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1 CADERNOS REGIONAIS CENTRO- OESTE 2015

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CADERNOS REGIONAIS

CENTRO-OESTE

2015

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Apresentação Neste ano de 2015 se realiza o 12º CONCUT – Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores -, momento de suma importância para não só eleger a nova direção da Central, mas também para debater temas estratégicos, mobilizar as bases e elaborar o plano de lutas do próximo período. O processo desta edição do Congresso será qualitativamente diferente dos anteriores e orientará para que as discussões dos temas de interesse da classe trabalhadora ocorram a partir das bases sindicais. A Secretaria Geral, em parceria com a Secretaria Nacional de Formação, coordenou os trabalhos das equipes do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), do Instituto Observatório Social e da Secretaria Nacional de Organização, que produziram um conjunto de textos com diversos indicadores sobre questões econômicas e sociais consideradas fundamentais para subsidiar os debates nas bases e entidades CUTistas em todas as regiões do Brasil. Os textos de subsídios foram divididos por regiões do Brasil e possuem uma grande quantidade de informações socioeconômicas, entre elas: evolução e participação setorial no PIB (Produto Interno Bruto), indicadores sociais relacionados ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), acesso à educação, pobreza, mortalidade infantil, emprego e mercado de trabalho, negociação coletiva, jornada de trabalho, renda, trabalho escravo, condições de trabalho, alcance dos programas sociais e conflitos no campo, sindicalização, entre outros indicadores. Dessa forma, toda entidade terá a sua disposição esse conjunto de informações e estudos para realizar bons debates, levantar os principais problemas da região e trazer as questões mais importantes para os debates nos Congressos Estaduais e para Congresso Nacional da CUT, que acontece em outubro desse ano. Boa leitura!

Sergio Nobre Maria Aparecida Faria Secretário-Geral e Secretaria- Geral Adjunta Coordenador do 12º CONCUT

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Lista de Gráficos, Tabelas, Figuras e Quadros PARTE 1: INDICADORES DA ESTRUTURA ECONÔMICA E SÓCIO-ECONÔMICOS REGIÃO CENTRO-OESTE E TOCANTINS

Aspectos da estrutura econômica da região Centro-Oeste e Tocantins..................6 GRÁFICO 1 - Variação acumulada no PIB de 2002 a 2012, região Centro-Oeste, Tocantins e Brasil, em %. GRÁFICO 2 - Participação no valor adicionado bruto, regiões do Brasil (divisão CUT), 2002 a 2012, em % do total. GRÁFICO 3 - Participação no valor adicionado bruto da região Centro-Oeste e Tocantins por unidades da federação, 2002 a 2012, em % do total. TABELA 1 - Participação da região Centro-Oeste e Tocantins no valor adicionado bruto total do Brasil, por atividades econômicas, 2002 a 2012, em % sobre o total. QUADRO 1 - Atividade econômica de maior peso, de maior crescimento e maior queda em relação ao total do Valor Adicionado (VA) do respectivo estado, região Sul, 2002 a 2012.

Indicadores Sociais.....................................................................................................10 FIGURAS 1 e 2 - IDH municipal do Brasil 1991 e 2010 FIGURA3 - IDH municipal da região Centro-Oeste e Tocantins 1991 FIGURA 4 - IDH municipal da região Centro-Oeste e Tocantins 2010 GRÁFICO 4 - IDH municipal, região Centro-Oeste e Tocantins, 1991, 2000 e 2010 GRÁFICO 5 - Percentual da população de 15 a 17 anos com fundamental completo, 1991, 2000 e 2010 GRÁFICO 6 - Percentual da população de 18 a 20 anos de idade com o ensino médio completo, região Centro-Oeste e Tocantins, 1991, 2000 e 2010 TABELA 2 - Número de matriculados em graduação no Ensino Superior, 2012 e 2013, em % GRÁFICO 7 - Esperança de vida ao nascer, região Centro-Oeste e Tocantins, 1991, 2000 e 2010 GRÁFICO 8 - Taxa de pobreza extrema por Região – 1995 e 2008 GRÁFICO 9 - Taxa de pobreza extrema na Região Centro-Oeste e Tocantins, 1995 e 2008 GRÁFICO 10 - Taxa de Mortalidade Infantil Brasil e Grande Regiões (mortes por mil nascidos vivos), 2000 e 2010.

PARTE II: MERCADO DE TRABALHO E NEGOCIAÇÕES COLETIVAS NA REGIÃO CENTRO-OESTE E TOCANTINS

Introdução..................................................................................................................18

Mercado de trabalho geral........................................................................................18 TABELA 3 - Distribuição dos ocupados por Ramos da CUT/Atividade econômica, região Centro-Oeste e Tocantins (total), 2004 e 2013, em nº de trabalhadores. QUADRO 2 - Ramo da CUT: observação da variação em números absolutos no período considerado por unidade da federação, região Centro-Oeste e Tocantins, de 2004 a 2013. TABELA 4 - Distribuição dos ocupados por Macrossetores da CUT, região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em % em relação ao total. TABELA 5 - Ocupações de maior crescimento e maior queda, região Centro-Oeste e Tocantins (total), 2004 e 2013, em nº de ocupados. GRÁFICO 11 - Taxa de desocupação da região Centro-Oeste, Tocantins e Brasil, 2004 e 2013, em %. TABELA 6 - Escolaridade dos ocupados na região Centro-Oeste e Tocantins, geral e por estado, 2004 e 2013, em anos de estudo. GRÁFICO 12 - Taxa de formalização da região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em %. TABELA 7 - Taxa de formalização por macrossetores CUT e unidade da federação, Centro Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em % do total de ocupados do macrossetor.

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GRÁFICO 13 - Jornada média semanal do trabalho principal, Centro-Oeste e Tocantins e Brasil, 2004 e 2013, em horas. GRÁFICO 14 - Rendimento médio, região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em Reais (R$) de janeiro de 2015 (INPC-IBGE). GRÁFICO 15 - Taxa de sindicalização, região Centro-Oeste e Tocantins, em % do total de ocupados, 2004 e 2013. GRÁFICO 16 - Taxa de desocupação por faixas etárias, região Centro-Oeste e Tocantins, em % do total de ocupados, 2004 e 2013. GRÁFICO 17 - Rendimento médio por gênero, região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em Reais (R$) de janeiro de 2015 (INPC-IBGE). GRÁFICO 18 - Rendimento médio por raça/cor, região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em Reais (R$) de janeiro de 2015 (INPC-IBGE).

Mercado de trabalho formal........................................................................................28 GRÁFICO 19 - Emprego Formal nos estados do Centro-Oeste e Tocantins - Variação 2003/2014 GRÁFICO 20 - Emprego Formal (com carteira assinada) nos estados do Centro-Oeste e Tocantins: distribuição por unidades da federação no ano de 2014*, em nº de empregados formais. FIGURA 5 - Distribuição do emprego formal por faixas de quantidade de trabalhadores formais segundo município, Centro-Oeste e Tocantins, 2014* GRÁFICO 21 - Evolução da massa salarial e dos rendimentos médios do emprego formal, Centro-Oeste e Tocantins, 2003 a 2014*, em número índice (base: 2003=100). FIGURA 6 - Faixa de remuneração média em salários mínimos (SM) por município, Centro Oeste e Tocantins, junho de 2014*.

Negociação Coletiva..................................................................................................32 TABELA 8 - Instrumentos Coletivos Registrados por Unidade da Federação Região Centro-Oeste e Tocantins – 1997 a 2008 GRÁFICO 22 - Distribuição dos reajustes salariais em comparação com o INPC-IBGE, Centro-Oeste, 2011 a 2013. GRÁFICO 23 - Percentual de negociações com reajustes superiores ao INPC-IBGE segundo UF. 2011 a 2013. GRÁFICO 24 - Percentual de negociações com reajustes superiores ao INPC-IBGE segundo atividade econômica, Centro-Oeste, 2011 a 2013.

PARTE III: INDICADORES DE TRABALHO DECENTE

Trabalho Inaceitável.................................................................................................,35 TABELA 1: Trabalhadores Resgatados em Condições Análogas à Escravidão nos meios Urbano e Rural – Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação, 2008 a 2013 TABELA 2: Pessoas de 10 a 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência, por grupos de idade e situação do domicílio – Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação, 2010

Tratamento Digno.....................................................................................................36 TABELA 3: Salário Médio Real* de Admissão por Gênero – Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação, 1º Trimestre de 2014

Jornada Decente…...................................................................................................37 TABELA 4: Média de Horas Semanais trabalhadas no Trabalho Principal, em Afazeres Domésticos e Jornada Total das pessoas de 16 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, por sexo – Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação, 2012

Equilíbrio entre Trabalho, Vida Pessoal e Familiar...............................................38 TABELA 5:Pessoas Ocupadas na semana de referência, que trabalhavam fora do domicílio e retornavam para seu domicílio diariamente, por tempo habitual de deslocamento para o trabalho – Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação e Capital, 2010

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Trabalho Seguro.......................................................................................................39 TABELA 6 – Acidentes de Trabalho – Brasil TABELA 7 - Dados Estatísticos Acidentes do Trabalho - Região Centro-Oeste

Proteção Social.........................................................................................................40 GRÁFICO 1: Distribuição de auxílios ativos no meio rural - Grandes Regiões, Dez/2012 GRÁFICO 2: Distribuição de auxílios ativos no meio urbano - Grandes Regiões, Dez/2012 TABELA 8: Quantidade de Aposentadorias Urbanas e Rurais Ativas, por grupos de espécies, na Região Centro-Oeste e no Tocantins, por Unidade da Federação – posição em Dezembro, 2010/2012

Contexto Socioeconômico – Programas Sociais (o Bolsa Família)...................41 TABELA 9: Número de Beneficiários atendidos pelo Programa Bolsa Família - Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação, Folha de pagamento: maio/2014

Conflitos no Campo......................................................................................42 TABELA 1: Assassinatos em Conflitos no Campo na Região Centro-Oeste em 2013 TABELA 2: Conflitos no Campo Relacionados ao Trabalho no Tocantins e na Região Centro-Oeste em 2013 TABELA 3: Conflitos no Campo por Terra no Tocantins e na Região Centro-Oeste em 2013

PARTE IV: CONCLUSÕES........................................................................................54

ANEXO: SINDICALIZAÇÃO..........................................................................................57

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PARTE 1: INDICADORES DA ESTRUTURA ECONÔMICA E SÓCIOECONÔMICA DA REGIÃO CENTRO-OESTE E TOCANTINS Aspectos da estrutura econômica da região Centro-Oeste e Tocantins1 Dentre todas as regiões do país, a região configurada pelos estados do Centro-Oeste e estado de Tocantins foi a que teve maior crescimento no período acumulado de 2002 a 2012. Enquanto o país como um todo avançou 49,6%, a região aumentou seu PIB em 70,0%. Todas as unidades da Federação consideradas cresceram acima da média nacional, com destaque para o Mato Grosso (o segundo que mais cresceu), Mato Grosso do Sul e Tocantins. Nota técnica: Devido a critérios políticos e sindicais, a CUT considera Tocantins como pertencente à região Centro-Oeste. GRÁFICO 1 Variação acumulada no PIB de 2002 a 2012, região Centro-Oeste, Tocantins e Brasil, em %.

Fonte: Elaboração Subseção DIEESE/CUT-Nacional a partir do Sistema de contas regionais – IBGE

Devido a este comportamento da economia do Centro-Oeste e Tocantins, as unidades da Federação, em conjunto, aumentaram sua participação na economia brasileira no período. Enquanto no ano de 2002 representavam 9,5%%, em 2012 esta participação já havia alcançado 10,6%.

1Por motivos político-sindicais, o estado de Tocantins é considerado como pertencente à região Centro-Oeste do país, ainda que pertença à região Norte no aspecto geográfico.

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GRÁFICO 2 Participação no valor adicionado bruto, regiões do Brasil (divisão CUT), 2002 a 2012, em % do total.

Fonte: Sistema de contas regionais - IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional

Este já citado desempenho dos estados considerados no período se refletiu na participação destes no valor adicionado da região: o Mato Grosso foi o que mais cresceu em sua participação, passando de 15,4% para 18,4% em 2012. O Distrito Federal, por sua vez, teve a maior queda (já que cresceu menos que a média da região), caindo de 41,7% para 37,8% em 2012, mas ainda permanecendo como maior economia dentre as unidades da Federação consideradas.

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GRÁFICO 3 Participação no valor adicionado bruto da região Centro-Oeste e Tocantins por unidades da Federação, 2002 a 2012, em % do total.

Fonte: Sistema de contas regionais - IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional.

Do ponto de vista setorial, basicamente a economia brasileira está dividida da seguinte forma: em 2012, a Agropecuária respondia por 5,3% do valor adicionado bruto, a Indústria Extrativa Mineral 4,3%, indústria de Transformação 13,0%, Serviços Industriais de Utilidade Pública 3,1%, Construção Civil 5,7%, Comércio 12,7%, Intermediação Financeira 7,2%, Administração Pública 16,6% e outros serviços 32,1% (incluindo serviços prestados às empresas, educação e saúde privada, serviços pessoais, entre outros). Já a região Centro-Oeste e Tocantins, nesta mesma divisão, tem maior densidade no setor de Agropecuária (em especial no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e na Administração Pública, devido ao crescimento no emprego em estados e municípios, além da capital federal Brasília. Destaque também merece ser dado ao crescimento da indústria de Transformação e no Comércio.

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TABELA 1 Participação da região Centro-Oeste e Tocantins no valor adicionado bruto total do Brasil, por atividades econômicas, 2002 a 2012, em % sobre o total.

Atividade Econômica

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Agropecuária 19,0 19,3 21,5 20,5 15,9 17,9 19,6 21,3 19,1 19,1 23,0

Ind. Extrativa Mineral

2,2 2,1 2,1 1,4 1,0 2,2 1,4 2,5 1,6 1,8 1,6

Indústria de Transformação

3,7 3,7 3,8 3,8 3,9 3,7 4,1 4,6 4,8 5,4 6,2

Construção 9,4 9,2 10,3 10,9 10,4 10,3 10,5 10,6 10,7 10,0 9,4

SIUP 6,8 8,3 8,5 7,8 7,4 8,4 8,8 8,4 8,1 8,4 8,3

Comércio 7,6 9,3 8,9 8,6 8,2 8,5 9,5 9,5 8,9 9,6 10,0

Financeiro 9,3 8,6 9,4 9,1 9,2 8,6 9,2 8,7 9,1 9,0 9,5

Administração Pública

19,0 19,1 20,0 19,6 20,0 19,6 19,6 19,9 19,9 19,9 19,6

Outros Serviços 7,3 7,3 7,3 7,2 7,5 7,6 7,6 7,7 7,7 8,0 7,7

*: Engloba atividades de Turismo, Assessoria técnica especializada, Saúde e Educação Privadas, prestação de serviços pessoais, entre outros. Fonte: Sistema de contas regionais - IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional.

