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  • 8/17/2019 Reforma Ortográfica Da Língua Portuguesa (PDF)

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    Módulo I – O Acordo Ortográfico

    1. Breve histórico do Acordo Ortográfico2. Presença da língua portuguesa no mundo

    3. Importância do Acordo Ortográfico de 1990

    1. Breve histórico do Acordo Ortográfico1

    Desde 1915, várias foram as tentativas de harmonizar a ortografia dalíngua portuguesa do Brasil com a de Portugal.

    Portugal iniciou em 1739 o processo de fixação da língua portuguesa,com instruções aos professores. Nesse ano, João Moraes Madureira Feijópublica Orthographia ou Arte de escrever e pronunciar com acerto a língua

     portugueza.

    Mas foi pelas mãos de Gonçalves Viana, filósofo, linguista e lexicógrafo,que foi escrita a revolucionária Ortografia Nacional. Simplificação euniformização sistemática das ortografias portuguesas, publicada em 1904. Seu

    trabalho foi a base para a Comissão de Reforma Ortográfica (instituída emPortugal, em 1911) estabelecer uma ortografia simplificada, a ser usada empublicações oficiais e adotada no ensino da língua.

    A reforma ortográfica proposta pela comissão transformou-se no textopublicado em 1912 pelo então Ministro do Interior de Portugal: Bases para aUnificação da Ortografia que deve ser adoptada nas Escolas e Publicações

    Oficiais. Essa nova ortografia foi aceita sem resistências em Portugal, mas noBrasil gerou polêmica e não foi adotada, apesar do movimento que aqui já se

    estabelecia pela simplificação ortográfica. Assim, ficaram os dois países comortografias completamente diferentes: Portugal com uma ortografia reformada eo Brasil com a antiga.

    A partir de 1915, quando a Academia Brasileira de Letras2  resolveu

    1 TAVARES, Manuel; RICARDO, Maria Manuel C. Breve história do acordo ortográfico. Rev. Lusófona deEducação, Lisboa, n. 13, 2009. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 2012.

    2 A Academia Brasileira de Letras (ABL) é uma instituição privada independente, inaugurada em 1897, sediadano Rio de Janeiro, cujo objetivo é a cultura da língua e da literatura nacionais. É também conhecida como aCasa de Machado de Assis, por ter sido esse grande escritor seu primeiro presidente, chamado de mestre até

    pelos seus colegas.Ocupou-se da organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, com as alterações do

    Acordo Ortográfico de 1990. Nas palavras do presidente da instituição, ao apresentar a mais recente edição doVOLP: “Ao oferecer ao público esta 5ª edição do VOLP, esperamos continuar cumprindo a tarefa que à Casa

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    harmonizar a ortografia brasileira com a portuguesa, várias foram as tentativaspara que a unificação desse certo, mas todas infrutíferas. Ora a proposta não eraaceita por Portugal, ora pelo Brasil.

    No Brasil foi aprovado o Formulário Ortográfico de 1943, com umconjunto de instruções estabelecido pela Academia Brasileira de Letras paraorganização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que, comalterações introduzidas por lei em 1971, rege a escrita do português brasileiroaté hoje.

    Portugal, por sua vez, estabeleceu em 1945 as regras ortográficas vigentes

    em todos os países de língua portuguesa, exceto no Brasil, que continuouseguindo o Formulário Ortográfico de 1943.

    Em 1986, representantes dos sete países de língua portuguesa acordaramas Bases Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa de 1945,que nunca chegaram a ser implementadas.

    Finalmente, foi firmado em 1990 o Acordo Ortográfico da LínguaPortuguesa, tratado internacional cujo objetivo é a criação de uma ortografiaunificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficialportuguesa. À época foi assinado por representantes oficiais de Angola, Brasil,Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe e, em2004, teve também a adesão do Timor-Leste, após a obtenção de suaindependência.

    Depois de ratificado por todos os chefes de estado e de governo daComunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Acordo então passou aser implantado nos diversos países. No Brasil, sua implementação iniciou em2009.

    2. Presença da língua portuguesa no mundo3

    Atualmente, o português é língua oficial de oito países (Portugal, Brasil,Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor--Leste). Apesar da existência de vocábulos nativos, modificações gramaticais epronúncia própria de cada país, existe uma unidade da língua.

    O português também é falado em pequenas comunidades que tiveram

    origem em povoamentos portugueses datados do século XVI, como é o caso dede Machado de Assis lhe foi conferida pelo governo brasileiro.”3 Português no mundo. Disponível em: . Acesso

    em: 14 out. 2012.

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    Zanzibar (África); Macau (China); Goa, Diu, Damão  (Índia) e Málaca(Malásia).

    Até o Acordo Ortográfico de 1990, a língua portuguesa era a única línguaocidental falada por mais de 100 milhões de pessoas com duas ortografiasoficiais.

    Fonte: CPLP4 

    3. Importância do Acordo Ortográfico de 1990

    “Considerando que o projecto de texto de ortografia unificada de línguaportuguesa aprovado em Lisboa, em 12 de outubro de 1990, pela Academia das

    Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e delegações de Angola,Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com a adesãoda delegação de observadores da Galiza, constitui um passo importante para adefesa da unidade essencial da língua portuguesa  e para o seu prestígiointernacional,  [...]” (parágrafo inicial do texto original do Acordo Ortográficode 19905; grifo nosso.)

