recursos naturais para se ter uma farmácia em casa

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Recursos naturais para se ter uma farmácia em casa https://www.epochtimes.com.br/recursos-naturais-para-ter-farmacia- casa/#.VnGwMb_cBIw https://www.epochtimes.com.br/recursos-naturais-para-farmacia-natural- casa-parte-2/#.VnGwyb_cBIw Por Alberto Fiaschitello, Epoch Times em Saúde - Bem-Estar Chá natural (Ticiane Rossi / Epoch Times)

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Criando uma farmácia natural em casa.

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Recursos naturais para se ter uma farmácia em casahttps://www.epochtimes.com.br/recursos-naturais-para-ter-farmacia-casa/#.VnGwMb_cBIwhttps://www.epochtimes.com.br/recursos-naturais-para-farmacia-natural-casa-parte-2/#.VnGwyb_cBIw

Por Alberto Fiaschitello, Epoch Times em Saúde - Bem-Estar

Chá natural (Ticiane Rossi / Epoch Times)

Os recursos naturais para a saúde estão disponíveis praticamente em todos os lugares. Da água ao uso das ervas, do uso da respiração à ginástica, da auto-percepção aos banhos medicinais e desintoxicações, enfim. Praticamente tudo no mundo pode ser utilizado como recurso terapêutico para a saúde e a cura.

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O problema principal é que não entendemos nem o que é a saúde e nem o que são as doenças. E devido a isso, temos uma visão muito obtusa, que apenas se limita a corrigir os estados superficiais das doenças, mantendo os estados desequilibrados e doentes em níveis mais profundos, mas sempre existentes.

Como já dissemos em outros artigos, a causa verdadeira e essencial de qualquer doença é a nossa mente, que, devido a estados psicológicos conflituosos – agudos e intensos, ou crônicos e desgastantes – interfere de forma crucial nas funções do corpo.

Na verdade, curar-se não significa deixar de ter um sintoma depois de tomar um remédio, mas voltar a ter uma função saudável e plena no sistema, órgão ou estrutura orgânica que estava afetada. Além disso, se a função orgânica está alterada por sentimentos (medo, tensão, ansiedade, raiva, mágoa, angústia, entre outros), a menos que esses sejam conhecidos e curados interiormente, a função nunca melhorará realmente e, por isso, não voltará a ser saudável.

Então, saúde significa: estado saudável, capaz, pleno, equilibrado e natural de um indivíduo ou de uma estrutura ou função orgânica. Doença significa: desequilíbrio, incapacidade, deficiência, ou estado anti-natural de um indivíduo ou de uma estrutura ou função orgânica. E cura significa o retorno ao estado de saúde integral.

Na verdade, o termo ‘cura’ significa, etmologicamente: ‘cuidar, zelar’, e, de fato, só é possível curar algo quando esse é cuidado. Então, toda vez que surge uma doença, um mal-estar, uma dor, o caminho correto é dar atenção ao distúrbio, tentando compreendê-lo, e cuidar da mente ou do corpo (ou de ambos) com carinho e inteligência: a saúde é muito mais do que uma pílula; é um estado de plenitude, felicidade e bem-estar.

Agora, vamos ver os recursos e remédios naturais que temos em casa. Lembramos que essas dicas não substituem os tratamentos que podem ser feitos por médicos, naturopatas, naturólogos, terapeutas naturalistas e outros.

Água: Podemos usá-la em pedilúvios (banho nas pernas e nos pés), compressas, banhos revitalizantes, descongestionantes e afins. Seus efeitos são simplesmente extraordinários. Hoje, falaremos apenas sobre o pedilúvio. Em breve, teremos um artigo completo sobre o uso terapêutico da água. Para antecipadamente conhecer mais e ter excelentes recursos consulte o livro: Cura pela Água, de Louis Kuhne.

