceia da Silva,

pelo vice-presidente da Boeing Internacional, no passado dia 8 de Novembro, numa cerimó-nia apresentada pelo principal pivô da BBC News. Um galar-dão que distingue o Alentejo como “o melhor destino turís-tico interno”.O prémio foi entregue a ou-tras nove estruturas, mas ne-nhuma ligada ao turismo. Ao REGISTO Ceia da Silva revela ser “uma enorme honra e um prestígio para todos os alente-janos” e para quem trabalha o

turismo na região serve para “nos sentirmos motivados, mo-ralizados com este reconheci-mento e cheios de vontade de continuar a trabalhar”.O presidente da Entidade Re-gional de Turismo diz ter “mui-to prazer” em partilhar este Glo-bal Award “com todos os que vivem e amam” o Alentejo.Ceia da Silva acredita que a re-gião ganha “um selo de enor-me qualidade”, um “reconhe-cimento público internacional do trabalho que temos feito em

prol da região” e deve ser visto como uma plataforma para que o Alentejo possa ser mais conhecido internacionalmen-te. “Isto saiu em inúmeras pu-blicações no âmbito da World Travel Market e em muita im-prensa internacional” e pode funcionar como “atestado de valorização” que a região pode utilizar no futuro.“É importantíssimo em termos do marketing e da estratégia co-municacional para promoção externa”, acredita Ceia da Silva. w

Alentejo recebe prémio na maior feira mundial de turismo

Um “selo de qualidade” para a região, diz Ceia da SilvaPaulo Nobre

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Museu de Artesanato encerrou

Vem aí museu da vergonhaO museu de artesanato de Évora, que existia desde 1962 e que foi alvo de remodelação há apenas dois anos, com mais de um milhão de euros pagos pelo contribuinte, encerrou quarta-feira passada para novas obras de adaptação. Vai ser entregue a um privado, ao alegado professor Paulo Parra, para nele fazer o seu museu do design e da vaidade pessoal. Para ser famoso basta isso. Não é necessário pres-tar serviços públicos de relevância. Não é preciso destacar-se em prol da comunidade. Basta comprar uma colecção de qualquer coisa e pôr os amigos e os jornais a dizer bem dela. Bem ou mal, não inte-ressa. Basta encontrar dois deslum-brados que mandem alguma coisa de interesse público e convencê-los que somos um “ícone mun-dial”. Será o museu do amiguismo de Évora. Vai ser conhecido a nível nacional como a prova que ser amigo do poder compensa. O mu-seu que num país civilizado seria um caso de polícia. A prova de que ter amigos nos lugares certos nos dá impunidade total e nos permi-te parasitarmos o contribuinte até ao limite da racionalidade, da ver-gonha e para além destas. Vai ser o museu da cunha. Da inimputa-bilidade política que demonstra que não existe justiça neste oeste selvagem que é o nosso país, onde o povo é manso e não se impor-ta até de passar fome no lugar de questionar a classe política medío-cre que nos rege. Vai ser o museu da vergonha de Évora. O museu dos que não querem saber da sua terra nem da sua cultura. Dos que dão mais importância à aparência de fazer alguma coisa. Dos que preferem a mesquinhez do diz que disse que o futuro que deveriam construir para os seus filhos. Vai ser o museu que prova que somos os porcos da europa. Que estende-mos a mão como pedintes porque não temos o que comer e que mal nos apanhamos com ela cheia fa-zemos festas de arromba para os amigos, com os europeus que nos deram a esmola de boca aberta a verem este espectáculo. Vai ser o museu de Ceia da Silva, presidente do turismo do Alentejo, e de Ernes-to Oliveira, presidente da câmara municipal de Évora, e das suas rai-vas e rancores contra esta cidade que não compreendem e que em boa verdade nunca os aceitou. Será o museu também da sua inimpu-tabilidade política. Um dia terão de se explicar. Não à sociedade. Terão de se explicar aos seus filhos e ne-tos. Vão ter de encontrar uma des-culpa para este acto bárbaro e odio-so. O prazer de mandar por mandar é um prazer pífio. É o vazio dos me-díocres. Gerir com saber, justiça e sensibilidade está muito para lá do conhecimento de pequenos tira-netes de província. Exige homens com H grande. Homens maiores que a sua saloia vaidade pessoal. Homens a sério.

Que Deus vos perdoe.

Tiago CabeçaArtesão

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José Pinto de Sá

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10 18 Novembro ‘10

Este orçamento e as propostas nele contidas não ser-vem para os fun-cionários públicos nem para o tecido

empresarial de pequena e me-dia dimensão. (...)Como todos sabemos estas são as maiores empregadoras do País, com este cenário o desem-prego vai aumentar e o estado da nação piorar!O asfixiamento das autarquias é outro dos grandes problemas para as pequenas empresas lo-cais, pois são elas muitas vezes (mesmo com atraso nos paga-mentos) que mantém algumas empresas em funcionamento!Por todas estas razões, esta não é uma greve de quem trabalha por conta de outrem, mas de todos os que sairão lesados com estas medidas, que todos os po-líticos sabem (mesmo os que vo-tam a favor) não irão resolver o problema de Portugal!

Lurdes Nobre Locutora

Nenhum tempo devia ser tempo de resignação. Mas os que vive-mos gritam-nos aos ouvidos por

manifestações de indignação, de protesto e de luta. A Greve Geral de 24 de Novembro, longe de ser um ponto de chegada, é um ponto de partida para o en-durecer das lutas contra aque-les que fazem da exploração do trabalho a sua “estranha forma

Dia 24 de N o v e m b r o FAREI GRE-VE por Por-tugal e pelos Portugueses

sujeitos a violentas medidas de austeridade, pagando in-justamente pela irresponsa-bilidade de quem nos tem governado! Protesto contra a DESPROPORÇÃO DOS SA-CRIFÍCIOS impostos a quem pode menos, comparando com a protecção dada a quem pode mais; protesto contra o ESBANJAMENTO DE RECUR-

No dia 24 vou fazer greve por-que é preciso quebrar apatias e conformismos e fazer um sério

aviso ao poder político de que estamos descontentes com a sua postura desonesta e democra-ticamente deplorável com que nos tem sucessivamente tratado. Veja-se, por exemplo, a falta de cumprimento do Ministério da Educação quanto aos compro-missos assumidos no acordo de princípios assinado com os pro-fessores e os seus representantes para pôr fim à luta travada no passado ano lectivo.É preciso mostrar ao governo e a quem o apoia o descontenta-mento geral pelas opções que tem feito e pelas políticas que tem seguido.

Gertrudes Pastor Professora do ensino especial

Eu apoio a Greve Geral, porque não estou de acordo com estas injusti-

ças aplicadas pelo Governo, como: ao congelamento e re-dução dos salários e pensões, à eliminação dos abonos de família, ataque ao Serviço Nacional de Saúde e à esco-la pública, corte no subsídio de desemprego e em outras prestações sociais, desempre-go, precariedade, violação de direitos, e mais exploração.Para isso e para combatermos todas estas injustiças, temos que TODOS, e mesmo TODOS de participar na Greve Geral no próximo dia 24 de Novem-bro.

Catarina Cabral DiasAdministrativa

Sociedade

de trabalho; com a burocracia; com o medo; com o individu-alismo. Tudo em desabono do empenhamento, da coopera-ção, da valorização e do desen-volvimento.E porque tenho esperança nas pessoas que lutam e não se conformam.Faço greve.

Fátima Moreira

Faço greve com todos os que lutam con-tra as restrições que nos que-rem impingir; que nos asfi-

xiam a vida; que comprometem o nosso futuro, o dos nossos fi-lhos e do nosso país.Faço greve com todos os que acreditam que existem alterna-tivas; que é possível uma outra política económica.Porque não aceito os cortes nos abonos e nos salários de quem efectivamente trabalha, e deles depende para viver honesta-mente.Porque não aceito o aumento da pobreza à custa do aumento da riqueza.Porque não aceito o aumento da riqueza à custa do aumento da pobreza.Porque enquanto docente e cidadã não me conformo com o desânimo que se vive nos locais

de vida”. A Greve Geral de 24 de Novembro será um grito contra a surdez dos que diariamente apelam à resignação. Hoje tentam convencer-nos que é inevitável serem os tra-balhadores a pagar a crise que provocaram, amanhã tenta-rão convencer-nos a aceitar a suspensão da democracia em nome do acerto público das suas contas privadas.Dia 24 de Novembro é preciso vencer o medo e dizer Não!

Eduardo LucianoAdvogado

No próximo dia 24 de No-vembro os trabalhadores portugueses vão fazer gre-ve contra as

políticas do governo. Eu como presidente de uma junta estou solidário com a greve pelos cortes orçamentais que este governo faz as Jun-tas de Freguesia e ao retirar o ordenado a tempo inteiro e a meio tempo de todos os presi-dentes de junta, que tal como o Sr. Primeiro-ministro foram a votos e eleitos para dirigir as suas Freguesias.No próximo dia 24 de No-vembro vou estar solidário com a Greve Geral

José Serra

especuladores financeiros e ar-ruína a vida dos trabalhadores. Faço greve em protesto contra a descida dos salários, o aumento dos impostos , o desemprego, a destruição do Serviço Nacional de Saúde, a destruição da Escola Pública e gratuita. Faço greve porque quero uma sociedade menos desigual e um país sem desemprego e fome. Finalmen-te faço greve porque quero de volta o Portugal de Abril de 1974, da Liberdade, da fraterni-dade e da Justiça Social.

Ana Sara Cruz

Faço greve contra um O r ç a m e n t o de Estado que apenas serve os grandes

No próximo dia 24 de No-vembro os trabalhadores portugueses vão fazer greve

contra as politicas do governo. Os pequenos empresários têm todas as razões para estar igual-mente descontentes com o rumo da sociedade portuguesa. Contra o aumento do custo da energia, contra o aumento do IVA e dos custos das matérias prima, contra a falta de investi-mento público, nomeadamen-te através dos cortes orçamen-tais às câmaras municipais e juntas de freguesia de que re-sulta menos oportunidade de trabalho para os empresários locais, no próximo dia 24 de Novembro vou estar solidá-rio com a Greve Geral

Jacinto Racha Empresário

As razões porque apoio a Greve Geral de 24 de NovembroEspaço da responsabilidade da Comissão local de luta e apoio à GREVE GERAL/ USÉvora

SOS em inutilidades, em vez de serem aplicados no crescimento da economia e do bem-estar so-cial; e, como cidadão europeu, protesto contra a PASSIVIDA-DE DOS GOVERNOS E DA UE perante os especuladores e a ga-nância dos mercados financeiros internacionais, juntando-me as-sim aos povos em luta!Pelo futuro, dia 24 de Novem-bro TODOS temos o dever de nos manifestar CONTRA AS INJUSTIÇAS, sejamos traba-lhadores, desempregados, reformados, estudantes ou pe-quenos empresários!

José Manuel CandeiasSociólogo

A vila de Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo, vai mostrar de 3 a 5 de dezembro um sem fim de doces conventu-ais e palacianos, numa mostra de doçaria que vai contar com a participação de 30 doceiros oriundos de vários pontos do país.A iniciativa, que se realiza pelo 11.º ano consecutivo e que faz parte do calendário de eventos de inverno da região, é da responsa-bilidade do município de Viana do Alentejo, que quer continuar a apostar na preservação e promoção da riqueza de doces característicos do concelho. Bolo Real, Bolo Conde de Alcáçovas, Sardinhas Albardadas e Amores de Viana estão entre as iguarias que renasceram no concelho, confecio-nadas segundo recei-tas tradicionais e que atraem todos os anos milhares de visitantes ao certame.

Alcáçovas mostra doces conventuais

Os ministros do Trabalho, Helena André, e da Agricultura, António Serrano, foram surpreendidos, ter-ça-feira, na Igrejinha, no concelho de Arraiolos, por cerca de duas deze-nas de idosos que gritavam palavras de ordem e empunhavam cartazes onde se podia ler “queremos mais proteção social”, “não ao conge-lamento das pensões” e “medica-mentos gratuitos para os doentes crónicos”.