    4 Disponível em: . Acesso em: 14 out. 2012.5 Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Disponível em: .Acesso em: 14 out. 2012.

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    Módulo II – Revisão de alguns conceitos importantes

    1. Alfabeto2. Vogais e consoantes

    3. Sílaba

    4. Classificação das palavras quanto ao número de sílabas

    5. Encontros vocálicos

    6. Classificação das palavras quanto à tonicidade

    7. Palavra composta e palavra prefixada

    1. Alfabeto

    Para registro escrito dos sons da língua portuguesa são usados algunssinais gráficos denominados letras. Ao conjunto de letras chama-se alfabeto.

    A palavra alfabeto vem do grego, da reunião do nome das duas primeirasletras desse idioma – alfa  e beta. Palavra sinônima é abecedário, de origemlatina, formada pelas três primeiras letras latinas – a, b e c.

    Atualmente o alfabeto da língua portuguesa possui 26 letras, entre vogaise consoantes.

    São elas: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z.

    2. Vogais e consoantes

    As vogais são sons articulados pela vibração das cordas vocais, sem

    obstáculos à passagem do ar. São as letras que se pronunciam sem o auxílio deoutras letras: a, e, i, o, u.

    As consoantes, como indica a própria palavra, só podem soar com oauxílio de uma vogal. Na pronúncia das consoantes há sempre, em algum pontoda cavidade bucal, um obstáculo à passagem do ar, seja ele total, que interrompemomentaneamente a passagem do ar, seja parcial, que comprime a cavidade,sem, contudo, interceptar a corrente expiratória.

    Na língua portuguesa, as vogais são sempre centro de sílaba, enquanto as

    consoantes são sons marginais que só aparecem junto a uma vogal.

    Entre as vogais e as consoantes estão as semivogais – i e u quando estão

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     juntas de uma vogal e com ela formam uma sílaba: meu, quase, armário, jeito.

    3. Sílaba

    Sílaba é um som ou a reunião de sons emitidos de uma só vez, de uma sóexpiração. Quando uma palavra é pronunciada, são emitidos pequenossegmentos de sons, que serão tantos quantas forem as vogais.

    sí-la-ba, al-fa-be-to

    4. Classificação das palavras quanto ao número de sílabas

    As palavras podem ser classificadas pelo número de sílabas:monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas.

    Monossílabas são as palavras constituídas de uma única sílaba: nó, quem,a, mão.

    Dissílabas são as constituídas de duas sílabas: jei-to, so-nho, lu-ar, pra-do.

    São trissílabas quando constituídas de três sílabas: pri-mei-ra, an-dan-ça,

    vi-bran-te.

    Polissílabas, as de mais de três sílabas: al-fa-be-to, por-tu-gue-sa, li-ber-da-de, ju-ri-di-ca-men-te.

    5. Encontros vocálicos

    As vogais podem-se encontrar na mesma sílaba ou em sílabas distintas.

    Classificam-se os encontros vocálicos em:

    a) Ditongo – encontro de uma vogal com uma semivogal ou de umasemivogal com uma vogal na mesma sílaba.

    mingau, quase, seis, herói

    b) Tritongo – encontro de uma semivogal + uma vogal + uma semivogalna mesma sílaba.

    enxaguei, saguão, Uruguaic) Hiato – encontro de duas vogais, mas em sílabas diferentes.

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    a-in-da, sa-ú-va, hi-a-to, ba-ú

    Os ditongos podem ser crescentes e decrescentes, abertos e fechados.

    O ditongo é crescente quando a semivogal vem antes da vogal: água,série, história, mágoa, lábio, quase. O ditongo é decrescente quando a semivogalaparece depois da vogal: aula, dinheiro, baixo, couro, boi, sauna.6

    Diz-se que o ditongo é aberto quando se une uma vogal de timbre aberto

    (a, é, ó) a uma semivogal ou vice-versa: céu, ideia, pai, rói, pátria etc. Quando seune uma vogal de timbre fechado (i, u, ô, ê) a uma semivogal, diz-se que há umditongo fechado: meu, doido, teia etc.

    6. Classificação das palavras quanto à tonicidade

    Todas as línguas têm uma musicalidade própria. A entonação, o ritmo,sílabas mais longas ou mais curtas dão o tom característico do falar dos usuáriosda língua.

    Todas as sílabas de um vocábulo devem ser pronunciadas para que setenha boa pronúncia dele, mas uma se ressalta – a tônica – sobre a qual recai oacento tônico da palavra: aquela cujo tom predomina. As demais sílabas dovocábulo dizem- -se átonas.

    O acento tônico na língua portuguesa – que nem sempre é marcado porum sinal diacrítico (agudo ´, grave `, circunflexo ^ e til ~) – pode ocupar trêsposições, segundo as quais os vocábulos se classificam:

    a) Oxítonas – quando o acento recai na última sílaba.Conceição, português, sabiá

    b) Paroxítonas – quando o acento recai na penúltima sílaba.

     fácil, cavalo, rit mo, serenata

    c) Proparoxítonas – quando o acento recai na antepenúltima sílaba.

