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Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 2278 de 25/06/2016 do Expresso e não pode ser vendido separadamente. de Auditoria Europeia Reforma

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Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 2278 de 25/06/2016 do Expresso e não pode ser vendido separadamente.

de AuditoriaEuropeia

Reforma

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EDITORIAL

Novas regras, novos caminhos

CHEGA AO FIM o processo de transposição da dir etiva da Reforma Europeia de A uditoria para a legislação por tuguesa e a Ordem dos R evisores Oficiais de Contas – OROC mantém a sua crítica ao desenr olar do pr oces-so, ao consider ar que poderia ter decorrido de f orma melhor e, sobretudo, ter contado com os inputs da Or dem. É um dos temas da entrevista a José Aze-vedo Rodrigues, bastonário da OROC, com a q ual abrimos este especial do Jornal Expresso.Trazemos-lhe depois o ar tigo de Vítor da Cunha Ribeir o, Head of Audit & F inancial Services da KPMG sobre a im portância de reforçar a transparência e a qua-lidade do r eporte dos audit ores e, a seguir, a página da CFA, que nos fala da q ualidade dos seus serviços e de como acr escenta valor para os seus clientes. Na página seguinte, não deixe de ler o artigo em que José Azevedo Rodrigues, partner da ABC, de-fende a as sociação entre firmas

como caminho seguro num contexto de incertezas e, logo depois, o ar ti-go em que a OROC clarifica a sua posição quanto à rotação obriga-tória de f irmas de auditoria. Por fim, trazemos-lhe as entrevistas ao partner da Mazars para quem a nova legislação deveria dar um incentivo claro à audit oria con-junta e a Ricardo Pinheiro, Coun-try Assurance Leader da EY, que, entre outros assuntos, nos f ala

nas consequências mais imediatas da nova legislação e no que deve ser pr ioritário para as em presas portu-guesas na adaptação às novas regras.Esperamos que esta publicação contribua para aumentar a con-fiança no sect or de audit oria e para esclarecer alguns dos pon-tos fortes das novas regras.

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REFORMA EUROPEIA DE AUDITORIA

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NO MOMENTO em que o pro-cesso de transposição da Refor-ma Europeia de Auditoria está a chegar ao fim, a Ordem dos Revi-sores Oficiais de Contas (OROC) continua a considerar que a for-ma e o conteúdo de várias normas consignadas na legislação agora em vigor deixam muito a desejar. A instituição, que durante o pro-cesso de transposição da legisla-ção nunca se coibiu de intentar diligências, lamenta a falta de transparência do anterior Gover-no, mas sente que existe atual-mente uma cultura diferente tan-to no executivo como no ambiente de governaçãoNesta entrevista, José Azevedo Rodrigues, bastonário da OROC, comenta alguns dos pontos mais delicados desta reforma no nosso país e lembra que a Ordem sem-pre defendeu uma melhor e mais inteligente regulação.

A transposição da Diretiva e do Regulamento Europeu de Auditoria deverá terminar este mês para a generalidade dos Estado-membros. Em Portugal, as leis que asseguram essa transposição estão já em vigor desde 1 de janeiro de 2016. Qual o balanço que a OROC faz de todo o processo?Os processos de transição de re-gimes e de modelos de gestão e de regulação geram sempre difi-culdades em diversos domínios, sobretudo enquanto regulado-res e regulados não atingirem a estabilidade necessária ao bom funcionamento dos seus proces-sos operativos. A Ordem consi-dera fundamental a existência de uma adequada supervisão de auditoria. Por isso, ela própria

– e muito antes da aprovação de qualquer regulamentação europeia neste domínio — insti-tuiu mecanismos de controlo de qualidade dos seus membros,

em defesa do interesse público, tendo vindo a exercê-lo com o necessário equilíbrio sem que o mesmo afetasse o nível de exi-gência das conclusões que os

processos de controlo de quali-dade determinam.Embora possa haver a perceção externa de que este processo de autorregulação e de autocontrolo

“Fomos ouvidos muito tenuamente”

O bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas deixa claro que o seu posicionamento crítico nada tem que ver com a existência de um modelo de supervisão da atividade de Auditoria nem com a entidade escolhida para a

exercer, mas sim com a forma e com o conteúdo de várias normas consignadas na legislação para o nosso país

José Azevedo Rodrigues, bastonário da OROC, afirma que a instituição sempre teve relações de franca e transparente cooperação com a CMVM

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não produz eficácia por motivos teoricamente apelidados “cor-porativos”, a verdade é que tem vindo a produzir melhorias signifi-cativas na atuação dos revisores e na legítima defesa dos interesses dos beneficiários dos seus servi-ços. Na realidade, as preocupa-ções da Ordem foram sempre de defender a qualidade da auditoria e a boa imagem da profissão no seu todo e nunca ocultar ou de-fender situações particulares que colidissem com esses objetivos. Estamos convictos de que este desiderato foi atingido.

