redaktion t +41 31 350 21 11, f +41 31 350 22 11 congresso do … · 2008-11-18 · a favor de uma...

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O primeiro Congresso do Unia, após a sua fusão, teve lugar de 9 a 11 de Outubro, no Centro de Congressos em Lu- gano. As regiões e os grupos de interesse enviaram um to- tal de 392 delegados. Pre- sentes estiveram outros tan- tos convidados e funcioná- rios sindicais. O tema central do Congresso foi «Bons Contratos Colectivos de Tra- balho para todos», em relação ao qual foi apresentado e aprovado um docu- mento de posicionamento político. Outros documentos sobre assuntos, como a estratégia futura do Unia, pro- tecção de militantes sindicais, políti- ca de integração e igualdade de direi- tos foram discutidos. As moções rela- tivas aos mesmos foram a votação, bem como diversas resoluções. As eleições Os delegados ao Congresso elegeram a comissão executiva (Comité direc- tor), a qual foi reduzida a 9 membros, sendo um terço mulheres. Os dois co- presidentes, Renzo Ambrosetti e An- dreas Rieger, foram reeleitos, conti- nuando assim à frente do Unia. Tam- bém se procedeu à reeleição de Fa- bienne Blanc-Kühn, Jean-Claude Rennwald, Hansueli Scheidegger, Ri- ta Schiavi e Michael von Felten. Por fim, com a eleição de Vania Alleva e Corrado Pardini iniciou-se o processo de renovação na direcção do Unia. O Comité central foi, também, reduzi- do a 38 membros. Deste órgão fará parte um terço de mulheres. No Congresso contou-se, ainda, com intervenções de individualidades im- portantes, como o Presidente federal, Pascal Couchepin, e o Presidente da União dos Sindicatos Suíços, Paul Rechtsteiner. 2 4 Lutamos por direitos e oportunida- des iguais! 3 Acidentes de trabalho Medidas de prevenção têm que ser reforçadas. Campanha juvenil Volta à Suíça para informar os aprendizes. Portugal Mulheres ganham quatro vezes menos que os homens. Nr. 7 | Oktober 2008 | português Erscheint als Beilage zur Zeitung «work» | Redaktion T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch O Congresso fixou os princí- pios da política sindical para os próximos quatro anos. Os delegados e as delegadas examinaram a possibilidade de se lançar uma iniciativa popular sobre a introdução de salários mínimos e exigi- ram uma maior proximidade à base por parte dos órgãos de chefia. Após um intenso debate relativo ao tema central do Congresso ‘Bons Contratos Colectivos de Trabalho (CTT) para todos e todas’, os delega- dos e as delegadas aprovaram um do- cumento de posicionamento político, em que se define os princípios e as me- tas do trabalho sindical para os pró- ximos quatros anos. Este será marca- do pela adopção de medidas tenden- tes a melhorar as condições laborais mediante negociações colectivas. Os CCT devem incluir importantes me- lhorias das regulamentações míni- mas consagradas na Lei, no que diz respeito a salários mínimos, 13° mês e revisão automática dos salários con- soante a carestia de vida. Foram rei- vindicados, entre outros pontos, a re- dução da jornada laboral, a proibição de discriminação baseada no género, na nacionalidade e no estatuto de re- sidência, assim como medidas con- cretas que permitam uma melhor conciliação da vida profissional e fa- miliar. Iniciativa popular a favor de salários mínimos Os delegados e as delegadas votaram a favor de uma proposta que defende a possibilidade de se examinar o lançamento de uma iniciativa popu- lar para a introdução de salários mí- nimos obrigatórios, independente- mente dos CCT. Trata-se, sem dúvida, de um projecto ambicioso que ocu- pará a nova direcção do Unia. Em vários momentos do Congresso, os delegados e as delegadas exigiram aos órgãos de chefia, Comités director e central, uma maior proximidade à base – aos trabalhadores e sócios sin- dicais. Foi defendido que essa proxi- midade permitirá a realização de um trabalho sindical que vá ao encontro das necessidades e dos interesses da classe trabalhadora. Ao longo de todo o Congresso ficou bem patente que os próximos quatro anos serão marcados por grandes e im- portantes desafios, na conquista por mais justiça social e igualdade de di- reitos. Os delegados e as delega- das ao Congresso do Unia aprovaram propostas ten- dentes a melhorar a inte- gração dos e das migrantes, a protecção dos sócios e de- legados sindicais, e a repre- sentação feminina nas es- truturas sindicais. O Grupo de interesse das mulheres apresentou ao Congresso uma pro- posta sobre a participação feminina nos órgãos de direcção do Unia. A proposta foi aprovada e a quota de 25% passou a 33%. Este foi um pas- so importante para a política de igualdade de direitos a nível interno. Foram, ainda, aprovadas uma série de outras propostas que têm como objectivo contribuir para que a igual- dade de géneros no mercado de tra- balho em termos de salário, pro- moção profissional, conciliação da vida profissional e familiar seja uma realidade. Melhorar a integração dos e das migrantes O Congresso aprovou também um importante plano de acção ao nível da política de integração. O Unia tra- balhará nos próximos quatros anos para que se adoptem medidas que vi- sem facilitar a aprendizagem de uma língua local por parte dos e das mi- grantes, a aquisição da nacionalida- de suíça e a regularização colectiva dos chamados ‘sem-papeis’. Outro objectivo a concretizar é a luta con- tra a discriminação, com a intro- dução das correspondentes dispo- sições nos CTT. Medidas para proteger os militantes sindicais Para Vasco Pedrina, antigo presi- dente do Unia, os militantes sindi- cais são ‘a chave para o êxito do mo- vimento dos trabalhadores’. Os de- legados e as delegadas ao Congresso decidiram que o Unia empenhar-se- á para melhorar os direitos sindicais no posto de trabalho e desenvolve- rá todos os esforços para que se in- troduzam disposições na Lei e nos CCT que outorguem uma maior protecção aos delegados e militantes sindicais nas empresas e se reco- nheça melhor a sua função. Congresso do Unia reduz Comités director e central Mais mulheres, mais igualdade, mais protecção Comité Director do Unia é reduzido a 9 membros. Bons CCT para todos e todas «O Congresso foi marcado por mo- mentos de força e união demons- trados pela base em bater-se para que as suas proposta fossem apro- vadas. Para o futuro, levo a mensagem que é o desejo da base ter mais for- mação, melhor acompanhamento e mais participação para alcançar- mos mais. E que cabe a nós relembrar os res- ponsáveis das regiões, secções pa- ra que respeitem a vontade da ba- se e as suas necessidades.» Domingos Pereira, delegado pelo Grupo de interesse Migração. A opinião de um delegado A posição das mulheres e dos migrantes foi reforçada pelo Congresso.