Água (Reprodução Google Image)

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Pedilúvios: Os pedilúvios são excelentes para acalmar mentes ansiosas, relaxar os ombros e o pescoço, descongestionar a cabeça e para insônia. Coloque água quente (pode ser do chuveiro) num balde largo e mergulhe as pernas até 20cm acima do tornozelo. Esteja vestido normalmente com roupas folgadas e descanse assim por 15 minutos. Não leia e nem faça atividades mentais (não use Ipod, lap-top, TV etc); se quiser, ouça música clássica ou suave. Faça longe das refeições ou espere 2 horas depois de comer para fazê-lo. Pode ser feito algumas vezes ao dia, ou somente antes de dormir. É muito benéfico se feito por vários dias. As pessoas que têm insuficiência cardíaca, pressão baixa ou varizes não devem fazer o pedilúvio quente; devem fazer o pedilúvio alternado: colocar água fresca da torneira no balde e colocar as pernas por 1 minuto. Depois tirar da água fria e colocar num balde com água quente e deixar as pernas por 3 minutos. Depois mais 1 minuto na água fria e assim por diante. Fazer essas trocas por um período de cerca de 20 minutos.  Além dos benefícios do pedilúvio quente, esse pedilúvio alternado melhora a circulação sanguínea e a saúde dos vasos das pernas.

Pedilúvio (Reprodução Google Image)

Ervas e substâncias naturais

Própolis: É uma das substâncias mais estudadas hoje em dia, devido às suas extensas e notáveis propriedades. É produzida e utilizada pelas abelhas para a vedação e, especialmente, para a proteção da colmeia contra a entrada de qualquer microrganismo patogênico. É um poderoso antibiótico natural de amplo expectro, que combate vírus, bactérias, protozoários, fungos (micoses) e outros. Estimula e reforça o sistema imunológico e fortalece organismo até mesmo contra o surgimento de tumores. Combate gengivites e até a formação de cáries. É também antisséptica, cicatrizante e antinflamatória: é excelente para cortes e feridas infeccionadas. Existem vários tipos de própolis e somente no Brasil pelo menos 12 tipos já foram estudados e classificados, segundo suas propriedades terapêuticas e composição química. Seu uso é simples e seus efeitos são rápidos. Usualmente, o própolis é vendido em extrato alcoólico, mas existe também em solução glicólica, extrato seco em cápsulas, em sprays, em pomadas para uso externo etc. É muito utilizada em infecções respiratórias (gripes, sinusites, otites, faringites e laringites etc), e   atua em praticamente todos os tipos de infecções, pois substitui com grande eficácia os antibióticos sintéticos. Normalmente, toma-se cerca de 30 gotas diluídas em meio copo de água, 3 vezes ao dia, em qualquer tipo de infecção, sempre por um período mínimo de 7 dias.

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Própolis em colmeia (Wikimedia Commons)

 

Limão: O mais comum e indicado é o limão Tahiti. É excelente para calor interno, inflamações em geral e o combate às febres.  Desinflama o estômago, os intestinos e o fígado; melhora ou mesmo cura gastrites e alguns tipos de úlceras do aparelho digestivo (ao contrário da laranja e do abacaxi, que pioram).  Melhora o excesso de calor no sangue, alcaliniza o sangue, revigora o sistema vascular e fortalece os vasos sanguíneos. Aumenta a imunidade e combate vários tipos de infecções.  Fortalece o fígado.  A forma mais simples de uso é tomar em jejum, pela manhã, 1 limão espremido, sem açúcar e aos goles. Espere de meia hora a 40 minutos para comer algo. Também pode-se começar com meio limão e ir aumentando a quantidade até chegar a vários limões. Se a quantidade superar a 3 limões, espere 1 hora para comer. Existe uma tratamento chamado a cura pelo limão, no qual a pessoa começa tomando 1 limão no primeiro dia e termina tomando 10 limões no décimo dia, para daí decrescer nos outros 9 dias até chegar a 1 limão e depois parar. É um tratamento radical e difícil, mas que cura pessoas de alguns severos problemas de saúde. Leia o livro: A cura pelo limão, alho, cebola e o mocotó, de Oberdan Masucci. Ed. Brasilivros.

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Limão (Ticiane Rossi / Epoch Times)

