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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP SERVIÇO SOCIAL Chaiane Lemos Schiller- RA 2337451769 Daltiéli Furtado Marinho- RA 2350456706 Leticia Baillo Petiz- RA 3333548660 TRAJETÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL E QUAIS SUAS PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO ATÉ A DÉCADA DE 1970 PELOTAS

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERPSERVIÇO SOCIAL

Chaiane Lemos Schiller- RA 2337451769Daltiéli Furtado Marinho- RA 2350456706

Leticia Baillo Petiz- RA 3333548660

TRAJETÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL E QUAIS SUAS PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO ATÉ A DÉCADA DE 1970

PELOTAS

2011

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERPSERVIÇO SOCIAL

Chaiane Lemos Schiller- RA 2337451769Daltiéli Furtado Marinho- RA 2350456706

Leticia Baillo Petiz- RA 3333548660

A INFLUENCIA DAS CORRENTES FILOSÓFICAS NO SERVIÇO SOCIAL E A IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO PARA A

PROFISSÃO

O presente trabalho será apresentado para a obtenção de nota parcial na disciplina de Fundamentos Históricos e Metodológicos do Serviço social I sob a orientação da Professora EAD: Mª. Edilene Xavier Rocha Garcia e do Tutor (a) presencial: professora, Mestre em Políticas Sociais Alessandra Ballinhas de Moura, da Faculdade de Serviço Social, da Universidade Anhanguera – Uniderp, centro de educação a distancia- Pólo-Pelotas

Pelotas,

Outubro de 201

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1. INTRODUÇÃO

Em um breve histórico para melhor situar o serviço social no Brasil,

percebemos que, com a queda da República Velha e a decadência da Oligarquia

paulista e mineira, na década de 30, as questões sociais eram tratadas como caso

de policia. Então a pioneira assistente social Adéle de Longos faz uma visita ao

Brasil a fim de ministrar palestras e participar de conferências nas cidades de São

Paulo e do Rio de Janeiro, então é iniciada a idéia de Serviço Social no Brasil.

A primeira Escola de Serviço Social fundada no Brasil, na cidade de São

Paulo, teve por responsáveis as apostolas de Adéle, o curso era técnico e tinha

forte influência da corrente neotomísta, presente na doutrina cristã.

Foi instituída em 1938 a Seção de Assistência Social, a fim de promover um

conjunto de trabalhos de reajustamento dos indivíduos ou grupos ao regime,

impondo a ideologia capitalista e de que todos deveriam aceitar sua condição

social que estão inseridos. Segundo (IAMAMOTO; CARVALHO, 1988, p.179). O

assistente deveria recorrer de todo meio material que pudesse influenciar o cliente

no sentido desejado, para facilitar sua readaptação.

O Serviço Social era concebido como uma “missão”, um “serviço” à

sociedade, que estava na dependência de uma “vocação” específica de seus

agentes, a quem competiria, segundo expressões muito utilizadas na época, “fazer

o bem-feito”. Isso significava realizar um trabalho de ajuda com competência

técnica, com base em princípios filosóficos e morais, que seriam transmitidos aos

assistentes sociais, através da educação.

Essa visão inicial, com muita ênfase em conteúdos filosóficos, logo se

mostrou insuficiente para a atuação prática dos assistentes sociais. A partir da

década de 40 do século XX, os novos profissionais procuraram um aprimoramento

técnico e metodológico, tendo como fundamento as Ciências Sociais e, com elas, a

visão funcionalista americana passou para o brasileiro.

A partir do período, seguinte, no Brasil, de 1946 a 1964 temos um panorama

que não constou de mudanças significativas no campo das instituições de

assistência, pois o Estado deu continuidade ao controle nas relações existentes e

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3

mesmos no que se refere às demandas sociais, buscava-se focalizar o trabalho

nas disputas eleitorais. Assim apontamos as seguintes instituições:

Fundação Leão XIII: Criada em 1946 pelo governo federal a partir do

objetivo de atuar especificamente juntos aos moradores de favelas, concentrados

nos grandes centros urbanos. Provem da articulação entre Estado e a hierarquia

católica.

SESI (Serviço Social da Industria): Criado em 1946, no pós-guerra visando

atuar no bem-estar do trabalhador na industria. Nesse período (Estado Novo) o

empresariado, conforme interesses próprios se insere na política de controle social.