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O primeiro Congresso doUnia, após a sua fusão, tevelugar de 9 a 11 de Outubro, noCentro de Congressos em Lu-gano. As regiões e os gruposde interesse enviaram um to-tal de 392 delegados. Pre-sentes estiveram outros tan-tos convidados e funcioná-rios sindicais.

O tema central do Congresso foi«Bons Contratos Colectivos de Tra-balho para todos», em relação ao qualfoi apresentado e aprovado um docu-mento de posicionamento político.

Outros documentos sobre assuntos,como a estratégia futura do Unia, pro-tecção de militantes sindicais, políti-ca de integração e igualdade de direi-tos foram discutidos. As moções rela-tivas aos mesmos foram a votação,bem como diversas resoluções.

As eleiçõesOs delegados ao Congresso elegerama comissão executiva (Comité direc-tor), a qual foi reduzida a 9 membros,sendo um terço mulheres. Os dois co-presidentes, Renzo Ambrosetti e An-dreas Rieger, foram reeleitos, conti-nuando assim à frente do Unia. Tam-

bém se procedeu à reeleição de Fa-bienne Blanc-Kühn, Jean-ClaudeRennwald, Hansueli Scheidegger, Ri-ta Schiavi e Michael von Felten. Porfim, com a eleição de Vania Alleva eCorrado Pardini iniciou-se o processode renovação na direcção do Unia. OComité central foi, também, reduzi-do a 38 membros. Deste órgão faráparte um terço de mulheres.No Congresso contou-se, ainda, comintervenções de individualidades im-portantes, como o Presidente federal,Pascal Couchepin, e o Presidente daUnião dos Sindicatos Suíços, PaulRechtsteiner.

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Lutamos pordireitos eoportunida-des iguais!

3Acidentes de trabalhoMedidas de prevenção têm que ser reforçadas.

Campanha juvenilVolta à Suíça para informar os aprendizes.

PortugalMulheres ganham quatro vezes menos que os homens.

Nr. 7 | Oktober 2008 | português

Erscheint als Beilage zur Zeitung «work» | Redaktion T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch

O Congresso fixou os princí-pios da política sindical paraos próximos quatro anos. Osdelegados e as delegadasexaminaram a possibilidadede se lançar uma iniciativapopular sobre a introduçãode salários mínimos e exigi-ram uma maior proximidadeà base por parte dos órgãosde chefia.

Após um intenso debate relativo aotema central do Congresso ‘BonsContratos Colectivos de Trabalho(CTT) para todos e todas’, os delega-dos e as delegadas aprovaram um do-cumento de posicionamento político,em que se define os princípios e as me-tas do trabalho sindical para os pró-ximos quatros anos. Este será marca-do pela adopção de medidas tenden-

tes a melhorar as condições laboraismediante negociações colectivas. OsCCT devem incluir importantes me-lhorias das regulamentações míni-mas consagradas na Lei, no que dizrespeito a salários mínimos, 13° mêse revisão automática dos salários con-soante a carestia de vida. Foram rei-vindicados, entre outros pontos, a re-dução da jornada laboral, a proibiçãode discriminação baseada no género,na nacionalidade e no estatuto de re-sidência, assim como medidas con-cretas que permitam uma melhorconciliação da vida profissional e fa-miliar.

Iniciativa popular a favor de salários mínimosOs delegados e as delegadas votarama favor de uma proposta que defendea possibilidade de se examinar o

lançamento de uma iniciativa popu-lar para a introdução de salários mí-nimos obrigatórios, independente-mente dos CCT. Trata-se, sem dúvida,de um projecto ambicioso que ocu-pará a nova direcção do Unia.Em vários momentos do Congresso,os delegados e as delegadas exigiramaos órgãos de chefia, Comités directore central, uma maior proximidade àbase – aos trabalhadores e sócios sin-dicais. Foi defendido que essa proxi-midade permitirá a realização de umtrabalho sindical que vá ao encontrodas necessidades e dos interesses daclasse trabalhadora.Ao longo de todo o Congresso ficoubem patente que os próximos quatroanos serão marcados por grandes e im-portantes desafios, na conquista pormais justiça social e igualdade de di-reitos.

Os delegados e as delega-das ao Congresso do Uniaaprovaram propostas ten-dentes a melhorar a inte-gração dos e das migrantes,a protecção dos sócios e de-legados sindicais, e a repre-sentação feminina nas es-truturas sindicais.

