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REGINA MARIA DA SILVA FEU SANTOS

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA

Á PACIENTES ALÉRGICOS AO LÁTEX

Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-Graduação da

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual

de Campinas para obtenção do titulo de Mestre em

Cirurgia, área de concentração em Pesquisa Experimental.

ORIENTADORA: PROF. DRA.GLÓRIA MARIA BRAGA POTÉRIO

CO-ORIENTADORA: PROF. DRA. ILKA DE FATIMA S. FERREIRA BOIN

CAMPINAS

Unicamp

2008

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP

Bibliotecário: Sandra Lúcia Pereira – CRB-8ª / 6044

Santos, Regina Maria da Silva Feu Sa59a Alergia ao látex: assistência de enfermagem perioperatória / Regina

Maria da Silva Feu Santos. Campinas, SP : [s.n.], 2008. Orientadores : Glória Maria Braga Potério, Ilka de Fátima Santana

Ferreira Boin Dissertação ( Mestrado ) Universidade Estadual de Campinas.

Faculdade de Ciências Médicas. 1. Latex. 2. Alergia. 3. Enfermagem perioperatória. I. Potério,

Glória Maria Braga. II. Boin, Ilka de Fátima Santana Ferreira. III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. IV. Título.

Título em ingles: Perioperative Nursing Assistance to patients allergic to latex Keywords: • Latex • Allergy • Perioperative nursing Titulação: Mestre em Cirurgia Área de concentração: Pesquisa Experimental Banca examinadora: Profa. Dra. Glória Maria Braga Potério Profa. Dra. Izilda Esmênia Muglia Araújo Profa. Dra. Norma Sueli Pinheiro Módolo Data da defesa: 31/ 10/2008

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DEDICATÓRIA

A Deus, pois sem ele nada seria possível em minha vida,

quando eu me sentia cansada ou pensando em desistir ele me

carregava.

Aos meus pais Sebastiana da Silva Feu (in memorian) e

Carli Feu, pelos valores transmitidos de amor ao próximo

com muita dignidade.

A minha querida avó Ana Soares dos Santos(in memorian)

Ao meu esposo Antônio César, por apoio incondicional na

trajetória de desenvolvimento deste estudo,por seu amor e

presença em minha vida.

As minhas crianças da Cirurgia pediátrica, que me fizeram

entender a relevância deste estudo, contribuindo nem que

seja um pouco na melhora da qualidade de vida delas.

A minhas tias Edy e Zilda pelo apoio e incentivo

A minha grande amiga Valéria Henriqueta"In memorian"

Em qualquer lugar que você esteja ,jamais a esquecerei, que

tenhas alcançado o descanso eterno que tanto procuravas.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pois, sem ele eu não conseguiria.

Á professora Dra. Glória, pelo empenho, disponibilidade, paciência, humildade

e conhecimento demonstrado na realização deste estudo, uma verdadeira lição de vida.

Meu muito obrigada.

À professora Dra.Ilka, pelo apoio demonstrado, na fase inicial desse trabalho.

À enfermeira e amiga Margareth Taglieta, por todo apoio enquanto Diretora do

Serviço de Enfermagem de Centro Cirúrgico.

À professora Dra. Izilda Esmênia Muglia Araújo, por todo seu apoio, após a

aula de qualificação, pelo carinho, amizade e sinceridade, suas críticas, construtivas. Pois

só valorizaram meu trabalho, o meu muito obrigada.

À farmacêutica e grande amiga Patrícia Fatureto, por sua ajuda durante a

catalogação dos materiais free-látex.

À enfermeira Sônia Aparecida Cavinato pelo apoio durante sua permanência no

DENF.

Às enfermeiras Eliane Cintra, Maria Clara Padovese e Marlene Hitomi, da

Assessoria de Recursos Materiais, pelo apoio na seleção dos materiais free-látex.

À Diretoria Técnica do Núcleo de Centro Cirúrgico Enfermeira Christhiane

Guimarães Russo por todo apoio e incentivo

À Diretora do Serviço de Enfermagem de Centro Cirúrgico Mariza Ferreira

Cavalcante Lino, por seu apoio e incentivo e compreensão durante a realização deste

estudo.

ix

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À equipe de médicos-anestesiologistas pelo respeito e seriedade, no cumprimento do

protocolo durante a realização dos procedimentos.

Ao estatístico Helymar dos Santos, muito obrigada, pela paciência demonstrada

durante a fase de análise e interpretação dos dados.

Às minhas grandes amigas Márcia, Alessandra e Marli, pessoas como vocês,

são especiais e únicas, obrigada por vocês existirem, e serem minhas amigas.

A todos os professores da Pós - Graduação do Departamento de Cirurgia

FCM/UNICAMP pelo carinho e consideração, que me acolheram.

Às minhas amigas Enfermeiras, Mônica, Elen e Fernanda por todo apoio na

Aula de Qualificação, montagem dos diapositivos e cronometragem do tempo. Para vocês o

muito obrigado.

Às minhas amigas e Enfermeiras Biazinha, Loira, Lady Márcia, Adriane,

Cidinha, Rosaura, Luciana, Fabiana, Ana Lúcia, Maria Cristina Quelhas, Vera e Marli pelo

apoio, incentivo e torcida, durante a realização deste estudo.

À Vera e a Paula secretárias da Pós-graduação pelo apoio e orientação.

Ao Departamento de Enfermagem do Hospital de Clínicas da Unicamp às

enfermeiras Filomena, Vera e Silvia Angélica, pelo apoio demonstrado durante a realização

deste estudo.

À minha nova amiga Kozue da Educação Continuada, por sua ajuda nas

apresentações de treinamento para a aula de qualificação.

À equipe de Técnicos de Enfermagem do Serviço de Anestesia Centro

Cirúrgico HC/UNICAMP;

Às Circulantes e Técnicos de Enfermagem, Luciana Cristina, Lauzina, Vanessa,

Kelly, Josefina, Sedyna, Valdir, Fatima Santos, e Gisele que tanto ajudaram no

cumprimento rigoroso do protocolo de Alergia ao Látex.

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Ao Professor Doutor Reinaldo Jordão, e toda equipe de médicos residentes da

Otorrinolaringologia, o meu muito obrigado, pelos dois pôsteres apresentados nos

Congressos da Bahia e Brasília.

À toda Equipe Cirúrgica da Proctologia em especial Dra. Lurdes e Dra. Raquel

pela divulgação do protocolo de Alergia ao Látex em forma de Pôster no Congresso de

Cirurgia

Às Instrumentadoras Olívia, Nilce e Cristiane por todo apoio durante a

realização dos procedimentos cirúrgicos.

Ao inesquecível Prof. Dr.Juvenal Ricardo Góes, pelo incentivo, carinho e

respeito dispensado não só a mim, mas a todos os enfermeiros do Centro cirúrgico.

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um sonho sonhado sozinho permanece apenas

um sonho. um sonho sonhado junto pode

tornar-se realidade. sonhe comigo.

Edward schillebeeckx

bom mesmo é ir a luta com determinação,

abraçar a vida com paixão, perder com classe

e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence

a quem se atreve... a vida é muita para ser

insignificante.

Charles chaplin

xv

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Noites Traiçoeiras

Deus está aqui neste momento Sua presença é real em meu viver

Entregue sua vida e seus problemas Fale com Deus, Ele vai ajudar você.

Ôôôô

Deus te trouxe aqui Para aliviar os teus sofrimentos

Ôôôô

É Ele o autor da fé Do princípio ao fim

De todos os seus tormentos

(refrão) E ainda se vier, noites traiçoeiras

Se a cruz pesada for, Cristo estará contigo O mundo pode até Fazer você chorar

Mas Deus te quer sorrindo (bis)

Seja qual for o seu problema Fale com Deus, ele vai ajudar você

Após a dor vem a alegria Pois Deus é amor e não te deixará sofrer

Ôôôô

Deus te trouxe aqui Para aliviar os seus sofrimentos

É Ele o autor da fé Do princípio ao fim

De todos os seus momentos

E ainda se vier, noites traiçoeiras Se a cruz pesada for, Cristo estará contigo

O mundo pode até Fazer você chorar

Mas Deus te quer sorrindo

Padre Marcelo Rossi

xvii

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SUMÁRIO

PÁG.

RESUMO................................................................................................................. xxxix

ABSTRACT............................................................................................................. xliii

1- INTRODUÇÃO.................................................................................................. 47

1.1- Sistematização da assistência de enfermagem (SAE).............................. 49

1.1.1- Processo de enfermagem.................................................................... 49

1.1.2- Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória

(SAEP)..............................................................................................

50

1.2- Látex............................................................................................................. 52

1.2.1- Reações ao látex................................................................................ 53

1.2.2- Grupos de risco.................................................................................. 55

1.2.2.1- Pacientes com história de múltiplos procedimentos

cirúrgicos...........................................................................

55

1.2.2.2- Profissionais da saúde......................................................... 56

1.2.2.3- Outros indivíduos com exposição ocupacional................... 59

1.2.2.4- Indivíduos com antecedentes de atopia............................... 59

1.2.2.5- Indivíduos com antecedentes de alergia a alimentos.......... 59

1.2.3- Manifestações clínicas....................................................................... 60

1.2.3.1- Dermatite de contato irritativa............................................ 60

1.2.3.2- Hipersensibilidade tardia do tipo IV................................... 61

1.2.3.3- Hipersensibilidade do tipo I................................................ 61

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1.2.4- Diagnóstico de reações ao látex........................................................ 62

1.2.4.1- Exames laboratoriais............................................................ 63

1.2.5- Tratamento....................................................................................... 64

1.2.5.1- Terapia inicial...................................................................... 65

1.2.5.2- Terapia secundária............................................................... 66

1.3- Justificativa de execução do estudo........................................................... 67

2- OBJETIVOS....................................................................................................... 69

2.1- Objetivos gerais........................................................................................... 71

2.2- Objetivos específicos................................................................................... 71

3- SUJEITOS E MÉTODOS................................................................................. 73

3.1- Caracterização do estudo............................................................................ 75

3.1.1- Local do estudo................................................................................... 75

3.1.2- População e amostra........................................................................... 75

3.1.3- Cálculo do tamanho amostral............................................................. 75

3.1.4- Critérios de inclusão........................................................................... 76

3.1.5- Critérios de exclusão........................................................................... 76

3.2- Instrumentos utilizado................................................................................. 76

3.3- Elaboração das relações de materiais/equipamentos com ou sem

látex..............................................................................................................

77

3.4- Envolvimento das equipes de saúde em relação ao cuidado com o

paciente alérgico ao látex............................................................................

77

3.4.1- Roteiro de orientações sobre materiais com ou sem látex para os

profissionais e para pacientes e familiares.......................................

78

xxi

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3.5- Protocolo perioperatório para o atendimento de pacientes alérgicos ao

látex..............................................................................................................

78

3.6- Procedimento de coleta de dados................................................................ 79

3.6.1- Sentimentos expressados pelos pacientes........................................... 80

3.6.2- Avaliação do nível de conhecimento dos pacientes........................... 81

3.6.3- Avaliação da dor pós-operatória......................................................... 82

3.6.4- Orientações durante a visita pós-operatórias..................................... 82

3.7- Análise dos dados......................................................................................... 83

3.8- Aspectos éticos............................................................................................. 84

3.9- Parâmetros avaliados.................................................................................. 84

4- RESULTADOS................................................................................................... 85

4.1- Caracterização dos participantes.............................................................. 87

4.2- Fatores de risco........................................................................................... 88

4.2.1- MDistribuição quanto a alergias co-existentes.................................. 88

4.2.2- Distribuição de acordo com história de cirurgias anteriores.............. 90

4.2.3- Distribuição de acordo com doenças co-existentes e/ou deficiência

física..................................................................................................

91

4.3- Alterações respiratórias e geniturinárias ................................................ 92

4.4- Conhecimento do processo cirúrgico........................................................ 93

4.4.1- Conhecimento do posicionamento cirúrgico..................................... 93

4.5- Conhecimento do processo anestésico....................................................... 94

4.6- Sentimentos expressados pelos pacientes.................................................. 94

4.7- Impressões do entrevistador...................................................................... 95

xxiii

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4.8- Visitas pós-operatorias de enfermagem.................................................... 95

4.8.1- Avaliação da dor pós-operatória....................................................... 96

4.8.2- Intercorrências durante ato anestésico-cirúrgico............................... 96

4.8.3- Alterações cardiorrespiratórias, geniturinárias e gastrintestinais...... 97

4.8.4- Opinião do paciente sobre a assistência perioperatória percebida.... 98

4.9- Análise das questões abertas...................................................................... 99

5- DISCUSSÃO....................................................................................................... 101

6- CONCLUSÕES.................................................................................................. 119

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 123

8- ANEXOS............................................................................................................. 137

9- APÊNDICES....................................................................................................... 147

xxv

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LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CC Centro Cirúrgico

CAISM Centro de atendimento integral à saúde da mulher

COFEN Conselho Federal de Enfermagem

FCM Faculdade de Ciências Médicas

FDA Food and Drug Administration

IgE Imunoglobulina tipo E.

NANDA North American Nursing Diagnoses.

CDC Centers for Disease Control and Prevention

SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem

SAEP Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória.

SOBECC Sociedade Brasileira de Especialistas em Centro Cirúrgico.

TCP Teste cutâneo por punctura

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UTI Unidade de Terapia Intensiva

Vpós-OE Visita Pós-operatória de Enfermagem

Vpré-OE Visita pré-operatória de Enfermagem

xxvii

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LISTA DE TABELAS

PÁG.

Tabela 1- Distribuição dos pacientes quanto ao sexo e à faixa etária.............. 87

Tabela 2- Distribuição dos pacientes, quanto ao cruzamento de sentimentos

bons e ruins por eles expressados, no período pré-operatório,

versus a religião que professavam....................................................

88

Tabela 3- Distribuição dos pacientes alérgicos ao látex quanto à

co-existência de alergia à frutas.......................................................

89

Tabela 4- Análise estatística da concomitância de alergias a frutas em

pacientes alérgicos ao látex. Cruzamento de freqüências - banana

versus maracujá................................................................................

89

Tabela 5- Análise estatística da concomitância de alergias a bexigas de festa

e ao iodo, em pacientes alérgicos ao látex. Cruzamento de

freqüências – bexigas versus iodo....................................................

90

Tabela 6- Distribuição dos pacientes quanto ao número de procedimentos

cirúrgicos anteriores.........................................................................

91

Tabela 7- Distribuição quanto ao tipo de doença co-existente causando

limitação à movimentação................................................................

92

Tabela 8- Distribuição quanto à presença de antecedentes neurológicos......... 92

Tabela 9- Distribuição quanto ao tipo de alterações respiratórias e alterações

geniturinárias....................................................................................

93

Tabela 10- Distribuição quanto ao nível de conhecimento do processo e do

posicionamento cirúrgicos................................................................

94

Tabela 11- Distribuição quanto ao nível de conhecimento do processo

anestésico..........................................................................................

94

xxix

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Tabela 12- Análise estatística dos sentimentos dos pacientes avaliados na

visita pré-operatória de enfermagem. Cruzamento de freqüências

(sentimentos expressados pelos pacientes versus avaliação pelo

entrevistador)....................................................................................

95

Tabela 13- Distribuição das queixas de dor pós-operatória avaliada nas visitas

pós-operatorias de enfermagem........................................................

96

Tabela 14- Distribuição dos pacientes de acordo com as intercorrências

anestésico-cirúrgicas catalogadas nas visitas pós-operatorias de

enfermagem......................................................................................

96

Tabela 15- Distribuição quanto à freqüência de alterações cardiovasculares,

respiratórias, geniturinárias e gastrintestinais, encontradas no

pós-operatório...................................................................................

97

Tabela 16- Distribuição dos pacientes, quanto a sua opinião sobre a

assistência prestada nos períodos pré e pós-operatório....................

98

Tabela 17- Distribuição quanto às expressões de sentimentos relatadas pelos

pacientes na entrevista pré-operatória, versus sua opinião sobre a

assistência prestada no pós-operatório.............................................

99

xxxi

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LISTA DE FIGURAS

PÁG.

Figura 1- Cálculo do tamanho amostral........................................................... 76

Figura 2- Avaliação dos sentimentos expressados pelos pacientes de acordo

com os critérios padronizados por Spielberger................................

81

Figura 3- Avaliação dos pacientes quanto ao nível de conhecimento do

processo anestésico-cirúrgico...........................................................

82

Figura 4- Escala para a aferição da dor pós-operatória.................................... 82

xxxiii

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LISTA DE ANEXOS

PÁG.

Anexo I- Aprovação do comitê de ética e pesquisa......................................... 139

Anexo II- Visita pré-operatória de enfermagem............................................... 140

Anexo III- Questionário para identificar pacientes sensíveis ao látex............... 142

Anexo IV- Visita pós-operatória de enfermagem............................................... 143

Anexo V- Avaliação dos sentimentos expressados pelos pacientes................. 145

xxxv

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LISTA DE APÊNDICES

PÁG.

Apêndice I- Termo de consentimento livre e esclarecimento......................... 149

Apêndice II- Produtos hospitalares com látex e produtos que podem conter

látex..............................................................................................

150

Apêndice III- Relação de materiais e equipamentos isentos de látex utilizados

no intraoperatório.........................................................................

151

Apêndice IV- Protocolo perioperatório para pacientes alérgicos ao látex......... 153

Apêndice V- Orientações para pacientes e familiares de Produtos não

hospitalares que possuem compostos de látex e orientações de

alimentos, frutas encontrados na literatura que fazem reações

cruzadas com látex.......................................................................

158

Apêndice VI- Respostas obtidas na visita pós-operatória, no qual o paciente

expressa sua opinião, sobre a assistência prestada nos três

períodos operatórios.....................................................................

159

xxxvii

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RESUMO

xxxix

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Santos, RMSF. Assistência de Enfermagem Perioperatória à pacientes alérgicos ao

látex. (Dissertação de Mestrado) Campinas, São Paulo: Faculdade de Ciências

Médicas da Unicamp, 2008.

A elaboração da Sistematização da Assistência de Enfermagem é um dos meios de que o

enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na

assistência ao paciente e caracterizar sua prática profissional, colaborando na definição do

seu papel. O objetivo do presente estudo, foi contribuir para diminuir o risco de acidentes

alérgicos, durante o período perioperatório, quando do atendimento a pacientes alérgicos ao

látex, identificando antecedentes de risco e transmitindo-lhes informações sobre a alergia

ao látex. Trata-se de um estudo prospectivo, de caráter descritivo e exploratório realizado

com pacientes cirúrgicos eletivos, com história pregressa de reação comprovada a produtos

que continham látex. Como resultados, foram identificados produtos que continham látex e

produtos isentos de látex, para atendimento perioperatório. Por meio da visita

pré-operatória, foram identificados fatores que pudessem expor o paciente a riscos. A

proposta da confecção de um protocolo perioperatório para atendimento de pacientes

alérgicos ao látex foi particularmente importante e encontra-se em fase de pré-teste. É

importante destacar que é função do enfermeiro do centro cirúrgico proporcionar estrutura

física, recursos humanos e materiais para que o ato anestésico-cirúrgico seja realizado em

condições ideais, visando à assistência integral ao paciente, principalmente utilizando dados

previamente coletados por meio da Vpré-OE. Dos resultados obtidos nas condições

adotadas neste estudo nos permitiram concluir que os fatores de risco detectados,

alimentares ou não, coincidem com os citados na literatura, mas diferem quanto à

freqüência. Dentre as alergias às frutas, as mais freqüentes, em ordem decrescente, foram

maracujá, banana e nozes; e em menor e igual percentual, tomate, abacate, kiwi, abacaxi e

laranja.

UNITERMOS: perioperatório, enfermagem, alergia, látex.

Resumo xli

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ABSTRACT

xliii

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Santos, RMSF: Peroperative Nursing Assistance to patients allergic to latex.

{Dissertation}, Campinas, São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp

2008.

