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MARCOS - O EVANGELHO DO SERVIÇO | 116 | REFLEXÕES BÍBLICAS O INCOMPARÁVEL PODER DE JESUS ESTUDO 32 Leituras diárias Segunda Mc 4. 35-41 Terça Mc 5. 1-13 Quarta Mc 5. 14-20 Quinta Mc 5. 21-24 Sexta Mc 5. 25-34 Sábado Mc 6. 1-6 Domingo Sl 103. 1-14 Texto básico: Marcos 4.35-41; 5.25-29,34 Texto áureo: Marcos 4.41 O incomparável não admite compara- ção. Assim a palavra poder aplicada a Jesus assume um valor singular, bem diferente do conhecido. Ele causava estranheza e impacto por suas palavras de sabedoria e graça (Mc 6.2; Lc 4.22; Jo 7.44-46). Algumas considerações gerais sobre os milagres de Jesus: 1. A finalidade principal dos milagres era despertar atenção para a chegada e implantação do reino na terra, condu- zindo os homens a ideais superiores. 2. Funcionavam os milagres também como recurso para o ensino. Alguns são didáticos (para ensinar), como o da fi- gueira seca (Mt 21.18-22), ministrando a necessidade da fé autêntica. Outros são apologéticos (para justificar, defender), manifestando o poder característico do reino, como a cura de um paralítico (Lc 5.17-26), que objetivou comprovar a autoridade de Jesus para perdoar pecados. 3. Muitos milagres se classificam como beneficentes, incluindo curas e outras formas de alívio no sofrimento. Entre estes se coloca a multiplicação de pães, matando a fome e procurando provocar o apetite pelo “pão da vida”, aquele “pão que desceu do céu” (Jo 6.35, 41). Por falar em pão, Jesus deixou de transformar pedras em pães para proveito próprio (Mt 4.3,4). O único milagre feito aparentemente em proveito próprio foi o da moeda tirada da boca de um peixe (Mt 17.27). Na verdade esse texto mostra que Jesus estava evitando que se escandalizassem na omissão a que ele tinha direito. É evidente o poder de Cristo sobre a natureza, as enfermidades e o pecado, conforme passaremos a verificar. PODER SOBRE AS FORÇAS DA NATU- REZA (Mc 4.35-41) Aí está um comovente acontecimento que tem sido inspiração para o púlpito evangélico. E para a poesia, inclusive o expressivo hino 328 do Cantor Cristão, SOSSEGAI, que começa assim: Ó Mestre! o mar se revolta, as ondas nos dão pavor; o céu se reveste de trevas, não temos um salvador!

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M A R C O S - O E V A N G E L H O D O S E R V I Ç O |

116 | R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S

O IncOmparável pOder de Jesus

ESTUDO 32

Leituras diárias

Segunda Mc 4. 35-41Terça Mc 5. 1-13Quarta Mc 5. 14-20Quinta Mc 5. 21-24Sexta Mc 5. 25-34Sábado Mc 6. 1-6Domingo Sl 103. 1-14

Texto básico: Marcos 4.35-41; 5.25-29,34 Texto áureo: Marcos 4.41

O incomparável não admite compara-ção. Assim a palavra poder aplicada a Jesus assume um valor singular, bem diferente do conhecido. Ele causava estranheza e impacto por suas palavras de sabedoria e graça (Mc 6.2; Lc 4.22; Jo 7.44-46).

Algumas considerações gerais sobre os milagres de Jesus:

1. A finalidade principal dos milagres era despertar atenção para a chegada e implantação do reino na terra, condu- zindo os homens a ideais superiores.

2. Funcionavam os milagres também como recurso para o ensino. Alguns são didáticos (para ensinar), como o da fi- gueira seca (Mt 21.18-22), ministrando a necessidade da fé autêntica. Outros são apologéticos (para justificar, defender), manifestando o poder característico do reino, como a cura de um paralítico (Lc 5.17-26), que objetivou comprovar a autoridade de Jesus para perdoar pecados.

