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Revista do Projeto Reflexões PUCRS ANO VI – Nº 6 – 2006 Universidade reflete seu papel PÁGINA 6 Entrevista com Ir. Evilázio Teixeira PÁGINAS 4 E 5 Diálogo aproxima participantes da Reitoria PÁGINAS 18 E 19

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Revista do Projeto Reflexões PUCRSANO VI – Nº 6 – 2006

Universidadereflete seu papel

PÁGINA 6

Entrevista comIr. Evilázio TeixeiraPÁGINAS 4 E 5

Diálogo aproximaparticipantes da ReitoriaPÁGINAS 18 E 19

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Como ChampagnatEditorial do Reitor Ir. Joaquim Clotet

ÍNDICE

REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 20062

3A Instituição olha para si mesmaEntrevista com o Vice-Reitor e coordenador do Projeto Reflexões, Ir. Evilázio Teixeira4 e 5

o olhar6 a 8 PUCRS reflete seu papel na sociedade

9 Depoimentos

10 e 11 Participantes elaboram propostas para a Universidade

12 e 13 Fotos dos grupos em Bento Gonçalves

14 e 15 Momentos de confraternização descontraem e estimulam a espiritualidade

16 O Projeto Reflexões em números

17 Depoimentos

especial18 e 19 Diálogo aproxima participantes da Reitoria

a identidade20 e 21 Refletindo sobre a identidade da PUCRS

22 e 23 Debate reflete o Marco Referencial

24 Depoimentos

25 Robert Chernow defende aprendizado por meio das experiências

o compromisso26 e 27 Compromisso institucional é debatido da teoria à prática

memória28 e 29 Idéias do Reflexões são transformadas em projetos de sucesso

30 a 33 Álbum de fotos dos encontros em Bento Gonçalves e Porto Alegre

34 e 35 Foto do grupo do Projeto Reflexões 2006, em Bento Gonçalves

EXPEDIENTEReitor: Joaquim Clotet • Vice-Reitor:Evilázio Teixeira • Professores respon-sáveis pelo Projeto Reflexões: Arman-do Bortolini, Dóris Haussen, Emílio Je-ckel Neto, Érico Hammes, Maria EmíliaEngers e Vera Lúcia Strube de Lima • Arevista Reflexões é editada pela Asses-soria de Comunicação Social da PUCRS.Coordenador da Assessoria: Luiz Antô-nio Nikão Duarte • Editora: MagdaAchutti • Repórter: Eduardo Borba •Fotógrafos: Marcos Colombo e RodrigoOjeda • Revisão: José Renato Schmae-decke • Projeto gráfico: Pense Design• Impressão: Epecê-Gráfica

Esclarecimento: A edição nº 5, de dezembro de 2005, da revista do Projeto Reflexões, não foi revisada por José Renato Schmaedecke.

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ComoChampagnat

OProjeto Reflexões chegou à nona edi-ção, em 2006, com uma novidade in-serida na sua tríplice fundamentação– de qualificação das pessoas que tra-balham na PUCRS, de ampliação do

conhecimento sobre a Instituição e de compromis-so com os valores maristas que a orientam: a ex-tensão do diálogo entre os participantes e delescom a Administração Central, através do espaçoDialogando com a Reitoria. A intensa participação sedesenvolveu num debate produtivo e voltado parao interesse comum, demonstrando a oportunidadee o sucesso da iniciativa implantada no encontrorealizado em maio, em Bento Gonçalves.

O exemplo a que recorro evidencia o exato pa-pel do Reflexões, sob cuja amplitude se abrigamtemas múltiplos, que vão da convivência à admi-nistração, sempre orientados por nossa condiçãode universidade, de universidade e católica, de uni-versidade católica e dirigida pelo Instituto dos Ir-mãos Maristas, de universidade católica dirigidapelo Instituto dos Irmãos Maristas e brasileira. É apartir dessas raízes que todos nós desenvolvemosnossas atividades diárias, cada qual colocando umtijolo na enorme construção de nossas vidas, nelasincluídas nossas atividades profissionais e nossosposicionamentos frente aos desafios de todo serhumano.

Assim, estou certo de que a aproximação propi-ciada pelo Reflexões vai muito além dos encontrosanuais que realizamos desde o ano 2000 e de inicia-tivas inovadoras como o Dialogando com a Reitoria.Entendo que o seu mérito é o de nos ajudar a cum-prir um papel relevante na vida e nos relaciona-mentos que consagramos. Estamos, assim, repetin-do o que fez São Marcelino Champagnat: dissemi-nando coletivamente os ensinamentos mútuos.

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Joaquim Clotet,Reitor da PUCRS

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A Instituição olha paO Vice-Reitor EvilázioTeixeira, coordenadordo Projeto Reflexões,faz uma análise sobrea trajetória de seisanos do evento quetem servido deinstrumento para quea Universidade volteseu olhar para simesma e projeteo seu futuro.

Qual a importância do Projeto Refle-xões para a Universidade?

O Projeto Reflexões nasce dentro deuma realidade experienciada pelaPUCRS na década de 1990. Naquele pe-ríodo, a Universidade fez opções estraté-gicas importantes, com ênfase na for-mação continuada em todos os níveis. OReflexões nasce com a perspectiva deproporcionar uma reconstrução de co-nhecimentos relacionados à Instituição,de modo especial no que se refere à suaidentidade. Católica e também marista,deve multiplicar, entre toda a comuni-dade, o jeito marista de educar. Então, oProjeto ajuda, tanto professores comofuncionários, a se aproximarem dessamissão primeira, da qual nasceu o Insti-tuto Marista. Para tal, trabalha a histó-ria do fundador desse Instituto que con-ta com 189 anos de tradição na educa-ção. Outro elemento que também mere-ce destaque nos encontros são os funda-mentos do Marco Referencial da Institui-ção. Nesse contexto, aparecem aspectosfundamentais relacionados à liderança,a recursos humanos, à competência pro-

fissional e, conseqüentemente, à revisãoda nossa identidade institucional. A im-portância do Projeto Reflexões é aproxi-mar cada vez mais aqueles que fazemparte da Instituição com a própria Insti-tuição, à medida que abre o diálogopara o conhecimento dos princípios ori-entadores da PUCRS e permite à Institui-ção um olhar reflexivo sobre a sua mis-são.

O senhor considera que, depois de seisanos do Projeto Reflexões, o públicocompartilha dessa experiência? E emque nível estaria esse compartilhar?

Eu diria que o Projeto Reflexões criauma situação nova na Universidade,mas não definitiva, porque constitui umprocesso. Claro, não podemos conside-rar que participar de um evento comoesse vai mudar totalmente a Instituiçãoou a vida das pessoas na PUCRS. Entre-tanto, o Reflexões, como processo, é ex-tremamente importante, porque temajudado a desencadear uma série de in-quietações. A oportunidade que a Insti-tuição tem de olhar para si mesma, não

é simplesmente para se ufanar do seusucesso no presente ou dos louros con-seguidos no passado, mas também paraaceitar os grandes desafios do futuro.

Como o senhor percebe a apreensãodessa reflexão do Projeto no dia-a-diada Universidade? Como a PUCRS perce-be a absorção desse trabalho?

Por um lado tem uma percepção ins-titucional e, de outro, a percepção dossujeitos que atuam no coletivo da Uni-versidade. Primeiramente, o Projeto Re-flexões permite um diálogo entre todasas instâncias da organização e começa aintegrar pessoas de diferentes setores.Integra diferentes áreas do conhecimen-to: pessoas que não se conheciam, pas-sam a conversar e, inclusive, a partilharprojetos comuns. Aproxima os dirigen-tes dos professores e dos funcionários etem proporcionado, tanto pela percep-ção da Instituição como dos participan-tes em geral, a circulação de saberesprovenientes de fontes distintas. Escu-tando sua comunidade interna, o Proje-to revela o potencial de seus recursoshumanos e desvela aos professores efuncionários as expectativas dos diri-gentes. Ao propiciar uma reflexão sobrea identidade da Instituição, observa-semaior comprometimento da comunida-de com o trabalho. Existe uma fábulaantiquíssima que diz que você não podese engajar e, tampouco amar, aquiloque não conhece. O Reflexões está pos-sibilitando um conhecimento comparti-lhado sobre as potencialidades e neces-sidades da PUCRS.

O senhor diria que o Projeto Reflexõesajudou a Administração Superior aapreender, nessa via de duas mãos, oque as pessoas expõem em suas preo-cupações?

Hoje nós temos que pensar a Univer-sidade como um grande projeto deconstrução coletiva. E o Reflexões per-mite justamente isso. Concebido naperspectiva de diálogo, permitiu à Ad-ministração Superior, e posso dizer à fi-gura do Reitor e de sua equipe, daratenção especial às demandas de profes-

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ara si mesmasores e funcionários. Surge num eventocomo esses, uma série de reivindicaçõese demandas com as quais a Reitoria nãosó se preocupou como atendeu a muitasdelas. Houve um avanço significativo,até mesmo em focar algumas priorida-des em suas ações estratégicas. A Uni-versidade não é exclusivamente um pro-jeto da Reitoria. Nós temos que cons-truir um projeto contínuo, que atinjatodos os níveis de forma dialogada eauto-reflexiva.

Haveria uma forma, ou instrumento,em que o Reflexões pudesse orientaras pessoas para quando houvesse essetipo de questionamento ou cobrançaspor mudanças?