The elaboration of the Systematization of Nursing Assistance is one of the means that the

nurse applies his/her technical-scientific and human knowledge on the assistance to the

patient and characterizes his professional practice, collaborating on the definition of his/her

role. The main objective is to reduce the risk of allergic accidents during the Peroperative

period, of attending allergic patients to latex by identifying previous risk patients and

providing knowledge concerning latex allergy. It is a prospective descriptive and

exploratory study accomplished with surgical chosen patients with former proven history of

reaction to products that contained latex. As results, products that contained latex were

identified and products exempt from latex for preoperative assistance, as well as by means

of a pre-surgical visit, factors that could put the patient at risk were identified. The proposal

of making a Peroperative protocol for assisting patients allergic to latex was particularly

important and is in phase of pre-testing. It is worth pointing out that due to the CC nurse

providing physical structure, human resources and materials for the anesthetic/surgical

procedure to be performed in ideal conditions, in view of the complete assistance to the

patient, specially using data previously collected by the (Vpré-OE). The results obtained

with the conditions adopted in this study allow us to conclude: The risk factors detected,

related to nourishment or not, correspond to the ones mentioned in literature, but differ with

regards to its frequency. Amongst the allergies to fruits, the most frequent ones in

decreasing order were: passion fruit, banana and nuts and in less or similar percentage,

tomato, avocado, kiwi, pineapple and orange.

Key words: Peroperative, nursing, allergy, latex.

Abstract

xlv

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1- INTRODUÇÃO

47

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1.1- Sistematização da assistência de enfermagem (SAE)

A enfermagem, embora ainda guarde resquícios de paradigmas do século

passado, vem buscando libertar-se destes vínculos e firmar-se como profissão, com um

corpo de conhecimentos próprios e estruturados e que conferem padrão científico às suas

ações. Neste aspecto, vale destacar a padronização do cuidado, de maneira sistematizada,

que resulta na assistência aos pacientes de forma individualizada e de melhor qualidade.

A sistematização da assistência de enfermagem engloba etapas integradas que

guiam as ações de enfermagem e empregam métodos e estratégias, semelhantes aqueles

adotados no desenvolvimento de pesquisa científica, para a identificação dos componentes

do binômio saúde/doença. Os achados servem como base para subsidiar a implementação

de ações que contribuem para a promoção, a prevenção, a recuperação e reabilitação da

saúde do indivíduo, no seu contexto familiar e social (1).

A resolução 272/2004 do Conselho Federal de Enfermagem estabelece que toda

instituição de saúde deva utilizar a SAE. (1) Nesta mesma resolução fica esclarecido que

cabe ao enfermeiro, exclusivamente, a implantação, o planejamento, a organização,

execução e a avaliação do processo de enfermagem.

1.1.1- Processo de enfermagem

O processo de enfermagem delineado de maneiras diferentes, por diversos

autores, apresenta elementos comuns que são: Histórico de Enfermagem ou Avaliação

Inicial, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento, Implementação e Evolução de

Enfermagem.(2) A operacionalização deste processo ocorre por meio de seis fases: o

histórico de enfermagem, o diagnóstico de enfermagem, o plano assistencial, o plano de

cuidados ou a prescrição de enfermagem a evolução de enfermagem e o prognóstico(3).

Em nosso meio, a Lei nº. 7.498 de 25/04/2006, referente ao exercício da

enfermagem, dispõe no seu Art. 11 como atividades exclusivas do enfermeiro:

... "consulta de enfermagem, prescrição da assistência de enfermagem, cuidados

diretos a pacientes graves com risco de vida, cuidados de enfermagem de maior

Introdução

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complexidade técnica e que exigem conhecimentos de base científica e capacidade de

tomar decisões imediatas”... (4-5)

Sob esse contexto, parte-se da premissa de que a sistematização da assistência

de enfermagem deve ser incorporada à prática, como uma possibilidade relevante para

cumprir o que orienta e determina a lei do exercício profissional. (4) O enfermeiro precisa

reconhecer-se como profissional e responsabilizar-se por sua prática. Ao atuar no CC,

precisa livrar-se de seu papel essencialmente técnico e envolver-se no cuidado total ao

paciente cirúrgico, pois este indivíduo é dependente de outro em relação a sua segurança e

bem-estar.

1.1.2- Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória (SAEP)

A SAEP, que atualmente, sem dúvida, é o alicerce que dá sustentação às ações

de enfermagem no centro cirúrgico (CC), preconiza uma filosofia de atendimento

individualizada e humanizada além de proporcionar maior interação da assistência de

enfermagem prestada no pré, trans e pós-operatório. (5) De acordo com Araújo e Noronha,(6)

a sistematização das ações de enfermagem contribuiu para a documentação de ocorrências e

procedimentos realizados pelos diversos integrantes da profissão e, em última análise,

contribui para o reconhecimento social do enfermeiro.(7)

Segundo Horta(5) o processo de enfermagem e a dinâmica das ações

sistematizadas e inter-relacionadas visam à assistência ao ser humano, um aspecto que foi

muito prejudicado na década de 60.

Naquela época, a atuação do enfermeiro, especialmente no CC, era direcionada

para a área instrumental, para o atendimento às solicitações da equipe médica e para ações

administrativas relacionadas com o desenvolvimento do ato anestésico-cirúrgico.

Considerando-se essa história pregressa e a complexidade das atividades administrativas

que os enfermeiros exercem nesse setor, é possível entender a grande dificuldade que o

enfermeiro perioperatório tem para aplicar as diretrizes e/ou ao dedicar-se á SAEP e

considerar tal atividade como principal, necessária e exclusiva do enfermeiro.(7)

Introdução

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A assistência de enfermagem perioperatória caracteriza-se por ser um processo

realizado numa fase muito específica da atenção ao paciente, com grau de complexidade

dependente dos procedimentos anestésico e cirúrgico, exigindo do enfermeiro capacidade

de julgamento, conhecimento específico e poder de decisão.(8) No exercício dos sistemas

normativo e organizativo do CC, os profissionais de enfermagem ampliam suas áreas de

domínio, abrangendo a responsabilização por outros serviços que são aí realizados.(9)

O enfermeiro que atua no CC detém entre suas funções: proporcionar estrutura

física, recursos humanos e materiais para que o ato anestésico-cirúrgico seja realizado em

condições ideais, visando à assistência integral ao paciente e assegurando seu bem estar.

Ocorre, então, a fragmentação do trabalho, de modo a confundi-los sobre a sua principal

atividade, o cuidado com o paciente. Nos meios acadêmicos, no entanto, há discursos que

preconizam o resgate do cuidado, ou seja, da verdadeira essência da enfermagem.(10)

Acredita-se que uma das formas de sistematizar a assistência no centro

cirúrgico é a visita pré-operatória de enfermagem (Vpré-OE). Dos relatos de Castellanos e

colaboradores,(11) pode-se deduzir que, em algumas instituições brasileiras a Vpré-OE

passou a ser realizada a partir de 1975.

De acordo com Graziano e Bianchi(12), a Vpré-OE contribui para a mudança

acentuada de comportamento na maioria dos pacientes, havendo diminuição marcante do

nível de ansiedade e de complicações nos períodos pós-operatório imediato e tardio. Além

disso, deve oferecer informações que venham a contemplar o detalhamento das ações de

enfermagem que serão desenvolvidas no período perioperatório, transmitidas de forma

individual ou em grupo, em linguagem clara e objetiva e que sejam compatíveis com o grau

de escolaridade e a compreensão do paciente.

O conteúdo das informações e a abordagem da transmissão ao paciente deverão

ser sempre individualizados e têm, como um de seus objetivos, a redução dos temores que

venham a contribuir para aumentar a ansiedade do paciente no período pré-operatório.

Alguns dos temores citados são: o medo do desconhecido, da anestesia e de alguma

alteração de sua imagem física e principalmente da morte.(11) Igualmente, conhecer sobre a

presença de mecanismos de defesa e como o paciente responderá a uma determinada

situação, é importante durante todo período perioperatório.(13)

Introdução

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Ao identificar os sentimentos que molestam os pacientes o enfermeiro encontra

subsídios para prestar, no âmbito hospitalar, uma assistência de enfermagem holística e

humanizada. O enfermeiro insere-se neste contexto de forma especial, porque, além de ter

qualificação suficiente para desenvolver este papel com segurança e propriedade é o

profissional da área da saúde que passa mais tempo com o paciente.(14).

Quando a Vpré-OE é realizada pelo enfermeiro do CC torna-se uma

oportunidade privilegiada para que seja criado um vínculo e que se estabeleça o

conhecimento do paciente, de sua identificação nominal e do elenco de fatores que definem

o planejamento da assistência no CC. A principal vantagem desta conduta é permitir ao

enfermeiro incluir no planejamento da assistência no CC além dos cuidados com os riscos

decorrentes do processo anestésico/cirúrgico, aqueles inerentes a cada paciente e que estão

associados com as doenças co-existentes ou com a própria doença de base.(14)

Salientam-se como fatores de risco os antecedentes de reações alérgicas e entre

eles a alergia ao látex. O látex é amplamente utilizado na área da saúde como parte

integrante da composição de grande número de materiais e/ou equipamentos

médico-hospitalares. Desta forma, o planejamento da assistência a estes pacientes requer a

inclusão de medidas de profilaxia primária e secundária visando diminuir o risco de eventos

adversos, graves, no período perioperatório.

1.2- Látex

O látex é obtido da Hevea brasilienses, uma árvore originária da Amazônia e

hoje em dia bem adaptada e cultivada no sudeste do Brasil, na Malásia e na Indonésia. Para

garantir as propriedades de elasticidade, resistência e estabilidade da borracha o látex é

submetido a um processo de vulcanização que consiste na elevação da temperatura, para

130ºC, na presença de enxofre. Para a redução da temperatura e do tempo necessários para

a vulcanização são adicionadas substâncias aceleradoras do processo, como, por exemplo, o

tiurano, o mercaptobenzitiazol e carbamatos.(15)

Introdução

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Após a vulcanização, os resíduos químicos dessas substâncias são removidos e

aqueles que remanescem são os responsáveis pelo desenvolvimento da dermatite de contato

que se associa ao uso de luvas de borracha (reações Gell e Coombs tipo IV).(16) O produto

da vulcanização constitui a matéria-prima para a fabricação de diversos objetos de uso

médico-hospitalar como garrotes, cateteres, bolsa coletora de urina, equipo de soro, luvas,

êmbolos de seringas, tampas de frascos de medicamentos. As propriedades físicas

desejáveis da borracha de látex natural já foram obtidas com o látex sintético, mas, os

custos são notavelmente elevados. A forma sintética é encontrada em muitos produtos

médicos. É também extensivamente encontrada em artigos de uso doméstico.(17)

O látex líquido, a chamada borracha natural, é usado para produzir artigos

moldados como, por exemplo, luvas, preservativos e bexigas de festas. No processo de

fabricação do tipo de luvas para serem usadas sem talco, com o objetivo de diminuir a

aderência que é característica do látex, após o processo de moldagem o produto é

submetido a dois novos processos de lavagem intercalados com um tempo de clorinação.

No caso de luvas para uso com talco, após a moldagem as luvas são imersas em amido de

milho que é reconhecidamente o fator que mais contribui para o desenvolvimento de

sensibilidade ao látex.(15)

A sensibilização pelo látex ocorre quando há um contato repetitivo,

estimando-se ser necessária uma exposição de seis meses a 15 anos para o seu

desenvolvimento.(16) A exposição ao antígeno pode ocorrer por diferentes vias, como

cutânea, percutânea, mucosa e parenteral. Nestes casos, a transferência acontece pelo

contato direto. Recentemente, foi também sugerida a transferência por contato indireto

quando o antígeno se apresenta como aerossol.(16-17)

1.2.1- Reações ao látex

Apesar dos produtos com látex já serem usados há muitos anos, o surgimento

de alergia ao látex, do tipo mediada por IgE, é relativamente recente. Os primeiros relatos

sobre a sensibilidade ao látex referiam-se às reações do tipo IV e cutâneas, a exemplo do

Introdução

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relato de Nutter.(18) Em 1979, ele descreveu reação cutânea com a presença de urticária,

após exposição ao látex e considerou a hipersensibilidade ao látex como a causa provável

da reação.

O consenso geral é que a maioria dos alérgenos são os proteináceos naturais da

seringueira. Esse conjunto de proteínas que recebe a denominação de heveina é considerado

o principal responsável pelas reações ao látex e existe em grande quantidade nas luvas

cirúrgicas.(18)

O interesse sobre alergia ao látex aumentou muito a partir de 1988. No período

de outubro de 1988 até setembro de 1992, foram publicados 1.118 casos de reações

adversas ao látex, incluindo 15 mortes após a administração de enema de bário.(19) Os

acidentes foram atribuídos à exposição ao látex presente na ponta do clister. O FDA

recolheu aquela apresentação do enema e emitiu avisos ao pessoal da saúde alertando e

organizando programas de prevenção sobre a alergia ao látex. (19)

A incidência de reações ao látex, mínima até meados da década de 80,

aumentou significativamente, depois de 1987, a partir da implementação das Precauções

Universais instituídas pelo Centers for Disease Control (CDC).(20) Uma explicação

plausível é que a adoção de tais medidas gerou o crescimento súbito do uso de luvas pelos

profissionais da área de saúde. Mais recentemente, Laxenaire e Mertes(21) que fizeram um

estudo multicêntrico na França, analisando as reações alérgicas registradas durante a

anestesia, verificaram que 12,1% das reações anafiláticas intra-operatórias podem ser

atribuídas ao látex. Dentre os outros fatores os bloqueadores neuromusculares

representaram 55% dos casos e os antibióticos 14,7%.(21-22)

Considerando significativo o aumento crescente da alergia ao látex, Academia

Americana de Alergia, Asma e Imunologia (AAAI), o Food and Drug Administration

(FDA) e algumas indústrias de manufaturados de borracha passaram a divulgar alerta

acerca desse fenômeno e a padronizar medidas preventivas para diminuir a morbidade

relativa destas reações, principalmente, daquelas mediadas por IgE. Nos Estados Unidos, na

Europa e na Malásia foram realizadas conferências dedicadas exclusivamente à alergia ao

látex, enquanto numerosos encontros médicos ao redor do mundo incluíram simpósios

individuais sobre esse tópico.(19, 23)

Introdução

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1.2.2- Grupos de risco

São considerados fatores de risco à sensibilização ao látex: a) atopia; b) alergia

a determinados alimentos; c) sondagens de repetição; d) intervenções cirúrgicas sucessivas,

especialmente nos pacientes com malformações urológicas,bexiga neurogênica e defeitos

do tubo neural; e) contato contínuo ou repetido com derivados de látex.(22)

1.2.2.1- Pacientes com história de múltiplos procedimentos cirúrgicos

Este grupo inclui pacientes com malformação geniturinária congênita (extrofia

vesical, válvula de uretra posterior, malformação de bexiga), mielomeningocele, espinha

bífida, alterações no fechamento do tubo neural (30% a 60% de incidência), atresia

esofágica, síndrome de Arnold Chiari tipo II, ânus imperfurado, síndrome Vacter (alteração

vertebral, anomalia anuretal, cardiopatia, atresia esofágica, displasia renal), e defeitos

ortopédicos.(23)

A explicação para o maior risco nas crianças multioperadas, tem sido tema de

debates. Supõe-se que a enfermidade poderia constituir-se um fator específico em si sem

que se possam excluir os outros fatores que determinam a sensibilização ao látex.

Considerando, o número de cirurgias às quais estas crianças são submetidas como o

elemento determinante da sensibilização ao látex, Mazon e colaboradores (24) estabeleceram

entre cinco e seis o número crítico, a partir do qual a probabilidade de sensibilização

aumenta consideravelmente.

As crianças que apresentam mielomeningocele (MMC) são as que mais

apresentam sensibilização ao látex devido à manipulação precoce com produtos

hospitalares. Vários estudos realizados em países desenvolvidos mostraram que, nos

últimos 15 anos, as reações de hipersensibilidade (do tipo I) ao látex de borracha natural

foram relatadas com uma freqüência entre 11,5% a 72%, (25-26) sendo maior, nas crianças

que tiveram contato com chupetas e equipamentos como luvas cirúrgicas, cateteres e

válvulas.

Introdução

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Num estudo comparativo, foi encontrado que, crianças com espinha bífida

apresentam a maior incidência de reações ao látex (18% a 73%). Nessas crianças a

sensibilização ao látex ocorre de forma diferente em relação aos pacientes adultos, um

achado que é atribuído às diferentes vias de sensibilização e poderia explicar as variações

observadas nas manifestações clínicas. As crianças sensibilizam-se, fundamentalmente, por

contato direto de partículas de látex com os vasos sangüíneos e as mucosas. Nos adultos

pode ocorrer por via transcutânea ou por inalação de partículas aerolizadas.

Conseqüentemente, nas crianças o quadro clínico inclui urticária, predominantemente, e, no

adulto, a dermatite de contato e/ou sintomas respiratórios graves. Estudos bem conduzidos

comprovaram que estas crianças possuem imunoglobulinas (IgE) que reconhecem de forma

causal, as proteínas do látex.(26)

Independentemente, da doença de base cerca de 60% das crianças com história

de alergia ao látex, apresenta resultados positivos para o teste de puntura ou dosagem de

imunoglobulina (IgE) sérica, específicos para o látex, mas, nem todas desenvolvem reações

alérgicas graves.(23, 26) Como nesta população os maiores fatores de risco são antecedentes

de atopia prévia e as freqüentes exposições ao antígeno, nestas condições, a profilaxia

primária (a convivência em ambiente isento de derivados do látex) é fundamental para

prevenção da sensibilização ao látex.(25)

No ambiente hospitalar as medidas preventivas devem ser aplicadas em

pacientes de todas as especialidades pediátricas e em todos os níveis de prevenção. Para

evitar contato com o alergeno. Quando não se puder garantir ambiente livre de látex,

pode-se recorrer ao uso de medicação específica no pré-operatório. Esta conduta é de uso

ainda discutível, mas, é uma possibilidade terapêutica que, no futuro, poderá vir a ser

considerada útil, em crianças alérgicas ao látex.(27)

1.2.2.2- Profissionais da saúde

A prevalência de sensibilização ao látex na população em geral é <1%, mas,

entre os profissionais de Saúde a prevalência relatada varia de 2,9% a 17%, dependendo do

método de pesquisa utilizado, podendo ser bem maior.(28) De acordo com relatos

Introdução

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atualizados do FDA, cerca de 70% dos eventos adversos relacionados ao látex envolvem

profissionais de Saúde que, em muitos casos, estão também na condição de pacientes em

tratamento ou hospitalizados.(19)

A alergia ao látex foi catalogada pela AAAI,(29) como uma doença ocupacional

que representa um grande problema de saúde pública. Entre os trabalhadores, o histórico de

atopia eczema ou dermatite de contato nas mãos, relacionados com o uso freqüente de luvas

de borracha, descartáveis, associam-se à elevação do risco de desenvolver reações alérgicas

graves.

Em diversos países, Estados Unidos da América, Canadá e China entre outros,

as taxas de prevalência de sensibilização alérgica do tipo I ao látex são elevadas. Estas

taxas variam de 6,2% a 30%, entre profissionais que atuam na área hospitalar, por exemplo,

enfermeiros e anestesistas do centro cirúrgico, enfermeiros da UTI (14%) e técnicos de

laboratórios (16,9%).(30-35)

De acordo com Valls e colaboradores(32) que determinaram a prevalência de

hipersensibilidade ao látex (do tipo I) entre os anestesistas e as enfermeiras anestesistas,

com o auxílio de análise sorológica, as taxas de prevalência são relativamente altas. A

prevalência encontrada foi de 12,5%, sendo que, entre os indivíduos incluídos naquele

estudo, 2,4% apresentavam sintomas clínicos. Cerca de 10,1% eram assintomáticos, um

achado que é preocupante.

Há poucos estudos que descrevem a hipersensibilidade do tipo I ao látex nos

países da América do Sul. Na Argentina, Docena e colaboradores(36) estudaram 249

pacientes atendidos em um hospital de ensino. A prevalência encontrada foi de 17,3% em

trabalhadores da Saúde (17/98), e o restante dos pacientes estudados correspondeu a 21,2%

dos sensibilizados (32/151). No Chile, Guzman e colaboradores(37) avaliaram a ocorrência

de sensibilização em trabalhadores da saúde e utilizaram teste de punctura para avaliar

respostas a alguns estratos do látex. Eles relataram que a sensibilização aumentava

progressivamente com o número de anos trabalhados e com a duração do uso de luvas por

semana.

