recuperação de Áreas degradadas

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Áreas degradadas: generalidades, conceitos e classificação A dinâmica da ocorrência de áreas degradadas está intimamente ligada ao Crescimento populacional, Aumento na expectativa de vida e o Padrão de consumo que por sua vez conduz ao aumento indiscriminado no consumo de recursos naturais, assim aumentando a geração de resíduos. O que conduz ao agravamento e complemento dessa degradação é o manejo inadequado dos recursos naturais e das atividades impostas sobre eles. De forma geral o surgimento de áreas degradadas se da seguinte forma: Área com equilíbrio ecológico Utilização inadequada do solo e demais recursos relacionados Ultrapasse dos limites da Capacidade de uso (solo e demais fatores) e da Capacidade de suporte (solo e demais fatores) Área degradada Ou Área com equilíbrio ecológico Agentes naturais Área degradada Capacidade de resiliência ou de suporte: é a capacidade que um fator ambiental tem de resistir a um dano sobre ele, em seguida se recuperar naturalmente. De forma geral, a redução da degradação ambiental em uma determinada área não consiste em anular a atividade associada a cada causa especificada, mas sim, consiste em garantir a execução da atividade com respeito aos parâmetros ambientais. Principais causas da degradação: - desmatamento; - manejo inadequado da agricultura; - superpastejo; - superexploração da vegetação; - atividade industrial. Por relacionar fenômenos biológicos e físico-químicos, a degradação e recuperação ambiental são processos muito

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Page 1: Recuperação de Áreas degradadas

Áreas degradadas: generalidades, conceitos e classificação

A dinâmica da ocorrência de áreas degradadas está intimamente ligada ao Crescimento populacional, Aumento na expectativa de vida e o Padrão de consumo que por sua vez conduz ao aumento indiscriminado no consumo de recursos naturais, assim aumentando a geração de resíduos. O que conduz ao agravamento e complemento dessa degradação é o manejo inadequado dos recursos naturais e das atividades impostas sobre eles.

De forma geral o surgimento de áreas degradadas se da seguinte forma:

Área com equilíbrio ecológico Utilização inadequada do solo e demais recursos relacionados Ultrapasse dos limites da Capacidade de uso (solo e demais fatores) e daCapacidade de suporte (solo e demais fatores) Área degradadaOuÁrea com equilíbrio ecológico Agentes naturais Área degradada

Capacidade de resiliência ou de suporte: é a capacidade que um fator ambiental tem de resistir a um dano sobre ele, em seguida se recuperar naturalmente.

De forma geral, a redução da degradação ambiental em uma determinada área não consiste em anular a atividade associada a cada causa especificada, mas sim, consiste em garantir a execução da atividade com respeito aos parâmetros ambientais.

Principais causas da degradação:- desmatamento;- manejo inadequado da agricultura;- superpastejo; - superexploração da vegetação;- atividade industrial.

Por relacionar fenômenos biológicos e físico-químicos, a degradação e recuperação ambiental são processos muito complexos. Daí, a necessidade de uma equipe multidisciplinar de profissionais de diversas áreas, para entender os mecanismos de degradação e recuperação, bem como desenvolver técnicas de recuperação de áreas degradadas.

Degradação: processos e fenômenos do meio ambiente, naturais ou antropogênicos, que prejudicam as atividades de um ou mais organismos.

Área degradada: “Porções de terrenos que sofreram distúrbios que causaram a perda de vegetação e dos meios bióticos, como banco de sementes, banco de plântulas, chuvas de semente e rebrotas, apresentando baixa capacidade de resiliência, isto é, de voltar ao seu estado anterior”. É necessário para isso a intervenção antrópica.

Áreas que sofreram com ações antrópicas que modificaram de forma relevante seu ecossistema de tal maneira que houve influência significativa nos ecossistemas naturais com alteração substancial na dinâmica implicando em intervenção antrópica para reversão da situação.

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Características: Menor diversidade de espécies, carência de estrutura vegetal, falta de solo ou condições inadequadas do solo e baixíssima ou ausente capacidade de reconstituição natural.

Chuva de sementes, banco de sementes e banco de plântulas

A perpetuação de determinada espécie na floresta depende, basicamente, da proporção de diásporas dispersadas (Fenner e Kitagima, 1999) ou que se encontram dormentes na área (Richards, 1998). A chuva de sementes dentro da floresta determina parte da população potencial de um ecossistema, pois este é constantemente invadido por propágulos, provenientes de vegetação externa ou da própria área. Conseqüentemente, a sucessão em determinado habitat depende do potencial de dispersão das plantas, já que todas as espécies estão restritas aos seus habitats e sua sobrevivência depende do ciclo de vida, da freqüência e distância que os seus propágulos podem alcançar (Harper, 1977).