Esse tipo de situação é extremamen-te comum. Algumas pessoas podem en-tender o Reflexões como uma espécie deplano estratégico. Não é. É uma oportu-nidade de envolver toda a comunidade.E, claro, quando se reflete sobre a Insti-tuição, aparecem potencialidades, limi-tações, elementos a serem melhorados.Mas o Reflexões não tem esse compro-misso e, tampouco, a finalidade de sim-plesmente atender tantas reivindica-ções, embora se busque isso. Uma vezque se identificam problemas e limita-ções, o nosso trabalho institucional esocial, em todos os níveis, tem o com-promisso de melhorar. O Reflexões sesoma ao Planejamento Estratégico, atodo o trabalho que vem sendo feito nosúltimos tempos no que se refere à capa-citação, tanto de docentes como de téc-nico-administrativos.

O que nasceu a partir do Reflexões?O Reflexões marca um espaço insti-

tucional que abre caminhos para novosprojetos. O próprio Planejamento Estra-tégico surgiu a partir do Reflexões, bemcomo o Fé e Cultura. A iniciativa da Ca-pacitação Docente, embora mais antigaem nossa Instituição, tem procurado ex-plorar temas que advêm das idéias lan-çadas nas plenárias do Reflexões. É umagrande trajetória de integração fraternae de troca de experiências. Toda experi-ência é uma espécie do amálgama das

nossas vivências cotidianas. Pela suadespretensão e informalidade, no Refle-xões as pessoas partilham mais da suavivência e experiência dentro da Insti-tuição. E, a partir disso, é natural que seefetivem novas atividades nas unidadesacadêmicas. Outro elemento que podeser citado como resultado é que o Refle-xões proporciona à comunidade umaatualização sobre temas que fazem par-te de nossa vida cotidiana acadêmica,além de ser um momento de envolvi-mento espiritual, respeitando a opçãoreligiosa individual de cada um. Salien-to, ainda, o Encontro com o Reitor, queocorre em dezembro, momento culmi-nante nas atividades de final de ano.Não é uma prestação de serviço ou umatendimento às reivindicações, mas éum momento de, novamente, falar, dis-cutir e perceber para onde estamos ca-minhando juntos.

se tornam beneficiários naturais do pro-jeto porque, uma vez que você começa atrabalhar na formação da comunidadeinterna, os professores e funcionáriosadquirem uma nova percepção do quese refere a atendimento em todos os es-paços institucionais. O aluno é o centro.O aluno é o motivo pelo qual existe aInstituição e as reflexões que provêmdos encontros levam naturalmente essamarca.

Quais as projeções para 2007?Vamos manter o Projeto Reflexões

até 2008, pelo menos com esse modelo.Houve nove encontros, atingindo 1.097pessoas. Pretendemos ampliar o núme-ro de participantes. Começamos, no anopassado, os encontros para aqueles quejá fizeram parte em outras edições. AUniversidade constitui um grande pro-jeto coletivo. Nós temos um compromis-so com a formação de pessoas, porquenão trabalhamos com produtos. Traba-lhar com pessoas, basicamente, é for-má-las para responder aos desafios dasociedade, mas também para o futuroque as espera. Não basta simplesmenteuma formação técnica de alto nível. Épreciso formar o cidadão, o indivíduocapaz de se relacionar eticamente den-tro da sociedade. Temos que recuperaruma concepção integral do ser humano.A Universidade tem, então, de propor-cionar essa formação integral. Além deter grande competência técnica, é preci-so ser ético, estético, espiritual, comuni-tário. O projeto no qual estamos envol-vidos é maior do que todos nós. Meu de-sejo é justamente que a Universidade setorne o espaço da crítica, por excelência,mas também o espaço de projetos, parauma sociedade melhor, mais solidária,composta por indivíduos mais sensíveis.Que o nosso ato de fazer educação sejaum espaço de relações humanas de qua-lidade, o que se expressa com muitapropriedade em nossa missão educativamarista. Neste sentido, o desafio dasprojeções para o futuro do Reflexões éimenso, à medida que requer um fortecompromisso legado do passado, sob acoordenação do Ir. Joaquim Clotet.

Como o senhor vê a expectativa ex-pressa pelos participantes de incluiros alunos no Projeto Reflexões e deque forma isso aconteceria?

O Reflexões não é um projeto volta-do diretamente para alunos. Os alunos

“”

NÓS TEMOS UMCOMPROMISSO COM AFORMAÇÃO DE PESSOAS.TEMOS QUE FORMAR OCIDADÃO, O INDIVÍDUOCAPAZ DE SE RELACIONARETICAMENTE DENTRO DASOCIEDADE. TEMOS QUERECUPERAR UMACONCEPÇÃO INTEGRAL DOSER HUMANO. ALÉM DE TERGRANDE COMPETÊNCIATÉCNICA, É PRECISO SERÉTICO, ESTÉTICO,ESPIRITUAL, COMUNITÁRIO.

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O OLHAR

PUCRS refleteseu papelna sociedade

Enxergar a universidadecomo empreendedora desoluções e inovar a formade ensino para estar àaltura das novas gera-

ções. Esses desafios foram lançadospelos palestrantes José Roberto Go-mes da Silva, da PUC-Rio, e PedroDemo, da Universidade de Brasília(UnB), durante as primeiras apre-sentações da etapa O Olhar, da nonaedição do Projeto Reflexões, promo-vido pela PUCRS há seis anos paraintegrar e qualificar seus professo-res e funcionários. O encontro ocor-reu de 26 a 28 de maio no HotelDall’Onder, em Bento Gonçalves.

Na abertura, o Reitor JoaquimClotet enfatizou que a atividade sefundamenta em três aspectos: “qua-lificar as pessoas que trabalham naInstituição, conhecer melhor a enti-dade na qual todos atuam e assu-mir o compromisso com os valoresmaristas que regem a Universida-de”. Para o Vice-Reitor e coordena-dor do projeto, Ir. Evilázio Teixeira,“o Reflexões é um momento pararevisitar a história que deu origemà Universidade”.

O primeiro encontro da edição de2006 reuniu 155 pessoas que inte-graram grupos de discussões, confe-rências e diálogos com a Reitoria.

Debate: Armando Bortolini (esq.), Pedro Demo, José Roberto Gomes e Vera Lúcia Lima

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que mata a universidade é a obsessão peloensino, porque este não tem qualquer rele-vância na formação do aluno e no futuroda sociedade”. Essa foi uma das frases dePedro Demo, da UnB, que mais causou im-

pacto entre os professores durante o primeiro dia do Reflexões.Para defender sua declaração, aparentemente desrespeitosa àcultura acadêmica, ele argumenta que o conhecimento é algopotencialmente passível de rupturas, e que não deve ser ape-nas reproduzido, mas também criticado para ser aprimorado.

Durante a apresentação Ensino superior no século 21: direitode aprender, ele focou as novas formas de transmissão do co-nhecimento a serem exploradas para que os conteúdos insti-guem os alunos a pesquisar e interagir com o que lhes é expos-to em sala de aula. Demo põe em xeque a necessidade de exis-tirem as salas de aula no ensino superior como espaço deaprendizado. “Persistimos nas falhas da pedagogia, enquanto ageração digital aprende pela experimentação e participação,não pela escuta ou leitura passiva”, enfatiza.

Refletindo sobre a dificuldade da universidade em as-similar mudanças impostas pelo mundo atual, ele consi-dera que as instituições ainda se mostram “aptas a rumi-nar processos bem burilados de tomada de decisão, e,quando promovem mudanças, o fazem lentamente. Comisto foram tornando-se obsoletas, gastando seu discursocom resistências, enquanto a sociedade afoga-se na im-previsibilidade”.

No entanto, ele reconhece que “o conhecimento queela cria e os serviços que provê são chavepara quase toda prioridade da sociedadecontemporânea, desde a prosperidade pes-soal e o sentir-se bem na competitividadeeconômica”.

Apesar de fortes, as palavras de PedroDemo não foram as únicas ouvidas comgrande interesse pelos participantes. O temaMudanças, desafios e competências, abordadopor José Roberto Gomes da Silva, da PUC-Rio,trouxe situações que, embora cotidianas, re-meteram muitos a refletir seu papel naPUCRS. Gomes vê a instituição de ensino su-perior (IES) repensando sua gestão de com-petências organizacionais e gestão de pesso-as, com o objetivo de fortalecer uma visãode parceria com as suas diferentes categori-as de empregados.

“A iniciativa mais importante para se re-pensar estes dois temas é a construção deuma base de diálogo organizacional, no qualas dificuldades e expectativas possam ser

negociadas e transformadas em compromissos mútuos esinceros”, pondera. Segundo ele, esta mesma reflexãopode auxiliar também a relação com os alunos, cujo de-senvolvimento de competências é uma das principais ra-zões da existência da IES.

O palestrante ressaltou a necessidade de as IES esta-rem preparadas para as pressões que regem o mercado,como “a competição por capital humano qualificado”. Noentanto, afirmou que características intrínsecas ao meioacadêmico, como a pesquisa básica, devem ser preser-vadas.

Palestras expõem desafiosdo ensino superior

“OPolêmico: Pedro Demo

Reflexivo: José Roberto Gomes

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O OLHAR

Champagnat:humanizado eempreendedor

Muitas vezes é preci-so retirar um santodo pedestal e mos-trar sua trajetóriade vida, como to-

dos os demais humanos, para con-quistar respeito por seus feitos. Du-rante O Olhar, etapa que marca oprimeiro dos três encontros anuaisdo Projeto Reflexões, realizado emmaio, em Bento Gonçalves, o Ir. Ma-noel Alves, da Universidade Católicade Brasília, reteve a atenção de umaplatéia com quase 200 pessoas napalestra Educação marista. Ele con-quistou risos, aplausos e, principal-mente, admiração por MarcelinoChampagnat, revelando a dedicaçãoe a visão empreendedora do religio-

so para o ensino.

neses. Embora tenha freqüentado aprecária estrutura escolar francesaquando menino, teve de deixá-la aosdez anos, semianalfabeto, para auxi-liar no sustento da casa com as lidesdo campo. Aos 16 anos, ingressou noseminário, onde começou os estudosefetivos e sua formação intelectual.