Introdução

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No Brasil, o primeiro estudo epidemiológico, controlado de alergia ao látex foi

realizado num hospital metropolitano do Rio de Janeiro por Geller e colaboradores.(38) Eles

estudaram 50 profissionais da área cirúrgica com o teste cutâneo por punctura (TCP) e

encontraram 6% de sensibilização alérgica. Lopes e Lopes(39) relataram três casos de

reações ao látex, ocorridos no Centro de Atendimento Integral à Saúde da Mulher

(CAISM), em trabalhadores de saúde. Esses profissionais apresentaram sintomas clínicos

fortemente sugestivos de alergia do tipo I, e, para a prevenção de re-exposição foram

oferecidas luvas de vinil para o trabalho. No mesmo hospital a prevalência relatada, em

trabalhadores da UTI neonatal foi de 8% de sensibilização alérgica, incluindo as equipes de

enfermagem e médica.(40)

Mais recentemente, Mathias e colaboradores(41) mostraram maior prevalência

de sinais e sintomas sugestivos de sensibilização ao látex entre profissionais expostos aos

derivados do látex em ambiente hospitalar e com maior tempo de contato com luvas de

qualquer tipo. Buss e Frode(42) observaram 47% de sintomas de alergia ao látex, numa

população de 260 trabalhadores da área da saúde, lotados em Unidades Públicas de Saúde.

O grupo de estudo diferiu estatisticamente do grupo controle quanto à ocorrência de

dermatite de contato, asma, rinite alérgica, reações alérgicas após contato com o pó de

luvas (em suspensão no ar), procedimentos cirúrgicos múltiplos, alergias a alimentos

diversos e frutas. As dosagens sorológicas de IgE, específicas para o látex, foram negativas

para ambos os grupos. Frente ao risco de reações anafiláticas graves os autores

recomendaram cuidados para a identificação dos profissionais que estão sensibilizados para

a adoção de medidas adequadas de prevenção.

Nos países que adotaram o uso de luvas de borracha com pó, como Estados

Unidos e França, estima-se que a incidência de reações alérgicas é maior do que no Reino

Unido. Nesse país, além da opção mandatória pelo uso de luvas sem pó, o Department of

Health estabeleceu orientações para que somente sejam adquiridas luvas que obedeçam a

especificações definidas e sejam manufaturadas de acordo com os padrões de qualidade

estabelecidos.(43)

Introdução

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1.2.2.3- Outros indivíduos com exposição ocupacional

Diferentemente dos trabalhadores da área de Saúde que foram objeto de estudos

extensivos, o estado atual da alergia ao látex entre trabalhadores da indústria da borracha

ainda é pouco conhecido. Nessa população a prevalência é de 11%, sendo os maiores

percentuais encontrados entre os trabalhadores envolvidos nos processos de cura e de

inspeção. Alguns fatores contribuem para elevação das taxas de prevalência, como

ambiente com altos níveis de poeira, confinamento em ambientes pequenos com fumaça e

com resíduos químicos, o efeito sinergístico entre os fatores ocupacionais e ainda o uso

abusivo de cigarro.(44)

Além desses, outros profissionais que manipulam produtos manufaturados com

látex, como cabeleireiros, jardineiros e empregados de empresas especializadas em limpeza

entre outros podem apresentar níveis de sensibilizações semelhantes aos existentes no meio

hospitalar e, portanto, devem merecer atenção especial na avaliação pré-operatória.

1.2.2.4- Indivíduos com antecedentes de atopia

Febre do feno, rinites, asma ou eczema e outras atopias parecem ser o principal

fator de risco predisponente. Estudos recentes desenvolvidos no México encontraram

freqüência de sensibilização ao látex de 4,76% em crianças atópicas, e de 67% e de 22%

em pacientes adultos com antecedentes profissionais, médicos e paramédicos,

respectivamente.(45)

1.2.2.5- Indivíduos com antecedentes de alergia a alimentos

Pacientes que apresentam atopia por outros alérgenos desencadeiam reações ao

látex com maior freqüência (2% a 11%). Naqueles previamente sensibilizados, podem

ocorrer reações cruzadas quando em contato com alguns alimentos que apresentam

epítopos semelhantes à heveína, como banana, kiwi, maracujá, mamão, abacate, tomate,

nozes, batata, aipim e por folhas de plantas caseiras como o Fícus benjamina.(33)

Considerando o grande percentual de pacientes, cerca de 52%, que apresentavam

Introdução

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antigenicidade cruzada ao látex e a algumas frutas, Blanco e colaboradores(34) sugeriram a

existência de uma síndrome que denominaram latex-fruit syndrome.

Brehler e colaboradores(46) avaliaram pacientes que apresentavam esta

síndrome, por meio do teste (RAST) específico. Nesses pacientes, inicialmente alérgicos ao

látex, em 61% das amostras séricas foram encontrados anticorpos IgE específicos para

frutas. Além daquelas frutas que já haviam sido citadas, eles relataram que outras frutas

podem desencadear reações cruzadas com o látex como a: castanha, figo, melão, abacaxi e

pêssego.

Algumas hipóteses foram levantadas para explicar as causas dessas reações

cruzadas. Uma delas admite a reatividade entre proteínas com estrutura e pesos moleculares

semelhantes existentes no látex e nas frutas. Uma outra explicação é a presença no látex de

uma lisozima, um polipeptídeo que possui função enzimática (peso molecular igual a

27KD) e que é similar às lisozimas presentes nas frutas.(35, 47)

Frente à significativa quantidade de reações alérgicas que permanecem com

etiologia ignorada recomenda-se que seja realizada a avaliação, in vivo, dos indivíduos

pertencentes aos diferentes grupos de risco, por meio de testes cutâneos por puntura

(prick test) com antígeno para o látex e bateria de antígenos alimentares.(39)

1.2.3- Manifestações clínicas

Após o contato com o látex podem ocorrer três tipos distintos de manifestações

clínicas, a saber:

1.2.3.1- Dermatite de contato irritativa

A dermatite irritativa de contato é a dermatose ocupacional não imunológica

mais comum associada ao uso de luvas, correspondendo a 80% das queixas dos

trabalhadores que fazem uso de luvas. Esta reação não é mediada pelo sistema

imunológico, não se constituindo uma reação alérgica verdadeira. É o resultado da

maceração ou da abrasão da pele pelo uso constante de luvas e/ou pelas múltiplas

Introdução

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repetições de lavagem das mãos. A perda da integridade da pele permite a absorção de

proteínas estranhas e posterior sensibilização.(48-54)

Outras causas que levam os usuários a desenvolverem este tipo de desconforto

estão relacionadas com o uso de sabões anti-sépticos, secagem inadequada das mãos e

umidade residual presente. Os sinais e sintomas mais freqüentes são: pele seca e

avermelhada, fissuras, descamação e coceira, repercutindo em agravamento do quadro

clínico na integridade da função de barreira da pele.(55)

1.2.3.2- Hipersensibilidade tardia do tipo IV

Também chamada de dermatite mediada por células –T ou dermatite alérgica de

contato. Envolve diretamente o sistema imune. Cerca de 84% das reações imunológicas

relacionadas com o uso de luvas são do tipo IV e, na maioria dos casos, são produzidas em

respostas a alguns aditivos químicos utilizados na produção das luvas e não pela

sensibilização às proteínas do látex.(56-57) A pele desenvolve um eritema urticariforme,

geralmente de 24 a 48 horas após o contato inicial com o produto agressor, podendo evoluir

para vesículas na pele, que se espalham para áreas que não estiveram em contato direto com

o látex. Não existem repercussões sistêmicas.(57-59)

O rush cutâneo pode ser o primeiro sinal de que uma pessoa se tornou alérgica

ao látex, e, se a exposição ao antígeno permanece, podem ocorrer reações de maior

gravidade. Como os sinais clínicos e os sintomas são semelhantes aos da dermatite irritativa

de contato, é muito importante que se confirme o diagnóstico de alergia para a profilaxia de

futuras sensibilizações. A dermatite alérgica de contato pode surgir quando da re-exposição

ao antígeno, mesmo que a exposição inicial tenha ocorrido muitos anos antes. (58- 63)

1.2.3.3- Hipersensibilidade do tipo I

Conhecida como reação anafilática ou reação mediada por células IgE, é a mais

grave das reações agudas. Neste caso, o antígeno induz a produção de imunoglobulinas

classe E específicas. Na re-exposição ao agente, a interação dos anticorpos ligados à parede

Introdução

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de mastócitos e basófilos com o antígeno ativa o gatilho para uma cascata de eventos que

promove a degranulação dessas células, com liberação de mediadores inflamatórios como:

histamina, ácido aracdônico, leucotrienos e prostaglândinas.(64)

A liberação maciça desses mediadores desencadeia sinais e sintomas de

intensidade e gravidade variadas, que aparecem alguns minutos após a exposição. Do

quadro clínico inicial constam: fraqueza, vertigens e sintomas cutâneos, como eritema e

urticária. A reação evolui, rapidamente, para edema laríngeo, broncoespasmo, hipotensão

arterial, taquicardia e colapso circulatório em conseqüência da diminuição da resistência

vascular sistêmica. A anestesia e os campos cirúrgicos podem encobrir os primeiros sinais,

de forma que a hipotensão pode ser o primeiro sinal detectado. O diagnóstico precoce e o

rápido início do tratamento são necessários para a prevenção das complicações mais graves,

inclusive parada cardíaca e morte.(65-71)

1.2.4- Diagnóstico de reações ao látex

O diagnóstico é baseado no levantamento da história clínica detalhada de

sintomas relacionados com as reações mediadas por IgE, bem como no levantamento de

certas condições de risco, como a presença de atopia, múltiplas cirurgias, história de alergia

a determinadas frutas, exposição ocupacional, entre outras. O diagnóstico clínico é

confirmado pelo diagnóstico laboratorial.(59) Na avaliação pré-anestésica é valiosa a

utilização de questionário apropriado para a detecção de sinais e sintomas de alergia ao

látex, principalmente, em pacientes de risco. Este instrumento deve enfatizar a pesquisa de

antecedentes de atopia ou de reação alérgica aos derivados do látex e de eventuais

intercorrências durante procedimentos cirúrgicos prévios.(53, 72)

Os exames laboratoriais que indicam a degranulação dos mastócitos tornam

possível detectar o mecanismo responsável pela reação e a confirmação do diagnóstico de

anafilaxia, no período imediato que sucede a reação alérgica. Quando não for possível a

realização imediata das dosagens, as amostras coletadas, de sangue e de urina, devem ser

mantidas sob refrigeração. No período tardio, quatro a oito semanas, são realizados testes

que têm como objetivo a identificação do agente responsável pela reação. A não

Introdução

62

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observância deste período pode resultar em falsos negativos. Nessa etapa estão indicados os

testes cutâneos específicos e a dosagem de IgE específicas para o látex. Estes testes

permitem identificar o agente causador em cerca de 75-90% dos casos. Em todos os casos,

o paciente deve ser informado do resultado dos testes.(65, 72-74)

1.2.4.1- Exames laboratoriais

Triptase sérica – é uma protease presente nos mastócitos, exclusivamente. A

elevação dos níveis plasmáticos é indicativa da degranulação dos mastócitos ativados. Após

reações anafiláticas ou anafilactóides alcança valores máximos (triptase plasmática >

12μg.mL-1) em uma hora. Nos casos mais graves pode alcançar níveis plasmáticos

>25μg.mL-1. Mantém platô elevado por até duas horas e começa a declinar alcançando

valores normais (triptase plasmática ≤ 1μg.mL-1) após 24 horas da reação. Um resultado

negativo não exclui a hipótese de anafilaxia, pois, em grande percentual, a triptase não está

aumentada nas reações de pequena gravidade.(71)

Em geral, níveis plasmáticos elevados de triptase sérica acompanham-se de

elevação da IgE sérica, mas, existem casos em que somente uma das duas está elevada.

Como esses dois exames podem ser colhidos até 24 horas após o óbito são utilizados no

postmortem, na tentativa da confirmação médico-legal de anafilaxia.(66)

Dosagem de metil-histamina urinária – é o principal metabólico da histamina

e um bom indicador da liberação de histamina no plasma. Os níveis urinários elevam-se em

cerca de uma a três horas após a reação atópica e permanecem elevados nas 24 horas que se

sucedem à reação. Método pouco utilizado devido ao alto custo.(65)

Dosagem de IgE sérica específica para o látex – realizada por

radioimunoensaio (RAST), incubando-se o soro do paciente com anticorpos IgE numa fase

sólida que contém os antígenos em questão. Este teste tem sensibilidade e especificidade

altas e boa correlação com os testes cutâneos. O resultado pode ser falso-positivo

(níveis elevados de IgE anti-heveína sem que o paciente seja atópico). Da mesma forma,

indivíduos com alergia ao látex podem apresentar valores baixos de IgE anti-heveína

Introdução

63

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quando toda IgE específica estiver unida aos mastócitos e basófilos. A dosagem de IgE

sérica pode ser negativa em 20-45% dos pacientes com testes de puntura positivos.(63)

Teste de contato (patch test) específico: indicado para avaliar a reação do tipo

IV, é realizado com padrões definidos, no caso a heveína. A sensibilidade do teste é alta,

daí sua importância. O contato dérmico é feito com um quadrado de látex, padronizado, de

uma polegada quadrada, durante 48 horas. A leitura é feita 72 horas após a aplicação do

látex. Ao lado da região testada, são realizados testes com histamina que é o controle

positivo, e com solução salina, o controle negativo.(66-67) O teste de contato também pode

ser feito por puntura (prick test) e nesse caso o alergeno é inoculado no antebraço.

Considera-se resultado positivo para alergia ao látex quando o edema cutâneo que se forma

é >2 mm ou é superior a 50% do teste de controle positivo. Este teste não está indicado para

casos de sintomas graves de reação ao látex, evitando-se riscos ao paciente.(63)

Intradermoreação – é realizada com a injeção intradérmica de 0,05mL a 1mL,

de várias diluições do alérgeno. O teste é positivo quando a reação cutânea é >9mm.

Teste de broncoprovocação: válido para a realização do VEF1 (volume

expiratório forçado no primeiro minuto) antes e após a inalação de látex, sendo mais útil

para o diagnóstico de doença ocupacional. Pouco utilizado pelo risco de broncoespasmo

grave, só deve ser realizado em pacientes hospitalizados.(65)

1.2.5- Tratamento

O tratamento das reações ao látex, basicamente, consiste na prevenção, ou seja,

na abolição do contato com seus derivados, além da orientação para evitar que novas

reações sejam desencadeadas. Em pacientes de alto risco que necessitem de procedimentos

invasivos deve-se considerar a necessidade do uso de salas cirúrgicas e equipamentos sem

látex.(67)

Nos pacientes que já têm diagnóstico confirmado a possibilidade de

dessensibilização ao látex já foi tentada, por meio de protocolo de exposição progressiva

aos derivados do látex, durante 12 meses. A princípio, os pacientes foram submetidos ao

Introdução

64

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uso de luvas por dez segundos durante alguns dias. Esse intervalo foi aumentado

progressivamente, até uma hora, nos últimos três meses do estudo. Um ano após a

exposição sistemática, os pacientes estudados estavam totalmente dessensibilizados sem

que tivessem apresentado efeitos colaterais, fato observado tanto clinica quanto

laboratorialmente.(68)

A dermatite de contato e as reações do tipo IV são controladas com sucesso

quando afastados os agentes irritantes da pele e pelo uso tópico de corticóides. As

manifestações alérgicas sistêmicas do tipo I apresentam uma grande variedade de sinais e

sintomas, dependendo do tratamento e da gravidade do caso clínico. É extremamente

importante identificar e remover o agente desencadeante. As reações mais brandas, como

rinite e eritemas, respondem ao uso de anti-histamínico e corticosteróide nasais ou

sistêmicos. As reações mais graves com comprometimento das vias aéreas podem

necessitar de tratamento agressivo com anti-histamínico, esteróide, bloqueadores H2,

oxigênio, broncodilatadores, intubaçao traqueal e principalmente a adrenalina.(69)

Em caso de anafilaxia, deve ser padronizada uma seqüência de tratamento

específico, buscando rapidez e eficiência no atendimento.

Algumas sociedades médicas propuseram protocolos para o tratamento de

reações ao látex, e, entre eles destaca-se aquele sugerido pela ASA,(70) que preconiza o

seguinte:

1.2.5.1- Terapia inicial.

1. suspender imediatamente a administração ou reduzir a absorção do agente

agressor. Verificar vias de contato, inclusive via inalatória e mucosas;

2. remover todo o látex do campo cirúrgico;

3. trocar luvas de látex por vinil;

4. descontinuar a administração de antibióticos e/ou sangue e derivados;

Introdução

65

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5. desligar todos os agentes anestésicos;

6. manter a ventilação com oxigênio e FiO2 de 100%;

7. intubaçao traqueal (quando necessária);

8. administrar 25-50 mL/kg peso de cristalóide;

9. administrar adrenalina: a) por via venosa: 0,1µg ou aproximadamente 10µg

no adulto, em caso de hipotensão arterial e 0,01mg/kg em caso de colapso

circulatório com parada cardíaca; b) por via subcutânea: 300µg na falta de

acesso venoso e c) por via traqueal, de 5 a 10 vezes a dose venosa ou 50 a

100µg no adulto (10mL de solução 1:10.000); d) inalação com dosímetro:

três inalações de 0,16 a 0,20mg de adrenalina; e) nebulização 15 gotas de

solução de adrenalina a 2,25% em 2mL de solução fisiológica;

10. colocar avisos de “Alerta ao Látex” na entrada da sala de cirurgia e limitar

a entrada de pessoas e materiais que contenham látex e usando vestimenta

completa

1.2.5.2- Terapia secundária

1. administrar anti-histamínico: difenidramina 1mg/kg por via venosa ou

muscular (dose máxima de 50mg) e ranitidina 1mg/kg venosa (dose máxima

de 50mg);

2. administrar corticóides: hidrocortisona 5mg/kg (dose de ataque), seguidos

de 2,5mg/kg a cada intervalo de quatro a seis horas ou metilpredisolona

1mg/kg de ataque e 0,8mg/kg a cada intervalo de quatro a seis horas;

3. administrar aminofilina (para broncoespasmo persistente) 5 a 6 mg/kg por

via venosa (monitorizar o nível sangüíneo);

4. administrar β 2 agonista inalatório (broncoespasmo persistente);

Introdução

66

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5. administrar drogas vasoativas em infusão contínua para manter níveis

pressóricos. Doses recomendadas: a) adrenalina 0,02 – 0,05 µg/kg/min;

b) noradrenalina 0,05µg kg/ min; c) dopamina 5 – 20µg/kg/min;

d) iso-proterenol 0,02 -0,05µg/kg/min.;

6. administrar bicarbonato de sódio 0,5 a 1mg/kg. Inicialmente, e a seguir se

necessário, corrigir pela análise do sangue arterial. (75)

1.3- Justificativa de execução do estudo

A evolução do atendimento de enfermagem, distanciando-se da postura

intuitiva para a adoção de uma prática baseada em conhecimentos científicos, fez surgir a

necessidade de uma sistematização da assistência prestada aos pacientes. Em nosso meio a

sistematização da assistência (SAE) tornou-se obrigatória a partir de janeiro de 2000,(1) em

função de normatização proposta pelo Conselho Regional de Enfermagem do Estado de

São Paulo (COREN-SP) e engloba a sistematização da assistência prestada aos pacientes

em todo período perioperatório (SAEP).(76)

Dentre os principais objetivos da SAEP estão os itens que contribuem para

auxiliar o paciente e seus familiares a prepararem-se para o ato anestésico-cirúrgico e suas

conseqüências. Inclui-se também a diminuição, ao máximo, dos fatores de risco inerentes

ao ambiente específico do centro cirúrgico e da sala de recuperação pós-anestésica. Assim,

a utilização da SAEP proporciona ao enfermeiro a possibilidade prestar e de avaliar

cuidados ao paciente cirúrgico, bem como de proporcionar maior segurança ao ato

anestésico cirúrgico.(77-80)

De acordo com Soares e Turrini(81) a SAEP deve facilitar a prestação de

cuidado ao paciente como um ser único, que tem necessidades e sentimentos únicos, com

sua anestesia e cirurgia, permitindo-lhe a participação ativa e objetivando a visão global do

ser humano.

