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REUNIÃO PLENÁRIA DE 31 DE JULHO Presidente: Exmo. Sr. José Miguel Jardim de Olival Mendonça Secretários: Exmos. Srs. Rui Miguel Moura Coelho Ana Mafalda Figueira da Costa Sumário O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão às 9 horas e 30 minutos. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA:- Deu-se início aos trabalhos com a continuação dos pedidos de esclarecimento ao Sr. Deputado Vicente Pestana (PSD), no âmbito da intervenção política produzida ontem, tendo usado da palavra para o efeito os Srs. Deputados Gualberto Fernandes (PSD), Hélder Spínola (PND), Agostinho Gouveia (PSD), Nivalda Gonçalves (PSD), Savino Correia (PSD), Emanuel Gomes (PSD), Vânia Jesus (PSD), Bruno Macedo (PSD) e Rafaela Fernandes (PSD). - Ainda neste período, foi aprovado por unanimidade um Voto de Saudação, da autoria do Partido Comunista Português, intitulado “40.º aniversário do primeiro 1.º de Maio celebrado em liberdade em Portugal”, Intervieram a propósito os Srs. Deputados Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Maximiano Martins (PS), Savino Correia (PSD) e Lino Abreu (CDS/PP). PERÍODO DA ORDEM DO DIA:- Na I.ª Parte prosseguiu-se com a apreciação do projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do PND, intitulado “Programa para a Prevenção de Incêndios Florestais no Arquipélago da Madeira”, apresentado nos termos do disposto da alínea e) do artigo 13.º e conjugado com o artigo 66.º do Regimento da Assembleia Legislativa, tendo usado da palavra, a diverso título, os Srs. Deputados Vicente Pestana (PSD) e Martinho Câmara (CDS/PP). Submetido à votação, o projeto foi rejeitado. - Deu-se início à II:ª Parte com a continuação da apreciação, na generalidade, do projeto de Resolução, da autoria do PSD, intitulado Pedido de parecer jurídico inconstitucionalidade por omissão artigo 64.º, n.º 3 da CRP cometida pelo Estado Português, ao não transferir os meios financeiros para fazer face aos encargos com a saúde no arquipélago da Região Autónoma da Madeira”. Após o uso da palavra pelos Srs. Deputados Carlos Pereira (PS), Jaime Filipe Ramos (PSD), Martinho Câmara (CDS/PP), Edgar Silva (PCP), Rafaela Fernandes (PSD) e José Manuel Rodrigues (CDS/PP), o projeto, submetido à votação, foi aprovado. Entretanto, ao abrigo do n.º 3 do artigo 69.º do Regimento, passou-se à III.ª Parte, com as votações finais globais das seguintes propostas de Decreto Legislativo Regional: - “Adapta à Região Autónoma da Madeira o regime constante do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho”, aprovada por maioria; …/… X Legislatura Número: 57 III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014 Região Autónoma da Madeira Diário Assembleia Legislativa

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Page 1: Região Autónoma da Madeira Diário185.17.229.66/images/stories/III.LEGISLATIVA/... · Regional, da autoria do PND, intitulado “Programa para a Prevenção de Incêndios Florestais

REUNIÃO PLENÁRIA DE 31 DE JULHO

Presidente: Exmo. Sr. José Miguel Jardim de Olival Mendonça

Secretários: Exmos. Srs. Rui Miguel Moura Coelho

Ana Mafalda Figueira da Costa

Sumário

O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão às 9 horas e 30 minutos. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA:- Deu-se início aos trabalhos com a continuação dos pedidos de

esclarecimento ao Sr. Deputado Vicente Pestana (PSD), no âmbito da intervenção política produzida ontem, tendo usado da palavra para o efeito os Srs. Deputados Gualberto Fernandes (PSD), Hélder Spínola (PND), Agostinho Gouveia (PSD), Nivalda Gonçalves (PSD), Savino Correia (PSD), Emanuel Gomes (PSD), Vânia Jesus (PSD), Bruno Macedo (PSD) e Rafaela Fernandes (PSD).

- Ainda neste período, foi aprovado por unanimidade um Voto de Saudação, da autoria do Partido Comunista Português, intitulado “40.º aniversário do primeiro 1.º de Maio celebrado em liberdade em Portugal”, Intervieram a propósito os Srs. Deputados Edgar Silva (PCP), José Manuel Coelho (PTP), Maximiano Martins (PS), Savino Correia (PSD) e Lino Abreu (CDS/PP).

PERÍODO DA ORDEM DO DIA:- Na I.ª Parte prosseguiu-se com a apreciação do projeto de Decreto Legislativo

Regional, da autoria do PND, intitulado “Programa para a Prevenção de Incêndios Florestais no Arquipélago da Madeira”, apresentado nos termos do disposto da alínea e) do artigo 13.º e conjugado com o artigo 66.º do Regimento da Assembleia Legislativa, tendo usado da palavra, a diverso título, os Srs. Deputados Vicente Pestana (PSD) e Martinho Câmara (CDS/PP). Submetido à votação, o projeto foi rejeitado.

- Deu-se início à II:ª Parte com a continuação da apreciação, na generalidade, do projeto de Resolução, da autoria do PSD, intitulado “Pedido de parecer jurídico – inconstitucionalidade por omissão – artigo 64.º, n.º 3 da CRP – cometida pelo Estado Português, ao não transferir os meios financeiros para fazer face aos encargos com a saúde no arquipélago da Região Autónoma da Madeira”. Após o uso da palavra pelos Srs. Deputados Carlos Pereira (PS), Jaime Filipe Ramos (PSD), Martinho Câmara (CDS/PP), Edgar Silva (PCP), Rafaela Fernandes (PSD) e José Manuel Rodrigues (CDS/PP), o projeto, submetido à votação, foi aprovado.

Entretanto, ao abrigo do n.º 3 do artigo 69.º do Regimento, passou-se à III.ª Parte, com as votações finais globais das seguintes propostas de Decreto Legislativo Regional:

- “Adapta à Região Autónoma da Madeira o regime constante do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho”, aprovada por maioria;

…/…

X Legislatura Número: 57

III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

Região Autónoma da Madeira

Diário Assembleia Legislativa

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito bom dia, Sras. e Srs. Deputados.

Estavam presentes os seguintes Srs. Deputados: PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA (PSD) Agostinho Ramos de Gouveia Ana Mafalda Figueira da Costa Ana Maria de Gouveia Serralha Bruno Miguel Velosa Freitas Pimenta Macedo Edgar Alexandre Garrido Gouveia Élvio Manuel Vasconcelos Encarnação Emanuel Sabino Vieira Gomes Jaime Ernesto Nunes Vieira Ramos Jaime Filipe Gil Ramos José António Coito Pita José Gualberto Mendonça Fernandes José Jardim Mendonça Prada José Lino Tranquada Gomes José Luís Medeiros Gaspar José Miguel Jardim Olival Mendonça José Paulo Baptista Fontes José Savino dos Santos Correia Maria Rafaela Rodrigues Fernandes Nivalda Nunes Silva Gonçalves Roberto Paulo Cardoso da Silva Rui Miguel Moura Coelho Vânia Andrea de Castro Jesus Vicente Estevão Pestana

CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS/PP) António Manuel Lopes da Fonseca José Lídio Figueira Aguiar José Manuel de Sousa Rodrigues José Roberto Ribeiro Rodrigues Lino Ricardo Silva de Abreu Luísa Isabel Henriques Gouveia Maria Isabel Vieira Carvalho de Melo Torres Mário Jorge de Sousa Pereira Martinho Gouveia da Câmara

PARTIDO SOCIALISTA (PS) Ana Carina Santos Ferro Fernandes Avelino Perestrelo da Conceição Carlos João Pereira Maria Luísa de Sousa Menezes Gonçalves Mendonça

…/… - “Adapta à Região Autónoma da Madeira o Decreto-Lei 167/2008, de 26 de agosto, que estabelece o regime

jurídico aplicável à concessão de subvenções públicas”, aprovada por maioria. - Novamente no âmbito da II.ª Parte, foram aprovados por unanimidade os projetos de Resolução do PCP,

denominados, respetivamente, “Reposição das 35 horas semanais aos funcionários da Assembleia Legislativa da Madeira” e “Reposição das 35 horas semanais aos trabalhadores da Administração Pública Regional”.

- Por fim, a Câmara pôs em discussão o projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do PSD, intitulado “Alteração da estrutura orgânica da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira”, apresentado com processo de urgência (aprovado).

Após o uso da palavra pelos Srs. Deputados Savino Correia (PSD), Jaime Ramos (PSD), Raquel Coelho (PTP), Carlos Pereira (PS), Hélder Spínola (PND), Edgar Silva (PCP), Rui Almeida (PAN), José Manuel Rodrigues (CDS/PP) e Roberto Vieira (MPT) o projeto, submetido à votação, foi aprovado.

Em sede de apreciação na especialidade, foram presentes à Mesa três propostas de alteração, uma do PND e duas do CDS/PP, as quais foram rejeitadas depois de intervirem os Srs. Deputados Hélder Spínola (PND), Edgar Silva (PCP), Jaime Ramos (PSD), José Manuel Coelho (PTP), Rui Almeida (PAN) e Carlos Pereira (PS).

Em votação na especialidade e em votação final global a proposta de diploma foi aprovada. O Sr. Presidente declarou encerrada a Sessão às 13 horas e 37 minutos.

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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Maximiano Alberto Rodrigues Martins Victor Sérgio Spínola de Freitas

PARTIDO TRABALHISTA PORTUGUÊS (PTP) José Manuel da Mata Vieira Coelho Raquel da Conceição Vieira Coelho

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP) Edgar Freitas Gomes Silva

PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA (PND) Hélder Spínola de Freitas

PARTIDO PELOS ANIMAIS E PELA NATUREZA (PAN) Rui Manuel dos Santos Almeida

MOVIMENTO PARTIDO DA TERRA (MPT) Roberto Paulo Ferreira Vieira

Já dispomos de quórum, declaro aberta a Sessão Eram 9 horas e 30 minutos. E iniciamos os nossos trabalhos com os pedidos de esclarecimento ao Sr. Deputado Vicente Pestana, a propósito da

sua intervenção. E, desde já, passo a palavra ao Sr. Deputado Gualberto Fernandes para formular um pedido de esclarecimento ao Sr.

Deputado Vicente. O SR. GUALBERTO FERNANDES (PSD):- Bom dia, Sr. Presidente, bom dia Sras. e Srs. Deputados.

Sr. Deputado Vicente, o Sr. Deputado ontem referiu-se acerca do deve e haver, das condições de vida que nós madeirenses vivíamos na altura do 25 de Abril. Eu que o diga, na altura em que se referiu às condições de vida lembrei-me eu, até para chegar à Madalena do Mar era pela rocha abaixo, não havia túneis, Jardim do Mar, Paúl do Mar, todas estas novas infraestruturas foram feitas depois da autonomia e pelo Governo Regional e as câmaras do PSD.

Mas, depois também dei comigo a pensar que, em 2007, o Governo Regional sentiu a necessidade de demitir-se para pôr de novo a sufrágio, a nível regional, porque o Governo da República tinha feito batota a meio do jogo, tirou-nos a meio do jogo aquilo que tinha ficado combinado aquando do início.

E é por isso que algumas das obras, algumas das infraestruturas que estavam pensadas, como chegar à Fajã da Ovelha ou ao Arco de São Jorge, estão por acabar.

Nesse deve e haver, Sr. Deputado acha que o Governo da República, como já fez o Ministro Núncio acerca da estrada para o Estreito, deve ou não deve pagar a conclusão das obras que neste momento estão inacabadas?

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Vicente Pestana, tem a palavra. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Gualberto, realmente, essa constatação que o Sr. Deputado aqui referiu devia ser do conhecimento e devia ser objeto de reflexão por todos…

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. …os políticos, mas de uma forma muito especial os Srs. Deputados desta Casa. Infelizmente, eu tenho vindo a notar

ao longo dos anos, e principalmente ao longo dos últimos anos, que os Srs. Deputados da oposição tentam fazer tábua rasa dessa realidade que existia na Madeira e não perdem uma oportunidade para, em vez de lutar pelos legítimos interesses do povo madeirense e lutar para que a República compense ou reponha as suas obrigações para com os madeirenses, porque ao longo destes anos todos, ao longo de cinco séculos esqueceu-se dos madeirenses, reprimiu-os inclusivamente e foi, de certa forma, com uma política de colonização e desrespeitosa para com o povo da Madeira que tratou esta população e esta Região.

No entanto, não vejo, e ontem o que vimos aqui foi o espelho disso, que haja sensibilidade, que haja o bom senso de exigir, da parte de todos os partidos representados nesta Casa, para com o Governo da República, que reponha essas injustiças que ao longo dos anos fez com que os madeirenses sofressem.

E como eu aqui referi e o Sr. Deputado refere… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

…na sua pergunta, na realidade o Governo da República, desde o tempo da monarquia e também já no tempo da República, esqueceu-se dos madeirenses,…

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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Apartes inaudíveis. …não fez quase nada em termos das acessibilidades, o povo madeirense vivia na miséria, vivia com extremas

dificuldades e nunca teve o mínimo de compreensão por parte da República e a República nunca investiu, como devia ser, aqui, no bem-estar dos madeirenses.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça).- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Hélder Spínola. O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Deputado Vicente Pestana, V. Exa. referiu ontem o estudo do deve e do haver e falou da exploração a que os madeirenses foram votados duramente séculos. Mas como V. Exa., com certeza, sabe, este estudo peca por defeito, porque para antes da autonomia e V. Exa. sabe muito bem que os madeirenses, inclusive ou em particular nestas últimas décadas, não foram apenas explorados por Lisboa, foram também explorados por pessoas de cá, desta ilha, deste arquipélago.

V. Exa. sabe que nas últimas décadas e hoje, ou nos últimos anos em particular, os madeirenses sofrem muito para pagar muitas despesas de outros. Os madeirenses sofrem muito, por exemplo, para pagar 5 milhões de euros por ano para os partidos que têm assento aqui nesta Casa. Os madeirenses sofrem muito para pagar 4 milhões de euros por ano para subsidiar o Jornal da Madeira. Os madeirenses sofrem muito para pagar, hoje, cerca de 4 milhões de euros por ano para três grandes clubes de futebol, para o Marítimo, para o Nacional, para o União. E os madeirenses sofrem ainda mais, hoje, para pagar 6,3 mil milhões de euros que o PSD/Madeira deixou em dívida apenas em 10 anos.

Isto sim, é que é o grande sofrimento que os madeirenses têm e que deveria merecer hoje uma atenção da parte de todos, porque…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …o sofrimento de séculos passados foi grave, foi sim senhor mas hoje em dia o que as pessoas

precisam é de resolver os problemas que têm no dia a dia, que têm hoje, no presente. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Vicente Pestana. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Hélder Spínola. Sr. Deputado,

obrigado pela sua pergunta, porque me dá oportunidade de voltar a repetir, mesmo que depois haja piadas engraçadinhas a esse respeito, que a Madeira realmente teve necessidade de se endividar para se desenvolver.

Ainda agora na pergunta anterior, o meu companheiro de partido referiu as dificuldades que tinha para se deslocar ao Funchal ou para se deslocar dentro da sua própria freguesia.

O Sr. Deputado refere-se aos investimentos, às parcerias das estradas, das vias rápidas e etc., etc., sim senhor. Olhe, no tempo a que eu me referi, para chegar de São Vicente, por exemplo, até aqui ao Funchal demorávamos 4 horas de camionete, agora faz-se isso em 25 minutos…

Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND). …e com um consumo de combustível e de materiais extraordinariamente baixo. É natural que isso tenha custos. Tem!

E ainda bem que tem. Mas o que eu referia aqui, que o PSD defende e acho que todos os deputados aqui deviam defender, todas as forças

políticas é que a dívida, ou pelo menos parte da dívida, da Região fosse incluída na dívida nacional, porque o Sr. Deputado também está a pagar e todos nós estamos a pagar as autoestradas em duplicado e em triplicado a nível nacional, está a pagar a Carris com aquela balbúrdia que o Sr. Deputado bem sabe, está a pagar a TAP, está a pagar a RTP, está a pagar uma data de coisas!

Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND). Oh! Srs. Deputado, tudo correu bem? Nem tudo correu bem! Ninguém nega isso. Agora, a Madeira tem dívida para

se desenvolver e essa dívida devia ser uma dívida nacional, porque, como este estudo bem demonstra, ao longo da história a Madeira sempre mandou dinheiro para o Continente e o Continente nunca mandou dinheiro para cá.

E ainda ontem vinha aqui o Sr. Deputado Carlos Pereira… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

…com a mentira que a Madeira já tinha sido resgatada quatro vezes. Oh! Srs. Deputados, quando? A Madeira recebeu duma vez a sua parte, a parte a que tinha direito das nacionalizações, de acordo com aquilo que a legislação estipulava e que era da mais elementar justiça. Portanto, a dívida da Madeira nem sequer devia ter discussão, devia estar integrada na dívida nacional, porque nós pagamos a dívida nacional e a nível nacional também deviam estar a comparticipar as nossas dívidas que foram, e volto a repetir,…

Risos.

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…feitas para que a Madeira se desenvolvesse e se aproximasse dos mesmos níveis de vida do Continente. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Agostinho Gouveia. O SR. AGOSTINHO GOUVEIA (PSD):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Vicente Pestana, na sua intervenção de ontem falou no deve e haver entre a Região e o território nacional. Mas se nós analisarmos esse deve e haver também é preocupante, e nós agora falando a nível nacional, esse deve e haver também é muito real entre o litoral e as regiões do interior. Portanto, aquela continuidade territorial, aquela união nacional que a Constituição tanto defende não é só entre o Continente e as regiões, neste caso a Madeira, mas também no próprio território nacional é a olhos vistos que isto não é respeitado!

Nós vemos todos os dias na comunicação social, fecha-se escolas, fecha-se centros de saúde, fecha-se tribunais, normalmente todos no interior, e isto dá origem a que as pessoas percam a sua própria identidade das suas regiões e saiam para o litoral. Isto é uma má gestão, nós temos uma má Constituição.

E a questão que lhe coloco é: acha ou não Sr. Deputado que é necessário reformar esta Constituição? Nós não só a nível territorial temos estas diferenças entre o litoral e o interior, como a nível da Região, mas temos disparates nesta Constituição que é necessário reformar. Nós tivemos uma Constituição feita na altura do 25 de Abril, nesta alteração, o País evoluiu, os tempos mudaram, a realidade hoje é diferente, é necessário fazer uma reforma desta mesma Constituição, porque nada é eterno e, portanto, não deve chocar a ninguém que se faça esta reforma, é urgente que se a faça.

Ainda ontem verificamos que o Tribunal Constitucional que deixa até ao dia 29 de julho,… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …há mais de meio ano, para tomar uma decisão e só hoje é que o Governo, que foi eleito pela

população, sabe com que linhas se pode coser, porque passamos mais de meio ano para um Tribunal que é constituído por 13 juristas, com todo o respeito que merecem, mas dão-se ao luxo de 13 pessoas de uma mesma… não são economistas, nem são de várias outras situações, mas são apenas juristas que se dão ao luxo de decidir como é que o País vai fazer em termos económicos e passa-se mais de meio ano nisto!

Oh! Sr. Deputado é ou não é urgente fazer uma reforma desta nossa Constituição? O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Vicente. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Agostinho Gouveia, eu já perdi a conta de há quanto tempo e, muito mais, de quantas vezes o PSD/Madeira vem defendendo e já defendeu essa questão da revisão constitucional.

Recordo-me, inclusivamente, que o presidente do meu partido a nível nacional, aquando do congresso do PSD/Madeira, em que foi referido a necessidade premente de rever a Constituição, no seu discurso de encerramento do congresso, o próprio presidente do meu partido dizia: não é preciso, vamos conseguir reequilibrar as contas do País, vamos conseguir fazer as reformas que são necessárias, mas não é preciso rever a Constituição.

A nível nacional não foi só ele que defendeu esta posição, foram muitos outros dirigentes políticos que também defenderam esta mesma posição. Veja-se, passado este tempo, quem é que teve razão! Agora todos se queixam, aqui d’el-rei, que a Constituição não deixa fazer as reformas.

E o próprio potencial futuro presidente do PS, que o Sr. Deputado Carlos Pereira está ali a sorrir para mim, já a pensar que ele vai ser o próximo, ele próprio nem se atreve a avançar com quaisquer sugestões ou propostas em termos de futuro…

Aparte inaudível do Sr. Carlos Pereira (PS).

Exatamente! …porque tem medo que não as possa cumprir! Porque agora aquilo que a Madeira defendia, e já há muitos anos, toda

a gente defende e o Sr. Deputado tem toda a razão. Burburinho. Portugal precisa urgentemente duma revisão constitucional tanto para poder fazer as reformas a nível nacional, mas

para mim, o que mais me interessa, e que acho mais importante… Vozes da oposição:- Eh pá!

O ORADOR:- … é que dê à Região Autónoma da Madeira os instrumentos legais e estatutários para que ela própria

possa desenvolver… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

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…as suas iniciativas legislativas, nomeadamente em termos de finanças, para que possa fazer uma reforma profunda por forma a poder desenvolver-se e a poder conseguir as receitas que necessita para poder desenvolver ainda mais esta Região.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Nivalda. A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Vicente Pestana,

ontem na sua intervenção fez questão de falar das questões financeiras da Região Autónoma da Madeira, e note-se o espanto que nesta Casa durante muito tempo discutiu-se as questões financeiras da Madeira, do cumprimento das questões financeiras da Madeira e neste momento vê-se que o interesse dos partidos da oposição é discutir mais a banana, a floresta, outras questões que divergem à volta…

Burburinho na bancada da oposição. …de outros temas. E por isso, Sr. Deputado, eu gostaria de lhe perguntar se este facto tem ou não a ver com o cumprimento que a Região

tem vindo a fazer das suas contas públicas? Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Se tem ou não a ver com uma prioridade que o Governo Regional teve de credibilizar as contas da Região Autónoma

e a comparação que devemos fazer, efetiva, do cumprimento das metas do Plano de Ajustamento aqui na Região com aquilo que está a ser feito na República? Porque durante muito tempo a Madeira foi acusada de não cumprir com nada, de ser um insucesso em termos financeiros…

Burburinho. …e agora a Região, com muita dificuldade de todos os madeirenses, tem vindo a cumprir as metas do défice e nesta

Casa deixou de ser tema, porque a República não está a cumprir, porque a República continua a fazer alertas para mais impostos, mais austeridade e aqui já a Região está em condições de ser vista a alteração da sua notação de rating para uma melhor notação…

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. …e isso é omitido aqui pela nossa oposição. A Madeira está em condições de pedir uma revisão do Plano de Ajustamento, principalmente no que refere ao imposto

do IVA e até ao momento ninguém mais falou na proposta que saiu desta Casa para fazer a revisão de baixar o IVA na restauração, que se encontra na Assembleia da República e que nem aí teve acolhimento.

Aparte inaudível de um Sr. Deputado.