    6 Fonte: Gramática Comunicativa Sacconi – Luiz Antonio Sacconi.Pesquisa e adaptação: Equipe SCD de Língua Portuguesa.

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    parênteses, quântico, princí pio, bár baro

    7. Palavra composta e palavra prefixada

    Antes de mais nada, é importante diferenciar palavra composta de palavraprefixada.

    Palavra composta  – formada por elementos que podem ser substantivo,pronome, adjetivo, verbo ou numeral ligados ou não por preposição: decreto-lei(subst. + subst.), nossa-amizade (pron. + subst.), luso-brasileiro (adj. + adj.),conta- -gotas (verbo + subst.), primeira-dama (numeral + subst.), cana-de-açúcar(subst. + prep. + subst.).

    Palavra prefixada – palavra cujo primeiro elemento é prefixo ou palavracom função prefixal: sublinhar, antepassado,  pró-ativo, inter -relacionar, nãofumante.

    O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é o texto queapresenta as Bases que devem nortear os Estados signatários para elaboração deum vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa o mais completopossível.

    Nele consagraram-se algumas alterações que interessam diretamente aosusuários brasileiros da língua portuguesa. Nos módulos seguintes serãoapresentadas as orientações do novo acordo.

    O texto completo desse documento está disponível no endereço:

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    Módulo III – A acentuação gráfica de acordo com a Reforma

    1. Monossílabos tônicos

    2. Palavras oxítonas3. Palavras paroxítonas

    4. Palavras proparoxítonas

    1. Monossílabos tônicos

    Acentuam-se os terminados em:

    -a/-as: já, lá, cá, pás, más, vás

    -e/-es: fé, pé, ré, mês, dês, vês

    -o/-os: pó, dó, só, nós, vós, pôs

    Acentua-se também a palavra pôr  (verbo) para diferenciá-la de por  (preposição).

    2. Palavras oxítonas

    Acentuam-se as terminadas em:

    -a/-as: cará, Pará, jacá, satanás, atrás, habitá-la (verbo habitar + pronome la)

    -e/-es: café, você, José, português, cortês, freguês, bebê-lo (v. beber + pron. lo)

    -o/-os: avô, mocotó, paletó, após, avós, cipós, sobrepô-las (v. sobrepor + pron. las)

    -em/-ens: também, porém, Jerusalém, vinténs, parabéns, armazéns

    3. Palavras paroxítonas

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    Acentuam-se as terminadas em:

    -l: útil, horrível, móvel, têxtil

    -n: hífen, pólen, abdômen, éden

    -r: açúcar, cadáver, repórter, caráter

    -x: fênix, tórax, dúplex, látex

    -ã/-ãs: órfã, ímã, órfãs, ímãs

    ditongo: água, fáceis, órfão, área, cárie

    -i/-is: cáqui, táxi, lápis, grátis

    -on/-ons: elétron, prótons, nêutrons

    -us: vírus, ônus, Vênus, bônus

    -um/-uns: álbum, álbuns

    -ps: bíceps, fórceps, Quéops

    Agora observe as mudanças na acentuação gráfica das paroxítonas:

    a) Não são mais acentuadas as palavras homógrafas (mesma grafia e significadosdiferentes) relacionadas a seguir:

    para (verbo) – para (preposição)polo(s) (substantivo) – polo(s) (contração arcaica de preposição e artigo)

    pera(s) (substantivo) – pera (preposição arcaica)

    pelo(s) (substantivo) – pelo (verbo pelar) e pelo(s) (contração de prep. e artigo)

    pela(s) (substantivo) – pela(s) (contração de preposição e artigo)

    b) Assinalam-se com acento circunflexo:

    • Obrigatoriamente, pôde (3a pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo)

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    para distingui-la da correspondente forma do presente do indicativo ( pode).

    • Facultativamente:

    dêmos (1a pessoa do plural do presente do subjuntivo) para se distinguir da corres-pondente forma do pretérito perfeito do indicativo (demos);

     fôrma (substantivo), distinta de  forma (substantivo; 3a  pessoa do singular dopresente do indicativo ou 2a pessoa do singular do imperativo do verbo formar ).

    c) Não são mais acentuadas as paroxítonas terminadas em -oo e -eem

    Portanto, não acentue: abençoo, coo, coroo, desentoo, doo, enjoo, escoo, moo,perdoo, povoo, ressoo, sobrevoo, voo.

    Também as formas verbais terminadas em -eem  perderam o acento gráfico:creem, deem, descreem, leem, preveem, releem, veem, reveem.

    d) A acentuação dos verbos ter e vir

    Permanece a acentuação gráfica das formas da terceira pessoa do plural dopresente do indicativo dos verbos ter  e vir  e de seus derivados (conter, deter,manter, reter, advir, convir, intervir etc.). Veja os exemplos:

    O advogado tem inúmeros compromissos.Os advogados têm inúmeros compromissos.