Introdução

67

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Introdução

68

Dentro desta filosofia de atendimento há que se considerar que o paciente

internado à espera de uma cirurgia eletiva, encontra-se isolado do seu ambiente familiar e

vivenciando uma realidade que ele interpreta como ameaça a sua integridade física e,

portanto, capaz de originar sentimento de ansiedade. Entendendo-se a ansiedade como um

estado no qual o indivíduo experimenta um sentimento incômodo de grau variável, cuja

origem com certa freqüência é inespecífica, ou ele desconhece, a atenção de enfermagem

de excelência deve prover elementos para transmitir-lhe confiança, dirimir-lhe as dúvidas e,

assim, aliviar-lhe a ansiedade.(11)

Desta forma, um contato prévio do paciente com um dos membros da equipe de

saúde que irá atendê-lo no centro cirúrgico, o enfermeiro, por exemplo, é o momento ideal

para fornecer informações sobre o ato anestésico cirúrgico e para a obtenção de subsídios

que permitirão o planejamento da assistência no período perioperatório.(75)

No momento da visita pré-operatória de enfermagem (Vpré-OE) o enfermeiro,

ao realizar a verificação do prontuário, poderá detectar fatores de risco que podem interferir

na segurança do processo anestésico-cirúrgico.(79-81) Dentre estes fatores estão as reações

anafiláticas, uma emergência médica, cujo aparecimento pode ocorrer de forma inesperada,

e, por isto mesmo, representam preocupação tanto para os pacientes como para a equipe de

Saúde. A prevenção dessas reações bem como o diagnóstico precoce depende do

conhecimento dos antecedentes alérgicos dos pacientes. Assim sendo, devem ser

pesquisadas as causas mais freqüentes de anafilaxia como alergias alimentares, picadas de

insetos, hipersensibilidade a drogas e alergia ao látex.

Justifica-se, assim, a realização deste estudo que, dentro da filosofia de

sistematização da assistência de enfermagem, adotou a Vpré-OE e a Vpós-OE para

transmitir informações aos pacientes alérgicos ao látex e seus familiares. Buscou-se

também coletar dados que contribuíssem para diminuir o risco de reações alérgicas durante

o período perioperatório.

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2- OBJETIVOS

69

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2.1- Objetivo geral

Diminuir o risco de acidentes alérgicos durante o período perioperatório, no

atendimento dos pacientes alérgicos ao látex, por meio da identificação de antecedentes de

risco pela oferta de informações sobre a alergia ao látex.

2.2- Objetivos específicos

1) Identificar:

a. a concomitância de alergia à frutas;

b. a concomitância de outras alergias;

c. outros antecedentes e eventuais co-morbidades relacionados com a

alergia ao látex.

2) Fornecer informações sobre a prevenção e o risco de acidentes alérgicos.

3) Propor protocolos para o atendimento perioperatório de pacientes alérgicos

ao látex.

Objetivos

71

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3- SUJEITOS E MÉTODOS

73

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3.1- Caracterização do estudo

Estudo prospectivo, de caráter descritivo e exploratório, realizado com

pacientes cirúrgicos, eletivos, com história pregressa de reação alérgica comprovada,

desencadeada por produtos que continham látex.

3.1.1- Local do estudo

O estudo foi realizado num hospital universitário do interior do Estado de

São Paulo, governamental, terciário, no centro cirúrgico (CC) e nas unidades de internação

de pediatria, urologia, neurocirurgia, plástica, gastrocirurgia, ortopedia, cirurgia plástica,

otorrinolaringologia e oftalmologia.

3.1.2- População e amostra

A amostra foi constituída de pacientes candidatos a procedimentos cirúrgicos

eletivos, com história pregressa de reação alérgica ao látex, comprovada,

independentemente de faixa etária ou sexo, internados no hospital em estudo, no período de

julho de 2006 a agosto de 2007.

3.1.3- Cálculo do tamanho amostral

O cálculo do tamanho amostral levou em consideração que se tratava de estudo

descritivo-variável qualitativo e população finita. Para o cálculo considerou-se:

a) N = tamanho da população alvo; b) P = proporção de indivíduos com a característica de

interesse na população (alergia ao látex, comprovada); c) D = diferença desejada entre

proporção amostral e proporção populacional (erro amostral); e) Alfa = nível de

significância amostral (bilateral).(82) Considerando a demanda pregressa de pacientes

alérgicos ao látex, avaliada no momento da elaboração do projeto de pesquisa, foi calculado

o número mínimo de indivíduos para inclusão no estudo (figura 1).

Sujeitos e Métodos

75

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N 30 40 50 45

p 0,910 0,910 0,910 0,910

d 0,050 0,050 0,050 0,050

alfa 0,05 0,05 0,05 0,05

n 25 31 36 34

Figura 1- Cálculo do tamanho amostral, de acordo com Fonseca e Martins (82)

3.1.4- Critérios de inclusão

- pacientes que concordaram em participar, voluntariamente, da entrevista após

receberem todas as informações pertinentes, e terem esclarecidas as suas

dúvidas e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido

(Apêndice I);

- pacientes com história pregressa de reação a produtos que contenham látex.

3.1.5- Critérios de exclusão

Pacientes com antecedentes de reação alérgica a produtos do látex que não

apresentaram ou que não realizaram o teste RAST (radioallergosorbent test) específico para

a confirmação da alergia ao látex.

3.2- Instrumentos utilizados

Para a coleta de dados foram utilizados três instrumentos: a) um instrumento de

visita de pré-operatória de enfermagem (Vpré-OE) (Anexo II); b) um questionário para a

coleta de informações sobre os fatores desencadeantes de sensibilização ao látex

(Anexo III); c) um instrumento de visita pós-operatória de enfermagem (Vpós-OE)

(Anexo IV);

Sujeitos e Métodos

76

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Nesta pesquisa foram testados cinco instrumentos: a) relação de

materiais/equipamentos isentos de látex (Apêndice II); b) relação de materiais que contêm

látex (Apêndice III); c) Protocolo perioperatório para atendimento de pacientes alérgicos ao

látex (Apêndice IV); d) roteiro de orientações para pacientes e familiares de produtos não

hospitalares (Apêndice V).

Esses instrumentos, que estão em fase de pré-teste, foram elaborados com o

propósito de normatização e o atendimento de pacientes alérgicos ao látex. Visam, ainda, a

divulgação de informações, pertinentes ao risco e à prevenção de reações alérgicas ao látex,

destinada à equipe multidisciplinar de saúde diretamente envolvida nesse atendimento.

3.3- Elaboração das relações de materiais/equipamentos com ou sem látex

Com embasamento em informações resultantes de consulta aos fornecedores,

foi elaborada uma listagem para o levantamento de materiais e equipamentos empregados

durante o período perioperatório que eventualmente venham a ser utilizado pelos pacientes

alérgicos ao látex, ou seja, materiais/equipamentos isentos de látex (Apêndice II) e

materiais/equipamentos que contêm látex (Apêndice III).

Os laudos técnicos fornecidos pelas indústrias de produtos médico-hospitalares,

obtidos por e-mail ou fax enviados à autora ou à Assessoria de Recursos Materiais do

hospital, foram catalogados e arquivados e constituem arquivos documentais.

Participaram na confecção dessas listas a farmacêutica lotada no Serviço de

Farmácia do Centro Cirúrgico, duas enfermeiras da Assessoria de Recursos Materiais do

hospital, um anestesista e enfermeiros do centro cirúrgico.

3.4- Envolvimento das equipes de saúde em relação ao cuidado com paciente alérgico

ao látex

A comunicação entre as equipes de cirurgia, enfermagem e anestesia ocorriam a

partir do momento que o residente de cirurgia convocava para internação um paciente com

alergia ao látex, confirmada. As informações sobre a data da cirurgia e o local da internação

Sujeitos e Métodos

77

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do paciente eram passadas, pessoalmente ou por contato telefônico, ao enfermeiro do centro

cirúrgico com pelo menos 24 horas de antecedência, para que fossem tomadas as medidas

profiláticas, para que o paciente não fosse exposto a riscos desnecessários. O enfermeiro do

CC era responsável pela divulgação destas informações entre as áreas de interesse, ou seja,

o fluxo que o paciente percorreria, durante seu período de internação.

3.4.1- Roteiro de orientações sobre materiais/equipamentos com ou sem látex para os

profissionais e para os pacientes e familiares

Com base nas informações fornecidas pelas indústrias foram confeccionadas as

listagens de materiais/equipamentos com e sem látex (Apêndices II e III). Estes

instrumentos englobam informações que permitem ao paciente: a) evitar o contato com

materiais médico-hospitalares que contêm látex, durante o seu tratamento domiciliar;

b) informações coletadas da literatura sobre objetos domésticos e de uso pessoal, que

podem desencadear reações alérgicas (81). (Apêndice V).

3.5- Protocolo perioperatório para o atendimento de pacientes alérgicos ao látex

O protocolo de atendimento usado durante o período perioperatório, que

contém as condutas e recomendações relativas à prevenção de acidentes alérgicos ao látex,

foi confeccionado pelos Serviços de Enfermagem do Centro Cirúrgico e Serviço de

Anestesia do Hospital em estudo (Apêndice IV). Este instrumento contempla as

recomendações da Emergency Nurses Association (83), da American Society of

Anesthesiologists (71) e da Canadian Society of Gastroenterology Nurses and Associates (84)

(Apêndice IV).

O instrumento foi subdividido em três partes: Parte A – contem recomendações

gerais de importância para a equipe multidisciplinar, relacionadas a seguir:

Recomendações gerais:

a. inclusão no prontuário da lista de equipamentos/medicamentos que contém

látex e de equipamentos/medicamentos isentos de látex (ApêndiceII);

Sujeitos e Métodos

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b. adoção da cor verde-limão para a confecção de material de

sinalização/atenção de alerta de risco de alergia ao látex;

c. identificação do prontuário com tarja na cor verde-limão;

d. identificação com bracelete e uso de placa na mesma cor para o leito do

paciente;

e. identificação do quarto do paciente com cartaz, verde-limão, afixado na

porta, com os dizeres – Alergia ao Látex;

No centro cirúrgico, para todos os pacientes foi adotada a seguinte rotina:

a. todas as cirurgias foram agendadas para o primeiro horário da manhã;

b. limpeza terminal e montagem da sala operatória (SO) deixando-a em

repouso por no mínimo seis horas (tempo suficiente para que o alergeno do

látex atinja seus níveis mais baixos antes da realização do procedimento);

c. identificação das portas da SO com cartazes chamativos de alergia ao látex

na cor verde-limão;

d. restrição de acesso à SO aos profissionais diretamente envolvidos na

assistência, que estavam uniformizados com vestimentas, propé e gorro,

isentos de látex.

Parte B – um check list de materiais e equipamentos que podem conter látex;

Parte C – contempla itens de segurança que não devem faltar no atendimento de paciente

alérgico ao látex.

3.6- Procedimento de coleta de dados

Os instrumentos de comunicação escrita de enfermagem, utilizados para a

realização das entrevistas durante as visitas pré e pós-operatória de enfermagem, foram

adaptados propostos por Araújo e Noronha (6) e Noronha e Araújo (7), respectivamente

(Anexos II e IV), que obtiveram algumas mudanças.

Sujeitos e Métodos

79

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Ao instrumento usado na Vpré-OE (Anexo II) foram acrescentados pela autora

os itens: item 19 - quem prestou as informações sobre os processos cirúrgicos e anestésicos;

item 23 - o paciente foi orientado quanto a medidas que pudessem ajudá-lo no

pós-operatório; item 26 - diagnóstico de enfermagem.

No instrumento de Vpós-OE (Anexo IV) foram acrescentados: a) o item

6- escala para aferição da dor. A opção por este item objetivou a inserção da avaliação da

dor como o 5° sinal vital. A escala adotada foi a recomendada por McCafrey (85); item

10- quem prestou as informações sobre a cirurgia realizada.

O terceiro instrumento, utilizado durante a visita pré-operatória, um

questionário específico para detectar antecedentes de possíveis reações cruzadas entre

látex-fruta, que visava maior segurança no período perioperatório teve também finalidade

educativa e de divulgação das listas de materiais/equipamentos que contêm látex. Foi

elaborado com base naquele proposto por Soares e Turrini (81), modificado pela autora após

revisão bibliográfica (Anexo III).

3.6.1- Sentimentos expressados pelos pacientes

Os sentimentos exteriorizados pelos pacientes, durante a entrevista realizada na

visita pré-operatória, foram avaliados com o auxílio da Escala de Ansiedade proposta por

Spielberger (86) (Anexo V) à qual foi acrescentado o item 21 – sem interação. Nesse item

foram incluídos os pacientes que demonstraram dificuldades para responder às questões

feitas pelo entrevistador. Os sentimentos expressados pelos pacientes foram catalogados de

acordo com os critérios descritos na Figura 2. Esses critérios embasaram a avaliação de

sentimentos prevista no item 24 – impressões do entrevistador, do instrumento de Vpré-OE.

No período perioperatório, os pacientes foram visitados e entrevistados pela

autora em dois momentos diferentes: a) no dia que antecedeu a cirurgia para a realização da

visita pré–operatória, seguindo os roteiros dos (Anexos II e III) b) do segundo ao quinto dia

do pós-operatório utilizando Anexo IV. Este momento também foi usado para que o

paciente avaliasse a assistência de enfermagem, prestada em todo o período perioperatório,

Sujeitos e Métodos

80

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por meio de perguntas direcionadas, respondidas pelos próprios pacientes ou seus

responsáveis.

sentimentos itens correspondentes

agitação respostas ao item 13

ansiedade respostas aos itens 3 e 9

angústia respostas aos itens 4 e 6

apatia respostas aos itens 19 e 20

calma aparente respostas ao item 17

calmo/ confiante respostas aos itens 1, 2, 8, 10 ,11,15 e 16

euforia respostas ao item 18

isolamento respostas ao item 21

medo respostas ao item 7

nervosismo respostas aos itens 12 e 14

Figura 2- Avaliação dos sentimentos expressados pelos pacientes de acordo com os

critérios padronizados por Spielberger (86)

Para fins de análise estatística quando os pacientes foram considerados calmos

e/ou confiantes, foram catalogados como sentimentos bons. Quando enquadrado em

qualquer um, dos demais itens da padronização, o paciente foi catalogado como portador de

sentimentos ruins.

3.6.2- Avaliação do nível de conhecimento dos pacientes

Na avaliação do nível de conhecimento dos pacientes quanto ao processo

anestésico-cirúrgico foram atribuídos os indicadores, “pouco,” “suficiente” e “nada”, de

acordo com o descrito na Figura 3.

Sujeitos e Métodos

81

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nível descrição

pouco significa que o paciente sabia que seria submetido a procedimento cirúrgico e

tinha apenas noção do que iria acontecer (não sabendo explicar o

procedimento).

suficiente o paciente sabia que seria submetido a procedimento cirúrgico e absorvia de

forma simples todas as informações que lhe eram passadas (sabendo explicá-las

a seu modo e demonstrando entendimento).

nada pacientes que receberam as orientações, mas, que não conseguiram entender

nada do que lhes fora explicado.

Figura 3- Indicadores do nível de conhecimento dos pacientes quanto ao processo

anestésico-cirúrgico

3.6.3- Avaliação da dor pós-operatória

Estratificou-se a dor pós-operatória de acordo com os critérios padronizados por

McCaffery (85) que estão contidos na Figura 4.

escore da dor escala para aferir a dor

0-1 sem dor

2-3 amena

4-6 desconfortante

7-8 aflitiva

9-10 pior dor

Figura 4- Escala para a aferição da dor, de acordo com McCaffery. (85)

3.6.4- Orientações durante a visita pós-operatória

No momento da Vpós-OE eram entregues aos pacientes ou ao familiar

responsável (quando o paciente era criança) o instrumento Apêndices III, que contêm

orientações para eles quanto a alimentos que costumam desencadear reação cruzada com o

látex, e, produtos não hospitalares que contêm látex na sua composição.

Sujeitos e Métodos

82

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3.7- Análise dos dados

Para fins de análise estatística foram considerados apenas alguns dos dados

coletados.

Dentre os dados coletados com o instrumento de Vpré-OE foram considerados:

itens 1, 3, 6, 8 e do 14 ao 18 – relativos à identificação do paciente.

itens 22 ao 24 – relativos à satisfação do paciente quanto ao atendimento,e

sentimentos por ele expressados.

Dentre os dados coletados com o instrumento de Vpós-OE foram considerados:

item 2 – intercorrências relacionadas com o ato anestésico/cirúrgico

item 5 – alterações cardio-respiratórias, geniturinária e gastrintestinal;

item 6 – avaliação da dor;

item 7 – opinião do paciente sobre a assistência recebida,

item 8 – observações do enfermeiro

Os dados foram inseridos em planilhas eletrônicas no programa Microsoft

Excel® do ambiente Windows e então foram transportadas para o programa SSPS para

Windows 2004. (87)

Foram realizadas as análises descritiva e comparativa. Para descrever o perfil da

amostra segundo as variáveis em estudo, foram feitas tabelas de freqüência das variáveis

categóricas, com os valores de freqüência absoluta e relativa, estatísticas descritivas das

variáveis contínuas, com valores de média, desvio padrão, valores mínimo e máximo.

Para verificar associação ou comparar as proporções foi utilizado o Teste Exato

de Fisher. Foi considerado o nível de 5% de significância nos testes estatísticos, isto é,

p<0.05. Os resultados estão apresentados em tabelas e figuras. (88-90)

Sujeitos e Métodos

83

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Sujeitos e Métodos

84

3.8- Aspectos Éticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Instituição (parecer 400/2002 – Anexo I)

Os aspectos éticos foram cumpridos nos termos da Resolução 196 de 10 de

outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, referentes às recomendações para a

realização de pesquisas em seres humanos. (91) Aos participantes do estudo foi garantido o

sigilo de sua identificação. A pesquisa foi considerada de risco mínimo

3.9- Parâmetros estudados

Na entrevista pré-operatória foram pesquisados itens que se referem à

caracterização do paciente: a) idade, sexo e religião; b) alergias coexistentes; c) cirurgias e

anestesias anteriores; d) deficiências ou limitações; e) conhecimento do processo

anestéstico-cirúrgico; f) sentimentos expressados pelo paciente; g) impressões do

entrevistador sobre o paciente.

Na avaliação pós-operatória foram pesquisados: a) intercorrências durante ato

anestésico-cirúrgico, b) alterações cardiorrespiratórias, geniturinárias e gastrintestinais;

c) avaliação da dor; d) opinião do paciente sobre a assistência perioperatória recebida.

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4- RESULTADOS

85

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4.1- Caracterização dos participantes

Foram incluídos no estudo dez pacientes (41,7%) do sexo feminino e 14 do

sexo masculino (58,3%). Quanto à idade, 18 pacientes (75%) pertenciam à faixa etária de

0 a 16 anos e seis (25%) pertenciam à faixa de 17 a 77 anos, prevalecendo maior número

até 16 anos. A Tabela 1 contém a distribuição dos pacientes quanto ao sexo e à idade e os

resultados do estudo estatístico, respectivamente.

Tabela 1- Distribuição dos pacientes quanto ao sexo e à faixa etária. Campinas 2007

sexo faixa etária (anos)

M F 0 a 16 17 a 77

freqüência 10 14 18 6

percentual 41,7 58,3 75,0 25,0

N = 24; m – masculino; f – feminino;

Neste estudo 54,2 % dos pacientes pertenciam à religião católica. Dentre as

demais religiões seis pacientes (25%) eram evangélicos, dois pacientes (8,3%) eram

espíritas e três (12,5%) não tinham religião alguma. A análise da eventual influência da fé

professada pelos pacientes nos sentimentos (considerados bons e ruins), expressados no

período pré-operatório, mostrou que: a) dez pacientes católicos expressaram sentimentos

ruins e três expressaram bons sentimentos; b) um paciente espírita expressou sentimento

ruim e outro sentimento bom; c) seis pacientes evangélicos expressaram sentimentos ruins;

d) dentre os pacientes que não professavam religião alguma, um tinha sentimento ruim e

dois expressaram bons sentimentos (Tabela 2).