E por isso, estas são as questões verdadeiras do debate, são estas as questões que chegam aos madeirenses que

deviam de ser postas em cima da mesa e não questões… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sra. Deputada.

A ORADORA:- …de mero acaso.

A revisão do IVA é uma questão premente, Sr. Deputado, é uma questão que os madeirenses anseiam e medidas de menor austeridade para o dia a dia das famílias madeirenses.

Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND). O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Vicente. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Deputada Nivalda, a Sra. Deputada põe, realmente, o dedo na ferida. Verifica-se que os Srs. Deputados da oposição, em vez de se centrarem nas questões fundamentais e nas questões

importantes para centralizar os objetivos a que a Região se deve propor e se tem vindo a propor, no sentido de, por um lado,…

Apartes inaudíveis do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP) e do Sr. Carlos Pereira (PS). …se desenvolver, por outro, ser reposto algum equilíbrio que, ao longo dos anos, se foi acentuando de forma negativa

para a Região, porque os fluxos financeiros que eram gerados na Região foram todos para o Continente, portanto, devia haver um esforço…

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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Aparte inaudível do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP). Sr. Deputado, oiça! …devia haver um esforço relativo da parte de todas as forças políticas para que essa situação fosse reposta, devia

haver uma conjugação de esforços por parte de todos os partidos, para que a República desse à Região os meios necessários, tanto financeiros como ao nível da legislação, nomeadamente através do seu Estatuto Político Administrativo e de tudo o que se relaciona com as questões financeiras, os Srs. Deputados da oposição o que têm feito nestes últimos anos é cada um na sua capelinha, cada um a dizer aquilo que acha que lhe vai dar mais um ou outro votozinho, inclusivamente deputados da oposição que na Assembleia da República…

Protestos do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP). O CDS está incomodado porque também tem feito esse papel! …na Assembleia da República, principalmente o CDS e o PS… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

…sempre que se fala destas questões fundamentais para a Madeira, nomeadamente no que diz respeito a questões das finanças, no que diz respeito, por exemplo, à questão do Centro Internacional de Negócios, os Srs. Deputados têm, sistematicamente, ficado ao lado do Governo da República em detrimento dos interesses dos madeirenses.

Protestos na bancada da oposição. E isso é que é condenável! É essa a questão que eu espero que, nos próximos tempos, haja bom senso da parte de todos os Srs. Deputados, da

parte de todas as forças políticas para que invertam esta situação, porque esta situação só serve aos de lá, não serve de forma alguma aos madeirenses.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Savino, faz favor. O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu vou voltar à Madeira, eu vou focar-me

num aspeto que ontem foi aqui falado e que acho que é um aspeto fundamental para todos nós, que é a floresta, que é o ambiente, por tudo o que isso significa para a nossa Região.

E eu não gosto de falar destas coisas assim no abstrato porque estamos a falar de uma Laurissilva que ocupa mais ou menos 67 hectares, portanto, um espaço relativamente pequeno, com uma orografia que sabem que é bastante acidentada.

Mas, olhando para a Região, aquilo que eu peço ao Sr. Deputado, que sabe destas coisas, desde Santana, passando ali pelo planalto central até o Porto do Moniz, toda aquela faixa das 4 estradas ao Poiso e Areeiro, que me diga o seguinte: o que é que acha que tem sido feito em termos de preservação da floresta? O que é que está bem? O que é que faria de melhor? Que espécie introduziria e em que zonas?

E depois, uma segunda questão, noutro nível: ao longo das nossas estradas regionais… Burburinho na bancada da oposição. …não seria fundamental, como disse há dias e muito bem, introduzir ao longo das bermas das estradas regionais uma

valorização ambiental, introduzindo,… Burburinho na bancada da oposição. …por exemplo, as hortências, as coroas-de-henrique, as azáleas, as camélias, os fetos arbóreos, o que é que acha

disso? Isto é, como é que nós vamos cuidar da nossa casa para que ela seja bonita, sustentada… Aparte inaudível de um Sr. Deputado do CDS/PP. …e seja um ecossistema equilibrado? É tão simples quanto isso. E depois de consensualizarmos vamos todos pegar

nas enxadas e nas pás e vamos fazer esse trabalhinho. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Vicente. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Savino Correia, antes de responder à sua pergunta e estando a assistir ao entusiasmo do grupo parlamentar do CDS e na continuação da minha resposta anterior, eu gostava de vos

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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relembrar a atitude do Secretário de Estado Paulo Núncio relativamente à Zona Franca e ao Centro Internacional de Negócios.

Apartes inaudíveis na bancada do CDS/PP.

Olhe, o que a Madeira perdeu com essas atitudes do Partido Socialista e do CDS dava para fazer… Burburinho nas bancadas da oposição.

Oh! Sr. Deputado, oiça, oiça, senão eu não vou poder responder ao Sr. Deputado Savino! …dava para pôr as estradas da Madeira e as bermas para cima e para baixo num brinquinho, num brinquinho,… O SR. GUALBERTO FERNANDES (PSD):- Muito bem!

O ORADOR:- …dava para muito Sr. Deputado.

E realmente, Sr. Deputado, tem toda a razão, há muita coisa que fazer, já muito foi feito e há, inclusivamente, muita coisa a fazer no que toca ao enquadramento e até ao arranjo da margem das estradas. Mas, olhe, Sr. Deputado, não espere que não seja o PSD a fazer isso, porque veja o que aconteceu em Santa Cruz: O CDS chegou lá… aliás, à exceção do PC que não chegou, os outros chegaram lá todos, a Santa Cruz e deixaram secar tudo, tudo, até aquilo que tinha rega automática!

Aparte inaudível do Sr. Gualberto Fernandes (PSD). Portanto, Sr. Deputado, tem razão: há muita coisa a fazer, temos que avançar, há muita coisa feita nesse aspeto,

como o Sr. Deputado sabe, e quem quiser percorrer as estradas da Madeira sabe que já há muita coisa feita nesse âmbito, mas é preciso continuar a fazer, mas tem que ser o PSD, porque senão os outros deixam secar tudo!

Risos na bancada do PSD. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Emanuel Gomes. O SR. EMANUEL GOMES (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado, eu queria colocar a questão:

ontem, a propósito da sua intervenção teve as reações habituais da oposição. A oposição reagiu, manifestando aquilo que nós já conhecemos da posição desta oposição em relação ao relacionamento que a Madeira deve ter com a República.

Para a oposição a Madeira deve ter uma posição de subserviência, uma posição de servilismo em relação ao poder central e aos interesses de Lisboa.

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Esta posição que os partidos, aqui, desta oposição, têm faz-nos lembrar alguns períodos da história em que as grandes

potências, os centros de decisão quando queriam, digamos, intervir ou dominar as regiões mais pequenas, havia sempre alguém nessas regiões mais pequenas que se colocava do lado do poder mais forte com o intuito de, com isso, conseguir mais facilmente chegar ao poder.

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Esta posição é antiga, digamos, vem dos princípios da história. Os romanos acerca disto diziam até que, depois de

dominarem os povos, o prémio que davam era dizer que Roma não paga a traidores, para dizer que esses que os tinham ajudado a dominar os outros não deveriam ser recompensados.

Nós tivemos também outros episódios na história de Portugal em que os interesses de Lisboa foram traídos para Castela, em que portugueses se colocaram do lado de Castela e que, em 1640, esses Miguéis de Vasconcelos foram todos atirados pelas janelas do Terreiro do Paço.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- E a pergunta que eu lhe faço é se estes interesses que aqui a oposição manifesta, contrários à

autonomia, se vão resultar em algum benefício, se a Madeira e os madeirenses e até Lisboa reconhecerá estes Miguéis de Vasconcelos da autonomia madeirense?

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Vicente. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Emanuel, eu devo dizer que o Sr. Deputado Emanuel encontrou a palavra correta ou mais apropriada para definir o meu sentimento relativamente ao comportamento da oposição, ao longo destes anos, relativamente ao Continente, que é servilismo. E isto não é uma palavra violenta, é uma constatação da realidade.

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Mesmo nos primeiros tempos da autonomia, quem for a ver os diários desta Assembleia, Sr. Deputado, desde 1976, verificará que houve um partido que avançou sempre na vanguarda, na defesa da autonomia e da libertação, eu digo mesmo, repito, libertação do povo madeirense, enquanto os outros partidos que foram sempre a reboque, sempre, sempre a reboque, vejam, analisem bem os diários desta Assembleia, e nunca, nunca interiorizaram uma autonomia verdadeira.

Eu recordo-me, inclusivamente, que das poucas vezes que fui à Assembleia da República em que os Srs. Deputados dos diferentes partidos tiveram oportunidade de se pronunciar, sempre tiveram uma postura de defesa das posições do Continente e nunca tiveram uma defesa clara e transparente e de forma vincada dos interesses dos madeirenses.

Por isso, Sr. Deputado, é realmente a palavra mais adequada: é servilismo. E viu-se isso quando foi da questão da Zona Franca,… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

…viu-se isso quando foi do Centro Internacional de Negócios, viu-se isso quando foi da questão da Lei das Finanças Regionais, e quem tiver dúvidas faça o seguinte exercício: vá aos documentos que estão escritos, vá aos diários tanto de cá, da Assembleia, como da Assembleia da República, e ficará sem qualquer dúvida quanto à posição dos diferentes partidos nessas matérias.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Vânia, faz favor, tem a palavra. A SRA. VÂNIA JESUS (PSD):- Muito obrigada, Sr. Presidente.

Sr. Deputado Vicente Pestana, o Sr. Deputado falou no estudo deve e haver apresentado pelo Governo Regional; julgo que sobre esse estudo já várias opiniões e argumentos foram feitos, pelo que eu gostaria apenas de sublinhar uma constatação que fez na sua intervenção e que se continua a verificar: é que, realmente, a Madeira continua a ser vista nos últimos anos como uma região despesista. Nós sabemos que falar na Madeira, sobretudo em território nacional, sempre foi alvo de críticas fáceis perante o despesismo e o endividamento, infelizmente tem sido assim, e isso é muito visível no aspeto político, quando há algo a criticar, enfatizamos todos os aspetos negativos e, raramente, conseguimos distinguir os custos e os benefícios das políticas implementadas.

Esta práxis, lamentavelmente, leva a que se crie a ideia que, para além de despesistas, se vive à custa do continente e que estamos a toda a hora de mão estendida para o lado de lá, e é este tipo de mensagem pública que passa na opinião pública e com o aproveitamento jornalístico que todos conhecemos.

Por isso, a minha primeira questão, Sr. Deputado, é se não considera que tem sido do agora bato eu, depois bates tu, esta pancadaria incessante que tem debilitado as relações entre os governos? Porque, já o dissemos, é preciso uma relação institucional entre os governos para que a Madeira, como tem feito até agora, quando pede mais autonomia financeira, mais autonomia em diversas matérias está a demonstrar ao Estado que também ele pode ter contrapartidas e ganhos com esta região insular.

Outra questão, Sr. Deputado, é que ontem ouvimos aqui o Sr. Deputado Carlos Pereira do PS a falar da dívida, e a falar do despesismo do PSD, que foi muito à conta dos erros da governação, mas eu gostaria que o Sr. Deputado Vicente Pestana lembrasse à bancada do PS que, hoje, muitos dos erros que se vive no País, muito das dívidas…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sra. Deputada.

A ORADORA:- …que temos também a nível nacional é muito à conta do comportamento, desse quadro de

comportamento despesista que começou com o governo do Guterres e tivemos como exemplo a engenharia financeira de José Sócrates, que levou à situação financeira que hoje vivemos e não apenas de défices estruturais, de défices passados, como se apontou à Madeira, de omissão de contas, mas devido a nível nacional, estaremos se calhar a apontar outros valores percentuais a défices futuros muito à conta da governação do Partido Socialista.

A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Vicente, para responder. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Sra. Deputada recentrou realmente o tema da minha intervenção, que é, como todos sabem, relativamente à questão do deve e o haver.

Na realidade, ao longo do tempo, como já aqui referi, a oposição nunca teve, eu diria mesmo, a inteligência de, nos casos ou naqueles temas que eram fundamentais para o desenvolvimento da Região, se juntar ao partido do governo para que, em conjunto, mesmo que discordando noutras matérias, mas nessas questões fundamentais, em conjunto, lutassem pela defesa dos interesses dos madeirenses. Nunca o fizeram, verificou-se que ao longo do tempo deixaram o PSD sozinho na luta pela autonomia e na luta pela defesa dos seus direitos e depois queixam-se que o PSD se apoderou da autonomia.

Na verdade, foi o PSD que, ao longo destes 40 anos, lutou e muitas vezes isoladamente pelos seus direitos e pelos direitos do seu povo. Viu-se isso, por exemplo, na questão do Centro Internacional de Negócios, viu-se isso na questão da Zona Franca, viu-se isso na Lei das Finanças Regionais, etc., etc..

E, nomeadamente, quando a Sra. Deputada diz que o Governo da República ou os portugueses também podiam beneficiar da riqueza criada na Região, está muito bem visto.

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O Estado Português, Portugal podia muito bem também ser beneficiário da riqueza criada na praça madeirense, mas preferiu que os estrangeiros, que outras praças ganhassem esse dinheiro em detrimento dos portugueses e dos madeirenses.

Quanto à questão dos erros, é verdade, sim, Sra. Deputada: realmente, os madeirenses estão a pagar os erros de Portugal continental desde o 25 de Abril,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Já terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

…desde a balbúrdia do PREC, desde o despesismo, esse sim, do tempo de Guterres e do tempo de Sócrates, e não faz sentido, não faz sentido que a Madeira tenha que pagar a dívida das suas obras, mas também, para além disso, tenha de pagar os erros e as obras, mas principalmente os erros cometidos no continente pelo governo português.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Bruno Macedo. O SR. BRUNO MACEDO (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Vicente Pestana, V. Exa. fez ontem aqui uma intervenção sobre o deve e o haver das contas públicas na Madeira ao longo dos séculos da nossa história, e penso que isso deixou muita gente incomodada aqui neste hemiciclo.

Nós, ou eu, melhor dizendo, não percebo qual é o problema de se fazer um estudo desta natureza, aliás, os objetivos eram claros, eram provar que a Madeira não era assim uma região despesista, não era nenhum sorvedouro de dinheiros públicos e que nós não vivíamos à custa dos portuguese do continente.

Isto parece que gerou, junto da oposição, um certo incómodo e eu não consigo perceber porque é que um projeto da Região, não é um projeto do PSD, é um projeto da Região, tem este condão de deixar muita gente incomodada.

Eu fico com a sensação, Sr. Deputado, e isto também era uma pergunta, acaba por ser uma pergunta a V. Exa., eu fico com a sensação de que a oposição queria que nós não fizéssemos nada, que nós ficássemos parados no tempo.

O SR. VICTOR FREITAS (PS):- E vocês estão!

O ORADOR:- Ou seja, se o Estado não cumpria na questão dos transportes, nós ficávamos parados! Se o Estado

não cumpria em matéria de educação, nós ficávamos parados! Se o Estado não cumpria em matéria de saúde, nós ficávamos parados!

Protestos na bancada da oposição. Se o Estado não cumpria no princípio da continuidade territorial, o que é que nós fazíamos? Ficávamos parados! O

que nós íamos fazer era ficar parados à espera que alguém nos viesse ajudar, quando nós é que temos que fazer por nós próprios, porque outros não vão fazer por nós, como é óbvio!

Sr. Deputado, V. Exa. também fez aqui uma menção à Madeira de antigamente, muita gente aqui nesta Casa, felizmente, não teve de passar por essas privações…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …e isso é obra dos governos do PSD.

Mas V. Exa.; Sr. Deputado Vicente Pestana, disse, e disse muito bem,… Aparte inaudível do Sr. Victor Freitas (PS). …quando fez este deve e haver das contas públicas, disse, e disse muito bem, que a Madeira é uma Região onde

existe desenvolvimento e onde existe crescimento. Eu estranho que depois de tanto tempo e que agora muitos partidos políticos venham falar em pacto pela autonomia,

em pacto pelo crescimento e etc., etc., etc., sejam os primeiros a condenar um trabalho que é da Região, não é do PSD, é um trabalho da Região…

Burburinho. …e que… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor de concluir, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …dessa forma queiram ficar de fora da sua solução.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Burburinho na bancada do PS. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Vicente.

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O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Bruno Macedo, o Sr. Deputado Bruno Macedo teve o condão de, em pouquíssimas palavras, traduzir aquilo que eu queria dizer na minha intervenção e dizer também em muitíssimas poucas palavras, o caminho que se dever seguir na sequência desse estudo.

Apartes inaudíveis de um Sr. Deputado. Oh! Sr. Deputado, é de cabeças abertas,… Risos do Sr. Carlos Pereira (PS). …como a do Sr. Deputado, que a Madeira precisa para seguir no bom caminho porque, na verdade, perante um estudo

desta importância, perante uma questão fundamental para repor a verdade da Madeira e para enquadrar o futuro da Madeira, a reação dos Srs. Deputados da oposição faz-me crer que dali nada se pode esperar.

Risos na bancada do PS.

Mas demonstra também como o Sr. Deputado disse, e muito bem, é que os Srs. Deputados da oposição estão muito

bem naquela posição de subserviência, como dizia o companheiro Emanuel, e querem continuar nessa posição de subserviência,…

Apartes inaudíveis. …continuando nas superficialidades da política politiqueira e o povo madeirense que se dane. Oh! Srs. Deputados, Srs. Deputados, vejam se dão um passo em frente, porque os novos tempos que aí vêm não se

compadecem com essa posição de política imediata, de política do próprio dia ou do dia seguinte e requer quem tenha vista mais largas e que faça pelo povo madeirense aquilo…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …que os Srs. Deputados ao longo deste tempo não fizeram e, pelos vistos, não têm intenção de fazer!

Uma voz:- Não!?

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):-Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Rafaela tem a palavra. A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Bom dia, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Vicente

Pestana. O Sr. Deputado já teve a oportunidade de falar aqui e já foram colocadas várias questões relacionadas com a sua

intervenção mas, tendo em consideração aquilo que pudemos assistir no dia de ontem, eu gostaria de lhe colocar uma pergunta, Sr. Deputado Vicente, que tem a ver, precisamente, com o facto de ontem termos sido confrontados com uma ação política de um partido político que disse, declarou publicamente que passaria à clandestinidade.

Risos.

E Sr. Deputado Vicente, eu gostaria de perguntar-lhe qual é que é a sua opinião relativamente a um partido político

que declara publicamente que passa à clandestinidade, que se apresenta à população com um registo que não é, com certeza, o registo da democracia em Portugal e que permanece com um mandato neste Parlamento, neste hemiciclo, nomeadamente com o Sr. Deputado Hélder Spínola!

E por isso, Sr. Deputado Vicente Pestana, nós já estamos no exercício da democracia em Portugal ficando habituados a muito exercício, a muita palhaçada em torno daquilo que é a prática dos partidos políticos, nomeadamente com determinados fenómenos excêntricos que surgiram nos últimos tempos, curiosamente, no seio do mesmo partido.

E por isso, Sr. Deputado, seria curioso percebermos como é que deveremos avaliar esta situação perante a composição deste hemiciclo, de um mandato que tem a ver com um partido que agora declarou publicamente que passaria à clandestinidade, e isto significa, com certeza, que não estamos num exercício regular dum mandato por parte deste mesmo ex-partido político.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Vicente. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente,

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Deputada Rafaela, a Sra. Deputada Rafaela coloca uma questão que é de fundamental importância. Realmente, em vez de…

Burburinho.

Oh! Sr. Deputado, parece que o PS e o CDS estão muito incomodados hoje, não percebo porquê!

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Risos na bancada do PSD. Não percebo! Apartes inaudíveis da bancada do CDS/PP. Não percebo! Há muito incómodo aí e a Sra. Deputada Rafaela nem sequer falou de vós! Burburinho. Oh! Sr. Deputado, mas, na realidade, a todo o dia que passa a política madeirense traz-nos episódios realmente

rocambolescos… Apartes inaudíveis de um Sr. Deputado. …e esse caso que a Sra. Deputada referiu, na realidade, é de um ridículo sem nome. Mas deixa-me um pouco preocupado e porquê? Porque não se compreende como é que um partido que vem aqui e

reclama tudo de todos, que, inclusivamente, já teve posições que não são dignas de um parlamento com esta responsabilidade e com esta representatividade do povo madeirense, passe à clandestinidade, diz ele próprio que passou à clandestinidade e depois, no outro dia, aparece aqui a reclamar todos os direitos da democracia, democracia essa que ele acha que é só para ele, mas que os outros não têm direito a ela. A verdade é a dele, quanto aos outros têm que se contentar com aquilo que ele quiser.

E realmente a Sra. Deputada tem toda a razão quando fala de palhaçadas. É que já não bastava as palhaçadas que esse Partido da Nova Democracia…

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. …fazia aqui no Parlamento através do Sr. Deputado Coelho, que, entretanto, passou-lhe a perna, entretanto através

de outro senhor, que, entretanto, levou uns bons sopapos, e depois aparece aqui um senhor que também reclama tudo de todos…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …mas depois vai lá para fora dizer que passou à clandestinidade!

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Oh! Sr. Deputado, acabemos, como diz a Sra. Deputada Rafaela, com essas palhaçadas e vamos dignificar… Apartes inaudíveis …este Parlamento, que é isso que os madeirenses exigem de todas as forças políticas aqui representadas. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Carlos Pereira, para uma interpelação. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o grupo parlamentar do Partido Socialista considera

que é um gosto e um prazer ouvir uma cabeça aberta como o Sr. Deputado Vicente Pestana… Risos na bancada do PS. …mas são 10 e um quarto, Sr. Presidente, 10 e um quarto, e existe uma agenda para cumprir que tem mais de 200

pontos. E portanto, não estou a entender porque é que a gente às 10 e um quarto ainda não começou a agenda de trabalhos!

Muito obrigado. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, passamos a um Voto de Saudação, da autoria do PCP,

intitulado “40.º aniversário do primeiro 1.º de Maio celebrado em liberdade em Portugal”. Consta do seguinte:

Voto de Saudação

“40.º aniversário do primeiro 1.º de Maio celebrado em liberdade em Portugal” Decorridos poucos dias sobre o derrube da ditadura fascista e a (re)implantação da Democracia em Portugal, fruto da

Revolução de 25 de Abril de 1974, o Povo teve no 1.º de Maio o grande momento de celebração e de festa, já em liberdade, saudando uma nova era de esperança para a nação e para as suas gentes, até então oprimidas por um regime que arrastou o País para um crescente e profundo isolamento, que reforçou o obscurantismo, a pobreza e o

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subdesenvolvimento, forçando milhares e milhares de Portugueses à emigração, um regime que cerceou e anulou as liberdades das populações e perseguiu, prendeu, exilou e assassinou quem, pensando e agindo de forma diferente, lhe ousava fazer frente e exigia a rutura, um regime que, assente numa teimosa ideologia nacional-colonialista, desbaratou valiosos recursos humanos e económicos numa desgastante guerra em três frentes, impedindo o direito à autodeterminação das populações e à independência das províncias ultramarinas.