Este comportamento setorial, no entanto, foi diverso, se desagregado por unidade da Federação. Neste conjunto de estados analisados, há certa heterogeneidade de estruturas econômicas, já que há estados com maior peso ou participação importante da Agropecuária, como Mato Grosso do Sul e, principalmente, Mato Grosso e Goiás, com perfis econômicos mais diversificados, com uma Indústria de Transformação relevante; Distrito Federal com alta concentração de sua economia no setor Público Federal; e Tocantins, com importante contribuição a sua economia das Administrações Públicas locais (estaduais e/ou municipais). Dentre os destaques do comportamento das atividades econômicas nos estados considerados, um primeiro foi o crescimento exponencial da Indústria de Transformação goiana no período, indo, inclusive, em direção contrária à tendência verificada nacionalmente de queda. A diminuição do peso das atividades de Agropecuária no Mato Grosso do Sul se deu devido mais ao aumento substancial nas outras atividades do que propriamente a uma “derrocada” do setor no estado. Em todos os estados, os chamados “Outros Serviços” (como prestação de serviços pessoais, educação e saúde privadas, prestação de serviços às empresas etc.) têm peso relevante e, em todos, sem exceção, foi verificado um crescimento do Comércio.

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QUADRO 1 Atividade econômica de maior peso, de maior crescimento e maior queda em relação ao total do Valor Adicionado (VA) do respectivo estado, região Sul, 2002 a 2012.

ESTADO Atividade(s) mais importante

Maior crescimento na participação do VA

Maior queda na participação do VA

Mato Grosso do Sul Outros serviços, Administração Pública, Agropecuária

Agropecuária, Indústria de transformação, Comércio, Administração Pública

Agropecuária, Intermediação Financeira

Mato Grosso Agropecuária Comércio, Administração Pública,

Outros serviços, Intermediação Financeira

Goiás Outros serviços, Comércio, Indústria de transformação

Indústria de transformação, Comércio, Intermediação Financeira

Agropecuária, Outros serviços

Distrito Federal Administração Pública Comércio, SIUP Intermediação Financeira

Tocantins Administração Pública Administração Pública, Comércio, SIUP

Outros serviços, Construção Civil

Fonte: Elaboração Subseção DIEESE/CUT-Nacional a partir do Sistema de contas regionais - IBGE.

Indicadores Sociais

Do período de 1991 a 2010, o Brasil apresentou uma significativa evolução no desenvolvimento econômico e das condições de vida de sua população, medida pelo Índice de Desenvolvimento Humano2 (IDH). Nas figuras abaixo é possível notar que a maior parte do país era classificada como tendo “muito baixo desenvolvimento humano” – IDH menor que 0,499.

2Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano" e para ajudar a classificar os países como desenvolvidos (desenvolvimento humano muito alto), em desenvolvimento (desenvolvimento humano médio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A estatística é composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB per capita (como um indicador do padrão de vida) recolhidos a nível nacional.

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FIGURAS 1 e 2 IDH municipal do Brasil 1991 e 2010

1991 2010

Fonte: PNUD. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

Na região Centro-Oeste, observa-se no mapa que a grande maioria dos municípios da região, no ano de 1991, estava classificada como “muito baixo desenvolvimento humano” (532 municípios) e “baixo desenvolvimento humano” (65 municípios) e nenhum município se encontrava em situação de alto ou muito alto desenvolvimento humano.

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FIGURA3 IDH municipal da região Centro-Oeste e Tocantins – 1991

Fonte: PNUD. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

Em 2010 o quadro do desenvolvimento humano na região Centro-Oeste é bem diferente. Apenas cinco municípios estavam classificados como “muito baixo desenvolvimento humano”. A maior mudança positiva foi observada na quantidade de municípios com “médio desenvolvimento humano” (473 municípios), “alto desenvolvimento humano” (476 municípios). Porém, ainda há 210 municípios classificados como “baixo desenvolvimento humano”. Há também quatro municípios classificados como tendo “muito alto desenvolvimento humano” – IDH acima de 0,800. FIGURA 4 IDH municipal da região Centro-Oeste e Tocantins - 2010

Fonte: PNUD. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

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Todos os estados do Centro-Oeste estão com o IDH superior a 0,699, o que classifica a região como de “alto desenvolvimento humano”, patamar bem superior ao observado no início dos anos 90, quando a região situava-se na faixa de “baixo desenvolvimento humano”, com o IDH com patamar superior a 0,500. GRÁFICO 4 IDH municipal, região Centro-Oeste e Tocantins, 1991, 2000 e 2010.

Fonte: PNUD. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

Um dos fatores que influenciam o desenvolvimento humano de uma região é o acesso à educação e, nesse ponto, a região Centro-Oeste apresentou um excelente desempenho. No início dos anos 90, de 10% a 30% da população de 15 a 17 anos tinham ensino fundamental completo. Já em 2010, a maioria dos estados superou o percentual de 60% de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo; apenas Mato Grosso do Sul e Tocantins estão na faixa de 50%.

GRÁFICO 5 Percentual da população de 15 a 17 anos com fundamental completo, 1991, 2000 e 2010.

Fonte: PNUD. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

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Em relação à população de jovens de 18 a 20, menos de 20% completaram o ensino médio, em todos os estados. Nos 10 anos seguintes houve uma evolução nesse indicador, com a maioria dos estados da região pouco acima do patamar de 20%. O aumento continuou na década seguinte: em 2010 os estados da região Centro-Oeste praticamente triplicaram o número de jovens que completaram o ensino médio em relação ao ano de 1991 e todos os estados superaram 40%, sendo que o Distrito Federal alcançou mais de 53%. GRÁFICO 6 Percentual da população de 18 a 20 anos de idade com o ensino médio completo, 1991, 2000 e 2010.

Fonte: PNUD. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

No ensino superior, a população com 18 anos ou mais que frequentava esta faixa de escolaridade na região Centro-Oeste e Tocantins cresceu acima da média nacional, avançando 71,5% na comparação entre os anos de 2004 e 2013, contra 52,5% verificado no país. Este crescimento ocorreu tanto em relação ao ensino superior público quanto privado e de forma mais pronunciada neste último, fruto principalmente de programas governamentais, como o PROUNI e o FIES. Entre os estados considerados, o maior crescimento percentual no número total de estudantes em graduação universitária acima de 18 anos foi no Mato Grosso, seguido pelo Mato Grosso do Sul e Goiás. Em relação ao número absoluto, Goiás e Distrito Federal permanecem concentrando o maior número de universitários. Considerando a população total com 18 anos ou mais, a região possui porcentagem de estudantes universitários acima da média nacional, independentemente dos anos analisados.

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TABELA 2 Número de matriculados em graduação no Ensino Superior na região Centro-Oeste e Tocantins, população com 18 anos ou mais, público e privado, 2004 e 2013, em nº e %.

UF

2004 2013

Público Privado TOTAL

% 18 anos ou mais

Público Privado TOTAL

% 18 anos ou mais

Tocantins 11.348 23.145 34.493 4,3% 14.920 35.360 50.280 5,1%

Mato Grosso do Sul 21.278 38.250 59.528 4,1% 27.074 84.902 111.976 6,0%

Mato Grosso 24.418 39.928 64.346 3,6% 37.955 95.991 133.946 5,9%

Goiás 48.971 108.991 157.962 4,3% 64.593 195.098 259.691 5,6%

Distrito Federal 18.292 99.672 117.964 7,7% 35.003 153.793 188.796 9,2%

CO+TO 124.307 309.986 434.293 4,7% 179.545 565.144 744.689 6,3%

Fonte: Microdados PNAD. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

Outro indicador importante na qualidade de vida de uma população e o desenvolvimento socioeconômico é a expectativa, ou esperança, de vida ao nascer. No início dos anos 1990, a expectativa era de 60 a 68 anos em todos estados da região. Em 2000 há uma elevação na expectativa de vida para próxima de 70 anos, porém, apenas em 2010 podemos observar que os todos os estados alcançam ou superam os 72 anos de expectativa de vida ao nascer, tendo destaque o Distrito Federal, com 77 anos. GRÁFICO 7 Esperança de vida ao nascer, região Centro-Oeste e Tocantins, 1991, 2000 e 2010.

Fonte: PNUD. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

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A pobreza extrema ainda é um problema grave que deve ser enfrentado nos próximos anos, porém, observa-se que de 1995 a 2008, segundo levantamento do IPEA, a taxa de pobreza extrema (renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo) foi reduzida de forma significativa em todas as regiões do país. A região Centro-Oeste, que apresentava a terceira maior taxa em 1995, reduziu a pobreza extrema de forma menos expressiva que outras regiões, como o Nordeste, por exemplo, tendo alcançado o percentual de 11,6%. GRÁFICO 8 Taxa de pobreza extrema por Região – 1995 e 2008, em %.

Fonte: IPEA. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

Entre os estados da região, o que possui menor taxa de pobreza extrema é o Distrito Federal (7%), porém, foi no DF a menor redução observada no período. Já Tocantins teve a maior redução, passando de 37,3% em 1995 para 14,5% em 2008. Os demais estados reduziram a taxa de pobreza extrema para patamares de 7% a 8%. GRÁFICO 9 Taxa de pobreza extrema na Região Centro-Oeste e Tocantins, 1995 e 2008, em %.

Fonte: IPEA. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

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A mortalidade infantil foi reduzida em todas as regiões do Brasil, com destaque para o Nordeste (de 44,7% mortos para mil nascidos vivos para 18,5%). A região com a menor taxa é a Sul (12,6%). A região Centro-Oeste tem a terceira menor taxa (14,2%), inferior à média nacional, que totalizou 15,6% em 2010. GRÁFICO 10 Taxa de Mortalidade Infantil Brasil e Grande Regiões (mortes por mil nascidos vivos), 2000 e 2010, em %.

Fonte: IBGE. Elaboração: Secretaria Geral - CUT

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PARTE II: MERCADO DE TRABALHO E NEGOCIAÇÕES COLETIVAS NA REGIÃO CENTRO-OESTE E TOCANTINS Introdução As transformações econômicas e sociais pelo qual passou o Brasil na última década não passaram incólumes à região Centro-Oeste. Importantes modificações foram percebidas no mercado de trabalho a partir destas transformações. Em particular, o aumento da ocupação, dos rendimentos do trabalho e da formalização. Neste texto, serão analisadas as mudanças ocorridas no mercado de trabalho da região Centro-Oeste a partir dos estados que a compõem. Na primeira parte, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), para o período de 2004 a 2013, serão analisados os indicadores referentes ao mercado de trabalho geral como: ocupação, taxa de desocupação total e por faixa etária, taxa de formalização, jornada média semanal do trabalho principal, rendimento médio total, por gênero e por raça/cor e taxa de sindicalização. Na segunda parte, a análise referente ao período de 2003 a 2014, que terá como fonte a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), trará informações do mercado de trabalho formal por meio dos indicadores de evolução do emprego formal da região e estados, distribuição do emprego formal por faixas de quantidade de trabalhadores, evolução da massa salarial e dos rendimentos médios e faixa de remuneração média em salários mínimos por municípios. Por fim, na terceira parte, a partir do Banco de Dados do DIEESE, serão analisadas informações de negociação coletiva da região, como distribuição dos reajustes salariais e percentual das negociações com reajustes superiores à inflação do setor da Indústria, Comércio e Serviços, referentes ao período de 2010 a 2014. Mercado de trabalho geral Considerando o período de 2004 a 2013, a região Centro-Oeste, somada ao estado de Tocantins, viu aumentar o seu número de ocupados3 na ordem de 21,2%, saindo de 6,8 milhões para 8,2 milhões. Neste mesmo intervalo de tempo, as unidades da Federação consideradas, juntas, aumentaram sua participação em relação ao total de ocupados: se antes representavam pouco mais de 8,0%, em 2013 este mesmo dado era de pouco mais de 8,5%, indicando uma geração de postos de trabalho superior à média nacional.

3Pessoa Ocupada: Pessoa que tem trabalho durante todo ou parte do período de referência especificado (semana de

referência da pesquisa ou período de referência de 365 dias), inclusive a pessoa que não exerce o trabalho remunerado que tem nesse período por motivo de férias, licença, falta, greve etc.

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Dentre as unidades da Federação consideradas, a que possui maior contingente de ocupados é Goiás, com 3,24 milhões em 2013, seguido por Mato Grosso (1,39 milhão), Distrito Federal (1,39 milhão), Mato Grosso do Sul (1,34 milhão) e Tocantins, com 712 mil. A distribuição por gênero indicava pequeno avanço das mulheres em relação ao total de ocupados, passando de 41,2% para 41,8%. Em relação aos Ramos da CUT e/ou atividade econômica, assim como verificado em praticamente todo país, a região Centro-Oeste e o estado de Tocantins apresentou queda no número de ocupados no ramo Rural, de 212 mil postos de trabalho a menos entre 2004 e 2013. Por outro lado, houve crescimento do ramo do Comércio e Serviços (569 mil), Construção e Madeira (283 mil), Educação (157 mil), Seguridade Social e Saúde (152 mil) e Administração Pública (139 mil). TABELA 3 Distribuição dos ocupados por Ramos da CUT/Atividade econômica, região Centro-Oeste e Tocantins (total), 2004 e 2013, em nº de trabalhadores.