Resultados 87

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Tabela 2- Distribuição dos pacientes, quanto ao cruzamento de sentimentos bons e ruins

por eles expressados, no período pré-operatório, versus a religião que

professavam. Campinas 2007

sentimentos

religião ruins bons

total

católicos 10

76,9%

3

23,1%

13

100,0%

espíritas 1

50,0%

1

50,0%

2

100,0%

evangélicos 6

100,0%

0

0,0%

6

100,0%

sem religião 1

33,3%

2

66,7%

24

100,0%

total 18

75,0%

6

25,0%

24

100,0%

ruins = pacientes agitados, eufóricos, apáticos, angustiados, ansiosos, medo e calma aparente

bom = pacientes calmos e/ou confiantes;

4.2- Fatores de risco

4.2.1- Distribuição quanto às alergias co-existentes

Foram detectadas alergias: a) a esparadrapo, relatada por 23 pacientes (95,8%),

sendo que destes 16 (66,7%) eram também alérgicos à iodo (reação cutânea após o uso de

iodo durante internação hospitalar); b) a iodo, exclusivamente, relatada por 8 (33,6%)

pacientes; c) a antibióticos, sendo um (4,2%), alergia à amoxacilina; um (4,2%) ao

clavulim; dois (8,3%) à penicilina; um (4,2%) à vancomicina, e 19 (79,2%) não relataram

qualquer reação a antibiótico. Os pacientes também citaram alergias a outros alimentos

como lingüiça calabresa dois (8,4%), milho três (12,6%) e leite de vaca oito (37,5%).

Resultados 88

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Neste estudo, constatou-se maior freqüência de alergia a maracujá, relatada por

nove pacientes (37,5%). Além destes, cinco pacientes (20,8%) eram alérgicos a banana,

cinco (20,8%) à nozes, e cinco (20,8%) eram alérgicos a outras frutas, relatadas em menor

freqüência (Tabela 3).

Tabela 3- Distribuição dos pacientes alérgicos ao látex quanto à co-existência de alergia à

frutas. Campinas 2007

frutas freqüência percentual

abacate 1 4,2

abacaxi 1 4,2

kiwi 1 4,2

laranja 1 4,2

tomate 1 4,2

banana 5 20,8

nozes 5 20,8

maracujá 9 37,5

total 24 100,0

N=24

A concomitância de alergia à frutas, testada pelo cruzamento das distribuições,

entre as mais freqüentes, maracujá versus banana, não teve significância estatística

(Tabela 4).

Tabela 4- Concomitância de alergias às frutas em pacientes alérgicos ao látex. Cruzamento

de freqüências (banana versus maracujá). Campinas 2007

banana total

maracujá 5 4 9

ausente 14 1 15

total 19 5 24

percentual 79,2% 20,8% 100,0%

Resultados 89

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Os 16 pacientes alérgicos a bexiga (66,7%) apresentaram sua primeira reação

alérgica após contato com bexiga em festa infantil. A concomitância, em pacientes

alérgicos ao látex, à bexigas de festas e ao iodo, testada pelo cruzamento de suas

distribuições, não teve significância estatística (Tabela 5).

Tabela 5- Concomitância de alergia à bexigas de festa e ao iodo, em pacientes alérgicos ao

látex. Cruzamento de freqüências (bexigas versus iodo). Campinas 2007

bexigas

sim não

total

12 4 16

75% 50% 66,7%

iodo

sim

não 4

50%

4

25%

8

33,3%

total 16

100%

8

100%

24

100%

N=24;

4.2.2- Distribuição de acordo com a história de cirurgias anteriores

O número de cirurgias anteriores variou entre dois, em somente um paciente

(4,2%), e nove procedimentos em dois pacientes (8,3%). A Tabela 6 contém a distribuição

dos pacientes, de acordo com o número de procedimentos, a que foram submetidos,

anteriormente.

Resultados 90

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Tabela 6- Distribuição dos pacientes quanto ao número de procedimentos cirúrgicos

anteriores. Campinas 2007

Nº de procedimentos

cirúrgicos

freqüência percentual

2 1 4,2

3 5 20,8

4 2 8,3

5 5 20,8

6 2 8,3

7 6 25,0

8 1 4,2

9 2 8,3

total 24 100,0

N=24

4.2.3- Distribuição de acordo com doenças co-existentes e/ou deficiência física

Os diferentes tipos de doença co-existentes que pudessem determinar qualquer

limitação à movimentação dos pacientes e/ou que pudesse resultar em múltiplas cirurgias

anteriores e a análise descritiva estão relacionados na Tabela 7.

Entre os antecedentes neurológicos foram encontradas: a) meningomielocele

tratada e derivação ventrículo-peritoneal no mesmo paciente em dez casos (41,7%); b)

derivação ventrículo-peritoneal em um paciente (4,2%); c) microcefalia em um paciente

(4,2%) (Tabela 8).

Resultados 91

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Tabela 7- Distribuição quanto ao tipo de doença co-existente causando limitação à

movimentação. Campinas 2007

doenças freqüência percentual

encurtamento fêmur 1 4,2

paraplegia 7 29,1

artrose joelho 1 4,2

pé torto congênito 3 12,5

sem doença 12 50,0

total 24 100,0

N=24

Tabela 8- Distribuição quanto à presença de antecedentes neurológicos. Campinas 2007

alterações do tubo neural freqüência percentual

dvp/mielo 10 41,7

ausente 12 50,0

dvp 1 4,2

microcefalia 1 4,2

total 24 100,0

N=24; dvp/mielo – pacientes com derivação ventrículo peritoneal e mielomeningocele

dvp - pacientes com derivação ventrículo peritoneal

4.3- Alterações respiratórias e geniturinárias

Das respiratórias foram encontradas: rinite alérgica, em nove (37,5%) pacientes,

dispnéia em três (12,5%), asma e edema labial em outros cinco (20,8%) (Tabela 9). Das

geniturinárias, foram encontradas em 20 pacientes. Nove (37,5%) pacientes tinham

vesicostomia, 11 tinham bexiga neurogênica, e os demais (16,7%), foram catalogados como

outros (pacientes que apresentavam pelo menos uma alteração dentre insuficiência renal

crônica, síndrome hidronefrótica, uretra posterior, incontinência urinária e infecção urinária

de repetição) (Tabela 9).

Resultados 92

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Tabela 9- Distribuição quanto ao tipo de alterações respiratórias e geniturinárias. Campinas

2007

alterações respiratórias freqüência percentual (%)

rinite alérgica 9 37,5

dispnéia 3 12,5

ausente 7 29,2

asma e edema labial 5 20,8

alterações geniturinárias

vesicostomia 9 37,5

bexiga neurogênica 11 45,8

outros 4 16,7

N=24; outros= pacientes que apresentavam pelo menos uma alteração dentre insuficiência renal

crônica, síndrome hidronefrótica, uretra posterior, incontinência urinária e infecção urinária de

repetição.

4.4- Conhecimento do processo cirúrgico

Em relação às etapas do processo cirúrgico constatou-se que cinco (20,8%) dos

entrevistados não sabiam nada, sete (29,2%) sabiam pouco e 12 (50%) o suficiente

(Tabela 10).

4.4.1- Conhecimento do posicionamento cirúrgico

Quanto ao posicionamento cirúrgico, constatou-se que 21 (87,5%) não sabiam

nada, e apenas três (12%) relataram saber pouco (Tabela 10).

Resultados 93

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Tabela 10- Distribuição quanto ao nível de conhecimento do processo e do posicionamento

cirúrgicos. Campinas 2007

conhecimento do procedimento freqüência percentual (%)

nada 5 20,8

pouco 7 29,2

suficiente 12 50,0

conhecimento do posicionamento

nada 21 87,5

pouco 3 12,5

4.5- Conhecimento do processo anestésico

Quanto ao procedimento anestésico cinco (20,8%) relataram não saber nada,

sete (29,2%) sabiam pouco, e 12 (50%) sabiam o suficiente (Tabela 11).

Tabela 11- Distribuição quanto ao nível de conhecimento do processo anestésico.

Campinas. 2007

conhecimento do procedimento freqüência percentual (%)

nada

pouco

suficiente

5

7

12

20,8

29,2

50,0

total 24 100,0

N=24

4.6- Sentimentos expressados pelos pacientes

Na Vpré-OE, 18 (75%) dos pacientes, expressaram sentimentos considerados

ruins como: ansiedade, medo, euforia, isolamento, angústia, etc; seis (25%) expressaram

sentimentos considerados bons, como estarem calmos e confiantes, para a realização do

procedimento e confiantes em seu pronto restabelecimento.

Resultados 94

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4.7- Impressões do entrevistador

Durante a Vpré-OE, na avaliação do entrevistador, foram atribuídos

sentimentos bons a 13 (54,2%) pacientes e sentimentos ruins a 11 (45,8%). Dos

sentimentos ruins destacaram-se em número de três sentimentos, agitados, ansiosos,

isolados e um eufórico, um apático, um angustiado. O cruzamento de freqüências, dos

sentimentos expressados pelos pacientes (agrupados em bons e ruins) com os atribuídos

pelo entrevistador, não apresentaram diferença significativa (Tabela 12).

Tabela 12- Sentimentos dos pacientes avaliados na visita pré-operatória de enfermagem.

Cruzamento das freqüências (sentimentos expressados pelos pacientes versus

impressões do entrevistador)

avaliação pelo entrevistador

sentimentos agitado ansioso apatia calmos /

confiantes

euforia isolado

total

ruins 3

100,0%

3

100,0

1

100,0

0

0,0%

1

100,0%

3

60,0%

11

45,8%

bons 0

0,0%

0

0,0%

0

0,0%

11

100,0%

0

0,0%

2

40,0%

13

54,2%

total 3

100,0%

3

100,0%

1

100,0%

11

100,0%

1

100,0%

5

100,0%

24

100,0%

N=24; sentimentos = sentimentos expressados pelos pacientes. ruins = pacientes agitados, ansiosos,

apáticos, calma aparente, eufórico e isolados. bons = pacientes calmos e/ou confiantes;

4.8- Visitas pós-operatorias de enfermagem

As visitas pós-operatorias foram realizadas no primeiro dia de pós-operatório

(PO) em 41,7% dos casos; no segundo dia; em 16,7%, no terceiro em 37,5%, e no quinto,

em 4,2% casos.

Resultados 95

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4.8.1- Avaliação da dor pós-operatória

Os pacientes apresentaram queixas álgicas na seguinte intensidade: 37,5% dor

amena, 37,5% desconfortante, e 8,3% aflitiva; 16,7% não apresentaram dor (Tabela 13).

Tabela 13- Distribuição das queixas de dor pós-operatória avaliada nas visitas

pós-operatorias de enfermagem. Campinas 2007

escore da dor queixa de dor freqüência percentual

0-1 sem dor 4 16,7%

2-3 amena 9 37,5%

4-5 desconfortante 9 37,5%

aflitiva 6-8

9-10 pior dor

2

0

8,3%

0.0%

4.8.2- Intercorrências durante ato anestésico-cirúrgico

Houve intercorrências no intraoperatório em oito (33,3%) casos. Do total de

procedimentos realizados 66,7% transcorreram sem intercorrências (Tabela 14). Durante o

ato anestésico-cirúrgico foram consideradas intercorrências: broncoespasmo - 4,2%; rush

cutâneo com urticária - 16,8%; acidose metabólica - 4,2%; hipertensão arterial - 4,2%; e

taquicardia - 4,2% (Tabela 14).

Tabela 14- Distribuição dos pacientes de acordo com as intercorrências anestésico-

cirúrgicas catalogadas nas visitas pós-operatorias de enfermagem. Campinas

2007

intercorrências freqüência percentual (%)

sim 8 33,3

não 16 66,7

total 24 100,0

N=24

Resultados 96

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4.8.3- Alterações cardiorrespiratórias, geniturinárias e gastrintestinais

Foram detectadas as seguintes alterações cardiorrespiratórias e respiratórias:

crise asmática - 8,3%, insuficiência respiratória - 4,2%, hipotensão - 4,2%,

hipertensão - 4,2%. geniturinário: hematúria - 8,3%, infecção urinária em tratamento - 3%,

sendo que 4,2% dos pacientes estavam em uso de sonda vesical de demora ou com

vesicostomia - 4,2%, gastrintestinal constipação - 50% e flatulência - 12,5%. Não

apresentavam alteração alguma - 37,5%.

A Tabela 15 contém as alterações cardiorrespiratórias, geniturinárias e

gastrintestinais e a análise estatística descritiva.

Tabela 15- Distribuição quanto à freqüência de alterações cardiorrespiratórias,

geniturinárias e gastrintestinais, manifestadas no pós-operatório. Campinas.

2007

alterações

cardiorrespiratórias freqüência percentual (%)

crise asmática 2 8,3

insuficiência respiratória 2 8,3

hipertensão 1 4,2

hipotensão 1 4,2

geniturinárias

hematúria 2 8,3

infecção urinária 1 4,2

vesicostomia 4 16,7

svd 3 12,5

gastrintestinais

constipação 12 50,0

flatulência 3 12,5

ausente 9 37,5

N=24; svd - sonda vesical de demora.

Resultados 97

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4.8.4- Opinião do paciente sobre a assistência perioperatória percebida

Para 95,8% dos pacientes a assistência recebida no pré-operatório foi

considerada boa e para 4,2% foi regular. A respeito do transoperatório 100,0% acharam

boa. Quanto ao período pós-operatório, 91,7% consideraram a assistência prestada boa,

4,2% regular, e 4,2% péssima (Tabela 16).

Tabela 16- Distribuição dos pacientes, quanto a sua opinião sobre a assistência recebida

pelas equipes de saúde nos períodos pré e pós-operatório. Campinas 2007

assistência recebida período

boa regular péssima

pré-operatório 23

95,8%

1

4,2%

0

pós-operatório 22

91,7%

1

4,2%

1

4,2

N=24

A avaliação dos sentimentos expressados pelos pacientes durante a realização

da entrevista pré-operatória em cruzamento com sua opinião em relação à assistência

recebida no pós-operatório mostra que: os 14 (87,5%) pacientes que manifestaram como

isolados consideraram a assistência recebida como boa; um (6,3%) como péssima, e um

(6,3%) como regular. Os três pacientes que se manifestaram ansiosos avaliaram a

assistência boa; os cinco catalogados como “outros sentimentos” (medo; apatia; euforia;

agitação e angústia) avaliaram a assistência prestada como boa (Tabela 17).

Resultados 98

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Tabela 17- Distribuição quanto às expressões de sentimentos, relatadas pelos pacientes, na

entrevista pré-operatória, versus sua opinião, sobre a assistência prestada no

pós-operatório. Campinas 2007

opinião dos pacientes sentimentos

boa péssima regular

total

isolado 14

87,5%

1

6,3%

1

6,3%

16

100,0%

ansioso 3

100,0%

0

0,0%

0

0,0%

3

100,0%

5 0 0 5 outros

100.0% 0,0% 0,0% 100,0%

total 22

91,7%

1

4,2%

1

4,2%

24

100%

N=24; outros – sentimentos expressados como: medo; apatia; euforia; agitação e angústia.

4.9- Análise das questões abertas

A análise das questões abertas (Apêndice VI) mostrou que a Vpré-OE

contribuiu para transmitir conhecimento sobre a doença em 15 sujeitos (62%). Na maioria

dos respondentes (sujeitos 1, 12, 16, 17, 18, 21 e 23) enfatizaram o esclarecimento de suas

dúvidas. Para quatro sujeitos (2, 10, 13 e 22) já havia, por parte dele ou do familiar que

respondeu a questão, algum conhecimento sobre a doença. Nestes casos as informações

prestadas contribuíram para esclarecer sobre a real gravidade das reações alérgicas. Para o

sujeito 15 a Vpré-OE, contribuiu para melhorar o conhecimento sobre a doença, mas, isto

não se associou, ao temor de reações, e para outros três sujeitos (6, 14 e 24), a opinião

quanto à transmissão de conhecimentos, foi expressa de forma indireta, ou seja,

expressaram surpresa/satisfação, por saber, que havia pessoas, estudando o assunto.

Somente um familiar verbalizou a utilidade das informações recebidas na continuidade do

tratamento no ambiente familiar.

Para dez pacientes e/ou familiares, (sujeitos 2, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 14, 15, 24), a

Vpré-OE transmitiu-lhes segurança, frente ao procedimento anestésico/cirúrgico.

Resultados 99

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5- DISCUSSÃO

101

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Avaliar o que está sentindo um paciente durante o período de sua internação

não é uma tarefa das mais fáceis. O indivíduo se sente fragilizado, em um ambiente frio e

desconhecido, longe de seus entes queridos, sem saber ao certo o que irá acontecer consigo,

quando retornará à sua vida normal.(92) No caso de pacientes alérgicos ao látex, soma-se a

consciência do maior risco de exposição inerente ao ambiente hospitalar e, portanto, o

medo de desenvolverem reações alérgicas graves durante a internação. Ciente dessas

preocupações os profissionais envolvidos na assistência devem ter a sensibilidade de

acolher o paciente, passando-lhe segurança e confiança para que consiga vencer esta etapa

do tratamento.

Neste estudo, no período perioperatório, em dois momentos, nas visita pré e

pós-operatórias, lhes foram passadas informações quanto à doença e às medidas de

segurança pertinentes. A Vpré-OE foi considerada o momento ideal para passar ao paciente

e/ou familiares às informações sobre a padronização de condutas, que seriam adotadas

durante todo o período de internação.

Com a Vpré-OE teve início a assistência sistematizada de enfermagem

perioperatória e, além de ser relevante como oportunidade para incrementar a interação

efetiva enfermeiro-paciente, também contribui para melhorar as relações intersetoriais com

os enfermeiros das Unidades de Internação.(81)

No transcorrer deste estudo, na instituição, ainda não havia sido oficializada

qualquer proposta de Vpré-OE instrumentalizada. Desta forma, para a padronização das

entrevistas, foi adotado o instrumento de avaliação pré-operatória proposto por Araújo e

Noronha.(6) A escolha deve-se ao fato dos enfermeiros, que participaram das diferentes

etapas do atendimento dos pacientes, já estarem familiarizados com ele. Anteriormente, na

sua forma original e com os mesmos objetivos, ou seja, a sistematização do atendimento

perioperatório, o instrumento havia sido usado, na Instituição, num estudo com pacientes da

cirurgia cardíaca.(93)

Neste estudo, no entanto, fez-se necessária a ampliação de sua abrangência para

adequá-lo às peculiaridades do atendimento perioperatório de pacientes alérgicos ao látex.

Para tal, foi modificado com a inclusão de itens para detectar antecedentes clínicos e

Discussão

103

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eventuais fatores de risco próprios da amostra estudada. Buscava-se, ao traçar o perfil de

risco dos indivíduos em estudo, definir as medidas de prevenção secundária pertinentes.

A prevenção primária tem como objetivo principal a adoção de medidas que

visam proteger os indivíduos da sensibilização por um determinado alergeno.(94) .Assim

sendo, o fator de prevenção mais importante é o investimento num processo educacional

que deve ter início a partir da suspeita de sensibilização ou da confirmação diagnóstica. O

indivíduo sensibilizado, ao acumular conhecimento sobre a sua doença, passa a contribuir

de forma direta e eficaz no cumprimento das medidas de prevenção destinadas a evitar

novas exposições ao alergeno.(95)

Vale salientar que o conhecimento, no caso específico de alérgicos ao látex,

também contribui para que o indivíduo, ao compreender a sua doença, saiba dosar a

apreensão frente aos riscos de exposição presentes na vida diária. No ambiente doméstico,

um percentual relativamente grande de indivíduos sensibilizados consegue manusear

utensílios que contêm derivados do latex, porque toleram o potencial alergênico de suas

composições. Este fato, por um lado pode ser considerado benéfico, porque torna menos

estressante a vida diária quanto às precauções excessivas. Por outro lado, inspira atenção

frente ao risco de reações alérgicas graves quando de re-exposições ao látex. A maioria das

propostas de prevenção requer mudanças de hábitos dos pacientes, na escola, no ambiente

de trabalho e na assistência sanitária.(32)

No ambiente hospitalar, devido à multiplicidade de vias pelas quais o antígeno

afeta o paciente e também pela grande variedade de utensílios/equipamentos que contêm

látex, a prevenção torna-se muito mais complexa.(96-97) Por esse motivo, Valls e

colaboradores (32) sugeriram que, idealmente, estes pacientes deveriam ser atendidos em

hospitais livres de látex. Como isto nem sempre é possível, devem ser tomadas medidas

para transformar a ambiente freqüentado pelo paciente num ambiente livre de riscos de

exposição.