O Dia Internacional do Trabalhador, uma efeméride até então ferozmente combatida e absolutamente banida pelo regime fascista, e que apenas podia ser comemorada de forma clandestina pelos trabalhadores e populações, uma situação que, não raras vezes, gerava brutais ondas de repressão, desencadeadas pelos mecanismos da Ditadura, serviu em 1974 para dar voz à esperança de um Povo num futuro de desenvolvimento, paz, progresso, liberdade e democracia, tudo o que até então lhe fora negado.

Na Madeira, o 1.º de Maio de 1974 foi particularmente sentido e celebrado pelas populações do arquipélago especialmente na cidade do Funchal, para onde convergiram milhares de cidadãos, e onde se realizou uma das maiores concentrações populares de que há memória. Tendo seguido os acontecimentos da revolução que acontecera dias antes no Continente "em diferido", dadas as óbvias limitações técnicas da altura no que concerne às comunicações e transportes, só ao longo dos dias seguintes é que os madeirenses e os porto-santenses foram tomando noção da verdadeira dimensão da nova situação em que Portugal se encontrava.

O clima de euforia e de confraternização que então se fazia sentir um pouco por todo o lado no dia 01 de Maio de 1974, no arquipélago da Madeira, marcou a vontade dos madeirenses e dos porto-santenses de abraçar a Democracia e apoiar os esforços para a construção de uma sociedade mais livre, fraterna e justa, que então estavam a dar os primeiros passos no nosso País. Celebrou-se assim Abril em Maio.

Assim, a Assembleia Legislativa da RAM saúda os 40 anos das primeiras comemorações em liberdade, no nosso País, do 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador.

Funchal, 18 de Novembro de 2013. Pel’a Representação Parlamentar do PCP na ALRAM O deputado único, Ass.: Edgar Silva.- Está em discussão, e dou a palavra ao Sr. Deputado autor do voto. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, este voto de saudação é pelo 40.º aniversário, que é o 40.º aniversário de Abril de 74, é o 40.º aniversário da revolução, mas é o 40.º aniversário do 1.º de Maio, o primeiro celebrado em liberdade em Portugal e, particularmente na Madeira, este primeiro 1.º de Maio que agora comemora o 40.º aniversário permitiu, na Madeira, em particular, que pudéssemos celebrar Abril em Maio.

É que na Madeira o 25 de Abril chegou com atraso. Na Madeira os ventos da liberdade e da democracia chegaram mais tarde e na Madeira, particularmente, o 1.º de Maio permitiu celebrar a vitória da liberdade e da democracia.

Foi no 1.º de Maio que o povo da Madeira saiu à rua, foi no 1.º de Maio de 74 que o povo da Madeira saiu à rua para celebrar a vitória de Abril, a vitória da revolução e a derrota do fascismo.

Mas também foi há 40 anos, no 1.º de Maio, não só que se celebrou Abril em Maio, mas também faz agora 40 anos que o povo da Madeira saiu à rua para dizer que não aceitava servilmente que a Madeira fosse considerada o caixote do lixo da República, não aceitava o povo da Madeira ser tratado como o caixote do lixo do fascismo, não aceitava a Madeira que a República enviasse para a Madeira as excrescências do fascismo, não aceitava o povo da Madeira ser tratado como recetáculo, como o caixote do lixo do que restava do fascismo, da noite negra do fascismo.

E este foi também há 40 anos,… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- E termino já, Sr. Presidente, termino já.

…faz agora 40 anos e estamos a celebrá-lo como um dos momentos mais gloriosos da história da democracia, como momento primeiro da celebração, da democracia e da liberdade. Foi o 1.º de Maio que permitiu celebrar Abril no 1.º de Maio.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Coelho. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, muito bom dia a todos V. Exas. O nosso partido vai apoiar esta iniciativa do Partido Comunista sobre o 1.º de Maio e também lembrar ao

excelentíssimo Sr. Deputado Edgar Silva que o 1.º de Maio, a luta dos trabalhadores não é um monopólio do Partido Comunista, porque verificamos que quando há iniciativas da USAM a comemorar o 1.º de Maio, e que o nosso partido pretende-se associar, é relegado para segundo plano, que os homens de mão da USAM, afetos ao Partido Comunista, sectariamente, tentam banir a nossa participação. Não convém que seja assim!

Ora, deixando o sectarismo de parte e já que estamos a falar de trabalhadores, eu aproveitava para fazer uma denúncia dos trabalhadores da secção de mecânica da Câmara Municipal do Funchal. Eles dizem que ainda não notam nenhuma mudança lá na mecânica, na secção de mecânica, aquilo é o negócio dos engenheiros e encarregados a mandar peças para a sucata, boas, a dar trabalho às empresas fora na recuperação dos camiões e reparação de camiões, quando os mecânicos estão parados dentro da Câmara e têm competência para fazer e o vereador eleito pela Mudança nunca aparece lá! Aquilo é um negócio da China, uma roubalheira que vai ali, de milhares de euros.

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Segundo me informaram os trabalhadores,… O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Já vem do tempo do Albuquerque!

Burburinho. O ORADOR:- …a ambulância dois bombeiros já foi reparada 3 vezes, cada vez com um kit de embraiagem, a

ambulância tem um sistema automático que não resulta na Madeira e eles persistem em arranjar para os encarregados ganharem comissão a meter kits de embraiagem, que só duram 15 dias! Já meteram 3 este mês!

E aquilo ali da parte do nosso amigo Cafôfo, não há uma vigilância sobre aquela gente. A última vez que houve lá um mecânico que pôs a boca no trombone contra a roubalheira, foi levado a tribunal pelo

ladrão de lá dentro… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …e ainda teve que pagar 1.000 euros para acabar com o processo. Porque os tribunais aqui na Madeira

não estão para defender o dinheiro do contribuinte, os juízes, que é uma canalha sórdida que está ali, cheios de mordomias, quando aparece alguém a denunciar a roubalheira dos dinheiros do contribuinte, automaticamente, é condenado e punido, porque esta canalha não vive para defender os descontos e os impostos dos madeirenses, mas para defender o seu umbigo, os seus tachos e os ladrões do sistema.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Roberto Vieira. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, associo-me também a este voto de

saudação, vou votar favoravelmente este voto. Contudo, quer o 25 de Abril, quer o 1.º de Maio começa a ser questionável se devem ou não ser celebrados. A direita nos últimos tempos tem cortado com os direitos dos trabalhadores, tem facilitado o despedimento, mais

impostos, mais cortes, menos salário, mais horas de trabalho, tudo isto conquistas de Abril, conquistas de Maio. Todas estas conquistas foram-nos roubadas pela direita portuguesa, pelo PSD e pelo CDS.

Vou votar favoravelmente este voto, mas tenho estas dúvidas se vale a pena continuar a festejar, continuar a celebrar aquelas datas que deram liberdade, que deram direitos, mas que hoje não faz sentido, pois estamos a voltar ao antes do 25 de Abril ou, pior ainda, pois o despedir, o cortar, o roubar o trabalhador está sendo mais fácil hoje do que era antes do próprio 25 de Abril.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Srs. Deputados, vou colocar à votação o texto do… O SR. MAXIMIANO MARTINS (PS):- Sr. Presidente…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Maximiano Martins, o Regimento diz que, anunciada a

votação, os Srs. Deputado não se podem inscrever. Mas faz favor, tem a palavra. O SR. MAXIMIANO MARTINS (PS):- É possível ainda?

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor!

O SR. MAXIMIANO MARTINS (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pedir desculpa pelo lapso.

O grupo parlamentar do Partido Socialista associa-se, naturalmente, a este voto de saudação. O 1.º de Maio marca, universalmente, a celebração dos direitos dos trabalhadores, dos direitos mais básicos e elementares, mas essenciais, fundamentais: o direito à auto-organização livre e autónoma, o direito a uma jornada de trabalho limitada, a proibição de trabalho infantil e tantas outras normas que, sendo elementares, mas são regra, em todo o mundo, em muitos lugares do mundo e, sobretudo, eram exceção ainda em muitas sociedades do século XX e do século XIX, naturalmente.

Portanto, há razões para saudar e celebrar o 1.º de Maio. E faz ainda mais sentido saudar a celebração do 1.º de Maio de 1974. O 1.º de Maio de 1974 foi feriado nacional pela

primeira vez e foi celebrado em liberdade em Portugal também pela primeira vez. Nesse dia, o 25 de Abril, que, originariamente, tem uma componente militar, tornou-se definitivamente um movimento de massas.

Por todas estas razões, nós associamo-nos a esta celebração. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado Maximiano.

Afinal o Sr. Deputado Savino e o Sr. Deputado Lino Abreu também incorreram na mesma distração regimental. E dou a palavra ao Sr. Deputado Savino. O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, é evidente que eu tenho que, para falar do tema,

focar-me aqui nalgumas datas fundamentais em todo este processo histórico que conduziu à celebração do 1.º de Maio.

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A primeira é 1886, esse momento histórico nas ruas de Chicago em que 500 mil trabalhadores, nos Estados Unidos da América, enfrentando as forças policiais e o contexto da época, reivindicavam as 8 horas de trabalho.

O segundo momento que eu tenho aqui que, naturalmente, enfatizar é o 25 de Abril, como uma revolução que, de facto, consagra direitos, e permite, exatamente, que se celebre em liberdade o 1.º de Maio.

Em terceiro lugar, eu queria aqui enfatizar as conquistas que se materializam depois, no texto constitucional de 1976; a saber, o direito à greve; a saber, a proibição do lockout; a saber, o artigo 59.º que consagra um conjunto de direitos dos trabalhadores; a saber, a instituição da comissão dos trabalhadores; a liberdade sindical como um valor fundamental, que o PSD bem lutou por isso e outro, o direito das associações sindicais e da contratação coletiva.

E neste momento e neste contexto é preciso olhar à evolução do mundo do trabalho e perceber os desafios que se colocam hoje ao mundo do trabalho e aos trabalhadores! A saber, fortes descontos em sede de IRS que estão a desmotivar a classe trabalhadora e a conduzir alguns à emigração; a saber, o conceito de justa causa, como um valor determinante que está consagrado no texto constitucional e na Lei do Trabalho e que nós não podemos deixar cair; a saber, também a resolução dos contratos coletivos de trabalho no que tem a ver com a segurança e regalias dos trabalhadores.

Por outro lado também, não posso aqui deixar de considerar que, a diminuição do abono, uma imposição, considerando…

O SR PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …considerando, cada vez mais, menos dias, menos meses, menos anos para calcular o direito à

indemnização, é, de facto, uma diminuição das garantias e dos direitos dos trabalhadores. Por outro lado também, a precariedade laboral, temos também que aí assegurar a estabilidade do trabalho como um

fator fundamental da dignificação do homem e do cidadão. E por último, também permitir, desejar que se aperfeiçoe aqui a questão do fundo social, porque, como sabem, e isto

é recorrente, não está a funcionar nas devidas condições, só com o trânsito em julgado da sentença é que os trabalhadores podem ter, em sede de tribunal,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, Faz favor de concluir.

O ORADOR:- …em sede de discussão dos direitos de trabalho, direito ao Fundo Social e até lá estão uma eternidade

à espera, sem terem direito ao Fundo Social. Aqui pensamos que o Estado deve repensar esta matéria no interesse dos trabalhadores.

Viva o 25 de Abril! Viva a Autonomia! E viva o 1.º de Maio! Vozes do PSD:- Muito bem!

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Ah!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Lino Abreu. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, hoje, em 2014, celebrar o 1.º de Maio, passados 128

anos desde o primeiro ano onde foi celebrado, como disse o Sr. Deputado, em Chicago, é celebrar as conquistas feitas ao longo dos 128 anos que os trabalhadores obtiveram com esta celebração.

Hoje, é bem claro as conquistas que foram feitas pelas reivindicações justas feitas pelos trabalhadores. O 1.º de Maio não é uma celebração da esquerda, não é uma conquista da esquerda, nem da direita, é uma conquista dos trabalhadores, e é isso que estamos aqui a celebrar.

Não venha a esquerda dizer que o 1.º de Maio é uma conquista dos movimentos sindicalistas e dos movimentos ligados aos partidos da esquerda, que eu discordo completamente.

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- É do povo português!

O ORADOR:- A celebração do 1.º de Maio é do trabalhador. É do povo português, sim senhor!

Aí, inteiramente de acordo, e inteiramente de acordo quando diz que os madeirenses também tiveram o seu papel importante, quando celebraram o seu 1.º de Maio aqui na Região.

Passados 128 anos, hoje, na sua maioria, foram conquistadas as suas grandes reivindicações, conquistadas e aprovadas as 40 horas semanais, a conquista dos fins de semana, o pagamento das horas extraordinárias, enfim, entre outras.

Burburinho.

No entanto, hoje, os desafios são outros, a precarização do trabalho, hoje entendemos que há precarização no trabalho

por via dos recibos verdes. Burburinho.

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A globalização veio trazer novos problemas que os trabalhadores hoje têm que enfrentar. Ainda hoje preocupamo-nos com a exploração do trabalho infantil. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- A exploração do trabalho na mulher, bem como os emigrantes que são hoje um desafio que devemos

continuar a desafiar. Termino dizendo, hoje, precisa-se de uma nova cultura, onde o trabalhador e o trabalho devem ser tratados com

respeito e dignidade. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Vou colocar à votação o texto do voto da autoria do PCP. Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade. Sr. Deputado Edgar Silva, deseja interpelar a Mesa? Faz favor. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Sr. Presidente, não é propriamente (que já não seria coisa pouca) para me congratular

por esta votação unânime deste voto, mas era um requerimento, já que estamos também a falar de direitos dos trabalhadores, era para propor que o ponto n.º 169, que propõe a reposição das 35 horas semanais para os funcionários da Assembleia Legislativa da Madeira, que é um importante aspeto de reivindicação laboral, que a resolução que aqui é proposta, de reposição das 35 horas semanais a ser aplicada aos funcionários deste Parlamento, que esta resolução passe a ser o primeiro ponto da II.ª parte da ordem de trabalhos.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados…

Sr. Deputado Jaime Ramos, deseja intervir? O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Sr. Presidente.

Este requerimento não poderá ser aceite pela Mesa, na medida em que está já prejudicado pela decisão do Plenário de que os pontos que se seguem eram os pontos prioritários para discussão, após a discussão desde ponto agendado pelo PND.

Portanto, não faz sentido, não se pode estar de requerimentos a requerimentos. Foi decidido que os dois pontos que se seguem eram discutidos hoje em primeiros pontos. Portanto, não faz sentido que o Plenário vá mudando de hora a hora a ordem de trabalhos, senão, nós a seguir fazemos um requerimento a mudar novamente e não se vai brincar aos parlamentos. Isto é a minha opinião.

Mas, de qualquer maneira o Sr. Presidente decidirá se deve pôr ou não à votação. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor.

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Reformulo o requerimento, a proposta é que seja não o segundo, mas o terceiro ponto

da II.ª parte da ordem de trabalhos. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, vou colocar à votação esta reformulação.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade. Srs. Deputados, passamos à nossa ordem de trabalhos.

ORDEM DO DIA E passamos à I.ª parte, ponto 1, com a continuação da apreciação na generalidade de um projeto de Decreto

Legislativo Regional, da autoria do PND, intitulado “Programa para a prevenção de incêndios florestais na arquipélago da Madeira”, apresentado nos termos do disposto da alínea e) do artigo 13.º e conjugado com o artigo 66.º

do Regimento da Assembleia Legislativa. Se alguns dos Srs. Deputados estiver interessado em intervir, faz favor de se inscrever. Sr. Deputado Vicente Pestana. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sinto-me na obrigação de, apesar de ontem esta matéria já ser discutida exaustivamente mas porque se divagou e se fugiu muito ao tema, referir as razões pelas quais não vamos votar favoravelmente esta iniciativa.

Na realidade, a Madeira já tem o seu plano de proteção das florestas contra incêndios, aprovado inclusivamente pela União Europeia, ao abrigo do Regulamento CE n.º 2158, regulamento da proteção da floresta contra incêndios, da Comunidade.

Tem também um outro plano, o plano global de prevenção, aprovado pelo Governo Regional enquadrado no PAR ação 2.1.6, ação silvicultura, prevenção de riscos que enquadra todas estas matérias, mas que, para além destas matérias que aqui são focadas, vai muito além e são planos completos, devidamente estruturados e estudados e que contemplam todas estas matérias.

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E por isso, não se pode andar aqui a duplicar as coisas, principalmente quando se tem o mais, não se vai aprovar o menos; quando muito se tivéssemos menos é que podíamos aprovar o mais. E por isso, não faz qualquer sentido aprovarmos esta iniciativa.

Para além disso, e muito brevemente, eu não gostaria de deixar passar esta oportunidade para rebater algumas afirmações que aqui foram feitas ontem depois da minha intervenção.

E desde logo começava pelo Sr. Deputado Edgar Silva que aqui se equivocou ontem e que, entretanto, na parte da tarde já foi esclarecido pelo Sr. Secretário Regional que aqui esteve presente em audição, mas que é bom que o Plenário e a comunicação social saiba. A questão que o Sr. Deputado Edgar Silva aqui levantou sobre o inventário florestal não faz sentido porque o inventário florestal está feito desde 2008, foi apresentado, foi publicado, é do conhecimento público e, portanto, o que o Sr. Secretário disse aqui foi outra coisa: é que esse inventário ia ser ajustado e que o plano de ordenamento florestal estava em fase de adjudicação ou de assinatura do contrato. Mas como foi devidamente explicado aqui, não foi, foi compreendido pelo Sr. Deputado. Portanto, fica este esclarecimento.

Também gostava de esclarecer que não gosto, não é por ser o diário, Sr. Deputado, mas é que eu não gosto de me ficar por aquilo que vem publicado seja por quem for, é porque, e mesmo assim quando algo vem publicado na comunicação social, convém não ler só o título, porque em grande parte dos casos o título diz uma coisa e o conteúdo diz outra. Nem sempre é assim, mas muitas vezes é assim! E portanto, convém, para além do título, ler o que diz o conteúdo.

Por outro lado também, gostava de responder ao Sr. Deputado Carlos Pereira. O Sr. Deputado Carlos Pereira referiu aqui que eu teria dito que estava tudo bem. Falso, eu não disse isso, antes pelo contrário, disse que havia coisas feitas, havia muita coisa feita, mas havia muita coisa por fazer e há muita coisa por fazer.

Aliás, se o Sr. Deputado já tivesse feito tudo na vida, o que é que estava aqui a fazer? As coisas são aqui mesmo, vamos trabalhando, vamos avançando, vamos executando, mas há sempre muita coisa por fazer.

Falou, por exemplo, na questão da rede de vigilância. Sr. Deputado, o Sr. Secretário falou aqui exaustivamente e explicou muito bem o que é que se passa com esta situação, o Sr. Deputado estava distraído, estava era na conversa com os seus colegas!

Oh! Sr. Deputado, não vou andar aqui a repetir duas, três, quatro ou cinco vezes, para depois algum dos Srs. Deputados dar a dica ali ao Sr. Deputado Martinho, para servir de porta-voz e falar dos Bis-bis. Oh! Srs. Deputados, estejam atentos e assim não é necessário estar sempre a repetir a mesma coisa!

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Estejam atentos porque isso foi falado, isso foi muito bem explicado. Quanto à questão da sensibilização que o Sr. Deputado também falou, oh! Sr. Deputado, o Sr. Deputado quando vai

às escolas, às exposições, aos eventos da secretaria, às casas do povo, não tem visto a ação que, inclusivamente, o Governo Regional tem feito neste âmbito? Então, anda distraído e anda a ver coisas que não deve, porque se fosse, por exemplo, olhe, esteve na feira do Porto do Moniz, devia ter visto a ações de intervenção que lá foram feitas! Em todos os eventos que a secretaria faz, tem feito nas escolas, tem feito no Jardim Botânico, são centenas de ações e que englobam milhares e milhares de pessoas nesta questão da sensibilização.

Quanto à questão da biomassa, oh! Sr. Deputado, nem isso o Sr. Deputado ouviu o que disse o Sr. Secretário aqui no dia anterior?! Chamam o Sr. Secretário aqui, falam-lhe é de resíduos, de Bananim, de agricultura, de frangos, de carne e etc., etc., águas residuais e etc., e depois, no dia seguinte, vêm fazer perguntas sobre aquilo que o membro do governo esteve aqui a falar no dia anterior! Oh! Sr. Deputado, isso não é honesto.

Por outro lado, o Sr. Deputado falou, inclusivamente, na questão, se a memória não me falha, na questão da estratégia – que estratégia?! –, o Sr. Deputado gosta muito destes termos, que estratégia. Oh! Sr. Deputado, a estratégia regional para as florestas está elaborada, é público que foi entregue no Ministério da Agricultura e vai enquadrar a estratégia nacional para as florestas… oh! Sr. Deputado é assim mesmo, as coisas processam-se assim, o que é que quer que eu lhe diga?

No que toca aos investimentos públicos, Sr. Deputado, o Sr. Deputado que gosta muito de números e de ver o que se passa aqui, o que é que se passa ali, eu até estou admirado o Sr. Deputado não comparar a Madeira na questão dos incêndios florestais com os Açores, que está sempre a chover! Estou admirado! Mas estava à espera, estava à espera.

Aparte inaudível do Sr. Carlos Pereira (PS). Eu até estou admirado com isso! Mas o Sr. Deputado já agora compare, então, o que fez, por exemplo, o seu governo em termos de investimentos nas

florestas com o que fez ou o que faz a Madeira e este governo na questão florestal. E falou, por exemplo, oh! Sr. Deputado, atente um pouco nisto, falou, por exemplo, na questão das torres de vigilância!

Oh! Sr. Deputado, sabe o que é que o seu governo fez às torres de vigilância no continente que existiam também lá como aqui na Madeira? Olhe, vendeu algumas, desmontou outras porque eram pré-fabricadas, alugou outras, e outras estão ao abandono!

Oh! Sr. Deputado, se as coisas evoluem, o Sr. Secretário explicou aqui muito bem a questão das torres de incêndio e da evolução das tecnologias e de outras formas de deteção e de comunicação dos incêndios florestais, não vale a pena continuar a bater na mesma tecla.

Burburinho. Apartes inaudíveis.

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Oh! Sr. Deputado, eu até, para o Sr. Deputado perceber e também o Sr. Deputado Hélder Spínola que já falou aqui várias vezes nas torres de incêndio, eu conto um episódio que talvez vos sirva para alguma coisa.

Aparte inaudível de um Sr. Deputado.

Eu quando cheguei às florestas, no princípio da década de 90,… Apartes inaudíveis.

…dei por mim com falta de viatura e procurei saber porque é que não tinha a viatura que me estava distribuída… O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Ah!

O ORADOR:- …e disseram-me: olhe, isso foi porque foi cedida a um grupo de jovens para colaborarem na deteção

de incêndios. E então quem eram?! Era o Sr. Deputado Hélder Spínola com um grupo de jovens, muito bem acompanhado, diga-se,…

Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND). …que ia para o Poiso e para os arredores para detetar incêndios. Passaram uma temporada e eu sem viatura para

trabalhar e incêndios népia, como dizem agora os miúdos. Zero! Apartes inaudíveis do Sr. Hélder Spínola (PND). O Sr. Deputado Hélder Spínola ainda deve estar com saudades desse tempo,… Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND). …deve estar, deve ter passado bons momentos, e eu sem viatura para trabalhar. Deteção de incêndios?! Nada! Zero!