No ano anterior, em 1804, Napo-leão se auto-intitulara imperador daFrança. Confrontos entre o monarcae as instituições religiosas motiva-ram perseguições, dividiram o cleroe refletiram diretamente na educa-ção. A imposição governamental doMétodo Mútuo, que treinava moni-tores para educar centenas de alu-nos simultaneamente numa mesmasala de aula, conflitava com a linhaproposta por João Batista de La Sal-

alinhamento de pensamento em re-lação às metodologias de ensino,desenvolveram um sistema educa-cional alicerçado nos dois principaismétodos de então: o Simultâneo, deLa Salle – que era baseado nos co-nhecimentos dos jesuítas, trazidosdos séculos anteriores; e o Mútuo,imposto pelo governo, que vinhaperdendo adeptos ano a ano, mascontinha pontos positivos.

A partir daí uma história de con-solidação passou a ser escrita. Em1824 o Instituto se fortalece e o mo-vimento marista passa a ser religio-so-escolar. Consciente da necessida-de de aprimoramento constante,Champagnat chama os lassalistaspara auxiliarem na capacitação equalificação dos professores maris-

Esse homem, quesuperou adversidades como a po-breza e o semianalfabetismo até os16 anos, foi o fundador do Institutodos Irmãos Maristas, no ano de1817. Sua foto, afixada nas paredesde todos os departamentos daPUCRS, passa a ter um novo signifi-cado para quem conhece sua histó-ria, vivida no contexto político esocial conturbado da França napo-leônica, entre os séculos 18 e 19.

Filho de pai altamente politizadoà época da Revolução Francesa, em1789, e de mãe religiosa com forteliderança familiar, Champagnat foi onono filho de uma família de campo-

le, denominada Método Simultâneo,dando atenção direta a cada apren-diz por meio do contato com o edu-cador em ambientes menores.

A derrota de Napoleão na Bata-lha de Waterloo restabeleceu o po-der aos Bourbon, com o rei LuísXVIII, em 1815. A Sociedade de Ins-trução Pública permitiu à Igreja re-tomar a liderança no ensino escolar.Nos anos seguintes, mais de 30 ins-titutos educadores foram fundados,entre eles o Movimento Educativodos Irmãos Maristas, em 1817. Lide-rados por Champagnat, os irmãos –nem todos religiosos – que ganha-ram este nome por manterem um

tas. Sua dedicação é exclusiva à edu-cação, com a cultura de convivercom os alunos desde o amanhecer.“Falar da vida dos maristas era falarda vida na escola”, relembra Alves.

Antes de sua morte, em 1840,Champagnat disseminou seu mode-lo de ensino para além da França. OInstituto, fundado em 1817 comduas escolas, chegou a 400 escolas,2 mil irmãos maristas e 60 mil alu-nos no ano de 1860. Manoel Alvesatribui o crescimento e a solidifica-ção do movimento às três dimen-sões que sempre nortearam asações educacionais maristas: a afeti-va, a cognitiva e a psicomotora.

Educador marista: Ir. Manoel Alves

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ATHOS ANDRÉ DO AMARAL ROCHA (Divisão de Obras)

”“As palestras têm uma qualidade excelente. Todos os aspectos abordados rela-

cionam-se de alguma forma com a nossa vivência na Universidade hoje e tam-

bém com os nossos desafios. O conceito é tão abrangente, tão amplo, que a

gente consegue vincular a ele a nossa realidade. Todos os palestrantes, de cer-

ta forma, tocaram em pontos importantes que a gente vivencia diariamente

na PUCRS. Os assuntos, pela complexidade que envolvem, são passíveis de ser

implantados e discutidos nos setores, mas são conquistas gradativas. A gente

ainda tem muito que trabalhar para chegar ao resultado que se busca nas dis-

cussões.

MARIA JOSÉ BARRERAS (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas /

Departamento de História e Faculdade de Comunicação Social)

“”

Para que se possa pensar um novo momento na educação, não se pode mais

pensar somente na 'nossa unidade'. É preciso pensar na Universidade como

um todo. Integrei um grupo com pessoas da Matemática, da Odonto, da Infor-

mática, da Economia e constatei que temos angústias e projetos muito seme-

lhantes. Acho importante haver o que está acontecendo aqui hoje: integração

nessa discussão. Multidisciplinar, transdisciplinar... É impossível que se forme

alguém da Odontologia que não entenda do medo do seu paciente. Temos que

ampliar, cortar esses 'compartimentos' que impedem efetivamente que o ho-

mem cresça na sua integralidade. E não dá para fazer o melhor na unidade, no

departamento. Tem que fazer melhor na Universidade! Tem que somar!

ELIANA PEREIRA DO REGO (Biblioteca Central)

“”

A PUCRS foi muito acolhedora para mim, foi uma casa que eu encontrei quan-

do cheguei ao Rio Grande do Sul. Desde a edição de 2000, vejo sempre as pes-

soas comentando e voltando entusiasmadas do Projeto Reflexões. Eu sempre

tive curiosidade de saber o porquê e hoje estou tendo a oportunidade de vi-

venciar isso no meu coração. Estou muito feliz, as palestras são ótimas, me-

xem com você, fazem pensar. E é isso: o amor ao trabalho, o amor aos colegas,

à Instituição. Vamos aplicar o que estamos aprendendo hoje: não ficar estagna-

do, estar sempre pensando à frente, procurando atender melhor os colegas, a

chefia, os alunos, estendendo a mão para tudo o que as pessoas precisarem.

FLÁVIO AUGUSTO MARSIAJ OLIVEIRA (Faculdade de Odontologia)

“”

O projeto Reflexões mostrou a mim algumas coisas que a gente faz certo, mas

por outro lado, opções que a educação marista e que a necessidade universitá-

ria nos impõem. Fiquei alegre com algumas coisas que ouvi porque eu, empi-

ricamente, já as pratico. Sempre achei que a educação, no sentido amplo da

palavra, não é só ensinar, não é só monitorar, mas é preparar para a vida e isso

eu sempre fiz. Fico muito alegre que, nos meus 46 anos de PUCRS, tenha feito

isso com meus alunos, colegas e funcionários que comigo trabalharam, sempre

com a fraternidade característica da religiosidade e do espírito crítico.

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 200610

O OLHAR

Participanteselaborampropostas paraa Universidade

Durante três dias os par-ticipantes do encontroO Olhar foram estimula-dos a debater e estudaros temas expostos na

abertura do evento e elaborar per-guntas dirigidas aos conferencistasJosé Roberto Gomes da Silva e PedroDemo, além de propostas para a me-lhoria da Universidade. O exercíciofoi feito em grupos preestabelecidospela organização do Projeto Refle-xões, a partir da distribuição dos cra-chás de identificação pessoal, reunin-do pessoas de diferentes unidadesacadêmicas e variados níveis hierár-quicos. O objetivo foi garantir plurali-dade e integração. Confira as princi-pais conclusões, organizadas pelaprofessora Maria Emília Engers.

COMUNICAÇÃOMelhorar, padronizar e sistemati-zar a comunicação interna;Ampliar e aprimorar a comunica-ção externa;Expandir o papel da ouvidoria;Implementar processo amplo e di-nâmico de comunicação entre asdiversas áreas da Universidade;Desencadear processo de sensibili-zação que garanta a difusão de ati-vidades e recursos;Superar o isolamento das unidadese dos campi;Proporcionar maior diálogo entreas unidades, com o propósito decompartilhar bons exemplos degestão;Administrar o fluxo de informaçõesfocando no processo e não nas pes-soas;Melhorar a comunicação verbal enão-verbal;Desenvolver procedimentos opera-cionais para melhor agilização ad-ministrativa.

OTIMIZAÇÃO E TRANSPARÊNCIA DO Unificar os procedimentos ope-racionais das diversas unidades,departamentos e institutos;Descentralizar alguns níveis dedecisão, proporcionando maiorautonomia das áreas operacio-nais;Garantir a transparência nas re-lações administrativas e acadê-micas da Universidade paraprofessores, alunos, funcioná-rios e direção;

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CONCLUSÕES DOS GRUPOS

COMPROMISSOINSTITUCIONALE PESSOAL

Resgatar a história do ProjetoReflexões com vistas a verificaras ações já implementadas;Comprometer a comunidadeacadêmica nas mudanças;Reconhecer-se como sujeito au-tônomo e responsável pela ges-tão do seu espaço de trabalho;Refletir sobre o papel do docen-te na identificação dos estudan-tes em processo de evasão a fimde tomar medidas preventivas;Reconhecer o compromisso comos princípios maristas, partici-pando do processo de evangeli-zação em seu sentido mais am-plo de “levar boas notícias”;Reconhecer que a educação ma-rista e identidade católica vãoao encontro dos objetivos maiselevados da educação: contribuirpara a formação da consciência,da inteligência e da vontade.