Os idosos eram provenientes do concelho vizinho de Montemor-o-Novo e aproveitaram a presença dos ministros que se deslocaram a esta povoação, nas proximidades de Évora, para inaugurarem a am-pliação do Centro de Dia para Lar de Idosos da Associação de Refor-mados, Pensionistas e Idosos, um projeto que recebeu 160 mil euros no âmbito do Programa de Alarga-mento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES).Durante a cerimónia, Helena

André garantiu que o Governo “não vai abrandar” o investimen-to que está a fazer na construção de novos equipamentos sociais, apesar da atual crise económica e financeira. “É um investimento que, independentemente da crise económica, não vamos abrandar, nem abandonar, porque entende-mos que é a melhor resposta que podemos dar àqueles que são os mais frágeis da nossa sociedade”, disse a ministra do Trabalho e da Solidariedade Social.Acompanhada pelo ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas, António Serra-no, a titular da pasta da Seguran-ça Social sublinhou que “não vai haver desinvestimento do Estado nesta área”, afiançando que “os projetos que estão acordados, con-tratualizados ou em obra são para continuar”.“O PARES tem sido uma aposta ga-nha, porque temos, neste momen-to, construídos mais de 250 equi-pamentos sociais e outros tantos que estão em construção”, adian-

tou, destacando o sucesso da parce-ria entre o Estado, as organizações sociais e as autarquias locais.De acordo com Helena André, com os dois programas de apoio aos equipamentos sociais, o PA-RES e o Programa Operacional Potencial Humano (POPH), existe a “possibilidade de construir 840 equipamentos sociais, como cre-ches, lares de idosos e para pessoas com deficiência”.“Quando tivermos acabado a cons-trução de todos estes equipamen-tos teremos um total de quase 50 mil lugares” disponíveis, afirmou a ministra, considerando tratar-se de “um esforço muito grande que

o Estado está a fazer”.Este “esforço” implica mais de 360 milhões de euros de investimento do Estado, mas permite criar 15 mil novos postos de trabalho, se-gundo a governante.A Visita ao Distrito terminou ao fim da tarde com a inauguração da Creche da Santa Casa da Mi-sericórdia de Vendas Novas que contou com cerca de 345 mil euros de investimento público e com uma comparticipação anual da Segurança Social superior a 528 mil euros. Estes dois equipamentos sociais têm capacidade para 70 lugares e vão criar 29 postos de trabalho. w

Ministros do Trabalho e da Agricultura inauguraram equipamentos

Manifestação de reformados exigiu “mais proteção social”

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Carlos Júlio/Lusa

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Estudantes dos cursos de Artes Cénicas e de Artes Visuais da Universidade de Évora realizaram um protesto contra as condições das salas de aula. Com cadeados nos portões encerraram o pólo dos Leões e concentraram-se na rua empunhando cartazes e gritando palavras de ordem. 200 alunos fi-caram sem aulas na terça-feira.

Várias dezenas de alunos de Ar-tes Cénicas e de Artes Visuais da Universidade de Évora fecharam na terça-feira todas as entradas em protesto contra as más condi-ções em que dizem estar as salas de aula situadas no edifício da antiga fábrica dos Leões.Rita Costa, está a tirar o Mestrado em Teatro e queixa-se da “precarie-dade das instalações”. “Falta inso-norização das salas de aulas, faltam materiais de trabalho e técnico e te-mos aulas em locais com paredes a cair, com buracos no chão que nos põem em risco de cair”.Débora Santos, estudante de

Artes Cénicas, está no 2º ano de teatro e pertence ao conselho geral da Universidade de Évora, diz que os alunos foram coloca-dos num edifício que “por falta de condições financeiras” não tem condições para os alunos frequentarem as aulas, só “a boa vontade de alunos e professores” leva à frequência das aulas.As salas de aula são apontadas como a pior das situações. “São frias, não têm aquecimento, as janelas estão partidas e nós es-tamos constantemente doentes, pois somos atores, trabalhamos com o corpo, temos de andar despidos e descalços”, queixa-se Vanda Rodrigues. Os alunos queixam-se ainda da pri-vatização do bar e da necessidade de acessos para deficientes motores diz Rita Costa referindo-se aos “dois estudantes que só conseguem ir às salas com ajuda dos colegas”.“Estamos em pleno mês de no-vembro, não temos aquecedores, temos buracos nas salas, temos chuva, temos pombos, não te-

mos balneários disponíveis e não temos salas insonorizadas”, refe-re Rita Costa fazendo menção à “casa de banho unissexo, com duas sanitas, usada por cerca de 60 pessoas”.São estas as razões que levaram várias dezenas de estudantes a fecharem o estabelecimento exi-

gindo a “rápida resolução” dos problemas que afirmam pôr em causa a qualidade do ensino. “A universidade não tem condi-ções financeiras para satisfazer as necessidades dos estudantes e sobrevive à custa dos 1000 euros das nossas propinas”, criticam os alunos exigindo que o Governo

tome uma posição e “defina fazer as obras necessárias”.Na Escola de Artes da Universi-dade de Évora (UE), a funcionar nas instalações de uma antiga unidade fabril, são lecionados os cursos de artes visuais, design, arquitetura e teatro.De acordo com Débora Santos para segunda-feira está marca-da uma reunião geral de alunos onde se vai pedir celeridade na resolução do problema. Caso contrário “não vamos parar a luta”. O reitor da Universidade de Évora, Carlos Braumann, re-conhece as “condições precárias” das instalações onde “provisó-ria e parcialmente” funciona o departamento de Artes Cénicas, mas lembra que o edifício aguar-da reabilitação após investimen-to de 11,6 milhões de euros.A terceira fase da obra, que abrange uma secção do edifício onde ainda é ministrada forma-ção em Artes Cénicas, aguarda “luz verde” para avançar. “Parte [das Artes Cénicas] funcionam nas novas instalações, mas a outra está, provisoriamente, nas instalações que vão ser objeto da terceira fase, em que realmente as condições são mais precárias”, explica o reitor.A UE “já apresentou o projeto” e está “à espera de financiamento” do PIDDAC para “arrancar com as obras”. w

Edifício da fábrica dos Leões não apresenta condições

Alunos fecharam portões, reitor espera dinheiro para obras

Paulo Nobre

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Estudantes de Teatro prometem não parar a luta.

BRINQUEDOS PERIGOSOS

“ Quero comprar uns brinquedos para oferecer aos meus filhos, no en-tanto tenho reparado que alguns trazem pouca informação sobre as suas características. Quais os cuidados que devo ter para que possa comprar brinquedos seguros e apropriados para a idade dos meus filhos?”

Brinquedos com peças de encaixe, redondas ou semi-redondas, com pontas aguçadas, bonecos e peluches com acessórios que podem ser facilmente retira-dos e engolidos ou enfiados no nariz e ouvidos, pistolas que lançam projécteis que podem acertar num olho, são exemplos de brinquedos destinados a crian-ças que são potencialmente perigosos de causarem acidentes.Segundo as regras da União Europeia, todos os brinquedos devem ter um selo da CE. Contudo, este selo não garante a segurança do produto, porque só atri-bui a responsabilidade ao fabricante no cumprimento das normas europeias de segurança e qualidade, sem que haja uma terceira entidade que os analise.Além disso, existem importações paralelas, clandestinas, por exemplo de paí-ses asiáticos que, apesar de serem obrigados a cumprir a lei, esse cumprimento não se verifica.A DECO considera que a lei em vigor está incompleta por não incluir alguns brinquedos que, em nossa opinião, são considerados perigosos.Por outro lado existe também pouca fiscalização nesta matéria.

Nesta medida, deixamos alguns conselhos aquando da aquisição de brinque-dos:• Observe bem o brinquedo, verifique se não tem peças soltas ou pelos que se soltam com facilidade. Procure arestas e pontas cortantes, verifique se os materiais não são tóxicos;• Escolha o brinquedo de acordo com a idade da criança a que se destina e que contenha instruções e avisos em Português;• Os peluches, são proibidos nas creches pelo risco que representam para as crianças alérgicas. Assim, se quer oferecer um peluche importa saber se a crian-ça tem alergias respiratórias e, nesse caso, optar por outro tipo de brinquedos;• Pense nas crianças da casa, para não estar a oferecer uma prenda ao mais velho que vá ser perigosa para o mais novo;• Antes de colocar a embalagem no lixo, anote os contactos do fabricante ou importador, se ocorrer algum acidente estes são importantes;• A maior parte dos acidentes domésticos que ocorrem com brinquedos deve-se à falta de arrumação dos mesmos, brinquedos desarrumados, espalhados pela casa, podem ser pisados e dar origem a quedas, pelo que, ensine as crian-ças a arrumar os brinquedos; • Na primeira infância é importante não esquecer que os bebés até aos 2/3 anos exploram todos os objectos (incluindo os brinquedos) com a boca, por isso deverão ser privilegiados os brinquedos laváveis e com peças que não possam ser engolidas (todos os anos há inúmeros casos de asfixia em Portugal);• Devem-se oferecer brinquedos que as crianças queiram e não aqueles que os pais gostavam de ter tido; • Não esquecer a importância dos brinquedos na aprendizagem. É importante oferecer brinquedos ou jogos que a estimulem, mas sem excesso. Afinal ser criança é, sobretudo, brincar, e nem só com brinquedos (qual a criança que não se delicia com os “brinquedos seguros” dos adultos: tuperwares, caixas de cartão, colheres de pau, etc).

Maria Helena Guerra

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12 18 Novembro ‘10

Entrevista

João Oliveira, deputado do PCP

Este orçamento pode conduzir o país para a recessão

O senhor é deputado por Évora e tem tido contac-to com diversas entidades e instituições do distrito. Que retrato tem da situação social e económica da região?Com o risco que comportam todas as sínteses tal-vez pudesse caracterizar a situação que se vive no distrito numa frase, que é a seguinte: em Évo-ra todos os problemas que se sentem no país são aqui agravados. estamos a discutir é o exemplo do que estou a dizer: o peso que o distrito de Évo-ra assume no investimento do Estado é de 0,34%, o que significa que em cada 100 euros de inves-timento do Estado só 34 cêntimos são canaliza-dos para o distrito de Évora. Um distrito empo-brecido, com problemas agravados do ponto de vista económico e social, merecia exactamente o inverso, ou seja políticas de discriminação po-sitiva e investimento público, que permitissem que se recuperasse o défice acrescido que temos no distrito. De qualquer forma, as obras da Embraer já come-çaram, a água de Alqueva já irriga o distrito, há as promessas do novo Hospital de Évora e do TGV…O investimento na Barragem obrigava a que fos-se feito o mais rapidamente possível um Plano de Aproveitamento Agro-Industrial de Alqueva, e isso não foi feito. Temos milhões e milhões de euros de investimento público naquele empre-endimento, numa região que precisa, como pão para a boca, que aquele investimento seja apro-veitado e ele nem sequer está planificado. E este é um exemplo da desvalorização que o PS tem feito do apoio aos sectores produtivos. E quanto à Embraer?Desde o primeiro momento que o PCP reconhe-ceu como fundamental que o apoio ao sector pro-dutivo passasse também pelo apoio às unidades industriais. Mas o que criticámos desde o ínicio foi o aproveitamento político que o PS fez desta questão. Tivemos até o actual primeiro-ministro com o actual presidente da Câmara em Julho do ano passado, a dois ou três meses das eleições, a fazer o lançamento da primeira pedra, quando mais de um ano depois é que as obras parece que estão a arrancar. Foi um aproveitamento po-lítico vergonhoso que o Governo e o PS fizeram deste investimento. Na semana passada, na As-sembleia da República, tive aliás oportunidade de destacar dois casos, relativos ao distrito, que traduzem esta desvalorização dos sectores produ-tivos. O mesmo ministro da Economia e o mes-mo Governo que não tiveram nem um minuto, nem uma palavra, para os representantes dos trabalhadores nem para as empresas do Parque Industrial de Vendas Novas quando estiveram em causa gravíssimas dificuldades para cerca de mil postos de trabalho, é exactamente o mesmo Governo e o mesmo ministro que descobrem 16 milhões de euros para apoiar investimentos turísticos que vão criar 132 postos de trabalho. É bem o exemplo de que este Governo teima em prosseguir uma estratégia económica errada, que é apenas a de apoio ao sector terciário, ao sector dos serviços e do turismo. Nós hoje importamos 70% daquilo que consumimos, quando temos to-das as condições para produzir a maioria dos ali-mentos que consumimos. Mas isso implica que haja investimento na agricultura e que não haja retrocesso em relação a investimentos que foram feitos, como é o caso da Barragem de Alqueva. w

“Todos os problemas

que se sentem no país

são agravados aqui

em Évora”

João Oliveira, 31 anos, advogado, substituiu na legislatura passada Abílio Fernandes na Assembleia da República. Há um ano, já como cabeça de lista, foi eleito por Évora. No Parlamento é um dos deputados com maior visibilidade. Esteve na primeira linha dos deba-tes sobre o orçamento de Estado, que considera “muito mau”, e defende que é necessário inverter a política que tem sido seguido, apoiando os principais sectores produtivos em que Portugal é deficitário. Assumindo que a crise que afecta Portugal é geral e tem a ver

com uma crise mais profunda do regime capitalista, João Oliveira é um firme defensor da regionalização e, quando questionado sobre se gostava de “trocar” São Bento pela Praça do Sertório, apenas responde que essa é “uma hipótese que não se coloca”.

