reencontro | tam | bio personagens

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Mini Bio Personagens

FRANCISCO

Filho de imigrantes italianos, aos 4 anos já ajudava seu pai na lavoura de café, em um sítio onde ele trabalhava como caseiro. Na mocidade, Francisco chegou a trabalhar no conserto de barcos de remo no clube de regatas amador da pequena cidade próxima ao sítio em que vivia. Um dia, ele teve a oportunidade de remar um barco, para substituir a falta de um dos remadores da equipe. Seu desempenho surpreendeu a todos e ele logo foi chamado para participar de competições locais. No entanto, seu pai, adoecido, precisou de ajuda na colheita da lavoura do ano de 1958, e após seu falecimento, foi Francisco quem cuidou em tempo integral do plantio. Se o remo não lhe trouxe a fama e as viagens pelo mundo com que ele sonhava , ao menos serviu para conhecer a garota que seria a mulher de sua vida: Maria. Foi ela quem pendurou em seu peito a última medalha de sua curta carreira esportiva. Juntos, Maria e Francisco trabalharam por muitos anos como caseiros naquele mesmo sítio, onde podiam plantar e revender algumas sacas de milho e arroz anualmente. O trabalho incessante os permitiu adquirir parte do terreno, onde construíram com as próprias mãos a casa onde criaram seus 3 filhos (2 já falecidos). É lá que vivem até hoje. Se tem uma coisa de que Francisco se arrepende, é de ter rompido relações com seu único filho vivo, após uma briga que começou sabe-se lá por que motivo, mas que o afastou por anos de seu neto, Pedro, que por duas décadas não foi visto por aqueles lados.

MARIA

Nascida em uma família abastada de tradição militar, Maria passou boa parte da infância e adolescência dentro de um internato, onde cresceu apoiada pela disciplina, a ordem e os valores cristãos. Aos 16 anos, seu pai a noivou de um general, duas décadas mais velho. Aos 18, casou-se com todas as pompas que sua classe social proporcionava e mudou-se pra as propriedades herdadas pelo marido, uma imponente casa de arquitetura clássica, afastada da pequena cidade onde antes morava, no interior do Brasil. Naquelas terras ela seria uma feliz dona de casa, e nada lhe faltaria. Por azar - ou sorte - do destino, antes mesmo que completassem as bodas de papel, Maria viu seus sonhos se desfazerem, ao provar da violência vinda das mãos do general, tendo ido parar no hospital uma das vezes. Em uma determinada noite, aproveitou-se de uma bebedeira do marido e fugiu de volta para a casa de sua família, na cidade. O que

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encontrou foi um ambiente desolador. Entregue ao vício dos jogos, seu pai havia perdido tudo. Os móveis da casa já não estavam lá. Sua mãe, antes uma mulher forte e alegre, agora era pura apatia e melancolia. Maria, a mais velha das 2 irmãs, propôs-se a trabalhar como caixa em um armazém local, algo que foi visto como humilhante e inadmissível por seu pai. Em um domingo de folga, Maria foi assistir as competições de regata que abriam o verão na cidadela em que vivia. Por sua beleza, foi convidada pela organização para fazer a entrega das medalhas. Francisco era o grande campeão daquela tarde. Logo estavam vivendo juntos. Uma vida simples, de muito trabalho, mas feliz. Os filhos não demoraram a vir e encheram a casa de alegria. Até a chegada da meningite, que levou dois dos seus meninos. Maria passou a apoiar-se em Manoel, o único que sobreviveu ao surto. Ele viveu naquela casa até os 17 anos, quando decidiu fazer a vida na cidade grande. Maria não esquece o dia em que recebeu o telefonema no meio da noite de Manoel, anunciando a chegada de seu neto, Pedro. O período das festas trazia vida e luz para aquela casa. Era quando Pedro a visitava, despertando todo o lado avó coruja de Maria, que se enchia de gosto fazendo bolo, comida, lendo histórias e brincando de amarelinha com o neto. Esta rotina foi cortada nas férias de 99, quando Manoel, após uma séria discussão com Francisco, agarrou às pressas seu filho, então com 11 anos, e partiu para nunca mais voltar. Todos os dias, Maria acende uma vela pedindo para seu filho e seu neto entrarem mais uma vez pela porta de sua sala.

PEDRO

Filho de um eletricista e uma auxiliar de enfermagem, Pedro nasceu em um bairro de classe média baixa de uma cidade de 350 mil habitantes. Aprendeu a ler sozinho com 5 anos e com 7 já sabia tocar algumas músicas na viola antiga de seu avô Francisco, a quem ia visitar em suas férias escolares. As lembranças da infância no sítio ainda são vivas em sua memória. Mas sua última visita foi abreviada por uma briga feia entre seu pai e seu avô e eles nunca mais voltaram. Pedro era um bom aluno e se destacava em matemática, habilidade que o levou a conseguir bolsa em uma faculdade de contabilidade, tornando-o o primeiro de sua família a ter um diploma. Era muito focado em ter uma vida melhor que a de seus pais e aos 19 anos já estava estagiando em um escritório no centro da cidade. Nunca foi de viajar muito, pois preferia juntar dinheiro para comprar sua casa própria, mas pelo menos uma vez por ano, permitia-se ir a um show de algum artista famoso que visitava a cidade. Gostava de ler e aprender coisas novas. Teve um breve namoro aos 17 anos e agora está em um namoro de 4 anos com Larissa, com quem pretende se casar, assim que juntar mais um dinheiro. O que vai ser mais fácil, agora que ele conseguiu passar no processo seletivo de um grande escritório de contabilidade. O casal tem tirado os fins de semana para passear por lojas de decoração, planejando a casa onde vão viver juntos. É engraçado, porque o casal não tem nada a ver, olhando de longe. Mas fica claro que a Larissa veio para trazer uma leveza para a vida de Pedro, e

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mostrar para ele que a graça é dar risada todo dia, o resto é o de menos. Pedro quer ter com a Larissa um filho homem, mas só depois que tiver estabilidade financeira, porque ter filho não é barato hoje em dia. Ainda mais se quiser prepará-lo para o mundo, com aulas de inglês, natação, música. Sua relação com os pais, hoje divorciados, é muito boa. De vez em quando ele leva umas cervejas na casa de seu velho e eles ficam assistindo jogo do Vasco, time do coração. Aliás, conhecer o Rio de Janeiro não é um sonho, é uma meta. Depois de ter recebido uma carta inesperada de seu avô, Pedro sentiu saudade de tocar viola e pensou em comprar uma, mas desistiu da ideia, porque faz tanto tempo que ele nem se lembra mais das músicas que tocava. O próprio avô lhe parece hoje quase que um estranho. O tempo é meio cruel.

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