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Órgão de divulgação do Senado Federal A n o IX – N º 1.825 – B r a s í l i a, quinta-feira, 13 de novembro de 2003 Proposta paralela inclui paridade entre ativos e inativos Relator rejeita a quase totalidade das 336 emendas REFORMA DA PREVIDÊNCIA TRABALHO DUPLO Reunidos ontem, os senadores da Comissão de Justiça (foto à esquerda) tomaram conhecimento de dois pareceres de Tião Viana (foto à direita, com Edison Lobão) sobre as mudanças na Previdência NEGOCIAÇÃO Arns, Costa, Mercadante, Cristovam e Osmar se reúnem para discutir os termos da medida Página 3 Governo editará MP para garantir recursos às Apaes Página 4 História do Legislativo em edição especial Em oito páginas que acompanham esta edição, é apresentada a trajetória do Parlamento, que se confunde com a história do país. Celebrados os cem anos do Tratado de Petrópolis Acordo que incorporou o Acre ao Brasil é lembrado em sessão do Congresso. Página 6 Orçamento impositivo gera debate em comissão Proposta tem votação marcada, na Comissão de Justiça, para o dia 25. Página 5 Célio Azevedo Célio Azevedo Márcia Kalume

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Page 1: REFORMA DA PREVIDÊNCIA...nidos por participarem da gre-ve. Virgílio, apesar de apoiar a anistia, classificou de “equivo-cado” o movimento grevista. Heloísa Helena mencionou

Ó r g ã o d e d i v u l g a ç ã o d o S e n a d o F e d e r a l A n o IX – N º 1.825 – B r a s í l i a, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

Proposta paralelainclui paridade entre

ativos e inativos

Relator rejeita aquase totalidadedas 336 emendas

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

TRABALHO DUPLO Reunidos ontem, os senadores da Comissãode Justiça (foto à esquerda) tomaram conhecimento de doispareceres de Tião Viana (foto à direita, com Edison Lobão)sobre as mudanças na Previdência

NEGOCIAÇÃO Arns, Costa, Mercadante, Cristovam e Osmar se reúnem para discutir os termos da medida

Página 3

Governo editará MP paragarantir recursos às Apaes

Página 4

História doLegislativoem edição

especialEm oito páginas que

acompanham esta edição,é apresentada a trajetória doParlamento, que se confunde

com a história do país.

Celebrados oscem anos doTratado dePetrópolis

Acordo que incorporouo Acre ao Brasil é lembrado

em sessão do Congresso.

Página 6

Orçamentoimpositivo

gera debateem comissãoProposta tem votação

marcada, na Comissão deJustiça, para o dia 25.

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Page 2: REFORMA DA PREVIDÊNCIA...nidos por participarem da gre-ve. Virgílio, apesar de apoiar a anistia, classificou de “equivo-cado” o movimento grevista. Heloísa Helena mencionou

2 Brasília, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

LEGALIDADE Relator do projeto,Suplicy afirma que puniçõesferiam direito constitucional

www.senado.gov.brE-mail: [email protected].: 0800-612211 - Fax: (61) 311-3137

MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: José Sarney1º Vice-Presidente: Paulo Paim2º Vice-Presidente: Eduardo Siqueira Campos1º Secretário: Romeu Tuma2º Secretário: Alberto Silva3º Secretário: Heráclito Fortes4º Secretário: Sérgio ZambiasiSuplentes de Secretário: João Alberto Souza,Serys Slhessarenko, Geraldo Mesquita Júnior,Marcelo Crivella

Endereço: Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo Ido Senado Federal, 20º andar - Brasília - DFCEP 70165-920

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro SilvaDiretor da Secretaria de Comunicação Social: Armando S. RollembergDiretora do Jornal do Senado: Maria da Conceição Lima Alves (61) 311-3333Editores: Djalba Lima, Edson de Almeida, Eduardo Leão, Iara Altafin, José do Carmo Andrade eSylvio GuedesDiagramação: Iracema F. da Silva, Osmar Miranda, Sergio Luiz Gomes da Silva e Wesley BezerraRevisão: Eny Junia Carvalho, Lindolfo do Amaral Almeida, Miquéas D. de Morais e Rita AvellinoTratamento de Imagem: Edmilson FigueiredoArte: Cirilo QuartimCirculação e Atendimento ao leitor: John Kennedy Gurgel (61) 311-3333

Agência SenadoDiretor: Antonio Caraballo (61) 311-3327Chefia de reportagem: Helena Daltro Pontual (61) 311-1151 e Valter Gonçalves Júnior (61) 311-1670Edição: Marcos Magalhães e Marco Antonio Reis (61) 311-1667

O noticiário do Jornal do Senado é elaborado pela equipe de jornalistas da Subsecretaria AgênciaSenado e poderá ser reproduzido mediante citação da fonte.

Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações

Na sessão de hoje, às 10h, durante a hora doexpediente, será comemorado o Dia Nacional doVereador. O Plenário também realiza a segundasessão de discussão, em segundo turno, daproposta que prevê o início alternado, na Câmarae no Senado, da votação das medidas provisórias

Plenário celebra o Dia do Vereador

O presidente do Senado, JoséSarney, participa hoje, às10h,da sessão em homenagem aoDia Nacional do Vereador.Às 11h, recebe a bancada do

Sarney participa de homenagens e recebe parlamentares

Será realizada hoje, às 14h30, sessão solene do Congresso Nacional, no Plenárioda Câmara dos Deputados, em comemoração aos 180 anos do Poder Legislativobrasileiro. A seguir, haverá cerimônia de entrega de medalhas e diplomas às 26assembléias legislativas, à Câmara Distrital do DF, e à Câmara mais antiga do país,além do lançamento de selo comemorativo.

Sessão solene comemora 180 anos do Legislativo

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transgênicos realiza,às 8h30, sua primeira reunião administrativa, a fim de definir o calendá-rio de funcionamento. A comissão, instalada na terça-feira,é presidida pelo senador João Capiberibe (PSB-AP), autor do requeri-mento pedindo a criação da CPI.

CPI dos Transgênicos faz reunião

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) reúne-se, às 10h, para votaçãodas emendas ao Orçamento de 2004 e ao Plano Plurianual 2004-2007.Também serão votadas mensagens submetendo à apreciação doSenado o nome de Carlos Augusto Rego Santos Neves para exercer,além do cargo de embaixador do Brasil junto à Rússia, o mesmo postojunto às Repúblicas da Geórgia e da Belarus.

Comissão examina nome para embaixadas

A Comissão Conjunta do Mercosul vota hoje,às 9h, projeto de autoria do senador RobertoSaturnino (PT-RJ) que convoca plebiscitosobre a suspensão, pelo prazo de 20 anos,das negociações para o ingresso do Brasil naÁrea de Livre Comércio das Américas (Alca)(PDL nº 71/01).

Plebiscito sobre a AlcaNa reunião da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), a realizar-se hoje às 11h, e daComissão de Assuntos Sociais (CAS), às 10h,serão votadas emendas dos parlamentaresao Orçamento da União para 2004 e ao PlanoPlurianual (PPA). A CAS analisa ainda projetosque constavam na pauta da reunião de ontem.

