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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO VICE-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS SETOR DE CONCURSOS EXTERNOS RECURSOS - QUESTÃO 7 A noção de informalidade é dependente do valor que as palavras e realizações linguísticas assumem no uso reiterado pelos falantes em situações de comunicação. Assim, a palavra "nojenta", na letra a, assume um viés intensamente subjetivo, o que leva a um efeito de aproximação entre o locutor que se manifesta no texto e o leitor, caracterizando um grau de proximidade entre eles que confere a esse dizer um alto grau de informalidade na situação comunicativa. Em b, a expressão "quebram a cabeça" é usada em seu sentido figurado, típico de situações faladas e informais do dia a dia. Em c, o uso do sufixo "ada" em "sujeirada" reveste a palavra de um sentido exagerado, o qual só é possível de ser mobilizado a partir de um alto grau de subjetividade no texto, resgatando dizeres de outras esferas, nas quais o sufixo "ada" assume ares de informalidade típicos da oralidade. Em d,o processo é semelhante: o uso do verbo "detona" em seu sentido figurado se aproxima do que o pesquisador Dino Preti chama gíria, característica da informalidade do discurso. Em e, entretanto, o uso da palavra "bizarro" não recupera nenhuma dessas situações de uso da língua anteriormente apontadas, sendo usada, inclusive, em seu histórico na LP, em textos formais, livros didáticos, textos acadêmicos. Dado o exposto, o recurso é indeferido. Banca examinadora

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO VICE-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS SETOR DE CONCURSOS EXTERNOS

RECURSOS - QUESTÃO 7

A noção de informalidade é dependente do valor que as palavras e realizações linguísticas

assumem no uso reiterado pelos falantes em situações de comunicação. Assim, a palavra

"nojenta", na letra a, assume um viés intensamente subjetivo, o que leva a um efeito de

aproximação entre o locutor que se manifesta no texto e o leitor, caracterizando um grau de

proximidade entre eles que confere a esse dizer um alto grau de informalidade na situação

comunicativa. Em b, a expressão "quebram a cabeça" é usada em seu sentido figurado, típico

de situações faladas e informais do dia a dia. Em c, o uso do sufixo "ada" em "sujeirada" reveste

a palavra de um sentido exagerado, o qual só é possível de ser mobilizado a partir de um alto

grau de subjetividade no texto, resgatando dizeres de outras esferas, nas quais o sufixo "ada"

assume ares de informalidade típicos da oralidade. Em d,o processo é semelhante: o uso do

verbo "detona" em seu sentido figurado se aproxima do que o pesquisador Dino Preti chama

gíria, característica da informalidade do discurso. Em e, entretanto, o uso da palavra "bizarro"

não recupera nenhuma dessas situações de uso da língua anteriormente apontadas, sendo

usada, inclusive, em seu histórico na LP, em textos formais, livros didáticos, textos acadêmicos.

Dado o exposto, o recurso é indeferido.

Banca examinadora

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO VICE-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS

SETOR DE CONCURSOS EXTERNOS

RECURSOS - QUESTÃO 7

A noção de informalidade é dependente do valor que as palavras e realizações linguísticas

assumem no uso reiterado pelos falantes em situações de comunicação. Assim, a palavra

"nojenta", na letra a, assume um viés intensamente subjetivo, o que leva a um efeito de

aproximação entre o locutor que se manifesta no texto e o leitor, caracterizando um grau de

proximidade entre eles que confere a esse dizer um alto grau de informalidade na situação

comunicativa. Em b, a expressão "quebram a cabeça" é usada em seu sentido figurado, típico

de situações faladas e informais do dia a dia. Em c, o uso do sufixo "ada" em "sujeirada" reveste

a palavra de um sentido exagerado, o qual só é possível de ser mobilizado a partir de um alto

grau de subjetividade no texto, resgatando dizeres de outras esferas, nas quais o sufixo "ada"

assume ares de informalidade típicos da oralidade. Em d,o processo é semelhante: o uso do

verbo "detona" em seu sentido figurado se aproxima do que o pesquisador Dino Preti chama

gíria, característica da informalidade do discurso. Em e, entretanto, o uso da palavra "bizarro"

não recupera nenhuma dessas situações de uso da língua anteriormente apontadas, sendo

usada, inclusive, em seu histórico na LP, em textos formais, livros didáticos, textos acadêmicos.

Dado o exposto, o recurso é indeferido.

Banca examinadora