No entanto o investimento do empresariado nesta ação é mínimo no que tange a

responsabilidade do Estado, que provem com recursos públicos as políticas sociais

voltados para os trabalhadores.

Nos anos 50 a partir da modernização do aparelho do Estado, no governo do

Presidente Juscelino Kubitschek, as instituições de assistência são instrumentos de

veiculação de políticas sociais com aspectos claramente assistencialistas. A pesar

de seu ideal nacionalista, Getúlio Vargas (1951) permaneceu com sua postura de

discursos populistas, nutrindo sentimentos contrários ao investimento estrangeiro

na mente do povo. Entretanto não impede a propagação da ideologia imperialista

dos Estados Unidos no país. A ideologia imperialista dos Estados Unidos consistia

na defesa nacional e no combate ao avanço do comunismo.

A partir da mudança do regime político no ano de 1964, em conseqüência da

ditadura militar, os recursos para as instituições são reduzidos conforme a ideologia

vigente de “deixar o bolo crescer para depois repartir”. No entanto apesar do

contexto de crescimento econômico a classe trabalhadora seguia em um processo

de empobrecimento crescente.

Esses fundamentos foram muito questionados, pelos profissionais do

Serviço Social do a partir da década de 60, época em que grandes mudanças

ocorreram na vida social, econômica, política e cultural brasileira.

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4

A partir destes questionamentos há uma necessidade de reconceituar,

teórica e metodologicamente as questões do sistema vigente e às formas

tradicionais de ação produzida até então.

Surge um marco histórico no cenário brasileiro da profissão indicando novos

papéis profissionais. O assistente social, então passa a participar da política e do

planejamento para o desenvolvimento, deixa de atuar apenas na execução.

Na década de 70, as instituições são influenciadas pela política

desenvolvimentista, burocrática e “modernizada”, que visavam obter maior controle

sobre a sociedade. Nesse contexto houve o fortalecimento de instituições como a

LBA que realizou concurso publico para preenchimento das vagas, inclusive para a

área de Serviço Social.

Na década de 80, como conseqüência do fracasso do milagre econômico

tem o crescimento do nível de pauperização da fatia da população que já fazia

parte do segmento marginal do processo produtivo, sendo registrados níveis

expressivos de miséria absoluta, altos índices de mortalidade infantil e desnutrição.

Nesse contexto são inseridos nas instituições diversos programas, constituídos de

ações fragmentadas, que buscam atender as exigências desse contingente da

população cada vez mais dependente de “benefícios”.

Conforme previsto na Constituição Federal de 1988, no mesmo ano temos

o reconhecimento da Assistência Social como tendo status de Política de

Seguridade Social e passando assim a ser um direito do cidadão e não e um favor

do Estado ou das entidades filantrópicas.

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5

2. DESENVOLVIMENTO

Estudos publicados pelos organismos internacionais e pan-americanos

foram revelando os problemas de subdesenvolvimento da América Latina, sua

dependência em relação aos países hegemônicos e a marginalidade de grande

parte de sua população. O desenvolvimento se transformou numa idéia-força que

penetrou todos os setores da sociedade. A busca de uma saída para a situação de

subdesenvolvimento tornou-se a preocupação dos responsáveis pelas políticas

econômicas e sociais dos países sul-americanos.

Nesse contexto, os intelectuais das áreas das Ciências Humanas e Sociais,

entre eles os de Serviço Social, questionavam-se sobre as formas de superação

das situações de atraso e de marginalidade social e sobre o papel dos diferentes

profissionais no processo de desenvolvimento. Com a consciência das condições

de subdesenvolvimento do País e da pobreza de grande parte da população,

crescia entre os profissionais um sentimento de frustração, gerado pela

incapacidade de atender às demandas sociais. Associavam-se a esse sentimento,

a falta de reconhecimento e o desprestígio profissional do Serviço Social, em

relação às profissões mais tradicionais.

Embora amparada por toda essa legislação federal, resultado das lutas dos

assistentes sociais e das associações profissionais e de ensino do Serviço Social,

a profissão custou a conquistar o reconhecimento da sociedade. As dificuldades

encontradas pelos profissionais na valorização do seu trabalho estavam

estreitamente ligadas às origens do Serviço Social e às imagens e estereótipos que

se criaram em torno de suas práticas. As atividades do Serviço Social foram

historicamente identificadas com práticas religiosas ou estatais, de cunho

assistencialista e paternalista, que se mostravam ineficazes diante dos desafios da

miséria e do subdesenvolvimento.