    A testemunha mantém a palavra dada.As testemunhas mantêm a palavra dada.

    O servidor vem à cafeteria sempre.Os servidores vêm à cafeteria sempre.

    O professor intervém em todas as aulas.Os professores intervêm em todas as aulas.

    e) A acentuação gráfica dos ditongos abertos ei e oi

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    As paroxítonas que apresentam ditongos abertos ei  e oi  perderam o acentográfico. Portanto, não acentue mais: alcateia, androide, apoia (verbo apoiar), apoio(verbo apoiar), assembleia, boia, celuloide, colmeia, Coreia, egoico, epopeia,estoico, estreia, estreio (verbo estrear), geleia, heroico, ideia, introito, iridoide,

     jiboia, joia, mongoloide, odisseia, paranoico, paranoia, plateia, proteico, tramoia,ureia, verborreia.

    Porém, fique atento! Os ditongos abertos ei e oi continuam grafados com acentoagudo quando aparecem nas palavras oxítonas, nos monossílabos tônicos e, maisraramente, nas palavras proparoxítonas: anéis, alcalóidico, aracnóideo, caubói,corrói (verbo corroer), dói (verbo doer), fiéis, herói, lençóis, papéis, remói (verboremoer), rói (verbo roer).

    f) Acentuação das vogais i e u tônicas nas palavras oxítonas e nas paroxítonas

    Ocorre acento gráfico quando a segunda vogal do hiato for i  ou u  tônicas,sozinhas na sílaba ou acompanhadas de s: baú, caís (verbo cair), Esaú, Luís, país,alaúde, amiúde, baía, balaústre, ciúme, viúva, cafeína, egoísmo, faísca, graúdo,gaúcho, juízes, juízo, saída, influíste (verbo influir), paraíso, raízes, recaída, ruína,sanduíche, Grajaú, Ataíde, baraú (indígena), maú (ave), açaí, aparaí (indígena),saúde, suíço.

    Entretanto, não serão acentuados o i e o u se a sílaba posterior a eles iniciar pornh: rainha, moinho, tainha, campainha.

    A novidade da Reforma Ortográfica é a supressão do acento gráfico quando o i eo u tônicos vierem depois de um ditongo nas palavras paroxítonas: aiuba (árvore),baiuca (casa humilde), bocaiuva (palmeira), cauira (avaro), feiume, feiura, maoista,

    tapaiuna (povo indígena), tuiucas (povo indígena), tuiuva (abelha).

    Porém, mesmo com a presença do ditongo, quando estiverem no final daspalavras (oxítonas), o i  e o u, seguidos ou não de s, continuam sendo acentuados:Piauí, teiú (lagarto), tuiuiú (ave), baús.

    4. Palavras proparoxítonas

    Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

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    lâmpada, médico, fôlego, lágrima, quilômetro, república, úmido, árvore

    Também são acentuadas as chamadas proparoxítonas aparentes:

    náusea, etéreo, glória, série, lírio, mágoa, nódoa, língua, vácuo, amêndoa,argênteo, Islândia.

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    Módulo IV – O Acordo e o uso do hífen

    1. Nas formações com prefixos e “falsos prefixos”2. Nas formações por sufixação

    3. Em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares

    1. Nas formações com prefixos e “falsos prefixos”

    a) Pelas novas regras, usa-se o hífen se o prefixo termina com a mesmaletra com que se inicia a outra palavra:

    anti-imperialismo, anti-inflamatório, anti-inflacionário, auto-observação,auto-oxidação, contra-acusação, contra-arrazoado, contra-arrazoar, infra--acústico, infra-assinado, infra-axilar, inter-racial, inter-regional, inter--relacionamento, micro-ondas, micro-ônibus, micro-organismo, sobre--edificação, sobre-elevado, sobre-excedente, sub-base, sub-bibliotecário, super--realismo, super-requintado.

    b) Quando o prefixo termina com letra diferente daquela com que se iniciaa outra palavra, não se usa hífen:

    autoanálise, autoatendimento, autocensura, autobiografia, autoescola,antiaéreo, antibélico, infraestrutura, intermunicipal, intertexto, pseudocélula,pseudodemência, pseudofóssil, semiaberto, semialfabetizado, semicírculo,semifinal, semilegal, subchefe, subgênero, subgerente, supercampeonato,superfaturamento, superinteressante, supradito, supraespinhoso,supramencionado, suprapartidário, ultraconservador, ultrademocrático,ultranacionalista.

    c) Se o prefixo de uma palavra termina em vogal e o segundo elementocomeça com r ou s, não se emprega o hífen e as consoantes são escritas de formadobrada:

    Então, de agora em diante, escreva: antessala, antessacristia, antirreflexo,antirreligioso, antissemita, antissocial, autorretrato, autorregulamentação,autossugestão, biorritmo, contrarrazões, contrassenso, contrarregra, cosseno,extrasseco, infrarrenal, microssistema, minissaia, semirreal, suprarrenal,ultrarromântico, ultrassom, ultrassonografia.

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    O hífen é obrigatório quando o prefixo terminar com a letra r e a palavraseguinte iniciar com a mesma consoante (alínea a).