Emendas ao Orçamento

A agenda completa, incluindo o número de cada proposição, está disponívelna Internet, no endereço www.senado.gov.br/agencia/agenda/agenda.asp

(PEC n° 27/03). Será votado projeto que tornaobrigatório o registro dos casos de desnutriçãopela rede de saúde e o envio dos dados aoMinistério da Saúde e às secretarias estaduaise municipais de Saúde, de forma a subsidiarpolíticas para o setor (PLC nº 16/02).

Partido Verde na Câmara e, às11h30, o presidente nacionaldo Partido Progressista (PP),deputado Pedro Corrêa,acompanhado do presidente

da legenda no Maranhão,deputado Antônio Joaquim.Às 14h30, Sarney participa dasessão solene pelos 180 anos doParlamento brasileiro.

O Senado aprovou, em regi-me de urgência, o projeto de leida Câmara que concede anis-tia a dirigentes sindicais e tra-balhadores da Petrobras puni-dos por participação em grevesrealizadas entre setembro de1994 e setembro de 1996. Comrelatório favorável do senadorEduardo Suplicy (PT-SP), a ma-téria teve o apoio em Plenáriode todos os líderes partidários,tendo sido aprovada, pela ma-nhã, na Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadania (CCJ).O projeto (PLC nº 77/03) seguepara sanção do presidente daRepública.

Em seu parecer, Suplicy ex-plica que a Justiça atribuiu ca-ráter político à greve realizadapelos petroleiros, que forampunidos pelo governo commulta diária e demissões.

– A aprovação da propostasignifica o reconhecimento, pe-lo Congresso, de que as puni-ções ocorreram de forma ilegaldo ponto de vista do Direito doTrabalho – disse Suplicy, lem-brando que a Constituição as-segura o direito de greve.

Os senadores Eduardo Si-queira Campos (PSDB-TO),Ramez Tebet (PMDB-MS) e An-tonio Carlos Magalhães (PFL-BA) saudaram a aprovação damatéria. Antonio Carlos salien-tou que, apesar de votar pelaaprovação, considerou corretaa punição aos petroleiros naocasião da greve. Já Tebet pe-diu a reintegração dos grevistasdemitidos.

Os senadores Arthur Virgílio(PSDB-AM) e Heloísa Helena(PT-AL) divulgaram manifestodistribuído pelo Comitê Naci-onal dos Punidos Políticos daPetrobras, cobrando a inclusão,na anistia, de outros 530 petro-leiros nordestinos, também pu-

Senado aprova anistiapara os petroleiros

nidos por participarem da gre-ve. Virgílio, apesar de apoiar aanistia, classificou de “equivo-cado” o movimento grevista.

Heloísa Helena mencionouprojeto do então senador JoséEduardo Dutra, atual presiden-te da Petrobras, que concedeanistia ampla aos petroleiros. Jáaprovada pelo Senado, a maté-ria tramita na Câmara. A sena-dora conversou com o autor doprojeto da Câmara, o deputa-do Luciano Zica (PT-SP), sobrea anistia aos petroleiros nor-destinos. Segundo ela, não fo-ram apresentadas emendaspara não prejudicar os que jáestão incluídos no texto.

PrivatizaçãoPela liderança do governo,

Ideli Salvatti (PT-SC) disse queo pleito é questão de justiça.Para ela, a greve de 1995 foi em“defesa do patrimônio nacio-nal”, já que, na ocasião, falava-se em privatizar a Petrobras.

O senador José Agripino(PFL-RN) afirmou que, entre osgrevistas punidos, estão 16 tra-balhadores do Rio Grande doNorte, não incluídos no proje-to da Câmara. Ele também pe-diu a aprovação da proposta deJosé Eduardo Dutra.

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Plenário discutemudanças noexame de MPA proposta de emenda àConstituição que estabelecea alternância entre Câmara eSenado no início da tramitaçãode medidas provisórias editadaspelo Poder Executivo teve ontemo primeiro dia de discussão emPlenário (PEC nº 27/03). Jámatéria que cria as procuradoriasdo Tribunal de Contas da União,do Senado Federal e da Câmarados Deputados (PEC n° 39/01),retornou à Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania(CCJ) para exame das emendas.

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3Brasília, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

Governo aceita paridade a aposentadosEmenda garante afuncionário públicoinativo mesmosreajustes dados aoservidor em atividade

PREVIDÊNCIA Relatórios apresentados por Tião Viana à Comissão de Justiça rejeitam a quase totalidade dasemendas oferecidas em Plenário ao texto já aprovado pela Câmara e à proposta paralela

O governo aceitou uma mu-dança, na proposta de emendaconstitucional paralela à refor-ma da Previdência, que vai be-neficiar os atuais servidorespúblicos federais, estaduais emunicipais quando eles se apo-sentarem. Eles terão na apo-sentadoria direito aos mesmosreajustes que forem dados aosservidores da ativa (paridadesalarial), inclusive aqueles de-rivados de mudanças em pla-nos de carreira. No entanto, se-rá exigido que o servidor tenhano mínimo 25 anos de serviçopúblico, sendo 15 na carreira –cinco anos a mais que o exigi-do pelo texto da proposta dereforma já aprovado pelos de-putados.

A proposta de reforma daPrevidência (PEC nº 67/03) e achamada emenda paralela(PEC nº 77/03), contendo asmudanças já aceitas pelo go-verno, tramitam simultanea-mente. Para entrar em vigor, aemenda paralela terá ainda deser votada pelos deputados, de-pois de aprovada pelos senado-res. Por sua vez, a reforma daPrevidência, já votada pelos de-putados, será promulgada seaprovada sem mudanças pelossenadores. A emenda que ga-rante a paridade para atuaisservidores foi aceita pelo rela-tor da reforma da Previdênciae da emenda paralela, senadorTião Viana (PT-AC).

PareceresReunida ontem a Comissão

de Constituição, Justiça e Cida-dania (CCJ) tomou conheci-mento dos dois pareceres sobreas emendas oferecidas pelossenadores em Plenário. O rela-tor Tião Viana rejeita a quase

totalidade das 336 emendas àproposta de reforma da Previ-dência. Baseado no RegimentoInterno da Casa, o senador ad-mite parte das emendas, paraaproveitá-las na proposta para-lela. Praticamente tudo que eleaceita já está no texto da emen-da paralela, exceto a garantiada paridade para os atuais ser-vidores.

Já o parecer do Tião Viana so-bre as emendas de Plenário àproposta paralela rejeita 38 su-gestões, aceitando apenasuma, sobre a paridade paraatuais servidores, quando seaposentarem. A emenda foiapresentada pelos senadoresGaribaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Paulo Paim (PT-RS). A au-sência dessa paridade é um dospontos que mais vêm provo-cando insatisfação no funcio-nalismo. Conforme discursosde senadores e depoimentos desindicalistas, sem a paridade osproventos dos futuros aposen-tados serão reduzidos rapida-mente, corroídos pela inflação.