E passaram uma temperada na torre! Apartes inaudíveis do Sr. Hélder Spínola (PND). Oh! Sr. Deputado, isso já nessa altura, e então agora muito menos! Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND). E para não dizer mais, e para não dizer mais! E para terminar, quanto ao Sr. Deputado Martinho, Sr. Deputado Martinho, eu digo… Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND).

Sr. Deputado, é melhor ficar por aqui! Apartes inaudíveis do Sr. Hélder Spínola (PND).

Mas esta é uma verdade! Esta é uma verdade, passei uma temporada sem viatura para trabalhar, e os meninos no

bem bom no cimo da torre! Incêndios, nenhum! Quanto ao Sr. Deputado Martinho, eu atrever-me-ia, e não leve a mal mas é que eu sou bem mais velhinho, eu atrever-

me-ia, peço desculpa, a lhe dar um “conselho”, entre aspas, desculpe o meu atrevimento: não oiça tanto o murmurinho à sua volta, e quando disser qualquer coisa… o senhor é mais do que isso, é melhor do que isso e quando os outros quiserem mandar bocas para mim ou para a minha bancada, eles que digam diretamente, não usem interposta pessoa, porque correm o risco de ouvir respostas, enfim, que depois podem, eventualmente, desagradar. Isto vem a propósito daquelas piadinhas que o Sr. Deputado bem sabe.

Bem, mas o Sr. Deputado falou aqui, e porque já vai longa a minha intervenção, que eu brinquei aos fogos. Oh! Sr. Deputado, o Sr. Deputado, eu tenho a certeza absoluta de que o Sr. Deputado sabe na perfeição que trazer esta matéria para discussão em pleno verão, discutir esta questão em pleno verão, só tem uma sorte, é o tempo não ajudar, porque não se deve fazer, é contraproducente.

Por exemplo, a nível nacional fizeram isso, fizeram, mas fizeram na primavera, fizeram-no na primavera. E como se isso não bastasse, o desconforto… oh! Srs. Deputados, ouçam, o desconforto que isso causou levou a que o Sr. Deputado e todos os seus colegas tentassem desviar as coisas para o Bananim, para a agricultura, para o frango, para a banana, para as águas residuais e etc., etc., porque sabiam, porque isto não é correto vir, nesta altura, chamar a política para estas situações.

Por outro lado, falou também no helicóptero. Oh! Sr. Deputado, é verdade que, em tempos, o governo fez um protocolo em que o helicóptero colaborou na questão da prevenção e na colaboração ao combate, mas não confundamos, e eu peço alguma atenção sobre isto, é que esse helicóptero é transporte de pessoas, não é de combate! O helicóptero de combate é completamente diferente e nada tem a ver com esse tipo de helicóptero. Esse helicóptero realmente colaborou,

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nomeadamente no combate, mas era para verificar, de forma mais eficaz, a evolução dos fogos e medidas a tomar para combate aos fogos florestais e não no combate, como é óbvio, porque são equipamentos completamente diferentes.

No que toca, Sr. Deputado Martinho Câmara, ao nemátodo, falou de uma portaria. Oh! Sr. Deputado, falou da portaria e eu quero que isso fique claro: esta questão do nemátodo é uma questão complexa, é uma questão que não é fácil, não tem sido fácil em parte nenhuma, e também não tem siso fácil aqui na Madeira, nem tenha a pretensão de acabar com o nemátodo na minha opinião, mas oxalá que eu esteja errado. E então a Região trabalha em estreita colaboração, como está estipulado legalmente, com a autoridade nacional das florestas e a autoridade europeia também das florestas Essa questão da portaria é uma exigência que está protocolada, porque quanto ao tratamento ou aos passos a dar no controlo ou no combate ao nemátodo e, portanto, ela é necessária e por isso ela foi feita. Aliás, o próprio combate a esta praga foi objeto de negociação a nível nacional e a nível europeu, como disse aqui e muito bem, o Sr. Secretário, e até mesmo para fazer os concursos que agora estão a decorrer para a retirada desses materiais, foi preciso fazer todo um procedimento que culminou com os editais que são também necessários para intervir, porque são terrenos privados e vivemos num Estado de direito, e só agora e de acordo, volto a repetir, com as instruções dadas com a autoridade nacional e pela Comunidade Económica Europeia é que se pode avançar com a retirada desses equipamentos.

Quanto ao carro, Sr. Deputado, o Sr. Deputado referiu-se na última intervenção que eu teria brincado por causa da cor do carro. Oh! Sr. Deputado, quem foi buscar a cor do carro não fui eu, toda a gente ouviu, o Sr. Deputado é que falou na cor do carro do Sr. Secretário, foi só por isso. Não fui eu que fui buscar cores de viaturas, porque eu já passei essa fase de querer brincar com os carrinhos.

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Martinho Câmara dispõe de 1 minuto. O SR. MARTINHO CÂMARA (CDS/PP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Roberto Vieira, tem um requerimento, faz favor.

O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, eu queria fazer este requerimento oral para que o ponto 170, que

diz “Reposição das 35 horas semanais aos trabalhadores da Administração Pública Regional” passe para n.º 4 da II.ª parte desta Sessão, isto em virtude de que nesta Assembleia vai ser discutido no ponto 3, a reposição destas horas aos funcionários da Assembleia e não faz sentido haver filhos e enteados, a função pública é uma só, funcionários públicos são uma classe só, e os daqui não podem ter privilégios em relação aos outros.

Por isso, eu peço que o ponto 170 passe também ao ponto 4, porque a Administração Pública, o funcionário público lá fora tem tantos direitos como aqueles que têm os daqui desta Assembleia.

Uma voz:- Exatamente!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, eu quero dizer que os funcionários da Assembleia

Legislativa da Madeira e dos Açores, tal qual acontece com os funcionários da Assembleia da República, estão ínsitos num regime especial da função pública.

Mas em relação à proposta do Sr. Deputado, eu sugeria o seguinte: é que ela fosse discutida conjuntamente com a proposta do PCP e depois votada separadamente. Se a Câmara concorda com a minha opinião, nem sequer vale a pena estarmos a votar. Depois discutimos as duas e votamos separadamente as duas. Muito bem.

Sr. Deputado Martinho Câmara, tem 1 minuto, faz favor. O SR. MARTINHO CÂMARA (CDS/PP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, para encerrar este assunto das florestas, aquilo que vai ficar deste debate é que realmente mais uma vez o PSD, admitindo que existe legislação que ele próprio não cumpre, admite que qualquer legislação que venha a ser aditada a esta não tem qualquer validade. Nós entendemos que esta legislação tem pertinência, que devem ser tomadas medidas devido à situação em que se encontra a floresta e aquilo que o PSD, durante este tempo de debate que se fez sobre as florestas, aquilo que veio deixar da descoberto, sobretudo, é a evidência e a constatação de que as pessoas têm no seu dia a dia quando atravessam a ilha de uma ponta para outra.

E para terminar, aquilo que nós entendemos sobre esta matéria, sobre o tempo e sobre os ataques que o PSD fez sobre o timing para discussão…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …destes assuntos, eu gostaria de recordar apenas que o CDS apresentou este requerimento no

decorrer do mês de maio e o debate tardio deste assunto tem a ver com a disponibilidade do Secretário,… Vozes:- Ah!

Burburinho. O ORADOR:- …não tem a ver com o CDS,…

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …porque o CDS teve a preocupação de em tempo próprio fazer o debate.

Vozes do CDS/PP:- Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado Sr. Deputado.

Sr. Deputado Vicente Pestana. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, para terminar uma curta intervenção. Oh! Sr. Deputado, isso não é desculpa para nada,

O SR. MARTINHO CÂMARA (CDS/PP):- Não é?

O ORADOR:- Não é, porque o Sr. Deputado sabendo da agenda parlamentar,…

Protestos. …sabendo inclusivamente que o Sr. Secretário esteve… Burburinho na bancada do CDS/PP. …o tempo que esteve impossibilitado por motivos de saúde, se a preocupação do CDS fosse realmente discutir estas

matérias, ou teria apresentado antes, porque não se esqueça, por exemplo, que o pior mês de incêndios este ano foi, exatamente, o mês de maio, pela a estatística e depois, se não era o momento adequado, a Assembleia vai continuar no próximo ano apresentava isto em momento mais oportuno…

Protestos do Sr. Martinho Câmara (CDS/PP).

…mas numa época que não coincidisse exatamente com a época dos incêndios florestais. E depois, Srs. Deputados, não é só por essas questões que eu digo isto, é porque os Srs. Deputados mesmo nos

períodos em que o fogo lavra por essa Madeira fora e quando nos apercebemos que está a ser fogo posto por todo o lado, o CDS não tem tido, e não é o Sr. Deputado, mas o CDS não tem tido a preocupação e a sensatez de não meter política no meio dos incêndios florestais.

Apartes inaudíveis na bancada do CDS/PP.

Não é o Sr. Deputado. Esse barrete não lhe serve. Mas serve a alguém do CDS! Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, vou colocar, finalmente, à votação na generalidade o

ponto 1 da I.ª parte da nossa ordem de trabalhos. Submetido à votação, foi rejeitado com 23 votos contra do PSD e 17 votos a favor, sendo 8 do CDS/PP, 3 do PS, 2

do PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Vamos fazer o intervalo desde já. Eram 11 horas.

INTERVALO O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sras. e Srs. Deputados, já dispomos de quórum.

Eram 11 horas e 40 minutos. Vamos retomar os nossos trabalhos com o ponto 1 da II.ª Parte da ordem de trabalhos, que é a continuação da

apreciação na generalidade do projeto de Resolução, da autoria do PSD, intitulado “Pedido de parecer jurídico – inconstitucionalidade por omissão – artigo 64.º, n.º 3 da CRP – cometida pelo Estado Português, ao não transferir os meios financeiros para fazer face aos encargos com a saúde no Arquipélago da Região Autónoma da Madeira”.

Dou a palavra ao Sr. Deputado Roberto Rodrigues, que já estava inscrito. O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- Prescindo, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Prescinde.

Sr. Deputado Carlos Pereira, estava inscrito.

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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Faz favor, tem a palavra. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta discussão é uma discussão que já

começou há algum tempo, está a recomeçar agora, e eu queria, na sequência das últimas intervenções que ocorreram sobre algumas das questões do passado, retomar esta matéria que me parece, de facto, uma matéria relevante do ponto de vista político, do ponto de vista daquilo que tem sido a ação política governativa do Governo do PSD.

Aliás, eu devo dizer que este diploma que em tese, do ponto de vista daquele que é o seu conteúdo, o Partido Socialista concorda, naturalmente, acho que é absolutamente relevante que a República, o Governo da República, o Estado se responsabilize por matérias como a educação e a saúde e, portanto, essa é uma matéria absolutamente consensual no Partido Socialista da Madeira, mas este diploma em si, vindo de quem vem, vindo do PSD, da bancada parlamentar do PSD, configura aquilo que permitam-me chamar o desporto preferido do PSD Madeira, que é atirar responsabilidades para os outros e areia para os olhos dos madeirenses, que é isso exatamente que este diploma faz. Porque esta questão da regionalização da saúde, e da educação também, de certa forma, é uma questão que tem muitos anos, tem décadas. Ela foi construída, foi negociada, os seus termos foram estabelecidos pelo Governo do PSD. Mas nesta matéria nós até estamos com a vida facilitada, porque é o Governo do PSD com o mesmo Presidente! Foi o mesmo Presidente, o mesmo Governo que negociou estas matérias!

E ao longo destes anos, destes longos anos, existiram, por um lado, omissões e, por outro lado, posições contraditórias que colocam em causa a legitimidade deste diploma vindo da bancada do Partido Social Democrata. E eu explico: relativamente às omissões, parece-me claro, não há – não ouvi nenhum Deputado do PSD ainda dizer isso – nenhuma iniciativa do PSD e do Governo do PSD ao longo destes anos que tenha colocado em causa essa regionalização feita em 1978. Nem uma! Nenhuma iniciativa formal. Não há nenhuma iniciativa formal. E portanto, significa que o PSD, entre 78 e janeiro de 2014, esteve absolutamente confortável com a situação da regionalização que fez para a saúde. Não tinha nada a dizer sobre a matéria. Até se esqueceu que na Constituição estavam responsabilidades do Governo da República e do Estado perante a Madeira no que diz respeito à saúde. Nessa altura, durante estes longos 35 anos, não tinha uma única palavra para dizer. E portanto, esta é uma ação de omissão completa relativamente a esta matéria muito importante, mas que hoje aparece de rompante, como sendo a única questão fundamental que nós temos que resolver. E esta é uma omissão.

Como ação contraditória temos a discussão da Lei de Finanças Regionais. Ora, uma das ambições do PSD e de alguma forma foi sendo introduzida na sociedade madeirense como sendo relevante, foi aquele grande desafio de assegurar que todas as receitas produzidas na Madeira ficassem na Madeira. Esse foi um desafio que o PSD tomou como sendo relevante e aprovou na Lei de Finanças Regionais, no Estatuto Político-Administrativo e dir-me-ão: bom, mas o que é que uma coisa a tem a ver com a outra? Tem tudo a ver, Srs. Deputados!

Quando a Região define que todas as receitas que cá estão são de cá e que não tem, por exemplo, com a República nenhuma negociação para que outras matérias do foro da soberania portuguesa tenham responsabilidades da Região, a Região perde capacidade e margem de manobra para negociar com a República outro tipo de apoio nestas áreas da educação e da saúde.

E portanto, eu diria que, sendo certo que este diploma é um diploma que o Partido Socialista vai aprovar, embora considere que os pareceres jurídicos que o PSD tem vindo a fazer, enfim, caem em saco roto, não são consequentes, são apenas ações políticas, são os tais bodes expiatórios, mas a questão de fundo que se coloca é que este partido, este Governo Regional nunca tomou nenhuma iniciativa para que as questões da educação tivessem verdadeiramente um rumo que querem que tenha com este diploma, ou seja, que haja um equilíbrio de financiamento entre o Estado e a Região no que diz respeito a esta matéria.

E vou-vos dar alguns exemplos. Por exemplo, no caso da Região Autónoma de Canárias, que é uma região semelhante à nossa, que tem uma autonomia, enfim, podemos dizer semelhante à nossa, houve uma negociação feita com o Estado, com o reino, digamos assim, e essa posição foi muito simples: nós não ficamos com as receitas todas, mas os senhores assumem parte das despesas da saúde e da educação. E portanto, uma negociação muito mais equilibrada, com muito mais vantagens para a Região Autónoma de Canárias, da mesma maneira que na questão fiscal. Na questão fiscal, como os senhores sabem, a Região Autónoma de Canárias não tem o IVA nos termos em que nós conhecemos, é uma situação completamente distinta, e essa foi uma negociação do Governo Regional. E portanto, este tipo de abordagens nunca, em nenhuma circunstância, foi feito pelo Governo Regional da Madeira.

E portanto, este diploma está ferido da sua legitimidade pela incompetência e pela omissão ou por contradição das atuações do Governo Regional.

E portanto, eu considero, e o Grupo Parlamentar do Partido Socialista considera que esta reflexão sobre como financiar a saúde e a educação tem que ser uma reflexão global, tem que ser uma reflexão, e como vamos financiar as atividades principais da Região Autónoma da Madeira, como é que a Madeira terá capacidade para as financiar, tendo em conta um dado novo que não existia em 1978, que é a dívida colossal que a Madeira tem hoje. A Madeira tem uma dívida colossal, construída pelo PSD, por este Governo, que não tem tido capacidade de dar resposta. Portanto, é preciso integrar nesta estratégia a forma como esta dívida será paga e de que maneira é que a solidariedade do Estado vai-se responsabilizar também por esta dívida porque, como todos já percebemos, a Região não tem receitas próprias para pagar a dívida, pagar a saúde, pagar a educação e este é o verdadeiro problema da Região, e este é a principal razão pela qual o PSD para sacudir a água do capote, para esconder dos madeirenses aquilo que fez, introduz este diploma que é dizer: “bom, o problema é que o Estado nunca pagou a saúde e a educação”. Os senhores sempre negociaram de forma diferente! Ficaram com as receitas e deixaram que pagássemos, os madeirenses, a saúde e a educação, não tiveram capacidade negocial, não souberam encontrar um mecanismo, um modelo, um quadro de financiamento adequado para que nós hoje estivéssemos numa situação completamente estável e não na situação em que estamos.

Mas o pior de tudo isto não foi não terem sabido negociar a educação e a saúde. O pior de tudo isto foi terem feito a dívida que fizeram! Foi terem feito uma dívida de 6,3 mil milhões de euros que hoje, só para os encargos de juros e outros

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encargos da dívida, nós estamos a pagar valores que vão ascender, a partir de 2016, na ordem dos 400 a 450 milhões de euros. E este valor corresponde a mais de metade das receitas próprias da Região.

E portanto, esta é a situação financeira da Região, em traços muito gerais e, obviamente, grosseiros, mas é esta a razão pela qual o PSD apresenta um diploma desta natureza e não com uma estratégia clara (o Sr. Deputado não gosta de falar de estratégia) mas, uma estratégia clara para encontrar a solução adequada para o financiamento da Região, seja na área da saúde, seja na área da educação, seja para financiar a dívida e torná-la sustentável.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Jaime Filipe. O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu estive atento à intervenção do Sr.

Deputado Carlos Pereira, que repetiu várias vezes uma situação, que eu posso ter interpretado mal, mas era bom que ficasse bem esclarecido nesta Casa e, em especial, para aqueles que estão lá fora: o PS entende, ou o Sr. Deputado Carlos Pereira entende como um erro grosseiro o processo de regionalização. Ou seja, eu gostaria que o Sr. Deputado esclarecesse esta Casa se para o Partido Socialista a regionalização da saúde e da educação foi um erro grosseiro no processo autonómico?

Ou seja, o facto de levar as escolas aos concelhos da Região, levar a saúde a todos os concelhos da Região, acha o Sr. Deputado que é um erro grosseiro! É preciso saber isso! É que eu quero saber qual era a estratégia do Partido Socialista relativamente a esta matéria, porque uma coisa é discutir o modelo de financiamento, e isso podemos estar todos de acordo, foi feito a uma época, provavelmente hoje é caro para o Orçamento da Região, é preciso exigir do Estado a responsabilidade financeira e aí estamos todos de acordo, provavelmente há mais tempo já se deveria ter iniciado este processo de negociação e de exigência financeira por parte do Estado Português. Sobre essa matéria, penso que estamos todos de acordo.

Agora, dizer que foi um erro grosseiro o processo de regionalização, eu fico sem saber se o Partido Socialista achava que ter a saúde através do Terreiro do Paço era melhor do que ter a nível da Região! Ter a saúde através do sistema centralizador do Estado, que a gente sabe recentemente o que é que aconteceu, em encerramentos de unidades, em falta de resposta, se era melhor que a que temos atualmente!

Agora vou dizer mais, Sr. Deputado. Uma coisa é a questão financeira e a responsabilidade do Estado, uma coisa é a existência dum sistema. O Sistema de Saúde da Madeira funciona junto das populações, porque foi regionalizado, e sobre isso ninguém tem dúvidas. Se é preciso melhorá-lo, estamos todos de acordo.

Agora, é preciso clarificar se esta é mais uma opção do Partido Socialista em achar que, provavelmente,… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …só existe população no Funchal ou nalgumas localidades! Que eu saiba, e para nós, a saúde e a

educação são bens demasiado valiosos até para se brincar com as populações. E muito mal estaríamos se existisse um partido que achasse que o processo de levar a saúde e a educação a todos na Madeira foi um processo errado!

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Carlos Pereira, para responder, tem a palavra. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Jaime Filipe Ramos, o

problema é que a regionalização da saúde pelo PSD foi feita a todo o custo. Foi feita a todo o custo. Ou seja, a qualquer custo! Era preciso, segundo o PSD, fazer essa regionalização, foi feita a pontapé porque não se acautelou o seu financiamento. Aliás, a demonstração disso é que hoje têm um diploma a dizer que isso tem que ser reposto, e eu tenho visto vários membros do Governo e Deputados a dizerem que há uma dívida do Governo por causa disso. E portanto, Sr. Deputado, tem de concordar comigo, a regionalização foi feita a pontapé porque se lembraram, 35 anos depois, que afinal o seu financiamento porque nós não tínhamos que financiá-la toda. E portanto, volto a dizer: erro grosseiro de negociação do PSD nesta matéria.

Agora, a questão de fundo é outra. A questão de fundo que o Sr. Deputado me coloca é: mas então estão de acordo ou não estão de acordo com a regionalização? E há uma resposta que eu não lhe consigo dar. Sabe porquê? Porque não se consegue andar para trás no tempo. Não consigo lhe dar uma resposta tão veemente como o Sr. Deputado me dá…

Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). Deixe-me terminar, Sr. Deputado! Não consigo lhe dar uma resposta tão veemente como o Sr. Deputado está a fazer a pergunta, que é dizer que se a

educação e a saúde estivessem centradas em Lisboa, nós estaríamos pior. Eu não sei, Sr. Deputado! Eu não sei, Sr. Deputado!

Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). Não é mau! Eu não sei, Sr. Deputado. O que eu estou a dizer é que não sei! E estou a ser honesto e o Sr. Deputado,

também para ser honesto, para ser honesto tinha que dizer que não sabia! Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD).

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Não! Sr. Deputado, eu estou a dizer: para ser honesto tinha de dizer que não sabia, nós nunca vimos isso! Nós tivemos uma regionalização a partir de 78 até hoje e, portanto, eu não sei responder a essa pergunta.

Agora, sei responder aquilo que é o nosso pensamento do ponto de vista daquilo que deve ser a autonomia. Eu acho que o princípio da subsidiariedade nesta matéria deve ser introduzido, ou seja, que nós devemos ter uma regionalização para a saúde e para a educação. E estou de acordo! Eu estou completamente de acordo com isso!

Agora, não consigo responder se os senhores no poder, como fizeram esta regionalização e com outros no poder sem uma regionalização, por exemplo, eu não sei qual seria o cenário, se seria melhor ou pior!

Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). Burburinho na bancada do PSD. Não faço a mínima ideia, nem o Sr. Deputado sabe! Agora, outra coisa, Sr. Deputado, é o Sr. Deputado me perguntar… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …se o PS defende a regionalização da saúde e da educação! Isso defende, e já o disse várias vezes!

Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). Não, o erro grosseiro é a negociação. Oh! Sr. Deputado, não ponha na minha boca aquilo que eu não disse! Eu vou voltar a dizer então para que não haja dúvidas. Se eu disse isso, eu vou referir, olhe, como deve ser. Como

deve ser é: um erro grosseiro foi a negociação com a República do financiamento da saúde e da educação. E isso reafirmo…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- …Agradeço que conclua, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …isso eu…

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado.