Os propágulos presentes numa área podem ser representados pelo banco de sementes dosolo, o qual é potencialmente capaz de substituir plantas adultas que morrem (Baker, 1989). De acordo com Harper (1977), o banco de sementes ocorre na maioria dos habitats terrestres e o número de indivíduos presentes como propágulos dormentes excede o número de plantas. Além disso, o estoque de sementes enterradas é composto parcialmente por sementes produzidas na área e parte por sementes trazidas de outro lugar.

A regeneração propriamente dita é representada pelo banco de plântulas, ou seja, a vegetação em desenvolvimento no sub-bosque da floresta. Em relação às espécies arbóreas e arbustivas, conforme Alder e Synnott (1992), somente uma pequena proporção de indivíduos entre 0 e 10 cm de altura sobrevive até atingir as classes de maior diâmetro.

Área perturbada: Parte que sofreu menores perturbações e não perdeu a capacidade de autorregeneração ou resiliência.

Características: Maior diversidade de espécies, maior estrutura de flora e fauna, maior capacidade dos solos e melhores possibilidades de recuperação natural.

Sabe-se que o solo é o local onde ocorre mais interações entre as esferas hidrológicas, biológicas, atmosféricas e geológicas (Reinert,1998). Por isso o solo pode ser usado como base para a classificação de áreas degradadas.

A degradação do solo pode ser divida em três categorias:

Degradação física: Consiste nas alterações nas características ligadas ao arranjo das partículas do solo, sendo os principais parâmetros - permeabilidade; densidade; estrutura; aeração; coesão.Alguns exemplos de degradação física do solo: elevado grau de compactação; aeração baixa; alta susceptibilidade à erosão; baixa retenção de água; alteração na topografia do terreno.

Degradação química: Resultante da presença de elementos indesejáveis no solo, ou da perda de elementos essenciais ao seu equilíbrio.

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Alguns exemplos de degradação química: deposição de substâncias tóxicas em um aterro sanitário pode degradar quimicamente o solo; uso de fertilizantes e agrotóxicos, principalmente em excesso; a salinização e acidificação, etc.

Degradação biológica: É caracterizada pela considerável redução, ou anulação, da atividade da micro e/ou macrofauna e flora no solo. É consequência da baixa concentração de matéria orgânica.Alguns exemplos da degradação biológica: baixa fertilidade do solo; baixa densidade vegetal; baixa ou quase nenhuma produção de húmus, etc.

Recuperação ambiental: “retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente” (DecretoFederalno97.632/1989)

“Recuperação significa que o local degradado será retornado a uma forma de utilização de acordo com o plano preestabelecido para o uso do solo. Implica que uma condição estável será obtida em conformidade com os valores ambientais, econômicos, estéticos e sociais das circunvizinhanças”(IBAMA,1990)

Para Ashby(2013), “a recuperação de áreas degradadas consiste no restabelecimento do equilíbrio dos processos físicos e/ou químicos e/ou biológicos, permitindo o uso da área após a interrupção dos mecanismos que levaram à degradação, bem como a eliminação dos aspectos/elementos degradados”.

A recuperação de um ou mais aspectos do ambiente degradado pode ocorrer por dois caminhos, ou seja, de maneira natural (espontaneamente) ou por meio de intervenções que tenham um caráter de correção.

Recuperação natural: Atenuação natural, Recuperação espontânea

Considerações do conceito:1-utilização de técnicas/métodos e procedimentos;2-retirar/cessar o(s) agente(s) degradante(s);3-eliminar a degradação dos componentes ambientais;4-proporcionar uma função para a área, igual ou diferente da anterior à degradação;5-sustentabilidade ambiental: social, econômica, ecológica, etc.

Restauração: Consiste no retorno “obrigatório” das condições originais da área antes da degradação (Kobiyamaetal.,2001). O retorno ao estado original consiste em restabelecer todos os aspectos relacionados à topografia, vegetação, solo, fauna, água, etc., apresentando todas as características anteriores à degradação, o que não é possível.