3. Muitos milagres se classificam como beneficentes, incluindo curas e outras formas de alívio no sofrimento.

Entre estes se coloca a multiplicação de pães, matando a fome e procurando provocar o apetite pelo “pão da vida”, aquele “pão que desceu do céu” (Jo 6.35, 41). Por falar em pão, Jesus deixou de transformar pedras em pães para proveito próprio (Mt 4.3,4). O único milagre feito aparentemente em proveito próprio foi o da moeda tirada da boca de um peixe (Mt 17.27). Na verdade esse texto mostra que Jesus estava evitando que se escandalizassem na omissão a que ele tinha direito.

É evidente o poder de Cristo sobre a natureza, as enfermidades e o pecado, conforme passaremos a verificar.

PODER SOBRE AS FORÇAS DA NATU- REZA (Mc 4.35-41)

Aí está um comovente acontecimento que tem sido inspiração para o púlpito evangélico. E para a poesia, inclusive o expressivo hino 328 do Cantor Cristão, SOSSEGAI, que começa assim: Ó Mestre! o mar se revolta, as ondas nos dão pavor; o céu se reveste de trevas, não temos um salvador!

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Parece que Jesus quis mudar um pouco a direção de seus ensinos. Após dirigir-se à inteligência, desejando que fosse entendida a natureza de seu reino (lição anterior), passa a falar mais à vonta- de e à fé. Aceitando-se que a hora não favorecia a travessia do mar, tem maior realce o prodígio. Jesus podia triunfar em qualquer circunstância desfavorável. Esse milagre sugere:

1. Os crentes estão expostos a prova- ções. A vida é como um mar revolto, agitado, perigoso. Nele se encontram nos- sos frágeis barquinhos, ameaçados por ondas bravias. Assim como a serenidade de um lago pode ser perturbada por uma inesperada tempestade, a fé cristã está sujeita aos sobressaltos repentinos e incômodos. Nem mesmo prestando serviços ao reino de Deus, como estavam os discípulos naquele dia, fica o crente isento de provações. Cuidado com essas pregações que prometem o céu na terra! Elas se multiplicam a cada dia. “No mundo tereis tribulações”, disse Jesus (Jo 16.33).

2. O Homem, por si só, é incapaz de suportar as forças que o desafiam. O v 38 revela o medo que levou os discípulos a despertar Jesus do sono. O medo, às vezes, é um bem, porque providencia re- cursos para a sobrevivência, embora seja, outras vezes, um mal que compromete a fé. Dentro de um universo difícil de do- minar, é feliz quem reconhece sua inca- pacidade e recorre à onipotência divina. É como procedem muitos selvagens. Não controlando os trovões, os relâmpagos, os ventos fortes, curvam-se humildemente diante de um ser que reconhecem como superior, ainda que o ignorem.

3. O evangelho oferece uma com- panhia especial nas horas difíceis. Com Cristo ao lado, que importa uma tempestade a mais? Ele é o dono do mar. O cristianismo apresenta um Deus perto do homem. Não o deísmo de alguns filósofos e teólogos, aceitando

Deus distante do homem, apesar de ser o Criador. “Mestre, não se te dá que pereçamos?” Esta pergunta parece acusar Cristo de indiferença, insensibilidade. É melhor pensar que a pergunta funciona como excelente exercício da oração.

Aplicação a sua vida. Á semelhança de Pedro, é fácil vacilar diante de vento forte e depender da mão amiga. Como você se comporta em momentos assim?

PODER SOBRE AS ENFERMIDADES (Mc 5.25-29)

No itinerário de Jesus tudo atendia a um plano inteligente. Chegando ao outro lado do mar, à terra dos gerasenos (ou gadarenos), demonstrou seu poder sobre uma legião de demônios. Ele tinha um ministério a cumprir ali (Mc 5.1-20). Regressando, já o esperava uma multidão (Lc 8.40). Segundo consta em Marcos e Lucas, o primeiro atendimento foi a um chefe de sinagoga, que se lançou a seus pés intercedendo por uma filha em estado grave. É aí que aparece a mulher de nosso texto, que vai “furar a fila” e ser curada antes da filha de Jairo.