Ramos CUT / Atividade Econômica 2004 2013 Variação

Rurais 1.288.142 1.076.195 -211.947

Extração mineral 24.482 27.772 3.290

Alimentação 170.586 211.400 40.814

Vestuário 175.693 235.102 59.409

Construção e madeira 586.126 869.780 283.654

Químicos 110.946 150.972 40.026

Comunicação e informação 65.607 69.389 3.782

Metalúrgicos 73.814 109.705 35.891

Urbanitários 36.892 52.417 15.525

Comércio e serviços 2.887.988 3.457.336 569.348

Transporte 228.501 331.434 102.933

Financeiro 82.055 128.926 46.871

Administração Pública 496.031 635.601 139.570

Educação 355.349 512.219 156.870

Seguridade social e saúde 203.954 356.181 152.227

Reciclagem 2.371 5.413 3.042

TOTAL 6.788.537 8.229.842 1.441.305

Fonte: Elaboração Subseção DIEESE/CUT-Nacional a partir de microdados da PNAD. Nota: Não considera os ocupados sem declaração.

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Dentre as unidades da Federação consideradas, houve expressivo crescimento do ramo do Comércio e Serviços e da Construção e Madeira. A Administração Pública, Educação e Seguridade Social e Saúde também apresentaram crescimento notável no período, em todos os estados considerados. Por outro lado, além do ramo Rural (que não observou queda no número de ocupados somente no Distrito Federal e Mato Grosso), houve quedas pontuais do ramo de Alimentos em Mato Grosso; Metalúrgicos, Vestuário e Urbanitários em Tocantins e Comunicação e Informação em Goiás. QUADRO 2 Ramo da CUT: observação da variação em números absolutos no período considerado por unidade da federação, região Centro-Oeste e Tocantins, de 2004 a 2013.

Unidade da Federação Ramos da CUT / Atividade econômica

TOCANTINS Crescimento no ramo da Construção e Madeira, Seguridade social e saúde e Comércio e Serviços. Queda no ramo Rural.

MATO GROSSO DO SUL Crescimento no ramo do Comércio e Serviços, Construção e Madeira e Administração Pública. Queda no ramo da Alimentação

MATO GROSSO Crescimento no ramo do Comércio e Serviços, Construção e Madeira e Alimentação. Queda no ramo Rural

GOIÁS Crescimento no ramo do Comércio e Serviços, Construção e Madeira e Educação. Queda no ramo Rural

DISTRITO FEDERAL Crescimento no ramo do Comércio e Serviços, Administração Pública e Construção e Madeira. Queda no ramo da Alimentação

Fonte: Elaboração Subseção DIEESE/CUT-Nacional

Quando observado os Macrossetores da CUT4, em relação à participação percentual total, além da já pronunciada queda no Rural, sendo expressiva no Mato Grosso, observou-se o crescimento do Macrossetor Indústria (muito devido ao desempenho da Construção Civil), havendo queda na participação total deste somente no Distrito Federal, do Comércio, Serviços e Logística (especialmente no comércio e serviços e Transportes), mas com queda percentual deste também no Distrito Federal e no Setor Público, onde neste macrossetor o aumento foi generalizado.

4Distribuição dos Macrossetores da CUT nos ramos: o rural contém o ramo rural, no Macrossetor da Indústria estão contidos os ramos de extração mineral, químico, metalúrgico, construção e madeira, alimentação e vestuário. No Macrossetor Comércio e Serviços estão contemplados os ramos Comunicação e Informação, Urbanita rios, Comércio e Serviços, Transportes, Financeiro e Educação e Saúde (a parte privada). E no Macrossetor Setor Público estão contidos o ramo da Administração Pública, Educação e Saúde Públicas.

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TABELA 4 Distribuição dos ocupados por Macrossetores da CUT, região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em % em relação ao total.

Unidade da Federação

RURAL INDÚSTRIA COMÉRCIO, SERVIÇOS E LOGÍSTICA

SETOR PÚBLICO

TOTAL

2004 2013 2004 2013 2004 2013 2004 2013 2004 2013

Tocantins 34,8% 30,0% 12,8% 13,8% 38,2% 38,8% 14,2% 17,3% 651.083 712.506

Mato Grosso do Sul

18,2% 14,7% 18,6% 20,8% 52,4% 50,6% 10,8% 13,9% 1.077.168 1.343.800

Mato Grosso

30,0% 18,2% 15,7% 20,7% 44,4% 48,2% 9,9% 12,8% 1.400.347 1.538.994

Goiás 16,4% 11,2% 19,8% 23,3% 53,5% 54,0% 10,3% 11,4% 2.675.613 3.242.640

Distrito Federal

0,6% 1,5% 11,4% 11,2% 68,4% 67,8% 19,7% 19,5% 984.326 1.391.902

CO + TO 19,0% 13,1% 16,9% 19,6% 52,2% 53,4% 12,0% 13,9% 6.788.537 8.229.842

Fonte: Elaboração Subseção DIEESE/CUT-Nacional a partir de microdados da PNAD. Nota: Não considera os ocupados sem declaração.

Como reflexo desta dinâmica setorial, as ocupações que apresentaram maior crescimento na região Centro-Oeste e Tocantins, na comparação entre os anos de 2004 e 2013, foram as ligadas diretamente à Construção Civil e ao Comércio e Serviços, além do Setor Público (devido à capital federal, Brasília). Em sentido oposto, as ocupações que tiveram maior diminuição de ocupados foram as ligadas à Agropecuária, além da expressiva diminuição das funções de caráter mais técnico especializado, já reflexo da queda de alguns ramos da Indústria, especialmente a Alimentação. TABELA 5 Ocupações de maior crescimento e maior queda, região Centro-Oeste e Tocantins (total), 2004 e 2013, em nº de ocupados.

Ocupações que mais cresceram Nº

TRABALHADORES DA INDÚSTRIA EXTRATIVA E DA CONSTRUÇÃO CIVIL 343.968

TRABALHADORES DOS SERVIÇOS 237.597

ESCRITURÁRIOS 217.364

PROFISSIONAIS DO ENSINO (COM FORMAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR) 157.395

MEMBROS SUPERIORES E DIRIGENTES DO PODER PÚBLICO, DIRIGENTES DE EMPRESAS E ORGANIZAÇÕES (EXCETO DE INTERESSE PÚBLICO) E GERENTES

107.310

Ocupações que mais caíram Nº

TRABALHADORES NA EXPLORAÇÃO AGROPECUÁRIA -159.452

EMPREGO DOMÉSTICO -99.127

PRODUTORES NA EXPLORAÇÃO AGROPECUÁRIA -66.630

TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO DAS CIÊNCIAS FÍSICAS, QUÍMICAS, ENGENHARIA E AFINS, MESTRES E CONTRAMESTRES

-48.035

PROFESSORES LEIGOS E DE NÍVEL MÉDIO -40.281

Fonte: Elaboração Subseção DIEESE/CUT-Nacional a partir de microdados da PNAD.

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Observada as taxas de desocupação5, ficam mais evidentes as diferenças entre o estado de Tocantins e as demais unidades da Federação constituintes da região Centro-Oeste: enquanto considerando todos os estados, no geral, houve queda na taxa (de 7,8% em 2004 para 5,8% em 2013); somente em Tocantins houve aumento na taxa entre os anos considerados, de 4,4% em 2004 para 5,8% em 2013. Porém, como no ano de 2003, a mesma taxa para o mesmo estado havia sido de 6,7%. O que se pode inferir é que há uma grande instabilidade no emprego no estado, o que tem gerado as diferenças em relação aos demais do Centro-Oeste. A maior taxa de desocupação foi observada no Distrito Federal, em ambos os anos analisados e mesmo com a queda considerável observada. GRÁFICO 11 Taxa de desocupação da região Centro-Oeste, Tocantins e Brasil, 2004 e 2013, em %.

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional. Quando focada a questão da escolaridade, os ocupados do Centro-Oeste e Tocantins possuíam diferenças entre si: enquanto Tocantins e Mato Grosso do Sul possuíam média de anos de estudo de seus ocupados inferior ao verificado no país (nacionalmente foi 7,2 anos em 2004 e 8,7 anos em 2013), os demais possuíam este mesmo indicador superior, inclusive com o Distrito Federal, sendo a maior média dentre as unidades da Federação. No geral, a região possuía em 2013, indicador superior ao nacional, ainda que com diferenças entre seus estados.

5Taxa de desocupação: Percentagem de pessoas desocupadas de um grupo etário em relação ao total de pessoas

economicamente ativas do mesmo grupo etário. Pessoa economicamente ativa: Pessoa classificada como ocupada ou desocupada no período de referência especificado (semana de referência da pesquisa ou período de referência de 365 dias).

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TABELA 6 Escolaridade dos ocupados na região Centro-Oeste e Tocantins, geral e por estado, 2004 e 2013, em anos de estudo.

UF 2004 2013

Tocantins 6,33 8,02

Mato Grosso do Sul 7,12 8,67

Mato Grosso 6,95 8,81

Goiás 7,15 8,76

Distrito Federal 9,49 10,72

Centro Oeste 7,36 9,02

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional.

Outra assimetria dentre os estados considerados nesta análise pode ser vista em relação às taxas de formalização6: enquanto Tocantins possui uma taxa de formalização abaixo da nacional e da região, o restante dos estados possuía, em 2013, mais da metade do total de ocupados em contratos formais de trabalho, chegando, inclusive, a quase dois terços (65,0%), como no caso do Distrito Federal, ou seja, muito superior à média nacional. No geral, o conjunto dos estados analisados avançou na formalização de 38,6% para 51,7%. Nos macrossetores, ocorreu expressiva formalização em quase todos (incluindo Rural), à exceção do Setor Público, que observou queda na sua taxa de formalização em todos os estados considerados. GRÁFICO 12 Taxa de formalização da região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em %.

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional.

6Taxa de formalização: Participação dos trabalhadores com carteira, militares e estatutários em relação ao total de ocupados.

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TABELA 7 Taxa de formalização por macrossetores CUT e unidade da federação, Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em % do total de ocupados do macrossetor.

UF RURAL INDÚSTRIA

COMÉRCIO, SERVIÇOS E LOGÍSTICA SETOR PÚBLICO

2004 2013 2004 2013 2004 2013 2004 2013

Tocantins 3,8% 9,4% 24,9% 33,9% 23,5% 39,9% 71,6% 66,5%

Mato Grosso do Sul

22,3% 40,2% 43,7% 49,6% 34,5% 49,3% 87,0% 81,7%

Mato Grosso

14,4% 26,7% 38,2% 55,0% 36,6% 52,1% 76,4% 68,8%

Goiás 15,9% 28,7% 35,2% 46,9% 35,1% 50,8% 79,3% 74,1%

Distrito Federal

37,0% 21,7% 35,1% 44,1% 55,9% 63,4% 87,5% 85,6%

CO+TO 14,3% 26,3% 36,5% 47,9% 38,4% 52,8% 81,0% 76,3%

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional.

Em relação à jornada de trabalho, assim como observado no restante do país, houve uma redução das horas despendidas no trabalho principal (de onde se extrai a maior parte e/ou toda renda): na região, em média, caiu de 41,5 horas em 2004 para 39,8 em 2013, fruto, principalmente, do aumento da formalização das relações de trabalho, que acaba por enquadrar os trabalhadores, agora formais, na jornada legal do país. Mesmo considerando todos os trabalhos (pessoas com mais de 1 emprego), houve redução expressiva na quantidade de ocupados que trabalhavam 45 horas ou mais, caindo de 43,3% em 2004 para 27,1% em 2013, nos estados considerados; 49,3% trabalhavam de 40 a 44 horas. Dentre as unidades da Federação analisadas, a maior jornada no trabalho principal era no Mato Grosso e a menor em Tocantins. GRÁFICO 13 Jornada média semanal do trabalho principal, Centro-Oeste e Tocantins e Brasil, 2004 e 2013, em horas.

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional.

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Sobre os rendimentos médios, houve expressivo crescimento: considerando o total da região Centro-Oeste somado ao Tocantins, comparando o rendimento médio do trabalho principal entre 2004 e 2013, este aumentou em 56,8%, passando (em valores de janeiro de 2015, atualizados pelo INPC-IBGE) de R$ 1.261,98 para R$ 1.979,15, acima da média nacional. Dentre os estados considerados, os que observaram maiores aumentos foram Mato Grosso do Sul, Tocantins e Mato Grosso, com elevação de, respectivamente, 70,3%, 65,7% e 63,5%. O estado que continua ter o maior rendimento médio é o Distrito Federal, o maior do país: em 2013 (valores atualizados), era de R$ 3.305,18. GRÁFICO 14 Rendimento médio, região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em Reais (R$) de janeiro de 2015 (INPC-IBGE).

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional.

A região Centro-Oeste e o estado de Tocantins, quando observada a taxa de sindicalização7, seguiu a tendência nacional, quando analisada em seu conjunto, porém em maior intensidade: comparando os anos de 2004 e 2013, ocorreu queda de 3,1% (de 17,5% para 14,4%) superior à diminuição vista no Brasil no mesmo período, de 2,0% (18,0% para 16,0%). Goiás foi a única unidade da Federação considerada a ter registrado incremento, de 0,2%; os demais apresentaram queda, que chegou a 4,3%, no caso de Mato Grosso, na comparação entre os anos citados. Tocantins é o estado que possui a menor taxa de sindicalização da região e, inclusive, em 2013, possui a menor taxa do país.

7Taxa de sindicalização: Participação de pessoas associadas a algum sindicato na semana de referência em relação ao total de ocupados.

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GRÁFICO 15 Taxa de sindicalização Centro-Oeste e Tocantins, em % do total de ocupados, 2004 e 2013.

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional.

Esta análise não poderia deixar de enfocar as assimetrias existentes no mercado de trabalho da região em relação às particularidades envolvidas na inserção de gênero, faixa etária e raça. Como em outras regiões do país, estes grupos são os que possuem piores inserções ocupacionais, com maiores taxas de desocupação e menores rendimentos. Considerando o universo dos jovens, a dificuldade de inserção no mercado de trabalho é notória. Os jovens, principalmente aqueles com até 24 anos, possuem taxas de desocupação muito superiores aos demais grupos etários, podendo caracterizar a juventude como grande vítima da falta de trabalho. De 2004 a 2013, aliás, aumentou a desocupação entre os jovens com até 24 anos, permanecendo relativamente estável o da população economicamente ativa entre 25 a 29 anos e caindo para aqueles com 30 anos ou mais. A inserção jovem no mercado de trabalho tem sido cada vez mais difícil e, no Centro-Oeste e em Tocantins, não tem sido diferente. GRÁFICO 16 Taxa de desocupação por faixas etárias, região Centro-Oeste e Tocantins, em % do total de ocupados, 2004 e 2013.