Pedido de vistaAssim que os dois pareceres

do Tião Viana foram apresenta-dos, o presidente da Comissãode Justiça, senador EdisonLobão (PFL-MA), concedeu vis-ta das matérias para que os se-

nadores examinem detalhada-mente seu conteúdo, a pedidodo senador Antonio Carlos Va-ladares (PSB-SE). Na prática, aCCJ só voltará a debater o as-sunto na próxima semana,quando serão votados os pare-ceres e as emendas que os se-nadores destacarem (votaçãode emenda de forma separada).

OposiçãoA emenda paralela não tem o

apoio dos partidos de oposição(PFL e PSDB) e do PDT, que játentaram derrubá-la em Plená-rio, apresentando requerimen-to para que ela fosse anexadaao texto original da reforma daPrevidência. Os governistas ga-nharam a disputa e as duasemendas constitucionais têmtramitado ao mesmo tempo naCCJ – a reforma original estácom alguns dias à frente da pa-ralela.

Os senadores oposicionistasargumentam que nada garan-te que a proposta paralela serávotada pelos deputados. Os go-vernistas sustentam que não sepode “fatiar” uma emendaconstitucional, promulgandouma parte do texto já votadopelos deputados e remetendo aoutra, que recebeu modifica-ções no Senado, ao exame daCâmara dos Deputados.

VISTA Edison Lobão (E) – ao lado de Tião Viana –, concedeu prazopara que senadores examinem melhor as duas proposições

O senador Alvaro Dias(PSDB-PR) negou que o PSDBtenha decidido apoiar a pro-posta de reforma da Previdên-cia do governo. Ele contestoumatéria publicada na edição deontem do jornal Folha de S.Paulo, intitulada “PSDB decideapoiar a emenda da Previdên-cia”. O texto publicado no jor-nal informa que os oito gover-nadores e os 11 senadores dopartido teriam definido seuapoio à reforma durante umalmoço em Brasília.

– Há um equívoco nessa in-formação. Não é esta a decisãodo partido. Realizamos umareunião com os governadores,e é evidente que eles podemdefender posições eventual-mente diferentes das defendi-das pelos senadores do PSDB.Mas a nossa relação é ética e decompanheirismo. Os governa-dores respeitam as posiçõesdos senadores nesta Casa e nósretribuímos com o mesmo res-peito ao trabalho que eles rea-lizam – afirmou.

Alvaro Dias disse que em ne-nhum momento os senadoresdo PSDB foram pressionados amodificar suas convicções eestão livres para exercer seusmandatos sem coação.

RESPEITO Governadores esenadores do partido podem teropiniões diferentes, diz Alvaro

Alvaro negaapoio do PSDB

à reforma

O ministro da PrevidênciaSocial, Ricardo Berzoini, vaicomparecer à Comissão de As-suntos Sociais (CAS), em dataa ser marcada, para prestar es-clarecimentos sobre a estraté-gia utilizada pelo governo para

coibir fraudes no sistema previ-denciário. A decisão foi toma-da ontem pela comissão, aoaprovar requerimento da sena-dora Lúcia Vânia (PSDB-GO),presidente do colegiado.

Ideli Salvatti (PT-SC) conside-

rou superado o episódio envol-vendo aposentados com maisde 90 anos, já que o ministroadmitiu o erro e pediu descul-pas. Os senadores AlmeidaLima (PDT-SE), Flávio Arns (PT-PR), Eduardo Azeredo (PSDB-

MG), Reginaldo Duarte (PSDB-CE) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ)aplaudiram a aprovação do re-querimento e destacaram que aaudiência também servirá paraque Berzoini detalhe as propos-tas para melhorar a Previdência.

Comissão vai ouvir Berzoini sobre fraudes em contribuições

A bancada do PT no Senadoreuniu-se na manhã de ontemcom o ministro-chefe da CasaCivil, José Dirceu, e com o pre-sidente do partido, José Geno-íno, discutindo a posição a seradotada na reforma da Previ-dência. O senador Paulo Paim(PT-RS) disse ter recebido doministro apelo para votar favo-ravelmente não somente à pro-posta da Previdência, mas tam-bém para acompanhar o gover-no nas votações das emendasdestacadas pelas oposições.

– Há certos momentos na vi-da em que nós, ou ficamos comnossa história, ou seguimos no-vos caminhos. Eu, particular-mente, prefiro ficar com minhahistória – disse Paim. Ele reafir-mou, em entrevista, que se forsubmetido ao conselho de éti-ca do PT por votar contra a re-forma da Previdência, sairá dopartido antes que isso venha aacontecer.

Paim encaminhou ontem àMesa documento que enviouao partido explicando sua opi-nião sobre a reforma. Ele escla-rece que não é contra a propos-ta, mas se preocupa com al-guns pontos, como a redaçãodada à paridade, na Câmara.

DETERMINAÇÃO Paulo Paim dizque, na votação da proposta,prefere ficar com a sua história

Paim explicaposição sobre

a proposta

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4 Brasília, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

Lula deveexplicações, dizAlmeida Lima

Mais do que explicações so-bre equívocos e mal-entendi-dos, o senador Almeida Lima(PDT-SE) considerou funda-mental conhecer “com profun-didade” o perfil e as aspiraçõesdo governo Luiz Inácio Lula daSilva. A afirmação partiu deanálise sobre o veto presiden-cial ao projeto de lei que desti-nava R$ 8,7 milhões de recur-sos do Fundef a portadores dedeficiência; a decisão da Previ-dência Social de suspender,

para recadas-tramento, o pa-gamento de be-nefícios a apo-sentados commais de 90 a-nos; e a decla-ração “segrega-cionista e dis-criminatória”do secretáriode SegurançaAlimentar, JoséGraziano, con-

tra os nordestinos.– Não se trata de um caso iso-

lado. Esses fatos têm se consti-tuído regra no atual governo.

Para o senador, causarammaior indignação os argumen-tos do presidente Lula para re-jeitar a proposta que beneficiaalunos das Associações de Paise Amigos dos Excepcionais(Apaes). Almeida Lima consi-derou “um absurdo” deixar deajudar esses brasileiros, com oargumento de que o projetocontrariava o interesse público.

Os senadores Arthur Virgílio(PSDB-AM), José Agripino(PFL-RN), Demostenes Torres(PFL-GO) e Antero Paes de Bar-ros (PSDB-MT) reforçaram ascríticas de Almeida Lima feitasao governo petista.

César Borges: norma do Incraé “armadilha” ao cacauicultor

O senador César Borges (PFL-BA)chamou de “armadilha” para os produ-tores de cacau na Bahia a InstruçãoNormativa nº 11, do Instituto Nacionalde Colonização e Reforma Agrária (In-cra), que estabeleceu em 700 quilos oíndice de rendimento por hectare parao produto em caroço, equivalente a46,66 arrobas por ano. Com a crise atu-al, disse, o índice significa que qualquer fazenda de cacauno país poderá ser classificada como improdutiva e sujeitaa desapropriação, pois nenhuma produz nesses níveis.

– Para a Bahia, onde a praga da vassoura-de-bruxa grassasobre as áreas ainda não recuperadas pelo programa derecuperação da lavoura, a instrução é um erro, que precisaser corrigido – cobrou o senador.