Está quase aí a Greve Geral de dia 24. Considera que se houver uma grande adesão popular a política do Gover-no vai-se alterar?Só se tivermos um Governo com-pletamente cego e surdo é que o impacto duma Greve Geral pode ser insignificante. O que se pers-pectiva é que a Greve Geral tenha grande impacto e grande mobili-zação, e se esse momento de luta decisivo for muito participado e

com grande sucesso, só um Gover-no que assuma que está completa-mente desligado da realidade do povo que diz governar é que pode passar ao lado daquilo que são as suas reivindicações. Mas a verdade é que muita gente já chegou à conclusão de que as greves podem ser momentos de protesto, mas não são muitos os casos em que consigam forçar alterações de rumo

Só um Governo cego e surdo pode ignorar a Greve Geral

C.J.

O Parlamento está a ser agora palco da discussão do Orçamento de Estado na especialidade. O PCP votou contra o orçamento na generalidade, apesar do primeiro-ministro dizer que se o orça-mento não passasse. Uma crise políti-ca era preferível a este orçamento?Tivemos no orçamento de Estado, que é um dos instrumentos funda-mentais da gestão do país, um dos maiores actos de encenação de sem-pre. O orçamento serviu para ame-aças de crise política, para ameaças de demissão do Governo, para ame-aças de eleições antecipadas, serviu para todo o tipo de encenação, me-nos para aquilo que era fundamen-tal: responder às dificuldades e aos problemas do país. O voto contra assumido pelo PCP é precisamente o voto de rejeição das opções ditas inevitáveis que o Governo e o PSD queriam, e estão, a impôr ao país. Qual seria a alternativa?A alternativa ao orçamento de Esta-do não se coloca entre a inexistência de um orçamento ou um orçamento mau. Há uma terceira alternativa que é o termos um bom orçamento de Estado. E um bom orçamento é aquele que responde aos problemas económicos e sociais do país. Mas a verdade é que nas últimas elei-ções o PS foi o partido mais votado e cabe a ele fazer o orçamento. Ou não?Quem tem a maioria nas eleições tem que respeitar os votos que o povo lhe deu. E, neste caso concreto, aquilo que aconteceu nas eleições legislativas foi uma penalização do PS pelo povo português, que deixou de ter uma maioria absoluta na As-sembleia da República e, por isso, deixou também de ter condições para impor aquilo que queria. Era fundamental que os restantes parti-dos da oposição assumissem as suas responsabilidades e, perante o mau orçamento do PS, o transformas-sem, na Assembleia da República, num bom orçamento para o país. E é isso que o PCP vai procurar fazer, já que não nos limitámos a votar contra o orçamento de Estado na generalidade. Na especialidade já apresentámos centenas e centenas de propostas que esperamos que ve-nham a ser aprovadas, para que este orçamento possa dar resposta aos problemas do país e é com essa pers-pectiva que nós intervimos sempre, rejeitando as más opções, mas cons-truindo e propondo as alternativas

necessárias. A verdade é que nesta discussão do orçamento de estado o que aconteceu é que o PSD acabou por viabilizar um orçamento que continua a dizer que é um mau or-çamento e prepara-se para viabilizar uma versão final do orçamento que continua a ser má para o país. Todos dizem que a crise económica e financeira é muito grave. Como ante-vê os próximos meses? O Governo vai aguentar-se em funções?Em primeiro lugar, temos alguma expectativa em relação à discussão na especialidade do orçamento, porque estamos em crer que é possí-vel melhorar alguns aspectos. E em função do orçamento de Estado que for aprovado ou, como se costuma dizer, “conforme o toque assim será o baile”. Se o orçamento mantiver aqueles que são os seus traços fun-damentais, nós vemos com muita preocupação aquilo que se avizi-nha, particularmente nos próximos seis meses de 2011. Porquê?Porque este orçamento de Estado conduzirá a uma recessão económi-ca e, nessas condições, nenhum dos problemas que atravessam o país poderá ser resolvido, nem os proble-mas de natureza económica e finan-ceira e nem os problemas sociais.

É preciso investimento nos sectores produtivos

Mas como é que isso se faz numa si-tuação de crise? Não é preciso criar receitas?A criação de receitas por parte do Estado não é a resposta milagrosa, digamos assim, para a recuperação económica. Se o Estado não assu-mir uma posição, por exemplo, de apoio às pequenas e médias em-presas e um papel de intervenção fundamental nalguns aspectos da nossa economia para tornar verda-deiramente competitivas as nossas empresas e a produção nacional e se não tiver uma política económica de apoio aos nossos sectores produ-tivos e, sobretudo, nas áreas em que somos mais deficitários, como sejam os sectores agro-alimentares ou a in-dústria Nesse contexto, considera que esta le-gislatura não vai chegar ao fim?Aquilo que queremos pôr em cau-sa é a continuidade destas políticas.

Mais do que com a continuidade ou não do Governo, o que é preciso é romper com o caminho que tem sido seguido, porque de nada nos serve mudar de Governo se o que se seguir vier para cá fazer o mesmo. A situação a que chegámos é muitíssi-mo grave e resulta de um caminho que foi sendo percorrido ao longo dos anos. As opções que temos pela frente são ou prosseguir o mesmo caminho, e daqui por cinco ou dez anos estarmos numa situação ain-da pior, ou alterarmos o rumo das políticas que têm sido seguidas e procurar um objectivo de desen-volvimento do país e de melhoria das condições de vida. Esta questão é crucial não só em Portugal ou na Europa, mas no mundo, porque a situação em que nos encontramos não é estranha nem à Europa, nem praticamente ao mundo inteiro, e resulta duma crise profunda do sis-tema capitalista e das contradições mais profundas do funcionamento da economia capitalista, fundamen-talmente da grande concentração de riqueza ao mesmo tempo em que há uma grande maioria de pessoas a vi-verem abaixo do limiar de pobreza. A crise está aí. Há um ano já ela se sentia profundamente. Mas o PCP, enquanto partido da oposição, parece não beneficiar em nada, politicamen-te, do descontentamento. Quando há eleições, ou mesmo em termos de sondagens, não se nota nenhum cres-cimento significativo do PCP. Isso é porquê?Nas duas últimas eleições legislati-vas aconteceu exactamente o con-trário, tivemos o crescimento do PCP particularmente no distrito de Évora.

Mas em termos autárquicos o peso do PCP é muito diferente hoje, no Alente-jo, do que era há uns anos.A realidade autárquica é uma rea-lidade que acaba por ser diferente. Ainda assim é uma realidade que o PCP marca decisivamente o panora-ma eleitoral no distrito. Mas a verdade é que o PCP não cresce ou cresce menos do que justificaria o descontentamento existente na socie-dade. Não concorda?Quer em termos autárquicos, quer em termos de número de votos para a Assembleia da República conti-nuamos a ser a segunda força mais votada no distrito e somos uma for-ça imprescindível para o funciona-mento do poder local democrático. Mas a verdade é que nos confron-tamos com armas muitíssimo desi-guais em relação ao PS e ao PSD, e mesmo em relação aos outros par-tidos, continuamos a ser uma força política discriminada, a única força política discriminada pelos grandes grupos de comunicação social, que pertencem aos grandes grupos eco-nómicos. Não será, certamente, por acaso que isso acontece e das armas ao nosso dispor é uma luta muitíssi-mo desigual, porque nem temos os meios que outros partidos têm, nem temos ao nosso serviço os órgãos de comunicação social que os outros partidos têm. Quer dizer que na vossa opinião é ape-nas uma questão de visibilidade?Não. Mas, obviamente, estas situa-ções depois prendem-se com múl-tiplos factores que se colocam em cada eleição em concreto. Aquilo que vai sendo a clientela que o PS utiliza e vai mantendo com os di-

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Carlos Júlio

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Este orçamento pode conduzir o país para a recessão

O PCP durante muitos anos ba-teu-se pela regionalização. Ul-timamente a reivindicação das regiões parece ter-se esbatido um pouco na propaganda do seu partido. Consideram que a regionalização deixou de estar na ordem do dia?Não. Nós continuamos a reivindicar a constituição das regiões administrativas, como a própria Constituição obriga. Para isso era preciso que PS e PSD deixassem de fazer o boicote que têm feito à criação das regiões adminis-trativas. È uma reivindicação que assumimos. Ainda na recente Assembleia da Orga-nização Regional do PCP de Évora essa foi uma das con-clusões que foi afirmada com grande importância, porque é um factor fundamental para o desenvolvimento do país e, em particular, no com-bate às assimetrias regionais e à desigualdade de circuns-tâncias que encontramos nas regiões do interior do país. O Alentejo foi a única região onde venceu o sim às duas perguntas do referendo. Qual é a saída? Uma região-piloto?Essa questão das regiões-pi-loto ficou inviabilizada por força dos acordos que o PS e o PSD estabeleceram na altu-ra, na sequência do referendo de 1998, e que constituiu um boicote efectivo à constitui-ção das regiões administra-tivas. O que consideramos é que, do ponto de vista po-lítico, essa tem que ser uma reivindicação que tem que continuar a estar em cima da mesa, que tem que continuar a ser feita, até porque é um imperativo constitucional. Num momento como este que estamos a atravessar de graves dificuldades econó-micas para o país é funda-mental que possamos dispor desse instrumento para fazer face à situação e darmos res-posta às exigências que se nos colocam. w

O PCP continua

a defender

as Regiões

Administrativas

João Oliveira, 31 anos, advogado, substituiu na legislatura passada Abílio Fernandes na Assembleia da República. Há um ano, já como cabeça de lista, foi eleito por Évora. No Parlamento é um dos deputados com maior visibilidade. Esteve na primeira linha dos deba-tes sobre o orçamento de Estado, que considera “muito mau”, e defende que é necessário inverter a política que tem sido seguido, apoiando os principais sectores produtivos em que Portugal é deficitário. Assumindo que a crise que afecta Portugal é geral e tem a ver

com uma crise mais profunda do regime capitalista, João Oliveira é um firme defensor da regionalização e, quando questionado sobre se gostava de “trocar” São Bento pela Praça do Sertório, apenas responde que essa é “uma hipótese que não se coloca”.

com grande sucesso, só um Gover-no que assuma que está completa-mente desligado da realidade do povo que diz governar é que pode passar ao lado daquilo que são as suas reivindicações. Mas a verdade é que muita gente já chegou à conclusão de que as greves podem ser momentos de protesto, mas não são muitos os casos em que consigam forçar alterações de rumo

político.Há, pelo menos, uma coisa que já mudou com a marcação desta Gre-ve Geral que foi o sentimento de resignação e de conformismo que o PS e também o PSD têm procura-do impor às pessoas com o discurso das inevitabilidades. Nos últimos tempos estes dois partidos têm vendido uma cassete onde dizem que estas medidas são inevitáveis, que é desnecessário e infrutífero

lutar contra estas medidas e que não há outras que lhes possam ser colocadas como alternativa. A convocação e o trabalho de mobi-lização que já está a ser feito para esta Greve Geral já é uma primeira vitória nesse sentido, no sentido da rejeição desse discurso. E eu acredito, sinceramente, que o Go-verno não poderá ficar indiferente, nem ser insensível se o processo de dia 24 for muito significativo. w

Só um Governo cego e surdo pode ignorar a Greve Geral

C.J.C.J.