    Portanto, separe com hífen: hiper-realismo, hiper-realização, hiper--reatividade, hiper-reflexo, hiper-rugoso, inter-racial, inter-regional, inter--relação, inter-relacionável, inter-relacionamento, inter-relatividade, inter-renal,inter-resistente, super-reação, super-realidade, super-realismo, super-realizador,super-reativo, super-regeneração.

    Porém, é preciso atenção com o prefixo trans (repare a terminação em -s),pois quando ele se une a uma palavra iniciada pela letra s, não há hífen nem

    duplicação dessa consoante. Por isso, independentemente do aspecto gráfico dapalavra, escreva: transecular, transiberiano, transubstanciação,transubstancialismo, transubstanciar, transexual, transexualismo, transexualizar.

    d) O prefixo co aglutina-se sempre com o segundo elemento:

    coabitação, coabitante, coabitar, coadaptação, coadquirir, coaluno,coautor, coautoria, cocontratar, coeditor, coeducativo, coerdar, coerdeiro,coexistência, coigualar, conaturalizado, coobrigação, coocupação, cooficiar,

    coopositor, coparticipação, coparticipar, copartícipe, copiloto, coprodução,coproduzido, coproduzir, coproprietário, coproteger, coprotetor, correalidade,correlação, correligionário, corresponsável, cossegurar, corréu, cosseno,cossegurado, covariação.

    Causadora de enorme polêmica em todo o Brasil, a grafia coerdeiro  foinormatizada pela Academia Brasileira de Letras, instituição incumbida depublicar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), embora “co-herdeiro” atenda ao princípio inserto no Acordo Ortográfico. Segundo a ABL,

    tal decisão levou em conta a tradição lexicográfica brasileira (a supressão daletra h está inteiramente consagrada pelo uso em palavras como coabitar,desarmonia, desumano, lobisomem, inábil, reabilitar, reaver) e uma melhorsistematização da grafia de palavras iniciadas pelo prefixo co.

    e) Apesar de o Acordo Ortográfico estabelecer hífen quando o prefixoterminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra, no Brasilpermanece a grafia de palavras iniciadas pelo prefixo re sem hífen:

    reedição, reedificar, reeducação, reelaboração, reeleger, reeleito,

    reencaminhar, reencontro, reendereçar, reengajamento, reensinar,reentronização, reenviar, reerguimento, reescrever, reescrito, reestabelecer (ou

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    restabelecer), reestimulado, reestruturação (ou restruturação), reexame,reexaminar, reexibição, reexplicar, reexportar, reextradição.

    Note que as demais combinações com o prefixo re  também nãoapresentam hífen: readaptação, reafirmar, reagrupar, realinhado, reanexado,reaparecimento, reaplicar, rebobinar, recadastramento, recalcificação, recalcular,recapacitação, recapitulação, reciclagem, redemocratizar, redescoberta,refinanciamento, reformular, reimersão, reimpor, relançamento, reloteamento,remarcação, remergulhar, renascer, renegociação, renormalizar, reorientação,rerratificação, retraduzido.

    Tal dissonância entre a regra geral da Reforma Ortográfica e a posiçãooficial do Brasil é esclarecida pela Academia Brasileira de Letras. Segundo aABL, o prefixo re não foi sequer mencionado no Acordo; portanto, para evitarchoque com a tradição lexicográfica brasileira, a supressão do hífen fica mantidano caso em questão. A consulta do Vocabulário Ortográfico da LínguaPortuguesa (VOLP), 5. ed., 2009, é importante para solucionar eventuaisdúvidas quanto à grafia das palavras.

    f) Emprega-se o hífen se o primeiro elemento da palavra composta for

    além, aquém, ex (estado anterior), recém, sem, vice e pós, pré e pró (tônicos):

    além-fronteira, além-mar, além-túmulo, aquém-mar, aquém-oceano, ex--aluno, ex-diretor, ex-prefeito, ex-presidente, recém-aberto, recém-casado,recém-chegado, recém-criado, recém-nascido, sem-cerimônia, sem-terra, sem--teto, sem-vergonha, vice-almirante, vice-cônsul, vice-diretor, vice-ministro,pós-adolescência, pós-doutorado, pós-graduação, pós-maturação, pré-datado,pré-escolar, pré-fabricado, pré-vestibular, pró-europeu, pró-memória, pró--socialista.

    Os prefixos pós, pré e pró são tônicos quando a pronúncia do e e do o foraberta (é e ó) e, consequentemente, devem ser escritos sempre com hífen:

    pós-datado, pós-dorsal, pós-doutorado, pós-escrito, pós-glacial, pós--graduação, pós-guerra, pós-maturação, pré-adolescência, pré-ajustar, pré--candidatura, pré-contrato, pré-cozido, pré-escolar, pré-romano, pró-análise, pró--cidadão, pró-criança, pró-europeu, pró-forma, pró-memória, pró-socialista, pró--vida.