Tourinho critica mudançade nome do Luz no Campo

O senador Rodolpho Tourinho(PFL-BA) questionou a alteração donome do programa Luz no Campo,lançado em 1999 pelo governo an-terior, para Luz para Todos, comoanunciou o presidente Lula. Segun-do o senador, o boletim Em Questão,da Secretaria de Comunicação deGoverno da Presidência da Repúbli-ca, ressalta que o programa Luz para Todos será iniciadoem todos os estados até o final do ano. “É inacreditávelque se fale em projetos pioneiros, quando já existe umprograma com o sucesso do Luz no Campo, o maior pro-grama de eletrificação rural já realizado no Brasil.”

Papaléo quer papel de maiordestaque para o Brasil na ONU

O senador Papaléo Paes (PMDB-AP)defendeu a inclusão do Brasil no Con-selho de Segurança das Nações Unidascomo membro permanente.

– O Brasil precisa ter um papel demaior destaque na ONU pela sua im-portância inquestionável no planeta epor ter um povo pacífico. Nossa diplo-macia tem uma longa tradição de de-fesa de soluções pacíficas e negociadas, das normas de di-reito internacional e da soberania dos Estados.

O país foi eleito novamente, por 177 votos, para manda-to de dois anos no Conselho de Segurança, e ocupará umdos dez postos rotativos, lembrou o senador. Ao todo, oConselho de Segurança é formado por 15 países – dez empostos rotativos e cinco permanentes.

Almeida Limaapontou equívocosdo governo Lula

José Jorge pedemais atenção dabase do governo

O senador José Jorge (PFL-PE) disse ontem que o episódiodo veto presidencial ao projetode lei que garantia recursos doFundef para atendimento decrianças com necessidades es-peciais é um alerta para que abase do governo analise commais atenção os projetos e, as-sim, evite vetos posteriores. Eleesclareceu que embora tenhaapresentado voto em separado,na Comissão de Educação, nãoconcordava com o veto.

José Jorge fri-sou que seu votoem separadomodificava amatéria “maisno sentido ope-racional”, com oobjetivo de tor-nar o projetomais claro emostrar que eraconstitucional.Ele lembrou queo artigo do Atodas DisposiçõesConstitucionais Transitóriasque criou o Fundef não estabe-lece que os recursos do fundodevem ir para o ensino públi-co, mas para o ensino funda-mental, sem especificar se pú-blico ou privado. Na Lei de Di-retrizes e Bases da Educação,também consta que institui-ções como a Apae podem usaresses recursos, afirmou.

Ele explicou outras duas mo-dificações que propôs: umapara clarear as diferenças entreo ensino especial e o regular,destacando que o primeiro émais caro, e, portanto, deveriareceber os recursos; e outra dei-xando claro que os recursos iri-am diretamente do Fundefpara a conta das escolas.

Governo editará MP parabeneficiar aluno deficiente

ENTENDIMENTO Decisão de editar medida foi tomada emreunião de que participaram Aloizio Mercadante e Flávio Arns

Mercadante anunciamedida para corrigir oveto presidencial aprojeto que garantiaverba de R$ 8 milhões

O líder do governo, AloizioMercadante (PT-SP), anunciouque o governo editará em umasemana medida provisória(MP) destinada a garantir paraas crianças deficientes que es-tudam em entidades de assis-tência social, como as Associa-ções de Paes e Amigos de Ex-cepcionais (Apaes), os mesmosrecursos que têm as criançasdeficientes atendidas pela redepública. A medida provisóriatambém vai assegurar créditovia Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Soci-al (BNDES) para empresas quecontratarem deficientes físicos.

Mercadante disse que a MPvisa corrigir o veto presidenci-al ao projeto de lei que garan-

MG) e Flávio Arns (PT-PR), pre-sidente da Subcomissão paraPortadores de NecessidadesEspeciais.

Arns afirmou que é constitu-cional a lei aprovada pelo Con-gresso. Eduardo Azeredo(PSDB-MG) destacou que aoposição cumpriu sua missãode fiscalizar o Executivo. Já Hé-lio Costa, relator do projeto,disse que ele e Flávio Arns ha-viam sido alertados de que oprojeto tinha vícios legislativos.

tia recursos de R$ 8 milhões doFundo de Manutenção e De-senvolvimento do Ensino Fun-damental e de Valorização doMagistério (Fundef), para aten-dimento de crianças com ne-cessidades especiais pelo ensi-no fundamental. A decisão deeditar a MP foi tomada em reu-nião entre Mercadante, o mi-nistro da Educação, CristovamBuarque, e Osmar Dias (PDT-PR), presidente da Comissão deEducação, Hélio Costa (PMDB-

Osmar aponta responsabilidade da comissãoA responsabilidade pela

aprovação na íntegra do proje-to de lei que garantia recursosdo Fundef a instituições queatendiam crianças com neces-sidades especiais, mesmo con-siderando imperfeições na ma-téria, foi da Comissão de Edu-cação, disse ontem o senadorOsmar Dias, frisando que fala-va como presidente do cole-giado. A decisão foi tomada,observou, para evitar que amatéria voltasse à Câmara dosDeputados.

O senador ressaltou que, comisso, não estava retirando a res-

ponsabilidade do governo peloveto, nem dos ministérios, quederam pareceres contrários ao

projeto, principalmente pelosargumentos utilizados.

– São argumentos ridículos,pois afirmam que R$ 8 milhõespoderiam acarretar o dese-quilíbrio fiscal da União. Isso éinaceitável – lamentou OsmarDias.

O senador frisou, no entan-to, “que não se pode acusar opresidente Luiz Inácio Lula daSilva de ter cometido um cri-me”.

Osmar Dias considera nor-mal o veto a um projeto que ti-vesse a apresentação de quatropareceres jurídicos contrários.

PONDERAÇÃO Para Osmar Dias,“não se pode acusar Lula dehaver cometido um crime”

José Jorgeapresentou votoem separado

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5Brasília, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

CCJ votará proposta deorçamento impositivo

JOSÉ AGRIPINO

A decisão épolítica, não étécnica. Oscongressistas têmcondições dealterar o processode elaboraçãoorçamentária

EDUARDO SUPLICY

O PT está compro-metido comaprovação da PEC,desde que sejamfeitos aperfeiçoa-mentos necessári-os para sua melhorimplantação

JOSÉ JORGE

A propostatem um longocaminho apercorrer enão há por queadiar a votaçãona Comissãode Justiça

AMIR LANDO

O grandeproblema emquestão é atransição doprocesso. Épreciso maisdebate sobreo tema

MAGUITO VILELA

A propostadeve preverregras para queos estados e osmunicípiostambém adotemo orçamentoimpositivo

HELOÍSA HELENA

A proposta podeacabar com apromiscuidadeentre os PoderesExecutivo e oLegislativo,mantida à basede bajulação

JEFFERSON PÉRES

O orçamentoautorizativoé fonteimensade corrupção e deabastardamentodo CongressoNacional

JOÃO CAPIBERIBE

Sou favorável aoorçamentoimpositivo porajudar a reduzira corrupçãoe a planejar comracionalidadeo país