Reabilitação: “...retorno da área degradada a um estado biológico apropriado.”Este retorno não possibilita necessariamente utilização da área por meio de alguma atividade em longo prazo.Refere-se basicamente à restituição dos fatores biológicos e suas relações-ecossistema.Conceito mais encontrado na literatura técnica: Recuperação ambiental que visa um uso da área, após a recuperação, diferente do uso anterior à degradação.

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Remediação: “...eliminação ou minimização da concentração de elementos contaminantes/poluentes, de modo a assegurar a utilização da área”

Sistema natural: ecossistemas onde, desde a revolução industrial em 1750, o impacto do homem não foi maior do que o de quaisquer outras espécies nativas, e não afetou a estrutura do mesmo.

Sistemas degradados: ecossistemas em que a diversidade, produtividade e condição para habitação foram enormemente reduzidas. Os sistemas degradados são considerados insustentáveis, de modo que, apenas sua recuperação ou reabilitação poderá torná-los “potencialmente” sustentáveis.

Atenuação Natural: há o mínimo de atuação antrópicaRecuperação espontânea: não há atuação antropica

Entre as várias atividades degradadoras, destacam-se:

Agricultura “contribui” fortemente para a contaminação do solo e da água no mundo.-Salinização; Acidificação; Eutrofização; Assoreamento; Redução da qualidade do solo e da água.É uma atividade que apresenta um alto potencial de degradação quando não manejada de forma adequada.

Existem muitos fatores relacionados à agricultura que podem causar a degradação dos diversos componentes ambientais: solo, água, ar, organismos, topografia, etc. Entre eles citam-se:

a) inaptidão do ambiente: Nas áreas desmatadas para o cultivo agrícola ocorre a rápida degradação da matéria orgânica devido às altas temperaturas.Com os altos índices de precipitação e a ausência da matéria orgânica ocorrem: lixiviação dos nutrientes; erosão do solo; perda da fertilidade natural; degradação da área.A cobertura inadequada do solo resulta na perda da matéria orgânico. Exemplo: monocultivo.A matéria orgânica no solo aumenta a infiltração, e reduz o escoamento superficial e a erosão. A baixa capacidade de retenção de água da área, devido a falta de matéria orgânica, determina a fragilidade do ambiente.

b) compactação do solo;

c) preparo inadequado do solo: A forma de preparo do solo para o cultivo pode não ser adequada à intensidade de manejo que a área suporta.O revolvimento constante do solo causa a perda da matéria orgânica, aumentando sua densidade aparente nos 30 cm da superfície. Consequentemente, diminui a porosidade e a aeração, prejudicando o crescimento das raízes, a fauna edáfica e a infiltração da água.A camada compactada sofre um aumento da densidade aparente, isto é, um aumento da quantidade de sólidos em relação ao volume de poros. Nesta camada, ocorre: redução na capacidade de infiltração; aumento do escoamento superficial e aumento do risco de erosão da camada mais fértil do solo.

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d) monocultura: A monocultura convencional e intensiva não apresenta sustentabilidade econômica a longo prazo, e muito menos ambiental. Para cada ano de cultivo necessitam-se maiores quantidades de insumos para manter a produtividade.Consequentemente, tem-se um aumento no custo de produção e comprometimento do meio ambiente devido à contaminação por agrotóxicos, adubos químicos e sedimentos, resultando na degradação da área.e) irrigação inadequada: Os projetos inadequados de irrigação nas regiões semiáridas do Brasil contribuem para o surgimento de áreas degradadas.Na região Nordeste, os sistemas que utilizam grandes volumes de água causam seu desperdício e a salinização das áreas, acelerando o processo de desertificação.

f) superpastejo: De forma geral, ocorre devido ao uso inadequado do solo, como, por exemplo: exploração da pecuária em áreas de solo arenoso com pastagem natural insuficiente; quantidade de animais acima da capacidade de suporte da área; adoção do sistema de exploração inadequado: extensivo, intensivo, semi-intensivo; utilização de espécies forrageiras que não se adaptam à região.

Consequências: Exposição e desagregação do solo; Erosão eólica e hídrica; Degradação da área; Aceleramento do processo de desertificação.

g) cobertura de solo insuficiente.

Obs.: a não observação desses fatores pode transformar uma área agrícola em uma área degradada

Qual o princípio básico para reduzir o potencial da agricultura em causar a degradação em uma área?- Manejo adequado de todas as atividades relacionadas à água e solo, bem como das práticas associadas ao manejo das culturas: plantio, controle de defensivos, colheita, transporte, etc.- Sempre atender a capacidade de uso do solo e capacidade de suporte do meio ambiente

Mineração: A mineração não apresenta grandes parcelas em extensão quando comparada às outras atividades degradadores. Sua ocorrência é pontual, ocorre em pequenas áreas, em comparação com as atividades agrícolas.No entanto, os efeitos desta atividade têm um elevado potencial de agressão ao meio ambiente.