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    Quando átonos (som fechado do ê e ô), os prefixos pos, pre  e proaglutinam-se com o radical da palavra:

    poscéfalo, posfácio, pospor, precitado, precondição, predefinido,predeterminado, predispor, predizer, preestabelecer, preexistente, prefixo,prequestionar, prequestionamento, procônsul, procriação, pronome.

    A grafia correta de inúmeras palavras que empregam esses prefixosmuitas vezes oferece incerteza, pois a tonicidade é assunto complexo no estudodo idioma. Em vista disso, é de suma importância a consulta ao Vocabulárioquando houver necessidade.

    O VOLP (5. ed., 2009), em virtude da dificuldade de estabelecer distinçãoentre e aberto e e fechado em inúmeros vocábulos que empregam o prefixo pré-,registra duas grafias para as seguintes palavras:

    pré-demarcação/predemarcaçãopré-demarcar/predemarcarpré-eleição/preeleiçãopré-eleito/preeleitopré-embrião/preembriãopré-requisito/prerrequisito

    Devido à complexidade da matéria acento tônico em português, éimportante a consulta do VOLP para dirimir eventuais dúvidas quanto à grafiaoficial das palavras. Essa consulta pode ser feita on-line, no site da ABL:

    g) Os prefixos circum  e pan  são acompanhados de hífen quando o

    segundo elemento inicia por vogal, h, m ou n:

    circum-adjacência, circum-adjacente, circum-ambiente, circum-axial,circum- -escolar, circum-hospitalar, circum-mediterrâneo, circum-meridiano,circum-murado, circum-murar, circum-navegação, circum-navegar, circum--navegatório, circum-nutação, pan-americanismo, pan-americanista, pan-árabe,pan-arabismo, pan-asiático, pan-islâmico, pan-islamismo, pan-ortodoxo, pan--harmônico, pan-helênico, pan-hispânico, pan-hispanismo, pan-mágico, pan--mítico, pan-negrismo, pan-negritude.

    Lembre-se de que o prefixo pan  diante de b e p passa a pam:pambrasileirismo, pambrasileiro, pampsiquismo, pampsiquista.

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    h) O prefixo sub  é acompanhado de hífen quando o segundo elementoinicia com b, h e r:

    sub-base, sub-bibliotecário, sub-braquial, sub-brigadeiro, sub-horizontal,sub-horizonte, sub-raça, sub-racial, sub-ramal, sub-região, sub-reitor, sub--reitoria, sub-retangular, sub-rogar.

    Fique atento para a dupla grafia das seguintes palavras:

    sub-hidroclorato/subidrocloratosub-humano/subumano

    sub-humanidade/subumanidadesub-hepático/subepáticosub-hirsuto/subirsutosub-híspido/subíspido

    Consulte o VOLP, 5. ed., 2009, para solucionar eventuais dúvidas no quetange à grafia oficial das palavras.

    i) Emprega-se sempre o hífen diante de palavra iniciada pela letra h:

    aero-hidro, ante-histórico, anti-herói, anti-heroico, arqui-hiperbólico,auto-hipnose, bem-humorado, bi-harmônico, bio-história, carbo-hemoglobina,circum-hospitalar, contra-harmonia, eletro-hidráulico, extra-hospitalar, gastro--hepático, geo-hidrografia, hemi-hidratado, hexa-hidratação, hiper-hedonista,infra-humano, inter-hemisférico, intra-hepático, iso-hélico, lesa-humanidade,macro-histórico, mal-humorado, meta-hemoglobina, micro-história, mono--hidratação, neo-humanismo, neuro-hipnótico, orto-hexagonal, pan-hispânico,para-hidrogênio, penta-hexaedro, peri-hepatite, poli-hibridismo, pós-homérico,pré-habilitação, pró-homem, proto-historiador, pseudo-hermafroditismo, psico-

    -higiene, semi-heresia, sobre-humano, sub-horizontal, super-herói, supra--histórico, tetra-hexaedro, tri-híbrido, ultra-hipérbole, ultra-honesto, ultra--humano.

    Porém, com os prefixos co  e re, ocorre a supressão da letra h, práticainteiramente consagrada pelo uso em palavras como coabitar, coabitação,reabitar, reabilitar, reabilitação.

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     j) Escrevem-se com hífen os vocábulos formados pelos prefixos querepresentam formas adjetivas (anglo, greco, histórico, latino, lusitano, ínfero,póstero, súpero):

    anglo-saxão, greco-romano, histórico-geográfico, latino-americano,lusitano-castelhano, luso-brasileiro, ínfero-anterior, póstero-palatal, súpero--posterior.

    k) Não e quase com função prefixal

    A Comissão de Lexicologia e Lexicografia da Academia Brasileira de

    Letras, ao atualizar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP),incorporando as Bases do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990,estabeleceu que palavras formadas com os advérbios não  e quase, quandofuncionam como prefixos, perderam o hífen. São atualmente assim registradas:não pagamento; não agressão; não fumante; não existência; não localizado; nãogovernamental; não participante; quase delito; quase crime; quase posse; quasedomicílio.