Mas em termos autárquicos o peso do PCP é muito diferente hoje, no Alente-jo, do que era há uns anos.A realidade autárquica é uma rea-lidade que acaba por ser diferente. Ainda assim é uma realidade que o PCP marca decisivamente o panora-ma eleitoral no distrito. Mas a verdade é que o PCP não cresce ou cresce menos do que justificaria o descontentamento existente na socie-dade. Não concorda?Quer em termos autárquicos, quer em termos de número de votos para a Assembleia da República conti-nuamos a ser a segunda força mais votada no distrito e somos uma for-ça imprescindível para o funciona-mento do poder local democrático. Mas a verdade é que nos confron-tamos com armas muitíssimo desi-guais em relação ao PS e ao PSD, e mesmo em relação aos outros par-tidos, continuamos a ser uma força política discriminada, a única força política discriminada pelos grandes grupos de comunicação social, que pertencem aos grandes grupos eco-nómicos. Não será, certamente, por acaso que isso acontece e das armas ao nosso dispor é uma luta muitíssi-mo desigual, porque nem temos os meios que outros partidos têm, nem temos ao nosso serviço os órgãos de comunicação social que os outros partidos têm. Quer dizer que na vossa opinião é ape-nas uma questão de visibilidade?Não. Mas, obviamente, estas situa-ções depois prendem-se com múl-tiplos factores que se colocam em cada eleição em concreto. Aquilo que vai sendo a clientela que o PS utiliza e vai mantendo com os di-

nheiros do Estado obviamente que é também um factor decisivo para que no futuro, no funcionamento da democracia, se vão apresentando dados que apontam para a sua de-gradação. Quando as pessoas estão mais dependentes e quando aqueles dos quais dependem exercem sobre elas algum tipo de influência, exi-gindo uma retribuição do ponto de vista político, colocam-se em causa aspectos fundamentais do funcio-namento da nossa democracia. E, in-felizmente, no distrito de Évora nas últimas eleições autárquicas, e tam-bém nas legislativas, nós tivemos muitíssimas situações desse tipo. Situações de pessoas que, pela de-pendência em que se encontravam em relação a estruturas do Estado e

a algum tipo de instituições públicas em que o PS detinha influência e con-trolo, se viram condicionadas do pon-to de vista político. E isso contribui de-cisivamente para que o resultado das eleições sejam aquilo que são. PCP pode voltar a ganhar Câmara de Évora

O senhor é aqui de Évora. Acha que o PCP tem hipóteses de, no futuro, voltar a conquistar a Câmara Municipal depois de há três eleições estar afastado da presidência da autarquia?Considero que, desse ponto de vista, o PCP tem feito um trabalho notável, porque não só os eborenses têm reco-nhecido ao longo destes anos aqui-lo que tem sido o desastre da gestão autárquica do PS que se traduz hoje

numa situação de quase inoperância da Câmara Municipal, por força da situação financeira em que se colo-cou, e tem reconhecido que a gestão da CDU era uma gestão rigorosa, sé-ria e honesta. Por isso, é reconhecido à CDU o carácter que a aponta como força alternativa necessária à gestão do concelho de Évora. Há quem o referencie já, no futuro, como provável candidato à Câmara de Évora. Gostava de trocar São Bento pela Praça do Sertório?Essa é uma perspectiva que não se coloca. No PCP esse tipo de decisões e esse tipo de responsabilidades são definidas e decididas colectivamen-te e colectivamente aquilo que foi definido é que a minha intervenção é esta que tenho na Assembleia da República e foi ao meu camarada Eduardo Luciano a quem foi atribu-ída essa exigente responsabilidade de assumir a liderança da lista. Mas falo em termos futuros. Se fosse chamado para esse desafio não lhe vira-va a cara. Ou virava?Essa é uma questão que não se co-loca, até porque do ponto de vista do funcionamento normal quer da Assembleia da república, quer da Câ-mara Municipal, o que temos pela frente é a perspectiva de desenvolver o nosso trabalho até 2013. Mais perto das eleições é que essas questões se-rão discutidas e estou seguro que essa hipótese não se vai colocar. w

João Oliveira substituiu no Parlamento Abílio Fernandes e diz que “não se coloca a perspectiva” de trocar São Bento pela Praça do Sertório.

Luís Pardal

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14 18 Novembro ‘10

Negócios

– 30 mil toneladas de azeitona por campanha olivícola– 10.000 hectares de olivais mo-dernos espalhados por 57 quin-tas e herdades nos concelhos de Ferreira do Alentejo, Avis e Elvas– 4 linhas de produção– 8 milhões de litros de azeite por campanha, ao ritmo de 200 mil litros por dia– 960 toneladas diárias de ca-pacidade máxima de proces-samento, já que trabalha 24 horas por dia durante a cam-panha olivícola, entre o início de outubro e meados de de-

zembro.– 9 milhões de euros de investimen-to– 15 postos de trabalho no la-gar, 200 em todo a área de ex-ploração

Para o diretor de Marketing do grupo Sovena, Luís Pereira Santos, em declarações à Lusa, “o lagar é essencialmente uma unidade de processamento de azeite, mas terá uma peque-na unidade de embalamento para produções limitadas e de elevadíssima qualidade”. A maior parte do volume de azei-

te continuará a ser embalado na fábrica do grupo Sovena no Barreiro. O azeite produzido no lagar “será essencialmente comer-cializado” através das “duas marcas mais emblemáticas” do grupo, Oliveira da Serra e An-dorinha, no mercado interno e externo.Os principais mercados de ex-portação do grupo são o Bra-sil, Estados Unidos, Bélgica e Alemanha e as vendas para a China e a Índia estão “em ex-pansão”. w

Lagar do Marmelo em números

É o primeiro lagar em Portugal do grupo Sovena e há um mês que se encontra a laborar (ver entrevista ao lado). Inaugurado pelo primeiro-ministro José Sócrates, o Lagar do Marmelo é um projeto orçado, na totalidade, em 9 milhões de euros e cuja primeira fase implicou um investimento de 7,6 milhões de euros.

Segundo a Sovena, este é “um dos maiores projetos de investimento privado do setor agrícola realiza-do em Portugal nos últimos 20 anos”, foi cofinanciado pelo Pro-grama de Desenvolvimento Ru-ral (Proder). Trata-se de um proje-to explorado pela Elaia, empresa nascida em 2007, participada do grupo Sovena, detido pelo grupo Nutrinveste, o “líder em Portugal no mercado de azeite”. Com operações fabris em Portu-gal e Espanha, em Marrocos, na Tunísia e nos Estados Unidos, a Sovena produz anualmente mais de 400 mil toneladas ano, das quais 170 mil toneladas são de azeite. O grupo tem forte pre-sença comercial em Angola e no Brasil, e exporta regularmente para mais de 70 de países nos cin-co continentes.Para Manuel Alfredo de Melo, presidente da Nutrinveste, este projeto insere-se numa estraté-gia delineada “na qual nos te-mos empenhado para revitali-zar o setor do azeite português, lançando e divulgando a fileira do azeite nacional. Com esse ob-jetivo investimos vastíssimos re-cursos financeiros e humanos na plantação e desenvolvimento de um olival que tem já 10 mil hec-tares plantados segundo moder-nas técnicas de cultura amigas do ambiente”.Para o empresário, “levar a cabo investimentos que montam a cerca de 200 milhões de euros

e criam 200 postos de trabalho” em época de grande crise signifi-ca “uma afirmação de confiança na capacidade de realização da Nutrinvest e também uma afir-mação de confiança no Alentejo e nas suas potencialidades, no-meadamente no que ainda im-porta fazer no empreendimento de Alqueva”.Para a Nutrinvest este lagar não é “uma reta de chegada, é an-tes um ponto de partida para a obtenção de uma ainda maior qualidade dos nossos produtos, para a melhoria das condições ambientais de laboração, para o reforço da nossa posição de li-derança no mercado doméstico e aumento da nossa presença e competitividade nos mercados internacionais”.

Projeto “amigo” do ambiente

Nascida em 2007, a Elaia preten-de com o novo lagar “assegurar um fornecimento mais estável de azeite com os mais altos pa-drões de qualidade e traçabilida-de”, é o que diz António Simões, presidente da Sovena, conside-rando este um projeto “tecnica-mente evoluído” a começar pela “seleção criteriosa dos terrenos, o desenho das plantações e siste-mas de rega, permitindo a fertili-zação direta com eficiência ener-gética, a seleção das variedades a plantar visando produtividade e adaptação aos gostos dos consu-midores”.Quer no novo lagar, quer nas ex-plorações onde o grupo dispôs os seus olivais, todas as operações fundamentais são quase todas mecanizadas “desde a plantação à colheita, à utilização de poten-tes sistemas de software agronó-mico que permitem um contro-lo completo das operações”. E segundo António Simões, tudo isto “no respeito e valorização do meio ambiente, economicamen-

te viável e financeiramente inte-ressante para os acionistas”.Para o líder da Sovena, este é um projeto importante não só para a empresa, mas também para Portugal, porque, justifica Antó-nio Simões, “o azeite é um setor onde somos deficitários, mas te-mos tudo para sermos exporta-dores líquidos. Num país como

o nosso em que se consomem internamente 75 mil toneladas de azeite e se exportam 40 mil, é bom verificar que já não se pro-duzem só 30 mil toneladas como em 2006, mas 60 mil, e se existe a convicção de que a produção deve chegar a curto prazo às 100 mil toneladas, isso deve-se a pro-jetos como este”.

Novo lagar de Ferreira do Alentejo é projeto importante para Portugal

Confiança no Alentejo e em Alqueva

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Paulo Nobre

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Para além disso, este projeto acaba por ser importante para o país e essencialmente para a região devido ao facto dos 200 milhões da totalidade do inves-timento – lagar mais plantação e compra de novos olivais – criarem diretamente 200 pos-tos de trabalho “numa região menos bafejada pela indústria e simultaneamente promoveu a criação de riqueza com a ins-talação de outras empresas de bens e serviços que compõem a fileira”.É ainda importante, nas pala-vras do líder da Sovena, porque esta densidade de novas árvo-res, com estas técnicas de culti-vo “minimizam o consumo de água, têm uma atitude ecoló-gica e resultam num negócio estruturalmente sustentável”. “Sequestra duas vezes e meia mais carbono do que emite e isso facilitará os acordos inter-nacionais que o país assinou”.“Projetos de quem acredita no nosso país e na nossa agricultu-ra”, frisa António Simões. w

Um lagar com assinatura arquitectónica.

P.N.

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Há quatro anos Portugal produzia apenas cerca de metade do azeite que consumia. O paradigma mu-dou. Alqueva fez aumentar o in-vestimento e uma autêntica “bom-ba” técnica e tecnológica chegou ao olival. De tal forma que na próxi-ma campanha o país será autossu-ficiente e pode garantir mais expor-tações. É o ministro da Agricultura quem o assegura.

“Na próxima campanha Portu-gal garante a autossuficiência no domínio do azeite, garan-tindo a nossa capacidade de ex-portação, caminhando para um nível de exportador líquido para todo o mundo”. As palavras de António Serrano demonstram a confiança absoluta do ministro da Agricultura num setor que nos últimos anos tem registado um grande crescimento em todo o país, predominantemente no Alentejo.O aumento da quota de olival decretado pela União Europeia - que só no Alentejo permitiu desenvolver uma área superior a 30 mil hectares de novos olivais - e as condições de exceção gera-das pela barragem de Alqueva, vieram alterar todos, ou quase todos os paradigmas vigentes em torno do olival. Os últimos anos têm sido de forte investi-mento no setor olivícola o que permite que na próxima campa-nha Portugal seja autossuficien-te na produção de azeite.

No discurso de inauguração do Lagar do Marmelo, o ministro da Agricultura sublinhava o esforço feito nos últimos anos pelos empresários agrícolas que permitiram recuperar “uma tra-dição bem portuguesa” como lhe chamou António Serrano. “Per-demos a nossa posição produtora ao longo de décadas e chegámos a um patamar mínimo de 30 mil toneladas, mas felizmente esta-mos a recuperar”.O ministro chama a atenção para a “oportunidade e a inova-ção tecnológica” que permitiu aumentar quase exponencial-mente a produtividade dos nos-sos olivais, mas no caso do Alen-tejo acaba por sublinhar o facto Alqueva: “”Com água é possível fazer outro tipo de agricultura e uma agricultura mais compe-titiva quer no olival, quer nos outros domínios onde estamos a fazer agricultura de excelência”. António Serrano fala de “um ca-minho longo a percorrer” para ti-rar partido de todo o empreendi-mento de Alqueva, mas para ele o que está acontecer no Alentejo é sinal que “os agricultores estão motivados, sabem do esforço do Estado para trazer para o terreno todas estas infraestruturas e es-tão também eles a dar um forte contributo”.

Apoiar e pagar

António Serrano garante que o Estado vai continuar a acom-panhar o investimento no setor

agrícola, dada a extrema impor-tância deste para o país, uma vez que, além de ser “um fator de coesão social” que gera “10 por cento do emprego em Portugal - nalgumas regiões do interior chega a ter uma relevância de quase 20 por cento”, a agricultu-ra “garante 84 por cento do nosso autoabastecimento, o que é bas-tante, é economia na perspetiva de competitividade, contribui para as exportações”.

Numa altura de crise económi-ca o ministro diz que é ao Esta-do quem “continuar a apoiar o investimento” e garante que só no atual Quadro Comunitá-rio, na área do olival, produção, transformação e comercializa-ção, “já aprovámos candidaturas no montante de 486 milhões de euros com um apoio de 172 mi-lhões de euros e uma interven-ção em 66 mil hectares em todo o país, sendo que cerca de 50 por

cento são projetos no Alentejo”, o que na opinião de Serrano revela bem a dinâmica dos agricultores da região.“Para terem uma ideia – subli-nha o ministro da Agricultura - com cerca de 140 milhões de eu-ros de componente pública, nós permitimos concretizar mais de 800 milhões de euros em inves-timento privado. Isto é obra! É isto que temos que fazer”, porque este é “um setor estratégico” para Portugal e com a exportação no horizonte sobretudo para novos mercados emergentes, “muito pode fazer pela economia do nosso país”.O ministro diz saber bem os ob-jetivos traçados para o Ministé-rio que dirige, garante até final do ano pagamentos em função da tesouraria e com a promessa de continuação do investimen-to e das ajudas estatais. “Nós partimos há um ano de 10,5 por cento de execução financeira, estamos hoje com 27 por cento e temos garantido metade do to-tal do programa PRODER para a Agricultura. Sabemos bem a importância destes apoios para a agricultura e para todos os in-vestidores. Eu sei o que quero e gostaria muito de no próximo anos estivéssemos a falar de uma execução financeira do progra-ma de apoio ao investimento na agricultura em torno dos 40 por cento”.Para lá chegar, o ministro Antó-nio Serrano promete trabalho. Mais trabalho. w

Portugal será auto suficiente já no próximo ano, garante António Serrano

O milagre do azeitePaulo Nobre

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O Lagar do Marmelo está a fun-cionar já há um mês?Sim, está a funcionar há um mês. Foi o primeiro lagar a fun-cionar em Portugal este ano, o primeiro a produzir azeite este ano.