O Grupo de interesse das mulheresapresentou ao Congresso uma pro-posta sobre a participação femininanos órgãos de direcção do Unia. Aproposta foi aprovada e a quota de25% passou a 33%. Este foi um pas-so importante para a política deigualdade de direitos a nível interno.Foram, ainda, aprovadas uma sériede outras propostas que têm comoobjectivo contribuir para que a igual-dade de géneros no mercado de tra-balho em termos de salário, pro-moção profissional, conciliação davida profissional e familiar seja umarealidade.

Melhorar a integração dose das migrantesO Congresso aprovou também um

importante plano de acção ao nívelda política de integração. O Unia tra-balhará nos próximos quatros anospara que se adoptem medidas que vi-sem facilitar a aprendizagem de umalíngua local por parte dos e das mi-grantes, a aquisição da nacionalida-de suíça e a regularização colectivados chamados ‘sem-papeis’. Outroobjectivo a concretizar é a luta con-tra a discriminação, com a intro-dução das correspondentes dispo-sições nos CTT.

Medidas para proteger osmilitantes sindicaisPara Vasco Pedrina, antigo presi-dente do Unia, os militantes sindi-cais são ‘a chave para o êxito do mo-vimento dos trabalhadores’. Os de-legados e as delegadas ao Congressodecidiram que o Unia empenhar-se-á para melhorar os direitos sindicaisno posto de trabalho e desenvolve-rá todos os esforços para que se in-troduzam disposições na Lei e nosCCT que outorguem uma maiorprotecção aos delegados e militantessindicais nas empresas e se reco-nheça melhor a sua função.

Congresso do Unia reduzComités director e central

Mais mulheres,mais igualdade,mais protecção

Comité Director do Unia é reduzido a 9 membros.

Bons CCT para todos e todas

«O Congresso foi marcado por mo-mentos de força e união demons-trados pela base em bater-se paraque as suas proposta fossem apro-vadas. Para o futuro, levo a mensagem queé o desejo da base ter mais for-mação, melhor acompanhamento emais participação para alcançar-mos mais.E que cabe a nós relembrar os res-ponsáveis das regiões, secções pa-ra que respeitem a vontade da ba-se e as suas necessidades.»

Domingos Pereira, delegado peloGrupo de interesse Migração.

A opinião de um delegado

A posição das mulheres e dos migrantes foi reforçada pelo Congresso.

horizonte Nr. 7 | Oktober 2008 | português 2

Pessoal da Atisholz luta pelos seus postos de trabalhoO encerramento da fábrica de celulo-se Atisholz em Luterbach (Solothurn)foi anunciado. Os sindicatos Unia eSPV prontamente apresentaram umplano de recuperação da empresa. Osempregados da referida fábrica, quepertence ao grupo económico norue-guês Borregaard/Orkla, não aceitam oencerramento da empresa, levando acabo uma grande luta em defesa dosseus postos de trabalho. Em assem-bleia de trabalhadores foi votado, porunanimidade, a manutenção dos 440postos de trabalho e de formação. Ossindicatos Unia e SPV estão decididos,em nome dos trabalhadores, a fazertudo ao seu alcance para que o planode ‘morte súbita’ desta unidade in-dustrial não vá avante.

250 francos de aumentopara salários mínimos no ramos das vendas emGenebra«Tudo aumenta… e porque não au-mentam os nossos salários? CHF250»: é este o slogan da campanhasindical lançada recentemente no ra-mo das vendas em Genebra. A reivin-dicação dos sindicatos Unia e SIT é ade um aumento de 250 francos dossalários mínimos. Apesar dos resulta-dos positivos ao nível das vendas nosúltimos anos, os salários não benefi-ciaram dessa situação favorável. Oque se verificou foi que em 2007 os di-rigentes das empresas tiveram au-mentos salariais na ordem dos 7%, en-quanto os salários dos empregados es-tagnaram. Chegou o momento de rei-vindicar aumentos salariais reais. Naspróximas negociações os sindicatosexigem 250 francos de aumento sa-larial para quem recebe um salário mí-nimo no ramo das vendas em Gene-bra.

Redução de salário e des-pedimentos na SiemensA direcção da Siemens Building Tech-nologies em Volketswil (Zurique) anun-ciou reduzir o salário a 20 empregadosem cerca de 20%. E isto em casos emque os salários são por si já baixos. Osalário de um trabalhador da linha deprodução, por exemplo, passará de4500 a 3700 francos. Para além des-ta medida, a Siemens anunciou aindaeliminar sete postos de trabalho, ape-sar de hoje a empresa já empregar umnúmero razoável de trabalhadorestemporários. Tendo em conta a boa si-tuação financeira da empresa, o pes-soal recusa-se a aceitar estas de-cisões, exigindo da direcção um recuona sua posição e que entre em nego-ciações com o sindicato Unia.

A empresa Benninger Textil AG não assume a suaresponsabilidade socialA Benniger Textil AG anunciou uma re-dução de 110 postos de trabalho emUzwil (St. Gallen), 60 dos quais serãotransferidos para a Alemanha. O sin-dicato Unia condenou severamente adecisão e a actuação da referida em-presa. Por um lado, a direcção ocultouo verdadeiro número de despedimen-tos, recusando-se a apresentar um pla-no social para trabalhadores com lon-gos anos de serviço, e, por outro lado,desrespeitou as regulamentações doCCT e o direito de participação. O Uniaexige da parte da empresa a elabo-ração de um plano social e o cumpri-mento das regulamentações em vigor,bem como a apresentação de alter-nativas de emprego para os trabalha-dores despedidos.

Notícias breves

A União dos SindicatosSuíços (USS) apresentou re-centemente a sua posiçãoem matéria de formação eaperfeiçoamento profissio-nais, lançando uma campan-ha sob o lema «WeitermitBil-dung!» (em francês, «Une for-mation, ça se continue»).

