rede de atendimento e subjetividade i fórum regional crianças e adolescentes em situação de rua...

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REDE DE ATENDIMENTO REDE DE ATENDIMENTO E SUBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE I Fórum Regional I Fórum Regional Crianças e Adolescentes em Situação de Crianças e Adolescentes em Situação de Rua e Trabalho Infantil Rua e Trabalho Infantil São Vicente / SP São Vicente / SP Agosto / 2009 Agosto / 2009 Prof Prof a . Dra. Maria Izabel Calil Stamato . Dra. Maria Izabel Calil Stamato [email protected] [email protected]

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Page 1: REDE DE ATENDIMENTO E SUBJETIVIDADE I Fórum Regional Crianças e Adolescentes em Situação de Rua e Trabalho Infantil São Vicente / SP Agosto / 2009 Prof

REDE DE REDE DE ATENDIMENTO E ATENDIMENTO E SUBJETIVIDADESUBJETIVIDADE

I Fórum RegionalI Fórum RegionalCrianças e Adolescentes em Situação de Crianças e Adolescentes em Situação de

Rua e Trabalho InfantilRua e Trabalho Infantil

São Vicente / SPSão Vicente / SPAgosto / 2009 Agosto / 2009

ProfProfaa. Dra. Maria Izabel Calil Stamato . Dra. Maria Izabel Calil Stamato [email protected]@iron.com.br

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Concepção de Criança e Concepção de Criança e AdolescenteAdolescente

Artigo 3º. ECAArtigo 3º. ECA

Sujeito de DireitosSujeito de Direitos

Pessoa em condição especial de Pessoa em condição especial de desenvolvimentodesenvolvimento

Relação direitos X necessidadesRelação direitos X necessidades

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Concepção de homemConcepção de homem

• HomemHomem históricohistórico: características forjadas : características forjadas pelo tempo, pela sociedade e pelas relaçõespelo tempo, pela sociedade e pelas relações

• Homem visto a partir da idéia de Homem visto a partir da idéia de condição humanacondição humana: constrói formas de : constrói formas de satisfação das necessidades na relação com satisfação das necessidades na relação com outros homensoutros homens

• Relação dialéticaRelação dialética indivíduo / sociedade: indivíduo / sociedade: : : homem se constrói ao construir sua realidadehomem se constrói ao construir sua realidade

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SubjetividadeSubjetividade

Processo mediado pela linguagem, por Processo mediado pela linguagem, por meio da qual os significados sociais são meio da qual os significados sociais são internalizados e transformados em internalizados e transformados em sentidos subjetivossentidos subjetivos

Constrói-se na interação com outros Constrói-se na interação com outros indivíduos, com o mundo físico, simbólico e indivíduos, com o mundo físico, simbólico e social, a partir do reconhecimento do outro social, a partir do reconhecimento do outro e das determinações sociais e históricase das determinações sociais e históricas

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SubjetividadeSubjetividade

• A subjetividade manifesta-se, revela-se, A subjetividade manifesta-se, revela-se, converte-se, materializa-se e objetiva-se converte-se, materializa-se e objetiva-se no sujeito. Ela é processo que não se no sujeito. Ela é processo que não se cristaliza, não se torna condição nem cristaliza, não se torna condição nem estado estático e nem existe como algo estado estático e nem existe como algo em si, abstrato e imutável. É em si, abstrato e imutável. É permanentemente constituinte e permanentemente constituinte e constituída. Está na interface do constituída. Está na interface do psicológico e das relações sociais. psicológico e das relações sociais. (Molon, (Molon, 1999, p. 143-144)1999, p. 143-144)

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A subjetividade do A subjetividade do menino de ruamenino de rua

Constitui-se pelas e nas relações sociais que Constitui-se pelas e nas relações sociais que estabelece na rua, na família, na comunidade e estabelece na rua, na família, na comunidade e na sociedade mais ampla, por meio das quais se na sociedade mais ampla, por meio das quais se diferencia, se identifica e se constitui enquanto diferencia, se identifica e se constitui enquanto sujeito.sujeito.