Qual é a expectativa?É um ano de muita motivação e alegria quando vemos sair o nosso azeite. Em termos de pro-dução, as árvores estão fantásti-cas, as azeitonas estão ótimas e o azeite está a sair muito bom.

Quais são as particularidades deste lagar?Este lagar tem uma estrutura arquitetónica completamen-te distinta, uma inovação no

que diz respeito a lagares e a qualquer industria alimentar. Depois, temos tudo o que é tecnologia do mais avançado, já que aqui nada se perde, nós aproveitamos o caroço como combustível para produção de calor. Todas as máquinas são em aço inoxidável, que é o melhor material para estar em contacto com o azeite e é de fá-cil lavagem.

O que tem influência no produto final.Sim, claro. Nós aqui temos ca-pacidade para receber a azeito-na e transformá-la num máxi-mo de 24 horas para os azeites manterem todas as proprie-dades organoléticas e saírem

bons. Depois temos todo um controlo de campo/fábrica que nos permite fazer os azeites di-recionados para cada tipo de cliente. Podemos apanhar a azeitona um pouco mais ver-de para produzir azeites mais aromáticos. Podemos apanhar azeitona mais madura para fa-zer azeites mais delicados, mais doces. Tudo tem a ver com o cliente.

Pode dizer-se que este é um lagar de ponta?Este é o lagar de ponta. É o lagar de ponta. Posso garantir que está seguramente na primeira linha a nível mundial.

Este ano já vai atingir a velocida-

de de cruzeiro?Este ano vamos laborar aqui cerca de 15 mil toneladas de azeitona e esperamos 25 a 30 mil toneladas no próximo ano, porque os nossos olivais estão também a crescer pelo que necessitamos de mais um ou dois anos para ter o lagar em velocidade de cruzeiro.

Como vai ser a vossa relação com os produtores locais?Este é um lagar para todos, aberto a todos os olivicultores que queiram entregar aqui a sua azeitona. Portanto, este é um lagar para todos, temos todo o interesse que as pesso-as se associem a este projeto e um olivicultor que não te-

nha capacidade de lagar, nós abrismos-lhe as portas e te-mos todo o interesse em que ele labore a sua azeitona no nosso lagar. Este ano isso já aconteceu.

Será a vossa marca a tomar conta da parte comercial?Claro, depois será a Oliveira da Serra a comercializar o produto.

Em velocidade de cruzeiro, quan-to pode produzir este lagar?Nós temos um conjunto de 10 mil hectares, mas obviamen-te a azeitona vem do Alentejo todo e quando estivermos em velocidade de cruzeiro podere-mos produzir aqui 8 milhões de litros de azeite. w

António Correia Nunes, responsável pelo Lagar do Marmelo

Um lagar de nível mundialPaulo Nobre

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António Serrano confia na Agricultura para combater a crise.

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16 18 Novembro ‘10

Livro

Foi no Vimieiro, e ainda muito jo-vem, que António José Alves avis-tou pela primeira vez um OVNI, e desde então dedica-se ao estudo do fenómeno, com surpreenden-tes resultados agora divulgados no livro “Deuses ou Civilizações do Espaço?”

António José Alves tinha treze anos quando, saindo certa noi-te de casa dos pais, no Vimieiro, deparou com uma luz intensa, pairando sobre a copa das olivei-ras, na direcção de Pavia. O que seria aquilo? À falta de melhor, chamemos-lhe um “objecto voa-dor não identificado”, um OVNI, como se costuma dizer.Segundo relata, esse avistamen-to foi o primeiro de vários que viria a testemunhar. Da segun-da vez, tratou-se de uma “nave mãe”, um objecto alongado de cor alaranjada que teve tempo de apreciar longamente com os binóculos do pai. “Durante aqueles momentos, não se ouviram os cães a ladrar, nem o som de nenhum animal no Vimieiro”, recorda. Posterior-mente, também constatou que, durante os avistamentos, “o tele-móvel ficava mudo”.Esses “encontros imediatos” ti-nham ainda outros efeitos, que referiu em entrevista ao REGIS-TO, no sábado. “O que me acon-teceu várias vezes, depois dos

primeiros avistamentos, foi que, durante a noite, começava a sen-tir picadas nos pés e o corpo dor-mente, de tal maneira que ficava paralisado por completo”, recor-da António José Alves.“Abduções”Na noite de 14 de Março de 1987, ao dirigir-se, de bicicleta, da esco-la para a quinta dos pais, avistou uma “luz enorme” cor de laranja. A luz desapareceu, reaparecen-

do logo a seguir do outro lado da estrada. À medida que ia pe-dalando, esse fenómeno repetiu-se “umas quatro ou cinco vezes”. Ao chegar à quinta dos pais olhou para o relógio e constatou que se tinha passado meia hora, quando normalmente não leva-va mais de dez minutos a percor-rer aquela distância. Esse fenómeno é descrito com frequência por estudiosos de ov-

nilogia, e designado, em inglês, por “missing time” (“tempo de-saparecido”). Para eles, esse tem-po corresponde a “abduções”, sequestros temporários durante os quais as vítimas são levadas para as naves alienígenas, que só as devolvem à Terra depois de “apagarem” a recordação do inci-dente das suas memórias. Para António José Alves, as ab-duções podem ter diferentes fins.

Quando as vítimas são mulhe-res, será ocasião para as insemi-nar, originando “seres híbridos” encarregados de missões na Ter-ra. Tal foi, na sua opinião, o caso da Virgem Maria, que assim terá concebido Jesus Cristo, dotado de capacidades excepcionais e portador de uma mensagem des-tinada a transformar o mundo.Um livro polémicoMais tarde, Alves emigrou para os Estados Unidos, onde viveu mais de uma década e se tornou membro do MUFON (Mutual UFO Network), um organismo dedicado ao estudo da “ovnilo-gia”. Teve acesso a uma abun-dante documentação sobre a matéria, que lhe foi permitindo consolidar ideias e formular ex-plicações para os fenómenos. Aos 43 anos de idade, já leva trinta a estudar ovnilogia, com resultados que tem procurado divulgar, dando entrevistas a jornais ou participando em pro-gramas de rádio ou televisão, como “As Tardes da Júlia”. Agora, esses resultados estão também disponíveis em “Deu-ses ou Civilizações do Espaço?”, um livro, no mínimo, polémico. Muitos duvidarão das suas te-orias e muitos troçarão mesmo delas, mas isso é coisa a que há muito se habituou. Não sucedeu o mesmo a Galileu, quando afir-mou que a Terra que girava em torno do Sol? w

“Deuses ou Civilizações do Espaço?”

Ovnilogista alentejano publica resultados de “trinta anos de pesquisa”

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José Pinto de Sá

No seu livro “Deuses ou Civili-zações das Estrelas?”, António José Alves defende, entre mui-tas teses polémicas, que Jesus Cristo era um “ser híbrido” re-sultante da inseminação extra-terrestre da Virgem Maria.

A origem extra-terrestre de Jesus Cristo é uma das teses defendidas por António José Alves na obra “Deuses ou Ci-vilizações das Estrelas?” Para

o ovnilogista do Vimieiro, as visitas de seres alienígenos terão dado origem ao apare-cimento de religiões, lendas e mitos, bem como a “um ver-dadeiro conhecimento tec-nológico” que forneceu aos povos da Terra “a evolução de que tanto necessitavam”. “A criação do Universo re-sultou do Big Bang, e a Terra da expansão do Universo”, recorda António José Alves, acrescentando que “só com

a chegada de várias civiliza-ções, vindas algures das pro-fundezas do Cosmos, foi pos-sível tornar o nosso planeta habitável”. Na sua opinião, por aqui pas-saram “civilizações vindas de estrelas diferentes para colo-nizar o nosso sistema solar”, dando origem a “grandes ba-talhas espaciais e terrestres”. Reflexões como estas cons-tituem o âmago de “Deuses ou Civilizações das Estrelas?”,

um livro com chancela da Papiro Editora, recentemente lançado na livraria Livraria Dom Pepe, em Évora. Nessa obra, profusamente ilustrada, Alves apoia-se em citações da Bíblia e de outros textos sagrados do Oriente e da América do Sul, que, segundo a sua lei-tura, se referem aos “seres das estrelas” como “missio-nários da evolução da hu-manidade”. w

Investigador do Vimieiro defende origem extra-terrestre de Jesus

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José Pinto de Sá

António José Alves acredita que as religiões tiveram origem nos ensinamentos de visitantes extra-terrestres.

Luís Pardal

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17

Artes

De 22 a 24 de Novembro vai realizar-se, na Casa de Estremoz, cinema de animação integrado nas Comemorações do Cente-nário da República, intitulado MIXREPÚBLICA.A MONSTRA – Festival de Animação de Lisboa, em parceria com a Comissão para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR), realiza o projecto MIX República que consiste na realização de oficinas de cinema de animação a partir de motivos republicanos de cada localidade (toponímia, arquitectu-ra, aspectos plásticos e sociais, per-sonalidades, etc.). Estes motivos serão o mote para a realização de pequenos filmes de animação que serão depois exibidos online no portal oficial do CNCCR.As acções são dirigidas aos alunos do Ensino Secundário (Artes Visuais, Oficina de Artes, Materiais e Tecnologias, Cinema) e esta iniciativa é uma organização da Câmara Municipal de Estremoz com produção do Festival de Animação de Lisboa.

Mixrepública em Estremoz

Decorreu no dia 13 de Novem-bro, em Navalmoral de la Mata, Cáceres, o VII Encontro de Corais “Ciudad de Navalmoral”, organi-zado pelo Coral “Amigos de la Mu-sica”, daquela cidade espanhola, e com o patrocínio do respectivo Ayuntamiento.Estiveram presentes, para além do Coro organizador, a “Agrupacion Coral de D. Benito”, o “Coral Salva-dor Ruiz de Luna”, de Talavera de la Reina e o “Coral Évora”.O Coro eborense, dirigido pelo Maestro Octávio Martins, apre-sentou duas peças com origem no cancioneiro tradicional alentejano, ambas com arranjos de Fernando Lopes Graça, “São João adormeceu” e “A Senhora d’Aires”, bem como a canção de embalar “Ninna Nanna Fiorentina”, com harmonização de Ivo Meini, e “Señor, me cansa la Vida”, poema de António Machado e música de Juan Alfonso García.No final da sua interpretação, o Coral Évora foi longa e entusias-ticamente aplaudido pelo muito público que enchia a bonita Igreja de Santo André.O Concerto terminou com os quatro grupos a interpretar “Can-ticorum Jubilo” de Haendel. A convite da organização, esta peça foi dirigida pelo Maestro Octávio Martins.

Coral Évora em Espanha

A partir de um conto popular, “O mais esperto do reino” é um livro infantil acabado de che-gar às livrarias também com a chancela da editora alentejana Caminho das Palavras.

Escrito pela jovem Dulce de Sousa Gonçalves com ilus-trações de Gonçalo Viana – habitual colaborador da revista Visão – trata-se de um “reconto” a partir da história original, um conto popular do Baixo Alentejo.O editor, André Pereira, diz tratar-se de “uma história que remete para a importân-cia da leitura nas crianças e nos jovens” e é o primeiro livro da Caminho das Pala-vras direcionado ao público infantil.

“A nossa aposta passa pe-las edições infanto-juvenis, apostando também em jo-vens autores como é, aliás, o caso deste livro”, salienta An-dré Pereira.Dulce de Sousa Gonçalves, embora jovem autora, tem já vários livros publicados. Gonçalo Viana tem n’“O mais esperto do reino” a primeira experiência de ilustração em livros infantis.“Acreditamos na qualidade da Dulce e queremos que ela passe a publicar em exclusi-vo na nossa editora”, esclare-ce o editor.Na compra deste livro um euro reverte directamente a favor da Associação de Soli-dariedade Social Porta Mági-ca, sediada em Montemor-o-Novo e que acolhe crianças

com problemas diversos. “Esta atitude passa por uma noção de responsabilidade social que a editora tem vin-do a seguir desde o primeiro

livro”, afirma André Pereira, convicto de que “sempre que possível” haverá esta preocu-pação de reforçar socialmen-te o papel da editora. w

Editora Caminho das Palavras com nova aposta

Primeiro livro infanto-juvenil já nas livrarias

Um importante espólio docu-mental e de instrumentos de en-sino contam a história do Colégio do Espírito Santo e podem ser vis-tos até 2 de Janeiro de 2011, no Pa-lácio do Vimioso da Universidade de Évora no âmbito da exposição \”Colégio do Espírito Santo - 450 anos de modernidade educati-va\”.