As preocupações da OROC foram ouvidas?Diríamos que muito tenuemente. Neste domínio, a política do an-terior Governo foi de uma quase total falta de transparência e de uma grande intolerância e surdez nas mensagens que lhes iam sen-do transmitidas. Ficou a sensação que, na sua opinião, os grandes problemas do mercado financeiro que ocorreram se deviam à figura “revisores oficiais de contas” — e, como tal, de nada valiam os seus

contributos — pelo que eram ouvidos por razões mera-mente formais e institucio-nais. Felizmente que encon-tramos no atual executivo e ambiente de governação e político do país uma cultu-ra diferente, sobretudo por se entender que quem faz as organizações e os países são as pessoas, pelo que há que respeitá-las, motivá-las e qualificá-las.Desta forma, o nosso po-sicionamento crítico, que sempre manifestámos quanto ao modelo de super-visão aprovado, nada tem que ver com a sua existên-cia, pois consideramos que o mesmo é necessário, nem com a entidade escolhida para a exercer, com a qual sempre tivemos e continua-mos a ter relações de franca e transparente cooperação, mas sobretudo com a forma e com o conteúdo de várias normas consignadas na legislação ora entrada em vigor.

O que sempre defende-mos foi uma melhor e mais inteligente regulação, que não significa desre-gulamentar ou suprimir regras, mas sobretudo responsabilizar mais os agentes pelos atos prati-cados e pelos seus efei-tos nos destinatários dos seus serviços. (Ver caixa na página 6)

Que alterações a Reforma Europeia de Auditoria provocou na profissão de revisor oficial de contas?Os revisores já estavam sujeitos a um regime de supervisão pública que era exercida pelo Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria (CNSA). A anterior res-ponsável pelo Ministério das Finanças divulgava em todas as ocasiões em que tinha oportunidade a

OS PROCESSOS DE

AUTORREGULAÇÃO E

DE AUTOCONTROLO

INSTITUÍDOS PELA

OROC — ANTES

DA APROVAÇÃO

DE QUALQUER

REGULAMENTAÇÃO

EUROPEIA NESTE

DOMÍNIO — TÊM

ORIGINADO

MELHORIAS

SIGNIFICATIVAS

NA ATUAÇÃO DOS

REVISORES

Ficou muito por cumprir Segundo a Ordem dos Revi-sores Oficiais de Contas, no processo de transposição da legislação, e atendendo aos princípios que norteiam uma smart regulation, muito ficou por cumprir, a saber:• O risco: o grau de exigência

e o tipo de controlo dos regi-mes regulatórios do acesso e exercício de uma determi-nada profissão devem ser proporcionais ao risco para o interesse público que é preci-so acautelar e proteger. Basta recolher a lista de entidades classificadas como entidades de interesse público (EIP) para se confirmar a ausência de reflexão sobre este que-sito nas normas aprovadas (Portugal tem quase o dobro de EIP da Alemanha);

• A participação: há que per-ceber com algum rigor e pro-fundidade o contexto onde as normas irão ser aplicadas. Tal exige não apenas o cum-primento da formalidade da

“consulta”, mas sobretudo um espírito aberto (open mind) para as recomenda-ções oriundas de outras fon-tes de conhecimento e de saber para melhor regulação. O processo foi o inverso, ou seja, cumpriu-se com a for-malidade da consulta, cujos resultados foram nulos por falta de abertura em se aco-lher sugestões e recomenda-ções oriundas de várias enti-dades e de vários quadrantes económicos, sociais e profis-sionais, tendo sido feita total “tábua rasa” a essas opiniões, sugestões e recomendações, denotando-se uma certa pre-potência de alguma “fonte de saber” que desconhecemos;