TIÃO VIANA

O orçamentoimpositivo deveser implantadoprogressivamente,e ainda nogoverno dopresidente LuizInácio Lula da Silva

PEDRO SIMON

O orçamentoimpositivo ématéria complexa,mas não podeser parte doembate entreo governo ea oposição

RENAN CALHEIROS

Não acreditoem governoque não utilizaas boas idéiasda oposição.Vamos avançarde maneiraprogressiva

ANA JÚLIA

A proposta nãointeressa apenasao governo, mas atodo o país, queestá cansado denão ver recursospúblicos chega-rem ao destino

JORGE BORNHAUSEN

Abdicar dessa PEC,que é um grandeavanço, será umprejuízo para opaís no futuro. Nãopodemos nosperder e deixarde votá-la

FERNANDO BEZERRA

O orçamento nãopode continuarcomo está, mas asexpectativas dereceitas e dedespesas muitavezes não seconcretizam

TASSO JEREISSATI

A alteração daconfecção doorçamentotalvez seja amedida maismoralizadora queo Congressopoderia tomar

RODOLPHO TOURINHO

Somente comum orçamentoimpositivoserá possívelgarantir aregionalizaçãodos investimentospúblicos

ALVARO DIAS

O orçamento hojeé peça de ficçãoque desorienta ogoverno, em vezde se firmar comopeça fundamentalda administraçãopública

ANTONIO CARLOS MAGALHÃES

O Brasil precisa do orçamentoimpositivo imediatamente, paradar força ao Congresso Nacional eevitar a corrupção no país. A Casaquer, e o governo não quer porquesabe que será vigiado e terá decumprir a lei. Esse é um governode contradições

ALOIZIO MERCADANTE

Não pode ser feita uma passagemabrupta. Um orçamento somenteimpositivo não funciona, porquena sua elaboração não há controlesobre diversas variáveis, como ocomportamento da dívida pública,do crescimento, da inflação, dastaxas de câmbio e dos juros

Comissão deConstituição e Justiçadecidiu examinar aemenda constitucionalno dia 25 deste mês

Após três horas de discussão,a Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) deci-diu submeter a votação, na reu-nião do dia 25, o relatório dosenador César Borges (PFL-BA)favorável à proposta de emen-da à Constituição (PEC nº 22/00) do senador Antonio CarlosMagalhães (PFL-BA) e outrastrês que tornam impositivo o

Orçamento da União aprovadopelo Congresso.

AudiênciaCom o compromisso, ratifi-

cado pelo presidente da CCJ,senador Edison Lobão (PFL-MA), a comissão aprovou re-querimento dos senadores Fer-nando Bezerra (PTB-RN) e Se-rys Slhessarenko (PT-MT) soli-citando a realização de audiên-cia sobre o assunto com os se-cretários do Tesouro Nacional,Joaquim Levy, da Receita Fede-ral, Jorge Rachid, e do Orça-mento Federal, João BernardoBringel. A audiência deve serrealizada na próxima semana.

Os 19 senadores que se ma-nifestaram sobre o requeri-

mento reconheceram a impor-tância de o Congresso discutira matéria e aprovar medidasque permitam que o orçamen-to ajude efetivamente o plane-jamento nacional e evite a cor-rupção na destinação das ver-bas públicas.

Vários senadores, especial-mente de partidos ligados aogoverno, ponderaram sobre anecessidade de aperfeiçoar amatéria, tendo em vista que oengessamento do orçamentopode ser temerário. Alguns par-lamentares disseram que, damaneira como está, a elabora-ção do orçamento, sem execu-ção, desmoraliza o CongressoNacional.

A Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) defi-niu as emendas que apresenta-rá à proposta orçamentária de2004 e ao projeto do Plano Plu-rianual (PPA) referente aosanos de 2004 a 2007. Ao todo,são R$ 1,212 bilhão, dos quaisR$ 618,187 milhões referem-seao orçamento. Foram manti-das, conforme parecer do sena-dor Fernando Bezerra (PTB-RN), as prioridades aos pleitosdos tribunais federais. A CCJdeu ainda preferência às emen-das para o combate da crimi-nalidade e o atendimento a cri-anças e adolescentes.

CFCA Comissão de Fiscalização e

Controle (CFC) também apro-vou cinco emendas ao orça-

mento. Uma delas solicita R$100 milhões para o Tribunal deContas da União (TCU). Para aAgência Espacial Brasileira, aCFC quer R$ 170 milhões.

No reaparelhamento da Polí-cia Federal, devem ser garanti-dos R$ 150 milhões. E há umadestinando R$ 50 milhões parainstalação do Ministério Públi-co Federal nas 137 novas varasfederais. Outra, garante R$105,7 milhões ao Ministério dasRelações Exteriores.

EducaçãoA Comissão de Educação

(CE) definiu suas emendas. Fo-ram destinados R$ 40 milhõespara a área de cultura, R$ 130milhões para ciência e tec-nologia e cerca de R$ 600 mi-lhões para educação.

Ao projeto de orçamento, acomissão apresentará umaemenda na área de ciência etecnologia, uma na área de cul-tura e três na de educação. Parao PPA serão oferecidas trêsemendas para educação e duaspara ciência e tecnologia.

CAEA Comissão de Assuntos Eco-

nômicos (CAE) aprovou relató-rio de Ney Suassuna (PMDB-PB) sobre as emendas. Foramaprovados R$ 700 milhões paraturismo, infra-estrutura, agri-cultura familiar e para a Em-presa Brasileira de PesquisaAgropecuária (Embrapa). Asemendas de praticamente to-dos os senadores foram incluí-das, disse Ramez Tebet (PMDB-MS), presidente da CAE.

Comissões definem as emendasao projeto orçamentário e ao PPA

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6 Brasília, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

Centenário do Tratado de PetrópolisO Congresso Nacional comemorou ontem,em sessão solene, os cem anos da assinaturado Tratado de Petrópolis, acordo firmadocom a Bolívia em 17 de novembro de 1903que oficializou a incorporação do Acre aoBrasil. O presidente do Senado, José Sarney,e o 1º secretário, senador Romeu Tuma (PFL-SP), dirigiram a solenidade, que tambémcontou com a presença do governador Jorge

Viana e dos ex-senadores pelo Acre JorgeKalume, Nabor Júnior e Aloísio Bezerra.A sessão foi proposta pelos três senadoresdo estado – Geraldo Mesquita Júnior, SibáMachado e Tião Viana.Mesquita Júnior, Sibá Machado e FátimaCleide (PT-RO), além do governador JorgeViana e três deputados acreanos, destacarama luta dos habitantes do antigo território e o

Participação deacreanos, índios

e nordestinosO senador Sibá Machado

(PT-AC) narrou, em seu pro-nunciamento, vários aspec-tos da história de seu estado,ressaltando a fase de forma-ção dos seringais, da extraçãoda borracha e da intensa ex-portação do produto que im-primiu desenvolvimento eco-nômico à região. Ele exaltoua participação do povo doAcre, formado por índios,nordestinos, ribeirinhos etambém por pessoas oriun-das da Bolívia e do Peru, nahistória do estado.