    Na nota explicativa, a referida comissão informa que o hífen pode ser

    empregado em “especiais situações de expressividade estilística”. Porém, comoesse uso é mais apropriado à linguagem literária, em textos técnicos e oficiais talemprego não se aplica.

    l) Os advérbios bem e mal com função prefixal

    Quando assume o valor de prefixo, o advérbio bem forma uma palavracomposta:

    bem-casado, bem-comportado, bem-composto, bem-conceituado, bem--conformado, bem-criado, bem-disposto, bem-ditoso, bem-dizer, bem-dormido,bem-dotado, bem-educado, bem-estar, bem-humorado, bem-intencionado, bem--lançado, bem-mandado, bem-merecido, bem-nascido, bem-ordenado, bem--ouvido, bem-posto, bem-querido, bem-sabido, bem-sucedido, bem-temente,bem-vestido, bem-vestir, bem-vindo, bem-visto.

    Igualmente o advérbio mal  também pode formar palavras compostas eadquirir função de prefixo: mal-afamado, mal-agradecido, mal-ajeitado, mal--amado, mal-arrumado, mal-assombrado, mal-assimilado, mal-encarado, mal-

    -empregado, mal-entender, mal-entendido, mal-estar, mal-intencionado, mal--habituado, mal-humorado, mal-ordenado.

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    Lembre-se de que os advérbios bem  e mal também podem se aglutinarcom o segundo elemento e formar uma só palavra:

    benfeitor, benfeitoria, benfeitorizar, benquerença, benquisto, malcasado,malcomportado, malcozido, maldisposto, malfalado, malformado, malquerer,malpassado, malmequer, malsatisfazer, malservido.

    Em virtude de divergência entre a normatização gráfica efetuada pelaAcademia Brasileira de Letras e o texto oficial do Acordo Ortográfico, no item 4da Base XV (advérbios bem e mal), que dispõe sobre o hífen em compostos,locuções e encadeamentos vocabulares, é de fundamental importância a consulta

    do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, 5. ed., 2009, para solucionarpossíveis dúvidas quanto à grafia oficial das palavras.

    2. Nas formações por sufixação

    Nas formações por sufixação emprega-se o hífen apenas nos vocábulosterminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formasadjetivas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento acaba emvogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráficados dois elementos:

    amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, Ceará-Mirim.

    3. Em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares

    a) Emprega-se o hífen para unir os elementos dos substantivos e dosadjetivos compostos – de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal – quenão contêm formas de ligação e em que há ainda noção de composição(inclusive podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido).Observe que a Reforma Ortográfica não alterou esse uso particular do hífen.

    Portanto, escreva: auxílio-transporte, auxílio-cesta-alimentação, licença--maternidade, salário-base, tíquete-refeição, sócio-gerente, público-alvo, fático--probatório, jurídico-administrativo, azul-marinho, médico-cirúrgico, político--institucional, técnico-científico, auxílio-combustível, auxílio-enfermidade,ajuda-alimentação, auxílio-funeral, auxílio-cesta-alimentação, atividade-meio,atividade-fim, aviso-prévio, boa-fé, má-fé, conta-corrente, cartão-resposta,guarda-pó, guarda-chuva, ementa-padrão, hora-aula, juiz-presidente, juiz-vice--presidente, juiz-corregedor, licença-maternidade, licença-paternidade, licença--prêmio, matéria-prima, público-alvo, pró-labore, pronto-socorro, salvo--conduto, carro-forte.

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    b) Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas adjetivas,pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega emgeral o hífen: arco e flecha, camisa de força, calcanhar de aquiles, dia a dia,ponto e vírgula, comum de dois, preto e branco, faz de conta, à toa, mão de obra,pé de moleque, pão de ló, fim de semana, quase contrato, quase crime, quasedelito, tão só, tão somente, testa de ferro.

    Entretanto, há algumas exceções já consagradas pelo uso em que semantém o hífen, como é o caso de água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa,mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

    c) As palavras compostas e o adjetivo geral

    Nas palavras compostas em que o adjetivo geral é unido a um substantivoque indica cargo ou função e o lugar de trabalho ou órgão correspondente, ohífen é obrigatório: advogado-geral, advocacia-geral, procurador-geral,procuradoria-geral, consultor-geral, consultoria-geral, contador-geral,contadoria-geral, diretor-geral, direção-geral, diretoria-geral, inspetor-geral,inspetoria-geral, secretário-geral, secretaria-geral.

    No entanto, nas demais combinações com o adjetivo geral, não se usahífen: anestesia geral, assembleia geral, balanço geral, comissão geral, conexãogeral, convocação geral, geografia geral, história geral, índice geral,programação geral, relatório geral.

    d) Os topônimos compostos

    Emprega-se o hífen nos topônimos (substantivos próprios que designamlugares) compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão ou por forma verbal oucujos elementos estejam ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Abre--Campo, Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca--Fortes, Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Trás-os-Montes.

    Os outros topônimos compostos são escritos com os elementos separados,sem hífen, exceto Guiné-Bissau. Então, escreva América do Sul, BeloHorizonte, Cabo Verde, Castelo Branco etc.

    e) As palavras que designam espécies botânicas e zoológicas

    Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espéciesbotânicas e zoológicas. Escreva, portanto: couve-flor, erva-doce, bem-me-quer,feijão-verde, bem-te-vi, cobra-d’água, andorinha-do-mar.