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional

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Já para Negros e Mulheres, ainda que o fenômeno da inserção no mercado de trabalho seja muito mais complexo que do homem branco de 30 anos ou mais, talvez a principal assimetria se concentre em relação aos rendimentos médios: mesmo com todos os avanços do mercado de trabalho no período, este não foi suficiente para minorar as ainda consideráveis diferenças salariais. As mulheres, na comparação entre os anos de 2004 e 2013, viram suas diferenças salariais entre os homens observar considerável queda: enquanto em 2004 o rendimento médio de uma mulher representava, na região Centro-Oeste e Tocantins, 65,1% dos homens; em 2013 esta mesma relação era de 71,0%. Apesar das diferenças, pelo menos na análise fica claro que o rendimento das mulheres cresceu de forma mais acelerada que dos homens. GRÁFICO 17 Rendimento médio por gênero, região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em Reais (R$) de janeiro de 2015 (INPC-IBGE).

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional

Já em relação à questão de raça/cor, o mercado de trabalho avançou de forma mais discreta na região Centro-Oeste e Tocantins: comparando os rendimentos médios dos Negros em relação aos Não Negros nos estados considerados, enquanto em 2004 os primeiros recebiam em média 56,4% do que os não negros, em 2013 esta relação avançou para 61,6%, ou seja, houve uma redução na desigualdade entre negros e não negros de 5,2% entre os dois anos analisados, mas ainda há reflexos tanto de uma pior inserção profissional como, principalmente, ainda muitos preconceitos de raça no mercado de trabalho.

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GRÁFICO 18 Rendimento médio por raça/cor, região Centro-Oeste e Tocantins, 2004 e 2013, em Reais (R$) de janeiro de 2015 (INPC-IBGE).

Fonte: Microdados PNAD/IBGE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional

Mercado de trabalho formal8 No mercado de trabalho formal, os dados RAIS/CAGED do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que, no período de 2003 até 2014, a evolução do emprego nos estados da região Centro-Oeste (inclui Tocantins, conforme distribuição da CUT) teve melhor desempenho no Mato Grosso e em Goiás. Por outro lado, o pior desempenho da região foi observado no Distrito Federal, onde o crescimento do emprego formal foi menor do que a média do Centro-Oeste e do total do país. Além disso, enquanto Mato Grosso e Goiás aumentaram sua participação no total de ocupados da região Centro-Oeste de, respectivamente, 16,2% e 32,3% em 2003 para 17,7% e 33,9% em 2014, no Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal a participação diminuiu, passando, respectivamente, de 14,3% e 31,6% em 2003 para 14,0% e 28,7% em 2014. O estado de Tocantins manteve sua participação em 5,7%.

8Mercado de trabalho formal: Nesse estudo é constituído pelos empregados contratados por empregadores, pessoa física ou jurídica, sob o regime da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), por prazo indeterminado ou determinado, inclusive a título de experiência, mais os Estatutários, que é o regime definido por um conjunto de regras que regulam a relação funcional entre o servidor e o Estado. Ele submete-se ao Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais (lei 8.112/90). As condições de prestação de serviço estão, portanto, traçadas na lei.

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GRÁFICO 19 Emprego Formal nos estados do Centro-Oeste e Tocantins - Variação 2003/2014

Fonte: RAIS/CAGED-MTE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional. *Até junho 2014

Quanto à distribuição da ocupação formal na região, em 2014, 62,6% dos empregos formais estavam concentrados em apenas dois estados: Goiás (33,9%) e Distrito Federal (28,7%). Em 2003 estes estados representavam juntos 63,9% dos empregos da região. Em relação à participação da região Centro-Oeste no total de empregos formais do país, houve um crescimento de 8,7% em 2003 para 9,3% em 2014. Ou seja, o elevado crescimento do emprego no Centro-Oeste, que alcançou 78,6% nos últimos 12 anos, impactou no aumento da participação da região no total dos empregos do país. GRÁFICO 20 Emprego Formal (com carteira assinada) nos estados do Centro-Oeste e Tocantins: distribuição por unidades da federação no ano de 2014*, em nº de empregados formais.

Fonte: RAIS/CAGED-MTE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional. *Até junho 2014

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A distribuição do emprego formal por município na região Centro-Oeste revela que, em 2014, apenas 2 municípios tinham mais de 500 mil trabalhadores e concentravam 42,3% da mão de obra formal da região, sendo 28,7% no Distrito Federal e 13,6% em Goiânia. Considerando a distribuição do emprego formal por município entre 2003 e 2014, nota-se uma redução de 15,5% do emprego e de 39,1% de municípios com até 499 trabalhadores. Nesse período, as cidades com 10 mil a 19 mil trabalhadores foram as que registraram a maior expansão tanto do emprego, 159,5%, quanto da participação de municípios, 166,7%. Em seguida, na faixa de 20 mil a 49 mil trabalhadores, houve um crescimento de 140,0% da participação de municípios e 108% do emprego formal. Ou seja, o crescimento do emprego foi mais intenso nos municípios com mais de 5 mil e menos de 99 mil trabalhadores. Até junho de 2014, a maioria dos municípios – 514 dos 606 - possuíam até 5 mil trabalhadores formais (Figura 5). FIGURA 5 Distribuição do emprego formal por faixas de quantidade de trabalhadores formais segundo município, Centro-Oeste e Tocantins, 2014*

Fonte: RAIS/CAGED-MTE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional. *Até junho 2014

Analisando-se a evolução da massa salarial e dos rendimentos médios (em R$) nos estados do Centro-Oeste e Tocantins, observa-se que em todos eles o crescimento do montante total dos salários foi em intensidade muito superior ao salário individual, dada a grande expansão do emprego formal e menor crescimento dos salários. Além disso, em ambos observa-se uma queda a partir de 2012, refletindo já a desaceleração da economia brasileira no período.

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GRÁFICO 21 Evolução da massa salarial e dos rendimentos médios do emprego formal, Centro-Oeste e Tocantins, 2003 a 2014*, em número índice (base: 2003=100).

Fonte: RAIS/CAGED-MTE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional. *Até junho 2014

A representação geográfica dos salários médios pagos na região Centro-Oeste e Tocantins revelava um padrão salarial abaixo da remuneração média da região, de R$ 2.508,74. Em 92,2% dos municípios, a remuneração média não passou de 2,5 salários mínimos e, em apenas 19 municípios, apresentou uma remuneração média superior a 3 salários mínimos (Figura 6). FIGURA 6 Faixa de remuneração média em salários mínimos (SM) por município, Centro-Oeste e Tocantins, junho de 2014*.

Fonte: RAIS/CAGED-MTE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional. *Até junho 2014

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Negociações Coletivas As informações sobre negociação coletiva registradas no Sistema Mediador do MTE – que englobam acordos e convenções coletivas e também termos aditivos que tratam de temas específicos - dão conta que, em 2008, foram negociados 2.122 instrumentos, dos quais, 1.002, o equivalente a 47%, referem-se ao Distrito Federal. No estado de Tocantins, em 2008, foram registrados 70 documentos. Destaca-se, ainda, o fato de no período analisado a quantidade de documentos registrados ter crescido significativamente. TABELA 8 Instrumentos Coletivos Registrados por Unidade da Federação Região Centro-Oeste e Tocantins – 1997 a 2008

1997 1998 1999 2000 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Tocantins 19 57 59 68 - 81 54 104 67 70

Centro-Oeste 896 826 1.321 1.279 889 2.026 1.852 2.016 2.013 2.122

Mato Grosso do Sul 248 371 444 343 - 345 390 698 361 433

Mato Grosso 184 168 188 255 260 235 298 338 553 578

Goiás 184 287 254 238 629 675 633 457 564 542

Distrito Federal 280 - 435 443 - 771 531 523 896 1.002

Brasil 9.782 15.358 16.632 18.772 15.797 29.516 31.264 23.932 30.571 32.662

Fonte: Delegacias Regionais do Trabalho. Elaboração: Secretaria de Relações do Trabalho (MTE).

Já em relação ao conteúdo das negociações coletivas, em especial, no que se refere ao reajuste salarial negociado, é possível utilizar o levantamento realizado pelo DIEESE. Antes, uma observação deve ser realizada: Por motivos metodológicos, não foi possível inserir as informações relativas de Tocantins ao Centro-Oeste, por isso, esta análise das negociações coletivas excluí o estado em questão. No caso do Centro-Oeste, foram analisadas 68 negociações em 2011, 66 em 2012 e 63 em 2013. Nos anos analisados (2011, 2012 e 2013), na região Centro-Oeste as negociações coletivas tiveram oscilação no volume das que obtiveram ganhos reais: enquanto em 2011 o total das que proporcionaram reajuste superior ao INPC-IBGE foi 79,4% do total, em 2012, este mesmo percentual foi de 95,5% e, em 2013, de 87,3%. Comparando a proporção de negociações com reajuste com os resultados nacionais, enquanto em 2011 os resultados da região foram piores (no Brasil esta porcentagem foi de 87,5%), por outro lado, nos anos seguintes o Centro-Oeste teve desempenho melhor (no país foram 95,1% em 2012 e 86,9% em 2013).

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GRÁFICO 22 Distribuição dos reajustes salariais em comparação com o INPC-IBGE, Centro-Oeste, 2011 a 2013.

Fonte: DIEESE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional

O desempenho das negociações que obtiveram ganhos acima do INPC-IBGE, no entanto, tiveram comportamento diverso, considerando tanto a localidade como o ano. Enquanto em 2011 as localidades que tiveram comportamento inferior ao verificado na região foram o Distrito Federal e o Mato Grosso do Sul, em 2012, o estado com desempenho inferior à média da região foi o Mato Grosso. Em 2013, o último analisado, Distrito Federal e Goiás tiveram desempenho abaixo do restante, com porcentagem de acordos com ganho real inferior aos demais. GRÁFICO 23 Percentual de negociações com reajustes superiores ao INPC-IBGE segundo UF, 2011 a 2013.

Fonte: DIEESE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional

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Em relação aos setores de atividade econômica (Indústria, Comércio e Serviços), somente as negociações do comércio observaram 100% de ganho real (acima da inflação), todos os anos. Nas demais atividades econômicas, enquanto nos serviços 2011 foi um ano onde apenas 60,7% das negociações observaram ganhos reais, na Indústria o ano de 2013 não foi dos melhores: aumentos reais em 76,0% das negociações, número inferior à média da região para o mesmo período. GRÁFICO 24 Percentual de negociações com reajustes superiores ao INPC-IBGE segundo atividade econômica, Centro-Oeste, 2011 a 2013.

Fonte: DIEESE. Elaboração: Subseção DIEESE/CUT-Nacional

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PARTE III: INDICADORES DE TRABALHO DECENTE 1. Trabalho Inaceitável Em 2012, foram 2.750 trabalhadores encontrados em situação análoga a de escravo no Brasil, sendo que, destes, 2.573 foram resgatados em fiscalizações. Em 2011 foram efetivados 2.491 resgates e, em 2010, 2.628 trabalhadores resgatados. Em Goiás, 201 trabalhadores foram resgatados em 2012, o equivalente a mais de 60% do total de resgatados na região Centro-Oeste. O estado apresentou o maior número de empregadores flagrados explorando mão de obra, inseridos na atualização de dezembro de 2012 na “lista suja” do trabalho escravo (elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República), com um total de 13 nomes – seguido pelo Mato Grosso, com 8 casos. A pecuária bovina foi a atividade econômica com mais inserções nessa atualização do documento, correspondendo a 35,7% do total de nomes de empregadores incluídos em 2012, seguida da produção de carvão vegetal, respondendo por 20% deste total9.

TABELA1 Trabalhadores Resgatados em Condições Análogas à Escravidão nos meios Urbano e Rural – Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação, 2008 a 2013,

2013 2012 2011 2010 2009 2008*

Ações Fiscais

Trab. Resg.

Ações Fiscais

Trab. Resg.

Ações Fiscais

Trab. Resg.

Ações Fiscais

Trab. Resg.

Ações Fiscais

Trab. Resg.

Ações Fiscais

Trab. Resg.

Centro-Oeste + TO 76 361 72 654 72 896 77 565 130 1011 96 1759

Tocantins 9 41 24 321 12 106 10 92 31 353 17 78

Mato Grosso do Sul

12 101 6 49 5 389 1 8 5 22 14 236

Mato Grosso

30 86 22 83 20 91 41 122 57 308 58 578

Goiás 25 133 20 201 35 310 25 343 37 328 7 867

Distrito Federal

- - - - - - - - - - - -

Brasil 300 2.063 255 2.573 342 2.491 309 2.628 350 3.769 301 5.016

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Nota: * Nº de fazendas fiscalizadas.

Em se tratando do trabalho infantil, o Centro-Oeste foi a região brasileira que apresentou a menor proporção de pessoas de 10 a 17 anos ocupadas no Censo 2010 (8,3%) – a Sul registrou 18,13%, a Norte 11,13%, a Sudeste 32,5% e a Nordeste 29,9%. Goiás chama atenção por apresentar 23.067 crianças com idade entre 10 e 13 anos ocupadas no período, o que representa quase a metade das crianças ocupadas na grande região para esta faixa etária.

9Fonte: Repórter Brasil. Disponível em: http://reporterbrasil.org.br/2013/04/duas-carvoarias-sao-flagradas-com-trabalho-escravo-em-goias/. Acesso em: 02/06/2014.

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TABELA 2 Pessoas de 10 a 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência, por grupos de idade e situação do domicílio – Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação, 2010

Pessoas de 10 a 17 anos de idade, ocupadas na semana de referência

Total

Situação do domicílio

Grupos de idade

10 a 13 anos 14 ou 15 anos

Total

Situação do domicílio

Total

Situação do domicílio

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

Centro-Oeste + TO 312.775 261.870 50.904 56.425 40.211 16.213 82.677 67.847 14.830 Tocantins 30.305 22.892 7.413 6.681 4.187 2.493 8.059 5.922 2.137

Mato Grosso do Sul 50.369 39.939 10.430 8.208 4.895 3.313 12.766 9.648 3.118

Mato Grosso 69.876 54.257 15.619 13.692 8.521 5.171 18.819 14.420 4.399

Goiás 132.606 117.232 15.374 23.067 18.434 4.633 36.975 32.275 4.700

Distrito Federal 29.619 27.551 2.068 4.776 4.174 602 6.058 5.581 477

Brasil 3.406.514 2.350.835 1.055.679 710.139 364.056 346.083 888.430 582.664 305.766

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.