Sibá Machado leu trecho decarta encaminhada pela mi-nistra do Meio Ambiente esenadora licenciada MarinaSilva (PT-AC), destacando acontribuição do Acre e daAmazônia para o país. O se-nador disse que estava falan-do em nome do líder do PT,senador Tião Viana (AC), queparticipava, no momento dasessão solene do Congresso,de debate na Comissão deConstituição, Justiça e Cida-dania (CCJ) sobre emendasapresentadas à proposta dereforma da Previdência. TiãoViana é o relator da matéria.

CONGRESSO Acordo assinado entre os governos brasileiro e boliviano garantiu incorporação do antigo territóriodo Acre ao Brasil. Para o presidente do Senado, tratado veio consolidar a política externa do país

esforço diplomático do Barão do Rio Branco,que culminaram com a conquista do Acre.Para José Sarney, o Tratado de Petrópolisconsolidou a política externa brasileira.Ao afirmar que "Acre e Brasil comemoram-semutuamente neste dia", Sarney mencionou oorgulho do país em ter o Acre como estado.Ao final da sessão de homenagem, foiexecutado o Hino do Acre.

História marcadapela audácia e ambição

Para o senador Geraldo Mes-quita Júnior (PSB-AC), o esta-do do Acre é resultado de umaepopéia encenada pelo povoacreano e pelo Barão do RioBranco. O parlamentar fez rela-to dos principais episódios daformação do antigo território eelogiou a coragem e determi-nação dos que participaram daRevolução Acreana. MesquitaJúnior disse que a populaçãodo estado tem orgulho de os-tentar o nome de Rio Branco nadenominação de sua capital,por ser o diplomata reconhe-cido como um dos heróis da“odisséia” de criação do Acre.

MESQUITA JÚNIOR

– A história do Acre foi tra-çada a golpes de audácia, esti-mulada pela ambição dos ho-mens, talhada pela coragemdos nordestinos, impulsionadapela ousadia com que se escre-ve a história, conquistada peloatrevimento dos heróis, susten-tada pelo talento, a obstinaçãoe a têmpera dos que dela nun-ca desistiram e dos que nelasempre acreditaram – ressaltouMesquita Júnior, ao destacar osacontecimentos que antecede-ram o tratado.

Solução foipragmática

e realistaA maior motivação do Brasil

na luta para adquirir o Acre,destacou a senadora FátimaCleide (PT-RO), referindo-se afrase do Barão do Rio Branco,foi o fato de sua população serbrasileira. Ela lembrou que adisputa entre os brasileiros láresidentes e o Exército bolivia-

FÁTIMA CLEIDE

no no final do século 19, pormotivos econômicos, causoucomoção na opinião públicanacional, que se preocupavacom a sorte dos brasileiros dis-tantes dos centros de decisão.

Fátima Cleide disse que a so-lução encontrada pelo Barãodo Rio Branco foi “pragmáticae realista” e livrou o país de ris-cos maiores, já que a Bolíviahavia arrendado ao governodos Estados Unidos o territórioem disputa com o Brasil.

A senadora observou que umdos itens do Tratado de Petró-polis previa a construção da Es-trada de Ferro Madeira-Mamo-ré, que se estende ao longo de366 quilômetros, e “vem sendodilapidada”.

Ela dirigiu apelo ao governofederal para que determine otombamento da ferrovia.

Para José Sarney, acordo ditou osrumos da política externa nacionalO presidente do Senado, José

Sarney, afirmou que o Tratadode Petrópolis foi fundamentalpara a diplomacia do país. Eleressaltou a atuação do Barão doRio Branco, que comandou anegociação, e disse que o acor-do ditou os rumos futuros dapolítica externa do país.

A luta pelo Acre, explicou,teve origens econômicas, liga-das à navegação, e “em sonhose fantasias de internaciona-lização da Amazônia” por ou-tros países. Ele destacou queEquador, Peru e Bolívia deseja-

vam livre acesso aos rios brasi-leiros.

Mas, salientou José Sarney, oterritório almejado foi ocupa-do por brasileiros, e quando aBolívia reivindicou aquela área,encontrou a resistência do po-vo ali sediado.

Na opinião do presidente doSenado, a data do tratado deveser comemorada mutuamentepelo Brasil e pelo Acre, já que apopulação do antigo territóriovoltou à pátria e também por-que estabeleceu a política ex-terna brasileira.

Jorge Viana afirma que luta peloterritório sensibilizou o Brasil

O governador do Acre, JorgeViana, manifestou seu conten-tamento e emoção em partici-par da homenagem do Con-gresso à conquista do Acre. Ahistória do estado e de seu po-vo, disse ele, é singular e temafinidade muito grande com abravura do povo brasileiro.

Jorge Viana lembrou a sagade criação do Acre e afirmouque o nascimento do estado es-tá ligado ao sentimento de li-berdade dos cidadãos que paralá se deslocaram ou lá decidi-

ram se fixar em busca de novasoportunidades.

– Esses não queriam mais doque ser reconhecidos pela pá-tria que os havia abandonado– assinalou o governador.

Ao enumerar etapas anterio-res ao Tratado de Petrópolis,ele disse que a determinaçãodos habitantes do território edos líderes da Revolta Acreana,como o gaúcho Plácido de Cas-tro, sensibilizou a populaçãobrasileira e a opinião pública deoutras nações.

SIBÁ MACHADO

HOMENAGEM Sarney (D) – tendo ao lado Jorge Viana – presidiu asessão solene em que foi exaltado o feito diplomático brasileiro

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7Brasília, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

Governo atrasaenvio de dados,

diz Mozarildo

O senador Mozarildo Caval-canti (PPS-RR) protestou on-tem contra o atraso no envio deinformações, pelo Ministérioda Saúde, sobre o repasse derecursos públicos para três or-ganizações que prestam assis-tência médica a comunidadesindígenas em Roraima. A soli-citação foi feita em requeri-mento, apresentado em Plená-rio no dia 20 de agosto e atéagora não respondido pelo mi-nistro Humberto Costa, disse.

As três entidades inseridas norequerimento de Mozarildo sãoa Diocese de Roraima, Conse-lho Indígena de Roraima (CIR)e Urihi – Saúde Yanomami, queteriam recebido do governo fe-deral, entre 2002 e 2003, maisde R$ 26,4 milhões, afirmou.Com base em reportagem dojornal Folha de Boa Vista, o se-nador observou que esse mon-tante ultrapassou o volume deverbas da União destinadas aoestado, R$ 13,8 milhões, e à Pre-feitura de Boa Vista, R$ 6,2 mi-lhões, no período.

– É muito dinheiro públicocolocado nas mãos de ONGspara tratar da saúde dos índi-os, que só representam 7% dapopulação de Roraima – ava-liou o senador.

VERBAS Mozarildo esperainformações sobre recursosrepassados a ONGs em Roraima

Ana Júliaressalta ações

em favor do Pará

A senadora Ana Júlia Carepa(PT-PA) registrou recentes a-ções do governo em benefíciodo Pará. Conforme disse, hou-ve mudança de comportamen-to da área federal em relação aoestado.