GESTÃO DE PESSOASImplementar um método de avaliaçãoadequado que dê sustentação ao pro-cesso contínuo de reciclagem funcional;Implantar sistema de concurso paraseleção docente;Implantar um plano de carreira paraos funcionários;Repensar a forma de avaliação docente;Definir papéis, perfis e competênciaspara o corpo funcional;Melhorar o gerenciamento de compe-tências (otimizar o uso do tempo dos pro-fessores, valorizando sua atividade fim);Instituir plano de cargos e saláriospara todo o corpo funcional;Adequar benefícios e incentivos;Rever o plano de previdência e aposen-tadoria complementar;Estimular o retorno de ex-alunos, atra-vés de um programa de incentivos;Criar mecanismos administrativos quepermitam, de fato, implementar aspráticas inovadoras;Motivar os alunos a conhecer e valori-zar a PUCRS como um todo.

INTEGRAÇÃO DAS FUNÇÕESDA UNIVERSIDADE

Promover a interdisciplinaridade nas açõesque envolvem o ensino-aprendizagem;Identificar o perfil do novo aluno para ade-quar as práticas pedagógicas;Incentivar atividades socioculturais de formacontinuada apoiando iniciativas como o cor-redor cultural;Trabalhar de forma integrada: desde o guar-da da entrada, a todos os colegas que usam ocrachá;Repensar as práticas de ensino/aprendiza-gem tradicionais de modo a favorecer umamelhor formação dos nossos alunos e enfren-tar o desafio de ajustar o processo de ensinoe aprendizagem à realidade contemporânea;Privilegiar a formação integral do indivíduo econclamá-lo a uma ação social responsável efraterna;Estimular a pesquisa como fonte de conheci-mento e de melhoria do ensino;Introduzir a tecnologia como processo educa-tivo quando trouxer benefícios, pois esta seconstitui como ferramenta e não em um fimem si mesma.

PROCESSO ADMINISTRATIVOPadronizar e agilizar os processos administrativosda Universidade de modo a implementar as me-lhores práticas em todas as unidades acadêmicas;Simplificar o modelo de gestão para atender asdemandas da sociedade e proporcionar a neces-sária sustentabilidade da Instituição;Promover maior divulgação das estruturas daUniversidade envolvidas no objetivo de evitar aevasão dos acadêmicos;Otimizar a receita oriunda dos espaços físicos daUniversidade tais como o Parque Esportivo, salasde aula, auditórios e anfiteatros.

CAPACITAÇÃOCapacitar docentes e funcionários, visando a melhoria contí-nua das atividades realizadas, incluindo técnicas, procedimen-tos e utilização dos recursos e infra-estrutura;Identificar processos internos, habilidades e competências,com fins de priorizar investimentos no quadro funcional;Habilitar o quadro funcional para interagir com alunos porta-dores de necessidades especiais;Aumentar a oferta para capacitação de docentes em ferramen-tas de internet e ensino a distância;Ampliar o projeto já existente para capacitação docente;Elaborar programa de capacitação de gestores;Proporcionar a “alfabetização” digital do corpo docente e funcional.

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O OLHAR

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 200614

O OLHAR

Momentos deconfraternizaçãodescontraem eestimulam aespiritualidade

Oprimeiro encontro doProjeto Reflexões é sem-pre marcado por grandeexpectativa. Em 2006,na manhã da sexta-fei-

ra, 26 de maio, professores, funcioná-rios, membros da Reitoria, da organi-zação e da coordenação do Projeto seencontraram em frente ao Salão deAtos, no Campus Central, para aco-modar suas bagagens nos ônibus,sorver um chimarrão e conversar so-bre o que iria acontecer nos próxi-mos dias, em Bento Gonçalves.

Na chegada à Serra, logo da pas-sagem pelo pórtico da Capital Nacio-nal do Vinho, todos foram brindadoscom bombons e, no desembarque noDall’Onder Hotel, a recepção foi feitapelo Reitor Joaquim Clotet e o Vice-Rei-tor Evilázio Teixeira, também coorde-nador do Reflexões, além dos demaisintegrantes da equipe coordenadora.

Depois de um lanche de boas-vin-das, todos receberam seus crachás e,ao chegarem aos quartos, pastas coma programação estavam sobre as ca-mas, indicando o que aconteceria apartir daquela tarde. Depois da aber-tura da etapa O Olhar, reuniram-se norestaurante do hotel, desfrutando denova oportunidade de interação comcolegas de diferentes unidades acadê-micas.

À noite, após duas conferênciasde impacto, em especial a de PedroDemo, e da primeira atividade emgrupos, o jantar e, em seguida a salade jogos, reuniram os participantesque já usufruíam da tranqüilidadeproporcionada pelo clima serrano. Atemperatura baixa também levou al-guns à degustação de vinho, honran-do os costumes da Região.

Apesar da programação intensa, osábado também teve intervalos des-contraídos. O primeiro foi para afoto oficial de 2006, antes do almoço.No final da tarde, o grupo foi convi-dado a partilhar um momento de es-piritualidade, com a celebração euca-rística, na tradicional Igreja São Ben-to, em forma de pipa.

O jantar da segunda noite foi ani-mado com música ao vivo e um gru-po de danças folclóricas italianas,que não se conteve ao palco e foi atéa platéia buscar os participantes paraentrarem no ritmo das danças típi-cas.

No domingo, depois da avaliaçãodos trabalhos e o desfecho da primei-ra etapa do Reflexões 2006, a despedi-da do hotel e o retorno a Porto Alegreforam bem mais animados que nachegada, há dois dias, servindo comoindicativo de sucesso do encontro noquesito integração de pessoal.

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 2006 15

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 200616

O OLHAR

Organizar os eventos doProjeto Reflexões exigegrande planejamento eintegração entre a Co-missão Organizadora e

a equipe da Pró-Reitoria de AssuntosComunitários (PRAC), responsávelpor toda a articulação. A parte visí-vel dos encontros, no entanto, é ape-nas a metade do trabalho, que é

composto por dezenas de horas deelaboração, centenas de participan-tes – somando-se as três etapas –, emilhares de recursos materiais quedão suporte às apresentações, deba-tes e momentos de descontração vi-vidos pelos participantes. Para ilus-trar melhor esse lado B do Reflexões,a PRAC divulgou os números oficiaisdo Projeto. Confira ao lado.

O Reflexõestraduzidoem números

NÚMEROS DE 2006

PLANEJAMENTO

1º Encontro: Bento Gonçalves(160h)2º e 3º Encontros: Porto Alegre(44h cada evento)

PARTICIPANTES

Bento Gonçalves: 150 pessoasPorto Alegre (1): 162 pessoasPorto Alegre (2): 163 pessoas

COMPUTADORES

1º Encontro: 17 notebookse 8 desktops

TRANSPORTE

1º Encontro1 van1 caminhão4 ônibus

MATERIAIS

1º Encontro150 convites150 check-ins300 envelopes300 etiquetas de bagagem150 passaportes150 crachás150 cordas de crachá150 pastas150 camisas150 canetas150 cadernos de trabalho150 CDs122 sinalizadores de porta

APARTAMENTOS

1º Encontro122 apartamentos

QUILÔMETROS RODADOS

1º Encontro2.198 km rodados

ALIMENTAÇÃO

Total geral de alimentosconsumidos: 850 kg

Equipe de apoio do Projeto Reflexões

Comissão Organizadora

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 2006 17

”“Achei bastante polêmico o que Pedro Demos falou. Há certas coisas que podem

ser aplicadas, mas outras são muito radicais. Mudanças tão radicais, assim

como as que ele defende, não poderiam ser implementadas. Eu já conhecia o

Projeto Reflexões pelo que outros funcionários comentavam. Colegas que não

se conheciam estão se integrando e trocando idéias. Daí pode surgir muita

coisa boa.

MARIA DE LA LUZ BARGALLO BERNAD (Secretária da Faculdade de Educação)

IVONILDA MELLO HANSEN (Professora do Departamento de Ciências Sociais

da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas)

“”

A gente ouve pessoas que trabalham com questões ligadas ao ensino superior,

à Universidade, à própria sociedade, preocupadas com a reflexão sobre os ru-

mos que a nossa sociedade toma e, conseqüentemente, faz exigências novas

para nós... Então é interessante ver como elas estão pensando. No caso das

palestras de hoje, pessoas com duas posturas, uma falando mais sobre gestão,

outra sobre a questão da aprendizagem. Os debates dos grupos permitiram

que pessoas de diferentes áreas comentassem sobre as mesmas palestras. Isso

permite ver os olhares diferentes em função das suas especificidades. O reco-

nhecimento das especificidades e, ao mesmo tempo, o que a gente pode cons-

truir de comum. Ninguém veio para cá com a expectativa de construir um

modelo para todo mundo se encaixar. O debate e a discussão vão permitir

construir o que é comum e o que é específico de cada área, em função do obje-

to, da concepção de ciência que está ali presente.

”“Este contato com a cultura marista, com a cultura da Universidade, é extremamente

importante. Integrar o corpo técnico-administrativo com professores. A humildade de

falarmos sobre a Igreja Católica de uma forma tão fácil, tão simples, e dos princípios

maristas, acho maravilhoso para entender cada vez mais a nossa função dentro da

Universidade e a sua finalidade. O debate sobre a diversidade da cultura, a diversida-

de das crenças, a diversidade da fé, as nossas origens, mas sob uma ótica maior, sob

um princípio de educação. Acho que isso é o que tem de mais importante, faz com

que cada um que passou por aqui, essas 1.500 pessoas, fiquem com uma marca para

divulgar cada vez mais esses princípios. Estou muito feliz com essa oportunidade.

