recurso eleitoral

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) ELITORAL DA 147ª ZONA ELEITORAL DE SANTA MARIA - RS

Processo nº 720-03.03.2012.6.21.0147EVERTON SANTOS SILVA, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seus procuradores, ut instrumento de mandato incluso (DOC. 01), vem, perante Vossa Excelência, conforme possibilita a Lei nº 4.737/65 e a Lei nº 9096/95 e suas alterações, apresentar o presente RECURSO ELEITORAL para que seja determinado seu encaminhamento ao TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL em que se acompanha o presente feito as RAZOES RECURSAIS.

Nestes termos,Espera deferimento.Santa Maria, 23 de julho de 2013.

___________________________________ANDRÉ TORRESOAB/RS 87.767___________________________________________VALÉRIO TEIXEIRA OAB/RS 89.195

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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Processo nº 720-03.03.2012.6.21.0147Assunto: Prestação de Contas

RAZÕES RECURSAISPor EVERTON SANTOS SILVAEMÉRITOS JULGADORESPRECLARO RELATOR

I - DOS FATOSO Recorrente teve em seu desfavor sentença que julgou desaprovadas suas contas de candidato ao cargo de vereador, nas últimas eleições municipais, sob a alegação de que infringiu as normas contidas na Resolução nº 23.376/2012 do TSE. Segue a íntegra da decisão da Exa. Senhora Dra. Juíza Eleitoral, Karla Aveline de Oliveira:

I – RELATÓRIO: Trata-se de prestação de contas do candidato a vereador, acima nominado, referente às eleições municipais de 2012. Sobreveio Relatório de Exame com parecer opinando que sejam as contas julgadas não prestadas e manifestação do Ministério Público Eleitoral no mesmo sentido.

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Vieram os autos conclusos para sentença. É O RELATÓRIO. DECIDO. II – FUNDAMENTAÇÃO Cuida-se de apreciar contas de campanha eleitoral oferecidas pelo eleitor em tela, candidato a vereador no município de Santa Maria, pelo partido acima nominado. Registre-se que a prestação de contas, apresentada tempestivamente pelo candidato, foi instruída com todos os documentos arrolados na Resolução TSE nº 23.376/2012, estando suas peças devidamente assinadas por ele. Realizada a análise técnica das contas, verificou-se o registro de fatos contábeis para os quais não há suficiente documentação comprobatória, pois a movimentação financeira que consta nos extratos bancários apresentados pelo candidato, apresenta o registro de gasto que não foi declarado em sua prestação de contas, verificando-se a existência de uma dívida específica no valor de R$144,00, não declarada e não paga, havendo, portanto, a falta de documentos que possibilitem a análise integral dos recursos arrecadados e dos gastos realizados na campanha. Nos termos do art.51, IV, c, da Resolução TSE 23.376/2012: O Juízo Eleitoral decidirá pela não prestação das contas, quando: … c) apresentadas desacompanhadas de documentos que possibilitem a análise dos recursos arrecadados e dos gastos realizados na campanha. III - DISPOSITIVO Isso posto, JULGO NÃO PRESTADAS as contas do candidato acima nominado, relativas às eleições municipais de 2012, nos termos do art. 51, IV, “c”, da Resolução TSE n.º 23.376/2012. Em decorrência, a fim de que seja cumprido o disposto no artigo 53, I, da Resolução TSE 23.376/2012, ordeno o Comando do ASE 230 (Irregularidade na Prestação de Contas) no Cadastro do Eleitor Everton Santos Silva, inscrição eleitoral sob nº 0088 3912 0434, e, após

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o lançamento do ASE 230, a fim de cumprir o disposto no parágrafo 2º do artigo 51 daquele diploma, ordeno o Comando do ASE 272 - motivo 2, no cadastro do eleitor, a fim de regularizar a sua situação ao término da corrente legislatura. Publique-se. Registre-se. Intime-se. Após, arquive-se.