2. Tratamento Digno No primeiro trimestre de 2014, os salários médios reais de admissão apresentaram aumento real de 2,49% no país, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em todas as grandes regiões brasileiras, foram verificados aumentos reais no emprego formal, tendo a região Centro-Oeste observado o segundo maior aumento relativo (3,42%), atrás apenas da região Sul (4,12%). Comparativamente ao salário mínimo nacional10, a região de referência apresentou salário médio real total no primeiro trimestre de 2014 equivalente a 1,48 salário mínimo (para o Brasil tal relação é de 1,61). O Distrito Federal, com salário médio real de R$ 1.191,99, ocupa a terceira posição no ranking nacional, atrás de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Uma análise da discriminação de gênero na região aponta redução da proporção do salário feminino em relação ao auferido pelos homens, passando de 88,29% deste no primeiro trimestre de 2013 para 86,31% no mesmo período de 2014, ou seja, houve elevação da desigualdade de remuneração entre mulheres e homens. No Mato Grosso a proporção do salário médio real de admissão das mulheres, comparativamente àquele oferecido aos homens, foi a menor do Brasil no primeiro trimestre de 2014, equivalente a 81,27%.

10O salário mínimo nacional é de R$ 724,00, estabelecido a partir de 1º de Janeiro de 2014.

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TABELA 3 Salário Médio Real* de Admissão por Gênero – Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação, 1º Trimestre de 2014 (Em Reais)

1º Trimestre/2014 1º Trimestre/2013 Variação Relativa Relação dos Salários Fem./Masc.

Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total

Masc. Fem. Total 2014 2013

Tocantins 991,95 937,30 977,68 1.045,86 934,45 1.016,28 -5,15 0,31 -3,80 94,49 89,35

Mato Grosso do Sul

1.118,59 956,66 1.062,51 1.092,47 946,28 1.044,90 2,39 1,10 1,69 85,52 86,62

Mato Grosso

1.143,42 929,24 1.083,22 1.063,42 897,94 1.017,55 7,52 3,49 6,45 81,27 84,44

Goiás 1.062,55 910,82 1.012,05 1.019,78 874,43 973,29 4,19 4,16 3,98 85,72 85,75

Distrito Federal

1.230,79 1.125,87 1.191,99 1.228,83 1.154,76 1.200,99 016 -

2,50 -0,75 91,47 93,97

Brasil 1.229,31 1.065,15 1.166,84 1.199,19 1.036,96 1.138,46 2,51 2,72 2,49 86,65 86,47

Fonte: CAGED. Nota: * Deflacionado pelo INPC médio de janeiro a março de 2014.

3. Jornada Decente A jornada semanal total observada em 2012, independentemente do sexo, realizada na região Centro-Oeste, foi idêntica à verificada para o Brasil, de 55,9 horas semanais. A média de horas gastas em afazeres domésticos, na região, desempenha pelas mulheres, foi equivalente a mais que o dobro da relativa aos homens. A crescente participação feminina no mercado de trabalho é acompanhada, em contrapartida, pela persistência de um padrão diferenciado segundo o sexo quanto às atribuições e papeis sociais: elas são penalizadas com um excedente de cerca de 4 horas na jornada total comparativamente a dos homens no somatório de ambas as formas de trabalho em todo o país. No Distrito Federal a discrepância é a mais acentuada no recorte da grande região, com as mulheres desempenhando 6,4 horas semanais de jornada total a mais do que os homens.

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TABELA 4 Média de Horas Semanais trabalhadas no Trabalho Principal, em Afazeres Domésticos e Jornada Total das pessoas de 16 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, por sexo – Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação, 2012

Média de horas semanais trabalhadas no trabalho principal

Média de horas gastas em afazeres domésticos

Jornada total

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres

Tocantins 37,7 41,5 32,4 18,6 11,7 24,3 56,3 53,2 56,7

Mato Grosso do Sul

41,0 44,1 36,8 15,4 9,6 19,8 56,4 53,7 56,6

Mato Grosso 41,1 44,0 36,8 15,9 9,9 20,4 57,0 53,9 57,2

Goiás 41,3 44,0 37,5 14,5 8,7 18,6 55,8 52,7 56,1

Distrito Federal 39,7 40,9 38,4 14,7 9,6 18,5 54,4 50,5 56,9

Brasil 39,6 42,1 36,1 16,3 10,0 20,8 55,9 52,1 56,9

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2012.

4. Equilíbrio entre Trabalho, Vida Pessoal e Familiar Em Campo Grande (MS) e em Goiânia (GO), uma em cada quatro pessoas levam habitualmente mais de meia hora a até uma hora no deslocamento para o trabalho. No Distrito Federal essa proporção equivale a 36,18%. Além disso, mais de 15% das pessoas na localidade despendem mais de uma hora a até duas horas nesse trajeto: TABELA 5: Pessoas Ocupadas na semana de referência, que trabalhavam fora do domicílio e retornavam para seu domicílio diariamente, por tempo habitual de deslocamento para o trabalho – Região Centro-Oeste e Tocantins, por Unidade da Federação e Capital, 2010.

Tempo habitual de deslocamento para o trabalho (%)

Nº total de pessoas

Total (%)

Até 5 minutos

De 6 minutos até meia hora

Mais de meia hora até uma hora

Mais de uma hora até duas horas

Mais de duas horas

Tocantins 402.591 100,00 22,30 61,37 12,45 2,97 0,91

Palmas 94.035 100,00 12,19 61,37 21,56 4,21 0,67

Mato Grosso do Sul

817.371 100,00 17,93 59,59 16,26 5,25 0,97

Campo Grande

284.596 100,00 9,31 56,74 25,18 8,00 0,77

Mato Grosso 961.902 100,00 20,23 59,39 15,63 3,88 0,87

Cuiabá 201.890 100,00 8,10 53,09 30,56 7,56 0,70

Goiás 2.093.403 100,00 14,89 52,63 20,79 10,36 1,33

Goiânia 498.472 100,00 10,13 54,40 26,20 8,09 1,19

Distrito Federal

985.274 100,00 6,20 41,14 36,18 15,40 1,09

Brasil 61.589.232 100,00 13,06 52,21 23,33 9,62 1,78

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.

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5. Trabalho Seguro

No Brasil, nos últimos três anos, ocorreram 2,1 milhões de acidentes de trabalho. Além destes, uma grande quantidade de trabalhadores perdeu a vida no local de trabalho. Foram cerca de 8 mil óbitos e 48 mil que não retornaram mais para o trabalho devido à invalidez permanente. Estes dados, apesar da implantação do NTEP11 no ano de 2007, ainda estão subnotificados, pois não estão computados os trabalhadores estatutários e informais. TABELA 6 Acidentes de Trabalho – Brasil

Ano

Total/ano Típico Trajeto Doença Trabalho

S/CAT-NTEP

Invalidez Óbitos

2011 720.629 426.153 100.897 16.839 176.740 16.658 2.938

2012 713.984 426.284 103.040 16.898 167.762 17.047 2.768

2013 717.911 432.254 111.601 15.226 158.830 14.837 2.797

Total geral 2.152.524 1.284.691 315.538 48.963 503.332 48.542 8.503

Elaboração: Secretaria de Saúde do Trabalhador CUT, com base no AEPS

Segundo dados da Previdência social: “no ano de 2013, foram registrados no INSS cerca de 717,9 mil acidentes do trabalho. Em comparação com o ano de 2012, o número de acidentes de trabalho teve aumento de 0,55%. O total de acidentes registrados com CAT12 aumentou em 2,30% de 2012 para 2013. Do total de acidentes registrados com CAT, os acidentes típicos representaram 77,32%; os de trajeto 19,96% e as doenças do trabalho 2,72%. Nos acidentes típicos 73,01% foram do sexo masculino e 26,99% do sexo feminino 26,99%; nos de trajeto 62,21% e 37,79%; nas doenças do trabalho 58,38% e 41,62% respectivamente. Nos acidentes típicos e nos de trajeto, a faixa etária com maior incidência de acidentes foi a constituída por pessoas de 20 a 29 anos com, respectivamente, 34,11% e 37,50% do total de acidentes registrados. Nas doenças de trabalho a faixa de maior incidência foi a de 30 a 39 anos, com 33,52% do total de acidentes registrados”.

11O Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) é uma metodologia que tem o objetivo de identificar quais doenças e acidentes estão relacionados com a prática de uma determinada atividade profissional pelo INSS no Brasil. Com o NTEP, quando o trabalhador adquirir uma enfermidade inteiramente relacionada à atividade profissional, fica qualificado o acidente de trabalho. Nos casos em que houver relação estatística entre a doença ou lesão e o setor de atividade econômica do trabalhador, o nexo epidemiológico determinará automaticamente que se trata de benefício acidentário e não de benefício previdenciário normal. 12A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional. Deve ser emitida pela empresa no prazo de 1 dia util, ou, se ocorreu óbito, imediatamente. Pode também ser emitida - mesmo fora do prazo - pelo médico, pelo familiar, por um dependente do segurado, pelo sindicato ou por uma autoridade pública; nesse caso o INSS enviará uma carta à empresa para que emita sua CAT.

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Em relação aos dados apresentados na tabela 7 chama a atenção o número de morte e invalidez nos anos de 2011, 2012 e 2013: cerca de 962 óbitos e 2.676 trabalhadores que não retornaram mais para o trabalho. Há também crescimento no registro de acidentes de trajeto, mencionado na Tabela 7, com aumento variando entre 2011 e 2013 em (15,1 %). É importante ressaltar que na região Centro-Oeste, a partir da implantação do NETP em 2006, houve um aumento significativo nos registros de acidentes de trabalho, conforme se percebe na tabela, coluna S/CAT NETP. Cerca de 10 mil acidentes eram subnotificados anualmente, isto é, não eram caracterizados como acidentes relacionados ao trabalho. TABELA 7 Dados Estatísticos Acidentes do Trabalho - Região Centro-Oeste

Ano Total/ano Típico Trajeto Doença Trabalho

S/CAT-NTEP

Invalidez Óbitos

2011 48.325 29.050 7.892 878 10.505 928 353

2012 49.550 30.191 8.003 805 10.551 863 318

2013 51.387 30.865 9.086 793 10.643 885 291

149.262 90.106 24.981 2.476 31.699 2.676 962

Elaboração: Secretaria de Saúde do Trabalhador CUT Nacional, com base no AEPS

6. Proteção Social A região Centro-Oeste englobou 6,7% do total de auxílios – que podem ser de três tipos: auxílio-doença, auxílio-reclusão e auxílio-acidente, incluídos, assim, como as aposentadorias, as pensões por morte, o salário-família e o salário-maternidade, nos benefícios previdenciários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) – ativos no meio urbano concedidos em todo o Brasil em dezembro de 2012 e, em se tratando do meio rural, a participação nesse total de auxílios é reduzida para somente 2,9%13.

Fonte: AEPS, 2012.

13Fonte: Ministério da Previdência Social. Anuário Estatístico da Previdência Social - 2012: p. 326.

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Quanto à aposentadoria, em 2012 aproximadamente 93% do total dos benefícios ativos nas zonas rurais no Centro-Oeste foram motivados pela idade do segurado, sendo que, no Mato Grosso, a quantidade total de aposentadorias ativas nas zonas rurais superou em 86% a quantidade relativa às zonas urbanas neste mesmo ano. Nas zonas urbanas da grande região, um em cada três aposentados (35%) receberam o benefício por invalidez em 2012, enquanto esta proporção foi equivalente a 25% para o Brasil. TABELA 8 Quantidade de Aposentadorias Urbanas e Rurais Ativas, por grupos de espécies, na Região Centro-Oeste, por Unidade da Federação, e no Tocantins – posição em Dezembro, 2010/2012.

Ano

Quantidade de Aposentadorias Urbanas Ativas Quantidade de Aposentadorias Rurais Ativas

Total

Grupos de Espécies

Total

Grupos de Espécies

Tempo de contribuição Idade Invalidez

Tempo de contribuição Idade Invalidez

Centro-Oeste + Tocantins

2010 402.487 114.948 138.551 148.988 383.158 204 355.757 27.197

2011 423.243 122.333 147.270 153.640 407.314 211 379.847 27.256

2012 448.264 130.441 158.812 159.011 428.849 222 400.941 27.686

Tocantins

2010 13.154 2.807 5.293 5.054 66.007 5 61.302 4.700

2011 14.326 3.102 5.838 5.386 69.902 5 65.217 4.680

2012 15.523 3.398 6.451 5.674 73.715 6 68.983 4.726

Mato Grosso do Sul

2010 68.831 18.790 24.481 25.560 64.218 81 59.798 4.339

2011 73.000 19.891 25.891 27.218 66.387 90 61.914 4.383

2012 77.725 20.999 27.726 29.000 68.711 100 64.066 4.545

Mato Grosso

2010 45.875 9.953 15.979 19.943 86.610 26 81.337 5.247

2011 49.457 10.738 17.404 21.315 93.223 26 87.781 5.416

2012 53.642 11.617 18.974 23.051 99.861 28 94.182 5.651

Goiás 2010 160.962 38.602 54.481 67.879 132.960 77 123.192 9.691

2011 167.384 41.300 57.721 68.363 142.929 76 133.280 9.573

2012 174.456 43.916 61.690 68.850 149.785 74 140.152 9.559

Distrito Federal

2010 113.665 44.796 38.317 30.552 33.363 15 30.128 3.220

2011 119.076 47.302 40.416 31.358 34.873 14 31.655 3.204

2012 126.918 50.511 43.971 32.436 36.777 14 33.558 3.205

Brasil

2010 9.552.656 4.400.427 2.670.766 2.481.463 5.948.329 15.357 5.501.054 431.918

2011 9.923.854 4.585.098 2.809.757 2.528.999 6.105.570 16.358 5.655.293 433.919

2012 10.338.862 4.773.494 2.983.749 2.581.619 6.279.789 17.259 5.825.220 437.310

Fonte: DATAPREV, SUB, Plano Tabular da SVAI.