Considerando que neste estudo a amostra populacional era constituída de

indivíduos comprovadamente alérgicos ao látex, buscou-se difundir e seguir rigorosamente

as medidas de prevenção secundária que estavam padronizadas nos protocolos.

Discussão

104

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A prevenção secundária das reações alérgicas visa abolir o risco de exposição

de indivíduos susceptíveis a um determinado alergeno. Baseia-se na análise rigorosa das

reações prévias e na exclusão dos fatores/drogas incriminados. Assim, na definição das

condutas de profilaxia de reações ao látex devem ser enfatizadas informações pregressas de

atopia e de alergias co-existentes.(94, 98)

A co-existência de outros tipos de alergia é um achado freqüente entre os

pacientes que desenvolvem alergia ao látex. Salientam-se as alergias alimentares e, entre

elas, as sensibilizações cruzadas presentes na síndrome látex-frutas. A incidência de alergia

a frutas em indivíduos comprovadamente alérgicos ao látex é de 35% e a incidência de

alergia ao látex naqueles comprovadamente alérgicos a frutas é de 11%. Num grande

percentual de pacientes, a alergia ao látex precede a alergia alimentar, mas, nos demais o

diagnóstico pode ser coincidente ou até ocorrer posteriormente. Assim, na avaliação

pré-anestésica de um paciente alérgico à frutas a decisão de investigação diagnóstica deve

pesar, o risco inerente aos testes versus o benefício das informações complementares.(99)

As frutas/alimentos implicados com maior freqüência variam de um país para

outro, por exemplo, no Canadá é mais alta a taxa de alergia à batatas e na Espanha ao kiwi

e às castanhas.(95) Como a ocorrência de reações sistêmicas e, portanto, mais graves está

relacionada ao consumo de castanhas, abacate e kiwi, é importante que na avaliação

pré-operatória sejam identificados quais frutos e alimentos representam antecedentes de

risco para cada caso.

Nos relatos da literatura, é relevante o número de pacientes atópicos que

apresentam sensibilização ao látex e à banana, concomitantemente.(35, 100-101) Esta

observação torna-se importante para a população brasileira, em geral, e outros países

tropicais, nos quais a banana é um alimento popular e de grande aceitação pelas crianças,

fato que aumenta o risco de sensibilização cruzada. No presente estudo, a maior freqüência

observada foi de indivíduos alérgicos ao látex e ao maracujá seguido das alergias à banana

e às nozes, em ordem decrescente, resultados que diferem daqueles relatados por outros

autores.(31, 102) Embora, a explicação para este achado não esteja entre os objetivos atuais,

considera-se interessante dar continuidade ao estudo, aumentando o tamanho amostral, para

poder constatar se este comportamento se mantém.

Discussão

105

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Neste estudo, os pacientes também citaram alergias a outros alimentos como

lingüiça calabresa (8,4%), milho (12,6%) e leite de vaca (37,5%), que foram consideradas

particularidades da amostra uma vez que não foram encontradas citações semelhantes na

literatura pesquisada. Além das alimentares, também, foram citadas alergias a perfume

(12,6%) e a produtos de limpeza (20,8%). Nestes casos, não foi possível confirmar a

co-existência de alergias pela falta de informações quanto à presença de látex na

composição desses produtos. Para que se confirme o real significado desta distribuição, será

necessário a continuidade do estudo incluindo maior número de pacientes.

Todas as crianças multioperadas devem ser consideradas com probabilidade de

risco para reação alérgica ao látex, em especial as crianças com defeitos congênitos

urológicos.(103-106) No presente estudo doze dos pacientes apresentavam defeitos,

congênitos ou não, que implicam em risco de múltiplos procedimentos cirúrgicos, sendo a

maior ocorrência de bexiga neurogênica em 11 (45,8%) pacientes. A associação com

meningomielocele tratada e derivação ventrículo-peritoneal ocorreu em dez (41,7%)

pacientes.

Ellsworth e colaboradores(107) avaliaram crianças com espinha bífida, quanto ao

número médio de operações, obteve 9,5 nos pacientes positivos, enquanto nas crianças

negativas para sensibilização ao látex, foi de 6,7, diferença considerada significativa.

Quanto a outros fatores de risco como, idade e tempo de cateterização intermitente não

houve diferença significativa.(108) De acordo com Mazon e colaboradores(24) o número

médio de cinco procedimentos é um fator de sensibilização. Neste estudo, o número de

procedimentos cirúrgicos, aos quais os pacientes haviam sido submetidos, em ordem

decrescente, foi de nove a dois, uma exposição considerada alta. Embora alguns destes

pacientes tenham sido atendidos nesta Instituição em internações anteriores e em todas as

ocasiões foram rigorosamente cumpridas as medidas contidas nos protocolos de alergia ao

látex, para a análise estatística foram considerou-se os resultados obtidos na primeira

intervenção de cada paciente, exclusivamente, para evitar possíveis vieses.

Dentre os fatores de risco para a exposição ao látex, vale destacar a prática

comum em aniversários infantis, da utilização de bexigas de borracha como parte da

decoração das festas. No caso de crianças atópicas, previamente sensibilizadas ou não, pode

Discussão

106

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ocorrer a primeira manifestação alérgica quando do contato com as bexigas.(109-110) Essa

tendência também se verificou neste estudo, uma vez que, em 16 dentre os 24 indivíduos

estudados, o diagnóstico de alergia ao látex foi estabelecido após o contato com as bexigas

de seu primeiro aniversário. Considerando que na população em geral o número de

indivíduos sensibilizados é crescente, seria interesse de saúde pública recomendar que as

embalagens destes produtos contenham informações sobre o material com o qual são

manufaturados.

O látex provoca reações graves, independentemente, da via pela qual atinge o

paciente. Por esse motivo, e considerando as peculiaridades do atendimento no centro

cirúrgico, na UTI, nas unidades de internação, nos setores de diagnósticos, a diversidade de

profissionais de saúde envolvidos no atendimento e as especificidades de infra-estrutura de

apoio em cada etapa da permanência do paciente no hospital, torna-se necessária a criação

de protocolos que norteiem a assistência prestada aos pacientes e permitam aumentar o grau

de segurança das medidas de prevenção em todas as etapas do atendimento perioperatório.

Dos protocolos que já foram confeccionados, de acordo com recomendações

muldisciplinares estabelecidas por sociedades de classes,(71, 85-86) constam a recomendação

de anexar aos prontuários dos pacientes as relações de equipamentos e de medicamentos

que contém látex e daqueles que são livres de látex. É importante destacar que foi

necessário um trabalho de divulgação destas listas, entre os enfermeiros das unidades de

internação, que tem papel fundamental no cumprimento das medidas de prevenção

secundária.

A finalidade é evitar o risco de exposição acidental como ocorreu, por exemplo,

com uma das crianças no período de internação que precedeu a cirurgia. Como a

enfermagem ainda não havia recebido a informação de alerta ao Látex, a criança ao

participar de uma comemoração na enfermaria manuseou as bexigas da festa. Quando

informada, a enfermeira providenciou a retirada da criança do ambiente de risco. Embora,

tivesse sido exposta ao alergeno a criança evoluiu bem, sem maiores intercorrências.

Outros fatores que também contribuem para diminuir a exposição acidental

valorizam a importância da divulgação do conhecimento dos riscos inerentes à doença e a

equipe de enfermagem como um dos responsáveis pelo cumprimento das normas de

Discussão

107

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profilaxia. Por exemplo, a desinformação do pessoal encarregado da limpeza do quarto do

paciente constitui risco quando do uso de equipamentos de proteção, utensílios e/ou de

produtos de limpeza cujas embalagens contenham látex. O trânsito de profissionais de

saúde, no setor reservado ao paciente, deve ser restrito, uma vez que transportam partículas

de látex na forma de aerossóis, de ambientes contaminados para o paciente.(32)

O maior envolvimento do enfermeiro na capacitação/habilitação da equipe

multiprofissional para a profilaxia das reações certamente teria evitado os dois casos de

exposição acidental que ocorreram no período pós-operatório. A auxiliar de enfermagem

que se apresentou para executar os procedimentos de higiene pessoal das crianças usava

luvas de borracha, e por isso, foi interpelada pelo acompanhante para que as substituísse

por luvas livres de látex.

Uma das medidas de profilaxia secundária, considerada de grande relevância,

foi o cuidado com a identificação do paciente. Para tal foram adotadas as seguintes

situações: cor verde limão para a identificação, ou seja, a tarja de alerta ao Látex no

prontuário do paciente; bracelete e placa de identificação do leito, na Unidade de

Internação. A mesma cor também foi padronizada para os cartazes de alerta usados nas

portas, na enfermaria e na sala de operações. Desta forma, buscou-se diminuir o risco de

exposição por distração/esquecimento das medidas de prevenção, durante o manuseio do

paciente.

Algumas medidas foram criteriosamente seguidas durante a permanência dos

pacientes no centro cirúrgico, nas unidades de recuperação pós-anestésica e UTI. Todas as

cirurgias eletivas foram agendadas para o primeiro horário do dia, prevenindo assim níveis

muito altos de antígenos sob forma de aerossóis na sala cirúrgica. O cumprimento desse

cuidado gera transtornos no agendamento das cirurgias, porque repercute na programação

das cirurgias eletivas da SO/período. Como conseqüência, algumas especialidades optaram

por postergar as cirurgias de seus pacientes, dificultando assim, que se conseguisse o

número mínimo de indivíduos previsto no cálculo do tamanho amostral. É importante

lembrar que o cálculo foi feito tomando-se por base os dados de um estudo piloto, que

avaliou a demanda pregressa de atendimento de alérgicos ao látex nos Ambulatórios do

Hospital.

Discussão

108

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O número de pessoas presentes nas salas cirúrgicas foi restrito àquelas

envolvidas diretamente na assistência ao paciente, e que usavam vestuário livre de látex

(inclusive propé e gorro). Uma medida que é de difícil implementação por tratar-se de um

hospital de ensino, mas o fator que contribuiu decisivamente para o cumprimento foi à

sinalização das portas da sala de operação, com cartazes de alerta de alergia ao látex.

Apesar de todos estes cuidados, durante a cirurgia de um dos pacientes que

estava sendo submetido a transplante renal intervivos, ocorreu reação alérgica após início

da transfusão de concentrado de hemácias, administrada sob pressão com o auxílio de uma

bolsa pressurizadora. Embora, a bolsa estivesse catalogada como livre de látex, ela havia

sido usado em outro procedimento e foi trazida diretamente da sala cirúrgica juntamente

com a unidade de concentrado de hemácias. Inadvertidamente, não foi submetida ao

protocolo de limpeza para a remoção de partículas residuais de látex. Detectado o engano, a

bolsa foi retirada da sala e foram trocados os equipos de transfusão. A resposta positiva ao

tratamento com corticoterapia e reposição volêmica foi imediata.

O diagnóstico de anafilaxia foi baseado no antecedente de alergia ao látex e no

aparecimento de rush cutâneo generalizado alguns minutos após o início da transfusão.

Considerou-se que as reações alérgicas provocadas pelas drogas usadas na anestesia

ocorrem precocemente, ou seja, alguns minutos após a injeção.(111-113) Nesse caso, a reação

ocorreu ao final da cirurgia sem associação com a administração de qualquer dos fármacos

usados no paciente (que já haviam sido usados em anestesias anteriores, sem relatos de

intercorrências). Como o paciente era comprovadamente alérgico ao látex, optou-se pela

não realização de testes imunológicos no pós-operatório.

Em relação ao presente caso, foi de grande relevância ter-se adotado na sala do

doador o mesmo cuidado dispensado ao receptor. Basicamente, procurou-se manter o

ambiente nas duas SO livres de partículas de látex em aerossóis. O pó proveniente das

luvas, cirúrgicas ou de proteção laboral é responsável pela dispersão de antígenos na forma

de proteínas hidrossolúveis, cujo tamanho permite que sejam inaladas provocando

sensibilização pela via aérea e também pelas via peritoneal. Justifica-se, assim, o cuidado

com a limpeza dos equipamentos e medicamentos presentes na SO do doador. (32)

Discussão

109

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Os níveis ambientais de partículas de látex num hospital variam entre 0,3ng/m3

em locais onde o uso de luvas de látex é insignificante até 13 - 208ng/m3 nos locais de uso

intenso como o CC, por exemplo. É importante salientar que o limiar de

sensibilização/sintomas é de 0,6ng/m3 fato que justifica o grande número de anafilaxia

durante intervenções cirúrgicas.(32) Como as proteínas do látex aderidas às partículas de

talco disseminam-se no ar ambiente, nesse caso considerou-se a possibilidade de duas vias

de contaminação. A primeira, pelo contato com o rim a ser transplantado durante a

manipulação cirúrgica, para a retirada ou durante o tempo de preparo. A segunda, pela

contaminação dos profissionais de saúde que transitam entre as duas salas. Assim, evitou-se

a exposição do receptor a situações de risco decorrentes da contaminação do enxerto e/ou

do trânsito de pessoal entre as duas salas.

Um outro aspecto, que motivou a realização deste estudo, é a necessidade de

gerarem-se condutas que contribuam para o processo de humanização do atendimento

hospitalar, valorizando o papel das equipes de saúde, na transmissão de conhecimento sobre

a doença e na prestação de assistência de forma holística, individualizada. Desta forma,

além dos cuidados direcionados à prevenção, no ambiente hospitalar, foram transmitidas

informações aos familiares, para que pudessem com os conhecimentos adquiridos garantir a

continuidade da assistência após a alta hospitalar.

O paciente cirúrgico apresenta expectativas de ficar curado de sua doença

depositando na equipe de saúde confiança em seu pronto restabelecimento. Torna-se

agradecido, mediante a realização de pequenos procedimentos, como punção venosa ou

coleta de exames, confiando a mãos estranhas seu tratamento. Ao respeitar o paciente e

entender as suas necessidades e direitos, a equipe que com ele se relaciona obtém sucesso

em seu trabalho, desde que estes aspectos sejam cumpridos.(74)

De acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Enfermeiros de

Centro Cirúrgico,(10) o enfermeiro, após ter analisado os dados colhidos durante a visita

pré-operatória, histórico e exame físico, identificará os problemas de enfermagem, as

necessidades básicas afetadas no período pré-operatório. Analisando o grau de dependência

fará o julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família e da comunidade aos

problemas/processos de vida, vigentes ou potenciais. Dessa forma, a utilização de

Discussão

110

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instrumentos específicos para as entrevistas realizadas no pré e no pós-operatório, como as

adotados neste estudo procura valorizar, também, o papel do enfermeiro na transmissão de

conhecimentos aos pacientes, relativos ao processo anestésico-cirúrgico a que serão

submetidos. Procura em última análise diminuir os seus temores.

São inúmeros os fatores de risco intra-operatório, que representam potenciais

trauma para o paciente, incluindo-se aqui os relativos ao posicionamento intra-operatório.

Assim, o significado da prevenção dos fatores de risco e as implicações psicossociais da

cirurgia para o paciente e seus familiares, bem como os desafios trazidos pela necessidade

de saber do paciente, representam um desafio para a equipe que presta assistência no

âmbito hospitalar.(114)

Segundo Ricker e colaboradores,(115) o posicionamento correto do paciente para

a intervenção cirúrgica é uma arte, uma ciência e também um fator chave no transcorrer do

procedimento e deve levar em conta a aplicação de conhecimentos relacionados à anatomia,

fisiologia e à patologia humanas, dentre outros.

Cabe lembrar que as alterações anatômicas e fisiológicas ligadas à anestesia, ao

posicionamento e ao procedimento envolvem os sistemas músculo-esquelético,

cardiovascular, respiratório e nervoso. No período perioperatório, o posicionamento

adequado deve favorecer a monitorização constante dos parâmetros clínicos dos pacientes,

uma vez que nesse período os mecanismos cardiovasculares de proteção encontram-se

deprimidos por uma gama de fármacos e somente retornam à normalidade após oito horas,

em média. (32)

O posicionamento do paciente cirúrgico é um dos cuidados de enfermagem no

intra-operatório, porém todos os membros da equipe devem estar envolvidos na

identificação de riscos, para manter a segurança do paciente, protegendo-o de traumas

durante o ato cirúrgico e da ocorrência de possíveis eventos adversos.(93) Transmitir ao

paciente informação a respeito do posicionamento cirúrgico é dever do enfermeiro, mas,

esta tarefa pode ser realizada por qualquer membro da equipe envolvido na assistência do

paciente.

Discussão

111

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Neste estudo, durante as visitas pré-operatórias foram enfatizados os aspectos

relativos ao posicionamento e aos procedimentos aos quais os pacientes seriam submetidos.

Com este cuidado buscou-se atenuar o nível de ansiedade à medida que se minimizava o

medo do desconhecido. A análise comparativa entre os sentimentos expressados pelo

paciente no pré-operatório com os dados pós-operatórios, revelou que: a) dentre os

pacientes que foram catalogados como “isolado” na avaliação de sentimentos 54,2%

apresentaram sentimentos bons no pós-operatório. b) dentre os que foram catalogados como

ansiosos 12,7% demonstraram bons sentimentos. Estes dados fazem supor que a Vpré-OE,

de alguma forma, contribuiu para que os pacientes se expressassem de forma positiva em

relação ao ato anestésico-cirúrgico. Embora do ponto de vista estatístico não tenha havido

diferença, do ponto de vista clínico esta diferença assume grande relevância.

As repercussões das informações prestadas durante a visita pré-operatória

foram avaliadas quanto às eventuais mudanças de sentimentos expressados pelos pacientes

nas Vpré-OE e Vpós-OE. Na visita pós-operatória eles foram argüidos para detectar

eventuais mudanças comportamental-emocionais. A análise comparativa de sentimentos do

paciente com a impressão do entrevistador, no pré-operatório, revelou que 18/24 pacientes

tiveram sentimentos ruins e apenas 6/24 que expressaram bons sentimentos, resultados que

não foram diferentes do ponto de vista estatístico. A não significância pode ser

conseqüência do tamanho da amostra estudada. Provavelmente, em novo estudo, com maior

número de participantes os resultados possam a alcançar significância estatística.

A expectativa e o grande receio do desconhecido reforçam a importância dos

cuidados no pré-operatório, um período considerado de importância vital para o paciente ao

nível biopsicosocial e espiritual. Nesse período, agravam-se os medos de todo o processo

anestésico-cirúrgico, além do pânico de morrer, de não mais retornar a sua família.(116-118)

Vale salientar que o presente estudo o desconhecimento do processo anestésico

justificou-se pelo fato de que, no horário em que os pacientes eram visitados pela autora,

ainda não haviam recebido a visita do anestesista para a avaliação pré-anestésica.

A realização da cirurgia é considerada pelos pacientes um acontecimento

importante na sua vida e encerra um significado próprio, pois após ela o individuo espera

viver de uma forma mais saudável, com melhor qualidade de vida.(116) Nesta pesquisa, a

Discussão

112

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análise das questões abertas que abordavam, mostrou que os pacientes e/ou seus familiares

expressaram muita preocupação quanto à eventualidade de reações alérgicas, durante a

realização do procedimento anestésico/cirúrgico, ou seja, um medo do desconhecido,

porque, até o momento da visita, não dispunham de informações precisas sobre a alergia ao

látex e nem quanto às medidas de prevenção de reações padronizadas.

O enfermeiro deve criar ações assistenciais para atender não só a uma avaliação

profissional, mas também e atividades técnicas e às expectativas do paciente. Essas ações

devem ser desenvolvidas por toda a equipe de enfermagem, que pode oferecer ao paciente

apoio, atenção, respeito às suas crenças, valores, medos e necessidades, atendendo-o com

segurança destreza e eficácia. É comum os pacientes apresentarem ansiedade no período

pré-operatório.