Alho: Um antibiótico natural de amplo espectro e pode ser utilizado em vários tipos de infecções, como nas infecções respiratórias, urinárias, gástricas, intestinais, em otites infecciosas etc. É também bom para o excesso de colesterol não saudável e para hipertensão arterial leve. Até para os animais é excelente: para o combate de pulgas, de parasitas intestinais, carrapatos e para prevenir doenças infecciosas. Cru e bem picado, pode ser acrescentado na comida dos animais diariamente (meio dente picado 2 vezes ao dia para cada 20 quilos de peso), ou, caso o animal não queira comer, pode ser misturado com requeijão ou qualquer comida apetitosa para o animal. O alho provoca maior acidez gástrica e portanto não deve ser usado pelas pessoas que têm gastrite ou úlceras no aparelho digestivo. Uso: amasse bem meio dente de alho e despeje meio copo de água em cima. Misture bem, coe e tome 3x ao dia, por um período médio de 7 a 14 dias, para as infecções agudas. Tome sempre após as refeições.  Existe o óleo de alho, em cápsulas (inclusive na forma desodorizada – sem cheiro), que tem também um ótimo efeito. Tome 1 cápsula 3 vezes ao dia, por 7 a 14 dias para as infecções, e por 30 dias para reduzir o colesterol e a hipertensão leve. Para reduzir ainda mais o colesterol, podemos deixar de molho, por 1 noite, meio copo de berinjela crua picada, com meio dente de alho picado, coar pela manhã e tomar todos os dias, por 45 dias.

Alho (Agência Brasil)

 

Cravo-da-Índia: É analgésico, bactericida, antivirótico e antifúngico, combate os parasitas intestinais etc. Além disso é um tônico orgânico, melhorando as funções do

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baço (fortalecendo a digestão e diminuindo a diarreia crônica) e dos rins (melhorando o frio interno, diminuindo a urina clara e abundante, auxiliando na melhora da impotência masculina e da infertilidade feminina). É anticoagulante. Para dor e infecção dentárias pode-se pingar óleo de cravo sobre o dente afetado enquanto aguarda-se o tratamento odontológico. O óleo de cravo é um excelente fungicida: combate micoses nos pés e em outras regiões. Para as micoses nos pés, aplica-se o óleo diariamente nas regiões afetadas, e além disso, deve-se usar sapato aberto ou sandálias durante todo o tratamento. Enxugar bem entre os dedos é fundamental. Deixe os calçados no sol sempre que possível. Evitar o consumo de açúcar e de álcool. (Pode-se tomar cápsulas de alho – 3 vezes ao dia, de 21 a 30 dias, como coadjuvante no tratamento das micoses). Mas, sendo um óleo poderoso, tem que ser aplicado com cuidado, e o local onde foi aplicado não pode ser exposto ao sol enquanto o óleo não for retirado. O chá pode ser feito com vários cravos (um punhado) em 1 xícara de água e tomado 3 vezes ao dia, para os casos de digestão fraca ou estômago pesado (junto com o chá de gengibre e de erva-doce), impotência e frigidez. Não usar durante a gravidez.

Cravo-da-índia (Ticiane Rossi/The Epoch Times)

 

Gengibre: Expulsa o frio que penetrou no organismo (após uma chuva, um vento frio etc), é um eficiente anti-tussígeno (combate a tosse) e tira o frio dos pulmões; aquece e estimula a circulação (é muito bom para dores articulares que pioram pelo frio e pela umidade), desobstrui os vasos sanguíneos (combate a aterosclerose, é anticoagulante e antitrombótico); na  Medicina Tradicional Chinesa (MTC) diz-se que aquece o baço; estimula a digestão e controla o vômito (junto com o chá de cravo-da-Índia); é um poderoso antitóxico (no caso de comermos comidas estragadas ou carne estragada); combate as fermentações e os gases intestinais. Pode ser comido cru, em fatias finas, temperado com um pouco de mel e limão ou ao natural. Pode ser feito na forma de chá: pique um pedaço do tamanho do seu polegar (com casca é melhor, se você tomou friagem ou ficou sob o ar-condicionado) e coloque para ferver por 3 a 5 minutos com 1 xícara e meia de água. Tome 1 xícara 3x ao dia, por 2 ou 3 dias nos casos de resfriamento, e por cerca de 30 dias para as dores articulares e doenças crônicas. É um bom coadjuvante no tratamento da aterosclerose. Pode-se agregar o cravo-da-Índia ao chá, e também tomar cápsulas de acerola (desobstruem os vasos e combatem a angina), consumir alho e cebolas cruas, tomar suco de uva-roxa natural e lecitina de soja. Todas essas substâncias têm efeitos comprovados no auxílio ao combate da aterosclerose. O

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gengibre pode ser usado como recurso imediato se você comeu alimentos estragados (especialmente carne): tome um chá forte de gengibre ou coma vários pedaços dele. E, claro, vá ao pronto-socorro, assim que possível. Na gravidez usar moderadamente.