JÚLIO CÉSAR DE BEM (Gerente de Recursos Humanos)

”“O Reflexões é um projeto de inovação. Para mim está sendo uma experiência

muito boa. Esse momento de fazer uma discussão da Universidade, de poder

parar e romper a rotina e debater como a gente constrói a PUCRS, eu considero

uma experiência inigualável. Acho excelente a possibilidade de trabalho de

trocar conhecimentos entre as diferentes unidades e com a própria administra-

ção. Acredito numa Universidade cujo grupo gestor abre a possibilidade para a

escuta da comunidade. É uma experiência pela qual eu nunca havia passado e

não tinha visto esse resultado como eficiência.

MARCOS VILLELA PEREIRA (Professor da Faculdade de Educação)

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 200618

ESPECIAL

Anona edição do ProjetoReflexões trouxe comoinovação a abertura domicrofone à platéia noespaço Dialogando com

a Reitoria. Sentados à frente dos155 participantes, o Reitor JoaquimClotet, o Vice-Reitor Evilázio Teixei-ra, e os cinco Pró-Reitores, sendo ade Graduação representada pelo pro-fessor Antônio Carlos Jardim, respon-deram a questionamentos de pro-fessores e funcionários por cerca de90 minutos no segundo dia do even-to.

Foram levantadas questões diver-sas sobre como a PUCRS se posicionae se prepara ante a multiplicação denovas Faculdades de pequeno porte;as iniciativas para o futuro do Cam-

Diálogoaproximaparticipantesda Reitoria

pus Viamão e o aprimoramento dosprocessos administrativos e projetospara a qualificação de docentes. Mui-tas delas tiveram respostas do Reitore de dois ou mais Pró-Reitores, visan-do ao maior esclarecimento de cadaabordagem.

Paulo Adolar, funcionário do Cam-pus Uruguaiana, avaliou positiva-mente a oportunidade para a trocade idéias. “Este tipo de contato émuito importante, tanto para o cres-cimento pessoal, quanto do grupo.Dá a consciência de que a Universida-de não é só nossa unidade, mas umtodo,” reforçou.

Leia a seguir alguns dos tópicosabordados por funcionários e profes-sores com os administradores da Uni-versidade.

COMO A PUCRS TEM AGIDO FRENTE À MULTIPLICAÇÃO DAS PEQUENASFACULDADES E ÀS CRISES NAS GRANDES UNIVERSIDADES?

A PUCRS tem apostado na qualidade para garantir sua sustentabilidadee encarar estes desafios. O número de alunos, dividido por unidades acadê-micas, é o melhor parâmetro para saber se a Universidade anda bem. “Es-tamos numa situação confortável, mantendo estabilidade no número dealunos”, avalia o Pró-Reitor de Administração e Finanças, Paulo Franco.

O QUE ESTÁ SENDO PENSADOPARA O FUTURO DO CAMPUSVIAMÃO?

“Sabemos das dificuldadesenfrentadas no município deViamão, que não tem a mesmademanda de alunos que a Capi-tal. Para aproveitar os recursosempregados, estamos criandoalternativas como o Pólo Cine-matográfico do RS e, recente-mente, inauguramos a segundaunidade da Incubadora Raiar”,afirmou o Reitor Joaquim Clotet.A Universidade também queraproveitar as oportunidades ecaracterísticas locais, e planejarealizar atividades de extensão epesquisa que valorizem esseCampus. A representação da Uni-versidade em Uruguaiana tam-bém pode contar com a uniãoentre as atividades acadêmicas eempresariais, por meio de umestudo que pode concretizar oTecnopuc Rural. O professor Ro-berto Moschetta mencionou que“a redução no número de matrí-culas também fez com que redu-zamos o número de cursos parao vestibular de inverno, evitandocustos e aproveitando os recur-sos de outra maneira”.

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 2006 19

QUE PLANOS EXISTEM PARAO ENSINO A DISTÂNCIA?

Atualmente é permitido que20% do ensino regular ocorra adistância. A Faculdade de Admi-nistração, Contabilidade e Eco-nomia, com a reformulação docurrículo para 2006, permiteque duas disciplinas do primeirosemestre tenham presença vir-tual. Este exemplo “mostracomo a PUCRS tem se adequadoa esta nova realidade”, infor-mou o professor Antônio CarlosJardim, que representou a Pró-Reitora de Graduação, SolangeKetzer, em Bento Gonçalves.Outro ponto levantado foi que oEAD-PUCRS mudou o perfil como advento da internet. O novocurso de extensão em Agrone-gócios, por exemplo, tem boaparte do material disponível on-line. Os professores lembraramo pioneirismo da PUCRS no ensi-no a distância e seu objetivo delevar para este formato a mes-ma qualidade do modelo pre-sencial.

O QUE A UNIVERSIDADE TEM FEITO EM RELAÇÃO À ÁREADE NANOTECNOLOGIA E COMO PENSA A VALORIZAÇÃODE FUNCIONÁRIOS QUE PARTICIPAM DE PESQUISAS?

Conforme o professor Jorge Audy, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Gra-duação, a nanotecnologia é uma área transversal, tanto que, em 2005, foipensado um instituto temático para tratar do assunto. Porém, informou,“isso requer investimentos significativos e articulação das demais unidades,algo para o qual estamos trabalhando”. O professor Paulo Franco informouque foram admitidos, em 2006, 127 professores com dedicação exclusiva, oque garante um terço do corpo docente com este perfil. Ele lembrou que forado Brasil muitos pesquisadores não são professores, tema ao qual a Reitoriaestá atenta, visando valorizar seus funcionários que trabalham em ambien-tes de pesquisa e desenvolvimento.

EXISTE ALGUM PROJETODA UNIVERSIDADE SOBREPLANO DE CARREIRA PARAOS FUNCIONÁRIOS?

“Este é um dos temas para oqual a Reitoria está atenta. Inclu-sive já abordamos o assunto coma Associação dos Docentes dePUCRS”, informou o Reitor Joa-quim Clotet.

QUAL O COMPROMETIMENTODAS UNIDADES COM O PROJETOFUTUROS CALOUROS?

A professora Jacqueline PoerschMoreira, Pró-Reitora de AssuntosComunitários, informou que os in-tegrantes do projeto Futuros Ca-louros se reúnem a cada 15 diascom representantes de cada uni-dade acadêmica. “Nosso projetomaior em 2006 é a Feira das Pro-fissões”, informou, referindo-seao evento realizado em setembro.

A PUCRS TEM PROJETOS PARAQUALIFICAÇÃO DOS PROCESSOSADMINISTRATIVOS?

Conforme o Pró-Reitor deAdministração e Finanças, exis-te um projeto voltado às secre-tarias – preparação de processos– com a padronização de ativi-dades que reduzirão custos eotimizarão os trabalhos. “Vamoschamar os funcionários paratrabalhar nisso”, afirmou PauloFranco.

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 200620

A IDENTIDADE

Refletindo sobre a iderá vencedor aquelecujo exército estiveranimado do mesmoespírito em todos ospostos.” A frase de

Sun Tzu, autor do livro A Arte daGuerra, ilustrando o modo de pensardos samurais japoneses, foi uma dasescolhidas pelo Reitor Joaquim Clo-tet (foto) para ilustrar sua palestrade abertura da segunda etapa doProjeto Reflexões: A Identidade. Parao Reitor, embora a afirmação sejaproveniente de uma obra que fale decombate, serve para exemplificarcomo a Universidade é capaz de seenxergar a partir da atitude das pes-soas que a compõem.

Identificar-se com o local de tra-balho, neste caso, significa bemmais que partilhar diariamente umambiente com as mesmas pessoas.Vai além, inclusive, do cumprimen-to aos colegas, das tarefas cotidia-nas, das ações entre diferentes seto-res e unidades, chegando ao nívelespiritual. É o momento em que aidentidade pessoal se une à coleti-va, e esta cria a institucional.

Conforme Clotet, a identidadeinstitucional pode ser aquela pro-posta pelo fundador ou pela entida-de fundacional, ou, ainda, resultadoda integração do agir das pessoasque constituem a Instituição, orien-tadas por princípios definidos, cla-ros e acessíveis à maioria. “Ambosos aspectos deveriam ajustar-seperfeitamente”, avalia.

Para haver a identificação do in-divíduo e, conseqüentemente dogrupo, com o local em que se passaboa parte do dia, e até mesmo davida, e onde se elaboram e concreti-

zam inovações e melhorias para asociedade a partir da educação, épreciso conhecer o que se faz, e emnome do que isso é feito. Conformeseu Estatuto, a PUCRS é uma insti-tuição confessional católica, regidapor valores maristas. Característicascomo reflexão, fidelidade à mensa-gem cristã e empenho no serviço àfamília são essenciais à sua existên-cia, conforme a Constituição Apos-tólica sobre as Universidades Católi-cas. Porém, para compreender defato essas palavras, é preciso vercomo elas são postas em prática.

O compromisso com a comuni-dade local e regional, por meio deações empreendidas pelo Centro dePastoral Universitária, assistindo avilas e a moradias periféricas; pelosInstitutos, unidades acadêmicas ecentros de pesquisa, com serviçospúblicos gratuitos de instrução epreservação da saúde e direciona-dos à qualidade de vida, como assemanas da Solidariedade e da Ali-mentação e o projeto Museu Itine-

rante, por exemplo, além de bolsaseducacionais, são algumas formasde cada professor ou funcionáriosentir a Universidade como umaparte sua.

Outro aspecto enfocado peloReitor foi o religioso, no qual osmembros católicos da comunidadeuniversitária são chamados a umafidelidade pessoal à Igreja, semprecontando com o respeito dos não-católicos ao caráter da instituiçãona qual prestam serviço, enquantoa Universidade, por sua vez, respei-ta a liberdade religiosa de cada um.