A mineração causa grandes impactos devido: a remoção de camada profundas do solo; retirada da vegetação; alteração do regime de escoamento da água.

O grande problema da mineração é que os minérios encontram-se em camadas heterogêneas misturados com outros de baixo valor econômico.Por isso, a necessidade de retirada de grandes volumes de solo, gerando uma maior susceptibilidade à erosão severa, associada com a ação do regime hidrológico que causa problemas de ordem física, química, biológica e topográfica.

Urbanização: Fatores relacionados à urbanização - Crescimento demográfico; Aumento da industrialização e Concentração populacional. Principais consequências da construção de uma cidade sobre o equilíbrio ambiental:

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-Desestruturação da topografia local e do regime hidrológico;-Produção de sedimentos por vários tipos de erosão;-Contaminação de mananciais por resíduos e deposição de entulhosO impacto das cidades não ocorre apenas nas áreas onde são construídas, mas também pelo consumo de energia e água, e geração de resíduos. Grandes áreas são exploradas nos arredores das cidades para obtenção desses recursos para atender a população.

O crescimento gradual das cidades aumenta a quantidade de resíduos produzidos que contaminam as áreas urbanas e os locais onde são destinados – aterros sanitários, lixões, rios, etc. - tornam-se áreas degradadas.Conclusão: O problema da urbanização com relação à ocorrência de áreas degradadas não se dá apenas na área urbana, mas nos ecossistemas próximos, e também distantes desta área. Assim a urbanização é qualificada como a atividade que produz mais áreas degradadas.

É a partir da realização inadequada dessas atividades, e outras, que (também) surgem às áreas degradadas.

Legenda: (1) Área apenas impactada(2) e (3) Área em processo de degradação – Área perturbada(4) Área degradada – em processo(5) Área desertificada

Estratégias de recuperação de áreas degradadas (RAD)

Área degradada: aquelas submetidas a impactos que diminuíram ou impediram a sua capacidade de restabelecer-se naturalmente através de processos sucessionais.

Surgimento de uma área degradada Manejo inadequado do solo e/ou demais recursos naturais e/ou Ação de fatores naturais

Estratégia de recuperação de uma área degradada1) Identificar o tipo e o grau (intensidade) da degradação e diagnosticar;2) Definir o uso final da área a ser recuperada3) Definir as medidas/técnicas de recuperação.

Importância da recuperação do solo Medidas adotadas para recuperação Voltadas para proteção ou correção do solo (e demais fatores); Promover uma funcionalidade (igual ou diferente a anterior) sustentável.

(1) (2) (3) (4) (5)(0)

Tempo

Nível de impactação

Capacidade limite de recuperação natural

Capacidade limite de recuperaçãoÁrea emequilíbrio ambiental

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I) Recomendações básicas de sistemas de manejo do solo

Preparo do solo: Tem grande importância nas perdas de solo, pois interfere diretamente na cobertura vegetal e nas características físicas e biológicas do solo. É uma prática agrícola que tem como objetivo oferecer condições ideais para a semeadura, germinação, emergência das plântulas, desenvolvimento e produtividade das culturas.

De forma geral podem ser divididas em três categorias:

Preparo primário: operações mais profundas e grosseiras que visam remover e incorporar ervas daninhas e restos da cultura no solo. Exemplo: aração, escarificação etc. Preparo secundário: são todas as operações subseqüentes ao preparo primário, como o nivelamento do terreno, destorroamento, incorporação de fertilizantes, eliminação de ervas daninhas no início de seu desenvolvimento, produzindo um ambiente favorável ao desenvolvimento inicial da cultura implantada. Exemplo: gradagem, operação com enxada rotativa, etc.

Tratos culturais: utilização de práticas após a cultura ser implantada visando, basicamente, eliminar as ervas daninhas, fazer amontoa etc. Exemplo: capina mecânica, etc.