Gengibre (Wikimedia Commons)

 

Canela:  Aquece o sistema circulatório e impulsiona o sangue. Tira o frio profundo do organismo e aquece os órgãos (especialmente os rins) e as extremidades (mãos e pés). Facilita a menstruação e diminui os coágulos, e, em casos de pessoas com baixa energia e frio nos órgãos internos, melhora as cólicas menstruais e a fraqueza orgânica. Em casos onde a pessoa resfriou-se fortemente (ficou exposta horas ao vento-frio ou à chuva, ou nadando na água fria por longo tempo, ou ficou sob a neve forte etc) é muito útil tomar o chá de canela bem quente. Uma associação poderosa para combater friagem e resfriamento severo é tomar um chá combinado de canela e gengibre. Coloque o gengibre picado (com casca) para ferver, junto com alguns pedaços de canela em pau, por 3 a 5 minutos.  Coe e tome algumas vezes ao dia. Não usar o chá de canela durante a gravidez.

Canela (Ticiane Rossi/The Epoch Times)

 

Falso-boldo ou Boldo-brasileiro:  Chamado Coleus barbatus, Plectranthus barbatus etc. É aquele pequeno arbusto de folhas verde-escuras, meio aveludadas, que as pessoas têm no jardim ou em vasos, do qual se faz um chá ou suco amargo para ressacas, cólicas, má digestão etc. Seu uso terapêutico está indicado para: má digestão, azia,

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fígado congestionado e cólica hepática, estimula a produção e a liberação de bile pela vesícula, para ansiedade e hipertensão leve, etc. Mas, se usado em grandes quantidades pode irritar o estômago, e por isso também não deve ser usado por quem tem gastrite ou deve ser usado com muita cautela. Pilar bem duas folhas frescas, despejar um copo de água, mexer bem, coar e tomar.

Boldo (Jurema Oliveira/Wikimedia Commons)

 

Erva-doce: Tem efeito digestivo (aquece o estômago) e carminativo (elimina os gases). É excelente para as cólicas abdominais, contração e dor nos testículos, dor nas virilhas, porque aquece e relaxa a musculatura. Bom para as cólicas infantis (pode-se associar com chá de hortelã). Também é muito bom para estimular a produção de leite da mãe durante o aleitamento.

Erva-doce (Ticiane Rossi/The Epoch Times)

 

Folha-da-Fortuna (Kalanchoe pinnata): Existe em muito quintais e canteiros por todo Brasil. Tem folhas denteadas, carnudas e, em geral firmes. Tem inúmeras propriedades: é analgésica, antiinflamatória, antialérgica, cicatrizante, bactericida etc. Seus usos mais comuns são em: contusões, cortes, feridas, abcessos, queimaduras, picadas de insetos, erisipela, irritação ou inflamação dos olhos (Pode-se extrair o sumo das folhas e pingar diretamente nos olhos. Mas, nesses casos, procure um oftalmologista imediatamente), febres, gastrites, úlceras do aparelho digestivo, estomatites, aftas, etc. Para uso interno,

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basta pilar bem algumas folhas e usar o sumo diretamente, ou diluir em água filtrada e tomar. Em uso externo, machucar as folhas e fazer compressas no local.

‘Kalanchoe pinnata’ (Forest & Kim Starr/Wikimedia Commons)

 

Alecrim: É uma erva tônica e estimulante leve. Fortalece e dinamiza a circulação sanguínea, melhora a memória, é antidepressiva, anti-estresse, antirreumática e antifadiga. Boa para os que estão cansados física e mentalmente (melhor ainda junto com chá de lavanda, hortelã e camomila). Facilita a digestão, combate gases e é antisséptica.

Alecrim (Sean Gallup/Getty Images)

 

Hortelã:  É um erva refrescante por excelência, e portanto é um antitérmico suave. Alivia o fígado e a vesícula congestionados. Combate os gases e a má-digestão. Muito boa para o nervosismo e o cansaço mental (junto com chá de alecrim e lavanda). Relaxa a musculatura e alivia os espasmos musculares (boa para cãibras e espasmos gastrointestinais): junto com o chá de erva-doce é excelente para espasmos e cólicas abdominais (digestivas, intestinais e menstruais). É uma erva boa como expectorante (para catarro nos pulmões) e funciona muito bem junto com o gengibre, o guaco e o eucalipto para diversos distúrbios respiratórios. É antisséptica e junto com o alho combate infecções de diversos tipos: gastrointestinais, respiratórias, sinusites, otites, etc.