• A regra one in, one out: ou seja, uma regulação inteli-gente deverá originar uma redução dos encargos admi-nistrativos líquidos para a so-ciedade. A recente aprovação da Portaria n.º 74-C/2016 de 24 de março constitui

uma contradição viva deste princípio, dado que a mesma irá onerar em mais de dois milhões de euros os encargos dos revisores e sociedades de revisores oficiais de con-tas ou das entidades clien-tes, caso os profissionais de-cidam “repassar” esta nova taxação para estes últimos quando a mensagem que nos foi transmitida, pelo anterior poder político quanto à op-ção tomada, ter sido comple-tamente contrária, pois uma das principais motivações era a contenção de custos. Ou seja, fomos iludidos, propositada ou desproposi-tadamente, não nos tendo precavido com um princípio fundamental da auditoria consignado nos nossos esta-tutos que é o “ceticismo pro-fissional” ;

• O Make it Easy: que con-siste na simplificação dos processos e eliminação de encargos administrativos

desnecessários através da eliminação ou redução da-quilo que na gestão se podem classificar como atividades sem valor acrescentado, en-tendidas estas como uma for-ma organizada e burocrática de desperdício de recursos, em particular um dos mais es-cassos nas sociedades mais evoluídas que é o tempo. Bas-ta avaliar o grau de burocra-cia incorporado na legislação aprovada entre nós para ser claro que este não foi segu-ramente um tema apreciado e muito menos avaliado e salvaguardado. Mas sobretu-do o que se nos afigura mais preocupante é a continuada propagação de uma cultura daqueles que acreditam que quanto mais documentos fo-rem exigidos a um cidadão (de preferência em papel ou PDF) melhor prevenida fica a fraude e mais se garante o seu comportamento ético e deontológico.

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REFORMA EUROPEIA DE AUDITORIA

mensagem de que o “CNSA não funcionava”, o que era comple-tamente desprovido da verdade e desrespeitoso para as cinco entidades que o compunham. Pior que isso era insinuar, ain-da, que o motivo principal do seu não funcionamento se devia ao facto de a Ordem integrar o mesmo, pois apesar de haver assuntos em que a Ordem não estava de acordo, a grande maioria das decisões deste or-ganismo eram aprovadas por unanimidade, tendo a Ordem sempre se pautado por uma participação ativa, construtiva e portadora de todo o seu co-nhecimento acumulado em prol do bom funcionamento e da efi-cácia das ações levadas a efeito pelo CNSA. Desconhecemos as motivações que subjaziam às posições tomadas, pois acredi-tamos que não seria falta de co-nhecimento do funcionamento das instituições.O que mudou foi sobretudo (i) a criação de um Regulamento Europeu de Auditoria aplicado de forma transversal a todos os Estados-membros; (ii) a trans-ferência do processo de controlo de qualidade dos revisores ofi-ciais de contas que exercem fun-ções em EIP para a Autoridade de Supervisão, que em Portugal deixou de ser o CNSA e passou a ser a CMVM; (iii) as regras de rotação dos revisores que exer-cem funções em EIP. Quanto ao resto mantiveram-se os princí-pios fundamentais, pese embora o aproveitamento legislativo que se fez da situação atípica em que mergulhou o sector financeiro e que arrastou consigo também a economia real.

OROC defende qualidade da Auditoria Na tentativa de conseguir que a transposição da Reforma Europeia de Auditoria se concretizasse de forma a trazer mais eficácia para a atividade de Auditoria em Portugal, a OROC intentou as seguintes diligências:• Pedido de declaração de inconstitucionalidade de algumas disposições legais;• Queixa à Comissão Europeia pelo não cumprimento pela legislação nacional do Regulamento Europeu no

que se refere ao regime transitório a aplicar à obrigatoriedade de rotação das firmas de auditoria;• Ação contra a portaria sobre taxas de supervisão.Neste momento, a Ordem prepara a sua revisão dos aspetos das leis que se mostram contraditórios, de aplicação impossível ou inadequados.

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REFORMA EUROPEIA DE AUDITORIA

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DESDE 1 DE JANEIRO que a profissão de auditor em Portugal passou a ser exercida num novo enquadramento, e que resultou de um novo Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas e de um Novo Regime Jurídico de Su-pervisão de Auditoria. A partir de 17 de junho do corrente ano, àqueles diplomas sobrepôs--se um Regulamento Comunitário visando, em muitas matérias, uma harmonização jurídica na auditoria a Entidades de Interesse Público (EIP) na UE.Sendo um pacote legislativo nor-teado pela necessidade de res-tabelecer a confiança dos inves-tidores, as alterações procuram assegurar condições para uma auditoria de qualidade, em prol do interesse público. O reporte e os seus conteúdos será um vetor de mudança essencial, incidindo na forma como os auditores apresen-tam os seus relatórios.Com efeito, o modelo de Certifi-cação Legal das Contas ainda não sofreu alterações significativas, resistindo a um formato que tem a sua essência ainda no século XX. A nova legislação, conjuntamente com os desenvolvimentos nas nor-mas internacionais, impõe um re-latório com conteúdos inovadores. Informações quanto à materialida-de utilizada, riscos identificados e a forma como estes foram endere-çados, vão permitir diminuir o di-ferencial de expectativas que, em muitos casos, existe entre o que são e o que os investidores pen-sam que são as funções do auditor.Esta inovação é positiva já que permitirá ao auditor explicar o racional do seu trabalho, incre-mentando a comunicação e a transparência. Importa conside-rar que este nível de divulgação e transparência tem início, desde logo, na entidade auditada, com

