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  • M A R C O S - O E V A N G E L H O D O S E R V I O |

    126 | R E F L E X E S B B L I C A S

    A redeno tem preo

    ESTUDO 35

    Leituras dirias

    Segunda Mc 8. 27-30Tera Mc 8. 31-33; 9.30-32Quarta Mc 8. 34-9.1Quinta Mc 9. 2-8Sexta Mc 9. 14-29Sbado Mc 9. 33-37Domingo Jo 16. 25-33Texto bsico: Marcos 8. 27-37

    Texto ureo:

    A vida est marcada pela palavrinha preo. O alimento, a roupa, a casa, a conduo, o material escolar, o remdio tudo tem seu preo, alto ou baixo, acessvel ou no. E as conquistas morais e sociais? Custam boa vontade, esforo, sacrifcio. Por amor ptria muitos cidados j deram a vida.

    A religiosidade tambm tem preo, varivel de acordo com o tipo de doutrina. O preo das boas obras, das penitncias, dos sacramentos etc. Interessa-nos avaliar a eterna salvao, incluindo a vida crist. Para os judeus era fundamental uma submisso ao ritualismo que Jesus classificou como fardos pesados e difceis de suportar (Mt 23.4).

    Qual o preo da redeno? Do corpo fcil fazer a conta, se o caso uma doena, desde que se tenha a relao dos servios mdicos e dos remdios usados. Diferente com a redeno da alma. A matemtica no consegue calcular o preo, pois envolve tambm um redentor inestimvel.

    O REDENTOR AVALIADO (Mc 8.27-30)

    1. Avaliao dos de fora (v. 28) Trata-se de uma sondagem da

    opinio popular. Bom o crente saber o que dizem a seu respeito. Que imagem transmite? Como interpretam sua vida crist? Qual o alcance de sua influncia? Jesus estava sempre bem seguro de sua vida e obra, sem depender da opinio dos homens para prosseguir na jornada. O que ele pretende com a pergunta aos discpulos (v.27) uma chamada ao esprito de observao por parte deles, pois devem estar atentos ao que o povo pensa e diz. Uma oportunidade para se comparar a opinio dos no crentes com a convico dos crentes (vs. 28,29).

    Qual a resposta? Que pensa o povo? Est longe de acertar. O preo baixo. At que o comparam a personagens de renome e respeito. Joo Batista, muito conceituado entre os judeus e temido por Herodes (Mt 14.1-31). Elias, esperado pelos judeus como precursor do Messias prometido (Ml 4.5; Mt 11.14). No enxer-

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    garam Elias em Joo Batista ( o que nada tem a ver com reencarnao, mas sim com semelhanas de personalidade e de ministrio). Ainda outros viam nele Jeremias, ou um dos profetas (Mt 16.14). Jeremias, uma figura venerada entre os judeus. Alguns rabinos chegaram a ensinar que ele era o profeta prometido por Moiss (Dt 18.15), e havia de reapa- recer para restaurar a religio. Como se v, identificaram Jesus com pessoas ilustres da histria bblica. Mas a correta avaliao precisava reconhec-lo como Redentor. E hoje? Intrpretes apressados e irreverentes (que no faltavam nos dias de Jesus) preferem trat-lo como revolucionrio poltico, traidor da ptria, enganador. Opinies elogiosas dizem que ele Esprito de luz, professor, filsofo, psiclogo, pacificador, taumaturgo (operador de milagres). Ele s isso? Essa avaliao pequena.

    2. Avaliao dos de dentro (v. 29) Agora a vez dos discpulos. Deles

    depende a pregao fiel. Se eles no acertarem, levaro o erro ao mundo e o mundo ao erro. Nenhuma esperana de salvao para a humanidade. Mas vs, quem dizeis que eu sou? Uma sensvel diferena entre opinies diversas do povo e a unidade da f apostlica. Uma convico que o povo desconhece, porque privilgio da experincia crist. Tu s o Cristo. Mateus acrescenta: o Filho do Deus vivo (Mt 16.16). Duas verdades merecem destaque:

    A natureza messinica de Jesus. O termo Cristo tem exatamente essa ideia. Compreender isso necessrio a todo estudante da Bblia e aos pregadores do evangelho. O Messias veio. O Messias vem teologia errada de quem se encontra em atraso de f como a samaritana de Jo 4.25. F incompleta.

    A natureza divina de Cristo. A redeno de preo to alto, que traz o cu terra. Deus toma a forma humana para uma perfeita identificao com os homens.

    o que se chama de natureza divino-humana de Jesus. Ele humano tambm, tornando-se membro da raa humana (Gn 12.3); da descendncia de Abrao (Gn 12.3; At 3.25; Gl 3.8,16); da tribo de Jud (Gn 49.10); da linhagem de Davi (2 Sm 7.12-14; At 2.29,30). Mas a Bblia afirma o carter divino desse Verbo que se fez carne. filho de Davi, mas Davi lhe chama Senhor (Mt 22.41-45).