O principal objectivo da mesma é au-mentar a igualdade de oportunidades,no que diz respeito ao acesso à for-mação e ao aperfeiçoamento profis-sionais.

As principias reivindicaçõesda USS neste âmbito são:� a introdução de um fundo de for-mação a nível cantonal;� a simplificação do procedimentopara o reconhecimento de diplomasde formação obtidos no estrangeiro;� a aplicação de medidas que permi-tam, entre outros, o reconhecimentoda experiência e da melhoria da for-mação profissional de pessoas que re-alizam trabalhos qualificados, mas ca-recem de um diploma profissional co-rrespondente;� a elaboração de uma lei de for-mação contínua que contemple, en-tre outros aspectos, o direito a cincodias pagos por ano para formaçãocontínua e cursos de língua duranteo horário laboral para os migrantesque estejam a trabalhar na Suíça.

Formação dos trabalha-dores: um dos pilares do trabalho sindicalO Unia apoia a iniciativa da USS nasua totalidade. O Comité Central re-conhece a importância da mesma eentende que promover a formaçãodos trabalhadores deve ser um dos pi-lares do trabalho sindical. Como tal,o sindicato Unia defenderá, nas ne-

gociações colectivas e junto das co-missões paritárias, a adopção de me-didas tendentes a melhorar e ampliaro acesso dos/das trabalhadores/as àformação, especialmente o das pes-soas com menor qualificação profis-sional.O sindicato Unia adoptará, assim,uma série de medidas ao longo dospróximos meses. Neste sentido, a in-formação aos sócios e às sócias sindi-cais sobre a oferta de formação exis-tente assumirá um papel central, jáque muitas vezes as pessoas não fazemuso das ofertas por desconhecimen-to. No que se refere aos aprendizes, osindicato tem previsto apoiá-los nasua formação mediante aulas suple-mentares, em colaboração com as es-colas profissionais. Em relação, aostrabalhadores e às trabalhadoras mi-grantes com poucos conhecimentosda língua local, o Unia pretende, emcooperação com as correspondentescomissões paritárias, aumentar a ofer-ta dos cursos linguísticos. Paralela-mente, o Unia quer ainda facilitar aosseus filiados e às suas filiadas o acessoaos serviços de orientação profissionale planificação de carreira.

� Véronique Polito

No passado dia 7 de Outubro,no âmbito das acções leva-das a cabo no dia mundial afavor do trabalho decente, oUnia denunciou as condiçõeslaborais indignas, a queestão submetidos os empre-gados e as empregadas dacadeia de supermercados Al-di.

Numerosas organizações laborais emtodo o mundo mobilizaram-se, nopassado dia 7 de Outubro, no âmbitoda Campanha internacional «DecentWork for a decent life» (trabalho de-cente para uma vida decente), parareivindicar condições de trabalho dig-nas. Também na Suíça, aonde nos úl-timos anos variadas formas de traba-lho precário proliferam a um ritmomuito rápido, os sindicatos organiza-ram várias acções de denúncia e deprotesto contra a precariedade labo-ral.

Exige-se condições de trabalho dig-nas para pessoal da AldiPara assinalar o dia mundial a favor detrabalho decente, o Unia protestoucontra as condições laborais a que setêm que submeter os empregados e asempregadas da Aldi – contratos de tra-balho a 50%, com a exigência de dis-posição a tempo inteiro, jornadas la-borais de 14 horas, assim como con-tínuas alterações nos planos de tra-balho são alguns dos problemas queo pessoal da Aldi enfrenta.Como forma de denunciar esta si-tuação e exigir à Aldi condições de tra-balho dignas para o seu pessoal, oUnia levou a cabo diferentes acções de

protesto em frente às filiais da cadeiade supermercados, por toda a Suíça. OUnia fez um apelo à direcção desta ca-deia para que entre em negociaçõespara um contrato colectivo de traba-lho, reivindicando que esta ponha umfim ao ‘trabalho por chamada’ e secomprometa a dar a conhecer os pla-nos de trabalho com três semanas deantecedência. O Unia exige que a Al-di respeite os direitos dos seus trabal-hadores e das suas trabalhadoras.

A referida volta iniciou-se em Thun.Aí se verificou que sempre que se fa-lava do salário, era fácil chegar aos jo-vens e entabular conversa com eles. Asegunda etapa da viagem teve comodestino Biel/Bienne. Na pausa damanhã foi possível o encontro com osprimeiros jovens que se mostrarammuito abertos e acolheram muitobem as informações que lhe foram da-das. No intervalo do almoço a infor-mação foi distribuída em algumas es-colas profissionais.

A campanha tem sido bem acolhida pelos jovensA terceira etapa decorreu em Brig.Aqui foi possível constatar que os jo-vens se sentem satisfeitos em terem al-guém que se ocupe em defender osseus direitos. O próximo ponto de pa-

ra-gemfoi Wintert-hur. Debaixo de chuva intensa,logo pela manhã, cerca de 20 pessoasdistribuíram panfletos em diferentescentros de formação profissional. Aomeio-dia numerosos jovens acudi-ram a um stand informativo em fren-te à escola profissional técnica.A quinta etapa teve lugar em Basileia.

Novamente aqui se distribuiu infor-mação nas escolas e nos centros pro-fissionais. Mais uma vez, pôde sercomprovado que a campanha foimuito bem recebida pelos jovens, emgeral. O balanço de Lucerna e Solot-hurn também é positivo. Na praça da

estação de Lucerna os passantesforam surpreendidos por músi-ca e informação e o contactocom jovens dos centros de for-mação próximos foi possível.Esta acção também teve eco

junto das pessoas que voltavama casa no final da jornada laboral.Em Solothurn o autocarro foi es-

tacionado em frente à escola de for-mação profissional industrial. Tam-bém aqui os jovens reagiram de for-

ma muito positiva perante a cam-panha.