 Em que pese os argumentos do Excelentíssimo Julgador a quo, aos nossos olhos a referida decisão merece reforma por ter-se desgarrado das provas constantes dos autos, dos sólidos e remansosos ensinamentos da doutrina pátria, além de pacífica jurisprudência.  Assim, tal decisão levado a efeito, trata com excessivo rigor meros erros dentro das tantas formalidades no ato de prestar contas, não podendo considerar, no caso em tela, a existência de dano a ordem jurídica de forma proposital.II - DO MÉRITO E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O recorrente consigna que o valor considerado irregular (R$ 144,00), é irrisório se comparado ao total do montante por ele movimentado em sua campanha, que já é pequeno levando em conta de outros candidatos.Ainda, cumpra dizer que este valor supramencionado, só não foi contabilizado devido a um cheque que foi devolvido sem fundos, conforme se comprova com os documentos nos autos. In casu, o Recorrente arcou com esta despesa, ou seja, R$ 144,00 (cento e quarenta e quatro reais) com seus próprios recursos, sendo esta quantia paga a empresa gráfica fornecedora de seus materiais de campanha, uma vez que o

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cheque de pagamento emitido e devolvido de sua conta de campanha desprovia de fundos, como já relatado.No entanto, há de se destacar que, com o calor das eleições, não foi exigida a nota fiscal deste serviço, ocasionando, assim, o erro ora impugnado.Com relação ao fato de se analisar a questão dentro do contexto se introduz a analise dentro do principio da razoabilidade e proporcionalidade, pois assim diz, que preocupado com os rumos da prestação jurisdicional na modernidade ressalta o eminente CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO que "figura o valor Justiça como objetivo-síntese da jurisdição no plano social", razão pela qual, "se só à lei estiver o juiz atento, sem canais abertos às pressões axiológicas da sociedade e suas mutações, ele correrá o risco de afastar-se dos critérios de justiça efetivamente vigentes... sempre é preciso reconhecer que o momento de decisão de cada caso concreto é sempre um momento valorativo" (A instrumentalidade do processo, 1ª ed., Ed. RT, p. 420/421.) Dentre os critérios norteadores de uma prestação jurisdicional adequada a tal premissa mais próxima dos anseios dos cidadãos destaca-se a razoabilidade e a proporcionalidade, ou seja, a busca da adequação das normas jurídicas a realidade concreta e seus valores, objetivando aplicar a lei de acordo com sua finalidade e possibilidade contemporâneas. Este é o posicionamento pacificado deste mesmo Tribunal Regional Eleitoral invocado, bem como no Tribunal Superior Eleitoral, Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça, os quais têm invocado o princípio da insignificância, como decorrência dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, para afastar a tipicidade destas condutas, senão vejamos nas ementas colacionadas abaixo:

Embargos de declaração. Oposição contra acórdão que manteve desaprovação da prestação de contas do insurgente. Eleições 2008. Ainda que

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persistente conduta que afronta ao art. 10, § 4º, da Resolução TSE n. 22.715/08, tal prática não teve o condão de comprometer a confiabilidade do balanço contábil. Recursos de origem identificada, com trânsito pela conta corrente de campanha e despesas devidamente comprovadas por meio de recibos e notas fiscais. Ademais, os valores pagos por meio dos cheques impugnados representam menos de dez por cento dos gastos totais de campanha, sendo desproporcional o juízo de desaprovação das contas, conforme precedentes deste Tribunal. Atribuição de caráter infringente ao recurso para o efeito de aprovar as contas com ressalvas. Acolhimento. (Recurso Eleitoral nº 40627609, Acórdão de 16/04/2013, Relator(a) DESA. ELAINE HARZHEIM MACEDO, Publicação: DEJERS - Diário de Justiça Eletrônico do TRE-RS, Tomo 68, Data 18/04/2013, Página 4 )[GRIFO NOSSO]AGRAVO REGIMENTAL - PRESTAÇÃO DE CONTAS - ERRO MATERIAL - INSIGNIFICÂNCIA - APROVAÇÃO COM RESSALVA. 1. Erros formais ou materiais irrelevantes no conjunto da prestação de contas, que não comprometam o seu resultado, não acarretam a rejeição das contas. 2. Ocorrendo erro insignificante na prestação de contas de campanha eleitoral, elas devem ser aprovadas com ressalvas, na forma do art. 30, II da Lei nº 9.504/97. 3. Agravo Regimental provido. Recurso Especial provido para aprovar as contas do recorrente com ressalva.(Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 3920415, Acórdão de 03/05/2012, Relator(a) Min. GILSON LANGARO DIPP, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data 20/08/2012, Página 193/194 ) [GRIFO NOSSO]AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO. MANDADO DE SEGURANÇA. PRESTAÇÃO DE CONTAS. CAMPANHA ELEITORAL. APROVAÇÃO COM RESSALVAS. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. 1. Tendo em vista que as irregularidades apontadas não atingiram montante expressivo do total dos recursos movimentados na campanha eleitoral, não há falar em