7. Contexto Socioeconômico – Programas Sociais (o Bolsa Família) O “Bolsa Família” é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o país. O programa integra o Plano Brasil Sem Miséria – cujo propósito é a garantia de renda, a inclusão produtiva e o acesso aos serviços públicos – e apresenta como foco de atuação as famílias com renda familiar per capita de até R$ 77,00 mensais (extremamente pobres) e renda familiar per capita entre R$ 77,01 e R$ 154,00 (pobres).14

14Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Page 42: Região Centro-Oeste + Tocantins

42

No Brasil, 75,4% dos beneficiários do Programa Bolsa Família estão trabalhando, segundo o Portal Brasil, do Governo Federal, sendo que 1,7 milhão de titulares já não mais recebem o benefício15. De acordo com o governo, no mês de abril de 2014 o benefício foi pago a 14.145.274 famílias, atingindo cerca de 50 milhões de pessoas. Os valores do benefício são variáveis: o benefício básico é de R$ 70,00 mensais, concedido a famílias em situação de extrema pobreza, no entanto, um dos valores mais elevados pagos a uma família, de 19 membros, somou R$ 1.332,00.16 TABELA 9 Número de Beneficiários atendidos pelo Programa Bolsa Família - Região Centro-Oeste, por Unidade da Federação, e Tocantins, Folha de pagamento: maio/2014.

Nº de municípios atendidos

Nº de famílias* atendidas

Centro-Oeste + Tocantins 606 862.945

Tocantins 139 135.699

Mato Grosso do Sul 79 141.534

Mato Grosso 141 179.307

Goiás 246 320.213

Brasília (DF) 1 86.192

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social. Elaboração: IOS. Nota: *Compõem as famílias a/o responsável e dependentes.

Conflitos no Campo

No Brasil houve um total de 1.266 conflitos no campo em 2013, envolvendo 573.118 pessoas. Além da disputa por terra (Tabela 3), cujos conflitos específicos englobaram 435.075 pessoas no país (75,91% do total em conflitos no campo nesse ano), envolvidas em 1.007 conflitos (79,55% do total), dos quais resultaram 29 assassinatos no país (tabela 1), os conflitos acompanhados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) foram motivados por questões relacionadas ao trabalho, à água e à seca. Os conflitos no campo motivados pelo trabalho (Tabela 2) abarcaram 1.858 pessoas, envolvidas em 154 conflitos, ainda em 2013, no Brasil.

15

Fonte: Portal Brasil. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2014/05/bolsa-familia-nao-gera-acomodacao.jpg/view (20/05/2014). Acesso em: 01/07/2014. 16 Fonte: Carta Capital. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/entenda-como-funciona-o-bolsa-familia-248.html (13/05/2014). Acesso em: 01/07/2014.

Page 43: Região Centro-Oeste + Tocantins

43

TABELA 1 Assassinatos em Conflitos no Campo na Região Centro-Oeste em 2013.

Municípios Nome do Conflito Data Nome da Vítima Idade Categoria

Confresa (MT)

Assent. Fartura/Faz. Roncador

25/10/2013 Reginaldo Alves Pereira

48 Assentado

Novo Mundo (MT)

Gleba Nhandu/Faz. Belo Horizonte

16/04/2013 Josimar Lima Silva 39 Sem Terra

Vila Rica (MT)

Assassinato de Antônio Ferreira

19/07/2013

Antônio Ferreira Caetano,"Toinzinho"

44

Pequeno arrendatário

Caarapó (MS)

Aldeia Te Yikue/Te'yikue/Faz. Sta Helena/Faz. Sardinha

17/02/2013 Denilson Quevedo Barbosa

15 Índio

Paranhos (MS)

T. I. Arroio Korá/T. I. Takwarity/Aldeia Paraguassu/Faz. Eliane e Campina

12/06/2013 Celso Rodrigues 42 Índio

Sidrolândia (MS)

T. I. Buriti/Faz. Buriti/Terena

30/05/2013 Oziel Gabriel 35 Índio

Fonte: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA. Conflitos no Campo, Brasil - 2013. TABELA 2 Conflitos no Campo Relacionados ao Trabalho no Tocantins e Região Centro-Oeste 2013.

MATO GROSSO - Conflitos relacionados ao trabalho

Motivação: Trabalho Escravo

Municípios Nome do Conflito Data Trab. na denúncia Libertos

Tipo de Trabalho

Itiquira Fazenda Cachoeira 23/04/2013 12 12 Reflorestamento

Itiquira Fazenda Cachoeira 23/04/2013 3 3 Reflorestamento

Matupá Área em Matupá 15/03/2013 19 15 Mineração

Paranaíta Fazenda Bragatti III 16/12/2013 8 8 Mineração

Paranatinga Fazenda Eucaflora 09/05/2013 5 5 Soja

Ribeirão Cascalheira

Carvoaria na Faz. São Sebastião

15/04/2013 2 2 Carvoaria

Santo Antônio de Leverger

Fazenda Flexas/Piuva 23/09/2013 4 4 Pecuária

São Félix do Araguaia

Fazenda Reunidas 04/07/2013 15 Catação de raiz

Vila Rica Fazenda Taiaçu 19/08/2013 5 5 Pecuária

Subtotal 9 73 54

Motivação: Superexploração

Municípios Nome do Conflito Data Trab. na denúncia Libertos

Tipo de Trabalho

Porto Alegre do Norte

Fazenda do Joel Medeiros

02/05/2013 1 Pecuária

Conflitos relacionados ao Trabalho–MT: Total 10 74

Page 44: Região Centro-Oeste + Tocantins

44

GOIÁS - Conflitos relacionados ao trabalho

Motivação: Trabalho Escravo

Municípios Nome do Conflito Data Trab. na denúncia Libertos

Tipo de Trabalho

Abadia de Goiás Fazenda Florasul 06/04/2013 15 15 Eucalipto

Campo Alegre de Goiás

Fazenda Dois Rios 09/12/2013 7 7 Seringal

Cristalina Fazenda Capim Pubo 28/08/2013 2 Pecuária

Crixás Carvoaria na Faz. Lago Perdido

03/04/2013 4 4 Carvoaria

Crixás Carvoaria na Faz. Santa Bárbara

03/04/2013 12 12 Carvoaria

Goiânia Fazenda Palmital Hortaliças

21/01/2013 12 12 Hortaliças

Jaraguá Fazenda Curralinho 16/09/2013 11 11 Feijão

Subtotal 7 63 61

Conflitos relacionados ao Trabalho–GO: Total 7 63

MATO GROSSO DO SUL - Conflitos relacionados ao trabalho

Motivação: Trabalho Escravo

Municípios Nome do Conflito Data Trab. na denúncia Libertos

Tipo de Trabalho

Aquidauana Fazenda Pontal 23/07/2013 4 4 Pecuária

Corumbá Fazenda São Sebastião 17/12/2013 3 3 Pecuária

Dourados Fazenda Canaã 16/01/2013 11 11

Lavouras temporárias

Dourados Fazenda São Lourenço 23/04/2013 1 1 Pecuária

Itaquiraí Fazenda Dois Meninos 01/03/2013 34 34 Mandioca

Maracaju Retiro da Serra 16/04/2013 4 4 Eucalipto

Porto Murtinho Fazenda Barranco Branco 05/02/2013 5 5

Pecuária

Porto Murtinho Fazenda Bocajá 02/07/2013 8 8

Pecuária

Porto Murtinho Fazenda Quebracho 05/02/2013 12 12 Pecuária

Santa Rita do Pardo Fazenda Coroados 18/02/2013 9 9 Pecuária

Terenos Fazenda Santa Rita do Ipê 12/11/2013 10 10

Pecuária

Subtotal 11 101 101

Conflitos relacionados ao Trabalho–MS: Total 11 101

Page 45: Região Centro-Oeste + Tocantins

45

TOCANTINS - Conflitos relacionados ao trabalho

Motivação: Trabalho Escravo

Municípios Nome do Conflito Data Trab. na denúncia Libertos

Tipo de Trabalho

Aragominas Fazenda Altamira 03/04/2013 1 Pecuária

Bandeirantes do Tocantins Fazenda Baixa Verde 15/04/2013 6 4

Pecuária e agrotóxico

Bandeirantes do Tocantins Fazenda Ipanema 20/03/2013 15

Pecuária e agrotóxico

Bandeirantes do Tocantins Fazenda Pantera 19/03/2013

12 (1 menor de idade)

Pecuária e agrotóxico

Bandeirantes do Tocantins Fazenda Planalto 26/04/2013 12

Pecuária e agrotóxico

Colméia Fazenda Estação 25/05/2013 16 16 Pecuária

Darcinópolis Fazenda São Sebastião 15/08/2013 11 Lavoura

Goiatins Fazenda Ilha do Porto 21/05/2013 65 Eucalipto

Lagoa da Confusão Faz. Diamante/Tio Jorge 15/11/2013 43 43 Arroz

Luzinópolis Carvoaria da TS Lima 28/08/2013 18 Carvoaria

Muricilândia Rancho São Francisco 29/04/2013 3 Pecuária

Natividade

Faz. Pedra Branca/Carvoaria DoisIrmãos 10/08/2013 11 11 Carvoaria

Natividade Fazenda Boa Vista 09/09/2013 10 10 Pecuária

Nazaré Carvoaria da TS Lima na TO - 230 28/08/2013 4 Carvoaria

Nova Olinda Fazenda Samambaia 17/03/2013 10 Pecuária

Santa Maria do Tocantins

Carvoaria do Sr. Sílvio Perez 05/06/2013 26 Carvoaria

Xambioá Faz. Nossa Senhora Aparecida 03/04/2013 3 Pecuária

Xambioá Fazenda Fortaleza 01/04/2013 10 Pecuária

Subtotal: 18 276 84

Motivação: Superexploração

Municípios Nome do Conflito Data Trab. na denúncia Libertos

Tipo de Trabalho

Araguaína Fazenda São Francisco 09/04/2013 3 Lavoura

Araguaína Granja Frango Americano 26/03/2013 12 Pecuária

Subtotal: 2 15

Conflitos relacionados ao Trabalho– TO: Total 20 291

Fonte: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA. Conflitos no Campo, Brasil - 2013.

Page 46: Região Centro-Oeste + Tocantins

46

TABELA 3 Conflitos no Campo por Terra no Tocantins e na Região Centro-Oeste em 2013.

DISTRITO FEDERAL- Conflitos por Terra

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Categoria

Brazlândia Núcleo Rural Alexandre Gusmão/ Faz. Jatobazinho

30/10/2013 350 Sem Terra

Subtotal 1 350

Ocupações/Retomadas

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Organização

Brazlândia Núcleo Rural Alexandre Gusmão/ Faz. Jatobazinho

07/04/2013 350 MST

Planaltina Acampamento Roseli Nunes/ Faz. Pipiripau

31/08/2013 250 MST

Planaltina Fazenda Lagoa Bonita Congado

03/05/2013 450 CUT/FAF/Fetraf/MATR/ MBST/MST/MTL

Sobradinho Fazenda Sávia/Sálvia 10/08/2013 - MBST/MLT/MST

Subtotal 4 1.050

Conflitos por Terra – DF: Total 4 1.400

MATO GROSSO - Conflitos por Terra

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Categoria

Alto da Boa Vista/São Félix do Araguaia

T. I. Marãiwatsedé/ Xavante/Faz. Suiá-Missu 20/01/2013 Indígenas

Alto da Boa Vista/ São Félix do Araguaia

T. I. Marãiwatsedé/ Xavante/Faz. Suiá-Missu 06/03/2013 Indígenas

Alto da Boa Vista/São Félix do Araguaia

T. I. Marãiwatsedé/ Xavante/Faz. Suiá-Missu 08/03/2013 Indígenas

Alto da Boa Vista/São Félix do Araguaia

T. I. Marãiwatsedé /Xavante/Faz. Suiá-Missu 21/04/2013 Indígenas

Alto da Boa Vista/São Félix do Araguaia

T. I. Marãiwatsedé/ Xavante/Faz. Suiá-Missu 02/06/2013 Indígenas

Alto da Boa Vista/São Félix do Araguaia

T. I. Marãiwatsedé/ Xavante/Faz. Suiá-Missu 05/08/2013 153 Indígenas

Brasnorte T. I. Menku/Aldeia Japuía/Myky 12/05/2013 Indígenas

Brasnorte T.I. Irantxe/Manoki 10/11/2013 20 Indígenas

Castanheira Assent. na Gleba Santa Luzia 24/06/2013 200 Assentados

Castanheira Fazenda Sumaré 15/11/2013 150 Sem Terra

Cláudia Assentamento Terra de Viver 13/11/2013 Assentados

Cláudia Assentamento Terra de Viver 21/11/2013 10 Assentados

Cláudia Assent. Zumbi dos Palmares 01/08/2013 62 Assentados

Confresa/Porto Alegre doNorte Assent. Fartura/Faz. Roncador 30/09/2013 Assentados

Page 47: Região Centro-Oeste + Tocantins

47

Confresa/Porto Alegre doNorte Assent. Fartura/Faz. Roncador 25/10/2013 60 Assentados

Feliz Natal Assentamento Ena 11/01/2013 500 Assentados

Guiratinga Faz. Recreio Moreno/ Acamp. Renascer Pe. Libânio 31/03/2013 Sem Terra

Guiratinga Faz. Recreio Moreno/Acamp. Renascer Pe. Libânio 28/05/2013 380 Sem Terra

Jaciara/Sinop Área da Usina Pantanal/Acamp. José Marti 21/09/2013 80 Sem Terra

Juína Faz. Tarciana/Assent. Vale do Juinão 28/02/2013 140 Assentados

Luciara Reserva Extrativista Retireira do Araguaia 18/09/2013 Retireiros

Luciara Reserva Extrativista Retireira do Araguaia 19/09/2013 Retireiros

Luciara Reserva Extrativista Retireira do Araguaia 22/09/2013 Retireiros

Luciara Reserva Extrativista Retireira do Araguaia 23/09/2013 94 Retireiros

Nova Brasilândia/ Rosáriodo Oeste Fazenda Barreiro Branco 23/09/2013 78 Sem Terra

Nova Guarita Assent. Raimundo Vieira 21/03/2013 Assentados

Nova Guarita Gleba Gama 11/03/2013 12 Assentados

Nova Guarita/ Peixoto deAzevedo Gleba do Gama/P. A. Renascer 11/03/2013 12 Assentados