Esperamos que estas experiên-cias positivas da primeira se-

mana de campanha se mantenham eque ao longo da mesma seja possívelcontinuar a desenvolver discussõesinteressantes sobre os estudos, a for-mação e o salário dos aprendizes.

� Simon Rutz e Elena Obreschkow

Campanha: «Os aprendizesvalem ouro»

No passado Outono, o Grupo de in-teresse dos Jovens do Unia lançouuma ampla sondagem entre osaprendizes para analisar a sua si-tuação no que concerne o salário. Se-gundo os resultados dessa sonda-gem numerosos aprendizes rece-bem demasiado pouco e não estãosatisfeitos como o seu salário. Como objectivo de alterar esta situação,o referido Grupo de interesse lançoua Campanha «Os aprendizes valemouro» e editou um panfleto a este res-peito. Este panfleto, assim como in-formação complementar sobre estaCampanha e sobre os resultados dasondagem podem ser obtidos nos se-cretariados do Unia e emwww.unia.ch/jugend.

Os jovens aprendizes são um importante factor económico econtribuem para a produtividade das empresas. De forma amelhorar a sua situação laboral, o Grupo de Interesse dos Jo-vens do Unia lançou a campanha «Os aprendizes valem ouro».Desta Campanha faz parte uma volta a toda a Suíça em au-tocarro, como modo de divulgar a mesma.

Volta à Suíça para divulgar a Campanha juvenil

Os aprendizes valem ouro

Campanha da USS

Adiante com a formação

O Unia apoia a formaçãodos/das seus/suas filiados/asSabe que como filiado/a do Unia temdireito a cursos gratuitos e a apoio fi-nanceiro para cursos de aperfeiçoa-mento profissional? Se está interes-sado/a em melhorar a sua formação,aconselhamo-lo/a a entrar em con-tacto com o seu secretariado do Uniae a informar-se sobre as prestaçõesque o sindicato lhe oferece em maté-ria de formação e aperfeiçoamentoprofissionais.

Acção de protesto frente a uma filial da Aldi.

Acção sindical

Dia mundial contra o trabalhoprecário

horizonte Nr. 7 | Oktober 2008 | português 3

O sindicato Unia conduziránegociações salariais, esteOutono, em dezenas de ra-mos laborais e empresas. Asprincipais reivindicações jáforam definidas.

Praticamente todos os ramos laboraiscobertos pelo Unia beneficiaram, nosúltimos anos, de uma evolução eco-nómica positiva e a rentabilidade au-mentou. Contudo, a grande maioriados trabalhadores não notou grandediferença real no seu rendimentomensal. Os salários sofreram aumen-tos reduzidos. Portanto, o Unia exi-ge, para 2009, um ajuste por com-pleto da carestia de vida e um au-mento salarial geral real de 1,5% a2,5%, dependendo do ramo de tra-balho.

Ajuste da carestia de vida e subida real dos saláriosO valor do salário é medido pelo seupoder de compra. Se a manutençãodo poder de compra não for garanti-da, as condições de vida das famíliastornar-se-ão piores. O ajuste dos sa-lários à carestia de vida é imprescin-dível, de modo a assegurar um nívelde vida equilibrado aos assalariados esuas famílias. A subida real dos salá-rios tem vantagens para a economiae a sociedade em geral. A reivindi-cação de um ajuste completo da ca-restia de vida corresponde, assim, aum princípio de justiça social e é umbenefício económico.

Em determinados ramos o Unia rei-vindica ainda o controle dos saláriosdas mulheres, visto que na Suíça a dis-criminação salarial, baseada no gé-nero, continua a ser uma realidade.

Aqui fica um resumo das reivindicações em algunsramos laborais:

Sector da indústria� Ramo da indústria química: o ajus-te da carestia + um aumento salarialde 2%� Ramo da indústria de máquinas(MEM): o ajuste da carestia + um au-mento salarial real de 1,5% a 2,5%,dependendo da empresa. Os saláriosmínimos devem estabelecer-se nosFr. 3800 para trabalhadores emaprendizagem profissional e Fr. 4500para trabalhadores com a profissio-nalização.� Ramo da industria alimentar: oajuste da carestia + aumento salarialde Fr. 100.

Sector da construção� Ramo da carpintaria: o ajuste da ca-restia + um aumento salarial de Fr.100 e aumento do reembolso de des-locação.� Ramo da construção metálica: o

ajuste da carestia + um aumento sa-larial de 1%, um dia feriado pago eaumento significativo da salário mí-nimo.� Ramo dos técnicos da construção:o ajuste da carestia + um aumento sa-larial de 1% e um dia feriado pago su-plementar.� Ramo da construção civil: o ajusteda carestia + um aumento salarial de2%.

Sector dos serviços� Ramo do comércio: o Unia reivin-dica, em especial da Coop e Migros,um pacote salarial que implica umaumento de 5%, o qual inclui o ajus-te da carestia e um aumento salarialreal de 2%� Ramo dos transportes: o ajuste dacarestia + um aumento salarial de Fr.100.� Ramo da hotelaria e restauração: oaumento salarial de 2,5% já foi al-cançado. No quadro das negociaçõespara o CCT exigimos a introdução do13° mês para todos.

Mais dinheiro no fianl do mês para quem trabalha!