Sr. Deputado Martinho Câmara. O SR. MARTINHO CÂMARA (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de começar esta minha

intervenção por, duma forma clara, dizer que a autonomia, para nós, nasceu e bem, sendo que algumas das competências que à Região lhe foram atribuídas foram a educação e a saúde. Nós achamos que essas competências foram, sem dúvida, uma mais-valia para a Região Autónoma da Madeira, mas nós entendemos que a autonomia deve ser entidade como algo que é dinâmico, que não é estático e que precisa de ser ajustado e que tem de se ajustar em cada um dos tempos.

Aquilo que o PSD hoje aqui vem propor é que se peça um estudo jurídico sobre a inconstitucionalidade e a omissão, sobretudo em matérias de saúde. Ou seja, aquilo que o PSD aqui vem propor é a pôr em causa se não deve ser a República também a custear a saúde na Região Autónoma da Madeira.

Nós entendemos que deve de haver outra postura da República perante a autonomia, perante as exigências duma região.

Mas nós gostaríamos também de fazer esta preocupação relativamente à saúde, que se estendesse também à educação. E ainda que esta postura de responsabilidade em matérias de saúde e de educação fosse acompanhada também de outro sentido de responsabilidade na própria gestão da Região Autónoma da Madeira.

Nós entendemos que a saúde na Madeira neste momento tem outra exigência, tem outros encargos financeiros, tem outros compromissos e tem uma resposta que é diferente daquela do passado. Em primeiro lugar, nós gostaríamos de confrontar a maioria por que é que demorou tanto tempo para perceber que os encargos com a saúde não era comportáveis pela Região Autónoma da Madeira? Essa é uma questão fundamental.

A segunda questão que nós rapidamente nos defrontamos é com a situação de que o PSD demorou muito tempo, e o seu Governo, para rever a disposição e a distribuição de todos os recursos relativos à atual resposta que a saúde deve dar aos madeirenses. Entendemos que deve de haver um ajustar daquilo que são as necessidades dos utentes aos meios que estão disponíveis, para que a resposta seja mais eficaz.

Nós entendemos por que é que foi preciso se chegar a um ponto de rutura, um ponto em que a saúde não responde, em que se acumulou uma dívida colossal e em que a saúde é dos parentes pobres desta governação.

Mas, perante esta situação, nós somos confrontados com uma bancada do PSD que se apresenta aos madeirenses e que faz referência a um PIB, a um PIB da Madeira que em 79 representava pouco mais de 16% do PIB da Europa e que o Presidente do Governo Regional afirma que era preciso realizar obra. Perante esta situação, as obras eram inevitáveis e nessa altura ainda bem que se fizeram algumas obras. Mas nós continuamos a fazer obras, até ao ponto de fazer obras, aquelas que não eram necessárias, e isso trouxe encargos que realmente são incomportáveis.

Aquilo que o CDS defende é que, por um lado, deve de haver obras, deve de haver dívida, mas essa dívida não pode comprometer, nem hipotecar o futuro. E aquilo que se de melhor se pode ter é aquilo que nós podemos pagar ou financiar, não é aquilo que não podemos ter, nem condiciona o futuro, e aquilo que não poderemos pagar.

Quando o PSD traz o PIB da Região à Madeira e diz que a Madeira ultrapassa o PIB nacional, o CDS confronta-se logo com uma questão: se nós temos um PIB superior ao PIB nacional, como é que nós, sendo uma região mais rica que Portugal, não conseguimos sustentar a saúde e a educação? Essa é a primeira questão.

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Mas o CDS encontra uma resposta para isso, e ontem julgo que nesta Câmara ficou bem claro por que é que isso acontece. Isso acontece porque, embora nós tenhamos um PIB superior ao PIB nacional, a Madeira assumiu compromissos, e o Governo Regional, que foram extremamente lesivos para a economia e para a própria Região. E recordo aquilo que ontem foi dito aqui: a Região beneficiou de 570 mil euros para pagar em 25 anos e em que, passados esses 25 anos, até ao ano 2009, vai pagar 2,6 milhões de euros, ou seja, perante estes dados, realmente não pode haver dinheiro para a educação e para a saúde.

Aquilo que se assistiu foi que a determinada altura uma autonomia que se queria para todos apenas serviu alguns, e esses alguns fizeram com que muitos fossem prejudicados. E nós estamos frontalmente contra isso.

Também o CDS foi acusado pela maioria do PSD que está ao lado da privatização da saúde na Região Autónoma da Madeira, e eu gostaria, duma forma clara, duma forma institucional, de dizer que o CDS é o primeiro defensor dum sistema de saúde pública na Região, não excluindo, é claro, a existência dum sistema complementar de oferta para a saúde dos madeirenses.

Por outro lado, quando aqui também é dito que apenas se vai pedir um estudo jurídico da inconstitucionalidade sobre a saúde, o CDS gostaria de ir mais longe: acho que esta Assembleia devia de ter a liberdade e devia de mandar um pedido de aclaramento, não pedir um estudo dum parecer, mas pedir um aclaramento ao Tribunal Constitucional, já sobre esta matéria, que é uma matéria relevante e determinante para a Região Autónoma da Madeira.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Tem a palavra o Sr. Deputado Edgar Silva. Dispõe de 1 minuto. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a questão que se coloca, a questão de fundo em relação à autonomia é que a autonomia, sem meios financeiros, é uma autonomia profundamente posta em causa. E se na área da saúde, na área da educação e em tantas outras áreas a regionalização constitui uma componente fundamental da afirmação própria dos poderes autonómicos, sem meios financeiros adequados tudo isto é posto em causa, o edifício autonómico é posto em causa.

E a questão que se coloca neste momento é a de que nós deveríamos ter uma Lei de Finanças Regionais que fosse capaz de garantir todos os meios financeiros necessários à plena assunção das competências autonómicas, previstas na Constituição e contempladas no Estatuto Político-Administrativo.

O problema é que se coloca é que da parte da República tem havido uma má vontade. Tem havido uma má vontade em relação à dotação de meios financeiros na Região Autónoma da Madeira…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …para fazer face aos seus deveres e incumbências constitucionais e estatutárias.

Termino já, Sr. Presidente, dizendo que, em nosso entender, a grande questão passa por uma luta não tanto no plano constitucional, mas no quadro da negociação duma Lei de Finanças Regionais que seja capaz de nos garantir todos os poderes que estão na Constituição e os meios para exercício desses poderes.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado.

Sra. Deputada Rafaela. A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu não iria voltar a fazer qualquer

intervenção em relação a esta iniciativa mas, perante aquilo que foi a intervenção do Sr. Deputado Carlos Pereira, eu vejo-me forçada a ter de deixar três interjeições, até porque não poderei fazer os pedidos de esclarecimento porque, infelizmente, o Sr. Deputado já não tem tempo para responder, mas, na mesma, deixo aqui três observações.

A primeira é o Partido Socialista neste momento se lembrar da solidariedade do Estado para pagar a saúde e a educação, quando à data em que o Partido Socialista teve responsabilidades de governo nunca se preocupou com isso, não se preocupou minimamente com isso. Nessa altura, já havia madeirenses e porto-santenses que precisavam de ter educação e saúde todos os dias. E nessa altura, o Partido Socialista da Madeira não sabia o que era a solidariedade do Estado.

Quanto à sua afirmação de que o PSD seria o sacudir a água do capote. Ora, Sr. Deputado, nós aquilo que fizemos durante todo este tempo foi exatamente o contrário! O que nós fizemos durante todo este tempo foi definir uma estratégia de resposta em política de educação e em política de saúde para garantir que os madeirenses, os portugueses que viviam na Madeira e no Porto Santo tivessem exatamente acesso à educação e acesso à prestação dos cuidados de saúde. E é natural que isto seja um incómodo muito grande, porque a verdade é que para a história ficará um património, no Governo do Partido Social Democrata na Madeira, relativamente à estratégia que foi definida.

E a estratégia que foi definida, Sr. Deputado Carlos Pereira, foi primeiro criar infraestruturas que não existiam; não existiam escolas onde os alunos pudessem aulas sem estarem a receber a chuva em cima dos cadernos, e já tivemos aqui vários testemunhos do Deputado Gualberto, do Deputado Emanuel relativamente àquilo que era o tipo de escolas em termos de construção nos concelhos onde cresceram.

Depois, tivemos uma evolução: é que não só se construíram escolas, como tivemos depois a necessidade de fazer a recuperação de muitos dos edifícios. Hoje não há dúvida nenhuma, Sr. Deputado Carlos Pereira, que teremos de perceber, face àquele que é o cenário demográfico (que também a Madeira não foge a isso), como é que vamos manter a resposta relativamente à educação. E isso é uma reflexão que eu concordo, aí sim, consigo, que se deve ter. É uma reflexão e percebermos qual a reorganização administrativa que deve correr no âmbito das escolas, precisamente porque nós estamos a ficar sem meninos para integrar essas escolas. Há algumas freguesias que, infelizmente, têm menos meninos do que aqueles que seriam expetáveis, o que significa que as escolas estão sobredimensionadas para a procura

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existente. E é preciso nós colocarmos esta reflexão num nível que é percebermos o que é que é melhor para aquela criança, se aquela criança terá um desenvolvimento melhor se estiver em contacto com outras crianças numa escola maior ou se, ao invés, se deverá privilegiar a distância de casa dela ao próprio edifício da escola. E isso é uma questão que deve exigir uma reflexão séria por parte de todos os partidos políticos.

Relativamente à matéria da saúde ainda e retomando, ora, Sr. Deputado, é a mesma história. O que é que aconteceu? Nós, eu não vou repetir aqui os vários exemplos que o Secretário Regional da Tutela deu nas sucessivas intervenções que tem feito neste Parlamento, mas a verdade é que todos nós temos a consciência do que era o número de médicos disponíveis na Região para acudir às pessoas que viviam na Madeira. E não eram só os residentes, mas também os turistas.

Nós sabemos que tivemos uma primeira aposta que foi a de criar infraestruturas, e estou a falar dos centros de saúde que foram criados, e isto dentro do âmbito duma política de proximidade, para garantir que essa resposta chegasse às populações, mas houve um outro fator que também foi fundamental, que foi a atração de quadros para a Região Autónoma da Madeira. Inclusivamente nesse processo de atração de quadros, e estamos a falar de professores, estamos a falar de técnicos em várias áreas, estamos a falar de médicos, inclusivamente teve que se criar uma figura das casas de função. Porquê? Porque não tínhamos quadro na Madeira suficientes e foi preciso criar vários incentivos, inclusivamente as próprias casas de função para garantir habitação a muitos dos professores que hoje acabaram depois por integrar o nosso Sistema Regional de Ensino.

E em relação à saúde, Sr. Deputado, por muita crítica que possa existir, há um mérito que os Srs. Deputados da oposição não conseguem tirar relativamente à estratégia que foi definida por parte do PSD em relação à saúde, que foi: vamos garantir o melhor possível e o máximo possível uma resposta da saúde na Madeira, tentando que não só houvesse uma resposta ao nível dos cuidados primários, mas também que ao nível dos cuidados hospitalares se aumentasse o número de especialidades, não só aumentando o número de especialidades mas também que tivéssemos médicos e enfermeiros capazes de responder às necessidades da população.

Hoje temos ainda também uma outra vertente que carece da tal reflexão, que tem a ver com o facto de estarmos confrontados com o envelhecimento da população, que não é um aspeto negativo como às vezes parece ouvir nas intervenções, é um aspeto positivo! Significa que temos melhor qualidade de vida, que a esperança média de vida aumentou, porque há outros cuidados médicos, porque há outras condições para que as pessoas possam durar mais anos. E isso é uma vantagem, significa que, de alguma forma, também houve essa evolução na humanidade, que permite que as pessoas não tenham uma vida curta por falta de cuidados médicos, por falta de medicamentos ou por falta de condições de vida.

E como é que devemos reagir a esse fenómeno demográfico? É óbvio que essa resposta deve ser a de garantir o máximo possível que essas pessoas que hoje conseguem atingir mais idade, tenham, na melhor das hipóteses, um acompanhamento para garantir sempre a sua autonomia e a sua independência.

Eu, Sr. Deputado, tenho ainda a felicidade e tive a felicidade de ter um bisavô que morreu com quase 100 anos e, felizmente, ele esteve sempre aos cuidados da família, nunca foi preciso interná-lo em nenhum lar, porque havia uma estrutura de apoio. E eu gostava que essa fosse a solução e naturalmente isto é aquilo que os médicos e que é expetável, é que as pessoas se mantenham no seio familiar o máximo de tempo possível. E é preciso apoiar as famílias precisamente para garantir que os idosos se possam manter o máximo de tempo possível nas famílias, desde a adaptação das casas à própria assistência domiciliária, incluindo os cuidados de enfermagem e os cuidados médicos que o Partido Social Democrata consegue assegurar na Região Autónoma da Madeira.

Quando se fala na construção de lares, dizemos que ou achamos que essa é a solução milagrosa para resolver as questões do envelhecimento, e isso não é. Quanto menos lares, seria expetável que fossem o mínimo possível, precisamente porque nós preferimos que os idosos se mantenham no seu seio familiar e nas suas origens. Quando isso não é possível, então, tudo bem, pois que se criem os lares de idosos.

E eu hoje não poderia deixar esta oportunidade de intervenção neste documento, até para relevar e reconhecer publicamente aquilo que tem sido o trabalho da Santa Casa da Misericórdia de Machico, que ainda hoje é notícia relativamente àquilo que é o exemplo de rede social informal, que não foi preciso um decreto para criar esta sinergia entre os serviços de segurança social, a Santa Casa da Misericórdia de Machico, a câmara municipal que, de resto, já é uma herança da câmara antiga e as estruturas locais. E é esta sinergia que é preciso nós encontrarmos localmente para dar o apoio à população, nomeadamente à população idosa. E isso passa pela complementaridade entre aquilo que é a segurança social e aquilo que são os serviços de saúde.

E por isso, Sras. e Srs. Deputados, quando nós aqui falamos na reflexão global, e isto foi aquilo que o Deputado Carlos Pereira referenciava, da necessidade de se fazer uma reflexão global sobre os custos da educação e os custos da saúde, no caso concreto da saúde isto não pode ser dissociado da matéria da segurança social, porque há competências que são da segurança social, há competências que são da saúde.

E sabe, Sr. Deputado, quando se vem dizer (e era o Deputado Martinho que dizia) que nós tínhamos a saúde como um parente pobre, isso não é verdade, porque a maior fatia do Orçamento Regional durante todos estes anos foi para a saúde. E sabe, Sr. Deputado, é que nós não pagamos apenas aquilo que é a prestação dos cuidados de saúde, como estamos a assumir no Orçamento Regional e no orçamento da saúde despesas que deveriam estar no chapéu da segurança social. E estou a falar dos idosos que estão no Atalaia, que estão no João de Almada, que estão nos Marmeleiros e que podiam estar em casa e que não conseguem porque as famílias não têm condições para os receber ou simplesmente os abandonaram no hospital e teve que ser o Governo Regional, no chapéu dos custos da saúde, a assumir também as despesas com estes idosos e tinha que os garantir porque acima de tudo está a qualidade de vida ou tentar assegurar o mínimo possível que estes idosos tenham condições mínimas de vida e isso não sendo possível em casa, o Estado tem que responder. No caso concreto da Madeira é o Orçamento Regional que está a responder a essa mesma necessidade.

E por isso, é duma forma muita injusta que os Srs. Deputados fazem essa avaliação, dizendo que a saúde é o parente pobre do Orçamento Regional, porque isso não é verdade e é bom, Srs. Deputados, que corrijam essa mesma ideia.

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Também gostaria de deixar aqui uma outra nota e uma última nota: fala-se, por um lado, que houve dívida, mas por outro lado critica-se que não há verbas para aplicar, e eu às tantas já não sei muito bem o que é que os partidos da oposição pretendem! Se acham que as coisas se pagam com casca de banana, se acham que as coisas se pagam com penas de pássaros, se acham que as coisas vêm do céu e que não é preciso pagar e, portanto, Sras. e Srs. Deputados, há aqui a necessidade de se assumir uma linha de raciocínio coerente. Ter saúde ou ter educação custa, e custa ao bolso das pessoas, custa ao erário público. E esses custos são assumidos pelo Orçamento Regional numa fatia considerável.

Se nós achamos que isso é suficiente? Obviamente que nós gostaríamos de ter ainda muito mais do ponto de vista daquilo que é a prestação. Gostávamos de ter muito mais médicos, disso não haja dúvidas, gostávamos de ter muito mais enfermeiros, disso não haja dúvidas! Estamos a ter aquilo que é possível ter.

Mas também não é possível é dizer-se que a resposta que asseguramos poderia ser feita sem que a mesma tivesse dívida. E isso, Srs. Deputados, a deixar aqui uma nota final.

A responsabilidade que cada pessoa tem quando recorre a um centro de saúde a um hospital normalmente não é informada à pessoa. Uma pessoa não faz ideia, quando entra num hospital por alguma razão, de quanto é que isso custa. E sabe, Sr. Deputado, se calhar está na hora de começarmos a fazer essa informação às pessoas, para saber o que é isso significa em termos de custo do orçamento, porque se calhar é uma forma também de combater aquilo que é a desinformação que os Srs. Deputados tentam criar todos os dias, nomeadamente nos meios de comunicação social. Porque aquilo que hoje acontece, quer no centro de saúde, quer no hospital, para ter uma máquina a funcionar, desde o senhor que atende ao telefone, ao maqueiro que está lá disponível para as pessoas que não conseguem entrar por seus pés dentro do hospital, à equipa de enfermeiros, à equipa de técnicos de imagem, à equipa de médicos, custa muito caro. E é injusto que os senhores digam que não existe investimento na saúde ou que é o parente pobre, ou que não há resposta, ou que essa resposta é assim ou é assado, quando hoje existem profissionais de várias áreas a trabalharem no âmbito da saúde que se empenham diariamente, cujo preço nem tem como pagar, porque aquilo que é a dedicação de todos, aquilo que é o empenho de todos merecia, naturalmente, esse reconhecimento público que eu não me canso de fazer no âmbito das minhas intervenções, que é o sentimento de todos os meus colegas deste partido e que eu lamento que os senhores não façam, quando têm exatamente oportunidade de o fazer.

Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Jaime Filipe, para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. Õ SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Deputada Rafaela Fernandes, da

mesma forma que há pouco tentei ficar melhor esclarecido pelo Sr. Deputado Carlos Pereira, percebi claramente que na resposta não fui tão convencido eu próprio e o próprio orador daquilo que era a sua posição, e eu gostaria que a Sra. Deputada também pudesse acrescentar algo a este Parlamento, não ao nível do Bis-bis de ontem, nem do Chávez e do passarinho do Chávez, mas se a Sra. Deputada tivesse conhecimento de qual é a posição dos partidos da oposição. Porque os partidos da oposição algo me diz que até vão votar a favor desta iniciativa mas, aqui na Assembleia, estão a passar uma mensagem de que esta posição não é importante para o futuro da Madeira. Ou seja, discutir esta matéria não é importante, discutir as responsabilidades do Estado não é importante, e resta saber porquê essa intenção de camuflar a responsabilidade do Estado, o que é importante é discutir, neste momento, a saúde ou a educação, ou seja, confundir a forma com a substância, quando o que estamos aqui a discutir é a substância, a importância ou não da saúde ser acautelada através do Estado, como responsabilidade do Estado, independentemente da forma como tem sido gerida e da forma como tem sido posta ao dispor da população.

E esta confusão que a oposição quer fazer hoje aqui revela que há, na oposição, um incómodo relativamente a esta matéria. Isso é que me parece evidente! Há um incómodo que o PSD lidere este movimento. Há um incómodo da oposição, que seja o PSD a levantar esta questão. Há um incómodo da oposição que o PSD lute por esta causa. Ou seja, na oposição da Madeira o que interessa é estar contra o PSD e não estar ao lado ou contra a população, o que interessa é estar essencialmente contra o PSD. E hoje, mais uma vez, esse incómodo fica evidente aqui.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- A oposição sabe que esta matéria é fundamental para a Região, sabe que esta matéria é estruturante

para a Região, mas como é o PSD a levantar, é melhor criticar, porque neste momento é melhor ser contra o PSD do que votar a favor da população.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado.

Sra. Deputada Rafaela, para responder. A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Obrigada, Sr. Presidente.

A resposta a essa questão, Sr. Deputado Jaime Filipe Ramos, é muito objetiva. O Partido Socialista só se lembrou de refletir sobre os custos da saúde e da educação e só se lembrou de falar da

solidariedade do Estado depois do Governo liderado pelo Partido Socialista em Lisboa, com o Eng.º José Sócrates, ter saído do poder. Porque nessa altura não houve da parte do Partido Socialista qualquer lembrança relativamente àquilo que era a solidariedade do Estado em matéria de saúde e de educação.

Também é muito interessante que da parte dos partidos da oposição, e isto genericamente mas com maior preocupação para aquilo que é o próprio CDS, que eu desafiaria a responder neste Parlamento o que é que foram as preocupações do CDS relativamente à matéria de saúde, em concreto, neste mandato do Governo da República, PSD/CDS?

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E a verdade é que da parte do CDS, para além daquela que tem sido a prática e a dialética de agressividade por questões de índole pessoal, de conflito com o antigo presidente do SESARAM, atual diretor clínico, por parte de alguns deputados do CDS, mais que isso não se percebeu, neste Parlamento.

E portanto, houve aqui uma estratégia de agressividade pessoal, houve aqui uma tónica de conflito pessoal, mas aquilo que é a tal reflexão global em matéria de saúde, naquilo que tem a ver com como é que vamos resolver a solidariedade do Estado em matéria de saúde, como é que vamos assegurar esses pagamentos, isso não foi possível garantir.

E por isso, Sr. Deputado Jaime Filipe Ramos, o que está em causa é a incerteza por parte da oposição naquilo que é a sua posição numa prioridade para os madeirenses e porto-santenses…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sra. Deputada.

A ORADORA:- …que é garantir, efetivamente, que haja a corresponsabilização por parte do Estado, da sua

solidariedade para com os madeirenses e porto-santenses, na Madeira e no Porto Santo. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado José Manuel Rodrigues. Dispõe de 7 minutos. O SR. JOSÉ MANUEL RODRIGUES (CDS/PP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o PSD traz a esta Casa um pedido

de parecer sobre a questão de se saber se o Estado deve ou não cobrir as despesas com a saúde na Região Autónoma da Madeira. Já o tinha trazido no passado, acerca do sector da educação.

É bom que situemos estas duas questões. O PSD, de 76 a 80, não salvaguardou perante o Estado o pagamento das despesas dos cidadãos da Madeira em

matéria de educação e saúde. Portanto, primeira responsabilidade que existe pelo facto do Estado não comparticipar as despesas com a saúde e a educação dos madeirenses é do Governo Regional do PSD! Primeira questão.

E a segunda questão, Sr. Deputado Jaime Filipe Ramos, que eu saiba, acaba de dar entrada na Assembleia da República dois projetos de revisão constitucional, um da autoria dos 4 Deputados do PSD e um da autoria do Deputado do CDS, Rui Barreto. E a minha questão é esta: o projeto de revisão constitucional do CDS da Madeira, que entrou esta semana na Assembleia da República, contempla esta matéria, diz que o Estado assegura o pagamento das despesas com saúde e educação dos cidadãos residentes na Madeira e nos Açores.