Nova Maringá

Assent. Arinos/Fertilizantes Mitsui S/A Indústria e Comércio 24/06/2013 26 Assentados

Nova Olímpia Assentamento Riozinho 10/05/2013 Assentados

Novo Mundo Acampamento União Recanto 26/06/2013 93 Sem Terra

Novo Mundo Gleba Nhandu/Faz. Belo Horizonte 16/04/2013 Sem Terra

Novo Mundo Gleba Nhandu/Faz. Belo Horizonte 14/06/2013 80 Sem Terra

Subtotal 33 2.150

Ocupações/Retomadas

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Organização

Jaciara Faz. Mestre/Triângulo/Us. Pantanal 19/01/2013 40 MST

Nova Brasilândia/ Rosáriodo Oeste Fazenda Barreiro Branco 03/09/2013 78 STR

Nova Ubiratã Gleba Capenha 14/10/2013 100 STR

Novo Mundo Faz. Araúna/Acamp. Nova Esperança/Gleba Nhandu 15/04/2013 80 SI

São José do Povo Faz. Brocotá/Acamp. Pe. Miguel 15/12/2013 100 MTAA/MT

Subtotal 5 398

Conflitos por Terra – MT: Total 38 2.548

Page 48: Região Centro-Oeste + Tocantins

48

MATO GROSSO DO SUL - Conflitos por Terra

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Categoria

Amambaí/Coronel Sapucaia

Faz. Madama/Kurussu Ambá/Acamp. às margens da MS-289 08/03/2013 130 Indígenas

Amambaí/Ponta Porã

Acamp. Tekoha Guaiviry/MS-386 04/01/2013 Indígenas

Amambaí/Ponta Porã

Acamp. Tekoha Guaiviry/MS-386 30/01/2013 60 Indígenas

Antônio João Antiga Faz. Mosquiteiro/T.I. Campestre 27/02/2013 Indígenas

Aquidauana Faz. Esperança/T. I. Taunay Ipeg 14/06/2013 100 Indígenas

Caarapó Aldeia Te Yikue/Te'yikue/Faz. Sta Helena/Faz. Sardinha 17/02/2013 Indígenas

Caarapó Aldeia Te Yikue/Te'yikue/Faz. Sta Helena/Faz. Sardinha 21/02/2013 Indígenas

Caarapó Aldeia Te Yikue/Te'yikue/Faz. Sta Helena/Faz. Sardinha 22/02/2013 Indígenas

Caarapó Aldeia Te Yikue/Te'yikue/Faz. Sta Helena/Faz. Sardinha 23/02/2013 Indígenas

Caarapó Aldeia Te Yikue/Te'yikue/Faz. Sta Helena/Faz. Sardinha 12/04/2013 40

Indígenas

Corumbá

Com. em Porto Esperança/Agrop. Brahman Beef Show 14/12/2013 80 Ribeirinhos

Corumbá/Porto Murtinho T. I. Kadiwéu/Faz. Limoeiro 22/08/2013 60 Indígenas

Corumbá/Porto Murtinho T. I. Kadiwéu/Faz. Ressaco 22/08/2013 60 Indígenas

Dois Irmãos do Buriti/Sidrolândia Faz. São Sebastião/T. I. Buriti 04/06/2013 Indígenas

Douradina/Itaporã T. I. Lagoa Rica/Guarani-Kaiowá 10/04/2013 Indígenas

Douradina/Itaporã T. I. Lagoa Rica/Guarani-Kaiowá 12/04/2013

Indígenas

Douradina/Itaporã T. I. Lagoa Rica/Guarani-Kaiowá 21/04/2013

Indígenas

Douradina/Itaporã T. I. Lagoa Rica/Guarani-Kaiowá 12/06/2013

Indígenas

Douradina/Itaporã T. I. Lagoa Rica/Guarani-Kaiowá 12/07/2013

Indígenas

Douradina/Itaporã T. I. Lagoa Rica/Guarani-Kaiowá 14/07/2013 50

Indígenas

Dourados Acamp. Nhu Porã/Campo Bonito/Curral de Arame 28/01/2013 47 Indígenas

Dourados Aldeias Bororo e Jaguapiru/Guarani - Kaiowá 10/08/2013 Indígenas

Dourados

Com. Apyka'y/Acamp. na BR-463/Km 10/Próximo à Faz. Serrana 22/03/2013 Indígenas

Page 49: Região Centro-Oeste + Tocantins

49

Dourados

Com. Apyka'y/Acamp. na BR-463/Km 10/Próximo à Faz. Serrana 22/08/2013 Indígenas

Dourados

Com. Apyka'y/Acamp. na BR-463/Km 10/Próximo à Faz. Serrana 23/08/2013 Indígenas

Dourados

Com. Apyka'y/Acamp. na BR-463/Km 10/Próximo à Faz. Serrana 10/11/2013 Indígenas

Dourados

Com. Apyka'y/Acamp. na BR-463/Km 10/Próximo à Faz. Serrana 21/11/2013 Indígenas

Dourados

Com. Apyka'y/Acamp. na BR-463/Km 10/Próximo à Faz. Serrana 13/12/2013 30 Indígenas

Dourados Passo Piraju/Faz. Campo Belo 27/12/2013 70 Indígenas

Iguatemi Faz. Chaparral/T. I. Ivy Katu 03/11/2013 250 Indígenas

Iguatemi Tekohá Mbaraka'y-Pyelito Kue/Guarani Kaiowá 08/01/2013 Indígenas

Iguatemi Tekohá Mbaraka'y-Pyelito Kue/Guarani Kaiowá 10/02/2013 Indígenas

Iguatemi Tekohá Mbaraka'y-Pyelito Kue/Guarani Kaiowá 10/03/2013 170 Indígenas

Iguatemi/Japorã Chácara São Luiz/T. I. Ivy Katu 08/11/2013 50 Indígenas

Iguatemi/Japorã Estância Varago/T. I. Ivy Katu 08/11/2013 50 Indígenas

Iguatemi/Japorã Faz. São José/T. I. Ivy Katu 08/11/2013 30 Indígenas

Iguatemi/Japorã Faz. São José/T. I. Ivy Katu 08/11/2013 106 Indígenas

Japorã Faz. Remanso Guaçu/T. I. Ivy Katu 27/01/2013 Indígenas

Japorã Faz. Remanso Guaçu/T. I. Ivy Katu 08/11/2013 250 Indígenas

Japorã Faz. São Jorge/T. I. Ivy Katu 02/11/2013 30 Indígenas

Japorã Sítio São João/T. I. Ivy Katu 08/11/2013 50 Indígenas

Juti T. I. Guarani-Kaiowá/Aldeia Taquara/Faz. Brasília do Sul 29/01/2013 Indígenas

Juti T. I. Guarani-Kaiowá/Aldeia Taquara/Faz. Brasília do Sul 21/03/2013 Indígenas

Juti T. I. Guarani-Kaiowá/Aldeia Taquara/Faz. Brasília do Sul 29/03/2013 Indígenas

Juti T. I. Guarani-Kaiowá/Aldeia Taquara/Faz. Brasília do Sul 13/07/2013 64 Indígenas

Miranda

Área não Identificada/Arrendada para a Criação de Gado/T.I. Pillad Rebuá 12/11/2013 50 Indígenas

Miranda Chácara Boa Esperança/T. I. Pillad Rebuá 09/10/2013 Indígenas

Miranda Chácara Boa Esperança/T. I. Pillad Rebuá 14/10/2013 Indígenas

Miranda Chácara Boa Esperança/T. I. Pillad Rebuá 28/11/2013 Indígenas

Page 50: Região Centro-Oeste + Tocantins

50

Miranda Chácara Boa Esperança/T. I. Pillad Rebuá 06/12/2013 50 Indígenas

Miranda Faz. Petrópolis/T. I. Cachoeirinha 04/02/2013 100 Indígenas

Miranda T. I. Pillad Rebuá/Aldeia Moreira 08/12/2013 Indígenas

Paranhos

T. I. Arroio Korá/T. I. Takwarity/Aldeia Paraguassu/Faz. Eliane e Campina 12/06/2013 127 Indígenas

Rio Brilhante

Faz. Sto. Antônio da Nova Esperança/Com. Laranjeira Nhanderu 04/01/2013 Indígenas

Rio Brilhante

Faz. Sto. Antônio da Nova Esperança/Com. Laranjeira Nhanderu 03/03/2013 35 Indígenas

Sete Quedas

T. I. Sombrerito/Guarani-Kaiowá /Faz. São Lucas/Floresta Negra 07/02/2013 200 Indígenas

Sidrolândia Fazenda Querência São José 07/02/2013 Indígenas

Sidrolândia Fazenda Querência São José 14/02/2013 60 Indígenas

Sidrolândia Sítio Santo Antônio 08/11/2013 200 Indígenas

Sidrolândia T. I. Buriti/Faz. Buriti/Terena 18/05/2013 Indígenas

Sidrolândia T. I. Buriti/Faz. Buriti/Terena 30/05/2013 40 Indígenas

Subtotal 61 2.639

Ocupações/Retomadas

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Organização

Amambaí/Coronel Sapucaia

Faz. Madama/Kurussu Ambá/Acamp. às margens da MS-289 07/03/2013 130 Índios

Aquidauana Faz. Esperança/T. I. Taunay Ipeg 31/05/2013 100 Índios

Aquidauana Faz. Esperança/T. I. Taunay Ipeg 24/06/2013 Índios

Aquidauana T. I. Limão Verde/Faz. Bonanza 12/09/2013 25 Índios

Aquidauana Aquidauana T. I. Limão Verde/Faz. da Mocinha 12/09/2013 25 Índios

Caarapó Aldeia Te Yikue/Te'yikue/Faz. Sta Helena/Faz. Sardinha 18/02/2013 40 Índios

Campo Grande Aldeia Água Bonita 04/09/2013 104 Índios

Corumbá/Porto Murtinho T. I. Kadiwéu/Faz. Limoeiro 21/08/2013 60 Índios

Corumbá/Porto Murtinho T. I. Kadiwéu/Faz.

Ressaco 21/08/2013 60 Índios

Dois Irmãos do Buriti/Sidrolândia Faz. São Sebastião/T. I. Buriti 04/06/2013 Índios

Dourados Acamp. Nhu Porã/Campo Bonito/Curral de Arame 18/11/2013 95 Índios

Dourados

Com. Apyka'y/Acamp. na BR-463/Km 10/Próximo à Faz. Serrana 15/09/2013 30 Índios

Page 51: Região Centro-Oeste + Tocantins

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Iguatemi Faz. Chaparral/T. I. Ivy Katu 23/10/2013 250 Índios

Iguatemi Sítio São Marcos/T. I. Ivy Katu 17/10/2013 15 Índios

Iguatemi Tekohá Mbaraka'y-Pyelito Kue/Guarani Kaiowá 05/08/2013 170 Índios

Iguatemi/Japorã Faz. São José/T. I. Ivy Katu 27/10/2013 30 Índios

Inocência Fazenda Boa Vista 01/01/2013 80 Terra Livre

Japorã Faz. São Jorge/T. I. Ivy Katu 13/10/2013 30 Índios

Juti T. I. Guarani-Kaiowá/Aldeia Taquara/Faz. Brasília do Sul 28/02/2013 64 Índios

Miranda

Área não Identificada/Arrendada para a Criação de Gado/T. I. Pillad Rebuá 09/10/2013 50 Índios

Miranda Chácara Boa Esperança/T. I. Pillad Rebuá 09/10/2013 50 Índios

Miranda T. I. Cachoeirinha/Faz. São Pedro de Paratudal 08/07/2013 Índios

Miranda T. I. Cachoeirinha/Faz. São Pedro de Paratudal 04/10/2013 30 Índios

Ponta Porã/Sidrolândia Faz. Cambará/T. I. Buriti 15/05/2013 Índios

Ponta Porã/Sidrolândia Faz. Cambará/T. I. Buriti 02/06/2013 60 Índios

Sidrolândia Faz. Água Clara/T. I. Buriti 22/06/2013 100 Índios

Sidrolândia Faz. Lindóia/T. I. Buriti 02/06/2013 Índios

Sidrolândia Fazenda Querência São José 05/02/2013 60 Índios

Sidrolândia T. I. Buriti/Faz. Buriti/Terena 15/05/2013 Índios

Sidrolândia T. I. Buriti/Faz. Buriti/Terena 31/05/2013 40 Índios

Sidrolândia T. I. Buriti/Faz. Santa Helena 15/05/2013 50 Índios

Subtotal 31 1.748

Conflitos por Terra – MS: Total 91 4.387

GOIÁS - Conflitos por Terra

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Categoria

Itauçu

Acamp. na GO-054/Próx. à Fazenda do Estado/CórregoRico 22/05/2013 20 Sem Terra

Rio Verde P. A. Fazenda Pontal dos Buritis 03/05/2013 Assentados

Rio Verde P. A. Fazenda Pontal dos Buritis 19/09/2013 Assentados

Santa Cruz de Goiás

Faz. Vala do Rio do Peixe/Di' Roma 11/05/2013 20 Posseiros

Subtotal 4 40

Ocupações/Retomadas

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Organização

Arenópolis Faz. das Pedras/Acamp. Renovar 17/10/2013 SI

Fazenda Nova Faz.Sta Ines/N.Sra de Fátima/Impertenente 05/12/2013 113 Fetraf

Israelândia Fazenda Itaipava 18/09/2013 123 Fetraf

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Lagoa Santa Fazenda do Gaúcho 07/05/2013 120 Terra Livre