Entre os desafios propostos parareflexão, Clotet apontou a busca daharmonia entre fé, cultura e vida.Ressaltou, ainda, que “uma univer-sidade católica não se constitui ape-nas pela inclusão de disciplinasevangelizadoras ou religiosas noseu currículo, mas sim por uma ori-entação para a construção da soli-dariedade humana como base detodo o trabalho de produção e deacesso ao conhecimento”.

“S

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dentidade da PUCRS

OS HOMENAGEADOS

NORBERTO RAUCHNa infância, em Santa

Cruz do Sul, onde nasceu,ele falava alemão e mostra-va interesse por ciênciasexatas. Gostava de músicae, garoto ainda, aprendeu atocar gaita-de-boca, violi-no, órgão e outros instru-mentos. Seu futuro, porém,não foi a música. NorbertoRauch preferiu ser físico eseguir carreira no magisté-rio. Na adolescência ingres-sou no Instituto dos IrmãosMaristas e, aos 49 anos, foiindicado para ser Reitor daPUCRS pela primeira vez.

No período de 1978 a2004 esteve à frente daUniversidade, liderando ocrescimento, a qualificaçãodo corpo docente e, conse-qüentemente, do ensino,com projetos como Mil em2000, para formação demestres e doutores, o Mu-seu de Ciências e Tecnolo-gia e o Parque Científico eTecnológico.

LUCIA GAVELLO CASTILLONatural de

Pelotas, veiopara Porto Ale-gre ainda jo-vem, onde cur-sou o EnsinoMédio no Co-légio Sevignéaté 1945. Logoiniciou os es-tudos univer-sitários, obten-do o título deassistente social em 1950, o Bachareladoem Filosofia, em 1951, e a Licenciaturaem Filosofia, em 1952. Sua carreira comodocente começou em março de 1953,dando aulas como titular na cadeira deÉtica Profissional na Faculdade de ServiçoSocial da PUCRS. A partir daí, lecionoupor quatro décadas no Brasil, no Uruguaie em Portugal, países em que também as-sumiu a supervisão em Serviço Social.Atuou também no serviço público esta-dual, na Secretaria da Educação, de 1954a 1977. Na PUCRS, marcou história sendoa primeira assistente social a dirigir a Fa-culdade de Serviço Social, no período de1953 a 1964.

UBIRAJARA ÍNDIO FERREIRADesde menino

o porto-alegrenseBira, como é co-nhecido por alu-nos e professores,sempre gostou deouvir rádio. Seuprimeiro contatoprofissional coma área ocorreuem 1960, aos 22anos, como ope-rador de áudio naRádio Porto Ale-gre. Desde então, construiu uma carreirasólida passando pelas rádios União, Itaí,Difusora e, somou ainda, a experiência desonoplasta da TVE, quando os estúdioseram sediados na Famecos. A convite daprofessora Vera Ferreira, ingressou naPUCRS como operador de áudio no Estú-dio de Rádio da Famecos, em 1975. De-pois, passou a dedicar-se exclusivamenteàs atividades de ensino acadêmico, dandosuporte ao trabalho dos professores ecriando fortes laços com os alunos, que jáo homenagearam em mais de 50 forma-turas, nestes 31 anos de PUCRS e 46 deprofissão.

Telecinagem exibe inauguraçãodo Campus Central

O segundo encontro da edição 2006 do Projeto Re-flexões proporcionou momentos emocionantes à pla-téia que ocupou dois terços do teatro do prédio 40. Aexibição da telecinagem de um audiovisual – composi-ção de eslaides para apresentação em vídeo – realiza-da em 1970 pelo Ir. Adelino Martins, a partir de regis-tros fotográficos também feitos por ele, levou profes-sores e funcionários à PUCRS de 1968, quando da inau-guração do Campus Central. Durante 11 minutos, ima-gens dos alunos, dos prédios e dos passeios da Univer-sidade, que chegaram a abrigar terminais de ônibusde Porto Alegre, assim como partes dos discursos doentão Reitor Ir. José Otão e do presidente da RepúblicaArthur da Costa e Silva, puderam ser apreciados nessemomento inédito de descontração do evento.

Ex-Reitor é lembradopela dedicação

Um espaço tradicional no encon-tro A Identidade é o momento criadopara reconhecer três pessoas que de-dicaram ou ainda dedicam sua vidaprofissional à PUCRS. Este ano, os ho-menageados foram o Ir. NorbertoRauch, que esteve à frente da Reitoriano período de 1978 a 2004 – ele foi re-presentado pelo Ir. Adelino Martins(foto) –, a professora Lúcia GavelloCastillo, que lecionou por 43 anos, de1953 a 1995, e foi a primeira assisten-te social a dirigir a Faculdade de Serviço Social; e o ope-rador de áudio Ubirajara Índio Ferreira, que atua na Fa-culdade de Comunicação Social (Famecos) desde 1975.

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 200622

A IDENTIDADE

Debate reflete oMarco ReferencialO

Marco Referencial, do-cumento elaborado em1979 para explicitar afilosofia da PUCRS etraduzir o espírito e o

clima a ser vivenciado pela comuni-dade acadêmica, foi levado a debatenovamente na etapa A Identidadedo Projeto Reflexões, em agosto,numa abordagem diferenciada, emque a professora Maria Helena Ita-qui Lopes, da Faculdade de Medici-na, atuou como mediadora entre osprofessores Pergentino Pivatto, daFaculdade de Educação, e AntônioHohlfeldt, da Faculdade de Comuni-cação Social, simulando um progra-ma de auditório.

A atividade foi dividida em qua-tro blocos: O Marco Referencial; Rela-ção entre Marco Referencial e missãoda PUCRS; Projetando o futuro medi-ante a avaliação do presente e O quemelhoramos, mas ainda precisamosmelhorar mais.

Os aspectos humanos do Marcotiveram atenção especial por partede Pivatto, mencionando o quartoitem, que fala do cultivo dos valoreshumanos e da ética cristã. Confor-me o professor, “por ética cristã po-demos entender a grande orienta-ção dos princípios que regem o in-divíduo cristão”. Sobre o quintoitem, referente ao primado do ho-mem sobre as coisas, ele acrescen-tou que “a técnica gera uma formade ver, de pensar e de agir. Se nãonos cuidarmos, ficamos muito téc-nicos”. Ainda sobre esse item, Pi-

vatto ressaltou: “As pessoas têmuma majestade própria, que é a éti-ca”. É ali, afirma ele, que reside arelação com a técnica.

No 17º ponto, que enfoca o trí-plice compromisso – com a verda-de, a fraternidade e a fé – foi avalia-do que o princípio do comprometi-mento é conhecer para, a partir daí,prometer e cumprir essa promessa.O professor enfatizou a importânciade “ter o coração e a inteligênciavoltados para a dor humana e fazernascer, dessa dor, a solução para acomunidade”. Isso, segundo ele, é oresultado de uma pesquisa séria ede um diálogo honesto.

Abrir a Universidade ao autoco-nhecimento, à auto-avaliação e aodebate, encarar desafios como aqualificação dos cursos mostrandosua utilidade para os alunos e, criarneles, o espírito de valorização dosnovos equipamentos, por exemplo,adquiridos para seu próprio benefí-

cio, foram temas ressaltados porAntônio Hohlfeldt. Durante a inter-pretação do Marco, o professor tam-bém abordou assuntos como a qua-lidade da comunicação dos docen-tes e a real absorção do conteúdopelos alunos.

Entre os desafios foi apontada amaior motivação de professores,funcionários e alunos; maior divul-gação do que se vem discutindo erealizando; a necessidade de consci-entização do aluno em geral paraquestões como a conservação dainfra-estrutura, dos banheiros àsescrivaninhas, visando ao senti-mento de cidadania e co-responsa-bilidade, entre outros.

No desfecho do trabalho, Per-gentino Pivatto mencionou que omaior desafio está em “reumanizar”o ser humano, “fazendo convergir aformação profissional com a forma-ção humana, perfazendo uma for-mação integral”.

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A ORIENTAÇÃO FILOSÓFICA DA PUCRSO Marco Referencial explicita a razão

de ser da Instituição:

1. A Pontifícia Universidade Católica doRio Grande do Sul é uma Instituiçãode Ensino Superior de Direito Privadoque se rege por seu Estatuto e Regi-mento Geral e pela legislação em vi-gor. Este Marco Referencial explica arazão de ser da Instituição e traduz oespírito e o clima a ser vivenciadopela comunidade universitária.

2. A PUCRS é um centro de reflexão, es-tudo, debates, pesquisas e de análiseda realidade, com espírito crítico ecriativo, responsável, em que se ques-tiona o tipo de indivíduos e de socie-dade que se deseja formar e se bus-cam alternativas para fazer surgiruma sociedade democrática renovadamais perfeita, que atenda às aspira-ções e anseios fundamentais do “ho-mem todo e de todos os homens”.

3. Reconhece e defende o direito univer-sal à educação e à livre escolha do in-divíduo quanto ao tipo de educação.Inserida numa sociedade pluralista, aPontifícia Universidade do Rio Grandedo Sul tem sua identidade própria,fundamentada na concepção cristãdo homem, do mundo, de Deus e naTradição da Pedagogia Marista.

4. Juntamente com os valores comuns atoda Universidade, a PUCRS se empe-nha, de modo especial, no cultivo dosvalores humanos e da ética cristã.

5. Afirma o primado do homem sobreas coisas, do espírito sobre a matéria,da ética sobre a técnica, de modo quea ciência e a técnica estejam a serviçodo homem.