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Hortelã (Ticiane Rossi/The Epoch Times)

 

Capim-limão: O capim-limão é aquele de folhas finas e compridas, parecendo um mato bem viçoso. Muitas pessoas confundem o capim-limão (Cymbopogom citratus) com a melissa (Melissa officinalis), que é uma planta de folhas parecidas com as da hortelã, mas com uma textura mais áspera. A confusão não é casual, porque as duas têm odores semelhantes e princípios químicos e propriedades semelhantes. O capim-limão tem propriedades relaxantes e sedativas: combate a histeria, o nervosismo, a ansiedade e a insônia e tem leve efeito anti-hipertensivo. Também alivia dores e espasmos musculares e combate a febre.  Facilita a digestão e combate os gases. Assim como a erva-doce, também estimula a produção de leite nas mães que amamentam. Não deve ser tomado em altas doses ou muito concentrado, porque pode ter um efeito sedativo e hipotensivo intenso, provocando moleza, pressão baixa e até desmaio. Usar com cautela e de forma suave na gravidez.

Capim-limão (Wikimedia Commons)

 

Batata – A simples e deliciosa batata! Apesar de tudo, tem propriedades terapêuticas que poucos conhecem. Antes de tudo, devem ser evitadas as que tiverem brotos (‘olhos’) ou coloração esverdeada. Fora isso, prefiram-nas mais naturais possíveis (orgânicas). Se possível, deveriam ser comidas cozidas, com casca, depois de bem lavadas. As batatas cozidas diminuem a acidez gástrica, melhorando alguns tipos de azia e queimação gástrica. A batata tem um tipo de amido que pode ser utilizado para o tratamento de gastrites e úlceras gástricas e intestinais. Neste sentido, basta centrifugar

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ou liquidificar algumas batatas cruas e tomar aos goles, em jejum, durante vários dias, até que haja melhora efetiva. Existem muitos casos relatados durante a Segunda Guerra, nos quais soldados que tinham severos distúrbios gástricos (úlceras, gastrites) ficaram curados, porque só tinham batatas cruas para comerem, enquanto andavam pelos campos da Europa. Compressas de batata crua, cortada bem fina, ajudam a melhorar alguns tipos de dores de cabeça e enxaquecas. Ao cozinhar batatas, lembre-se de que a água restante do cozimento pode ser usada fresca para compressas em queimaduras, furúnculos e gretas nos mamilos (pequenas rachaduras)

Batatas (Ticiane Rossi/Epoch Times)

 

Inhame ou taro (Colocasia esculenta) – Antes de tudo é preciso saber que no sudeste do Brasil chama-se vulgarmente de inhame ou de inhame-japonês mas é oficialmente chamado pelos pesquisadores de taro. Por isso, mesmo estando acostumados a chamá-lo de inhame, utilizaremos aqui o seu nome oficial – colocamos seu nome científico e a foto para sabermos identificá-lo.

O taro é uma planta desintoxicante e depurativa por excelência: elimina toxinas do sangue, incrementa o sistema imunológico, combate infecções persistentes, inflamações e até alguns tipos de tumores. Tem grande atuação no sistema linfático. Por isso, é útil em todas as doenças internas que se manifestam com sinais na pele – acnes, eczemas, furúnculos, abcessos -, mal cheiro, coceiras, corrimentos, infecções persistentes ou recorrentes. É bastante indicado para o tratamento de ácido úrico, reumatismo, artrite e até a hanseníase. Antigamente era utilizado para o tratamento da sífilis, tamanho é o seu poder depurativo e anti-infeccioso. Combate a febre e as inflamações: interna e externamente desinflama tecidos, órgãos e articulações e, por isso, serve também para ser aplicado sobre contusões e ferimentos. Descobriu-se algo notável: seu uso frequente impede que vários tipos de microrganismos patológicos se alojem no organismo; assim, infestações por parasitas e várias doenças infecciosas transmitidas por mosquitos são evitadas com o uso do taro: dengue, febre amarela, malária. Para todos estes fins pode-se comer o taro cozido (com azeite e sal marinho é uma delícia), no vapor, na forma de purês, ou mesmo cru (ralado e temperado ao gosto, batido com sucos). Mas, cru nem sempre é agradável, porque às vezes é picante ao paladar; por isso, em geral, é mais agradável cozido. Uma outra propriedade sui-generis é a de atrair substâncias nocivas ou estranhas para fora da pele: uma farpa, um espinho ou outra coisa que penetrou na

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pele; furúnculos, acnes, quistos sebáceos; pus ou toxinas que extravasam em ferimentos ou abcessos.  Nestes casos, basta descascar, ralar bem fino, amassar com um pilãozinho e colocá-lo sobre o local na forma de compressa. Cubra a compressa e deixe-a durante a noite. Faça isso por alguns dias, trocando a compressa a cada dia, até drenar ou resolver o processo. Além de tudo isso, o taro é altamente nutritivo e não engorda.