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reprovação das contas, incidindo, na espécie, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 2. Diante das peculiaridades do caso concreto e do parecer do órgão técnico, que foi pela aprovação com ressalvas, não se vislumbra ilegalidade a ser reparada por meio do mandado de segurança. 3. Agravo regimental desprovido.(Agravo Regimental em Recurso em Mandado de Segurança nº 704, Acórdão de 08/04/2010, Relator(a) Min. MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 04/05/2010, Página 28 ) [GRIFO NOSSO]AÇÃO CIVIL PÚBLICA - SERVIDOR QUE RECEBE INDEVIDAMENTE VALE-TRANSPORTE - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CARACTERIZADA - SANÇÕES QUE NÃO SE COADUNAM COM A GRAVIDADE DO ATO - OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE, DA PROPORCIONALIDADE E DA INSIGNIFICÂNCIA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO 1. O procedimento administrativo preliminar, "como mero instrumento de apuração de dados [...], tem caráter inquisitório, não se aplicando, em decorrência disso, os postulados concernentes ao princípio do contraditório" (José dos Santos Carvalho Filho). 2. Na imposição de sanções de qualquer natureza deve o juiz considerar os princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e, notadamente, o da insignificância - que "surge como instrumento de interpretação restritiva do tipo penal que, de acordo com a dogmática moderna, não deve ser considerado apenas em seu aspecto formal, de subsunção do fato à norma, mas, primordialmente, em seu conteúdo material, de cunho valorativo, no sentido da sua efetiva lesividade ao bem jurídico tutelado pela norma penal, consagrando os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima" (Resp nº 898.392, Min. Arnaldo Esteves

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Lima). A punição do agente público ou político ímprobo deve ser proporcional à gravidade da sua conduta (intensidade do dolo), às consequências jurídicas do ato (montante do proveito econômico auferido e/ou do dano causado ao erário), à repercussão e ao grau de reprovabilidade sociais.(TJ-SC - AC: 697780 SC 2008.069778-0, Relator: Newton Trisotto, Data de Julgamento: 21/01/2010, Primeira Câmara de Direito Público, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de Modelo) [GRIFO NOSSO]PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - IDENTIFICAÇÃO DOS VETORES CUJA PRESENÇA LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE POSTULADO DE POLÍTICA CRIMINAL - CONSEQÜENTE DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO MATERIAL - DELITO DE DESCAMINHO (CP, ART. 334,"CAPUT", SEGUNDA PARTE)- TRIBUTOS ADUANEIROS SUPOSTAMENTE DEVIDOS NO VALOR DE R$ 180,58 - DOUTRINA - CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA JURISPRUDÊNCIA DO STF - PEDIDO DEFERIDO. O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO FATOR DE DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA TIPICIDADE PENAL . - O princípio da insignificância - que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. Doutrina. Tal postulado - que considera necessária, na aferição do relevo material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada - apoiou-se, em seu

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processo de formulação teórica, no reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público. O POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL: "DE MINIMIS, NON CURAT PRAETOR" . - O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AO DELITO DE DESCAMINHO . - O direito penal não se deve ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor - por não importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes - não represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. Aplicabilidade do postulado da insignificância ao delito de descaminho (CP, art. 334), considerado, para tanto, o inexpressivo valor do tributo sobre comércio exterior supostamente não recolhido. Precedentes.(STF - HC: 93482 PR , Relator: CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 07/10/2008, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-043 DIVULG 05-03-2009 PUBLIC 06-03-2009 EMENT VOL-02351-03 PP-00549) [GRIFO NOSSO]Ademais Excelências, como já exposto acima, mas oportuno frisar novamente, que as falhas apontadas no relatório conclusivo de prestação de contas não são suficientes para rejeição da mesma, na medida em que os valores envolvidos são irrisórios. Da mesma forma, o recorrente fez somente a quantia