a aplicação de relatórios basea-dos nas normas internacionais de contabilidade, onde se tem inten-sificado o detalhe da informação a prestar, com incidência nos riscos e no detalhe sobre estimati-vas e julgamentos utilizados na preparação da informa-ção financeira.Estas inovações não são isen-tas de riscos já que uma pos-sível leitura descontextuali-zada destes elementos, bem como uma aplicação não consistente por parte das entidades e dos auditores, poderá distorcer os objetivos pretendidos, o que deve ser acautelado e adequadamen-te supervisionado quer pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários quer pela Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. Por outro lado, cada vez mais se coloca pressão sobre a atuação dos órgãos de fiscalização das EIP – comissões de auditoria, conselhos fiscais ou conselhos gerais e de supervisão, compostos

por uma maioria de membros in-dependentes onde o revisor não pode estar integrado – intensifi-cando-se o escrutínio sobre a sua atuação, gerando-se expetativas

sobre os relatórios que estes ór-gãos têm de apresentar ao merca-do. O auditor acaba por ser o fecho de um triângulo de governance virtuoso, onde se encontram, em

posições equidistantes e indepen-dentes, administração, órgão de fiscalização e auditor.Será naturalmente necessário amadurecer a aplicação de toda a nova legislação, criada em am-biente de reação, especialmente em matérias de sobreposição com o regime comunitário que entrou mais tarde em vigor (17 de Ju-nho) e que terá consequências no funcionamento dos grupos econó-micos internacionais com subsi-diárias em Portugal, sendo impor-tante considerar os impactos nos custos de contexto, num ambiente de enorme competitividade.Tendo presente que a nova legisla-ção visa reforçar a confiança dos mercados na atuação dos diversos intervenientes, e sendo os audito-res partes integrante do sistema, deseja-se que estas medidas con-tribuam para uma melhor perceção da sua atuação, incrementando os meios de comunicação que os

auditores têm para com os seus utentes – desde a administração e órgãos de fiscalização da entidade au-ditada, até aos investidores e público em geral.Está-se em crer que as me-didas que visam reforçar a independência dos revi-sores, com maior transpa-rência no detalhe da infor-mação por estes prestada ao público, reforçando o escrutínio interno e externo da respetiva atuação, forta-lecem a sua credibilização enquanto pilar de seguran-ça e defesa do interesse público, contribuindo para a restauração da confiança

nos mercados financeiros.

VÍTOR DA CUNHA RIBEIRINHOHead of Audit & Financial Services, KPMG

Reforço da transparência e da qualidade do

reporte dos Auditores

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VÍtor da Cunha Ribeirinho Head of Audit & Financial Services, KPMG

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A ORGANIZAÇÃO da CFA as-senta essencialmente nos seus sócios, que são responsáveis pela gestão integral dos clientes e pela supervisão técnica dos tr abalhos. A sua política de r ecrutamento é reconhecidamente rigorosa. Todos os seus q uadros técnicos possuem competências adequa-das às neces sidades estratégicas da sociedade, sendo q ue todos os seus element os têm f ormação superior nas ár eas de audit oria, contabilidade, economia ou ges-tão. É obje tivo permanente da CFA estabelecer, implementar, manter, monitorizar e im por um sistema de contr olo de q ualidade que proporcione segurança nos procedimentos e gar anta que os relatórios são apropriados nas cir-cunstâncias. Com ef eito, a socie-dade assume como missão a pres-tação de serviços de qualidade e a criação de valor acrescentado aos clientes, tendo sempre em mente

a integridade e independência, o respeito pelas suas neces sidades e pelos compromissos tomados numa visão dinâmica. A o longo dos seus 25 anos de existência, a CFA tem prestado serviços em diversos ramos de atividade no âmbito das competências atri-buídas aos r evisores oficiais decontas, incluindo nestas funções consultoria, em diversas matérias, nomeadamente: Revisão Legal das Contas; Auditoria; Consultoria Fiscal; Consultoria Contabilística; Corporate Finance; Due Diligence; Avaliação e Reestruturação de Em-presas; Projetos de In vestimento; Dossiês de Pr eços de Transferên-cia; Formação nas Áreas Específicas de Atividade. A mensagem per manentemente presente na CFA é a de um com-promisso para a q ualidade, en-corajamento e pr omoção da sua implementação, trabalhando o presente e preparando o futuro.