Especialmente trágicos foram os ca-sos do jovem de 15 anos que perdeua sua vida numa obra na Suíça de ex-pressão francesa e do trabalhadorportuguês que, no Ticino, foi vítimamortal de uma queda de 60 metrosde altura. As estatísticas federais sobre os aci-dentes de trabalho revelam que o nú-mero de acidentes ocorridos no localde trabalho diminuiu, de um modogeral, em cerca de 10%, nos últimos10 anos. Ainda que tal resultado sejabastante satisfatório, é de referir ou-tros dados muito preocupantes:� Todos os anos ocorrem para cimade 250000 acidentes no posto de tra-balho.� Em um terço dos casos, não são aci-dentes sem importância, já que osacidentados ficam impedidos de seapresentar ao trabalho pelo menosdurante três dias úteis. � Por ano, em média 175 de traba-lhadores perdem a vida na sequênciade um acidente ou de uma doença la-boral e 1400 ficam inválidos.

Mais protecção para trabalhadores vulneráveisApós uma análise mais aprofundadadas estatísticas pode concluir-se o se-

guinte:� Trabalhadores jovens estão sujeitoscom mais frequência a um acidente.Mais 70% de aprendizes ou estagiá-rios sofrem um acidente no seu localde trabalho do que operários profis-sionalizados.� Trabalhadores sem profissionali-zação são mais frequentemente víti-mas de acidentes laborais.� A ocorrência de acidentes é maiselevada em pequenas empresas doque em empresas de grandes di-mensões.� Alguns sectores de trabalho sãomais afectados do que outros. A cons-trução civil é um dos sectores demaior risco.Com base nestes dados podemosconcluir que trabalhadores migran-tes estão mais expostos a perigos noseu posto de trabalho e logo, mais fa-cilmente, são vítimas de acidentes. Is-to porque muitas vezes possuem bai-xas qualificações profissionais e estãoempregados em ramos laborais demaior risco. As medidas de prevençãode acidentes têm que ser reforçadas eelaboradas de forma a beneficiar to-dos os trabalhadores, incluindo osmigrantes.

� Dário Mordasini

Unia exige mais segurança nos locais de trabalho.

No Verão passado os meios de comunicação informaramrepetidamente sobre diversos acidentes graves ocorridosno local de trabalho.

Acidentes de trabalho

Há que reforçar as medidas de prevenção

Acidente de trabalho vitima operário portuguêsNo passado dia 28 de Agosto, pelas 14 horas, um graveacidente de trabalho causou a morte do operário portu-guês, Manuel António da Costa Pereira, 38 anos de ida-de e pai de dois filhos.

Manuel António da Costa Pereira trabalhava no sector daconstrução para a empresa Censi di Grono, nos Grisões,e era sócio do sindicato Unia. No dia do acidente o nossocolega encontrava-se numa zona montanhosa, da comu-na de Rossa, Val Calanca. Levava a cabo, em conjunto comoutros colegas, trabalhos de construção de uma barreirade protecção contra avalanches. A determinado momen-

to a estrutura onde se encontrava tornou-se instável, o Manuel António per-deu o equilibro e caiu num precipício de 60 metros de altura. A morte foiimediata. Os socorristas ao chegarem ao local da tragédia nada mais pu-deram fazer a favor da vítima. A polícia dos Grisões abriu um inquérito so-bre as causas do acidente.

No dia 29 de Agosto realizou-se, em Roveredo, uma missa em memória donosso colega e compatriota. Na mesma participaram para cima de 300 pes-soas. O funeral teve lugar na sua terra natal, no Norte de Portugal, no dia 1de Setembro.

O sindicato Unia expressa, à família e aos amigos, as mais sentidas con-dolências.

Negociações salariais 2008/2009

Garantir o poder de compra é fundamental

A decisão parlamentar de bai-xar a taxa de conversão mí-nima para 6,4% da previdên-cia profissional significa umaredução massiva daspensões do 2° pilar para ostrabalhadores assalariados.Com a vitória nas urnas da ini-ciativa da USS a favor da ida-de de reforma flexível, a 30 deNovembro, o 1° pilar, ouAHV/AVS poderá ser reforça-do e garantir, a longo prazo,uma previdência de velhicesocialmente equilibrada.

O Comité Central do Unia critica se-veramente a decisão do ConselhoNacional de baixar a taxa de con-versão do 2°pilar ou Caixa de pensõespara 6,4%. Isto significa por cada 100000 francos o segurado recebe uma re-forma de 6 400 francos por ano. Atéagora a taxa era de 7,2 %. A decisãoimposta pela maioria de direita noParlamento suíço implica uma re-dução massiva das pensões dos/das as-salariados/as, em cada 100 00 francoshá uma redução de 800 francos porano.Os grandes grupos de seguros, bem co-

mo os gestores de fundos privados sãoos que beneficiam desta medida econtinuam a receber lucros à custa daspoupanças dos trabalhadores e dastrabalhadoras.

AHV/AVS oferece melhoresgarantiasA grave crise financeira, a que se as-siste no momento, torna notário osgrandes riscos para os/as segurados/as,decorrentes do sistema de financia-mento da previdência profissional ou2° pilar.

Muito mais seguro e eficiente é o sis-tema do 1°pilar ou AHV/AVS que fun-ciona segundo o princípio da repar-tição e existe independentemente dosmercados financeiros.Apesar do pessimismo de muitos, o 1°pilar continua a ser um sistema fi-nanceiramente bastante estável.Graças aos reduzidos custos adminis-trativos a à sua componente de soli-dariedade, a AHV/AVS garante, a lon-go prazo, uma base segura e social-mente equilibrada de pensões para to-da a população. Com uma vitória nasurnas da iniciativa da USS a favor daidade de reforma flexível, reforçar-se--á o 1° pilar e garantir-se-á que todosos trabalhadores e todas as trabalha-doras possam optar livremente poruma reforma antecipada.