6. Oferece um ambiente físico propícioàs atividades universitárias e contacom a colaboração de todos para asua preservação e melhoria. Acima detudo, é o ambiente resultante do ca-lor das relações humanas entre osmembros da comunidade universitá-ria que favorece o bem-estar e o cres-cimento das pessoas.

7. Respeitadas as normas e os princípi-os que orientam a Instituição, a liber-dade de expressão e a de crítica comresponsabilidade constituem parteintegrante do processo de aperfeiçoa-mento do próprio sistema universitá-rio e da forma da consciência crítica.

8. Preocupada com sua missão educado-ra e a coerência consigo mesma, aPUCRS procura estruturar-se com efi-ciência para que os próprios métodosadministrativos contenham uma di-mensão pedagógica e seja alcançadaa eficácia no cumprimento de seusobjetivos.

9. Todo exercício de cargos ou funções éum serviço a ser prestado com dedi-

cação à comunidade universitária.10. A Universidade destina todos os seus re-

cursos ao cumprimento dos objetivos de-finidos em seu Estatuto, a saber:

manter e desenvolver a educação, o en-sino e a pesquisa;promover a cultura nos planos intelec-tual, artístico, físico, moral e espiritualem função do compromisso com os va-lores cristãos da civilização e como ins-trumento de realização da vocação in-tegral do homem;preparar profissionais competentes,habilitados ao eficiente desempenhode suas funções, com sentido de res-ponsabilidade e solidariedade;estender à comunidade, sob a forma derecursos e serviços, as atividades de en-sino e pesquisa com vistas à elevaçãodo nível de educação e cultura do povo;promover o intercâmbio com universi-dades e outras instituições educacio-nais, científicas e culturais – nacionaise estrangeiras.

11. A Universidade aceita todas as pessoas,sem distinção de raça ou credo, uma vezsatisfeitas as exigências legais de ingresso.

12. Reconhece a participação política comoum direito de cada cidadão. A ação parti-dária, no recinto do campus universitário,porém, é incompatível com os objetivosda Universidade.

13. As diversas formas participativas na co-munidade universitária se intensificam eaprofundam com o diálogo em todos osníveis e pressupõem a harmonia da ativi-dade de cada um com os demais, a fim deque a ação comum redunde em benefícioda coletividade.

14. Ao educando, como agente e sujeito desua própria formação, cabe uma partici-pação e responsabilidade insubstituíveisno processo de aprendizagem e de desen-volvimento de todas as suas potencialida-des. O empenho e o esforço pessoal são agarantia principal do êxito.

15. A Universidade interage com a sociedade,como um sistema aberto, atenta aos an-seios e necessidades da região e do tem-po. Assume, por isso, como uma de suasmissões essenciais, os serviços de exten-são universitária, especialmente aos maisnecessitados, visando à promoção huma-na e à realimentação do processo da for-mação superior, em contato com a reali-dade.

16. Como agente evangelizador do mundouniversitário, no tocante aos princípios fi-losóficos e aos valores morais, a PUCRS as-sume e transmite a doutrina de Cristo se-gundo a Igreja Católica, contida na Escri-tura Sagrada e nos documentos eclesiais.

17. A Pontifícia Universidade Católica do RioGrande do Sul propõe a todos os seusmembros um tríplice compromisso:17.1. Um compromisso com a verdade,

pelo estudo e atitude de buscaconstante mediante a pesquisacientífica, o desenvolvimentoda criatividade, a análise e críti-ca da realidade, à luz dos prin-cípios cristãos.

17.2. Um compromisso de vivênciaprofunda da fraternidade reve-lada no relacionamento inter-pessoal; no diálogo, como ins-trumento de compreensão mú-tua e de superação das dificul-dades; na sinceridade e simpli-cidade no agir; no predomíniodo bem comum sobre os inte-resses individuais; no desenvol-vimento do espírito de solidari-edade e da cooperação em vezda competição; na sensibilidadeàs necessidades do outro e peladisponibilidade em servir.

17.3. Um compromisso com a trans-cendência, pela atitude de pere-grinos na fé, comprometidoscom as realidades terrestres,mas sem morada permanenteneste mundo, vivendo uma eta-pa transitória de plena realiza-ção humana, na visão da espe-rança da vida futura.

18. A PUCRS busca a inspiração, para suaação docente, na tradição educativamarista que se fundamenta na con-cepção da educação como obra deamor. Encarna-se este valor na pessoado educador e se revela por sua pre-sença amiga, disponibilidade, humil-dade e simplicidade, compreensão efirmeza, apreço aos valores espirituais.

19. Pelo cultivo, no seio da comunidadeuniversitária, dos valores expressosneste Marco Referencial, a PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grandedo Sul visa à promoção da cultura e àformação integral das pessoas que re-velem:

seriedade e competência profissio-nal, constantemente atualizadamediante a formação permanente;atitudes éticas, coerentes com osvalores cristãos;liderança comprometida com aevangelização da cultura;capacidade de percepção da reali-dade e sensibilidade às necessida-des do outro e do bem comum;disponibilidade em servir, segundoo espírito evangélico;compromisso em criar uma socie-dade mais justa e fraterna.

20. Coerente consigo mesma e com esteMarco Referencial, a PUCRS se dispõea um processo de permanente auto-avaliação de desempenho, em buscade seu aperfeiçoamento institucionale do cumprimento mais perfeito deseus objetivos.

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A IDENTIDADE

”“Gostei da proposta de escutar todos os segmentos que participam da Universida-

de, colocando-nos no lugar de eternos aprendizes. É importante a PUCRS oferecer

um tempo para que se possa refletir e, enfim, beneficiar-se com esse aprendizado.

Eu sou da área da psicanálise, então apreciei muito quando se abordou a questão

da origem das universidades. Acho importante essa nossa inserção de que esta-

mos numa universidade que tem qualidade e é católica. Para mim, faz pensar que

não posso esquecer nunca da importância desse espaço de comunidade.

DENISE COSTA HAUSEN (Professora da Faculdade de Psicologia)

DALCÍDIO MORAES CLÁUDIO (Professor da Faculdade de Matemática

e do Pós-Graduação em Ciência da Computação)

“”

O Reflexões é uma forma de parar e pensar a Universidade. Vivendo o dia-a-dia, não

sobra tempo de sentar e refletir. Refletir se o nosso fazer diário não pode ser melho-

rado. Eu acho que a grande contribuição é retomar o que está sendo feito, enxergar

o que estamos fazendo diante de novas propostas e depois voltar para as bases e

tentar melhorar isso. As palestras de José Roberto e Pedro Demo fazem com que se

comece a pensar coisas que passam despercebidas. Como motivações de debates e

futuro acho que foram bem importantes. Eu até esperava um pouco menos e fiquei

bem impressionado pela qualidade. Contribuiu para a minha formação.

”“Este evento busca projetar a Universidade além do que se viveu até o momento.

Projetá-la para o futuro. Existe o consenso da necessidade de se levar o que se tem

hoje e buscar adequação à nova realidade. É preciso adequar a PUCRS à nova reali-

dade socioeconômica. Estamos dando um passo à frente para que, no futuro, possa-

mos ter um espaço maior e mostrar para a sociedade a filosofia marista. Um evento

desse porte tem como integrar colegas. Nós, que fazemos parte de um Campus dis-

tante em torno de 700 Km, temos uma visão, um conhecimento. Eu vejo essa convi-

vência como um grupo se unindo, porque cada um faz parte de uma unidade. A

gente faz parte de uma célula e, na verdade, a Universidade não é uma célula, é um

todo. A função do Reflexões é obter o comprometimento de cada um, da sua respon-

sabilidade para que a Universidade possa realmente cumprir com a sua meta.

PAULO ADOLAR OST (Campus Uruguaiana)

”“Estamos diante de um processo de transformação que nos coloca uma série de desa-

fios dentro da perspectiva de adaptação, de atendimento das necessidades em relação

ao contexto. A educação tradicional assumiu por muito tempo um papel e ela tem seu

mérito. Esse papel coloca o aluno como um sujeito receptivo, mas também submisso

ao conhecimento preestabelecido. A realidade atual é hiperestimulada em termos de

recursos, possibilidades, desafios e velocidade da informação. A realidade do aluno

hoje, tanto da escola propriamente dita até a universidade, mudou muito. O profes-

sor tradicional não mudou tanto. Todas as perguntas foram 'como fazer?'. Ou seja, os

professores têm vontade de aprender, têm necessidade de descobrir que metodolo-

gias, que recursos, que estilo é esse, porque isso é desconhecido. Na verdade a gente faz parte de uma formação tra-

dicional e está diante de um processo de mudanças extremamente desafiadoras. É preciso aprender a aprender, é pre-

ciso resgatar essa coisa de aprendiz no professor. O Reflexões ajuda a estabelecer um olhar para o educador, para o

cuidador, para aquele que ajuda a crescer. É preciso que quem ensina também possa tirar proveito desse processo e

estabelecer uma relação de identificação e gratificação com aquilo que produziu.

DÓRIS HELENA DELLA VALENTINA (Professora da Faculdade de Psicologia)

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 2006 25

Aedição 2006 do Projeto Reflexões foi marcada poratividades inéditas, que tiveram como objetivoaproximar a Reitoria das unidades acadêmicas etransmitir novas informações para aproveitamen-to pessoal e profissional dos participantes. A pa-

lestra com Robert Chernow, vice-diretor para empreendedoris-mo do Instituto Politécnico Rensselaer, do estado de Nova Ior-que (EUA), foi incluída na programação aproveitando a vindado mesmo para o Seminário Internacional Inovação e Empreende-dorismo na Universidade.