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REFORMA EUROPEIA DE AUDITORIA

A cooperação entre entidades, ainda que atuando no mesmo sector de atividade, apresenta‑se cada vez mais como uma forma de superar constrangimentos e avançar para novos desafios.

O Agrupamento Complementar de Empresas (ACE) representa um instrumento de cooperação empresarial com particularidades próprias que ajudam a cumprir estes objetivos

UM ACE não é mais do que uma f orma jurídica que permite dar cor po à cooperação entre enti-dades que desenvolvem atividades idênticas, ou complementares, tais como as alianças es tra-tégicas e atr avés do q ual podem partilhar risco e know-how, explorar novos mercados, afetar meios internos de f orma mais racional ou obt er econo-mias de escala, por via, por exemplo, da r ealiza-ção conjunta de pr ojetos e iniciativas de ges tão dos seus pr ocessos e recursos.Com a publicação da L ei 140/2015, de 7 de se tembro, que altera significati amente os estatutos dos revisores oficiais d contas, e da L ei 148/2015, de 9 de setembro, que aprova o no vo regime de super visão da audit o-ria, as fi mas de auditoria passa-ram a estar sujeitas a regras muito específicas em termos de organi-zação interna e contr olo de q ua-lidade abrangendo várias áreas,

desde a es trutura organizativa, a formação, os pr ocedimentos de qualidade, a ges tão da eq uipa técnica, donde admitimos q ue os impactos não serão muit o sig-nificati os. Neste sentido, as pe-quenas fi mas de auditoria devem procurar estratégias de reforço das suas capacidades o que, face à pequena dimensão do mer ca-do de audit oria em P ortugal, a

associação ou o agr upa-mento com outr as fi mas de auditoria, constitui uma opção muito viável para partilhar e com plementar esforços, competências, práticas e recursos.A ABC-ACE integra seis sociedades de r evisores oficiais de cont as, que já por si, e individualment e, têm alguma e xpressão, em particular a sua agrupada internacional de maior di-mensão, mas q ue no con-junto se apr esentam com capacidades para competir em grandes projetos de auditoria e de r evisão de contas. Permi-te acolher no

seu seio uma equipa superior a duas dezenas de revisores oficiais de contas com r e c o n h e -cida e de-m o n s t r a d a experiência e competência

profi sionais e cerca de uma cen-tena de colaboradores, sendo que também a gr ande maioria conta com alguns anos de e xperiência profi sional no e xercício das fun-ções confinadas à audi oria e revi-são de contas.Para além deste potencial de ser-viço, a cooperação entre todas as agrupadas é portadora de vanta-gens inequívocas no domínio da partilha de conheciment o e de experiência, bem como da comu-nhão de pr áticas e metodologias, quer organizativas, quer de pr o-cessos internos, quer ainda da supervisão da q ualidade dos tr a-balhos efetuados.

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A RESPOSTA da Comis-são Europeia é clara quanto à obrigatoriedade de cum-primento do regime tran-sitório definido no Regu-lamento Europeu (RE) por parte de todos os Estados -membros. Lembra-se que:Nos termos do artigo 41 do RE a rotação obrigatória das firmas de auditoria é para ser aplicada: • a partir de 17 de junho de

2020 se o auditor, em 17 de junho de 2014, estiver em funções há 20 anos ou mais;

• a partir de 17 de junho de 2023 se o auditor, em 17 de junho de 2014, estiver em funções há mais de 11 e menos de 20 anos.