Caixa de pensões

Unia protesta contra a redução das pensões do 2° pilar

Se tem direito de voto, no dia 30 de Novembro vote ‘Sim’ a favor da idade de reforma flexível!

ex-press

Leis de Estrangeiros e de Asilo

Solicite o reagrupamento familiar já

No fim-de-semana de 13 e 14 de Se-tembro, no Hotel Prealpina em Chex-bres, o Sindicato Unia levou a cabo,pela segunda vez este ano, um cursode formação sindical, a nível nacio-nal, em língua portuguesa.

A divulgação do curso despertou bastante inte-resse entre muitos/as sócios/as do Unia. Contou-se no total com 16 participantes que provinhamde diferentes regiões da Suíça, e pertenciam aosmais variados ramos de trabalho (hotelaria e res-tauração, limpezas, ramos pertencentes à cons-trução civil, vendas, etc.). O curso foi orientado pe-

la Margarida Pereira (secretária sindical a nível na-cional), com apoio dos colegas Amilcar Cunha e Fer-nando Guimarães (secretários sindicais no cantãodo Vaud).

Um projecto válido a defenderO tema central do curso foi a precariedade no mun-do do trabalho, tendo sido dado grande ênfase àsdiferentes formas de trabalho precário e flexível,bem como à posição e ao papel assumidos pelosindicato.

Todos/as os/as participantes foram unânimes emafirmar que os conteúdos do curso foram relevan-tes para um melhor conhecimento dos seus direi-tos laborais. Ao longo de todo o curso foi grande ointeresse manifestado e a participação de to-dos/as os/as presentes foi muito activa e positiva.Ficou provado mais uma vez que este projecto dese realizar cursos na língua materna para sócios/assindicais tem que ser defendido com toda a força.Já que um sindicato tem como obrigação formaros seus membros, para que estes se tornem maisconscientes dos seus direitos e mais activos nasestruturas sindicais.

horizonte Nr. 7 | Oktober 2008 | português 4

Beilage zu den Gewerkschaftszeitungen work, area, Événement syndical | HerausgeberVerlagsesellschaft work AG, Zürich, Chefredaktion: Marie-José Kuhn; Événement syndical SA,Lausanne, Chefredaktion: Alberto Cherubini; Edizioni Sociali SA, Lugano, Chefredaktion: Françoise Gehring Amato | Redaktionskommission M. Akyol, M. Pereira, M. Komaromi, H. Gashi, M. Martín | Sprachverantwortliche Margarida Pereira | Koordination Mira Komaromi | Layout Simone Rolli, Unia | Druck Ringier Print, Adligenswil | Adresse Redaktion«Horizonte», Strassburgstr. 11, 8021 Zürich, [email protected]

www.unia.ch

Dia de descanso no ramo da hote-laria e restauração

Trabalho há anos num pequeno restauran-te em Lausanne. Normalmente tenho um dialivre na semana. Há um dia, em que traba-lho só pela manhã, das 9h00 às 14h00 e aossábados das 17h30, até à hora de fecho,23h30 ou 24h00. O meu patrão desconta--me, por norma, meio dia livre pelos sába-dos e diz que me dando um dia livre com-pleto e dois meios dias livres cumpre como que está estabelecido no Contrato Co-lectivo de Trabalho da hotelaria.Contudo, há algum tempo atrás um colegaexplicou-me que se eu trabalhar mais doque 5 horas seguidas ao sábado, tenho di-reito a um dia completo de descanso. É mes-mo assim?

Sim, é assim. De acordo com o artigo 16 do Con-trato Colectivo de Trabalho (CCT) para o ramo dahotelaria e restauração, todo o trabalhador temdireito a 2 dias de descanso por semana. O tem-po semanal de descanso é estabelecido de acor-do com as necessidades. Por semana deve ha-ver, pelo menos, um dia de descanso. O restan-te tempo de descanso pode também ser gozadopor meios dias. Nos casos em que for gozado ummeio dia livre, o tempo de trabalho não pode ul-trapassar as 5 horas. Portanto, se trabalhar mais do que 5 horas se-guidas ao sábado tem direito não a um meio dia,mas sim a um dia inteiro de descanso. Terá quefalar com o seu patrão e pedir a compensaçãopelo tempo livre a que tem direito e ainda não go-zou. Se a compensação não for possível, os diaslivres que não tiverem sido gozados terão que serpagos no final da sua relação de trabalho a 1/22do salário mensal bruto.

Despedimento no tempo de prova

A minha namorada assinou um contrato detrabalho a 1 de Agosto de 2008. De acordocom o contrato, o tempo de prova é de 2 me-ses e os prazos de despedimento estão de-finidos segundo o Código de Obrigações(CO). Como o dia 1 de Agosto foi um feriadoe os dias 3 e 4 corresponderam a um fim-de-semana, a minha namorada começou a tra-balhar a 4 de Agosto. No dia 3 de Outubro opatrão despediu-a, dando-lhe um prazo dedespedimento de 7 dias. A minha namora-da protestou contra esta decisão, pois nasua opinião o tempo de prova chegou ao fimno dia 30 de Setembro. Contudo, o patrãoafirma que a relação de trabalho foi inicia-da apenas no dia 4 de Agosto, como tal otempo de prova termina a 3 de Outubro. Co-mo sócio do Unia, gostaria de saber se ascontas e afirmações do patrão da minha na-morada estão certas.