Vozes do CDS/PP:- Muito bem!

O ORADOR:- Eu pergunto se o vosso projeto de revisão constitucional assegura ou não?

Aplausos do CDS/PP. Não existe! Aplausos do CDS/PP. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- O problema é esse!

Apartes inaudíveis da bancada do PSD. O ORADOR:- Onde é que está? Onde é que está o vosso projeto?

O SR. MÁRIO PEREIRA (CDS/PP):- Onde é que está?

Burburinho na bancada social-democrata. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sra. Deputada Rafaela. Dispõe de 2 minutos.

A SRA. RAFAELA FERNANDES (PSD):- Obrigada, Sr. Presidente.

Sr. Deputado José Manuel Rodrigues, eu não resisto a lhe dizer duma forma muito objetiva que as revisões constitucionais são todas muito boas para aquilo que é a dialética parlamentar, para a discussão jurídico-constitucional e por aí adiante. Mas há questões concretas diárias, e eu vou-lhe dar três exemplos concretos: primeiro, a pressão de contas do Serviço Nacional de Saúde em relação ao serviço regional no que diz respeito ao atendimento de pessoas que têm o cartão da Madeira no serviço nacional, os estudantes e outras pessoas mais que, por alguma razão, têm de ser atendidas no serviço nacional; vem o serviço nacional com a conta logo no final do mês “os senhores devem tanto” e estrangulam o acesso ao serviço nacional, porque essa conta não está paga. E isso não é de agora, Sr. Deputado José Manuel Rodrigues, isso é do tempo até do Governo Socialista!

E estamos a falar de questões concretas! Estamos a falar de questões concretas que é render a conta de merceeiro no final do ano, no final do trimestre, a dizer: “os senhores estão-nos a dever isto”. E estão-nos a dever, portugueses contra portugueses que passam a conta da saúde, Sr. Deputado José Manuel Rodrigues!

Estamos a falar doutro exemplo que tem a ver com a dívida dos medicamentos às farmácias. Sr. Deputado, nunca houve uma solução para isso! E nós, naquilo que é a nossa escala, que é uma gota no oceano, ficamos no meio daquilo que era o bolo da dívida nacional de todos os hospitais nacionais! E também sofremos represálias com essa situação.

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Mas vou-lhe dar dois últimos exemplos concretos: a rutura de stocks que ocorreu no âmbito dos medicamentos para os doentes com HIV, Sr. Deputado José Manuel Rodrigues, infelizmente, nós aqui na Madeira acabamos também por ficar envolvidos naquilo que era a dívida de todo o País com os fornecedores. E é uma área específica que obriga a que as contas correntes tenham que ser saldadas, e estão à espera que nós aqui na Região, com um orçamento mais limitado, tenhamos essa conta corrente saldada quando o País não conseguiu fazer com o número de hospitais que tem!

Ora, Sr. Deputado, isto são questões concretas do dia a dia com que se deparam os administradores dos hospitais neste País. Não é só uma questão dos administradores da Madeira! Não é só uma questão dos administradores…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sra. Deputada.

A ORADORA:- …dos hospitais dos Açores, é uma questão diária que separa os administradores dos hospitais deste

País e que não é possível nós continuarmos a ter, da parte do Governo da República, e o senhor também tem responsabilidades, relativamente à área da saúde, não é possível nós continuarmos a ter este estrangulamento financeiro. Não é possível.

E nós temos vários exemplos de manifestações pelo País todo, desde utentes a médicos e a enfermeiros, com as dificuldades que têm de conseguir responder, diariamente, quando têm as pessoas à porta.

Mas eu também não resisto a lhe dizer mais uma outra coisa! Sabe, Sr. Deputado, eu quando acompanhei as notícias no dia de greve dos médicos, que ocorreu há bem pouco tempo, em que ouvi pessoas idosas a dizerem que esperaram 2 e 3 horas por uma consulta que estavam à espera há mais de meio ano, e que esperaram 2 e 3 horas para saber se teriam ou não a sua consulta, e que chegaram à sua vez para lhes dizerem “afinal, o seu médico está de greve hoje, não vai poder fazer a sua consulta”. Uma pessoa que esteve à espera, situações até de meio ano e que agora esperam mais meio ano para terem essa consulta! E isto, Sr. Deputado José Manuel Rodrigues, é só para lhe dizer que aquilo que toca à resposta…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor de concluir, Sra. Deputada.

A ORADORA:- …que deve ser integrada, diariamente, Sr. Deputado, não é um problema só da Madeira, não é um

problema do Hospital Dr. Nélio Mendonça, é um problema global, que exige uma reflexão e uma séria resposta por parte do Governo da República, Sr. Deputado.

E termino, Sr. Presidente. Sabe, aquilo que é o fenómeno e aquilo que foi o processo dos submarinos do Sr. Vice-Presidente, Paulo Portas, do CDS…

Protestos do Sr. Lopes da Fonseca (CDS/PP).

…é um processo que, em jeito de brincadeira… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sra. Deputada, tem de concluir!

A ORADORA:- …Sr. Deputado, eu termino já,…

Protestos do Sr. José Manuel Rodrigues (CDS/PP).

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Peço-lhe desculpa, mas está a exceder largamente o seu tempo

A ORADORA:- …é uma brincadeira, Sr. Deputado José Manuel Rodrigues, mas já percebi que deixa um incómodo

tão grande que eu reservarei… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigada, Sra. Deputada.

A ORADORA:- …para uma próxima intervenção.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado.

Srs. Deputados, vou colocar à votação… Faz favor, Sr. Deputado José Manuel Rodrigues. Tem 5 minutos. O SR. JOSÉ MANUEL RODRIGUES (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Deputada Rafaela

Fernandes, é lamentável, Sra. Deputada, que a Sra. Deputada traga para aqui assuntos que nada têm a ver com o objeto do vosso diploma.

Eu recordo apenas, Sra. Deputada, que, a propósito dos submarinos, o Primeiro-Ministro da altura chamava-se José Manuel Durão Barroso, que era do PSD! O atual Primeiro-Ministro do Governo da República, de que os senhores tanto reclamam, é do vosso partido e chama-se Pedro Passos Coelho. O Ministro da Saúde do Governo da República, o tal que estrangula, pelos vistos, o Serviço Regional de Saúde, chama-se Paulo Macedo e foi indicado pelo PSD!

Aparte inaudível do Sr. Jaime Filipe Ramos (PSD). E portanto, Sra. Deputada, se tem razões de queixa… Apartes inaudíveis da bancada do PSD.

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…se tem razões de queixa, queixe-se dos ministros do seu partido e do Primeiro-Ministro do seu partido! E já agora, Sra. Deputada, é pena que os senhores tragam aqui para consumo interno esta matéria de que o Estado

deve pagar as despesas com a saúde e com a educação dos madeirenses, mas os 5 deputados na Assembleia da República se esqueçam de pôr isso no projeto de revisão constitucional que entregaram. E mais! E esquecem-se também, na altura das votações do Orçamento de Estado, de defender os interesses da Madeira e votam a favor desses orçamentos!

Aplausos do CDS/PP.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, vou colocar à votação o diploma.

Submetido à votação, foi aprovado com 37 votos a favor, sendo 23 do PSD, 9 do CDS/PP e 5 do PS e 6 abstenções,

sendo 2 do PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Srs. Deputados vamos às votações finais globais. Passamos à 1.ª votação final global, precedida da leitura do parecer da 6.ª comissão Especializada e referente à

proposta de decreto legislativo regional, intitulada “Adapta à Região Autónoma da Madeira o regime constante do Decreto-Lei n.º 139/2102, de 5 de julho”.

Sra. Secretária da Mesa, faz favor de ler o parecer da 6.ª comissão.

Proposta de Decreto Legislativo Regional “Adapta à Região Autónoma da Madeira o regime constante do Decreto-lei n.º 139/2102, de 5 de julho”

PARECER A 6.ª Comissão Especializada Permanente, Educação, Desporto e Cultura, reuniu-se no dia 22 de julho de 2014, pelas

15.30, para análise na Especialidade da proposta de Decreto Legislativo Regional em epígrafe. Colocado à discussão o diploma, e não havendo propostas de alteração, foi o mesmo colocado à votação, tendo sido

aprovado por unanimidade. Este parecer foi aprovado por unanimidade. Funchal, 22 de julho de 2014. Pel’O Relator Ass:. Edgar Garrido.- O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Secretária da Mesa.

Submetido à votação, foi aprovado com 23 votos a favor do PSD, 10 votos contra, sendo 5 do PS, 2 do PTP, 1 do

PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 10 abstenções, sendo 9 do CDS/PP e 1 do MPT. Passamos à 2.ª votação final global da proposta decreto legislativo regional, intitulada “Adapta à Região Autónoma

da Madeira o Decreto-lei 167/2008, de 26 de agosto que estabelece o regime jurídico aplicável à concessão de subvenções públicas”, precedido da leitura do parecer da 2.ª Comissão.

Sra. Secretária da Mesa, faz favor de ler o parecer.

Proposta de Decreto Legislativo Regional

“Adapta à Região Autónoma da Madeira o Decreto-lei 167/2008, de 26 de agosto que estabelece o regime jurídico aplicável à concessão de subvenções públicas”

PARECER Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 156.º do Regimento da Assembleia Legislativa da Madeira, reuniu

no dia 24 de julho de 2014, pelas 10 horas, a 2.ª Comissão Especializada Permanente de Economia, Finanças e Turismo, para analisar na especialidade o diploma em epígrafe.

Após discussão e não havendo propostas de alteração, foi o diploma colocado à votação em todo o seu articulado e sido aprovado por unanimidade dos partidos presentes, PSD, CDS/PP e PS.

Este parecer foi aprovado por unanimidade. Funchal, 24 de julho de 2014. O Relator, Ass.: Élvio Encarnação.- Submetido à votação, foi aprovado com 39 votos a favor, sendo 23 do PSD, 9 do CDS/PP, 5 do PS, 1 do PND e 1 do

PAN e 4 abstenções, sendo 2 do PTP, 1 do PCP e 1 do MPT. Faz favor, Sr. Deputado. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

O requerimento que fazemos é no sentido de que os trabalhos se possam prolongar no horário, até que possa ser discutido e votado o ponto relativo às 35 horas para aos trabalhadores da Assembleia e para a restante administração pública.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Está à votação, Srs. Deputados.

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Submetido à votação, foi rejeitado com 23 votos contra do PSD e 20 votos a favor, sendo 9 do CDS/PP, 5 do PS, 2 do PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT.

Passamos ao ponto 2, com a apreciação do projeto de Decreto Legislativo Regional, da autoria do PSD, intitulado

“Alteração da estrutura orgânica da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira”, apresentado com

processo de urgência. Consta do seguinte:

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira Funchal O Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata vem requerer nos termos dos artigos 234° e 235° do Regimento

da Assembleia Legislativa da Madeira, a apreciação com Processo de Urgência do Projeto de Decreto Legislativo Regional intitulado "Alteração da Estrutura Orgânica da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira"

a) Dispensa do prazo previsto no artigo 145°; b) Redução do prazo de exame em comissão (art.º 235°, alínea b); c) Dispensa do envio à comissão para redação final (art.º 235°, alínea d). Com os melhores cumprimentos. Funchal 17 de junho de 2014. O Líder do Grupo Parlamentar do PSD/M, Ass.: Jaime Ernesto Nunes Vieira Ramos.- Está em discussão o processo de urgência. Sr. Deputado Roberto Vieira, tem a palavra. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, votarei favoravelmente a alteração da

estrutura orgânica aqui proposta. Contudo, não posso deixar de dizer que poderíamos fazer muito mais. Nesta alteração poderia estar contemplado muito mais que deveria ser alterado, falo por exemplo, no jackpot, falo nas mordomias, falo

em tanta coisa que se passa dentro desta Casa, que deveria ser aproveitada esta alteração para também contemplar estas situações, que são situações injustas perante a população que está lá fora.

Quando falo em mordomias, no ponto que se segue, poderemos até ver uns aqui são mais bem pagos do que outros lá fora, exercendo o mesmo trabalho, é verdade que é um regime especial, como diz o Sr. Presidente e será com certeza, é um regime especial que a função pública lá fora também queria ter esse regime especial e não o tem.

As mordomias que nós todos temos cá dentro, do mais pequeno ao maior, que a função pública lá fora não tem, estas alterações é que deveriam ser feitas, hoje, aqui nesta Casa.

É verdade que há uma boa vontade do PSD de querer alterar alguma coisa, mas é muito pouco, é uma alteração pequena, que vou votar favoravelmente por ser pequena e, de grão a grão, a galinha enche o papo, mas a verdade é que dentro desta Casa estamos protegidos, lá fora não estão os funcionários públicos protegidos.

Por essas razões, votarei a urgência, pelo pequeno passo que esta alteração vem trazer a esta Casa, mas é muito pouco e não chega.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PAN deseja intervir? O PND deseja intervir? Faz favor, Sr. Deputado. O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, bem se vê com este diploma qual é a urgência e qual é a prioridade do PSD/Madeira. Aparte inaudível do Sr. Jaime Ramos (PSD). Nós estamos perante a lei orgânica que tem muito por resolver, muito por corrigir, e o PSD está preocupado aqui com

um pequeno pormenor. Aliás, o PSD está preocupado com um pelinho que está desalinhado no bigode e não liga nenhuma à cabeleira, toda despenteada.

E realmente… Apartes inaudíveis na bancada do PSD. …a Lei Orgânica da Assembleia precisava, efetivamente, de uma revisão urgente mas, essencialmente, para mexer

no artigo 46.º e 47.º, em particular o primeiro, porque é aí que está o grande problema do funcionamento desta Assembleia, é aí que está a grande despesa do funcionamento desta Assembleia, é aí que estão as tais famosas subvenções aos partidos, aos grupos parlamentares, que levam aos madeirenses mais de 5 milhões de euros por ano.

É aí que devia existir urgência e necessidade de mexer e o PSD, infelizmente, não o quer! O PSD, infelizmente, quer é mexer lá nos pormenores para fazer de conta que está a trabalhar, mas para deixar tudo na mesma.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- O PCP. Faz favor, Sr. Deputado.

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta é a urgência que serve ao PSD e que não tem a ver, certamente, com os interesses da Assembleia, não tem a ver com os interesses dos trabalhadores da Assembleia, porque aqui ficou muito claro, acabamos de votar, era possível para os trabalhadores da Assembleia, para todos aqueles que são do quadro da Assembleia e que aqui desempenham as suas funções, era possível, imediatamente, votar um direito a ser reconhecido, o direito às 35 horas de trabalho semanal.

O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Gamelão!

O ORADOR:- O PSD não considera que esta matéria seja urgente, nem aceita estar aqui mais meia hora a trabalhar,

para reconhecer um direito aos trabalhadores da Assembleia. Este é um direito que ficará para ser reconhecido em setembro ou em outubro, só no reinício dos trabalhos.

Com um processo de urgência agora, o PSD pretende servir questões que tem a ver com interesses seus, com interesses que não são dos trabalhadores, que não são da maioria daqueles que têm a ver com o trabalho neste Parlamento, para resolver estas questões que são da mais elementar justiça não é urgente, nem mais meia hora de trabalho no Parlamento.

Para esta questão, para resolver questões de lana-caprina, para resolver questões que são, claramente, de pormenor sem ir ao fundo da questão, sem ir àqueles que são os grandes problemas que estão por resolver, assim, sim, aí é urgente para o PSD.

Esta votação é urgente para o PSD, não é urgente para a Assembleia, não é urgente para a Região, como há instantes ficou demonstrado na anterior votação, em relação a um simples desejo de prolongamento de mais 30 minutos, para que uma votação muito simples pudesse ser, a que uma deliberação para passar a aplicar imediatamente aquilo que já é um direito a que temos acesso, porque a lei já o prevê, para isso o PSD não está disponível, nem para dar 30 minutos do seu tempo.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- O PTP? Sra. Deputada Raquel.

A SRA. RAQUEL COELHO (PTP):- Obrigada, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, que a Lei Orgânica da Assembleia Legislativa da Madeira precisa de ser profundamente alterada, relativamente ao artigo 46.º e 47.º, no que diz respeito às subvenções parlamentares, não haja dúvidas que, realmente, é preciso fazer essa alteração.

Agora, fazer uma alteração nos modos como o PSD pretende, ainda por cima com processo de urgência apenas para retirar ao Sr. Secretário-geral o Departamento das Relações Externas e a Comunicação Social, para entregar a um técnico de apoio parlamentar, parece-me claramente excessivo!

Aparte inaudível do Sr. Jaime Ramos (PSD). Aliás, pode até fazer sentido, mas não é urgente, nem é o pecado mortal da estrutura orgânica da Assembleia

Legislativa da Madeira. Agora, nós não entendemos o processo de urgência, principalmente quando existem outras questões de interesse

prioritário para a Região, como já foi aqui enumerado pelo Sr. Deputado Edgar Silva, assim também como, por exemplo, ser aflorado neste Parlamento a perseguição que é feita contra os democratas da oposição, por parte do PSD, com a ajuda dos tribunais.

Os democratas da oposição desta terra que se atrevam a denunciar a corrupção e o compadrio que existe no Governo Regional estão condenados a ficarem sem os seus bens, sem os seus pertences, sem o seu salário, graças ao regime jardinista e com a ajuda dos tribunais. E isto é que deveria ser aflorado e debatido até à exaustão aqui na Assembleia.

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- O PS?

Sr. Deputado Carlos Pereira. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o grupo parlamentar do Partido Socialista,

a olhar e a analisar este diploma, esta alteração à Lei Orgânica, naturalmente que tem sérias reservas sobre a sua urgência.

E as reservas sobre a sua urgência não têm, necessariamente, a ver com a necessidade de alterações à Lei Orgânica, para acomodar alguma estratégia operacional mais equilibrada para o funcionamento da Assembleia. Não temos, naturalmente, nada a opor a essa matéria, nem temos objeção qualquer a essa questão, até porque essa é uma responsabilidade da administração da Assembleia e, obviamente, do Sr. Presidente e, em particular, do PSD que tem o domínio da gestão da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira.

Mas, de qualquer forma, é um bocadinho incomodativo para o Partido Socialista estar a fazê-lo, quando há um conjunto infinito, e isso já foi dito pelos deputados anteriores, de matérias em termos de lei orgânica que devíamos estar a discutir e a trabalhar. E algumas delas o próprio Partido Socialista já apresentou nesta Assembleia e foram recusadas pelo PSD, mas acho que é uma altura de fazermos uma reflexão muito séria sobre isto, Sr. Presidente, porque os deputados da Madeira estão na berlinda, como o Sr. Presidente sabe, por várias vezes têm sido alvo de notícias, sejam regionais, sejam nacionais, que na maior parte dos casos…

Apartes inaudíveis do Sr. Jaime Ramos (PSD).

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…ferem a honra dos deputados, pelo menos ferem a honra dos deputados da minha bancada parlamentar. E eu acho que é não só uma insensatez, como é uma irresponsabilidade, como é uma falta de respeito por todos os deputados que aqui estão, não estarem a ser acautelados todos, todos os mecanismos para, de uma vez por todas, os deputados desta Assembleia poderem ser respeitados na praça pública.

Uma voz:- Ah!

O ORADOR:- Porque o que se está a passar é uma vergonha. E o que se está a passar em termos de silêncio desta

Assembleia e dos seus órgãos principais também não é o mais aconselhável. Eu acho, sinceramente, e o grupo parlamentar do Partido Socialista acha que esta proposta, vindo com urgência a

esta Assembleia, é também uma provocação aos deputados que estão hoje, a par de um quase assassinato público da sua honra,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

…e por mim falo, mas falo em nome também da bancada parlamentar do Partido Socialista, e não temos acautelado

esta matéria como deve ser. Portanto, o apelo que eu faço, designadamente, à bancada parlamentar do PSD, que tem a maioria para aprovar estas

matérias e para resolver estas coisas, é que tenham em atenção este problema e que, de uma vez, por todas se estabeleça os mecanismos necessários para, no quadro da lei orgânica, no quadro parlamentar retificar tudo aquilo que não está em conformidade e que tem afetado seriamente a vida, e a vida pública, dos deputados e a imagem dos deputados.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado

O CDS? Sr. Deputado José Manuel Rodrigues. O SR. JOSÉ MANUEL RODRIGUES (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a urgência que aqui estamos

a discutir é para um caso individual abrangido pela lei orgânica do Parlamento, quando devíamos estar a discutir a urgência da redução da subvenção aos grupos parlamentares…

Uma voz:- Muito bem!

O ORADOR:- …e aos partidos.

Este Parlamento está cercado – é a expressão – pelo Tribunal de Contas e pelo Tribunal Constitucional, devido às verbas exageradas que anualmente transfere, na ordem dos 5 milhões de euros, para os grupos parlamentares e para os partidos.

Apartes inaudíveis. E é necessário reduzir essas verbas porque elas, independentemente da posição destes tribunais, são escandalosas

aos olhos dos contribuintes da Madeira e do Porto Santo. Aparte inaudível de um Sr. Deputado.

O CDS desde 2011 que tem vindo a defender a redução dessas verbas, que nós consideramos que são claramente

exageradas! É o próprio Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira que, numa entrevista recente, diz que a subvenção aos grupos parlamentares é excessiva e deve ser revista. E mais, descarta responsabilidades ao afirmar: “não fui eu que fiz essa lei”.

Então, Srs. Deputados, já agora, aproveitemos este momento para reduzir a subvenção dos grupos parlamentares, o célebre jackpot. O CDS dará entrada, se este diploma passar a urgência (com certeza passará), dará entrada de dois aditamentos a esta lei orgânica para que, desde este momento, desde hoje seja reduzida…

O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Muito bem!

O ORADOR:- …a subvenção aos grupos parlamentares e aos partidos.

Aplausos do CDS/PP. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- O PSD?

Sr. Deputado Savino Correia. O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, três notas apenas.

Burburinho.

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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Uma voz:- Vamos ver! Vamos ver!

O ORADOR:- A primeira, sobre a questão das 35 horas. E sobre a questão das 35 horas, eu quero dizer que o diploma

que aqui o Partido Comunista apresenta é um projeto de resolução. Ora, a natureza jurídica de um projeto de resolução é apenas uma recomendação, é um apelo, é uma sugestão, a

força jurídica é zero! E portanto, não se trata de um decreto legislativo, não se trata de um normativo com força jurídica, tem um valor residual, apenas é uma sugestão. Ponto número um, quanto à questão do que aqui é apresentado.

No ponto dois, eu quero vos dizer o seguinte: leiam, faz favor, o Jornal Oficial, 3.ª Série e reparem aí a quantidade de acordos de entidade empregadora pública que foram publicados,…

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. …que foram publicados,… Uma voz:- Quantos são?

Estão aqui quase todos, só falta aqui da Secretaria Regional do Turismo e Transportes, que está em curso, aliás,

ainda hoje vai ser entregue, e do Ambiente e Recursos Naturais, que está a ser assinado e, portanto… Uma voz:- E as finanças?!