Em Portugal, a CMVM (Co-missão do Mercado de Valo-res Mobiliários) – autoridade nacional competente para esta matéria — é de opinião, de acordo com as suas FAQ, que a duração do período em que o auditor exerceu fun-ções até à entrada em vigor da Lei n.º 140/2015, de 7 de setembro (em 1 de janeiro de 2016) é total-mente considerada, para efeitos de eventual renovação de mandato.Assim, por exemplo, um manda-to de auditoria que esteja no seu 12.º ano consecutivo em 17 de junho de 2014 e que termine a 31 de dezembro de 2016 não pode-rá ser renovado para o exercício

de 2017, resultando desta proi-bição a infração do regulamento.Embora ainda não tenha sido obtida a resposta à queixa apre-sentada pela Ordem, o conheci-mento da divulgação das Q&A re-centes permite desde já perceber que esta disposição da legislação nacional não pode ser mantida.A pergunta e a resposta (n.º 7), recentemente divulgadas pela

Comissão Europeia, per-mitem perceber que o regime transitório estabe-lecido pelo regulamento

deve ser aplicado da mesma for-ma em toda a União Europeia. A Comissão Europeia afirma que o regulamento prevê um regime transitório que pretende permitir uma introdução gradual da rota-ção obrigatória de auditores. Isso ajudará a evitar que todas as EIP mudem, ao mesmo tempo, de fir-mas de auditoria com quem têm contratos de longa data, evitando

assim um efeito nefasto no mer-cado de auditoria.O regime transitório deve ser aplicado de maneira uniforme em toda a UE. Tal significa que todas as EIP poderão beneficiar do re-gime transitório previsto no Re-gulamento de Auditoria, indepen-dentemente do Estado-membro em que estão localizados e inde-pendentemente das opções que os Estados-membros possam ter adotado quanto às questões re-lacionadas com as durações dos mandatos.

Comissão Europeia esclarece que o regime transitório deve ser respeitado por

todos os Estados-membros

SEGUNDO A COMISSÃO

EUROPEIA, O REGIME TRANSITÓRIO DEVE DER APLICADO DE

MODO UNIFORME EM TODA A UE. TODAS AS EIP PODERÃO

BENEFICIAR DO REGIME

TRANSITÓRIO PREVISTO NO

REGULAMENTO DE AUDITORIA

No primeiro trimestre do ano a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas efetuou uma queixa à Comissão Europeia pelo facto de em Portugal não estar a ser respeitado o Regulamento Europeu no que

dispõe sobre o regime transitório relativo à rotação de auditores. Entretanto, tomou conhecimento de que foi publicado pela Comissão Europeia um novo conjunto de perguntas e respostas (Q&A)

em que é dada razão à posição defendida pela Ordem dos Revisores Oficiais de Contas

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REFORMA EUROPEIA DE AUDITORIA

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JOSÉ REBOUTA, partner da Ma-zars, considera que a recuperação da confiança na auditoria é um fa-tor essencial na construção das re-lações entre agentes económicos e no desenvolvimento das econo-mias modernas. Nesta entrevista, Rebouta comenta a legislação por-tuguesa e reforça o valor da audito-ria conjunta, que, na sua opinião, não foi devidamente considerada na transposição da diretiva euro-peia para o nosso país.

Como a Mazars vê o processo de transposição da legislação decorrente da Reforma Europeia de Auditoria para Portugal?A denominada reforma da audito-ria surge como resposta à crise fi-nanceira, económica e também de confiança, cujas consequências ainda estamos a viver. É principal objetivo reforçar as condições para que os agentes económicos confiem. A confiança é um fator determinante para o desenvolvi-mento das economias modernas e quem acompanha o mercado e vive a experiência empresarial sabe como é essencial na cons-trução das relações entre agentes económicos.A mensagem da diretiva é a qua-lidade e, no limite, o uso da ex-pressão “auditoria”. A compreen-são pelo mercado da expressão auditoria tem de ser imediata e valorizada. A transposição da diretiva euro-peia para a legislação portuguesa foi feita ainda no ano passado e é, em alguns aspetos, mais ambi-ciosa do que o standard europeu.

Todavia, do meu ponto de vis-ta, ficou aquém do que podia e devia numa questão que na Mazars consideramos impor-tante, que é a da auditoria conjunta (“joint audit”).A auditoria conjunta é uma prática reconhecida como sistema inteiramente viável e de reconhecidos benefícios.

Esta mudança vai trazer mais transparência ao sistema financeiro?Esta mudança traz mais transparência e, essencialmente, accountability ao sistema finan-ceiro. Um dos aspetos em que

a legislação portuguesa é mais extensiva é na classificação das entidades de interesse público,

englobando mais agentes do que a diretiva sugere.Um mercado mais informado, com agentes exigentes e mais sofisti-cados, com colaboradores e for-necedores mais preparados, tudo isto contribui para uma melhor accountability.Temos verificado a procura por diferentes entidades ou a solici-tação por determinado grupo de stakeholders da nomeação de um auditor independente, além do auditor estatutário. O mercado procura acomodar (de facto) o principio dos “quatro olhos”, pelo que, teria sido relevante acomodar a auditoria conjunta e informar das vantagens da mesma, sem acrésci-mo de gastos.A dispersão dos auditores que produzem relatório de auditoria da mesma entidade para o mercado, com diferentes quadros e exigên-cia legais distintas, zonas de atua-

ção e scopes distintos, deveres e responsabiliza-ção distintos e emitindo relatórios separados (dois ou três relatórios), deve-ria ser endereçada.