Na medida em que não se conseguia um consenso no interior da própria

profissão, tornava-se difícil obter a compreensão da população assistida e das

instituições, que nem sempre respeitavam as prerrogativas profissionais do

assistente social.

Page 7: Reconceituação 2

6

Muitos dos problemas enfrentados pelos assistentes sociais brasileiros eram

também sentidos pelos profissionais da categoria, em outros países sul-

americanos. A aproximação e a possibilidade de intercâmbio profissional tornaram-

se um fato, quando a América Latina começou a voltar-se para si mesma, a realizar

seminários entre os países do Sul do continente e a promover estudos sobre seus

problemas de desenvolvimento.

Na busca de novas alternativas de ação aos desafios sociais, os Assistentes

Sociais integraram-se ao projeto desenvolvimentista, realizando experiências

significativas de organização comunitária, a partir da década de 50 do século XX.

Muitos profissionais da área se envolveram, igualmente, nas lutas de sociedade

brasileira pelas Reformas de Base, que aconteceram nos anos 60 e participaram

dos movimentos de Educação de Adultos e Cultura Popular. Com o golpe militar de

1964, esses Assistentes Sociais, como muitos brasileiros que lutaram pela

transformação social, sofreram a repressão do regime. No Brasil pós-64, as

alterações no modelo econômico haviam redefinido e reforçado seus laços de

dependência em relação aos países industrializados. Os investimentos de capital

estrangeiro no País permitiram, entretanto, uma grande dinamização de sua

economia, com conseqüente reorganização administrativa, tecnológica e financeira.

A implantação e a consolidação desse novo modelo, que permitiu a

acumulação e a expansão capitalista, eram acompanhadas de novas formas de

controle social e político. Houve repressão das classes trabalhadoras e contenção

dos salários. Como mecanismo compensatório, foi implantada uma série de

medidas de política social, sem consulta ou participação da classe trabalhadora.

Nesse contexto, houve uma tendência ao crescimento da demanda de Assistentes

Sociais, como agentes executores das políticas sociais. Desses profissionais,

exigiram-se especialização em políticas sociais, planejamento, administração de

serviço, o que significava uma formação técnica e metodológica rigorosa e

adequada ao mercado de trabalho.

Essas exigências em relação ao Serviço Social se inseriam no processo

mais amplo de modernização da Educação, considerada uma das condições

básicas para o processo de desenvolvimento do País. Tornara-se urgente a

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7

formação de recursos humanos para acelerar o desenvolvimento científico e

tecnológico, o que implicava na reorganização de todo o sistema educacional, com

base na racionalização, eficiência e produtividade.

Com a restrição dos movimentos mais amplos de mudanças social, após 64,

os Assistentes Sociais se dedicaram com maior profundidade à crítica interna.

Foram realizados importantes encontros profissionais, em níveis regionais,

nacionais e latino-americanos, debatendo as questões profissionais e educativas

do Serviço Social. A partir desses encontros, foram se definindo novas tendências

no seu interior, tendo sido incrementada a produção intelectual e científica da área,

em revistas, documentos e livros.

Inicia-se um processo de Renovação do Serviço Social, buscando conjunto

de características novas; rearranjo de suas tradições; assunção das contribuições

das tendências do pensamento social contemporâneo; legitimação prática, através

de respostas a demandas sociais; validação teórica, mediante a remissão às

teorias e disciplinas sociais, bem como a construção de um pluralismo profissional.

Tendo em vista a validação teórica da profissão e a conquista de um espaço na

interlocução com os problemas e as disciplinas das ciências sociais.Visando assim,

achar referências a um repertório de problemas e um arsenal heurístico mais

amplos aos crescentes núcleos temáticos do processo cultural contemporâneo da

sociedade brasileira.

O relacionamento mais estreito com os assistentes sociais latino-americanos

e a consciência da existência de problemas comuns, desafiando elementos de uma

mesma profissão, deu origem a Reconceituação que se caracterizou pela crítica

radical ao sistema vigente e às formas tradicionais de ação, propondo novos

enfoques teóricos e metodológicos. O movimento não era homogêneo, abrigando

várias tendências no seu interior. Nascido na década de 60 cresceu na de 70 e

serviu de estímulo para a produção de vários documentos na área, com importante

contribuição para a revisão da teoria, da prática e do ensino de Serviço Social.