O ORADOR:- Está aqui a Secretaria Regional do Plano e Finanças, está qui. Pronto!

E portanto, vamos caminhar no sentido de consagrar por via da contratação coletiva as 7 horas diárias e as 35 semanais.

Portanto, a recomendação, façam o favor, leiam o Jornal Oficial de 18 de julho. Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Terceiro ponto, nós vamos votar a favor desta alteração à estrutura orgânica, porque representa, de facto, um passo

no sentido de ganhos de eficiência,… Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP).

…de maior racionalização dos meios e, por conseguinte, é um passo positivo também no sentido da redução dos meios e dos custos.

Muito obrigado. Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados vou colocar à votação a deliberação da urgência.

Submetido à votação, foi aprovado com 33 votos a favor, sendo 23 do PSD, 9 do CDS/PP e 1 do MPT, 5 votos contra,

sendo 2 PTP, 1 do PCP, 1 do PND e 1 do PAN e 5 abstenções do PS. Está em discussão na generalidade. Se os Srs. Deputado desejarem intervir, façam o favor de se inscreverem. Sr. Deputado Savino Correia. O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, relativamente a esta alteração, ela, sobretudo, visa

alterar o artigo 26.º que, na anterior redação, dizia que o Departamento de Relações Externas e para a Comunicação Social será superintendido pelo assessor para a comunicação social do Gabinete do Presidente da Assembleia Legislativa, sendo coadjuvado, no exercício das suas funções, por um técnico de apoio parlamentar coordenador.

Pretende-se com esta alteração, sobretudo, ganhar em termos de eficiência, de eficácia, mas também de racionalização dos meios, na medida em que com a alteração que se propõe o mesmo Departamento de Relações Externas e para a Comunicação Social passa a ser dirigido, simplesmente, por um técnico de apoio parlamentar coordenador.

Por outro lado, também, além desta alteração que se pretende e que visa, fundamentalmente, que esta unidade orgânica da Assembleia possa ter mais eficiência, possa ser menos onerosa, possa ser mais operativa, também se pretende aqui adequar os princípios, fundamentalmente, ao texto, no sentido de que, doravante, ficará o texto de acordo com o organigrama da própria Estrutura Orgânica da Assembleia.

Assim, esta unidade operativa, dependente do Secretário-geral, que também tem a ver com questões do SIADAP, harmoniza-se assim e dá-se uma consonância entre a letra e o texto e, sobretudo, o organigrama mas, fundamentalmente, esta alteração é, de facto, um passo, como disse e bem um dos Srs. Deputados que me precedeu, é uma alteração pequena, é certo, mas não deixa de ser uma reforma pequena, no sentido de tornar a Assembleia mais operativa e que as suas unidades orgânicas, como são fundamentais para que toda a estrutura da Assembleia funcione, e funcione bem, com respostas rápidas e eficientes e menos onerosas, é este reajustamento que aqui se pretende fazer e achamos uma das emendas, uma das correções que, de resto, já devia ter sido feita no momento em que se fez a alteração da estrutura orgânica, mas que agora se pretende pôr o texto de acordo com os princípios e com o organigrama que está aprovado.

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Jaime Ramos, faz favor. O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, além deste ponto que está em discussão, o ponto que foi referido pelo

Partido Comunista, n.º 169, e o 170, salvo erro referido até pelo Deputado do MPT, o PSD está disponível, desde que não haja discussão, só votação, tratando-se de projetos de resolução, os n.ºs 169 e o 170, o PSD estava disponível a votar desde, que não haja discussão e só haja votação.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- É uma proposta, os Srs. Deputados concordam?

Os Srs. Deputados concordam. Portanto, fica assim, não há discussão, há votação. Srs. Deputados, eu ponho desde já à votação o n.º 169 da listagem de iniciativas legislativas, mas precedido da leitura

do parecer da 7.ª Comissão, que é o projeto de Resolução, de “Reposição das 35 horas semanais aos funcionários da Assembleia Legislativa da Madeira”, apresentado pelo Partido Comunista.

O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Dispensa-se a leitura do parecer, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Ah! Dispensa o parecer, exatamente, dispensa o parecer, é só a votação.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade. E agora o ponto n.º 170, que é o projeto de Resolução, também da autoria do PCP, intitulado “Reposição das 35

horas semanais aos trabalhadores da Administração Pública Regional”.

Está à votação, Srs. Deputados. Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade. Para uma intervenção, a propósito do diploma que está em discussão, tem a palavra a Sra. Deputada Raquel. A SRA. RAQUEL COELHO (PTP):- Obrigada, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, como há pouco referi no processo de urgência, perante tantos problemas que afetam a Região trazer uma urgência apenas para retirar funções ao Sr. Secretário-geral, uma questão que é meramente logística, acessória de lana-caprina, obviamente que para o Partido Trabalhista outros valores mais altos se alevantam.

E eu estou a falar, exatamente, da perseguição que é feita pelo regime jardinista aos democratas da oposição, através do seu braço armado, os tribunais, que, neste momento, constituem a maior ameaça à democracia e à liberdade de expressão nesta terra.

Hoje, posso afirmar, seguramente, que o poder dominante já não precisa de recorrer à força física, às armas para calar e silenciar os democratas da oposição.

Burburinho.

Hoje, implementou-se a ditadura do dinheiro, ou seja, todos aqueles que optaram por botar faladura contra os

desmandos deste regime, enumerando os seus autores, tocando nos nomes, estão destinados a ficar sem os seus bens, sem a sua casa, com o seu salário penhorado, com o futuro penhorado, correndo o risco de ir viver para debaixo da ponte.

Eu acho que mal de nós quando o destino de todos aqueles que defendem, afincadamente, o dinheiro dos contribuintes é estar com os tribunais à perna. Hoje, a crítica no seio político já não é aceitável, quer dizer, até é aceitável, sai é muito caro!

Ainda há coisa de dois meses recordo-me de um ex-deputado desta Casa, do Bloco de Esquerda, o Roberto Almada, ser obrigado a pedir desculpas ao Sr. Deputado Jaime Ramos para não ser condenado a pagar uma dura indemnização.

E a perseguição já é de tal ordem que já chegam ao cúmulo de condenar os democratas da oposição a penas de prisão por crimes de alegada difamação, já aconteceu com o Deputado José Manuel Coelho, já aconteceu agora recentemente com um grupo de elementos do PND.

Portanto, a cada dia que passa, os tribunais e o regime fascista desta terra vai subindo um degrau, no sentido de restringir as liberdades conquistadas pelo 25 de Abril.

Sabemos também que alguns camaradas´, graças à perseguição deste regime, que é altamente eficaz, abandonaram a luta e, de certa forma, não podemos condená-los! Quem não se lembra do caso do professor João Carlos Gouveia, obrigado a pagar 35 mil euros ao Dr. Alberto João Jardim e que depois nem sequer contou com o apoio e solidariedade dos seus colegas de partido?!

Quanto a nós, Partido Trabalhista, eu posso garantir que nós não baixaremos os braços, continuaremos a defender aqueles que nos elegeram a todo o custo,…

Uma voz:- Muito bem!

…mesmo em prejuízo pessoal. Eu estou aqui a gastar o meu latim, mas espero, de facto, não estar a pregar aos peixes… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sra. Deputada.

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A ORADORA:- Já termino, Sr. Presidente.

…e digo isto para que os restantes partidos democráticos representados nesta Assembleia abram os olhos e tenham um papel ativo na defesa…

Uma voz:- Claro!

A ORADORA:- …destes democratas que lutam, incansavelmente, contra a corrupção e o compadrio nesta terra, que

abandonem as diferenças políticas e que se juntem na nossa luta, relembrando uma citação de Bertolt Brecht,… Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Agradecia que concluísse, Sra. Deputada.

A ORADORA:- Termino já Sr. Presidente.

…dizendo: “Primeiro levaram os comunistas, Mas eu não me importei com isso Porque não era comigo. Em seguida levaram alguns operários Mas a mim não afetou Porque eu não sou operário Depois prenderam os sindicatos Mas eu não me importei, não me incomodei com isso Porque nunca foi sindicalista Logo a seguir foi a vez dos padres Como eu nunca foi religioso, também não liguei. Agora levam-me a mim E quando me apercebi já era tarde”. Portanto, a minha intervenção é no sentido de que… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sra. Deputada, já excedeu largamente.

A ORADORA:- …não seja tarde demais, porque a verdade é quando os bons se calam, os maus triunfam…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Agradeço-lhe que termine.

A ORADORA:- …e para que nós todos não tenhamos de fazer o mesmo que o PND, que é passar à clandestinidade

revolucionária. Muito obrigada. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Jaime Ramos pediu a palavra, faz favor. O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, é que o grupo parlamentar do Partido Social Democrata tinha solicitado

que se terminasse este ponto no dia de hoje, assim como se votasse o 169, eu penso que essa é a posição que foi tomada por maioria aqui da Assembleia.

E eu gostava também de perguntar à Mesa a legalidade das alterações propostas pelo CDS e pelo PND, acerca deste diploma que estamos a discutir, porque, na minha ótica, segundo o parecer que poderá ser diferente de outro, não podem apresentar propostas de alteração fora dos artigos que foram apresentados como proposta.

Protestos na bancada da oposição.

Portanto, isto não é uma alteração geral à orgânica, não é, na minha opinião. Eu penso que não será e, por essa

razão, tenho muitas dúvidas sobre a admissibilidade destas propostas. De qualquer das formas, o PSD estará disponível para discuti-las, mas entende que é ilegal a apresentação destas

propostas. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- É um assunto que é pertinente mas que não está esclarecido no

Regimento. Não está completamente esclarecido. Faz favor, Sr. Deputado. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, na sequência da intervenção que fiz aquando da urgência e

parecendo que os Srs. Deputados que aqui estão, a maior parte deles parece terem ignorado aquilo que eu acabei de dizer, o que eu disse e volto a repetir é que os deputados desta Casa estão perante um problema muito sério que decorre

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precisamente desta lei orgânica. E eu acho, honestamente, e o requerimento que queria fazer era nesse sentido, é que os Srs. Deputados votassem a

favor dum requerimento de baixar este diploma à comissão para refazer, de uma ponta à outra, esta lei orgânica, de maneira a que nós, de uma vez por todas, deixemos de estar sob suspeita dos tribunais deste País. Isto é do mais elementar bom senso e acho que da maior responsabilidade perante todos nós e perante o povo da Madeira.

Eu acho que se os Deputados que estão aqui nesta Casa,… Aparte inaudível do Sr. Jaime Ramos (PSD).

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. É um minuto, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …se sentem que tem honra a defender, que façam isso e façam esse esforço.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- O Sr. Deputado apresentou uma proposta.

O ORADOR:- Não, um requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Um requerimento exatamente.

Um requerimento e gastou um minuto, que é o tempo Regimental. Eu vou colocar à votação o requerimento do Sr. Deputado Carlos Pereira. Submetido à votação, foi rejeitado com 23 votos contra do PSD e 18 votos a favor, sendo 8 do CDS/PP, 4 do PS, 2

do PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Sr. Deputado Hélder Spínola. Sr. Deputado Hélder Spínola, está distraído. Tem a palavra. Risos. O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Antes de mais, gostaria de esclarecer ali o engenheiro Vicente Pestana em relação à sua viatura no início da década de 90 que, efetivamente…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça).- Não tem nada a ver!

O ORADOR:- …que efetivamente…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, não tem nada a ver com o que estamos aqui a discutir.

O ORADOR:- Não, é só que, efetivamente, a Direção Regional de Florestas disponibilizou, com motorista, não é, para

transportar os voluntários para mas… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Não tem a ver as florestas com a lei orgânica!

O ORADOR:- …mas lamento saber que ficou sem a viatura por causa disso!

Bom, em relação a este diploma… Aparte inaudível do Sr. Vicente Pestana (PSD). Eu imagino que não! Em relação a este diploma, como há pouco referi, julgo que, acima de tudo, o que nós temos que discutir são,

efetivamente, as propostas de alteração que já foram apresentadas, quer pelo PND, quer pelo CDS/PP e que, realmente, são a substância daquilo que é necessário mexer e alterar na lei orgânica!

E é preciso nós não esquecermos que nós estamos a falar acima de tudo de dinheiro. Este dinheiro, estes 5 milhões de euros…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Não é isso que estamos a falar Sr. Deputado, neste momento.

O ORADOR:- Também estamos a falar disso.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Não!

O ORADOR:- Então, o Sr. Presidente vai pôr em causa a minha interpretação deste debate?!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- A liberdade de falar não ponho em causa de maneira nenhuma. Mas não

é esse o tema… O ORADOR:- Não é?! Nós estamos a falar da lei orgânica! A lei orgânica tem este aspeto…

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Risos. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Nós estamos a falar de uma alteração concreta da lei orgânica.

O ORADOR:- Está bom! Mas dê aí algum espaço aos seus limites, que são, parece-me, muito apertados!

De qualquer das formas, dizia eu que estes 5 milhões custam aos madeirenses… Uma voz:- Quais?!

O ORADOR:- …são tirados diretamente dos impostos pagos pelos madeirenses e pelas empresas da Madeira. Nós

aqui não estamos a falar daquele dinheiro esbanjado que é, maioritariamente, vindo da Europa, não! O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo.

O ORADOR:-. Nós aqui estamos a falar concretamente de dinheiro pago pelos impostos, e é fundamental, aí sim,

mexer, para aliviar a carga fiscal, para aliviar o esforço dos madeirenses. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo.

Muito obrigado. O Sr. Deputado Edgar Silva, tem 2 minutos. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, saudar este recuo estratégico por parte do PSD que, embora não tenha permitido o alargamento do tempo, permitiu, através da votação e com a proposta de votação imediata sem discussão, permitiu que aqui fosse aprovado em primeiro lugar a resolução para que aos trabalhadores da Assembleia se aplique o regime das 35 horas semanais e o facto de ter aprovado uma segunda resolução, ter sido aqui aprovada por unanimidade, que reconhece a todos os trabalhadores da administração pública, para além dos da Assembleia, este direito às 35 horas.

E isto é importante e faz-se justiça, porque não estava certo haver, dentro de um governo, dentro da mesma máquina administrativa e na administração pública regional, a uns aplicar-se as 35 horas e a outros as 40 horas.

Aos trabalhadores da Assembleia e aos trabalhadores da administração pública regional temos aqui pela frente uma ferramenta importante para que se faça justiça num direito laboral muito importante.

Em relação a esta matéria que está aqui a ser discutida no âmbito do processo de urgência, é uma oportunidade perdida aquela que aqui temos, pois nesta oportunidade era possível, se estamos a querer alterar a lei orgânica, não está minimamente provado nem é minimamente aceitável que essa alteração seja uma alteração cirúrgica, de pormenor, numa cirurgia de duvidosa fundamentação, numa cirurgia, numa especialidade excessivamente circunscrita, que dá o ar de se assemelhar a uma ambição clientelar, particularista de algum amiguismo circunstancial,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …sem proceder a uma alteração de fundo da lei orgânica, como era justo e imperioso se fazer.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Jaime Ramos, tem a palavra. O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Sr. Presidente., Srs. Deputados, existe aqui, como é normal na oposição, demagogia

barata. Primeiro, o Sr. Deputado do PND e o Sr. Deputado do MPT recebem tanto como qualquer um dos meus colegas,

igual. O PSD tem 24 deputados e, praticamente, recebe igual a toda a oposição. O SR. HÉLDER SPÌNOLA (PND):- Não se esqueça dos marcianos!

O ORADOR:- Todos recebem igual. Portanto, demagogia pura! Madeirenses e porto-santenses, a oposição recebe

cerca de 2 milhões e 500 mil euros por ano também, como o PSD recebe. Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND). Portanto, é demagogia barata, própria da oposição, com a conivência do Diário de Notícias e da TSF, que, com eles,

estão conluiados. O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Não é essa a discussão!

O ORADOR:- Mais, tenho que dizer aqui e hoje que estes senhores dão dinheiro ao Diário de Notícias, por ano, para

que eles possam divulgar as suas notícias, as suas mentiras, as suas injúrias, que querem denegrir a imagem do PSD e dos seus membros.

Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND).

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Sr. Presidente, Srs. Deputados, portanto, isto é a realidade e a verdade! Segundo ponto, quero-vos dizer o seguinte: o que está sendo, neste momento, preparado, devidamente, por pessoas

com conhecimentos constitucionais e legais e que não sendo nenhum de nós, partidos políticos, somos apenas uma extensão dos partidos políticos nacionais, não temos competência jurídica ou personalidade jurídica, quero eu dizer, ou competência fiscal para que possamos ser partido político e por essa razão qualquer alteração à lei orgânica atual é demagógica, não é funcional, não resolve os problemas de fundo que estão equacionados pelo Tribunal Contas, nem pelo Tribunal Constitucional.

Só uma lei nacional, só uma lei da Assembleia da República, que está a ser equacionada e preparada, é que pode resolver o problema respeitante ao problema que se põe sobre a interpretação de uma lei orgânica que foi feita em 1979 e nós apenas demos seguimento. Não fomos nós que fizemos a lei, não foi eu que fiz a lei. A lei existia. Os serviços da Assembleia processam, normalmente, sempre, antes de eu ser líder deste grupo parlamentar e de os Srs. Deputados serem líderes dos vossos grupos.

Ela funciona, normalmente, e não fui eu que disse para depositar na conta A, B ou C, é o sistema que funciona, normalmente, desde 1979. E o que urge fazer é, na Assembleia da República, uma lei, que é ela que tem competência, são os partidos políticos que têm competência, para que se possa pôr termo e enquadrar o sistema legal, devido à alteração orgânica que se fez, do Tribunal de Contas, em 2007. Isto é consequência de tal, porque até 2007 não havia qualquer consequência, porque as competências do Tribunal de Contas não se enquadravam! Isto é a realidade. Está sendo preparada.

Portanto, qualquer alteração orgânica, hoje, não resolve o problema, não resolve! O problema mantém-se igual! Até podiam dizer só recebe 100 euros ou 200 euros ou 500 euros, era igual!

Burburinho. Portanto, o problema tem que ser de fundo. Está sendo preparado para que se possa salvaguardar o que se fez até

agora, até 2010 ou 2013 ou 14, e o PSD nacional, assim como os outros partidos, estão também preparados para fazer uma redução desses valores a nível da Assembleia da República para que nós possamos apenas ter aqui na Assembleia Legislativa uma verba para o funcionamento dos grupos parlamentares e dos seus funcionários e as verbas para os partidos políticos serem os partidos nacionais que recebem e depois cada um canaliza para o seu sistema político interno de acordo com aquilo que entender. Portanto, como não somos partido não podemos receber! Há aqui um problema de princípio que ninguém equacionou, quando fizeram a alteração da lei orgânica no Tribunal de contas, a lei não revogou a lei dos partidos políticos, portanto, há aqui uma interpretação dúbia e discutível sob o ponto de vista constitucional.

Por essa razão, qualquer alteração à lei orgânica do sistema, não resolve nada, porque se vai manter o mesmo problema, que é o Tribunal de Contas que entende, na sua lei orgânica, que nós temos que apresentar as contas ao Tribunal de Contas, e isso não faz sentido, porque não somos um partido político, estamos integrados nos partidos nacionais, que eu saiba! Não há partidos regionais.

Por essa razão é que o PSD não concorda com nenhuma destas propostas, porque são demagógicas, não são funcionais, não têm efeitos sobre aquilo que se está a passar até agora, nem terão no futuro.

Estamos sim de acordo, e já informamos o partido nacional, com a redução provisória, como a nível nacional há, e que seja a República a receber o dinheiro e depois cada partido canalize para os seus partidos e que a Assembleia Legislativa e os seus grupos parlamentares tenham uma verba para as despesas respeitantes aos seus quadros de funcionamento do partido, isto é que estamos a preparar. Sr. Presidente, Srs. Deputados, é isto que está sendo equacionado e está sendo trabalhado e está a avançar para que esses efeitos se acabem de vez.

Portanto, não façam demagogia. O povo gosta imenso que se fale a verdade, que se diga a verdade, essa demagogia cai por base, quando se explica às pessoas, que as pessoas compreendam, que não é através de notícias falsas ou demagógicas, como pretendem fazer e como ultimamente fazem que isto funciona a favor do povo.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, também queria dizer o seguinte: embora não esteja enquadrado nesta ordem, mas como tenho aqui uma proposta do PND, eu gostava de saber que posição tomará V. Exa., o Sr. Presidente, face à divulgação pública de que este partido entrou na clandestinidade, se vai solicitar ao Tribunal Constitucional a ilegalidade deste partido, para que estes senhores não estejam representados numa assembleia democrática…

Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND). Burburinho.

…uma vez que disseram, publicamente, que vão entrar na ilegalidade. Eu gostava que a Mesa tomasse as

providências necessárias e suficientes para que este partido continue ilegal perante o Tribunal Constitucional, que é um partido que não respeita a democracia e a liberdade…

Aparte inaudível do Sr. Hélder Spínola (PND). …que todos nós aqui defendemos nesta Assembleia. Muito obrigado. Burburinho. Apartes inaudíveis. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Jaime Ramos, eu tomei nota, com muita atenção, da intervenção de V. Exa. que tem duas vertentes:

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tem esta vertente mais recente em relação à ilegalização do PND, que hoje na imprensa diária fez questão de publicitar a sua entrada na clandestinidade.

A segunda vertente é a que se prende com as propostas de alteração na especialidade, da autoria do PND e do CDS. Acresce o seguinte: acresce que a Mesa aceitou as propostas de alteração na especialidade.

Eu quero adiantar que vou pedir, vou solicitar à Comissão de Regimentos e Mandatos, em letra de forma, a sua interpretação acerca da possibilidade ou da impossibilidade de acontecer o que está a acontecer agora.

Mas, Srs. Deputados,… Burburinho. Srs. Deputados, desculpem, eu gostava que me ouvissem! …mas como eu aceitei, como a Mesa aceitou estas propostas de alteração, o grupo parlamentar do CDS, a todo o

tempo, tem a possibilidade de recorrer da decisão da Mesa. Tem esse poder regimental. E a Mesa não tem que ficar ofendida porque é um poder regimental de que o PSD pode, de facto, recorrer.

Srs. Deputados, então continuamos com os nossos trabalhos e com a nossa discussão. Sr. Deputado Rui Almeida. O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente.

Então enquanto não surge esse requerimento à Mesa por parte do PSD e ainda estamos na discussão da proposta original, o PAN, obviamente, não vai votar contra esta proposta em concreto, mas também não quer legitimar o que está a ser feito e a acontecer, com esta proposta que é, realmente, uma questão ínfima relativamente à orgânica de funcionamento da Assembleia quando, na verdade, há questões de fundo que podem ser vistas como sendo agora aproveitadas do ponto de vista político para estarmos aqui a debater, mas é quase inevitável elas serem referidas, como estão a ser.

E esta questão das subvenções, a atribuição delas, a maneira como estão a ser geridas, bem como todo um outro número de problemas com que a administração da Assembleia se vê, como a atribuição de subvenções, subsídios de reintegração vitalícios, tudo isto está envolto em grande polémica que tem sido alvo de pareceres por parte do Tribunal Contas.