Ansiedade é um vago e incômodo sentimento de desconforto ou temor,

acompanhado por uma resposta autonômica (a fonte é frequentemente inespecífica ou

desconhecida para o indivíduo) um sentimento vago de apreensão causado pela antecipação

de perigo. É um sinal de alerta que chama a atenção para um perigo iminente e permite ao

indivíduo tomar medidas para lidar com ameaças.(79) A situação é a origem da ameaça,

mas, não a ameaça em si. Contrariamente, o medo é um sentimento de apreensão frente a

uma ameaça específica ou a um perigo para o qual o padrão de segurança dá um sinal de

alerta. Quando a ameaça é removida, o sentimento de medo é dissipado.(117)

O medo pode existir sem a ansiedade e a ansiedade pode estar presente sem o

medo. Clinicamente, ambos podem coexistir na resposta de uma pessoa a uma situação. O

indivíduo que está encarando uma cirurgia pode ter medo da dor e estar ansioso quanto a

um possível diagnóstico de câncer, por exemplo.(119) No caso específico dos alérgicos ao

látex, a grande preocupação esta ligada ao risco de anafilaxia grave, especialmente, no

período de internação.

A Vpós-OE, bem como a Vpré-OE, procuram proporcionar o

inter-relacionamento entre as Unidades de internação e o Centro Cirúrgico, de tal modo que

não haja interrupção na assistência e que a equipe de enfermagem obtenha informações

registradas e documentadas. Assim, o objetivo maior é o conhecimento do paciente com o

qual irá interagir.

Discussão

113

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No Brasil este procedimento, que é de responsabilidade do enfermeiro do

centro cirúrgico, não está sendo realizado em grande parte dos hospitais. Este fato pode ser

explicado por fatores múltiplos como, por exemplo, o número escasso de enfermeiros para

esta atividade, sobrecarga de atividades administrativas e gerenciais que acabam por

mascarar a real função do enfermeiro, além do não conhecimento da importância da

metodologia e dos resultados da visita. Pode-se supor que o pequeno número de

publicações sobre o assunto, resulte da pouca importância dada pelos enfermeiros à

Vpós-OE. (6)

Segundo Noronha e Araújo,(6) o que se tem claro é que as visitas pré e

pós-operatórias devem ser realizadas pelo mesmo enfermeiro, que deverá dispor de um

período durante seu plantão para a realização destes procedimentos. Preferencialmente, o

enfermeiro que realizar as visitas deverá acompanhar o paciente durante os três períodos do

tratamento cirúrgico, para evitar que a assistência prestada seja feita de forma

segmentada.(120-121)

A visita pós-operatória permite, ainda, a participação no trabalho de equipe e

amplia o papel do enfermeiro na execução de atividades técnico-científicas, a realização do

diagnóstico de enfermagem e a elaboração de um plano de cuidado objetivo aos

pacientes.(10)

Adotou-se a Vpré-OE, nesta pesquisa, como um momento privilegiado para,

concomitante à transmissão de informações aos pacientes quanto às especificidades do ato

anestésico-cirúrgico, identificar fatores que pudessem interferir na expressão dos

sentimentos relativos ao sofrimento decorrente da internação e da expectativa da cirurgia.

São exemplos destes fatores a crença religiosa, que pode atenuar as vivências ruins típicas

deste período, e a ocorrência de dor, que torna o período ainda mais desconfortável e difícil.

A crença religiosa, informação que também está entre as necessidades humanas

básicas, não deve ser ignorada, principalmente no momento do pré-operatório que, como

citado anteriormente, é um grande gerador de ansiedade e insegurança para o paciente.

Assim, neste estudo a religião foi considerada um fator de grande relevância, pois a crença

em um Deus melhora o estado de espírito do paciente, torna-o mais confiante, e incrementa

suas chances de recuperação.(93)

Discussão

114

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O paciente, sentindo-se ameaçado pela proximidade da cirurgia, procura

apegar-se a explicações e expectativas de sucesso no procedimento e de garantia de vida,

sendo a fé uma grande força de sustentação. Assim sendo, as crenças de cada paciente

devem ser conhecidas, respeitadas e estimuladas.(116)

No presente estudo, o maior percentual de sentimentos considerados bons

(pacientes calmos) e também o de sentimentos considerados ruins foi detectado entre os

pacientes católicos o que pode representar um viés, tendo em vista que, o maior número de

pacientes professava a religião católica (13/24). Dentre os demais, três não professavam

qualquer religião, dois eram espíritas e seis eram evangélicos. Provavelmente, essa

diversidade contribuiu para que o estudo estatístico da repercussão da religião, no estado

emocional do paciente, tivesse detectado diferença significativa.

A dor pós-operatória, que é uma das formas mais prevalentes da dor aguda,

relaciona-se, na maioria das vezes, com afecções traumáticas, infecciosas ou inflamatórias e

tem expectativa de desaparecimento após a cura da lesão. Apresenta respostas

neurovegetativas associadas à ansiedade e à agitação psicomotora, que acompanham os

quadros dolorosos com certa freqüência.

Embora a dor seja um sintoma, a Sociedade Americana de Dor classificou a dor

aguda como o 5º sinal vital, pela importância que deve ser dada a sua avaliação e registro.

Devem-se levar em consideração a importância da avaliação e do tratamento desse tipo de

dor para a redução de complicações pós-operatórias e menor morbidade, diminuindo assim

o período de recuperação dos pacientes.(122-124)

Alguns fatores podem estar relacionados à dor pós-operatória como: natureza

da cirurgia, orientações pré-operatórias, crenças e aspectos culturais, entre outros. As

respostas físicas, emocionais e comportamentais provenientes do quadro álgico podem ser

atenuadas, acentuadas ou perpetuadas por variáveis biológicos, psíquicos e

socioculturais.(124) Assim sendo, o controle da dor pós-operatória e o alivio do sofrimento

são essenciais para a assistência integral ao paciente cirúrgico. Nesse enfoque, a

responsabilidade e o compromisso profissional passam a ser de todos que atuam na área da

saúde.(122)

Discussão

115

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Um fator importante na avaliação da dor é a capacidade de entendimento do

paciente em relação ao instrumento de avaliação. Assim, os instrumentos devem ser

adequados à capacidade cognitiva, à faixa etária e aos aspectos culturais dos indivíduos

avaliados.(122) Para este estudo, foi utilizada a régua com expressões faciais de um lado e

numeração de (0 a 10) do outro elaborado por McCaffery.(84) O lado mostrado ao paciente

era o lado que trazia as faces e a todos foi perguntado como se sentiam em relação à dor

naquele momento. A opção por esta régua, foi o fato de ser bastante colorida e, portanto,

atraente para as crianças, em maioria na amostra estudada. A dor pós-operatória

considerada como uma variável de controle, pelo fato de admitir que pacientes com queixa

de dor significativa poderiam não colaborar adequadamente durante a Vpós-OE. A

intensidade da dor foi considerada aceitável na maioria dos pacientes (16,7% sem dor e

37,5% amena) e nos demais (37,5% com dor desconfortante, e 8,3% aflitiva) considerada

de intensidade que pudesse interferir nas avaliações pós-operatórias. No entanto, obteve-se

de todos os pacientes as informações previstas no formulário de Vpós-OE.

O enfermeiro tem um papel fundamental e a responsabilidade de comunicar sua

avaliação e sugestões de forma eficaz à equipe clínica, de modo que o paciente possa

receber medicação adequada.(84) O enfermeiro é o profissional que passa maior tempo com

o paciente do que qualquer outro membro da equipe de saúde, devendo por isso

desempenhar um papel ativo.

Dentre os itens abordados durante a Vpós-OE, a avaliação feita pelo paciente

ou por seu acompanhante no caso das crianças, ao responder o elenco de questões abertas,

embora, não tenha sido incluída no estudo estatístico merece um comentário especial. As

quatro perguntas apresentadas aos pacientes visavam englobar todas as etapas do

perioperatório, ou seja, naquele momento o paciente podia deixar aflorar os sentimentos

que lhe foram importantes durante as etapas. Em última análise eles podiam, dentro de sua

simplicidade, pronunciarem-se quanto à assistência recebida.

Da leitura das respostas pode-se admitir que as informações transmitidas na

Vpré-OE, em dois casos, contribuíram para que os familiares pudessem atuar de forma

efetiva no exercício das medidas de prevenção. Para os sujeitos 13 e 22 a intervenção do

familiar evitou o manuseio do paciente por um profissional que não estava adequadamente

Discussão

116

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paramentado. Este fato repercutiu negativamente na avaliação da qualidade da assistência

prestada durante a internação. Em outros dois participantes (04 e 19) as informações

prestadas na Vpré-OE fora interpretadas como úteis para melhorar a qualidade dos cuidados

no pós-operatório tardio, no ambiente doméstico.

Um outro aspecto a considerar, são poucos percentuais de casos, nos quais as

informações recebidas foram valorizadas como um fator que contribuiu para transmitir

segurança e confiança no atendimento hospitalar à medida que divulgara uma forma de

cuidado hospitalar padronizado em protocolos específicos. Entende-se que a expressão

desses sentimentos sinalizou para a necessidade da avaliação continuada da assistência

prestada e manutenção dos índices da qualidade.

Os protocolos de atenção aos pacientes alérgicos ao látex incluídos nesta

pesquisa, embora, tenham sido elaborados com recomendações aceitas mundialmente estão

em fase de teste. Eles serão acrescidos de alterações decorrentes dos resultados obtidos

neste estudo e deverão ser submetidos a um processo de validação, para posterior

implantação.

As repercussões deste estudo extrapolaram as equipes diretamente envolvidas

no atendimento perioperatório e motivaram o interesse da Instituição em aprimorar o

atendimento deste grupo de pacientes. A divulgação da padronização do atendimento aos

pacientes alérgicos ao látex originou a criação de um grupo de trabalho encarregado de

propor protocolos de atendimento de pacientes alérgicos nos diferentes setores do hospital.

Indiretamente, em função das recomendações do grupo, foram criadas condições para que

as Vpré-OE e Vpós-OE se tornem rotineiras.

Discussão

117

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6- CONCLUSÕES

119

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Os resultados obtidos nas condições adotadas neste estudo permitem concluir:

1. Os fatores de risco detectados, alimentares ou não, coincidem com os citados

na literatura, mas, diferem quanto à freqüência.

1.1. Dentre as alergias às frutas, as mais freqüentes, em ordem decrescente

foram: maracujá, banana e nozes e em menor e igual percentual tomate,

abacate, kiwi, abacaxi e laranja.

1.2. Dentre as alergias a outros alimentos lingüiça calabresa, milho e leite de

vaca foram achados típicos desta amostra.

1.3. Dentre as alergias coexistentes foram detectadas, em ordem decrescente,

alergia a esparadrapo, ao iodo e a antibióticos como amoxacilina,

clavulim, penicilina e vancomicina, em ordem decrescente.

2. As visitas pré e pós-operatórias de enfermagem são estratégias úteis na

transmissão de informações sobre a prevenção e o risco de acidentes

alérgicos ao látex.

3. A identificação e a divulgação dos materiais/equipamentos que contem látex

contribuem para diminuir o risco de exposição dos indivíduos

sensibilizados, durante os cuidados médicos e de enfermagem.

4. Os protocolos para o atendimento de pacientes alérgicos ao látex devem ser

seguidos em todas as etapas do período perioperatório.

Conclusões

121

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7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8- ANEXOS

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ANEXO I

Anexos

139

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Anexos

140

ANEXO II Visita Pré-Operatória de enfermagem

1-Identificação do Paciente Nome__________________________________________________________HC___________________ Idade___________ Estado civil ______________Sexo____________ Especialidade_________________ Ocupação________________________ Religião_______________ Procedência____________________ Unidade de Internação_______________________ Diagnóstico Médico___________________________ Data da Internação____ ____ ____ Data da cirurgia ____ ____ ____ Data da Visita ____ ____ ____ Cirurgia Proposta________________________________________________________________ 2-Dados Vitais e Antropométricos T_____C P _____bpm R _____ mpm PA ________mmHg Peso ______kg Altura _____m

3- Alergias? não sim. Especificar________________________________________________ 4- Hábitos tabagismo Sim Não quantidade /dia______ há_____ anos parou há ____anos. Etilismo Sim Não quantidade _____________ parou há ______ anos Uso de drogas /e narcóticos Sim Não 5- Exames Laboratoriais e Radiológicos Tipo sanguíneo ________ Fator RH ___________ Hb/Ht sim não ECG sim não RX sim não prontuário sim não Exames complementares____________________ 6- Cirurgias e Anestesias anteriores Anestesia anterior não sim especifique _____________________________________________ Cirurgia anterior não sim especifique _____________________________________________ Obs. Em caso afirmativo a experiência com os procedimentos foi: Ótima boa regular péssima 7-Existe autorização (documentos) para realização do procedimento: não sim especificar _________________________________________________________ 8-Deficiências/Limitações Física Sim Não especificar____________________________________________________ Mental Sim Não especificar____________________________________________________ Auditiva Sim Não especificar____________________________________________________ Visual Sim Não especificar____________________________________________________ 9- Utilização de próteses Próteses Sim Não especificar o tipo_______________________________________________ 10- Estado Nutricional e Hidratação: bom emagrecido mucosas ressequidas turgor diminuído astenia edema obesidade outros 11- Rede venosa visível Sim Não palpável Sim Não alterada Sim Não _________ intracath Sim Não especificar___________________________________ 12-Musculatura hígida alterada especificar________________________________________________ 13-Higiene corporal boa regular má 14-Perfil de saúde Problemas: Neurossensorial Sim Não especificar_____________________________________ Respiratório Sim Não especificar______________________________________ Cardiovascular Sim Não especificar_____________________________________ Gastrintestinal Sim Não especificar_____________________________________ Geniturinário Sim Não especificar_____________________________________ Endócrino Sim Não especificar_____________________________________ 15-Conhecimento do Processo Cirúrgico: nenhum pouco suficiente

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16- Conhecimento da Cirurgia Proposta: nenhum pouco suficiente 17-Conhecimento sobre o posicionamento cirúrgico: nenhum pouco suficiente 18-Conhecimento do processo anestésico: nenhum pouco suficiente 19- Quem prestou as informações sobre: Processo cirúrgico: Cirurgião Enfª/CC Enfª/enfermaria Processo anestésico Anestesista Enfª/CC Enfª/enfermaria 20- Uso contínuo de medicações: Sim Não nome, dose e freqüência. 21- Problema/ Doença não abordados nessa entrevista: ______________________________________

22- Expressão de Sentimentos: calmo medo angústia ansiedade apatia outro Especificar___________________ 23- O paciente foi orientado quanto às medidas preventivas que possam ajudá-lo no Pós-operatório: Sim Não especificar___________________________________________________________ 24-Impressões do Entrevistador: isolado agitado confuso agressivo ansioso eufórico calma aparente outro. Especificar_______________________________________________________________ 25- ANOTAÇÕES 26-Diagnósticos de Enfermagem 27-Prescrição de Enfermagem Data/Hora Prescrição de Enfermagem Pré-

operatório Trans-

operatório Pós-

operatório

COREN___________ NOME__________________________ Assinatura________________________

Anexos

141

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ANEXO III

Questionário para identificar pacientes sensíveis ao látex na unidade de

internação, durante a Visita Pré-operatória de enfermagem. 1) Sofre de asma, rinite, eczema? Não ( ) Sim ( ) Qual tipo?

2) Tem alergia a algum destes alimentos? Assinale com um (x)

Banana ( ) Abacate ( ) Kiwi ( ) Mamão Papaya ( )

Manga ( ) Melão ( ) Abacaxi ( ) Pêssego ( ) Tomate ( )

Batata ( ) Pêra ( )Castanhas ( ) Nozes ( ) Mandioca ( )

Morango ( )Figo ( ) Nabo ( ) Pêssego ( ) Ananás ( ) Cenoura ( ) Aipo ( ) Pepino ( )

Cereja ( ) Uva ( ) Centeio ( ) Trigo ( )

Avelã ( ) Amendoim ( ) Soja ( ) Espinafre ( ) Limão ( )

Ameixa ( ) Ervilha ( ) Laranja ( ) Grão ( ).

3) Já foi submetido a alguma cirurgia? ( ) Sim. ( ) Não Se sim, a quantas e quais?

4) Possui alguma reação (espirros, falta de ar, coceira, etc.) ao entrar em contato com

luvas de borracha, balões de festa, preservativos, chinelos ou outros artigos de borracha?

Não ( ) Sim ( ) Quais?

COREN___________ NOME__________________________ Assinatura________________________

Anexos

142

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ANEXO IV Visita Pós-operatória de Enfermagem

1-Identificação do Paciente Nome____________________________________ Idade______ Sexo_____ HC____ Estado civil________________procedêcia_____________Especialidade________ Unidade de \Internação ___________________Ocupação____________________ Data da cirurgia _____/_____/_____Cirurgia realizada______________ PO ___ 2- Intercorrência no ato Anestésico Cirúrgico? Não Sim Especifique ______________________________________________________________ 3- Nível de Consciência Consciente Inconsciente Comunicativo Outro Especificar_______________________________________________________________ 4-Incisão cirúrgica: Curativo: aberto fechado Secreção: Não Sim Especificar______________________________________________________________ Características: cicatrização hiperemia deiscência 5- Alterações: Cardiorrespiratória Sim Não Geniturinária Sim Não Gastrintestinal Sim Não 6- Escala para aferição da dor.

7- Opinião do Paciente 7.1 A visita Pré-operartória de Enfermagem contribuiu de alguma forma para lhe esclarecer dúvidas? Sim Não Especificar__________________________________________________________ 7.2 A assistência pré-opertória foi: Boa Regular Ruim Especificar: ______________________________________________________________ 7.3A assistência trans-opertória foi: Boa Regular Ruim Especificar ______________________________________________________________ 7.4 A assistência pós-operatória foi: Boa Regular Ruim Outras/ Especificar _______________________________________________________

8-Condições Gerais do Paciente

Cabeça Tronco Membros Especificar (local tipo e tamanho).

Sim Não Sim Não Sim Não Edema

Hematoma/ equimose Lesões de pele Secreções

Anexos

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Higiene

Queimadura (causa) Infecção Formigamento Câimbras Parestesia/ paralisia Drenos Perfusão Alterações dos movimentos

Punção venosa Ostomias Sondas Fistula Outros 9-Observações do Enfermeiro 10- Quem prestou as informações sobre a cirurgia realizada? Cirurgião Enfº da enfermaria Enfº do CC Nome______________________________________CORÉN________Assinatura_____

Anexos

144

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ANEXO V

Escala de Ansiedade

Avaliação dos sentimentos expressados pelos pacientes

numeração Sentimentos Sim Não 1- Sinto-me calmo 2 Sinto-me seguro 3 Estou tenso 4 Estou arrependido 5 Sinto-me à vontade 6 Sinto-me perturbado 7 Estou preocupado com possíveis

infortúnios

8 Sinto-me descansado 9 Sinto-me ansioso 10 Sinto-me em casa 11 Sinto-me confiante 12 Sinto-me nervoso 13 Sinto-me agitado 14 Sinto-me uma pilha de nervos 15 Estou descontraído 16 Sinto-me satisfeito 17 Sinto-me preocupado 18 Sinto-me super-excitado e confuso 19 Sinto-me alegre 20 Sinto-me bem 21 Sinto-me sem interação

Anexos

145

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9- APÊNDICES

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APÊNDICE I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO

Eu, Regina Maria da Silva Feu Santos, Enfermeira do Serviço de Enfermagem Centro

Cirúrgico, estou desenvolvendo um estudo intitulado: « Assistência de Enfermagem

Perioperatória a pacientes alérgicos ao látex.

Para que eu possa realizar o estudo acima mencionado, necessito de sua

colaboração e disponibilidade, no sentido de ser utilizado o protocolo para pacientes

alérgicos ao látex, em seu procedimento cirúrgico ou de seu familiar, para diminuir

evitar o risco de exposição ao alergeno. Será necessário ainda, que sejam cumpridas

criteriosamente todas as orientações constantes nos protocolos, no ambiente hospitalar e

doméstico.

Garanto que suas informações servirão única e exclusivamente para fins de

pesquisa e não serão divulgadas a outras pessoas, nem haverá identificação, ou qualquer

dado que o comprometa, assim como há possibilidade de abandonar este estudo a

qualquer hora que julgar necessário.