Ambiente peculiar da rua possibilita a Ambiente peculiar da rua possibilita a emergência de modos de vida diferenciados, que emergência de modos de vida diferenciados, que configuram processos de desenvolvimento configuram processos de desenvolvimento também diferenciadostambém diferenciados

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Compreensão da Compreensão da subjetividade do menino subjetividade do menino

de ruade rua Análise das relações, interconexões e Análise das relações, interconexões e

entrecruzamento dos vários determinantes de sua entrecruzamento dos vários determinantes de sua condição:condição:

• história de vida, história de vida, • elementos que provocaram sua saída e favoreceram elementos que provocaram sua saída e favoreceram

sua fixação na rua, sua fixação na rua, • relações familiares, relações familiares, • Relações com seus pares e com as demais pessoas Relações com seus pares e com as demais pessoas

que integram seu mundo na rua, que integram seu mundo na rua, • relações com sua comunidade de origem relações com sua comunidade de origem • relações com a sociedade em geral.relações com a sociedade em geral.

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Conceito de RedeConceito de Rede

• Interconexão e integração de órgãos Interconexão e integração de órgãos governamentais, organizações não governamentais, organizações não governamentais, serviços, programas, governamentais, serviços, programas, projetos, movimentos sociais, comunidades projetos, movimentos sociais, comunidades locais, regionais, nacionais, mundiaislocais, regionais, nacionais, mundiais

• Relações horizontais de interdependência e Relações horizontais de interdependência e complementariedade entre os vários complementariedade entre os vários agentes e políticas públicas setoriaisagentes e políticas públicas setoriais

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Políticas PúblicasPolíticas Públicas

Conjunto de ações articuladas e Conjunto de ações articuladas e operacionalizadas por meio de recursos operacionalizadas por meio de recursos financeiros e humanos, voltadas à financeiros e humanos, voltadas à efetivação dos direitos sociais básicosefetivação dos direitos sociais básicos

Categorias: universais e de proteção Categorias: universais e de proteção especial (vulnerabilidade em função de especial (vulnerabilidade em função de condição de vida e de desenvolvimento)condição de vida e de desenvolvimento)

Tipos: prevenção e intervençãoTipos: prevenção e intervenção

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Políticas de PrevençãoPolíticas de Prevenção

Objetivo: minimizar o impacto da Objetivo: minimizar o impacto da situação de risco, por meio de ações que situação de risco, por meio de ações que visam visam evitar estas situações, reverter evitar estas situações, reverter seus efeitos ou reduzir as conseqüências seus efeitos ou reduzir as conseqüências dos problemas causados pela situação de dos problemas causados pela situação de riscorisco

Abrangem: informação, sensibilização e Abrangem: informação, sensibilização e conscientização (mudanças de atitudes conscientização (mudanças de atitudes sociais) e envolvimento de todos nas sociais) e envolvimento de todos nas soluções do problemasoluções do problema

Page 11: REDE DE ATENDIMENTO E SUBJETIVIDADE I Fórum Regional Crianças e Adolescentes em Situação de Rua e Trabalho Infantil São Vicente / SP Agosto / 2009 Prof

Políticas de IntervençãoPolíticas de Intervenção Objetivo: intervir em situação já instalada, Objetivo: intervir em situação já instalada,

visando sua transformação para o visando sua transformação para o desenvolvimento integral da população desenvolvimento integral da população envolvida envolvida

Programas: ações continuadas que integram Programas: ações continuadas que integram as propostas de governo, com objetivos de as propostas de governo, com objetivos de curto, médio e longo prazo.curto, médio e longo prazo.

Projetos: ações pontuais desenvolvidas em Projetos: ações pontuais desenvolvidas em espaço determinado de tempo, envolvendo espaço determinado de tempo, envolvendo objetivos de curto e médio prazo, execução e objetivos de curto e médio prazo, execução e resultados.resultados.