Portanto, estas questões deviam ser atendidas e resolvidas e esta oportunidade, obviamente, não deve ser descurada. Eu penso, a meu ver faz todo o sentido que se reconheça a importância que estas questões também têm e agora, nesta altura própria em que estamos a debater alterações à orgânica, não sejam colocadas debaixo do tapete, para se discutir noutra altura qualquer. É reconhecer que isto são questões importantes, que têm a ver com o financiamento dos partidos e depois com a sua subsequente atividade política. Não podemos dizer que,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

…com estas atribuições de fundos, tenhamos aqui um parlamento… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor de concluir.

O ORADOR:- …a funcionar em pleno.

Portanto, eu creio que toda a eficiência dos trabalhos não podemos nós realmente regozijarmo-nos que está a ser feito.

Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O Sr. Deputado José Manuel Rodrigues. O SR. JOSÉ MANUEL RODRIGUES (CDS/PP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o que está em causa neste diploma

não é discutir aquilo que está para trás, isto é, se o Tribunal de Contas ou o Tribunal Constitucional têm razão no cerco que têm vindo a fazer aos grupos parlamentares a propósito desta subvenção.

O que está em causa é discutir o valor dessa subvenção a partir de agora. E não é de hoje que o CDS defende a redução desta subvenção.

A subvenção aos grupos parlamentares e aos partidos têm origem num decreto legislativo aprovado nesta Assembleia em 1989, que foi revisto em 1993, que foi revisto em 1994 e que teve uma substancial alteração no ano 2005, quando o PSD resolve empolar as verbas que eram até então atribuídas aos grupos parlamentares e aos partidos.

E recorde-se que essa alteração substancial foi em 2005 e só em 2007 é que o Tribunal de Contas vem levantar a questão da legalidade desta subvenção. Isto demonstra que aquilo que está em causa não é a legalidade, é a exorbitância da subvenção, é isto que escandaliza as pessoas, é isto que escandaliza os juízes do Tribunal de Contas…

Uma voz:- Muito bem!

O ORADOR:- …e do Tribunal Constitucional.

E é esta matéria que nós pretendemos resolver hoje. Não está em causa se é legal ou não esta subvenção. Está em causa a exorbitância, o escândalo do valor desta

subvenção aos grupos parlamentares e aos partidos políticos.

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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Vozes do CDS/PP:- Muito bem!

O ORADOR:- E o que o CDS/PP pretende é que se reduza em mais de 50% as verbas que são atribuídas aos grupos

parlamentares com mais de um deputado. Mantém-se a base dos 15 salários mínimos para os deputados únicos e reduz-se em 50% a verba atribuída aos grupos parlamentares, assim como se acaba com artigo 47.º, que é a subvenção aos partidos, que essa sim, pode levantar problemas de legalidade e de constitucionalidade, uma vez que não existem partidos regionais.

E portanto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, dizer a este Parlamento que esta alteração do CDS não resolve nada, não é verdade! Resolve, vamos poupar com esta alteração 2 milhões e meio de euros aos contribuintes da Madeira e do Porto Santo, se o Parlamento aprovar a proposta do CDS.

O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Muito bem!

O ORADOR:- E portanto, resolve alguma coisa. Não resolve os problemas de legalidade que estão a ser levantados

pelo Tribunal de Contas e pelo Tribunal Constitucional, mas resolve um problema financeiro: reduz 2 milhões e meio de euros no orçamento da Assembleia e com isso poupamos esse dinheiro aos contribuintes da Madeira e do Porto Santo.

E portanto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, apelo a todos os deputados, à vossa consciência, que está aqui em causa o prestígio desta Assembleia e, infelizmente, esse prestígio hoje é escasso, é um valor muito escasso na nossa Região.

Vozes do CDS/PP:- Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Roberto Vieira. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pouco tenho a acrescentar, mas tenho que

dizer que, realmente, esta foi uma oportunidade perdida, por todas as razões que já apresentei quando votei a urgência. Digo mesmo que a proposta do CDS votarei favoravelmente, mas até acho que os deputados únicos deveriam ter a

mesma redução ou maior ainda, isto aqui não pode haver privilégios para uns e não para outros, aqui somos iguais e a redução ao deputado único deve ser igual ao grupo parlamentar.

Burburinho. Nós gastamos mais do que aquilo que temos, nós vivemos numa crise, vivemos em dificuldades, as famílias passam

por dificuldades, não há forma de explicar às famílias, que têm gente no desemprego, que não podem pagar a casa e que têm dificuldades nos bens essenciais, que nós aqui recebemos milhões e lá fora eles têm que contar os cêntimos.

A redução tem de ser real e já imediata, urgente, como foi apresentada esta proposta. Todos nós sabemos no Tribunal de Contas quem é que vai lá responder pela má gestão destes “dinheiros”, entre

aspas. São os Srs. Deputados! Como dizia o Sr. Deputado ainda há pouco, este dinheiro vai para o partido é verdade, mas quem vai a tribunal são os deputados, são os deputados que são enxovalhados lá fora, são os deputados que são chamados de ladrões, quando são os partidos que, realmente, gastam esse dinheiro bem ou mal.

Tem que haver é uma fiscalização dura também sobre os partidos. Os deputados estão aqui e depois ficam, como a Sra. Deputada dizia ainda há pouco, com os seus bens em cheque, a ver qual é a hora que perdemos aquilo que nos custou a ganhar, que trabalhamos para ter e aqui há uma proteção muito grande, pensando neste dinheiro. Este dinheiro arranja e dá arranjo a muita gente, não dá arranjo à população lá fora.

Daí o facto de serem os partidos a serem apertados. O Tribunal de Contas tem que fiscalizar os partidos, porque não é correto chegarmos ali ao Tribunal de Contas e entra o deputado A, B e C e é rotulado de ladrão, é rotulado de aldrabão,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …é rotulado de tantas coisas, quando os partidos deveriam ser os verdadeiros responsáveis.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Vou colocar à votação na generalidade o diploma. Submetido à votação, foi aprovado com 23 votos a favor do PSD, 3 votos contra, sendo 2 do PTP e 1 do PCP e 17

abstenções, sendo 9 do CDS/PP, 5 do PS, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Srs. Deputados, entramos agora na discussão na especialidade. Faz favor, Sr. Deputado Jaime. O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, se me dá licença, é uma interpelação à Mesa.

Eu quero lembrar que, além da dúbia interpretação sobre as propostas do CDS e do PND, há outro problema: existe um princípio da lei, do Regimento e do Estatuto, que qualquer proposta apresentada na mesma Sessão Legislativa e que seja chumbada não pode ser renovada nessa Sessão Legislativa.

E o CDS já apresentou nesta Sessão Legislativa uma proposta idêntica a esta… Burburinho na bancada do CDS/PP.

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…e só por essa razão, a Mesa não a devia ter recebido. Apartes inaudíveis. Não, não, não… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, faz favor.

O SR. JOSÉ MANUEL RODRIGUES (CDS/PP):- Sr. Presidente, ainda bem que o senhor líder parlamentar do PSD

confirma que a luta do CDS para reduzir a subvenção não é de hoje, é de há muito tempo e que todos os anos apresentamos nesta Casa um diploma para reduzir esta escandaleira.

O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Muito bem!

O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Muito bem!

O ORADOR:- Mas, segundo a informação que eu tenho, esta proposta foi apresentada no âmbito da discussão do

Orçamento da Região Autónoma da Madeira para 2014 e não num diploma próprio. E portanto, desse ponto de vista, estas propostas de aditamento estão na perfeita legalidade e são regimentais. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados está em discussão a proposta de alteração do PND.

Consta do seguinte: Proposta de aditamento

Artigo 2.º-A A alínea a) do ponto 1 do artigo 46.º do Decreto Legislativo Regional n.º 24/89/M, de 7 de setembro, com as alterações

introduzidas pelos Decretos Legislativos Regionais n.ºs 2/93/M, de 20 de fevereiro, 11/94/M, de 28 de abril, 10-A/2000/M, de 27 de abril, 14/2005/M, de 5 de agosto e 16/2012/M, de 13 de agosto, passa a ter a seguinte redação:

“Artigo 46.º 1 - […] a) Deputado único e grupos parlamentares – 4 x14 SMNR (salário mínimo nacional em vigor na Madeira) vezes o

número de deputados” O Deputado da Nova Democracia, Ass:. Hélder Spínola.- Faz favor, Sr. Deputado do PND. O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Bom! Antes de mais devo dizer que pelo menos a proposta do PND tem teor diferente, por isso esse argumento não se coloca.

Depois, outra questão é que o PSD tem medo de propor à Assembleia da República algumas alterações ao Estatuto Político Administrativo que pretende fazer, tem medo de fazê-lo, porque teme que possam alterar outros artigos que não quer. Aqui, a situação é a mesma. Então, se lá podem, porque é que aqui não podemos fazer aditamentos a esta proposta?

Bom, a proposta em concreto que o PND aqui apresenta pretende acabar com a obscenidade que é este financiamento aos partidos. É uma obscenidade, é uma violência. Se fosse um filme teria para aí umas 4 ou 5 bolinhas vermelhas tal é a obscenidade e a violência.

Esta proposta do PND… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Eu termino já. …pretende reduzir em 73% o famoso jackpot mas, mesmo assim, o PSD com a proposta do PND ainda recebia por

ano 700 mil euros. Era dinheiro mais do que suficiente para fazer festas no Chão da Lagoa! O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Edgar Silva, dispõe de 1 minuto.

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta era uma oportunidade para que se pudesse, em sede própria, aqui no Parlamento, e enquanto é tempo, e em tempo útil, o bom senso, os vários pareceres jurídicos, as várias recomendações no plano institucional vão no sentido de que, o mais rapidamente possível, se façam alterações na lei orgânica da Assembleia, recomendações essas que têm, pelo menos, já 3 anos.

Agora, com maior insistência e com o mais alargado apelo se aponta para a necessidade dessa alteração à lei orgânica da Assembleia Legislativa, para defesa do Parlamento, em defesa do bom nome dos deputados, na defesa da credibilidade e da legitimidade dos órgãos que…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …são fundamentais para a democracia.

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O PSD sabe que assim deveria ser. O PSD sabe que estamos a atrasar um processo. Oxalá isto não dê ainda mais para o torto!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Jaime Ramos.

O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, o Partido Social Democrata discorda desta proposta por esta simples

razão: primeiro, estamos a trabalhar no sentido de a Assembleia Legislativa da Madeira não ter estes custos. Portanto, estejam descansados que o nosso trabalho está sendo feito e será a Assembleia da República, o todo nacional, que comparticipará os partidos nacionais…

Apartes inaudíveis da bancada da oposição. …e eles depois é que mandarão para a Região. Portanto, a poupança será quase de 90%, não é de 50, nem de 75%, porque só vamos ter despesa para aquilo que

se deve aos grupos parlamentares, tem de ser o todo nacional que comparticipará os partidos nacionais para depois eles dentro da sua orgânica distribuírem aos grupos parlamentares…

Portanto, estejam descansados… Aparte inaudível de um Sr. Deputado. …que vai aliviar a despesa em mais de 90%, e não de 50 ou de 75%. Portanto, estejam descansados que isso não vai acontecer. E o Sr. Deputado do PND esteja descansado porque vai ser extinto o seu partido, portanto, não esteja preocupado… Risos na bancada do PSD.

…em receber o dinheiro! Risos na bancada do PSD.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, e não é o Sr. Deputado do MPT, com a sua usual demagogia barata, que isto vai

resolver o problema, infelizmente, de uma família que está mal, ou está bem, ou que tem necessidades. Não seja demagogo, isso não passa na oposição. O dinheiro é específico, isto é a mesma coisa que falar sempre na mesma coisa. Não é. Essas pessoas têm tido os apoios, têm que ter mais apoios, têm que ser mais apoiadas, mas não é deste dinheiro, esteja descansado, que este dinheiro de certeza absoluta se a Assembleia vai ter que diminuir o seu orçamento, o dinheiro vai ficar na Região e a Região vai aplicar em outras ações sociais ou necessidades habitacionais para essas pessoas, não é a sair dinheiro no bolso, tira dali, põe ali. Isto não é um merceeiro. O merceeiro é lá para os seus sítios.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, portanto, a Assembleia vai poupar muito dinheiro 90%, não 50, nem 75%, com a proposta que estamos a estudar na Assembleia da República.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado José Manuel Coelho. Dispõe de 1 minuto e meio.

O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, na realidade é de louvar o desprendimento do maior partido da oposição, que é o CDS que, realmente, propõe a redução de 50% das verbas para moralizar, não é verdade, o nosso Parlamento.

Sabemos que com isso eles vão perder o seu caderninho no Diário de Notícias, já não vão poder editar, mas é uma atitude nobre.

Também aqui o Sr. Deputado Edgar Silva associa-se, não é verdade, a esta iniciativa do CDS, e achamos muito bem, mas o partido em Lisboa não vai ficar muito contente porque há perda de verbas e então tem que aumentar na festa do Avante o restaurante da Madeira…

Burburinho. Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). …para colmatar essa diferença. Mas está bem, pronto! Achamos bem! Nós, da nossa parte, também estamos solidários com a proposta do CDS e apoiada pelo Partido Comunista, e nós

achamos que tudo o que seja feito em benefício do nosso povo, na redução do dinheiro que deve ser devolvido ao nosso povo, para cuidar dos doentes nos hospitais, para cuidar de quem precisa, é bem-vindo.

Naturalmente que, enquanto a lei não for alterada, nós vamos continuar a usar as verbas que o Parlamento burguês, capitaneado pelo Sr. Jaime Ramos, aqui usa, usar as verbas para combater o próprio sistema, combater o sistema judicial podre que temos, combater o partido da ditadura neofascista que é o PSD,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …vamos usar essas verbas para combater!

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Rui Almeida. Dispõe de 1 minuto.

O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente.

Pois se o dinheiro para pagar aqui a despesa do Parlamento vem, com certeza, dos contribuintes e, neste caso, a boa vontade que, aparentemente, a bancada parlamentar do PSD tem aqui na Assembleia para alterar o financiamento dos partidos, pode ser, desde já, aproveitada – esse era o desafio – para aprovarem, desde já, uma alteração aqui na Região, e era um bom sinal que isso se fizesse, para, desde já, começar a poupar, pois os anúncios que se fazem de todas as boas intenções que vão ser concretizadas, no futuro, são muito duvidosas, portanto, que se concretize desde já uma poupança aqui nos gastos com a Assembleia.

Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Obrigado.

Sr. Deputado Carlos Pereira. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, este Parlamento esta a dar uma má imagem de si próprio e,

infelizmente, não está a fazer aquilo que devia fazer nesta altura. Aparte inaudível do Sr. Jaime Ramos (PSD). Estamos a olhar para a árvore e não para a floresta! Devo dizer que partilho das opiniões dos deputados que me antecederam sobre a redução indispensável do chamado

jackpot, é absolutamente indispensável essa redução. Mas lamento que que não se tenha aproveitado esta oportunidade para uma alteração profunda da lei, de acordo com recomendações várias que se têm vindo a fazer.

Por outro lado, quero dizer ao Sr. Presidente que nós estamos perante uma ilegalidade grave de procedimentos na Assembleia.

A 31 de outubro de 2013, o grupo parlamentar do Partido Socialista apresentou uma alteração à lei orgânica nesta Assembleia, que foi votada contra pelo PSD. Ora, não é possível, como o Sr. Presidente sabe, na mesma Sessão Legislativa a apresentação de duas propostas para alterar a mesma matéria e, portanto, estamos perante uma ilegalidade, este é um procedimento absolutamente ilegal perante a Assembleia.

Muito obrigado. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, vou colocar à votação esta proposta de alteração da

autoria do PND. Faz favor, Sr. Deputado. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, eu disse-lhe que foi votado nesta Assembleia, a 31 de outubro de

2013,… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Eu ouvi, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …um diploma com a mesma matéria e o Sr. Deputado Jaime Ramos, antes de mim, disse quase a

mesma coisa, mas de uma maneira diferente… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Eu ouvi, Sr. Deputado, eu ouvi.

O ORADOR:- …disse que a proposta tinha sido apresentada. Eu estou a dizer que estamos a falar de coisas

diferentes. A mesma matéria foi apresentada… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado…

O ORADOR:- …a 31 de outubro de 2013…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, eu ouvi. Desculpe não pode estar…

OORADOR:- …o diploma do PSD é sobre a mesma a matéria. Não pode! Não pode na mesma Sessão Legislativa

alterações desta natureza. E o Sr. Deputado Tranquada Gomes sabe dessa matéria e devia de se pronunciar sobre isso. Aparte inaudível de um Sr. Deputado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, não é igual, a iniciativa não é igual, a iniciativa não é igual

mas, Sr. Deputado como eu lhe disse há pouco pelo telefone, às interpelações dos Srs. Deputados a Mesa não tem que responder: é o artigo 88.º Eu não lhe respondo, precisamente ao abrigo do artigo 88.º do Regimento desta Assembleia.

Srs. Deputados, vou colocar à votação a proposta de alteração da autoria do PND. Submetida à votação, foi rejeitada com 23 votos contra do PSD e 11 votos a favor, sendo 5 do PS, 2 do PTP, 1 do

PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT e 9 abstenções do CDS/PP.

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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Passamos às propostas de alteração do CDS. Proposta de aditamento ao artigo 3.º. Consta do seguinte: Proposta de Aditamento

Artigo 3.º O artigo 46.º do Decreto Legislativo Regional n.º 24/89/M, de 7 de setembro, com as alterações introduzidas pelos

Decretos Legislativos Regionais n.º 2/93/M, de 20 de fevereiro, 11/94/M, de 28 de abril, 10-A/2000/M, de 27 de abril e 14/2005/M de 5 de agosto e 16/2012/M de 13 de agosto passa a ter a seguinte redação:

1 - Os partidos com um único deputado e os Grupos Parlamentares dispõem, para utilização nos Gabinetes constituídos por pessoal da sua livre escolha, nomeação, exoneração e qualificação, de uma verba calculada nos seguintes termos:

a) Deputado único – 15 SMNR (salário mínimo em vigor na Madeira) x 14 meses; b) Partidos e Grupos Parlamentares – 7 SMNR (salário mínimo em vigor na Madeira) x 14 meses/número de

deputados; 2 - …… 3 - …… 4 - …… 5 - Eliminado 6 - Eliminado 7 - Eliminado 8 - Eliminado 9 - … 10 - … Funchal, 31 de julho de 20014. O Grupo Parlamentar do CDS/PP Ass.: António Lopes da Fonseca, José Manuel Rodrigues.- Está em discussão. Vou colocar à votação. Submetida à votação foi rejeitada com 23 votos contra do PSD e 20 votos a favor, sendo 9 do CDS/PP, 5 do PS, 2 do

PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Passamos à proposta de aditamento ao artigo 4.º, da autoria do CDS/PP. Consta do seguinte: Proposta de Aditamento

Artigo 4.º É eliminado o artigo 47.º do Decreto Legislativo Regional n.º 24/89/M, de 7 de setembro, com as alterações

introduzidas pelos Decretos Legislativos Regionais n.º 2/93/M, de 20 de fevereiro, 11/94/M, de 28 de abril, 10-A/2000/M, de 27 de abril e 14/2005/M de 5 agosto.

Funchal, 31 de julho de 2014. O Grupo Parlamentar do CDS/PP Ass.: António Lopes da Fonseca, José Manuel Rodrigues.- Vou colocar à votação a proposta de aditamento ao artigo 4.º, da autoria do CDS/PP. Submetida à votação foi rejeitada com 23 votos contra do PSD e 20 votos a favor, sendo 9 do CDS/PP, 5 do PS, 2 do

PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Passamos agora à proposta de aditamento ao artigo 5.º, também da autoria do CDS/PP. Consta do seguinte: Proposta de Aditamento

Artigo 5.º 1 - As alterações à estrutura orgânica da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira introduzidas pelo

presente Decreto Legislativo Regional serão inscritas no lugar próprio, mediante as substituições e aditamentos necessário;

2 - A estrutura orgânica da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, no seu texto, é republicada em anexo ao presente Decreto Legislativo Regional, dele fazendo parte integrante.

Funchal, 31 de julho de 2014. O Grupo Parlamentar do CDS-PP Ass:. António Lopes da Fonseca, José Manuel Rodrigues.-

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 57 X Legislatura, III Sessão Legislativa (2013/2014) Quinta-feira, 31 de julho de 2014

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Vou colocar à votação a proposta de aditamento ao artigo 5.º da autoria do grupo parlamentar do CDS/PP. Submetida à votação foi rejeitada com 23 votos contra do PSD e 20 votos a favor, sendo 9 do CDS/PP, 5 do PS, 2 do

PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT.

Srs. Deputados vou colocar à votação na especialidade o diploma. Submetido à votação, foi aprovado com 23 votos a favor do PSD e 20 votos contra, sendo 9 do CDS/PP, 5 do PS, 2

do PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Srs. Deputados, vou colocar em votação final global o diploma. Submetido à votação, foi aprovado com 23 votos a favor do PSD e 20 votos contra, sendo 9 do CDS/PP, 5 do PS, 2

do PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Srs. Deputados, apenas uma breve consideração: os termos das sessões legislativas são sempre muito

superexcitantes e de altas temperaturas. Eu desejo as vossas excelências boas férias, e desejo também que as férias sirvam para arrefecer ânimos e fazerem

a prevenção das doenças cardio-cerebrais, que resultam também de muita excitação. Sr. Deputado Carlos Pereira. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, informo que o grupo parlamentar do Partido Socialista, de acordo

com o artigo 127.º n.º 2, irá pedir a ilegalidade deste diploma junto do Presidente da República. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Está no seu direito.

Faz favor. O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, é apenas para uma questão de esclarecimento àqueles menos atentos

de como funciona esta Assembleia Legislativa, de que os deputados não têm plenários neste período, mas têm trabalho no mês de agosto e setembro, pelo menos aqueles que estão…

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. …portanto, não há férias totais, há… Aparte inaudível de um Sr. Deputado.

Quem não trabalha realmente deve ter essa preocupação. Portanto, Sr. Presidente é um esclarecimento público que é necessário fazer-se. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, eu queria também dizer o seguinte: é que eu vou fazer

chegar a cada um dos Srs. Deputados o resultado da estatística dos trabalhos feitos, realizados, e por iniciativa dos Srs. Deputados durante esta Sessão Legislativa.

Nós chegamos à 57.ª Sessão Plenária, mas há por aí umas aves raras que dizem que o Parlamento não trabalha. Eu vou fazer chegar a cada um dos Srs. Deputados a contraprova de que o Parlamento trabalha.

Muito obrigado. Estão encerrados os nossos trabalhos. Eram 13 horas e 37 minutos. Faltaram à Sessão os seguintes Srs. Deputados: PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA (PSD) Miguel José Luís de Sousa

PARTIDO TRABALHISTA PORTUGUÊS (PTP) José Luís Gonçalves Rocha

DEPUTADO INDEPENDENTE José Pedro Correia Pereira

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