Taro (Wikimedia Commons)

 

Iogurte – Algumas pessoas não entendem porque se sentem mal quando tomam leite. Existem vários motivos para isso. Hoje, o motivo mais difundido é a intolerância à lactose, apresentada por algumas pessoas, e isto em parte é verdade. Porém, a questão é mais complexa, e ainda que não pretendamos discuti-la aqui, podemos dizer que, em termos gerais, o leite de vaca apresenta composições proteicas, minerais diferentes do leite materno humano, e como somos seres humanos, temos afinidades e facilidades na digestão e na absorção do leite humano, e dificuldades e até incompatibilidades para a digestão e a absorção do leite de vaca. Porém, em muitas culturas por todo o mundo as pessoas aprenderam a extrair o melhor do leite dos animais, sem terem os incovenientes que o acompanham. Diversos povos descobriram que depois de um processo de fermentação específica do leite animal, este se tornava altamente benéfico para a saúde humana e era ainda mais assimilável pelo organismo. De fato, o uso do iogurte apresenta muitas vantagens sobre o do leite animal: não irrita o estômago, não produz gases e nem provoca diarreia; desinflama os intestinos, combate a prisão de ventre e algumas doenças intestinais; repovoa o intestino com bactérias saudáveis e com isso combate algumas bactérias patogênicas e as diarreias; permite uma grande absorção de cálcio, vitaminas e outros minerais; recalcifica o organismo, geralmente sem gerar acúmulos de cálcio nas articulações. O leite, por sua vez, irrita o estômago e os intestinos; fermenta no sistema digestivo, produzindo gases e acidez gástrica; acidifica o sangue, podendo ocasionar doenças inflamatórias crônicas; desequilibra os níveis e os depósitos de cálcio no organismo, gerando esporões, bicos-de-papagaio. Assim, o iogurte torna-se um excelente alimento, não apresentando os inconvenientes do leite. Por exemplo: praticamente toda vez que as pessoas fazem uso de antibióticos sintéticos, a flora bacteriana (bactérias saudáveis que vivem em nosso intestino) é destruída. O uso diário de iogurte, durante e depois do tratamento com antibióticos, refaz a flora bacteriana, restaurando os intestinos e a sua capacidade funcional.

O iogurte pode ser feito de algumas maneiras. A mais simples delas é comprar um copo de iogurte natural (sem açúcar e sem sabor) e dois litros de leite. Ferva o leite por 1 minuto. Desligue e deixe amornar, até o ponto em que se consiga deixar um dedo dentro do leite sem queimar. Então, coloque duas ou três colheres de sopa cheias de iogurte

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dentro do leite e mexa suavemente. Guarde numa tigela de vidro, de louça ou de aço-inox, bem tampado e coberto com um pano bem grosso ou alguns panos finos. Deixe fora da geladeira, num lugar onde não haja vento ou friagem (no forno, numa prateleira) por cerca de 24 horas. Se ele já estiver consistente, guarde na geladeira: já está pronto para comer. Ele dura facilmente duas semanas na geladeira. Melhor somente tomá-lo ao natural, ou adicionar um pouco de mel ou suco de frutas natural. Evite o açúcar porque este acidifica o organismo. Também pode-se tomá-lo com frutas, ou com um pouco de sal marinho e azeite como tempero nas saladas, é muito saboroso e refrescante.

Quanto aos iogurtes industrializados, dê preferência aos totalmente naturais, porque os demais contêm corantes, conservantes ou aromatizantes que fazem mal para o organismo e danificam as melhores propriedades do iogurte.