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de 103 votos, demonstrando assim, por tudo já alegado, que, sob hipótese alguma, poderia alterar o resultado do pleito.a) DA RESOLUÇÃO DO TSE Nº 23.376/2012 E DO CERCEAMENTO DE DEFESA

Diz o texto da resolução com relação à matéria: Art. 51. O Juízo Eleitoral verificará a regularidade das contas, decidindo (Lei nº 9.504/97, art. 30, caput): I – pela aprovação, quando estiverem regulares; II – pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade; III – pela desaprovação, quando constatadas falhas que comprometam a sua regularidade; IV – pela não prestação, quando: a) não apresentados, tempestivamente, as peças e documentos de que trata o art. 40 desta resolução; b) não reapresentadas as peças que as compõem, nos termos previstos no § 2º do art. 45 e no art. 47 desta resolução;c) apresentadas desacompanhadas de documentos que possibilitem a análise dos recursos arrecadados e dos gastos realizados na campanha. § 1º Também serão consideradas não prestadas as contas quando elas estiverem desacompanhadas de documentos que possibilitem a análise dos recursos arrecadados e dos gastos de campanha e cuja falta não seja suprida no prazo de 72 horas, contado da intimação do responsável. Inst nº 1542-64.2011.6.00.0000/DF 33 § 2º Julgadas não prestadas, mas posteriormente apresentadas, as contas não serão objeto de novo julgamento, sendo considerada a sua apresentação apenas para fins de divulgação e de regularização no Cadastro Eleitoral ao término da legislatura, nos termos do inciso I do art. 53 desta resolução. § 3º O partido político, por si ou por intermédio de comitê financeiro, que tiver as suas contas desaprovadas por descumprimento às normas referentes à arrecadação e gastos de recursos fixadas na Lei nº 9.504/97 ou nesta resolução,

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perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário do ano seguinte ao trânsito em julgado da decisão, sem prejuízo de os candidatos beneficiados responderem por abuso do poder econômico ou por outras sanções cabíveis (Lei nº 9.504/97, art. 25). § 4º A sanção de suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário, por desaprovação total ou parcial da prestação de contas, deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 (um) mês a 12 (doze) meses, ou por meio do desconto, do valor a ser repassado, na importância apontada como irregular, não podendo ser aplicada a sanção de suspensão, caso a prestação de contas não seja julgada após 5 (cinco) anos de sua apresentação (Lei nº 9.504/97, art. 25, parágrafo único).Art. 53. A decisão que julgar as contas eleitorais como não prestadas acarretará: I – ao candidato, o impedimento de obter a certidão de quitação eleitoral até o final da legislatura, persistindo os efeitos da restrição após esse período até a efetiva apresentação das contas. Inst nº 1542-64.2011.6.00.0000/DF 34 II – ao partido político, em relação às suas próprias contas e às contas do comitê financeiro que a ele estiver vinculado, a perda do direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário, nos termos dos §§ 3º e 4º do art. 51 desta resolução. Parágrafo único. A penalidade prevista no inciso II deste artigo aplica-se exclusivamente à esfera partidária a que estiver vinculado o comitê financeiro.  No mesmo raciocínio a própria resolução supramencionada manda que sejam notificados os candidatos inadimplentes, para que prestem contas no prazo de 72 h, sob pena de aplicação do art. 347 do Código Eleitoral Brasileiro e de serem consideradas não prestadas as contas.

 No feito processual foi emitido parecer desfavorável pela aprovação das contas, oportunidade em que o membro do parquet apresentou ao juízo singular os esclarecimentos tidos como importantes.