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Atuação em rede: Atuação em rede: pressupostos básicospressupostos básicos

Incompletude institucional e dos saberes: Incompletude institucional e dos saberes: visão interdisciplinar para entender a visão interdisciplinar para entender a complexidade humanacomplexidade humana

Ação conjunta e integrada dos agentes Ação conjunta e integrada dos agentes que operacionalizam as políticas públicasque operacionalizam as políticas públicas

Respeito às especificidades de cada Respeito às especificidades de cada agente, a partir de uma visão holística e agente, a partir de uma visão holística e cooperativacooperativa

Page 13: REDE DE ATENDIMENTO E SUBJETIVIDADE I Fórum Regional Crianças e Adolescentes em Situação de Rua e Trabalho Infantil São Vicente / SP Agosto / 2009 Prof

Atuação em rede: Atuação em rede: pressupostos básicospressupostos básicos

““Teorias” (opiniões, noções gerais), Teorias” (opiniões, noções gerais), interpretações e avaliações, desenvolvidas e interpretações e avaliações, desenvolvidas e cristalizadas no cotidiano, originam cristalizadas no cotidiano, originam sentimentos e emoções e definem a maneira sentimentos e emoções e definem a maneira de ver o mundo e se relacionar com o outrode ver o mundo e se relacionar com o outro

Modos de relações interpessoais: aprendidos Modos de relações interpessoais: aprendidos e podem ser modificados a partir da e podem ser modificados a partir da mudança na forma de olhar e interpretar as mudança na forma de olhar e interpretar as experiênciasexperiências

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Atuação em rede: Atuação em rede: pressupostos básicospressupostos básicos

Clareza técnica de que crianças e Clareza técnica de que crianças e adolescentes em situação de rua tem modo adolescentes em situação de rua tem modo de vida peculiar, diretamente ligado ao de vida peculiar, diretamente ligado ao processo constante de circulação em processo constante de circulação em diferentes espaços sociaisdiferentes espaços sociais

Inclusão da dimensão do movimento e da Inclusão da dimensão do movimento e da circulação nas ruas nas metodologias e circulação nas ruas nas metodologias e estratégias dos serviços, programas e estratégias dos serviços, programas e projetos que formam a rede de atendimentoprojetos que formam a rede de atendimento

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Atuação em rede: Atuação em rede: pressupostos básicospressupostos básicos

Dinamização dos serviços de atendimento Dinamização dos serviços de atendimento para atender as demandas, necessidades para atender as demandas, necessidades e ritmo das crianças em situação de ruae ritmo das crianças em situação de rua

Acompanhar e interpretar o movimento Acompanhar e interpretar o movimento das crianças nas ruas para a criação de das crianças nas ruas para a criação de vínculos que possibilitem novas formas de vínculos que possibilitem novas formas de relações interpessoais e de produção de relações interpessoais e de produção de sentidos relacionados ao seu modo de sentidos relacionados ao seu modo de viverviver

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““A Psicologia tem concebido os sujeitos A Psicologia tem concebido os sujeitos

como responsáveis e capazes de como responsáveis e capazes de

promover seu próprio desenvolvimento; promover seu próprio desenvolvimento;

essa concepção isola o sujeito e sua essa concepção isola o sujeito e sua

subjetividade do mundo social e isenta subjetividade do mundo social e isenta

as instituições sociais e modos de as instituições sociais e modos de

produção da sobrevivência de qualquerprodução da sobrevivência de qualquer

responsabilidade pelos sofrimentos responsabilidade pelos sofrimentos

psicológicos”psicológicos”

Ana BockAna Bock

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BibliografiaBibliografia

Molon, Susana Inês (1999).Molon, Susana Inês (1999). Subjetividade Subjetividade e Constituição do Sujeito em Vigotskie Constituição do Sujeito em Vigotski. . São São Paulo: EDUC.Paulo: EDUC.

CALIL Stamato, Maria Izabel. CALIL Stamato, Maria Izabel. A A constituição da subjetividade em menino constituição da subjetividade em menino de rua: um estudo de caso na cidade de de rua: um estudo de caso na cidade de SantosSantos. 2001. Dissertação (mestrado em . 2001. Dissertação (mestrado em Psicologia Social). Pontifícia Universidade Psicologia Social). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo. Católica de São Paulo. São Paulo.