Iogurte (Ticiane Rossi/The Epoch Times)

 

Arroz integral – O arroz integral é o verdadeiro e benéfico arroz para o consumo humano. O arroz branco (polido ou descascado) é basicamente o arroz integral descascado e parafinado. O problema é que quando do arroz integral (natural) tira-se a sua película interna (abaixo da casca de palha do grão) e o seu gérmen, tiram-se junto algumas proteínas, vitaminas essenciais e fibras que o tornavam saudável e assimilável pelo organismo. Em meados de 1880, depois da introdução das máquinas de polir arroz na Ásia, verificaram-se milhões de mortes. O povo asiático tinha uma alimentação baseada no arroz integral, mas com a introdução das máquinas, uma grande parte da população passou a comer arroz branco. Houve uma imensa epidemia de beriberi, uma doença ocasionada pela deficiência de vitamina B1, que afeta músculos, nervos, coração, encéfalo, podendo causar a morte. Depois de muitos anos e milhões de mortes, descobriu-se que ao polir o arroz retirava-se a sua parte mais essencial (que contém a vitamina B1, entre outras), sem a qual as pessoas adoeciam gravemente. Hoje, sabe-se que depois do polimento o arroz perde-se de 50 a 90 % de suas vitaminas e sais minerais. Não só o arroz branco, mas todos os alimentos refinados (feitos com farinha refinada, açúcar refinado e sal refinado) perdem muitas de suas qualidades nutricionais e são muito prejudiciais à saúde. Por outro lado, o arroz integral é um excelente alimento: melhora a força muscular e a saúde dos nervos; regula as funções do pâncreas, melhorando o metabolismo dos carboidratos e os níveis de glicose no sangue e até mesmo combate a obesidade; limpa e regula os intestinos; é um excelente alimento para convalescentes, idosos e crianças desnutridas.

O maior problema é que as pessoas não sabem como cozinhar o arroz integral, e, por isso, o evitam, dizendo que é duro ou desagradável. Um outro inconveniente é que é

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mais caro que o branco. O arroz integral que em geral se vende nos supermercados, não é o mais indicado, já que é realmente mais caro e nem sempre é genuinamente integral. Comprar em lojas orientais (em São Paulo é fácil encontrar na Praça da Liberdade), em lojas e entrepostos naturalistas, no Mercado Central (no Centro de São Paulo) normalmente é mais viável. O tipo mais recomendável, em geral, é o tipo ‘cateto’. Então, um método simples de cozinhar é: colocar 2 copos e 1/3 de água para cada medida de arroz. Lave o arroz, refogue o seu tempero na panela de pressão, coloque o arroz, a água e junte sal marinho a gosto. Deixe cozinhar (depois que a panela pegar pressão) por cerca de 20 a 25 minutos (para uma medida de 2 copos grandes de arroz). Desligue e deixe mais uns 5 minutos em descanso. Depois é só servir com o que quiser. Para os convalescentes, os que têm distúrbios gástricos, os idosos e as crianças desnutridas, basta colocar bastante água e deixar cozinhar por mais tempo até ficar quase uma papa suave e um tanto líquida. Basta comer com calma, mastigando suave e completamente, e a experiência de ser alimentado por algo tão simples, saudável e nutritivo será uma bênção ao longo dos dias.

Grãos de arroz (IRRI Images/Wikimedia Commons)

 

Água de coco – Algumas pessoas enganam-se ao pensarem que os isotônicos vendidos no mercado são realmente bons. Não importa o nome ou a propaganda: não passam de água, corantes, açúcar, sal, conservantes e aromatizantes, acrescidos de alguns sais minerais e vitaminas. Perto da água de coco, são como se comparássemos uma bijuteria barata com uma joia preciosa. É uma pena que nossos atletas tenham que tomar essas coisas durante treinos e partidas, e ainda fazerem, inadvertidamente, propaganda de coisas tão pobres. A água de coco é um excelente isotônico natural, pois tem uma grande quantidade de potássio, e, além disso, tem frutose, gorduras saudáveis, sais minerais, proteínas. Não engorda e não faz mal aos diabéticos e  hipertensos  (se tomada com moderação). A água de coco beneficia o fígado e os intestinos e é uma bebida altamente compatível com o organismo humano.