\”De Institutione Grammatica Libri\”, a gramática de 1572 do Padre Manuel Álvares, que, à época, contou com mais de 500 edições em mais de 20 países, é uma das obras, pertencentes ao espólio da Biblioteca Geral da UE, que saiu do Arquivo no Colégio do Espírito Santo e está agora na exposição que conta a história do mais emblemático edifício da universidade eboren-se, o Colégio do Espírito Santo. Inovadores e modernos, vários instrumentos de ensino da Fí-

sica dos finais do século XIX e inícios do século XX, espólio do Lyceu Nacional de Évora, es-tão patentes na exposição, de-monstrando o espírito da mo-dernidade educativa de outra das instituições de ensino que passou pelo Colégio do Espírito Santo. Uma grafonola portátil, uma balança de precisão e um estereoscópio manual portátil,

um instrumento óptico que cria a ilusão de profundidade do qual resulta um efeito tridi-mensional, são alguns dos ins-trumentos disponíveis.A \”Bula de Erecçam da Vni-versidade Anno 1558\” do Papa Paulo IV que autoriza a criação de uma universidade em Évo-ra sob a direcção e administra-ção da Companhia de Jesus e a

\”Bula Cum a Nobis\” de Abril de 1559, que institui a nova universidade, inaugurada ofi-cialmente a 1 de Novembro de 1559 vieram do Arquivo da Universidade de Coimbra para um breve regresso às origens, cerca de 300 anos depois do rei D. José I os ter entregue à guar-da da universidade coimbrã.Pergaminhos com mais de 400 anos, gramáticas que le-varam o ensino do português aos quatro cantos do mundo e instrumentos \”de ponta\” para o ensino das ciências exactas subscrevem o tema da exposi-ção e mostram o Colégio do Es-pírito Santo como uma \”casa\” que, desde a sua fundação, es-teve na linha da frente no que diz respeito ao ensino e à for-mação.

A exposição pode ser visitada de 2.ª a 6.ª, das 10h às 13h e das 15h às 17h, e aos sábados das 10h às 12h. w

Exposição até 2 de Janeiro

Livros e instrumentos raros no Palácio do Vimioso contam os 450 anos da Universidade de Évora

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Redação

A história da UE contada através de testemunhos antigos.

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Paulo Nobre

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18 18 Novembro ‘10

8 9 5 4

3 9 8 2

7 6 1

3 8

5 6 3

2 7

9 6 2

8 2 9 4

3 6 2 7

SUDOKU

Nota: O objectivo do jogo é completar os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha, grade e coluna.

Lazer

Filme do Desassossego

Sugestão de filme Sugestão de leitura

Realização: João Botelho

Sinópse:

Carta Dominante: O Louco, que significa Excentricidade.Amor: Sentir-se-á muito alegre e bem-disposto. Aproveite bem este momento.Saúde: Esteja mais atento às suas neces-sidades fisiológicas. Consuma alimentos ricos em ferro. Controle o seu sistema nervoso para que a sua saúde não saia prejudicada.Dinheiro: Assuma com responsabilidade os seus compromissos profissionais. Honre a sua palavra.Número da Sorte: 22Dia mais favorável: Quarta-feira

Carta Dominante: A Roda da Fortuna, que sig-nifica que a sua sorte está em movimento.Amor: Opte pela tolerância para resolver os seus problemas afectivos. Veja-a como uma virtude. Motivos familiares podem deixá-lo de mau hu-mor. Não se deixe abalar, resolva as coisas com calma.Saúde: Faça uma alimentação mais equilibrada. O seu organismo agradecer-lhe-á.Dinheiro: Semana muito favorável sob o ponto de vista profissional. O seu trabalho será reconhecido.Número da Sorte: 10Dia mais favorável: Quarta-feira

Carta Dominante: Ás de Espadas, que signi-fica SucessoAmor: Controle os ciúmes. Não seja tão pos-sessivo com a pessoa amada pois esta pode sentir-se sufocada. Dê-lhe espaço para se movimentar.Saúde: Pratique um desporto relacionado com a água. O seu organismo necessita do contacto com este elemento para se sentir bem e equilibrado.Dinheiro: Poderá enfrentar uma situação difícil no seu ambiente laboral. Procure estar longe dos conflitos.Número da Sorte: 51Dia mais favorável: Sexta-feira

Carta Dominante: Morte, que significa Renovação.Amor: Evite conflitos com familiares por causa de assuntos financeiros. Dê um passo de cada vez em prol da harmonia.Saúde: Sentir-se-á cheio de energia e vi-talidade. Aproveite para praticar exercício físico.Dinheiro: Procure não exigir tanto dos ou-tros. Invista num negócio, pois o seu sector financeiro está bastante favorecido.Número da Sorte: 13Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: Valete de Paus, que signi-fica Amigo, Notícias Inesperadas.Amor: Contribua para a harmonia familiar com uma boa base de compreensão. Não acre-dite em boatos sobre uma pessoa da sua fa-mília. Procure saber a verdade através de uma conversa com a pessoa sobre quem falam.Saúde: Avalie o seu estado de saúde de uma for-ma consciente. Procure o seu médico de família.Dinheiro: O seu desempenho profissional será recompensado. Boas notícias a nível fi-nanceiro. Não desperdice oportunidades.Número da Sorte: 33Dia mais favorável: Quinta-feira

Carta Dominante: Cavaleiro de Ouros, que sig-nifica Pessoa Útil, MaturidadeAmor: Trabalhe mais o seu lado espiritual, pois isso vai ser bastante útil para controlar os seus impulsos. Saúde: Procure fazer uma vida mais saudável. Alie a alimentação equilibrada à prática de exer-cício físico.Dinheiro: Uma promoção poderá recompensar o seu esforço. A partir de agora aja de forma a cor-responder a este voto de confiança.Número da Sorte: 76Dia mais favorável: Quinta-feira

Carta Dominante: 4 de Espadas, que signi-fica Inquietação, agitaçãoAmor: Combine um jantar onde possa reunir todas as pessoas que são importantes para si. Ajudá-lo-á a sentir-se melhor.Saúde: Evite abusar do café, pois pode pro-vocar-lhe fortes dores abdominais.Dinheiro: Mostre o que vale e será bem su-cedido. Não tema demonstrar as suas verda-deiras capacidades.Número da Sorte: 54Dia mais favorável: Terça-feira

Carta Dominante: 7 de Espadas, que sig-nifica Novos Planos, InterferênciasAmor: Os laços familiares fortalecer-se-ão e a paixão vai tomar conta de si.Saúde: Beba sumos naturais para fortale-cer o organismo com vitaminas.Dinheiro: Rentabilize o seu dinheiro e invista em algo que lhe permita amealhar alguns lucros.Número da Sorte: 57Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: 9 de Copas, que significa VitóriaAmor: Entenda os pontos de vista do seu par e procure entender que cada pessoa tem a sua própria personalidade.Saúde: Viverá momentos de grande agi-tação mental. Tire uma hora no final do dia para relaxar.Dinheiro: Dê mais valor às relações entre os colegas. O bom ambiente ajuda a aumentar a qualidade do trabalho.Número da Sorte: 45Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: 9 de Paus, que significa Força na AdversidadeAmor: Um pequeno desentendimento poderá fazer com que ponha em risco uma amizade de longa data. Mantenha a calma.Saúde: O seu descontentamento com a sua silhueta levá-lo-á a pensar seriamente em fazer uma dieta.Dinheiro: A sua força de vontade será determinante para ultrapassar um desafio profissional. Continue empenhado.Número da Sorte: 31Dia mais favorável: Sábado

Carta Dominante: 10 de Espadas, que signi-fica Dor, EscuridãoAmor: Procure passar mais tempo com a sua família. Será benéfico para todos.Saúde: Tendência para algum mau humor e irritabilidade. Faça exercícios de auto-contro-lo. Cuidado com o que come, corre o risco de ter uma crise de fígado.Dinheiro: Aprenda a ser um bom gestor das suas poupanças. Aos poucos irá ver a diferença na sua conta. Não seja demasiado tolerante. Podem aproveitar-se da sua boa vontade.Número da Sorte: 60Dia mais favorável: Domingo

Carta Dominante: 4 de Copas, que signi-fica DesgostoAmor: Torne os seus sonhos em realidade, declarando o seu amor à pessoa que preen-che o seu coração.Saúde: Semana sem grandes problemas ao nível da saúde. Mantenha o equilíbrio.Dinheiro: Avalie bem as suas potenciali-dades, pois as mudanças de ocupação estão favorecidas. Lute pelos objectivos que pre-tende atingir a nível profissional.Número da Sorte: 40Dia mais favorável: Quarta-feira

Carneiro

HORÓSCOPO SEMANAL

Balança

Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 17Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 18Horóscopo Diário Ligue já!

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760 30 10 22

Touro Gémeos

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760 30 10 11Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 12Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 13

Caranguejo Leão Virgem

Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 14Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 15Horóscopo Diário Ligue já!

760 30 10 16

Escorpião Sagitário Capricórnio Aquário Peixes

Um em cada cinco dos políticos que determinaram a economia nacional nos últimos 30 anos pas-sou pelo BCP, num processo de “promiscuidade” exposto pelos autores do livro “Os Donos de Portugal”, apresentado em Évo-ra na semana passada. A denúncia da “promiscuidade” entre a finança e a política é o objecto do livro “Os Donos de Portugal – Cem anos de poder económico (1910-2010)”, que Cecília Honório apresentou em Évora no dia 13, na Livraria Ler com Prazer. Para a co-autora, trata-se antes de mais de um ensaio sobre um século de estreito “compa-drio” entre as grandes fortunas e a política em Portugal. A obra, publicada recentemente pelas Edições Afrontamento, é assinada por destacadas figuras do Bloco de Esquerda, nomea-damente Francisco Louçã, Luís Fazenda, Fernando Rosas, Jorge Costa e Cecília Honório. Segundo os autores, um em cada cinco dos ministros e secretários de Estado que decidiram da economia nacional nos últimos 30 anos passou pelo conselho de administra-ção do BCP, o que dá para entender que a Finança e o poder polí-tico foram sempre “irmãos gémeos” no processo de acumulação de capital em Portugal.

Os Donos de Portugal

Sinópse:

Telefone: 21 318 25 91 E-mail: [email protected]

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Lisboa, hoje. Um quarto de uma casa na Rua dos Douradores. Um homem inventa sonhos e estabe-lece teorias sobre eles. A própria matéria dos sonhos torna-se física, palpável, visível. O pró-prio texto torna-se ma-téria na sua sonoridade musical. E, diante dos nossos olhos, essa mú-sica sentida nos ouvidos, no cérebro e no coração, espalha-se pela rua onde vive, pela cidade que ele ama acima de tudo e pelo mundo inteiro. Filme desassossegado sobre fragmentos de um livro infinito e armadilhado, de uma fulgurância quase demente mas de genial claridade. O momento solar de criação de Fernando Pessoa. A solidão ab-soluta e perfeita do EU, sideral e sem remédio. Deus sou eu!, também escreveu Bernardo Soares.

PITE - Rua Circular, Lt. 177005-841 Évora

M - 925 489 876T - 266 701 [email protected]

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19

Ciência

Até ao próximo dia 26 de Dezembro pode ser vista na Igreja de S. Vicente, em Évora, uma exposição de pintura e desenho, intitulada \”Incidentes\”, da autoria de José Maria Pinto Barbosa.Nesta mostra são apresentadas pinturas produzidas por José Maria Pinto Bar-bosa nos últimos dois anos e desenhos de 2006 a 2010. Segundo o autor “os desenhos têm intenções diferentes das pinturas, tendo como objectivos traduzir, através da filigrana do desenho, ambien-tes oníricos, onde a memória vai ditando expressões diversas”. José Maria Pinto Barbosa nasceu em Lisboa em 1935 e vive em Évora desde 1980. Foi aluno de Armando de Lucena, do qual tomou o gosto pelo desenho de paisagem. Expõe obras de pintura e desenho desde 1961, participando desde então em inúmeras exposições colectivas e individuais. Arquitecto de carreira, entre 1980 e 1995 foi professor de Desenho na Universidade de Évora dos cursos de Arquitectura Paisagística. Actualmente dedica-se em exclusivida-de à produção artística.A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10:00 às 13:00 e das 15:00 às 19:00, sábados e domingos das 15:00 às 19:00, e encerra às segundas-feiras.