Em caso de dúvidas, esclarecimentos ou quaisquer outras informações, favor

entrar em contato com:

Regina Maria da Silva Feu Santos . (19) 35217416 Profª Doutora Glória Maria Braga Potério : (19) 3521’7562 (Orientadora) Comitê de Ética em Pesquisa : (3521-8936)

Agradeço antecipadamente.

Campinas, ____ de __________ de 2007.

AUTORIZAÇÃO

Eu------------------------------------------------------------------concordo de livre e espontânea vontade participar desse estudo.

____________________________ Assinatura

Apêndices

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APÊNDICE II Produtos hospitalares com látex e produtos que podem conter látex; • Luvas cirúrgicas e de procedimentos • Drenos de penrose • Máscaras • Circuitos respiratórios • Sensores para Oximetria de Pulso • Seringas • Sondas nasogástricas • Máscaras laríngeas • Torneira três vias • Buretas • Equipos de soro, sangue e bomba de infusão • Cateteres periféricos para função periférica • Materiais para punção venosa central • Placa de colostomias • Garrote para venopunção • Manguitos para mensuração da pressão • Esparadrapos, faixa adesiva elástica (Tensoplast) • Faixas compressivas elásticas • Tubos extensores • Estetoscópios • Termômetro esofágico • Cabos para ECG; • Transdutores para pressão arterial • Toucas cirúrgicas com elástico. • Garrote • Máscara para ventilação • Adesivos

Enfª Regina Maria da Silva Feu Santos

Apêndices

150

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APÊNDICE III

Relação de materiais e equipamentos isentos de látex utilizados no Intraopertório.

Assistência Anestésica Material Fabricante Equipo para infusão sangue Fresenius Equipo de Infusão intravenoso BD/ B. Braun/Brasino Estetoscópio Litman/BD Perfusor B.Braun/ BD Máscara de Venturi PVC Hudson/ Oxigel Máscaras faciais/ Balões/ KTS (Baraka) silicone

Takaoka / Oxigel

Seringas descartáveis BD SNG/ sonda de aspiração CPL/ Medical’s Soro fis. Glic. RL. Baxter/ B. Braun. Torneiras três vias/alto/Fluxo B.Braun /Medex/ Embramac Kit polifix B. Braun Metronidazol Halx Istar Filtro para acesso venoso Hartmann/ BD

Relação de Luvas Látex-Free Material Fabricante

Luvas sintéticas (policlopore) Bioservice Luvas sintéticas Duoprene Luvas de procedimentos (vinil) Danny Luvas de procedimentos (nitrile). Bioservice

Materiais Utilizados no Intraopertório Material Fabricante

Bisturi descartável Style Balão dilatador Ureteral Uromax Placa para colostomia (Karaiya) Covatec Coletor de Urina Sistema Fechado Kendall/ Embramac Campos Cirúrgicos Mollincke/ Kendall Campo impermeável Kendall Capa para microscópio Zeiss Cateter Tenckhoff Quinton Kendaall/ Tyco Cateter Urológico Pigtail Urotec Cateter inplantável portocath Bard Cateteres Urológicos e Vasculares Cook Cateteres urológicos Boston Scientific Colchão Térmico Gaymar Drenos JP/ J-Vac Baxter Dispositivo para bolsa de soro Baxter Dreno de sucção Porto-vac PCE

Apêndices

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Dreno torácico silicone Medicone Dreno Tubular silicone “Japonês” Medicone Dreno Blake J & J Equipo para Artroscopia Arthrex Tellus/ Hartman Equipo de Transferência para CAPD Baxter Eletrodo descartável Liga sure Tyco Eletrodo Versapoint J & J Eletrodo Artrhocare Optika Eletrodo Serfas Striyker Eletrodo Vapr Arthromed Extensão para aspiração /drenagem Zammy Gelfoan (gelatina absorvível) Pharmácia Implante de Silicone para retina 5005 Vistatek Material Fabricante Injelijett (equipo para astroscopia) PCE Kit Faco Legacy (Kit para facectomia) Alcon Máscara descartável para proteção Kimberly Material Fabricante Máscara descartável para proteção N95 3M Manta Wam Touch Mallinckrodt Pressurizador de Soro Medex Sonda Vesical de demora (silicone) Rusch, suplimed. Sonda Uretral CPL Medical’s Splint nasal Richards Steri Strip/ Op Site/ Tegaderm 3M Transpore/ Micropore 3M

Apêndices

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APÊNDICE IV

Protocolo perioperatório para pacientes alérgicos ao látex. Parte A - Recomendações gerais.

1 O paciente deve ser cuidadosamente acompanhado, pelos responsáveis das equipes de anestesia, cirurgia, enfermagem e das demais equipes hospitalares envolvidas no atendimento. Esse cuidado deve começar na internação.

2

O paciente deve ser agendado como cirurgia eletiva, para o primeiro horário do dia. – neste horário, os antígenos do látex suspensos no ar estão nos seus níveis mais baixos.

3

Caso não seja possível o agendamento do procedimento para o primeiro horário do dia, a sala operatória deverá permanecer em repouso no mínimo de 06 horas.

4 Durante a realização do procedimento, deverão permanecer na sala operatória, apenas os profissionais envolvidos diretamente na assistência.

5

Cartazes sinalizando “ALERGIA AO LÁTEX” (para os pacientes já diagnosticados) ou ALERTA – ALERGIA AO LÁTEX (para os casos de suspeita) deve ser colocado na porta das salas de cirurgia, (lados de dentro e de fora) e também na área de atendimento perioperatório e enfermarias de origem. (tarja verde-limão).

6 Uma lista com itens de segurança deve acompanhar o paciente durante todo o período de internação.

7 Uma lista de produtos/equipamentos livres de látex deve estar no local onde o paciente está sendo atendido, com fácil acesso e disponível para o setor de suprimentos do hospital.

8

O paciente deve ser orientado a obter um bracelete de alerta, identificando sua alergia ao Látex. Com Alerta de Alergia ao Látex. Para os suspeitos e Alergia ao látex para confirmados. (verde-limão)

9 Tais orientações devem acompanhar o paciente em seu prontuário, desde a internação.

10 Comunicação formal entre os setores onde o paciente permanecerá que poderá ser verbal, (contato telefônico), escrito por e-mail, ou comunicado.

11 Comunicar à central de materiais esterilizados, para que todo o instrumental seja preparado, com luvas isentas de látex.

12

Quando houver dúvida, sobre a composição de injetores das bolsas de soros, não aspirar ou injetar, medicamentos por essas vias.

13

Quando houver dúvida sobre a composição e o produto não puder ser substituído, envolvê-lo com filme transparente, compressas, malhas de algodão.

14

Remover da sala produtos com látex que habitualmente são mantidos como (garrote, esparadrapo, faixa adesiva tensoplast, extensão e luvas).

15 Comunicar com antecedência, ao serviço de lavanderia, para que seja providenciado propé e gorro de tecido ou livre de látex.

Apêndices

153

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16 Nos casos suspeitos, encaminhar paciente para a imunologia, para realização de exames específicos. “Rast” específico para látex.

17 Identificação do prontuário do paciente, com tarja verde-limão de Alergia ao látex para os casos confirmados e Alerta ao látex para os casos suspeitos.

18 Profilaxia com difenidramina e corticosteróide é recomendada 24h, antes, nos casos cirúrgicos. Porém, não é garantia de prevenção ou melhora de quadro anafilático.

19 Contactar o Serviço de Nutrição, informando-o da internação de paciente alérgico ao látex, para evitar reações cruzadas látex-frutas e alimentos.

20

Remoção de tampas de borrachas de frascos de medicamentos, para sua diluição /reconstituição. Utilizar filtro venoso. Ao perfurar as tampas de borracha, de frascos de medicamentos, com a agulha, as proteínas do látex serão carreadas para a corrente sanguínea, juntamente com a medicação.

21 Substituição dos produtos com látex, pelos similares feitos com plástico, vinil, silicone ou borracha sintética.

Parte B - “CHECKLIST” Serviço de Anestesia

1 Providenciar tubos endotraqueais, cânula de guedel livres de látex.

2 Máscaras de silicone ou máscaras de borracha preta, velhas, bem lavadas.

3 Balões de ventilação – de neoprene ou de borracha preta, usada, ou utilizar Ambu de silicone.

4 Ventilador – fole de neoprene ou silicone, ou borracha preta, usado, bem lavado.

5 Circuito respiratório-de polivinilclorido ou de silicone embrulhado separadamente do balão ventilatório.

6 Transformar medicamentos de doses múltiplas em dose unitária ou remover as tampas de borracha dos frascos.

7 Tomar cuidado com as partes de borracha dos equipos de infusão intravenosa; não usar garrotes do tipo Penrose ou faixas elásticas.

8 Providenciar garrote de tecido com velcro e equipo de silicone ou cubra com um pano as partes de borracha dos equipo, use torneirinhas para injeções venosas.

9 Aparelho de pressão – use manguito e perinha de borracha preta, usados, recobertos com tecido de algodão ou sem látex.

10 Providenciar balão ventilatório. Certificar-se que o balão e a válvula respiratória não tenham componentes de látex.

11 Como alternativa fornecer balão auto-inflável de silicone. 12 Providenciar seringas de vidro para reconstituir medicamentos a

cada seis horas, ou seringas descartáveis livres de látex.

13 Manter diluída adrenalina – (0,01mg/ml ou 1:100 000), conforme prescrição médica.

Apêndices

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Enfermeiro de Referência 1 Providenciar limpeza terminal da sala de cirurgia com 6 horas de

antecedência.

2 Montar e checar o carrinho de cirurgia com o material da CME e farmácia, devidamente limpo e desinfetado, de acordo com procedimento cirúrgico.

3 Solicitar à farmácia que providencie sonda vesical de silicone, de acordo com a idade do paciente.

4 Solicitar junto à farmácia, solução de clorexidina alcoólica e degermante, caso o paciente seja alérgico ao iodo.

5 Realizar Visita Pré-operatória de enfermagem e Prescrição de Enfermagem para todo o período perioperatório, que deverá ser cumprida rigorosamente pelos profissionais envolvidos.

6 Verificar junto à farmácia, se todos os itens de segurança foram providenciados.

7 Ter funcionário disponível para o encaminhamento de exames laboratoriais.

8 Providenciar limpeza preparatória da SO, nas superfícies horizontais e equipamentos existentes, com solução de álcool a 70%.

9 Usar placa de Alerta ao Látex, para identificação das portas da SO.

10 Seguir recomendações – contidas no prontuário do (a) paciente.

11 Checar junto com o instrumentador e equipe fios que deverão ser abertos durante o procedimento.

12 Todas as pessoas com acesso a SO devem utilizar propé e gorro de tecido

13 Fornecer para a equipe cirúrgica luva de vinil de todas as numerações. Mantendo também em sala uma caixa com luvas de nitrile ou silicone para realização de procedimentos não estéreis.

14 Manter em sala somente profissionais envolvidos na assistência. No dia anterior ao procedimento cirúrgico (técnico da anestesia)

1 Providenciar limpeza do carrinho de anestesia e medicamentos, lavando todas as ampolas, para retirada do pó.

2 Requisitar, conferir material de consumo do kit de farmácia e solicitar limpeza dos mesmos.

3 Solicitar e checar a caixa de fármacos anestésico seja montada apenas com ampolas.

4 Providenciar que o vaporizador a ser utilizado, seja abastecido anteriormente.

5 Providenciar frascos para coleta de exames para que fique na entrada da sala de operação.

6 Efetuar montagem do carrinho, fazendo conferencia do material.

Apêndices

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Equipamentos usados na ventilação 1 Bolsa e válvulas/ silicone 2 Cateteres de aspiração/ polivinil 3 Máscaras faciais/ silicone 4 Circuito respiratório/ silicone 5 Tubos endotraqueais de todos os tamanhos. 6 Fole do ventilador de polivinil.

Cateteres 1 Sonda Foley/ silicone 2 Condor cateter 3 Cabo de teletermômetro esofágico ou retal.

Material cirúrgico 1 Placa para colostomia 2 Dreno- de borracha e penrose 3 Tubos de gastrostomias 4 Gorros descartáveis 5 Propé 6 máscaras

Suprimentos da boca e dentes 1 Cânula guedel número (00 a 4,0) livres de látex. 2 Protetor dentário Suprimentos hospitalares 1 Seringas descartáveis 2 Tubulação estetoscópio 3 Torniquetes 4 colchonetes 5 Borracha para aspirador

Parte C - Itens de segurança procedimento anestésico

1 Seringas de vidro 2 Agulhas hipodérmicas 3 Cateteres intravenosos 4 Extensões para infusão intravenosa – de polivinil 5 Torneirinhas de 3 vias e simples 6 Frasco de heparina, manipulado na farmácia. 7 Peça em T com entrada lateral para conectar traquéia corrugada. 8 Algodão ou gaze com álcool 9 Esparadrapo (livre de látex) 10 Torniquetes livres de látex 11 Gazes esterilizadas - chumaço 12 Termômetro esofágico

Apêndices

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13 Manguito de aparelho de pressão, livre de látex todos os tamanhos.

14 Estetoscópio com as borrachas protegidas – para uso exclusivo. 15 Eletrodos de ECG – livres de látex. 16 Sensores de oxímetro de pulso – livres de látex. 17 Plano de ação ligado com os demais protocolos de alergia ao

látex.

18 Cartazes coloridos e bem atrativos para sinalizar todas as portas. 19 Ressuscitador manual livre de látex 20 Máscaras ventilatórias e venturi de todos os tamanhos livres de

látex.

21 Cânula nasal de oxigênio 22 Extensão para a cânula de oxigênio 23 Tubos endotraqueais – de polivinil de todos os tamanhos. 24 Cateteres para uso oral – de polivinil. 25 Medicamentos prescritos e de emergência em ampolas 26 Luvas de vinil – tamanho pequeno médio e grande. 27 Luvas sintéticas estéreis – tamanhos 6,0 ao 9,0. 28 Cateter de Foley – 100% de silicone de vários tamanhos 29 Bolsa de sistema fechado, para sondagem vesical de demora livre

de látex.

30 Manter manual de informações sobre produtos livre de látex em local de fácil acesso, para uso de toda equipe.

31 Kits para bloqueios epidural e espinhal. 32 Cateteres de aspiração – de polivinil, tamanhos 8F ao 14F. 33 Circuitos de anestesia – com balão e tubos livres de látex. 34 Aparelho de anestesia – equipado com o mínimo possível de

artefatos de borracha.

35 Medicamentos de uso em anestesia que não ampolados, vindos diretamente da farmácia, manipulados em seringas de vidro ou livres de látex.

36 Filtros para partículas de ar de alta eficiência. 37 Filtro venoso de retenção da partícula do látex.

___/___/___ ______________________________________________________

Data - Assinatura e carimbo do responsável pela montagem e conferência

Apêndices

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APÊNDICE V

Orientações para pacientes e familiares de produtos não hospitalares que possuem compostos de látex e Orientações de alimentos e frutas, encontrados na literatura, que fazem reações cruzadas com látex.

Fraldas Bolsas

Tecidos elásticos Luvas de borracha de uso doméstico;

Dedeiras Preservativos

Adesivos Colas têxteis

Bolas sapato

Colas de envelopes borracha escolar

Ligaduras elásticas Chupetas;

sandálias botas

Bico de mamadeira Balões de festa;

Touca de banho Touca térmica, natação.

chinelo Óculos de natação

Câmara de ar Brinquedos.

Associação látex-alimento

Alimentos com associação forte banana, pêra, castanha, manga, kiwi, pêssego.

Alimentos com associação moderada maçã, batata, tomate, melão. papaya, ananás, cenoura, aipo. Alimentos com associação fraca, mas já citados. nabo, pepino, cereja, morango, figo, uva, maracujá, centeio, trigo, avelã, noz, amendoim, soja, espinafre, limão, ameixa, ervilhas, laranja e grão.

Enfª Regina Maria da Silva Feu Santos

Apêndices

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APÊNDICE VI Respostas obtidas na visita pós-operatória de enfermagem, na qual o paciente expressa sua opinião, sobre a assistência recebida pela equipe de saúde nos três períodos operatórios. Sujeito Questões Respostas

a Tudo foi muito bem explicado e esclareceu as dúvidas b Toda a equipe foi muito cordial c

1

d a Ajudou em todos os sentidos, pois não tinha noção da seriedade da

doença. B Equipe de enfermagem e médica atenciosa c Medo com o término das luvas de nitrile

2

d Após tudo que passei estou de alta-hospitalar (após 02 meses internada e cinco procedimentos cirúrgicos)

a após ver meu filho quase morto, ele está de alta. B Meu filho já fez tantos procedimentos que perdi a conta c Meu filho sentiu-se mais seguro ao ver que haviam tantas pessoas

envolvidas em seu tratamento.

3

D Todos o tratam com carinho a Eu não tinha idéia do funcionamento desse serviço, as informações

passadas me ajudarão à cuida-la em casa. B O tratamento foi minucioso pensaram nos mínimos detalhes . c Estou muito segura quanto à assistência prestada.

4

D Meu filho ficou assustado com o tom da funcionária por isso acho regular

a Eu estava muito nervosa com a alergia de minha filha . b Minha filha foi muito bem tratada c

5

d a Me senti segura ao saber que existem pessoas gente estudando um

assunto tão diferente para mim. B Todos nos trataram com carinho e profissionalismo c

6

d a Deixou-me mais tranqüila a mim e a minha filha. B Muita atenção e carinho a mim e a minha filha c

7

d a Senti-me mais segura. B Tive apoio e correu tudo bem. C Estou muito bem e estou de alta

8

d

Apêndices

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a Fiquei mais segura quanto ao procedimento b c

9

d sujeito Questões Respostas

a Eu não tinha noção da gravidade do problema de meu filho b Agradeço a todos a atenção e cuidados que tiveram com meu filho. c

10

d a Estou feliz, pois deu tudo certo, mais triste, de voltar para

hemodiálise. Depois de muitos anos retornar é difícil. (transplantado renal colocou Tenckoff)

b c

11

d a Contribuiu para esclarecimento de dúvidas.. b Fui muito bem atendido c

12

d a Eu já tinha noção da doença de meu filho, mas não sabia era que o

processo alérgico era tão grave. b A assistência foi regular no pós-operatório, a funcionária queria usar

luva comum no banho de meu filho. Fiquei muito estressada com essa situação. Depois de todo o cuidado que tiveram no CC.

c

13

d a Fiquei muito segura após a visita.. b Meu filho foi tão bem tratado que já está de alta. c

14

d a Melhorei meu conhecimento sobre a doença de minha filha, e fiquei

feliz em conhecer alguém do CC, isso me deixou mais tranqüila. b Minha filha foi muita bem cuidada com muita atenção. c

15

d a Esclareceu minhas dúvidas b Senti-me mais segura c

16

d a Foi ótima porque foram esclarecidas minhas dúvidas b Fui muito bem preparado, durante a visita por isso fiquei muito

segura.. c Bem preparada equipe muito prestativa

17

d

Apêndices

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a Esclareceu dúvidas. b Meu filho teve pronto restabelecimento. c Foi tão bom que meu filho já está de alta

18

d a As orientações foram tão boas, que irão me ajudar a cuidá-la em casa. b Devido a tantos cuidados minha filha já está de alta c

19

d a Trouxe segurança tanto para mim como para meu filho. b Estou muito feliz pelo procedimento ter sido realizado com sucesso e

tantos cuidados.. c A recuperação de meu filho foi imediata

20

d a Trouxe segurança para mim e para meu filho. b Esclareceu todas as minhas dúvidas e diminuiu minha ansiedade e de

meu filho. c Eu e meu filho estamos felizes com o sucesso do procedimento e a

alta hospitalar

21

d a Eu já tinha noção da doença de meu filho, mas não sabia era que o

processo alérgico era tão grave. b A assistência foi regular no pós-operatório, a funcionária queria usar

luva comum no banho de meu filho. c Fiquei muito estressada com essa situação. Depois de todo o cuidado

que tiveram no CC

22

d a Foi ótima porque foram esclarecidas minhas dúvidas. b Fui muito bem preparado, durante a visita por isso fiquei muito

segura. c Bem preparada equipe muito prestativa

23

d a Me senti segura ao saber que existem pessoas gente estudando um

assunto tão diferente para mim. b Todos nos trataram com carinho e profissionalismo c

24

d

Apêndices

161