rede hidrometeorolÓgica do estado da bahia operada pelo inema - rede de saneamento e abastecimento...
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ELBACHÁ A. T. 1, AMARAL A. S. 1, NETTO C. M. A. 1, JESUS F. C. C. 1, ROCHA L. S. 1,
AQUINO R. F. 1 & TOPÁZIO E. F. 2
INEMA – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Salvador-BA
(Avenida Luís Viana Filho, 6ª Avenida, nº 600 - CAB - CEP 41.746-900)
Email: [email protected]; [email protected]
O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um dos principais instrumentos de
gerenciamento das águas. Ele é composto por ações de coleta, tratamento, armazenamento e
recuperação de informações, conforme descrito na Lei Federal nº 9.433/97, a qual instituiu a
Política Nacional de Recursos Hídricos e, na Lei Estadual nº 12.612/09. Dentre as ações de
coleta destas informações, está o monitoramento hidrometeorológico, gerando dados
fundamentais para a execução dos demais instrumentos de gerenciamento, como a elaboração
de planos de recursos hídricos, o enquadramento dos corpos d’água, a outorga dos direitos de
uso da água, a cobrança, subsídio a operação de obras hidráulicas, como é o caso da operação
de barragens. A rede hidrometeorológica nacional é de responsabilidade do órgão gestor de
recursos hídricos, a Agência Nacional de Águas - ANA, que atualmente é responsável pela rede
nacional.
Na Bahia, o Inema é responsável pela implantação, operação e manutenção de estações
medidoras de dados hidrometeorológicos. Com a implementação do Projeto de Gerenciamento
de Recursos Hídricos - PGRH, foi implantada desde o ano de 2000 e vem sendo operada pelo
Inema, a rede hidrometeorológica das bacias dos rios Itapicuru, Paraguaçu, Verde, Jacaré,
Contas, Paramirim, Grande, Corrente e Carinhanha composta de 123 estações pluviométricas,
78 estações fluviométricas. Além dessas, existem 09 Plataformas de coletas de dados
hidrológicas (PCDs Hidro).
I N T R O D U Ç Ã O
M E T Ó D O S E M AT E R I A S
R E S U LTA D O S E D I S C U S S Ã O
C O N S I D E R A Ç Õ E S F I N A I S
O B J E T I V O
* Apresentar os critérios utilizados para a implantação da rede hidrometeorológica no
estado da Bahia, bem como, sua abrangência
* Mostrar as principais rotinas para aquisição dos dados desde a coleta até a
disponibilização ao público.
O presente trabalho foi elaborado tendo como base os estudos de ampliação da rede
realizados pela instituição, “Projeto da Rede Hidrométrica do Estado da Bahia”, (BAHIA, 1999),
bem como, por meio da atuação da equipe técnica nas etapas de planejamento, seleção dos
locais de instalação, implantação das estações, operação, manutenção, tratamento e
disponibilização dos dados ao público.
A criação e implantação da rede hidrometeorológica do Estado foi realizada a partir de um
diagnóstico realizado pela equipe técnica entre 1995 e 1997, cujo objetivo foi realizar um
levantamento de campo das estações existentes e suas condições operacionais, até então
implantadas e operadas pela extinta Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(SUDENE), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e DNNAE, além de demais
entidades como a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e a Empresa Baiana de
Águas e Saneamento (EMBASA).
O estudo de ampliação da rede teve como referência os estudos apresentados por Llamas
(1993) e adotou os seguintes critérios para a rede pluviométrica: experiência internacional,
precisão requerida, eventos meteorológicos predominantes na região e informação específica
das estações. Para a fluviométrica foram adotados como critérios: os principais mananciais da
bacia, pontos de confluência dos tributários de maior porte, lagos e barramentos existentes e
pontos de maior atividade antrópica.
Tabela1. Estações pluviométricas e fluviométricas mantidas e operadas pelo Inema.
Figura 1 . Rede hidrometeorológica operada pelo INEMA e ANA na Bahia.
Os principais produtos obtidos na operação e manutenção da rede são: dados de chuvas, temperatura do ar,
umidade relativa do ar, pressão atmosférica, direção e velocidade dos ventos, temperatura e umidade do solo,
registros de níveis dos rios; perfis das seções de medição de descarga líquida; resumos mensais de medição
de descarga líquida e sólida em suspensão; granulometria do material de leito e de arraste para determinação
da descarga sólida total. Estes dados são fundamentais para subsidiar as tomadas de decisão no processo de
gerenciamento do meio ambiente e dos recursos hídricos.
Uma das particularidades que se observou na operação da rede é que, na região semiárida são adotados
critérios distintos das demais regiões, principalmente nas medições de vazões, pois os rios passam de vazões
baixas ou nulas para valores elevados, o que requer uma equipe especializada para tais medições, algumas
vezes em condições de risco. Na região Oeste do Estado, onde os rios são perenes e com pouca amplitude
de variação de níveis, é priorizada as medições de vazão no período de seca, que ocorre em meados de
setembro. Assim é possível obter os registros de valores mínimos de vazões, visto que é uma região onde a
demanda de água superficial e subterrânea é grande pelos empreendimentos agrícolas. Por outro lado, em
parte da região semiárida e no litoral é priorizado as medições de cheia para obtenção das vazões de pico e
controle de enchentes.
Dada a relevância dos dados obtidos com a operação da rede hidrometeorológica para o exercício da gestão
ambiental e dos recursos hídricos, cabe aos órgãos gestores exercer maior controle quanto à qualidade das
informações hidrológicas e meteorológicas, garantindo maior precisão nas tomadas de decisão.