Lagoa Santa Fazenda Santa Maria 13/01/2013 70 Terra Livre

São Miguel do Araguaia Fazenda Rancho Alegre 11/08/2013 45 MVTC

Vila Propício Fazenda Caieiras 11/08/2013 300 MST

Subtotal 7 771

Acampamentos

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Organização

Aparecida de Goiânia/Aragoiânia Acamp. Santiago/GO- 040 02/09/2013 370 SI

Itauçu

Acamp. na GO-054/Próx. à Fazenda do Estado/CórregoRico 20/05/2013 20 Terra Livre

Subtotal 2 390

Conflitos por Terra – GO: Total 13 1.201

TOCANTINS - Conflitos por Terra

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Categoria

Araguaína Índios Krahô/Apinajé 20/03/2013 Indígenas

Barra do Ouro Gleba Tauá 26/06/2013 10 Sem Terra

Campos Lindos Área Região de Rancharia/Warre Engenharia 18/11/2013 Posseiros

Campos Lindos Área Região de Rancharia/Warre Engenharia 20/11/2013 60 Posseiros

Campos Lindos Serra do Centro/Proj. Campos Lindos 24/09/2013 82 Posseiros

Campos Lindos/Goiatins Gleba Santo Antônio 25/09/2013 135 Posseiros

Esperantina Fazenda São Judas Tadeu 03/05/2013 250 Sem Terra

Fortaleza do Tabocão

Faz. Araguarina/Acamp. Olga Benário 18/11/2013 500 Sem Terra

Palmas Faz. Córrego Grande/Área da Agrotins 30/07/2013 125 Sem Terra

Palmeirante Assentamento Guariroba/Chácara Boa Vitória 16/04/2013 1 Assentados

Palmeirante Faz. Santo Reis/Brejão/Acamp. Vitória/Gleba Anajá 24/09/2013 19 Sem Terra

Paranã Faz. Sta. Maria/S. José/Vista Alegre 18/06/2013 2 Posseiros

Porto Nacional Faz. Dom Augusto/Acamp. Sebastião Bezerra

20/07/2013 Sem Terra Sem Terra

Porto Nacional Faz. Dom Augusto/Acamp. Sebastião Bezerra 31/07/2013 250 Sem Terra

São Bento do Tocantins P. A. Formosa/Faz. Marju 25/09/2013 56 Assentados

Tocantinópolis T. I. Apinajé/Apinayés/UHE Serra Quebrada/PAC 09/07/2013 227 Indígenas

Subtotal 16 1.717

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Ocupações/Retomadas

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Organização

Aliança do Tocantins Fazenda Aliança 07/03/2013 100 MAB/MST

Esperantina Fazenda São Judas Tadeu 03/05/2013 250 MST

Fortaleza do Tabocão

Faz. Araguarina/Acamp. Olga Benário 31/05/2013 500 MST

Muricilândia Assentamento Mato Azul 26/02/2013 90 MLST

Palmas Faz. Córrego Grande/Área da Agrotins 07/07/2013 125 MST

Palmas Fazenda Vargem Bonita 22/06/2013 400 MST

Subtotal 6 1.465

Acampamentos

Municípios Nome do Conflito Data Famílias Organização

Fortaleza do Tabocão

Faz. Araguarina/Acamp. Olga Benário 01/05/2013 500 MST

Subtotal 1 500

Conflitos por Terra – TO: Total 23 3.682

Fonte: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA. Conflitos no Campo, Brasil - 2013.

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PARTE IV: CONCLUSÕES

Pode-se considerar o mercado de trabalho do Centro-Oeste e Tocantins como heterogêneo, apesar de todos os avanços apresentados no presente texto. Entender estas diferenças é fundamental para uma melhor compreensão da região, assim como de que forma as transformações recentes no mercado de trabalho a afetaram. A análise do mercado de trabalho, considerando o período de 2004 a 2013 - caracterizado por um forte dinamismo - revela que a região Centro-Oeste e Tocantins foi impactada positivamente. No transcorrer dos 10 anos estudados, foram gerados mais de 1,4 milhão de novos postos de trabalho (formais e informais), com destaque para as atividades econômicas ligadas ao ramo da Construção e Madeira, Seguridade Social e Saúde e Comércio e Serviços. Porém, o resultado não ocorreu de forma uniforme, havendo diferenças tanto no que diz respeito aos estados pertencentes à região como em relação às atividades econômicas mais e menos dinâmicas no período. Um exemplo das diferenças no interior da região é o comportamento da taxa de desocupação. Em todos os estados a taxa regrediu significativamente entre 2004 e 2013, exceto no Tocantins que passou de 4,4% para 5,8%. Os dados do emprego formal, tabulados a partir de informações do MTE, revelam que o crescimento do emprego formal da região Centro-Oeste e Tocantins atingiu 70,4%, percentual superior aos 64,5% verificados no Brasil como um todo. Entretanto, apenas dois estados (Goiás e DF) concentram 63,0% de todo emprego formal da região, o que explica, por exemplo, a baixa taxa de formalização de Tocantins (34,6% dos ocupados). A remuneração média é outro dado marcante: enquanto a região apresentou crescimento médio real na ordem de 31,1%, Tocantins registrou crescimento de apenas 25,4%, único estado abaixo da média da região. Por fim, em relação às negociações coletivas estudadas pelo DIEESE, é importante dizer que o Centro-Oeste apresentou resultado mais favorável que a média verificada no Brasil. Apenas em 2011, a proporção de negociações com reajuste superiores à inflação foi inferior que o dado nacional e, nos anos seguintes, o Centro-Oeste teve desempenho melhor. Trabalho decente e conflitos no campo Em 2013 foram resgatados 320 trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão no Centro-Oeste e 41 no Tocantins. Em 2012, Goiás havia apresentado o maior número de empregadores flagrados no Brasil explorando mão de obra escrava, com 13 nomes incluídos na “lista suja” do trabalho escravo mantida pelo MTE. A pecuária bovina foi a atividade econômica que liderou as inserções, seguida da produção de carvão vegetal.

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A discriminação de gênero na região observada apontou que o Mato Grosso foi o estado da Federação que registrou a menor proporção do salário médio real de admissão das mulheres, comparativamente aos homens no primeiro trimestre de 2014: elas receberam 81,27% do salário oferecido a eles. Ainda nessa temática, o Distrito Federal apresentou em 2012 a discrepância mais acentuada da grande região em termos da jornada de trabalho de mulheres e homens, tendo as mulheres desempenhado 6,4 horas semanais de jornada total a mais do que os homens. Em 2012 foram registrados 49.113 acidentes de trabalho na região Centro-Oeste, contabilizando 788 acidentes a mais em comparação ao ano precedente. A omissão do registro da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) abrangeu aproximadamente 21% do total desses acidentes, ou seja, um em cada cinco acidentes de trabalho não foi formalmente registrado na região. No que se refere à aposentadoria, no Mato Grosso o total de aposentadorias ativas em dezembro de 2012 nas zonas rurais superou em 86% as relativas aos meios urbanos. No Tocantins, havia apenas 6 aposentadorias rurais ativas em dezembro de 2012 concedidas por tempo de contribuição, de um total de 73.715 – o que pode sinalizar que boa parte das trajetórias profissionais não tenha sido devidamente formalizada em carteira de trabalho. Especificamente nas zonas urbanas da região Centro-Oeste, 35% dos aposentados receberam o benefício por invalidez no mesmo período. Na região Centro-Oeste ocorreram 6 assassinatos em conflitos no campo em 2013, por disputa de terra, correspondendo a cerca de 20% do total de assassinatos no campo ocorridos no Brasil. Do total de vítimas fatais no país, 61,3% pertencem a grupos sociais caracterizados como populações tradicionais. Em se tratando dos povos indígenas, no Mato Grosso do Sul a luta das tribos Terena e Guarani Kaiowá pela reconquista de terras das quais foram espoliados obteve repercussão nacional, com mortes e prisões de indígenas: foram 61 conflitos, com 31 movimentos de ocupação ou retomada.17

17 Fonte: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA. Conflitos no Campo, Brasil - 2013.

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ANEXO

SINDICALIZAÇÃO

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Sindicalização 1. Brasil 1.1. Base Sindical A CUT conta hoje com 3.781 sindicatos filiados em todo Brasil, representando 25 milhões de trabalhadores na base, e tem 7,9 milhões de sócios em seu cadastro (dados de fev/15). Somos a maior central sindical no Brasil e a 5ª maior do mundo. Em relação à base de 25 milhões nos estados brasileiros, a figura a seguir mostra que apenas 2 possuem mais de 3 milhões de trabalhadores na base: São Paulo tem 3,9 milhões e Bahia 3,2 milhões. No Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e Pará o número de trabalhadores na base fica entre 1 e 3 milhões. Em 8 estados (Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Maranhão e Amazonas) a base CUTista se situa entre 500 mil e 1 milhão e, em outros 11 (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá) a base da Central fica abaixo de 500 mil pessoas.

NÚMERO DE TRABALHADORES NA BASE DA CUT POR ESTADO

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1.2. Sindicalizados

A filiação de trabalhadores a nossa Central alcançou os 7,9 milhões de sócios, representando 31% da base total de 25 milhões. O índice mais elevado de filiados situa-se no estado de São Paulo, com 13% dos filiados CUTistas, seguido de perto pela Bahia (11,7%). As menores bases estão nos estados do Amapá e Roraima com 0,26% e 0,31%, respectivamente.

NÚMERO DE TRABALHADORES SINDICALIZADOS DA CUT POR ESTADO

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A região Nordeste concentra a maioria dos filiados CUTistas. São mais de 3,3 milhões de pessoas, o que representa 42,27% do total de 7,9 milhões de sócios. A região Sudeste vem em segundo lugar com 2,17 milhões de sócios ou 27,4% dos filiados. As regiões Sul e Norte praticamente empatam com 892 mil e 875 mil sócios, respectivamente, representando cerca de 11% do total de filiados.

Número de sindicalizados por região (em nº absoluto e %)

A grande maioria dos filiados da região Nordeste, concentra-se no Macrossetor Rural, situação semelhante à da região Norte. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a maior parcela de filiados concentra-se no Serviço Público. O Macrossetor do Comércio, Serviços e Logística é forte nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde supera os Macrossetores da Indústria e Rural.

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2. Região Centro Oeste e Tocantins Na região Centro-Oeste e Tocantins, como visto anteriormente, há um total de 633 mil pessoas filiadas a entidades CUTistas. O Serviço Público concentra maior número de trabalhadores filiados na região, com 116 entidades e mais de 265 mil filiações. Os demais Macrossetores possuem entre 39 e 132 sindicatos e entre 26 à 179 mil sindicalizados (as).

Os mapas a seguir mostram a concentração municipal de trabalhadores sócios da CUT por Macrossetor: em vermelho estão os municípios com maior número de trabalhadores CUTistas, cuja densidade vai diminuindo de acordo com a coloração dos demais municípios (verde escuro, lilás, verde claro, amarelo e pastel).

Comércio, Serviços e Logística Indústria

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Serviço Público Rural

Na região Centro-Oeste e Tocantins, a Educação concentra, em 38 sindicatos, o maior número de filiações do Macrossetor Serviço Público: quase 135 mil filiados, o que representa mais de 50% dos filiados da região. A Administração Pública Municipal está em seguida, com mais de 653 mil sindicalizados em 11 sindicatos; a Saúde detém o terceiro maior número de filiados (36,3 mil).

O Macrossetor comércio, serviços e logística possui 80 sindicatos e um total de 179 mil pessoas filiadas à CUT. Desse total a maioria é do setor de Comércio, com 41% ou 75 mil filiados em 27 sindicatos, seguido pelo setor Financeiro, que tem 27 mil sócios em 7 sindicatos. O terceiro setor com maior número de filiados é o de Comunicação, Publicidade e Jornalismo com 21,6 mil sindicalizados em 13 sindicados.

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Os trabalhadores e trabalhadoras do setor Rural são a maior categoria com número de filiados à CUT: mais de 162 mil em 132 sindicatos.

No Macrossetor Indústria o número de sócios passa dos 26 mil, em 39 sindicatos. O setor de Construção possui a maior parcela deles, com 9,9 mil sócios ou 38% do total, em 15 sindicatos; o setor de Alimentação vem em seguida com 7,8 mil sócios, representando 29,9% do Macrossetor na região Centro-Oeste, e o setor Metalúrgico tem 7,7 mil sócios em 4 sindicatos.

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FICHA TÉCNICA

Coordenação 12º CONCUT Sérgio Nobre (coordenador)

Antonio de Lisboa Amancio Vale Carmen Foro

Jandyra Uehara José Celestino Lourenço

Julio Turra Maria Aparecida Faria

Quintino Severo Rosana Sousa Fernandes

Rosane Bertotti Rosane Silva

Shakespeare Martins

Organização da publicação Secretaria-Geral Nacional

Secretaria Nacional de Formação

Conteúdos DIEESE-Subseção CUT Nacional

Instituto Observatório Social Secretaria Nacional de Organização

Revisão Texto e Editoração

Secretaria Nacional de Comunicação Instituto Observatório Social

São Paulo, outubro de 2015

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Direção Executiva Nacional – CUT Brasil Gestão 2012-2015

Presidente Vagner Freitas de Moraes Vice-presidenta Carmen Helena Ferreira Foro Secretário-Geral Sérgio Nobre Secretária-Geral Adjunta Maria Aparecida Faria Secretário de Administração e Finanças Quintino Marques Severo Secretário-Adjunto de Administração e Finanças Aparecido Donizeti da Silva Secretário de Relações Internacionais Antônio de Lisboa Amâncio Vale Secretário-Adjunto de Relações Internacionais João Antônio Felício Secretária de Combate ao Racismo Maria Júlia Reis Nogueira Secretária de Comunicação Rosane Bertotti Secretário de Formação José Celestino Lourenço (Tino) Secretário-Adjunto de Formação Admirson Medeiros Ferro Júnior (Greg) Secretário de Juventude Alfredo Santana Santos Júnior Secretário de Meio Ambiente Jasseir Alves Fernandes

Secretária da Mulher Trabalhadora Rosane Silva Secretário de Organização Jacy Afonso de Melo Secretário-Adjunto de Organização Valeir Ertle Secretário de Políticas Sociais Expedito Solaney Pereira de Magalhães Secretária de Relações do Trabalho Maria das Graças Costa Secretário-Adjunto de Relações do Trabalho Pedro Armengol de Souza Secretária de Saúde do Trabalhador Junéia Martins Batista Secretário-Adjunto de Saúde do Trabalhador Eduardo Guterra Diretoras e Diretores Executivos Daniel Gaio Elisângela dos Santos Araújo Jandyra Uehara Júlio Turra Filho Rogério Pantoja Roni Barbosa Rosana Sousa Fernandes Shakespeare Martins de Jesus Vítor Carvalho Conselho Fiscal Antonio Guntzel Dulce Rodrigues Sena Mendonça Manoel Messias Vale Suplentes Raimunda Audinete de Araújo Severino Nascimento (Faustão) Simone Soares Lopes

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