A rotatividade de empresas de auditoria vai provocar alterações significativas no sector? A rotatividade obrigató-ria de firmas – para além da rotação de partners/sócios, que já existia – é

uma das virtudes da nova legisla-ção. A rotação é obrigatória após três mandatos de três anos ou de

MAZARS

O mercado tem de compreender

e valorizar a auditoria

O MODELO DE

AUDITORIA

CONJUNTA PROMOVE

A QUALIDADE

DAS AUDITORIAS

E DO REPORTE

FINANCEIRO

Para a Mazars a nova legislação deveria dar um incentivo claro à auditoria conjunta, mecanismo que, segundo o partner José Rebouta, é o único que, entre outras vantagens, permite a entrada de novos operadores no mercado, estimula a concorrência e mitiga os riscos que possam existir

José Rebouta, partner da Mazars, considera que a rotação obrigatória de firmas é uma das virtudes da nova legislação

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dois mandatos de quatro anos. Considerando al-gum período de transição, podemos estar a olhar, na prática, para um período de adaptação do mercado de oito ou nove anos.No entanto, entendemos que mais importante para uma alteração real do mercado seria o in-centivo claro à auditoria conjunta, implicando um processo diferente, por-ventura mais rico, e, aí sim, com a possibilidade da participação de mais entidades, a diferentes níveis, na recolha, validação e presta-ção de informação.A auditoria conjunta representa o único mecanismo que, de forma comprovada, permite a entrada de novos operadores no mercado da auditoria; estimula a concor-rência entre um maior número de empresas de auditoria de dife-rentes contextos culturais, o que resulta numa maior inovação e numa melhor resposta às neces-sidades do mercado; permite às empresas de menores dimensões entrarem na dinâmica dos inves-timentos, tanto do ponto de vista da cobertura geográfica, como do

conhecimento especializado por sector ou dimensão; reforça a in-dependência do auditor, sobretu-do no que diz respeito à aceitação devida de serviços distintos de auditoria; reforça a capacidade dos auditores de defenderem a sua posição no caso de desacor-do com a entidade; e promove o diálogo saudável entre duas so-ciedades de revisores oficiais de contas nomeadas, o que lança um olhar crítico sobre o trabalho de cada auditor

O que muda para a Mazars?A nova legislação é mais exigente para as empresas identificadas

como entidades de inte-resse público, mas tam-bém é mais exigente para os auditores. A Mazars tem-se dimensionado para cumprir com as regras e exigências dos mercados onde está presente, pro-curando introduzir inova-ção e qualidade. Temos um histórico de qualidade no mercado, que está a ser reconhecido, porque temos crescido de forma sustentada.

Qual a vantagem de se reduzir a influencia das big four?A questão não é reduzir a influên-cia das gigantes multinacionais (as big four, big three ou fat two), mas sim abrir o mercado a novos operadores, incentivando a con-corrência e a capacidade de es-colha das entidades de interesse público.A escolha do auditor é um mo-mento muito relevante. Insistimos que o principio de ter mais do que uma auditora num processo miti-ga as potenciais fragilidades que possam existir e traz diversidade e competência de players para as discussões das áreas de risco, no

momento certo, de forma consis-tente e competente. É o próprio regulamento europeu que o con-firma e o incentiva.Em resumo, o modelo de audito-ria conjunta, pela independência e objetividade, promove a quali-dade das auditorias e do reporte financeiro e ajuda, pelas carac-terísticas do mesmo, o ecossis-tema empresarial a manter-se saudável.

O que as empresas a operar em Portugal devem considerar prioritário na adaptação às novas regras?Em primeiro lugar, a nova defini-ção de entidade de interesse pú-blico vai trazer novas obrigações a empresas que anteriormente não as tinham. Existirá uma maior exigência, também, na prestação de informação pública, que é pre-ciso ter em conta.Em segundo lugar – e tendo em conta a importância da informa-ção pública –, a escolha do audi-tor. É preciso aproveitar este pro-cesso para revisitar e endereçar a ambição de prestar boas contas.E, em terceiro lugar, o modelo de auditoria. Porque não a auditoria conjunta?