Composição da Hidrometeorológica
Entre 1998 e 2000, com implantação do projeto piloto, foram instaladas 87 estações
pluviométricas e 42 estações fluviométricas nas Bacias Paraguaçu, Itapicuru e Verde-Jacaré.
Em 2004, foram acrescidas estações na Região Metropolitana de Salvador, lagoa do Abaeté,
lagoa de Pituaçu e na bacia do rio de Contas com objetivo de monitorar as áreas de montante
dos principais reservatórios. Entre 1997 e 2003, por meio de acordos de cooperação com o
MCT/INPE foram instaladas 21 PCDs meteorológicos. Entre 2012 e 2013, com a ANA foram
instaladas 09 PCDs hidrológicas para compor a rede de monitoramento de eventos críticos.
Bacia Sub-bacia Fluviometria Pluviometria PCD
Hidro*
PCD
Meteo
Atlântico Leste
Itapicuru 16 39 02 -
Paraguaçu 16 27 01 05
Recôncavo Norte 02 04 - 01
Recôncavo Sul - - - 02
Pardo - - - 01
Leste - - 01 01
Extremo Sul - - - 02
Contas 11 04 - 04
São Francisco
Verde e Jacaré 02 18 - 01
Paramirim 02 02 - 01
Grande 21 21 03 02
Rio Corrente, Riachos
Ramalho, Serra Dourada e Brejo Velho
06 06 02 01
Carinhanha 02 02 -
Total 78 123 09 21
De acordo com o
Sistema Nacional de
Informação de
Recursos Hídricos -
SNIRH, a ANA possui
em operação 219
pontos de pluviometria
e 152 de fluviometria.
Desta forma o estado
da Bahia conta com o
monitoramento total de
340 estações
pluviometricas e 239
fluviometricas.
A Figura 1 apresenta a
distribuição espacial
dessas estações. O
projeto de ampliação e
modernização propôs
uma rede ideal para o
gerenciamento dos
recursos hídricos
composta por 496
PCDs pluviométricas e
175 fluviométricas.
REFERÊNCIAS
[1] BAHIA,SRHSH/SRH/GEREI. Projeto da rede hidrométrica do Estado da Bahia. Relatório Final. Salvador, 1999.
[2] CARVALHO, N. de O. Hidrossedimentologia Prática. Rio de Janeiro: CPRM; Eletrobrás, 1994. 372 p.
[3] LLAMAS, J. Hidrologia general: principios y aplicaciones. Editora: Universidad del País Vasco, Bilbao, 1993.
[4] PAIVA, E. M. C. D. Rede de monitoramento hidrológico. In: PAIVA, J. B. D.; PAIVA, E. M. C. D. (Org.). Hidrologia aplicada à gestão
de pequenas bacias hidrográficas. Porto Alegre: ABRH, 2001. p. 493-506.
[5] SANTOS, Irani et al. Hidrometria aplicada. Curitiba: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, 2001. 372 p.
Devido ao aumento da demanda de outorga nos rios na região Oeste, nas bacias dos rios
Grande, Corrente e Carinhanha, foram instaladas estações de pluviometria e fluviometria a partir
de 2003. Atualmente a rede do Inema é composta por 21 PCDs meteorológicas, 123 estações
pluviométricas, 78 estações fluviométricas e 09 PCDs hidrológicas telemétricas instaladas e em
operação, conforme a Tabela 1.
Operação e Manutenção da Rede Hidrometeorológica
A operação e manutenção da rede era realizada com visitas mensais, passou-se a realizar
visitas trimestrais e hoje a rede pluviométrica e das PCDs Hidro é operada e mantida com
equipe própria do Inema. Já a operação da rede fluviométrica é feita por uma empresa de
hidrometria .
Obtenção de Dados a) As estações pluviométricas geram dados de chuva em mm, são automatizadas e equipadas com três tipos
de registradores automáticos e o sensor de chuva possui uma área de captação de 314,16 cm3, sendo um
modelo com resolução de 0,25 mm por pulso e os demais com resolução de 0,2 mm.
b) As estações fluviométricas geram dados de níveis, vazões líquidas e sólidas. São realizadas quatro
medições de vazões líquidas e sólidas durante o ano. O observador é também responsável pela manutenção
e vigilância da estação e dos equipamentos instalados, sendo fundamental para garantir a integridade da
estação. A medição da vazão líquida é pelo método convencional, com uso de molinete hidrométrico e são
realizadas aos pares com verticais intercaladas. O cálculo é realizado pelo método da meia seção, (SANTOS,
2001) e (PAIVA, 2001).
c) As PCDs meteorológicas são compostas por dois tipos de estações: a meteorológica com 18 estações e a
agrometeorológica com 03 estações.
Tratamento dos Dados Os dados obtidos em campo são analisados no escritório, em seguida são processados por meio de aplicativo
desenvolvido pelo Inema (Módulo para Importação de Dados Hidrometeorológicos), que faz uma verificação
da qualidade dos dados definindo status de acordo com critérios de validação adotados pela instituição para
cada variável, bem como a inserção destes no BDRH, sendo classificados como dados brutos.
Disponibilização dos Dados Os dados hidrometeorológicos podem ser acessados pelo público em geral e estão disponíveis para download
no endereço: http://www.Inema.ba.gov.br/servicos/monitoramento/qualidade-dos-rios/relatorio-de-informacoes-
hidrologicas/ e também podem ser obtidos através do contato com Coordenação de Monitoramento Ambiental
(COMON) do Inema.
REDE HIDROMETEOROLÓGICA DO ESTADO DA BAHIA OPERADA
PELO INEMA