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Água de coco (Miles Willis/Getty Images)

 

Carvão vegetal – Eis uma substância simples e de grandes propriedades terapêuticas. O carvão vegetal é a substância de maior poder de adsorção de substâncias que se conhece. Adsorção é a capacidade de interagir com substâncias químicas e retê-las em sua superfície. Ou seja, o carvão vegetal tem uma tremenda capacidade de ligar-se a substâncias tóxicas, levando-as para fora de nosso organismo. Tem inúmeras funções neste aspecto: elimina toxinas internas, agrotóxicos, resíduos de substâncias artificiais, resíduos de remédios. Combate as fermentações bacterianas e, com isso, os gases intestinais. É indicado em: aftas, mau hálito, gases, dor de estômago, diarreias infecciosas, disenteria hepáticas. Pode ser utilizado, interna e externamente, em todas as doenças que geram e acumulam substâncias tóxicas, como abcessos, tumores, feridas purulentas. É considerado um anti-tóxico por excelência, podendo ser utilizado depois de envenenamentos. É normalmente tomado em cápsulas ou em pó. Melhor se tomado longe das refeições. O carvão vegetal é tão útil em reter substâncias tóxicas, impurezas e alguns tipos de microrganismos,que é utilizado no interior das velas de muito tipos de filtros de água.”

Carvão vegetal (Ticiane Rossi/The Epoch Times)

 

Quebra-pedra (Phyllanthus niruri) –  É uma plantinha simples, mas que tem boas propriedades terapêuticas. Cresce em rachaduras de calçadas, em frestas de paredes, em quintais e jardins, em quase todos os lugares. Sem dúvida, sua propriedade mais especial e conhecida é a de auxiliar o organismo a evitar a formação de cálculos renais ou areias. E, de fato, é bastante eficiente nesse sentido, mesmo na forma simples de chás – tomados 3x ao dia, por 30 dias ou mais. Ela não ajuda na dissolução dos cálculos já formados, mas relaxa a musculatura e os ureteres (tipos de pequenos e finos tubos que levam a urina dos rins à bexiga), o que facilita a expulsão de pequenas pedras e alivia as dores na região por onde elas passam. Também beneficia o fígado e combate alguns tipos de vírus, auxiliando no tratamento da hepatite B.

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Quebra-pedra (Ticiane Rossi/The Epoch Times)

 

 

Cavalinha (Equisetum ssp.; Equisetum arvense) – Conhecida pelo seu eficiente combate às infecções urinárias e cistites, a cavalinha também tem outros excelentes usos: refresca o sangue e reduz sangramentos e inflamações; combate o ácido úrico, a artrite e alguns tipos de eczemas; combate a flacidez dos tecidos em geral e dos ligamentos; remineraliza o organismo, fortalece as unhas, ajuda na reconsolidação de fraturas e combate a osteoporose; limpa o catarro e tira o calor dos pulmões, sendo útil em alguns tipos de tuberculose; combate a leucorreia; refresca os olhos e auxilia no tratamento da conjuntivite (pode-se fazer compressas nos olhos como o chá); é bactericida e fungicida.

Externamente serve como cicatrizante para cortes e feridas. É bastante fácil de encontrar e de utilizar na forma de chás e compressas. Porém, seu uso prolongado é contra-indicado, porque possui uma substância que destrói a vitamina B1, podendo levar à fraqueza e, em raros casos, ao beriberi. Contra-indicada para gestantes.

‘Equisetum moorei’ (Petr Filippov/Wikimedia Commons)

 

Sal marinho – Apesar de tudo, nem todos conhecem o sal marinho. O sal comum, refinado, é composto basicamente de Cloreto de Sódio e Iodo. Apesar de ser um mineral importante, a concentração excessiva do Cloreto de Sódio, encontrada no sal comum, é extremamente prejudicial ao organismo, levando ao surgimento de doenças cardio-vasculares crônicas, como a hipertensão arterial e aterosclerose, e a outras, como distúrbios da tireoide, cálculos renais e biliares, edemas. Já o sal marinho é formado por cerca de 84 tipos de sais, o que o torna um remédio e um alimento essencial por

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excelência. Isso não quer dizer que devamos exagerar em seu uso, mas que seu consumo moderado, além de evitar os prejuízos do sal comum, otimiza várias funções orgânicas, assim como remineraliza todo o corpo. Ele ajuda a regular glândulas, ativar e equilibrar sistemas orgânicos; melhora a imunidade; remineraliza o organismo, evitando a osteoporose; evita o bócio e os distúrbios da tireoide. Custa, em média R$ 1,00 a mais que o sal refinado, mas tem 83 vezes mais benefícios! Usa-se como o sal refinado na alimentação.

Sal marinho (Reprodução Google Image)

 

Alberto Giovanni Fiaschitello é terapeuta naturalista e cientista social