É PRECISO

APROVEITAR

ESTE PROCESSO

PARA REVISITAR

E ENDEREÇAR

A AMBIÇÃO DE

PRESTAR BOAS

CONTAS

Para os partners José Rebouta, Luís Gaspar, Fernando Vieira, Jacques dos Santos e Luís Batista Mazars, é importante abrir o mercado a novos operadores

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REFORMA EUROPEIA DE AUDITORIA

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PARA A EY, a legislação da Re-forma Europeia de Auditoria não contribui para tornar o tecido empresarial português mais com-petitivo, já que as novas taxas regulatórias para a atividade de auditoria representarão um encar-go adicional que será repercutido nos honorários. Nesta entrevista, Ricardo Pinheiro, Country Assu-rance Leader desta firma, comen-ta a nova legislação, fala nas suas consequências mais imediatas e no que as empresas portuguesas devem considerar prioritário na adaptação às novas regras

Quais os pontos positivos da Reforma Europeia de Auditoria?A Diretiva Europeia, relativa à re-visão legal das contas, e o Regula-mento Europeu, relacionado com os requisitos específicos para a revisão legal das contas das Enti-dades de Interesse Público (EIP), vieram incrementar os me-canismos de fiscalização das empresas e grupos de empresas, mediante o re-forço da independência dos seus auditores e órgãos de fiscalização e da capacida-de e experiência técnica na sua execução. Adicio-nalmente, veio propiciar o continuado incremento da qualidade, conteúdo e transparência do reporte das EIP (Entidades de Inte-resse Público) e a fidedig-nidade da sua informação financeira.

Como a EY vê o processo de transposição da mesma para a legislação portuguesa?A transposição e a execução par-cial para a ordem jurídica inter-na da Diretiva e do Regulamento Europeus, através, respetiva-mente, do novo Regime Jurídico da Supervisão de Auditoria e da alteração ao Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Con-tas (OROC), vieram determinar a existência de um novo regula-dor para o sector, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliá-rios (CMVM), que alarga, assim, as suas atuais competências, a implementação de algumas alterações no funcionamento e reporte regulatório das So-ciedades de Revisores Oficiais de Contas (SROC), bem como determinaram novas e signifi-cativas restrições à execução de outros serviços profissionais.

A Reforma Europeia de Auditoria vai trazer mais

transparência ao sistema financeiro? De que forma?Como é natural, este tipo de legislação vem sempre trazer algum acréscimo de transparência à infor-mação prestada pelos diversos sectores de ativi-dade, não sendo o sector financeiro uma exceção. O que agora se verifica é que, além da habitual fis-calização exercida pelos reguladores financeiros específicos, haverá, nesta matéria, uma intervenção adicional da CMVM.

O que mudou para a EY?Para nós, que em Portugal e no mundo possuímos uma larga ex-periência de trabalho com em-presas que estão em estádios de desenvolvimento empresarial avançados, esta legislação ape-nas nos leva a adaptar e/ou atua-lizar, no nosso país, um conjunto de metodologias e procedimen-tos que já vinham sendo aplica-das em algumas circunstâncias. Notamos, no entanto, que a nova legislação traz procedimentos e encargos administrativos adi-cionais que importa analisar e retificar em futuras alterações legislativas.

O que as empresas a operar em Portugal devem considerar prioritário na adaptação às novas regras?Em primeiro lugar, devem veri-ficar se, perante a sua nature-za e dimensão específicas, são classificadas como uma EIP e, a partir daí, terem em con-sideração, do ponto de vista da gestão e da respetiva fisca-lização, qual a estrutura socie-tária subjacente e o perfil dos seus órgãos sociais, com es-pecial enfoque nos perfis dos gestores dos pelouros finan- ceiro e de reporte, e dos mem-bros dos órgãos de fiscali- zação, bem como analisar a natureza e volume de outros serviços prestados pelos audi-tores e determinar o período adequado para a sua rotação obrigatória.

EY

A nova legislação vai trazer algum acréscimo

de transparênciaRicardo Pinheiro, Country Assurance Leader da EY, chama a atenção para os procedimentos

e encargos administrativos adicionais, decorrentes da nova legislação e revela que para acompanhar as mudanças, a EY terá apenas de adaptar para Portugal um conjunto de metodologias

e procedimentos que já vinha sendo aplicado

A NOVA LEGISLAÇÃO TRAZ PROCEDIMENTOS

E ENCARGOS ADMINISTRATIVOS

QUE IMPORTA ANALISAR

E RETIFICAR

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