Não, as contas feitas pelo patrão não estão cor-rectas. Segundo o artigo 335b do CO, durante otempo de prova o prazo de despedimento é de 7dias. O despedimento pode ser apresentado atéao último dia do tempo de prova.No caso da sua namorada, é necessário verificarse o dia 3 de Outubro ainda está dentro do tem-po de prova ou não. O contrato de trabalho teveo seu início a 1 de Agosto, mesmo que o traba-lho efectivo tenha sido iniciado só a 4 de Agosto.Assim, o tempo de prova termina a 30 de Se-tembro de 2008. Neste caso, aplica-se o artigo335c do CO que regulamenta os prazos de des-pedimento, registando que uma relação de tra-balho, durante o primeiro ano de serviço e apóso tempo de prova, está sujeita a um prazo de des-pedimento de um mês. Assim sendo, o despedi-mento datado de 3 de Outubro terá efeito para30 de Novembro. A sua namorada tem direito aosalário até essa data, desde que ela se manten-ha na disponibilidade de continuar a trabalhar eassim o manifeste ao patrão.

Pergunte, que nós respondemos

A Comissão portuguesa para a Igual-dade entre Mulheres e Homens de-nuncia as enormes desigualdadessalariais entre géneros que se regis-tam em Portugal, onde os saláriosdos homens são quatro vezes supe-riores aos das mulheres.

O Relatório de 2007 da Fundação Europeia pa-ra a Melhoria das Condições de Vida e de Tra-balho (Eurofound) revela que os salários dos ho-mens em Portugal ultrapassam em 25,4% os dasmulheres. Entre os 27 países da União Europeia,apenas a Eslováquia apresenta maior diferençado que Portugal, atingindo os 26,9%. A Comissão para a Igualdade entre Mulheres eHomens refere que este desnível salarial tem im-portantes repercussões sobre os níveis de pro-tecção social, que se manifestam nos subsídiosde desemprego, doença, maternidade e pensões.

A mesma considera esta situação «chocante einaceitável».Em média, os salários dos homens na UE(27),em 2007, eram superiores em 15,9% aos dasmulheres, numa ligeira descida em relação aoano anterior, quando se registaram 16,2%. O re-latório da Eurofound analisou ainda o cresci-mento dos salários reais na União Europeia en-tre 2003 e 2007, registando que em Portugal es-sa subida foi inferior a 1%.

‘Projecto Portugal’:

Inscrições para oscursos de 2009estão abertasÀ semelhança de outros anos, os cur-sos de aperfeiçoamento profissionalpara trabalhadores portugueses daconstrução decorrerão nos mesesde Janeiro e Fevereiro em Portugal,em Lisboa e no Porto.

A inscrição deve ser feita através da empresa.Os interessados devem comunicar a sua in-tenção em frequentar o curso quanto antes aoseu empregador. O prazo das inscrições termi-na no dia 14 de Novembro.

As vantagens de frequência do curso são inúmeras: � obtenção de um certificado profissional

suíço, � maiores conhecimentos técnicos, � prolongamento do contrato de trabalho pa-

ra o ano seguinte, � subida de categoria profissional com corres-

pondente aumento salarial (classe salarial A).Todos os participantes no Projecto receberão,depois de obterem o diploma, 80 por cento doseu salário suíço. As despesas de deslocação eestadia serão igualmente compensadas.

Informações mais detalhadas podem ser obti-das nos secretariados do sindicato Unia ou atra-vés do e-mail [email protected]. A ficha deinscrição poderá ser descarregada da página daInternet www.baumeister.ch.

Se for trabalhador da construção, aproveiteesta oportunidade e inscreva-se nos cursosdo ‘Projecto Portugal’, o mais depressa pos-sível! O número de lugares é limitado.

Formação sindical para melhor nos defendermos

Portugal

Mulheres ganhamquatro vezes menos

Mulheres exigem igualdade salarial.

Desde o dia 1 de Janeiro de 2008 es-tá em vigor a nova Lei de Estrangei-ros e a revisão sobre a Lei de Asilo.

As alterações, entre outras, no que se refere aoreagrupamento familiar são uma realidade. De-pois do final deste ano será muito difícil podertrazer para Suíça os filhos maiores de 12 anos.As novas Leis de Estrangeiros e Asilo represen-tam uma grave discriminação para pessoas pro-venientes de países de fora da União Europeiae abrem as portas de par em par à arbitrarieda-de das autoridades. O reagrupamento familiaré um dos direitos que as referidas leis limitamde forma muito grave. Já a partir do final doano, as condições do reagrupamento familiarpara cidadãos extra-comunitários vão ser mui-to mais limitadas. De acordo com as referidasleis, o reagrupamento familiar deve ser solici-tado nos primeiros cinco anos posteriores àchegada à Suíça.

Reagrupamento familiar deve ser pedido rapidamenteNo que se refere aos filhos, o reagrupamentosó é possível para os filhos menores de 18 anos.No caso dos filhos terem mais de 12 anos deidade, o pedido de reagrupamento familiar de-ve ser feito dentro dos 12 meses posteriores àchagada. Por isso, é importante não perdertempo na apresentação das solicitações cor-respondentes. As disposições transitórias ain-da em vigor permitem o reagrupamento fami-liar em alguns casos. Como tal, aconselhamostodas as pessoas provenientes de países nãopertencentes à União Europeia, e que queiramtrazer a sua família para viver na Suíça, a quese informem o mais rapidamente possível so-bre quanto tempo ainda têm para o fazer equais os tramites a seguir.

O número de delega-dos/as e secretários/as sindicais de línguaportuguesa presentesno Congresso do Uniafoi significativo.

A representativida-de portuguesa nasestruturras sindicaisficou reforçada coma eleição de Marga-rida Pereria para oComité central.

A presença portuguesa no Congresso