    A entrevista em Cesareia de Filipe serve para testar e aprovar os discpulos numa espcie de Declarao de F. Podiam sair logo a pregar? Parece estranha a recomendao de Jesus no v.30, proibindo a publicidade. O momento certo para cada coisa fazia parte do seu programa. O cuidado de no provocar uma rejeio e revolta antes do tempo contra quem no podia morrer antes do tempo. Este seria um motivo para os discpulos no sarem logo anunciando. Outro podia ser a necessidade de mais instrues. Veja o v. 31.

    Aplicao a sua vida. De que modo voc se comporta perante opinies equivocadas a respeito de Jesus? Fica abalado na f? Procura reafirmar suas convices?

    A REDENO AVALIADA (Mc 8.31-33)A manjedoura apenas o comeo

    da histria da redeno. Comeo, porque essa histria vai at o Calvrio, onde o Cristo padecente declara: Est consumado. Entre o bero e a cruz, quanta dor! o preo da nossa eterna redeno que somente ele pode pagar. O v.31 menciona muito mais do que sofrimento, rejeio e morte, porque termina com a triunfante ressurreio. O preo da morte escandaliza o frgil Pedro (autor da linda confisso feita um pouco antes, v. 29), mostrando que carecia mesmo de maior firmeza antes de sair pregando a redeno. A que Jesus lhe

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    faz esta repreenso severa: Para trs de mim, Satans (v. 33). No havendo a cruz, onde a vitria sobre a morte e o tmulo? Satans iria sorrir. Como afirma Fausset, Jesus v na atitude de Pedro um engano satnico, um sussurro do inferno para afast-lo de seu propsito de sofrer (Comentario Exegetico y Explicativo de la Biblia). Algo muito srio o Diabo usar um crente como seu porta-voz. Quantas oportunidades ele tem explorado! Ainda bem que Pedro vai aprender a lio teolgica e escrever mais tarde que o preo do resgate o precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo (1 Pe 1.18-19).

    Aplicao a sua vida. Satans continua atuando. Como possvel o crente ser instrumento do mal? Voc tem o que compartilhar?

    O DESAFIO DA CRUZ (Mc 8.34-37)1. Aparente contradio (v.34) Se a salvao de graa (Jesus pa-

    gou o alto preo na cruz), parece contra- ditrio ele exigir que seus seguidores tomem a cruz, no acha? Do costume da poca o Mestre tirou a lio. O conde- nado carregava a cruz em que ia morrer. Em sentido simblico (figurado), o crente precisa suportar a cruz. No a cruz do sacrifcio redentor, mas a cruz da disposio para sofrer como redimido. Afrontas, zombarias, rejeio, e at a morte. Naqueles dias o desafio era constante, e no poucos sofreram o martrio pelo nome de Jesus.

    2. Morte que gera vida (v.35) Assim foi a morte do Redentor.

    No salvou a prpria vida para salvar a nossa, livrando-nos da morte eterna. Deste modo somos desafiados a morrer, a perder a vida, a mortificar a carne, a dedicar o melhor a ele, que nos resgatou da v maneira de viver (1 Pe 1.18). H

    um forte apego a valores provisrios, proveitos passageiros, que facilmente resultam em perdas de valores maiores e permanentes. Vale essa troca? Em Romanos 12.1, Paulo sugere um sacrifcio vivo. Quanto mais o crente em Cristo coloca sua vida a servio da Causa, mais vida tem. Este um modo de perder para ganhar, ou receber oferecendo.

    3. Valor inestimvel (vs. 36,37) Aqui est a justificativa para o desafio.

    Ter em alta conta o que passa correr o perigo de perder o que no passa. O sentido sobrenatural e eterno da vida impossvel avaliar. Os valores do mundo inteiro so inferiores preciosidade da vida. O apelo de Jesus para que se busque em primeiro lugar o reino de Deus ajuda a entender a superioridade dos valores que ele trouxe ao mundo (Mt 6.33). Vale, portanto, seguir seus ensinos, a qualquer preo.

    Aplicao a sua vida. 1) Que significa para voc tomar a cruz? 2) Em que sentido sua vida crist pode gerar vida?

    REFLITA UM POUCO MAIS

    1. Se voc no crente ainda, medite agora mesmo no quanto Cristo valorizou sua redeno, morrendo por voc. Se voc j crente, pense no valor que a mensagem de Cristo tem para o seu prximo tambm, e pregue-lhe o evangelho.

    2. As opinies do povo a respeito de Jesus em nada alteram o que ele . Enquanto os homens dizem o que pensam dele, voc deve dizer o que a Bblia diz. Veja a convico de Paulo diante de opinies de judeus e gregos a respeito da cruz (1Co 1.20-24).

    3. Jesus soube usar o instrumento de suplcio para um fim nobre. Que uso estamos fazendo de nossa cruz? Voc acha difcil ser crente?