Durante a apresentação, o palestrante brincou com a platéia,fez provocações e disse odiar a palavra empreendedorismo,principalmente pelo fato de as pessoas não saberem empregá-lacorretamente. “Abrir um negócio não significa empreendedoris-mo. Meu trabalho é andar por todo mundo redefinindo esta pa-lavra”, comentou. Segundo Chernow, na Inglaterra foram adota-dos os termos entreprise ou entrepreneurship. Ambas podem serinterpretadas como o fato de um indivíduo ter uma idéia e criarum novo valor, o que é diferente de agregar valor. A criação docomputador pode ser considerada um valor. Porém, suas cons-tantes atualizações ‘somente’ agregam, exemplifica.

Chernow defende aprendizadopor meio das experiências

No seu ponto de vista, “o Brasil é umadas sociedades mais empreendedoras, mes-mo com seu ‘famoso jeitinho’ de levar ascoisas”. Mas ressaltou a necessidade de asinstituições de ensino superior fomentarema cultura da inovação nos alunos para queessa veia seja despertada. Chernow sustentaque todos os que vão para a universidade“precisam pensar como um empreendedor.As grandes idéias são imprevisíveis e geral-mente ocorrem nas interseções de discipli-nas”, informa. Para ilustrar como surgem asnovidades capazes de gerar transformaçõese benefícios sociais, utilizou um gráfico mos-trando “a idéia” como raiz de um processo.A partir dela, é preciso haver iniciativa, quese transforma em criatividade – quando secriam novos valores e oportunidades – e,por fim, vem a inovação.

O consultor norte-americano ainda reco-mendou tirar os jovens estudantes da zonade conforto, para que eles possam criar algo.“É preciso encorajá-los a terem idéias, den-

tro e fora da sala de aula, pois as pessoas só aprendem atravésde experiências”, defendeu.

Antes do término, Robert Chernow respondeu a perguntasde professores presentes no auditório do prédio 41. Disse nãoexistir a definição de uma aula empreendedora e que, paracriar valores, é preciso correr riscos.

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 200626

O COMPROMISSO

Compromissoinstitucionalé debatido dateoria à prática

Aterceira etapa do Proje-to Reflexões, Reforçan-do nosso CompromissoInstitucional, desfechaos trabalhos em grupo

e visa a refletir sobre como profes-sores e funcionários vêem a Univer-sidade e como avaliam seu compro-metimento com a mesma. A pales-tra de abertura deste encontro, rea-lizada em outubro de 2006, no tea-tro do prédio 40, no Campus Cen-tral, foi feita pelo professor ÉricoHammes (foto acima, na página aolado), da Faculdade de Teologia, quetrabalhou o conceito da palavracompromisso e suas implicações.

Conforme Hammes, o compro-misso tem a ver com a relação que

estabelecemos com outra pessoa oucom uma instituição. “É oferecer a simesmo como garantia, colocar-secomo penhor”, enfatizou, lembran-do a palavra italiana impegno. O pro-fessor se utilizou também do filóso-fo judeu Emanuel Levinas, que men-cionava ‘o rosto do outro’ interlocu-tor como elemento de compromissoe engajamento. Ressaltou, ainda,que só é possível haver comprometi-mento com pessoas livres, que seabrem para a incondicionalidade.

Depois da palestra, os partici-pantes foram divididos em 15 gru-pos de discussão, que se reunirampara responder a duas questões: Nocenário atual, qual é o compromissoda PUCRS como Instituição? e Qual é

o meu compromisso com a PUCRS?Durante uma hora, professores

e funcionários de diferentes unida-des acadêmicas debateram e cons-truíram respostas para o primeiroquestionamento, abordando o po-sicionamento da Universidade pe-rante seus públicos interno e ex-terno, seu perfil como Instituiçãoprivada prestadora de serviços, seucomprometimento com a comuni-dade, a formação de profissionaispautados por valores éticos e a pre-paração destes para a competiti-vidade do atual mercado de tra-balho.

Entre os aspectos citados pelamaior parte dos grupos esteve a in-tegração entre ensino, pesquisa eextensão; a necessidade constantede formar alunos conscientes dasnecessidades sociais da comunida-de; a interdisciplinaridade e a metade ser referência pelas pesquisasque desenvolve.

A segunda questão foi inseridano programa durante o evento, an-tes de as equipes se dirigirem paraas salas. Engajamento, olhar críticoao mercado e coerência com as dire-trizes institucionais foram os itensmais citados na apresentação feitapelos oradores ao término do encon-tro. Veja, no quadro, os principiastópicos elencados pelos grupos.

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PROPOSTAS DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS

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Engajar-se na busca permanente por soluções para problemasnaturais da vida organizacional, constituindo com a organiza-ção o mesmo compromisso, numa relação de mútua lealdade.Manter sempre o olhar crítico ao mercado e às instituiçõeseducacionais para auxiliar na implementação das melhorespráticas internas.Professores e funcionários devem ser um modelo na constru-ção do profissional que se propõe a colocar-se a serviço da so-ciedade.Desenvolver as atividades de forma coerente com o compro-misso da Universidade, respeitando os princípios expressos emseu Marco Referencial.Compromisso com a criação de uma consciência global (inter-disciplinar) de preocupação com o ambiente.Uma ação profissional ancorada nos princípios da ética, da res-ponsabilidade social, e da competência pessoal e profissional.Relacionamento com a sociedade; integração ensino/pesquisa/extensão; empreendedorismo.Compromisso da Universidade com as questões sociais ampli-ando as oportunidades para estágios dos alunos voltados aosprojetos sociais.

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 200628

MEMÓRIA

Idéias do Reflexõessão transformadasem projetos de sucesso

Oestímulo e a abertura àsnovas idéias proporcio-nados pelo Projeto Refle-xões têm resultado eminiciativas implementa-

das para a melhoria da Universidadedesde a primeira edição, em 2000.Bom exemplo é o Planejamento Estra-tégico (PE) da PUCRS que, lançado noano de 2001 (foto do grupo que parti-cipou do lançamento), surgiu a partirdo Reflexões. A Reitoria absorveu ademanda transformando-a em reali-dade e, desde então, utiliza este ins-trumento de gestão para balizar suas

ações e, principalmente, monitorar asmetas da Instituição. A nova versãodo Planejamento Estratégico, 2006-2015, indica a manutenção desta fer-ramenta administrativa e o reconheci-mento de sua relevância pela Reitoria.

No ano de 2003 a PUCRS deu inícioao programa Fé & Cultura, “um espa-ço dedicado à formação, à reflexão eao diálogo dos seus professores e fun-cionários”, conforme a definição doentão coordenador, Ir. Joaquim Clotet.Atendendo a sugestões apresentadasno Projeto Reflexões e nos encontrosde trabalho para a elaboração do PE,

foram apresentadas diversas pales-tras, tendo como objetivos: refletir so-bre a dimensão religiosa da pessoa;oportunizar o diálogo entre fé cristã,cultura e ciências; aprofundar os prin-cípios constitutivos da fé católica; dia-logar sobre o progresso das ciências ea sua aplicação para o bem da huma-nidade; identificar o perfil do intelec-tual católico e da sua missão numa so-ciedade pluralista; e ajudar na difícil ta-refa da pesquisa, da docência, da edu-cação e da gestão da Universidade.

O Encontro com o Reitor, absorvi-do como projeto da Reitoria, é outro

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 2006 29

fruto dos encontros do Reflexões. Aatividade permite a interação daequipe do Projeto com a Administra-ção Superior da Universidade, hojepersonificada pelo antigo coordena-dor do Reflexões, o Ir. Joaquim Clotet.

As comemorações do Dia de SãoMarcelino Champagnat, em 6 de ju-nho, também nasceram do Reflexões.Todo ano, desde 2002, uma atividadeé realizada em homenagem ao funda-dor do Instituto dos Irmãos Maristas,procurando sempre remeter a temasatuais com influência direta no meioacadêmico.

O enriquecimento do conteúdo doReflexões tem ocorrido, ainda, pormeio de eventos complementarescomo a integração de novos gestores,em 2001, a viagem de um grupo de58 pessoas – entre professores e fun-cionários – a Roma para conhecer aCasa Generalícia dos Irmãos Maristas,em 2004, os encontros da Administra-ção Superior com a Comunidade e Glo-balização e Ensino Superior Católico,em 2005, e, em 19 de setembro de2006, a palestra Empreendedorismo naUniversidade: Estudo de Caso, minis-trada por Robert Chernow.

Na avaliação do Vice-Reitor e coor-denador do Projeto Reflexões, Ir. Evilá-zio Teixeira, “o que se pode salientar,é que o Reflexões consiste para a Insti-tuição numa grande trajetória de inte-gração fraterna e de trocas de experi-ências. Toda experiência é uma espé-cie do amálgama das nossas vivênciascotidianas. O Reflexões permite isso.Pela sua ‘despretensão’, pela sua infor-malidade, permite que as pessoas par-tilhem mais do nível vivencial e expe-riencial da sua vida dentro da Institui-ção. E, a partir disso, é natural que se efe-tive uma série de novas atividades”.

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MEMÓRIA

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MEMÓRIA

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 200634

MEMÓRIA

Para marcar

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REVISTA DO PROJETO REFLEXÕES PUCRS – 2006 35

a história

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ProjetoReflexões2007

w w w . p u c r s . b r / r e f l e x o e s

O O L H A R – 1º, 2 E 3 DE JUNHO, EM BENTO GONÇALVES

A I D E N T I D A D E – 25 DE AGOSTO, EM PORTO ALEGRE

O C O M P R O M I S S O – 27 DE OUTUBRO, EM PORTO ALEGRE