No último fim de semana, re-latou, os ministros dos Trans-portes, Anderson Adauto, e daJustiça, Marcio Thomaz Bastos,visitaram o Pará. O primeiro as-sinou convênios para a realiza-ção de obras, como a conclusãodas eclusas da hidrelétrica deTucuruí, o asfaltamento da ro-dovia Santarém-Cuiabá até aTransamazônica e a recupera-ção e pavimentação da BR-316e da BR-010. Também serão re-alizadas obras em vias urbanasde Belém, afirmou.

O ministro da Justiça, que emoutubro havia liberado R$ 11,4milhões do Fundo Nacional deSegurança Pública, foi ao Parápara dar início a programa decombate à violência gerada porconflitos de posse, principal-mente na Terra do Meio. A área,de 8 milhões de hectares, estálocalizada entre os municípiosde São Félix do Xingu e Alta-mira. Ali são freqüentes a grila-gem e a extração ilegal de ma-deiras nobres.

ACERTO O governo mudou ocomportamento em relação aoestado, segundo Ana Júlia

Eduardo quer mudançana atuação do BNDES

DESENVOLVIMENTO Eduardodefende parceria entre ossetores público e privado

Para o parlamentar,banco estatal precisafinanciar obras deinfra-estrutura no país,e não no exterior

O senador Eduardo SiqueiraCampos (PSDB-TO) defendeua utilização pelo Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES) domodelo de participação públi-co-privada na construção egestão de setores estruturaispúblicos. O modelo, destacou,foi aplicado com sucesso peloTocantins na construção da Hi-drelétrica Luís Eduardo Maga-lhães e em obras de saneamen-to. Ele afirmou que 50 países re-correm a modelos de parceriascomo o do seu estado.

Para o parlamentar, o gover-

que o Brasil necessita.– O que aconteceria se esti-

véssemos experimentando umcrescimento de 8,5%, como oda China? Estaríamos prontospara isso? Nossa mão-de-obraestaria preparada? Teríamosmão-de-obra suficiente paraatender a demanda? Temosdois terços da população viven-do em um terço do território –alertou, chamando atençãopara a importância dos inves-timentos em infra-estrutura epara o combate às desigualda-des regionais.

Em aparte, o senador Anto-nio Carlos Magalhães (PFL-BA)se disse emocionado com alembrança da homenagem queo governo do Tocantins prestouao seu filho. E o senador Leo-nel Pavan (PSDB-SC) assinalouque Palmas é um exemplo paraqualquer cidade.

no precisa adotar uma “visãoestratégica” em relação aos in-vestimentos do BNDES. Na suaopinião, o banco não deveria fi-nanciar outros países, mas simas obras de infra-estrutura de

Juvêncio critica a ministra Marina Silvapor declaração sobre Programa Pantanal

O senador Juvêncio da Fon-seca (PDT-MS) criticou a minis-tra do Meio Ambiente, MarinaSilva, por ter considerado “fa-raônico” o Programa Pantanal,durante visita a Mato Grosso doSul. Criado há dez anos para le-var infra-estrutura a 29 muni-cípios e fomentar projetos deinclusão social das populaçõesindígenas e ribeirinhas da Ba-cia do Alto Paraguai, o progra-ma prevê investimentos de US$400 milhões, que a ministraMarina quer reduzir para US$120 milhões.

– Se a ministra deu-se ao tra-balho de se deslocar de Brasí-

lia a Mato Grosso do Sul parafalar bobagens, seria melhor terficado em seu gabinete – disse

Juvêncio, citando editorial dojornal Correio do Estado, deCampo Grande (MS).

Ainda utilizando o editorial,o senador alertou para o atrasona implantação de obras queevitem a continuidade do pro-cesso de degradação ambientalno Pantanal.

O senador também lamentouque o potencial turístico da re-gião não esteja sendo aprovei-tado. Ele recebeu o apoio dossenadores Romeu Tuma (PFL-SP), Almeida Lima (PDT-SE),Magno Malta (PL-ES), RamezTebet (PMDB-MS) e MaguitoVilela (PMDB-GO).

NATUREZA Segundo Juvêncio,o programa combaterá adegradação ambiental da região

Maguito registra inauguraçãode TV na cidade de Porangatu

O senador Maguito Vilela (PMDB-GO)registrou em Plenário a inauguração daTV Rio de Ouro, com sede emPorangatu, no norte de Goiás. Maguitolembrou que essa é a sétima emissora,em seu estado, da Organização JaimeCâmara, que retransmite a programa-ção da Rede Globo. Conforme o sena-dor, serão alcançadas pela TV Rio deOuro 180 mil pessoas, de 13 municípios.

Maguito afirmou que a Organização Jaime Câmara é umadas maiores “referências nacionais em termos de comuni-cação”. Também destacou que, além das TVs, o grupo tememissoras de rádio e jornais.

– A história da Organização Jaime Câmara se entrelaçacom o desenvolvimento de Goiás – afirmou.

Ideli propõe voto desolidariedade a deputada

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) –foto – apresentou requerimento so-licitando que o Senado ofereça votode solidariedade à deputada federalMaria do Rosário (PT-RS), que teriasido ofendida pelo deputado JairBolsonaro (PTB-RJ). A agressão, dis-se, foi verbal e física. O requerimen-to também teve as assinaturas dassenadoras Ana Júlia Carepa (PT-PA), Patrícia Saboya (PPS-CE), Fátima Cleide (PT-RO) e Serys Slhessarenko (PT-MT).O presidente José Sarney garantiu o encaminhamentoimediato do requerimento para a Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadania (CCJ).

João Alberto é eleito presidentedo Conselho de Ética

O senador João Alberto Souza(PMDB-MA) – foto – foi eleito ontem porunanimidade para presidir o Conselhode Ética e Decoro Parlamentar. Foi es-colhida uma nova mesa do órgão emdecorrência da saída do senador Ju-vêncio da Fonseca (MS) do PMDB, par-tido que tem maioria no colegiado.Juvêncio, que era presidente do Conselho, passou para o PDT.A praxe é que o partido com o maior número de integrantestenha direito à presidência. O conselho vinha sendo presidi-do pelo vice-presidente, Demostenes Torres (PFL-GO).

Por solicitação de João Alberto, relator de pedido de cas-sação do senador Roberto Saturnino (PT-RJ), foi marcadareunião para a próxima terça-feira, dia 18.

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8 Brasília, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

CPI mista dos pardaiseletrônicos é aprovada

RECLAMAÇÕES Aelton Freitasdiz que usuários questionamconfiabilidade de equipamentos

Congresso deveráapurar denúncias deirregularidades naaplicação de multasno trânsito

Foi aprovado ontem, em ses-são conjunta do Congresso Na-cional, requerimento do sena-dor Aelton Freitas (PL-MG) quecria comissão parlamentarmista de inquérito (CPI) parainvestigar denúncias de irregu-laridades na aplicação de mul-tas de infração de trânsito pormeios eletrônicos, os chama-dos “pardais”. A comissão jápode começar a funcionar apartir da indicação de seus in-tegrantes.