Exposição \”Incidentes\” na Igreja de S. Vicente

A Assembleia Geral da Associação “Per-petuar Tradições”, reunida na semana passada, aprovou o Regimento Interno, votou o montante da jóia e da quota anual, discutiu a actividade a desenvolver ainda durante o ano de 2010, e elegeu os Corpos Sociais.A Mesa da Assembleia Geral é presidi-da por Adel Sidarus, e conta ainda com Manuel Branco e Joaquim Palminha Silva. Para a Direcção, presidida pelo artesão Tiago Cabeça, foram também eleitos António Carmelo Aires, João Andrade Santos, Celso Mangucci, e José Miguel Sampaio. O Conselho Fiscal é formado por Jorge Lourido, Carolina Páscoa, e Marcial Rodrigues.A “Perpetuar Tradições”, cuja criação teve origem no movimento em defesa do antigo Museu do Artesanato de Évora, refere em comunicado que “vai dedicar as últimas semanas de 2010 à instalação física e administrativa da Associação. Mas não vai esquecer a intervenção no campo da informação em defesa do projecto do Centro de Artes Tradicionais, bem como uma diplomacia activa junto das entidades políticas e administrativas que podem ter influência no caso”.“A Associação vai ainda abrir uma frente de trabalho virada para a divulgação de temas ligados à cultura popular, ao artesanato, e ao meio rural, mobilizando para o efeito o apoio técnico e científico adequado”, diz em nota à imprensa.

“Perpetuar Tradições” elegeu Orgãos Sociais

O Dia Nacional da Cultura Cien-tífica, 24 de Novembro, foi insti-tuído em 1997 para comemorar o nascimento de Rómulo de Carvalho e divulgar o seu traba-lho que muito contribuiu para a promoção da cultura científica e para o ensino da ciência.

Durante a semana de 22 a 28 de Novembro, instituições cien-tíficas, universidades, escolas, associações, museus e Centros Ciência Viva de todo o País abrem as suas portas ao público para comemorar a Semana da Ciência e da Tecnologia.O Centro Ciência Viva de Estre-moz festeja esta semana com diversas actividades científicas e lúdico-pedagógicas, onde o tema central será Uma viagem ao fundo do oceano.Nos dias 23 e 24 de Novembro serão apresentadas duas vídeo-

conferências na Escola Secun-dária Rainha Santa Isabel que se intitulam Em directo do fundo do oceano e Montanhas e planícies do fundo do ocea-no.Também no dia 24, nos claus-tros do CCVEstremoz, irá decor-rer uma exposição de t-shirts alusivas ao concurso de ilus-tração científica Uma viagem ao fundo do oceano…500 mi-lhões de anos à actualidade (regulamento disponível em www.estremoz.cienciaviva.pt). No dia 25 algumas das escolas do ensino básico, irão apresen-tar no Centro de Ciência Viva, histórias e experiências cientí-ficas sobre os oceanos.No dia 26, pelas 11:00 é inau-gurada uma nova exposição no Centro Ciência Viva de Es-tremoz, Rovin dos mares, uma viagem ao fundo do oceano, a

qual foi idealizada em parce-ria com o EMEPC- Estrutura de Missão Para a Extensão da Plataforma Continental. Rovin dos mares vai levar os visitantes numa es-pectacular viagem pelas mais recentes descober-tas nos oceanos. Durante o dia, irão ainda decor-rer, na escola básica 2+3 Sebastião da Gama, ac-tividades experimen-tais sobre o tema Time for nano – O TAMANHO CONTA.O “mercado do sábado” já uma tradição na cidade de Estre-moz. No dia 27, os visitantes, irão questionar-se Como des-cobrimos o fundo do oceano?. Actividades experimentais, muitas respostas e surpresas irão divertir os mais curiosos.Vinte mil léguas submarinas de Júlio Verne, é a história que irá pôr muitas cabeças a

pensar. No dia 28 irá realizar-se uma sessão extra de con-tos no espaço Bookcrossing - CCVEstremoz. Para os mais aventureiros, o Centro Ciência convida para um passeio De BTT pelos Mares de Estremoz. Neste dia, irá ainda ser nome-ado o vencedor do concurso de ilustração científica. w

De 22 a 28 de Novembro, em Estremoz

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APOIO

Centro Ciência Viva propõe “Uma viagem ao fundo do oceano”

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Carlos Júlio

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20 18 Novembro ‘10

Roteiro Para divulgar as suas actividades no roteiroEmail [email protected]

Évora

MASSAGEM AyURVEDANovembro de 2010 | Horário: por marcação com a terapeuta Catarina Mota |Preço: 30€ | Inf: 925 811 846 | 934 570 821 | Email: [email protected] | Site: www.circulos-detransformacao.com | Organização: Círculos de Transformação

Évora

CONVERSAS NA PRAçA | A CRISE20 de Novembro de 2010 | 16h.00Sede da SHE | Praça do Giraldo, 72 | Évora | Informações: 266 746 874 Email: [email protected] | Site: www.she.pt | Entrada Livre

A Crise entrou no quotidiano dos por-tugueses. Instalou-se na política,na economia, na justiça e em toda a parte. Estamos realmente em crise? Convidado especial: Manuel Branco (Universidade de Évora)

Évora

TERTúLIA GERAçãO SANDUíCHE18 de Novembro de 2010 | 21:30 | Localização: Fórum Eugénio de Almei-da | Rua Vasco da Gama, 13 | ÉvoraInf: 266 748 350 | Email: [email protected] | Site: www.fundacaoeugenio-dealmeida.pt

Emergiu em Portugal “a Geração Sandwich”- adultos no activo, maio-ritariamente do sexo feminino, que enfrentam o dilema de cuidar de duas gerações (pais idosos e filhos adultos).Entrada Livre Vendas Novas

ZATCHIN’S (TEATRO)19 de Novembro de 2010 | 16h.00 | Localização: Auditório Municipal de Vendas Novas | Pelo Grupo de Teatro Juvenil de Vendas Novas |

Uma busca pela criatividade, expres-são, fantasia e movimento, é o gran-de objectivo desta peça chamada zatchin’s. A partir de exercícios de im-provisação, esta peça mistura o real com o absurdo.

Redondo

PINTURAS DE BáRBARA STAMMEL20 de Novembro de 2010 a 30 de Ja-neiro de 2011 | Localização: Sala dos Passos Perdidos, Convento de S. Pau-lo, Redondo |Espaço Arcana 2010

Estremoz

HIGH HEEL PASSENGERDe 21 de Novembro de 2010 a 22 de Janeiro de 2011 | Localização: Galeria Municipal D. Dinis

High Heel Passenger é um projecto baseado no tráfico humano para a indústria do sexo e no rápido cresci-mento desta forma de escravatura.

Évora

SEVILHANAS| FLAMENCOÀs Quartas-Feiras | Horário: 19:00 – 20:00 | iniciado | 20:00 – 21:00 | Intermédio| 21:00 – 22:00 | Flamen-co | PREÇO: 25€/mês + seguro | Lo-calização: Espaço Celeiros | Rua do Eborim, 18

Aulas de sevilhanas com o professor Raul Morales onde se trabalharão técnica, “compás” e os diferentes estilos. Aulas divertidas e dinâmicas. Venha aprender a dançar connosco.

Redondo

PA’ MI SE QUEA20 de Novembro de 2010 | Dança Etnográfica|Flamenco | 20h.00 | Lo-calização: Igreja Velha do Convento de S. Paulo

Interpretação: Maribel Ramos “La zambra”. Espectáculo de dança fla-menca promovido em colaboração com a Fundação Cristina Heeren de Arte Flamenco (Sevilha).

Redondo

FERNANDO TORDO20 de Novembro de 2010 | Popular | Ligeira | 21h30 | Localização: Auditó-rio de Redondo | Bilhete: 5 euros

À sólida carreira de cantor, durante a qual gravou dezenas de álbuns e par-ticipou em vários festivais RTP da Can-ção e Eurovisão.

Montemor

NOITE DE FADOS20 de Novembro de 2010 | 21h30Localização: Cine-Teatro Curvo Se-medo, Montemor | Angariação de fundos para a Associação de Amigos Unidos pelo Escoural

MúSICA DANçAEXPOSIçãO OUTROS PALCOS

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Desporto

O Desportivo de Portel, detentor da Taça da Associação de Futebol de Évora, teve grandes dificuldades para passar à terceira eliminatória da edição 2010/11 desta com-petição. Na deslocação ao terreno do Lavre, só no prolongamento conseguiu a vitória por 3-4. Também para o Redondense, um dos líderes do distrital, apesar do resultado (3-1), não foi fácil ultrapassar, mesmo em casa, o Arraiolense, já que no final dos 90’ o resultado era de empate a uma bola.Ao contrário, o Monte Trigo que recebeu o S. C. Brotense, venceu facilmente por 9-1, enquanto em Estremoz, o Calipolense ven-deu cara a derrota perante o Perolivense: com 2-2 após os 120 minutos, foi necessário recorrer à marca de grandes penalidades para se conhecer o vencedor. Foram mais felizes os forasteiros que no final somaram 7 golos, contra seis dos da casa.De resto, Oriolenses, Sporting de Viana e Canaviais, da Divisão de Honra Distrital, impuseram-se aos adversários do escalão inferior, respectivamente, Fazendas do Cortiço (2-0), S. Manços (2-0), e Luso Morene (1-0). O FC Estremoz, a jogar fora de casa, eliminou o Corval por duas bolas a uma.

Os infantis A do Lusitano venceram, na 4ª jornada do campeonato distrital, o Alca-çovas (3-1), equipa com quem partilhava o primeiro lugar. Com este resultado os «Matraquilhos», isolaram-se no comando, contando por vitórias os jogos disputados.

O Évora Clube de Rugby, na oitava jornada do campeonato nacional da I divisão, recebeu e venceu o «quinze» do CDUP, por 31-13 e isolou-se no comando da prova com 24 pontos.O Montemor que folgou esta semana, tem 16 pontos, os mesmo que o CDUP, menos quatro do que o Cascais que é o segundo classificado.Na próxima jornada os dois clubes alente-janos vão voltar a medir forças, desta vez em Montemor-o-Novo. Lembre-se que na primeira volta, a equipa de Évora impôs-se aos «muflons», por 27-24.

A dupla de pescadores Joaquim Lopes / João Grosso, do Clube Eborense de Amado-res de Pesca Desportiva, sagrou-se, no pas-sado fim-de-semana, campeão do mundo por equipas no VI Campeonato do Mundo de Pesca ao Achigã Embarcado, integrando a selecção portuguesa da especialidade.Individualmente, a dupla alentejana tam-bém chegou ao pódio tendo-se classificado no terceiro lugar.A selecção lusa era composta, para além dos já citados, pelas duplas Sérgio Sequeira / Sil-vestre Pinto (4º na geral individual) e Pedro Felix / Paulo Ramos (8º).Os vencedores individuais foram os irmãos mexicanos Alex e Olaf Munch, seguidos pela dupla croata Sinisa Pavlinic /Josip Pesigos.Na classificação por equipas, entre doze paí-ses – um recorde de participantes – Portugal foi primeiro à frente da Itália, medalha de prata e da Alemanha, medalha de bronze.

Taça de Évora

Infantis

Râguebi

Pesca ao Achigã Embarcado

Portel passa dificuldades

Lusitano imparável

Évora lidera I Divisão

Dupla eborenses campeã do Mundo

Mesmo com o goleador Sebas-tien sentado no banco, o Ju-ventude mostra recursos para vencer.

No passado domingo, no San-ches de Miranda, perante o Carregado, os pupilos de Mi-guel Ângelo, ganharam por uma bola a zero e isolaram-se no segundo lugar da série Sul, da II Divisão, atrás do Atlético, próximo adversário dos ebo-renses para o campeonato.O Juventude entrou bem no jogo e logo aos 20’, Carlos Mota, num cruzamento/re-mate marcou o golo que va-leu três pontos e deixou para trás o Operário que, em Faro, não foi capaz de fazer melhor do que empatar a duas bolas com os «leões» algarvios.No próximo domingo, não há campeonato, mas o Juven-tude tem a hipótese de fazer história se eliminar o Santa Maria, de Barcelos, e atingir a 5ª eliminatória da Taça de Portugal, feito que o clube alentejano só conseguiu por uma vez, na já longínqua épo-ca de 1981/82.É, pois, de prever uma boa

casa, no Sanches de Miranda, para apoiar a equipa e levá-la à vitória na esperança que na próxima eliminatória o sor-teio ponha um «grande» no caminho do Juventude.

Caderneta de cromos

O Juventude, em parceria

com a empresa Plantel, lan-çou uma caderneta de cromos que se revelou um êxito ime-diato. Nos três primeiros dias de venda ao público, pratica-mente que as cadernetas e os cromos se esgotaram nos oito pontos de venda espa-lhados pela cidade: Bar do

Futebol Juvenil, Secretaria, Papelaria Pereira, Doce Ten-tações, Staff Juv Kids, Ca-fetaria Girassol, Cervejaria Penalty e Restaurante Fran-gão. A procura foi tanta que, durante o fim-de-semana, foi necessário imprimir mais material para satisfazer os coleccionadores. w

II Divisão Nacional

Juventude isola-se no segundo lugar e pode fazer «história» na Taça

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Aníbal Fernandes

Juventude recebe Domingo o Santa Maria, de Barcelos, em mais uma eliminatória da Taça de Portugal.