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    f) O hífen na translineação de uma palavra composta

    Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavracomposta ou uma combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve serrepetido na linha seguinte.

    Na cidade, conta--se que ele foi viajar.

    O diretor recebeu os ex--alunos.

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    Módulo V – Demais alterações trazidas pelo Acordo

    1. Alterações no alfabeto

    2. Simplificação no uso obrigatório das letras maiúsculas

    3. Supressão do trema

    4. Uso do apóstrofo

    1. Alterações no alfabeto

    O alfabeto da língua portuguesa passou a contar com 26 letras, com ainclusão das letras k, w e y, a serem usadas nos seguintes casos especiais:

    a) em nomes geralmente originários de outras línguas e seus derivados –Franklin, frankliniano; Darwin, darwinismo; Byron, byroniano; Kuwait,kuwaitiano;

    b) em siglas, símbolos e palavras adotadas como unidades de medida decurso internacional: TWA; K – potássio; W – oeste (west); kg – quilograma; yd– jarda (yard); watt.

    2. Simplificação no uso obrigatório das letras maiúsculas

    A letra minúscula inicial é usada:

    a) ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes;

    b) nos nomes de dias, meses e estações do ano: segunda-feira; outubro;primavera;

    c) nos nomes de livros (após o primeiro elemento, que deve ser registradocom letra maiúscula, os demais vocábulos podem ser escritos com minúscula,salvo nos nomes próprios nele contidos):  Menino de engenho ou  Menino de

     Engenho;

    d) nos usos de fulano, sicrano e beltrano;

    e) nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas) – norte, sul (mas:NO, SE);

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    f) nos nomes próprios que se tornaram sinônimos de outros nomescomuns – Pegou o rapaz para cristo;

    g) na designação das profissões ou dos ocupantes de cargos: senhor doutorJoaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, ministro fulano, cardeal Scherer;

    h) nos compostos em que o nome próprio se torna parte integrante de umsubstantivo comum: joão-de-barro, banho-maria.

    Usa-se inicial maiúscula obrigatoriamente em:

    a) nomes próprios reais ou fictícios: Garfield, José Ferreira, Rachel deQueiroz;

    b) nomes de lugares reais ou fictícios: Rio de Janeiro, Natal, Pasárgada;

    c) nomes de instituições: Instituto Rio Branco, Ministério Público;

    d) nomes de festas: Natal, Páscoa, Yom Kippur;

    e) nomes de seres mitológicos: Minerva, Vênus, Adamastor;

    f) títulos de periódicos: Gazeta Popular , O Estado de São Paulo;

    g) nomes de pontos cardeais quando empregados absolutamente –Nordeste (nordeste do Brasil); Meio-Dia (sul da França); Oriente (orienteasiático);

    h) siglas, símbolos e abreviaturas: ONU, UnB; H2O; Sra.; Gen.; V. Exa..

    É facultativo o uso da inicial maiúscula em:

    a) nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas: português(ou Português), matemática (ou Matemática), história e geografia modernas (ouHistória e Geografia Modernas);

    b) nomes de santos: santa Filomena (ou Santa Filomena);

    c) palavras usadas reverencialmente, hierarquicamente; início de versos;categorizações de logradouros públicos (rua ou Rua da Liberdade), de templos(igreja ou Igreja do Bonfim), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura).

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    3. Supressão do trema

    A Reforma Ortográfica suprimiu inteiramente o trema em palavrasportuguesas ou aportuguesadas. Portanto, agora escreva: arguição, arguir,cinquenta, consequência, eloquência, enxágue, frequência, linguística, pinguim,quinquênio, sagui, sequência, sequestro, tranquilo.

    Porém, o trema deve ser conservado em nomes próprios de origemestrangeira e em seus derivados: Bündchen, Hübner, Müller, mülleriano.

    É importante lembrar que, independentemente da extinção do trema, apronúncia das palavras não muda, ou seja, o u continua a ser pronunciadonormalmente.

    4. Uso do apóstrofo

    Faz-se uso do apóstrofo para cindir graficamente uma contração ouaglutinação vocabular quando um elemento pertence propriamente a umconjunto vocabular distinto; porém, podem ser empregadas preposições íntegras,por clareza, expressividade ou ênfase:

    A leitura d’Os Lusíadas deve ser cuidadosa.

    A leitura de Os Lusíadas deve ser cuidadosa.

    Emprega-se o apóstrofo nas ligações das formas santo e santa a nomes de

    santos, quando importa representar a elipse das vogais finais o e a:

    igreja de sant’Ana

    Se as ligações desse gênero se tornam perfeitas unidades mórficas,aglutinam- -se os dois elementos:

    feira de Santana, rua de Santana

    Emprega-se também o apóstrofo para assinalar, no interior de certos

    compostos, a elisão do e da preposição de, em combinação com substantivos:

    borda-d'água, cobra-d'água, copo-d'água, estrela-d'alva, galinha-d'água,

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    mãe- -d'água, pau-d'água, pau-d'alho, pau-d'arco.