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REDAÇÃO 2/2020
Como garantir uma boa estrutura?
Profa. Ma. Beatriz Dona Peterle
1: Compreenda o tema para
EVITAR fuga ou tangenciamento.
“O feminicídio no Brasil
contemporâneo”
COLETÂNEA
Embora os números exatos de feminicídio — crime que configura o assassinato de mulheres pela condição do sexo feminino, lei desde 2015 — ainda sejam de difícil definição no país, pesquisadores e advogados garantem que essa quantidade de casos em um tempo curto, conduzidos por armas brancas e executados por pessoas que se relacionavam com as vítimas não é um cenário difícil de encontrar. Eles afirmam que a maior visibilidade desses crimes, no entanto, tem contribuído para uma cultura crescente contra o feminicídio e os relacionamentos abusivos.
Feminicídio Lei Maria da Penha foi criada em 2006 com o objetivo de proteger a
mulher que é vítima de violência doméstica. Ela cria medidas protetivas para
manter o agressor longe. Também prevê uma rede de ajuda à mulher, que vai
de aconselhamento jurídico a orientação profissional, concedidos em centros
de acolhimento e abrigos, para que possa sair da situação de violência em que
vive. A Lei do Feminicídio está prevista na Lei nº 13.104 de 2015 e é
considerado o assassinato que envolve ―violência doméstica e familiar e/ou
menosprezo ou discriminação à condição de mulher‖, explica a juíza capixaba
Hermínia Maria Silveira Azoury. "Quando a gente fala em feminicídio, a gente
fala em vítimas do gênero feminino. A vítima é uma mulher. E ela veio como
uma qualificadora do artigo 121. Quer dizer, veio dar um upgrade, veio
aumentar a pena", pontua. A pena prevista para o homicídio qualificado é de
reclusão de 12 a 30 anos. Com a nova lei, o crime foi adicionado ao rol dos
crimes hediondos, como o estupro, genocídio e latrocínio, entre outros. A
legislação é fruto da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre
Violência contra a Mulher, instalada em 2013. Em abril de 2018, outra
mudança: o descumprimento de medida protetiva se tornou crime e dá pena
de 3 meses a 2 anos de prisão.
II: Pense no seu REPERTÓRIO.
AFIRMAÇÃO de impacto, declaração
sobre o tema, para chamar a atenção do
leitor com sua crítica.
“É inegável o fato de que, na sociedade
brasileira contemporânea, a igualdade de
gêneros é algo que existe apenas na teoria.”
CITAÇÃO (relacionada ao tema, claro!)
de uma obra, música, filme, série etc.
“Na literatura brasileira, Machado de Assis já
retratava a violência não apenas física sofrida
por mulheres, na sua obra realista Dom
Casmurro, cujo personagem principal faz um
julgamento precipitado de traição por parte de
sua esposa.”
ALUSÃO HISTÓRICA para apresentar
algum fato anterior que tenha relação com
o tema proposto.
“O Brasil cresceu nas bases paternalistas da
sociedade europeia, visto que as mulheres eram
excluídas das decisões políticas e sociais,
inclusive do voto.”
DEFINIÇÃO do tema ou do assunto. Vale
também a definição de algum termo
referente ao tema.
“O feminismo é o movimento que luta pela
igualdade social, política e econômica dos
gêneros.”
EXEMPLIFICAÇÃO, que pode ser um
dado estatístico da coletânea (evite dados indefinidos), uma notícia ou fato muito discutido na sociedade ou uma lei conhecida.
“De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número mortes causadas por agressões contra a
mulher aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014
relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a
psicológica.”
COMPARAÇÃO com algo semelhante
ou oposto ao que é discutido, já podendo
deixar uma crítica em sua colocação.
“Contrariando a célebre frase de Simone de
Beauvoir “Não se nasce mulher, torna-se
mulher”, a cultura brasileira, em grande parte,
prega que o sexo feminino tem a função social
de se submeter ao masculino”
Simone de Beauvoir
Francesa, escritora, filósofa.
1908 – 1986
Isabel Allende
Chilena, escritora.
1942 -
III: HORA DA TESE
Você já pode ter deixado clara sua opinião
sobre o assunto ainda na mostra do seu
repertório, mas, havendo possibilidade, você
deve reforçá-la, já citando as causas e
consequências da problemática – as
mesmas que você vai desenvolver nos
próximos dois parágrafos e retomar na
conclusão.
NOTA 1000 2015 – VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER
Simone de Beauvoir, filósofa francesa e nome importante do feminismo do século XX, já advertiu: não se nasce mulher, torna-se. Ou seja, não há nada na biologia feminina que determine sua inferioridade frente aos homens. Essa submissão, creditada pelo machismo e imposta socialmente às garotas desde a tenra infância, faz da mulher objeto e, por isso, alvo de inúmeras atrocidades, como a violência. Tal pensamento arcaico de que mulheres são posses de terceiros e não seres autônomos é decisivo para a existência dessa realidade. É preciso uma união entre mulheres cientes de seus direitos e uma sociedade que preze pelo bem-estar dos seus cidadãos para mudar o atual quadro brasileiro.
Ditados populares, como o famoso "em
briga de marido e mulher ninguém
mete a colher", demonstram a falta de
empatia em relação às mulheres que vivem
em relacionamentos abusivos, tidos por
muitos como fato normal. Não raro a
violência chega a ser romantizada,
principalmente em novelas: se bateu é porque
ama. Toda essa alienação contribui para a
existência de mulheres inseguras e
assombradas, que não conseguem aproveitar
plenamente sua liberdade com medo de
represálias de um parceiro.
Ademais, além da violência física por parte de
cônjuges, a mulher é passível de outros tipos
de violência no momento em que sai às ruas,
haja vista a cultura do estupro e do assédio
que vigora no país. Apesar de relatar o
contexto de outra nação latino-americana,
Isabel Allende, em "A Casa dos
Espíritos", demonstra que, devido ao mesmo
passado colonial, o Brasil assemelha-se
bastante aos seus vizinhos, visto que o livro é
palco de variados casos de estupros
cometidos por um patrão que pensa ser dono
de suas empregadas.
A violência contra a mulher persiste no país, portanto, devido ao sexismo e ao machismo de suas instituições. Para reverter essa cruel realidade, é possível que as universidades criem cursos de extensão junto às áreas de Psicologia, Serviço Social e Filosofia destinados à realização de palestras que versem sobre as consequências do feminicídio na sociedade. Também, cabe ao governo melhorar o serviço das delegacias destinadas à mulher, a fim de que a vítima seja acolhida por profissionais preparados. Por fim, o movimento feminista, aliado à mídia, deve promover campanhas destinadas a empoderar cada vez mais mulheres, para que elas não sejam silenciadas como foram suas avós.