A Associação de Futebol de Évora tem já abertas as ins-crições para o Curso de Trei-nadores que decorrerá entre os meses de dezembro e fe-vereiro.

Os Cursos de Treinadores, cuja responsabilidade é da Federação Portuguesa de Futebol através do seu Se-tor de Formação, são orga-nizados com a colaboração com a Associação Futebol de Évora.As aulas teóricas serão le-cionadas num dos auditó-rios da UE, enquanto que as aulas práticas irão ser re-alizadas no Complexo Des-portivo do Lusitano Ginásio Clube.O curso está planeado para o máximo de 40 candidatos. Previamente são reserva-

das 15 vagas para alunos da UE e as restantes 25 para o público em geral. Se as va-gas destinadas para os alu-nos da UE não forem total-mente preenchidas, poderão ser utilizadas pelos restantes interessados.A data limite de inscrição é

até ao dia 30 de novembro 2010.Os Candidatos têm de ter no mínimo 18 anos e a escola-ridade mínima obrigatória em função da data de nas-cimento. As candidaturas são efetuadas na sede da Associação através de um

impresso próprio, acompa-nhado de uma fotografia do candidato e de uma fotocó-pia do documento oficial deidentificação.As aulas serão realizadas às 2ª, 4ª e 6ª feiras das 20h30 às 23h30 durante os meses de dezembro, janeiro e feverei-ro e os participantes neste Curso de Treinadores de 100 horas não poderão ultrapas-sar 20% da carga letiva total.Todos os candidatos devem fazer um Estágio Pedagó-gico baseado no acompa-nhamento técnico de uma equipa de um clube à sua escolha, durante quatro semanas,incluindo a obser-vação de 4 jogos.Os candidatos elaboraram depois um relatório indivi-dual relativo ao Estágio Pe-dagógico, que constitui mais um elemento de avaliação. w

Curso Treinadores de FutebolPaulo Nobre

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OUTROS

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(à excepção dos módulos). Basta enviar uma mensagem com o seu classificado para o Mail.: [email protected]ÁRIO

Director Nuno Pitti ([email protected])Propriedade Nothing Else-.meios&comunicação; Contribuinte 508 561 086 Sede Travessa Ana da Silva, n.º6 -7000.674 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 730847 Administração Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Departamento Comercial ([email protected]) Redacção Carlos Júlio; José Pinto Sá ([email protected]); Paulo Nobre Paginação Arte&Design Margarida Oliveira ([email protected]); Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal ([email protected]) Colaboradores Carlos Moura; Capoulas Santos; Sónia Ramos Ferro; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição Transportes Conchinha ([email protected])

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Desporto5ª Gala do Desporto

85 atletas distinguidos em Reguengos de Monsaraz

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O Évora Andebol Clube (EAC), nos 23 anos que leva de vida, já deu ao andebol português cerca de uma dezena de internacionais em vários escalões. No entanto, esta época, decidiu «suspender» a actividade da equipa sénior, não só devido a razões de ordem fi-nanceira, mas também para rees-truturar a colectividade e prepará-la para o futuro.

Paulo Balsa é presidente do EAC há cerca de ano e meio, mas está ligado à colectividade pratica-mente desde a fundação, quer como atleta quer como treina-dor e dirigente.Confrontado pelo REGISTO com a suspensão da actividade dos seniores – que disputavam a II Divisão Nacional - afirmou que «foi preciso muita coragem para tomar esta decisão, mas encará-mos a situação com toda a se-riedade». Segundo o presidente do EAC, só para a inscrição dos seniores seriam necessários cer-ca de 7 mil euros a que se jun-tariam, obrigatoriamente, mais 4 mil para as camadas jovens o que, «neste período de crise, e com o pouco empenhamentos das entidades oficiais e patroci-nadores», seria um encargo de-masiado elevado e que poderia

pôr em risco o futuro do clube.Perante esta situação, decidiram aproveitar este período de «va-cas magras» para reestruturar o clube, e preparar o futuro da modalidade: as equipas de bam-bis, minis, infantis, iniciados e juvenis que agora existem são a garantia de que «daqui a dez anos poderá voltar a haver em Évora» uma equipa sénior capaz de ombrear com as melhores a nível nacional.A esse propósito, Paulo Balsa faz questão de lembrar que o EAC «é um clube com história e respeitado entre a comunidade andebolista portuguesa». E não é por acaso que Ricardo Ando-rinho – durante anos o melhor andebolista nacional – nasceu para o andebol na cidade de Diana, bem como Ricardo Can-deias ou Hugo Laurentino, res-pectivamente, guarda-redes do Benfica e do FC Porto.No entanto, o panorama actual não é de todo brilhante: «só te-mos meia dúzia de miúdos com dez anos de andebol», revela o presidente que, por esse motivo, acha que os técnicos Emanuel Silveira, Domingos Serrano, Lí-dio Fernandes e Sérgio Cabral vão ter muito que trabalhar para «preparar a próxima forna-da de atletas de competição» do

Évora Andebol Clube.O projecto é a dez anos, e sem prejuízo de avaliações intermé-dias «o grande balanço será feito quando estes miúdos chegarem a seniores», afirma, acrescentando que não acabaram com os senio-res «havemos de voltar», promete.Apesar de tudo, o EAC tem neste momento dois atletas convoca-dos para a Selecção de Talentos, o que vem dar motivação e força para continuar a trabalhar.A falta de um espaço em que o EAC possa desenvolver toda a sua actividade, também é apon-tado por Paulo Balsa como um handicap ao crescimento do clube. Tem uma sede cedida pela Câmara Municipal, mas são obrigados a treinar em vá-rios espaços. Quanto a um pavilhão pró-prio Balsa revela que «há ter-reno, há projecto, mas falta o dinheiro e gente para tra-balhar». Aliás, o presidente faz um apelo veemente «aos antigos praticantes, para que regressem ao clube, nem que seja só às bancadas». Para o di-rigente do EAC «a vida da co-lectividade confunde-se com a vida pessoal de cada ex-atle-ta e só assim o EAC faz sentido existir» diz, desafinando-os a «participar» na vida do clube.

O presidente lamenta o desin-teresse dos associados referin-do que de mil inscritos apenas cerca de uma centena pagam quotas. «A maior mágoa é que são pessoas que cresceram com o clube», lamenta-se, revelando que por cada cem cartas envia-das a pedir para regularizarem a quotização, apenas recebem três ou quatro respostas positivas.Os cerca de cem jovens prati-cantes, entre os 3 e os 18 anos, só continuam a competir graças ao «investimento de alguns ele-mentos da direcção, da ajuda de alguns sócios que ainda se revê-em nos princípios e tradições do clube e do apoio incondicional dos pais», lê-se no site do clube uma forma de fazer chegar a mensagem aos adeptos e simpa-tizantes do EAC.Chegados aqui, há que referir o significativo aumento de atletas nos escalões de bambis e minis (cerca de 50) que «fruto da par-ceria com a Câmara Municipal de Évora no programa «Jogar+» se estão a iniciar na modalidade.Neste primeiro ano de «travessia do deserto», uma coisa é certa: tudo está a ser feito para que Évo-ra, daqui a uns anos possa volta a dar ao andebol português mais uma mão cheia de internacio-nais. w

Évora Andebol Clube deixa seniores em suspenso

Regresso à formação

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Aníbal Fernandes

A 5ª Gala do Desporto do Alentejo Central vai decorrer no dia 20 de Novembro, pelas 21h, no Pavilhão Multiusos do Parque de Feiras e Exposições de Reguengos de Monsaraz.

Neste evento vão ser homenagea-dos 85 desportistas que se des-tacaram no desporto nacional e internacional, entre os quais oito atletas de Reguengos de Monsaraz das modalidades de futebol, atle-tismo, hipismo e trampolins. A Gala do Desporto integra também as actuações musicais do Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz e do Grupo Rayos, seguindo-se a partir da meia-noite um convívio com todos os atletas.Esta iniciativa organizada pela Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, com o apoio do Município de Reguengos de Monsaraz, tem como objectivo valorizar a prestação dos atletas que durante a época desportiva 2008/2009 projectaram o desporto da região e contribuíram para o desenvolvimento desportivo dos seus concelhos. Os desportistas que vão ser laureados obtiveram lugares no pódio em campeona-tos e torneios de nível nacional e internacional, sendo igualmente merecedores de homenagem os atletas que integraram a selecção nacional nesta época desportiva ou participaram em competições inter-nacionais ao mais alto nível, como campeonatos europeus, mundiais, olímpicos ou paraolímpicos.José Calixto, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Mon-saraz considera que “é uma honra para o Município receber esta importante cerimónia que home-nageia os campeões do Alentejo Central, pois é fundamental va-lorizarmos e prestarmos o devido reconhecimento a todos os atletas que se destacam no desporto na nossa região”.

Teresa Aleixo-vencedora Taça de Portugal de Ensino2009

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SEMANÁRIO

Sede Travessa Ana da Silva, n.º6 -7000.674 Évora Tel. 266 751 179 Fax 266 730 847Email [email protected]

ÉvoraQuinta-feira Sábado

Sexta-feira Domingo

Max. 15 Max. 14

Max. 15 Max. 12

Min. 5 Min. 8

Min. 6 Min. 7

O presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, defendeu terça-fei-ra, em Évora, que é “fundamental” um “acordo político rápido” em relação ao Orçamento do Estado para 2011 para que Portugal possa “dar garantias aos mercados externos”.

“Portugal está a ser pressionado por causa do problema orçamental” e este “é um problema que tem que ser resolvido entre os políticos por-tugueses”, disse Ricardo Salgado, acrescentando que “é fundamental que haja um acordo político rápido [sobre o OE2011], que não seja só na generalidade, mas também na espe-cialidade”.Depois, acrescentou Ricardo Salga-do, esse mesmo acordo político deve traduzir-se “em medidas concretas de execução do orçamento, as quais necessitam “de apoio também dos outros partidos”.“Não tenho dúvida de que um acordo partidário mais amplo, e nesse aspeto o ministro Luís Amado tem razão, até pode ser um ‘acordo de cavalheiros’, deve ser feito para dar garantias aos mercados externos”, sublinhou.Questionado pela Agência Lusa, à margem duma cerimónia na Uni-

versidade de Évora, em que o BES patrocina a Cátedra de Energias Re-nováveis, Ricardo Salgado frisou que a questão orçamental do país deve ser resolvida, para bem da imagem de Portugal junto dos mercados ex-ternos.Para o presidente do BES, existe o risco de, “se a Irlanda entrar dentro do programa de apoio do pacote eu-ropeu e também do apoio do FMI, Portugal fica o primeiro na lista para poder ser pressionado também”.

“Mas Portugal é diferente da Irlan-da”, insistiu Ricardo Salgado, expli-cando que este país está também com “uma contração económica” e, pelo contrário, a economia portu-guesa que “está a crescer”.“Acho que temos condições de sair pelo nosso próprio pé, o que seria uma prova formidável para as as-pirações de Portugal como país res-peitado e respeitador dos seus com-promissos europeus”, vaticinou, rematando: “Sem o FMI”. w

Ricardo Salgado, presidente do BES, em Évora

“Temos que resolver a crise sem o FMI”

Banqueiro Ricardo Salgado financia Cátedra da Universidade de Évora.

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“Antígona em Nova York”, o espectáculo que A Bruxa Teatro estreia hoje, dia 18, toma como ponto de partida o clássi-co de Sófocles, para con-tar a história de três sem-abrigo vivendo ao relento numa cidade dos nossos dias.O autor polaco-america-no Janusz Glowacki nar-ra as peripécias de Ani-ta, uma porto-riquenha sem-abrigo que tudo faz para resgatar o cadáver de um companheiro morto de frio, a fim de lhe dar uma sepultura condigna. “É certo que há uma quantidade surpreenden-te de humor nas palhaça-das dos três sem-abrigo

que vivem num parque da cidade de Nova York”, escreveu a crítica Amy Reiter, precisando porém que “a sua situação é, em última instância, inevita-velmente trágica”.Com encenação e direc-ção de actores de Figueira Cid, e cenário e figurinos de Miguel Mocho, a peça é interpretada por Antó-nio Abernú, Figueira Cid, Lucília Raimundo, Pedro Estima.“Antígona em Nova York” estreia hoje e permanece em cena até 11 de Dezem-bro, com espectáculos de quarta a sábado pelas 21h30, nas ruínas da Er-mida de S. Bartolomeu, à Porta de Avis, em Évora. w

Estreia hojeA Bruxa Teatro revisita“Antígona em Nova York”

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Carlos Júlio/Lusa