Os implementos de preparo do solo devem se adaptar às condições e tipos de solo, visando principalmente à preservação das características físicas e biológicas na camada de preparo, evitando a desagregação excessiva, aumentando a infiltração e, consequentemente, diminuindo as perdas de solo.

a) Condições de umidade do solo- as alterações que ocorrem no solo durante o seu preparo são decorrentes, principalmente, do tipo de implemento usado, mas também do conteúdo de umidade do solo.- deve-se efetuar o preparo de solo num ponto de umidade onde o solo apresenta a menor atração entre as partículas, dada pelo somatório das forças de coesão e de adesão. Isso ocorre quando o solo se encontra úmido, ou seja, com um teor de umidade que possibilite fácil esboroamento dos agregados, que é a condição de friabilidade.

b) Sentido de Preparo do SoloA realização do preparo do solo deve ser feito em contorno, ou seja, de forma perpendicular ao declive. A simples adoção desta prática representa uma redução de até 50% nas perdas de solo. Deve-se sempre evitar o preparo do solo “morro abaixo”, pois nessas condições a erosão é intensificada o que promove perda de nutrientes, matéria orgânica, sementes, além de assorear rios, açudes, além de formar voçorocas.

c) Sistemas de CultivosO efeito do preparo do solo sobre suas propriedades químicas, físicas e biológicas não depende apenas do implemento empregado, mas, também, da forma e intensidade de seu uso. Sob o ponto de vista da conservação, o melhor preparo é aquele que envolve um menor número de operações e deixa o máximo de resíduos culturais na superfície.

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Baseado no tipo de implemento e na intensidade de seu uso podemos identificar três tipos básicos de preparo do solo:

C.1) Convencional: envolve uma ou mais arações e duas ou mais gradagens.C.2) Reduzido: O principal aspecto deste sistema de preparo é o reduzido número de operações de preparo.C.3) Plantio Direto: revolvimento do solo apenas por meio de sulcos para semeadura.

II) Manejo e conservação dos recursos naturais

a) Planejamento conservacionista

O planejamento conservacionista é essencial para obter-se melhores rendimentos na exploração das culturas.

Objetivos: obter o máximo proveito da terra por unidade de área plantada, proporcionando o desenvolvimento socioeconômico do produtor rural e sua família, assim como, a conservação dos recursos naturais da propriedade agrícola.

- É necessário ter em mente que uma propriedade não é constituída somente de um tipo de solo e estes não ocorrem em apenas um tipo de declividade. - A distribuição dos cultivos na propriedade é ponto chave no planejamento conservacionista. - Em consonância à distribuição adequada dos cultivos, devem-se associar outras técnicas vegetativas e mecânicas, pois o planejamento conservacionista não é composto de técnicas isoladas, mas sim integradas.- O planejamento determinará as áreas mais apropriadas para o plantio de culturas anuais, perenes, pastagem, reflorestamento etc e adotar medidas de controle à erosão. - Cada tipo de solo tem sua aptidão, isto é, os solos devem ser usados com culturas mais adequadas a sua capacidade de uso.

b) Métodos de Controle da Erosão

Os dois fatores que concorrem diretamente para a erosão do solo são a declividade do terreno e o volume e intensidade da precipitação. Os diversos métodos de conservação do solo visam reduzir/evitar a ação da água da chuva sobre o terreno.

b.1) Terraceamento

É um dos métodos de conservação do solo mais antigos e também um dos mais utilizados que visam reduzir a velocidade da água das chuvas erosivas que escorrem sobre o terreno

Objetivos: - reter solo e evitar ou corrigir os efeitos da erosão;- reduzir a velocidade do escoamento e aumentar a infiltração da água;- destinar o excesso de água para um local adequado: grotas, riachos, etc.

- O terraceamento é indicado para terrenos que apresentam declividade entre 6 a 12%,

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- Pode ser usado, com sucesso, em declives maiores, como também pode ser necessário a sua indicação em encostas menos íngrimes, dependendo da intensidade das chuvas e da suscetibilidade do solo à erosão.- Deve, obrigatoriamente, estar associada à outras práticas conservacionistas, como: plantio em curva de nível, plantio em faixas de retenção, rotação de culturas, cordões vegetados, alternância de capinas, manutenção da cobertura morta, etc.

De acordo com a topografia da região, recomenda-se que os terraços sigam os seguintes padrões:

- até 12% é indicado o uso do terraço de base larga mesmo em área que futuramente sejam transformadas em pastagens, construído com lâmina terraceadora.- de 12 a 15% é indicado o uso do terraço do tipo base estreita, construído com o arado terraceador de discos, ou com lâmina terraceadora.- acima de 15% recomenda-se o uso de terraços com faixa viva