A intenção do senador e dodeputado Sandro Mabel (PL-GO), também autor da solicita-ção, é identificar possíveis frau-des ou irregularidades no siste-ma de aplicação desse tipo demultas, inclusive sobre a mon-

mentos utilizados para aferiçãodas infrações de trânsito. Comoa atividade é terceirizada e osmotoristas identificaram coin-cidências no aumento do nú-mero de multas com o períodode licenciamento dos veículos,apenas uma investigação maisaprofundada, na opinião dosenador, poderá esclarecer ofuncionamento do sistema.

– A partir de uma completainvestigação de fatos e causas,poderemos fazer com que a ati-vidade tenha maior transpa-rência – avalia o senador.

CPI da ExploraçãoOs parlamentares presentes à

sessão do Congresso tambémaprovaram requerimento dasenadora Patrícia Saboya (PPS-CE) solicitando a prorrogaçãopor seis meses dos trabalhos daCPI que investiga a exploraçãosexual de crianças e adolescen-tes, presidida pela senadora.Agora, a comissão tem até 30 dejunho do ano que vem paraapresentar seu relatório final.

tagem de uma “indústria demultas”. A comissão de inqué-rito será formada por 13 sena-dores e 13 deputados e suplen-tes a serem escolhidos pelos lí-deres dos partidos na Câmarae no Senado.

Segundo Aelton Freitas, exis-tem numerosas reclamaçõesdos usuários das vias urbanase de rodovias quanto à qualida-de e confiabilidade dos equipa-

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores José Sarney, Eduardo Siqueira Campos, Romeu Tuma,Mão Santa e Hélio Costa e pela senadora Serys Slhessarenko

A Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) votoua favor da proposta que trans-forma em lei informações so-bre o condutor, como o gruposanguíneo, o fator RH e se é do-ador de órgãos, atualmenteexigidas pelo Conselho Nacio-nal de Trânsito (Contran) naCarteira Nacional de Habilita-ção.

O parecer dasenadora SerysSlhessarenko(PT-MT), favo-rável ao proje-to de lei da Câ-mara (PLC nº104/02), ressal-ta que, além depropiciar mai-ores garantias,a inclusão des-sas exigênciasna lei facilita a

captação de órgãos para trans-plantes e possibilita o aumen-to da eficiência do socorro àsvítimas de acidentes. A propos-ta foi apoiada por DemostenesTorres (PFL-GO).

Informaçõesna carteira de

habilitação

Serys: mudançafacilita socorro avítima de acidente

Senadores e deputados reu-nidos em sessão do CongressoNacional aprovaram ontem re-querimento do senador MarcoMaciel (PFL-PE) que cria co-missão mista especial para es-tudar e propor medidas parapromover a consolidação legis-lativa. A partir de agora os líde-res partidários das duas CasasLegislativas já poderão fazer aindicação dos membros danova comissão, que será forma-da por 11 senadores, 11 depu-tados e igual número de su-plentes.

O colegiado terá até 15 de

Comissãobuscará formas

de consolidartodas as leis

RACIONALIDADE Para Maciel, éimportante que cidadãosconheçam direitos e deveres

dezembro de 2004 para estudare propor medidas que melho-rem o modelo de elaboração ede sistematização das leis dopaís. Antes de mais nada, expli-ca Marco Maciel na justificaçãode seu pedido, o grupo cuidaráde levantar o extenso acervolegislativo do país, que, confor-me observou, “tem sido apon-tado como elemento altamen-te complicador da vida nacio-nal e fator de insegurança dosindivíduos em suas relaçõesentre si ou com o Estado”.

Após essa etapa, a comissão,que poderá ser auxiliada pelaSecretaria de Processamentode Dados do Senado (Proda-sen), pela Universidade doLegislativo (Unilegis) e tambémpor juristas renomados, deve-rá estudar mecanismos capa-zes de implementar raciona-lidade ao processo de feitura ede tratamento das leis.

Ao final dos trabalhos, umrelatóriocom a avaliação da co-missão sobre o quadro jurídi-co-legislativo será apresentado,assim como sugestões de alte-rações legislativas para conso-lidar a legislação.

– Cremos que, com esse es-forço, dar-se-á importante pas-so para o aperfeiçoamento dademocracia no país, asseguran-do aos cidadãos, com o maispleno conhecimento das nor-mas e de suas determinações,maior conscientização dos di-reitos e deveres de cada um –diz Maciel.

CCJ aceitamudança noquadro depessoal do STF

A Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) aprovouontem alteração na estrutura doquadro de pessoal do SupremoTribunal Federal (STF), transfor-mando 71 cargos de auxiliar judi-ciário em 17 postos de analistajudiciário e 14 de técnico judiciá-rio. Os senadores também aprova-ram o regime de urgência solici-tado pelo relator, senador Rodol-pho Tourinho (PFL-BA), para apre-ciação do Projeto de Lei da Câma-ra nº 79/03 pelo Plenário.

De acordo com o parecer dorelator, foi fundamental para oacolhimento do pleito encami-nhado pelo STF o argumento deque os cargos de auxiliar judiciá-rio encontram-se vagos desde suacriação, por não ter sido realizadoconcurso público para seu preen-chimento.

Ex-secretáriode Segurançadeve esclarecerdenúncias

Foram aprovados pela Co-missão de Constituição, Justiçae Cidadania, requerimentosdeArthur Virgílio (PSDB-AM) eJosé Jorge (PFL-PE) convidandoo ex-secretário nacional de Se-gurança Pública Luiz EduardoSoares para prestar esclareci-mentos sobre os fatos denun-ciados por ele no programaRoda Viva, da TV Cultura, e ementrevistas à Folha de S. Paulo.

A CCJ aprovou ainda reque-rimento de Paulo Octávio (PFL-DF) e Antonio Carlos Magalhães(PFL-BA) determinando audiên-cia para instruir o Projeto de Leinº 294/03, que trata da vendadireta de lotes de terrenos daUnião por interesse social aosocupantes de boa fé. Deverá serouvido o secretário interino dePatrimônio da União, Élvio Lima.

Deputados pedem urgênciapara punição a embriaguez

O presidente do Senado, JoséSarney, recebeu ontem o depu-tado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo,acompanhado do 1º vice-pre-sidente da Câmara, deputadoInocêncio Oliveira (PFL-PE). Osdeputados trouxeram a Sarneyos autógrafos do Projeto de Leino 735/03, de autoria de Albu-querque e já aprovado naquelaCasa, solicitando urgência parasua tramitação no Senado.

O projeto modifica o Códigode Trânsito Brasileiro para tor-nar mais rigoroso o controle douso de bebidas alcoólicas entrecondutores de veículos. Como alei permite ao motorista recu-sar-se a realizar os testes quecomprovam a embriaguez (exa-me de sangue ou “bafômetro”),o projeto reconhece como alter-nativas “notórios e incontestá-veis sinais de embriaguez, ates-tados por provas testemunhais”.

RIGOR Beto Albuquerque (D) e Inocêncio entregam a Sarneyprojeto que modifica o Código de Trânsito Brasileiro

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