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Ato continuo a DD Magistrada singular de forma unilateral, sem que fosse aberta vistas ao recorrente com relação ao referido parecer, tendo ao final desaprovado as contas do pleito de 2012 do Recorrente. O processo de prestação de contas de uma eleição, como cediço é, tem natureza administrativa, prescindindo, no entanto de chancela do Poder Judiciário. Isto é o que se depreende das resoluções emitidas pelo TSE, especialmente a de nro. 23.376.Neste caso especial, o candidato pessoalmente deverá ser ele notificado dos atos do processo, tudo no sentido de resguardo aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.Excelências, com esta interpretação cita-se a resolução 23.376 que de forma clara aponta a deficiência na instrução cartorial do processo em primeiro grau, pois assim diz:

§ 1º Também serão consideradas não prestadas as contas quando elas estiverem desacompanhadas de documentos que possibilitem a análise dos recursos arrecadados e dos gastos de campanha e cuja falta não seja suprida no prazo de 72 horas, contado da intimação do responsável. Inst nº 1542-64.2011.6.00.0000/DF 33 § 2º Julgadas não prestadas, mas posteriormente apresentadas, as contas não serão objeto de novo julgamento, sendo considerada a sua apresentação apenas para fins de divulgação e de regularização no Cadastro Eleitoral ao término da legislatura, nos termos do inciso I do art. 53 desta resolução.

Ao exarar sua decisão sem passar pelo crivo técnico os documentos colacionados, a DD Magistrada Singular veio a violar os princípios constitucionais da ampla defesa e contraditório, com tal decisão unilateral tornando o recorrente inelegível.Por analogia veja o que decidiu este TSE: 96003183 - RECURSO ESPECIAL - PRESTAÇÃO DE CONTAS -

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CAMPANHA DE 1996 - IRREGULARIDADES - OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA - RESOLUCAO/TSE Nº 20.023, ART. 3 - 1. Constatada a existência de irregularidade, impõe-se a abertura de oportunidade para seu saneamento, sob pena de ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa. 2. Recurso a que se da provimento. (TSE - RESP 15758 - (15758) - SP - Rel. Min. Edson Vidigal - DJU 12.11.1999 - p. 178) “Recurso especial. Prestação de contas. Cerceamento de defesa. Caracterização. Se as contas do candidato foram registradas tendo em vista informações contidas em processo diverso daquele em que figurava como parte, sem que lhe fosse concedido oportunidade para esclarecer a omissão, resta caracterizado o cerceamento de defesa. Recurso parcialmente provido.” (Ac. no 16.138, de 16.12.99, rel. Min. Maurício Corrêa.) III -  CONSIDERAÇÕES FINAIS   DD. Relator do TRE-RS, não se trata de nenhuma intenção de recorrente de burlar a norma eleitoral, mas a manutenção da desaprovação de contas do mesmo lhe traz dano irreparável a partir do momento que lhe impossibilita a disputa eleitoral de 2014, pela ausência da quitação eleitoral.

  A maior ofensa é o desrespeito por parte da Magistrada Singular ao devido processo legal e aos princípios da ampla defesa e do contraditório. O recorrente não se omite em prestar contas, mas quer ter a oportunidade de fazê-lo conforme possibilita a legislação eleitoral.Outrossim, levando-se em observação os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como todo o contexto eleitoral, como votos e o valor discutido, nada mais justo que seja dado provimento ao apelo do recorrente, aprovando assim, com ou sem ressalvas a prestação de contas do recorrente.

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IV - DOS PEDIDOS   ISTO POSTO, atento as razoes jurídicas acima expendidas, especialmente aos precedentes jurisprudências já postos nos autos e nesta peça processual, espera deste Egrégio Tribunal Regional Eleitoral o provimento integral do presente RECURSO ELEITORAL no sentido de sejam as contas aprovadas com ou sem ressalvas, pois trata-se de irregularidades apenas formais, tendo em vista que a receita ou despesa em conflito é de valor inexpressivo, agindo desta forma, se estará aplicando a costumeira e irretorquívelJ U S T I Ç A ! ! !  Santa Maria, 23 de Julho de 2013. 

___________________________________ANDRÉ TORRESOAB/RS 87.767___________________________________________VALÉRIO TEIXEIRA OAB/RS 89.195