Como se apresenta essa mulher? 1. Sem recursos (v 26) É curioso que Lucas parece resguardar

a classe médica no modo como descreve a situação da paciente, dizendo apenas que não houve quem pudesse curá-la (Lc 8.43), enquanto Marcos declara que ela “havia sofrido bastante às mãos de muitos médicos, e despendido tudo quanto possuía sem nada aproveitar, antes indo a pior”. Por ser médico, Lucas estaria evitando desprestigiar colegas? Mas o texto não afirma qualquer irresponsabilidade dos médicos. Há doenças que desafiam qualquer clínico especializado. Quanto a esse caso, vale recordar que o Dr Jeiel Ferreira (não mais entre nós), na coluna

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Lar e Saúde, mantida por ele durante vários anos em O Jornal Batista, afirmou que a medicina atual tem recursos para hemorragia, não carecendo de milagre essa enfermidade hoje. Como a única provisão para aquela mulher estava em Jesus, recorreu a ele. Faz lembrar o pecador sem méritos e recursos, pobre e indigente como o necessitado de Mateus 18.26, suplicando misericórdia.

2. Tímida (v 27) Acanhamento? Algum complexo?

Emoções abaladas? “Veio por detrás”, mas depois pôde olhar para Jesus, de frente (v 33). Termina o medo de Deus quando o homem entra em comunhão com ele. Que diz 1Jo 4.18? “O amor lança fora o medo”.

3. Confiante (v 28) Fé no poder de Jesus. O comentarista

Broadus, no Comentário de Mateus, coloca o seguinte: “Não sabemos até que ponto os seus sentimentos se mis- turavam com a superstição, mas essen- cialmente a sua convicção era correta, uma vez que Jesus louvou a sua fé, e virtude saiu dele, logo que ela o tocou”. Conferir Lc 8.46. É conveniente lembrar que o poder saiu de Jesus, e não de seu manto. Certos programas de TV exibem mantos “consagrados” em locais místi-cos de Jerusalém, prometendo bênçãos especiais.

Aplicação a sua vida. Se a doença afeta a saúde e as finanças, que dizer do pecado? Aponte alguns prejuízos do mal para sua vida.

PODER SOBRE O PECADO (Mc 5.34)Já no caso do paralítico (Lição 3)

realça o poder de Cristo para perdoar

pecados. A enferma restaurada chega a uma solene confissão no v 33, que se constitui motivo para o v 34. Seria apenas uma salvação física? Salvação como livramento de males? Ou agora Jesus fala à alma da mulher, dando-lhe paz sobrenatural? Para a reabilitação moral e espiritual do ser humano, a Bíblia é farta em apontar a fé como condição.

Em que se baseia o poder de Cristo sobre o pecado? Não somente em sua perfeição divina, mas também em seu sacrifício redentor, fonte da graça. E Paulo ensina que a graça é maior do que o pecado (Rm 5.20).

Aplicação a sua vida. Você é crente? Sente-se seguro em Cristo? Que benefí- cios o evangelho traz a seu dia-a-dia?

REFLITA UM POUCO MAIS

1. Você já observou a diferença entre Jesus e Jonas, no barco? Jonas foi a causa da tempestade. Jesus, a causa da bonança.

2. À semelhança de Pedro, muitos vacilam diante do vento forte, e dependem da mão amiga (Mt 14.30). Como você tem enfrentado as provações?

3. Cristo está perto de quem sofre, mas deve ser reconhecido e solicitado. As ansiedades dos dois discípulos no caminho a Emaús demoraram até que perceberam a presença e proximidade do Senhor (Lc 24.31-35). Você tem certeza de que esse divino companheiro está a seu lado? Recorre a ele?