“O movimento de renovação na profissão, que se expressa em

termos tanto da re-atualização do tradicionalismo profissional,

quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O

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8

Serviço Social se Tornar laico, excluindo o elemento religioso ou

eclesiástico e passa a incorporar nos seus quadros segmentos

dos setores subalternizados da sociedade. Estabelece

interlocução com as Ciências Sociais e se aproxima dos

movimentos “de esquerda”, sobretudo do sindicalismo combativo e

classista que se revigora nesse contexto.

O profissional amplia sua atuação para as áreas de pesquisa,

administração, planejamento, acompanhamento e avaliação de

programas sociais, além das atividades de execução e

desenvolvimento de ações de assessoria aos setores populares. E

se intensifica o questionamento da perspectiva técnico-

burocrática, por ser esta considerada como instrumento de

dominação de classe, a serviço dos interesses capitalistas.

”¹(Conselho Regional de Serviço Social - RJ 7ª Região).

A partir da década de 1960, caracteriza-se pelo movimento de

reconceituação e tendo como marco referencial a procura de um modelo teórico-

prático para nossa realidade. O serviço social fundamenta sua teoria Ciências

Sociais, para inserir-se nos fenômenos em transição, procurando capacitar o

homem para que lute, construa e contribua para as reformas sociais

“Extrapolar o Serviço Social para melhor apreendê-lo na história

da sociedade da qual ele é parte e expressão. É importante sair da

redoma de vidro que aprisiona os assistentes sociais numa visão

de dentro e para dentro do Serviço Social, como precondição para

que se possa captar as novas mediações e requalificar o fazer

profissional, identificando suas particularidades e descobrir

alternativas de ação.

Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente

é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir

propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar

direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser

um profissional propositivo e não só executivo. ”(IAMAMOTO,

2000)

A história do Serviço Social está ligada aos fatos históricos, portanto não

deve ser entendida como uma cronologia de fatos, mas na sua ligação com o

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9

contexto geral da sociedade, isto é, a história dos processos econômicos, das

classes e das próprias ciências sociais. Segundo SILVA (1995), a história do

Serviço Social:

(...) não deve ser entendida como uma cronologia de fatos, mas na sua

ligação com o contexto geral da sociedade (...) isto é, a história dos processos

econômicos, das classes e das próprias ciências sociais. (p. 35)

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11

2.1 RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO

Três momentos: segunda metade dos anos 60; segunda metade dos anos

70; abertura dos anos 80: Perspectiva Modernizadora, Perspectiva De

Reatualização Do Conservadorismo e a terceira direção, perspectiva que se propõe

como Intenção De Ruptura.

No Brasil encontro regional de escolas de Serviço Social do nordeste (1964)

é considerado a primeira manifestação grupal de crítica ao Serviço Social

tradicional e ensaio de reconceituação (docentes e profissionais posicionam os

métodos de intervenção face à realidade subdesenvolvida do nordeste). Dando

ênfase à crítica quanto ao aspecto economicista e adota o processo de

conscientização na linha de liberação do oprimido.

A perspectiva modernizadora constitui a primeira expressão do processo de

renovação do Serviço Social no Brasil. Ela se desdobra nos eventos de Araxá (19-

26/03/1967) e Teresópolis (10-17/01/1970). Esses dois documentos podem ser

considerados a tentativa de adequar o Serviço Social às tendências políticas que a

ditadura tornou dominante e que não se punha como objeto de questionamento

pelos protagonistas que concorriam à sua elaboração.

Realizado o 1º Seminário de Teorização do Serviço Social, em Araxá (MG),

evento histórico no processo de "teorização" e "reconceituação" do Serviço Social

brasileiro, que propôs ações profissionais mais vinculadas à realidade social e

política do país.

Araxá vai conduzir a adequação da metodologia do Serviço Social

que vão se efetivar em dois níveis o micro e o macro. No micro é

essencialmente operacional, o macro compreende as funções do Serviço

Social ao nível da política e do planejamento para o desenvolvimento da

infra-estrutura social. O documento entende-se a estrutura social como

facilidades básicas, programas de saúde, educação, habitação, serviços

sociais fundamentais. Algo significativo é a vontade da profissão onde os

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12

Assistentes sociais não sejam mais meros executores das políticas

sociais, sejam capazes, sobretudo de formulá-las e geri-las.

A nova fundamentação vem para legitimar o papel e os procedimentos

profissionais e os aportes extraídos do estrutural-funcionalismo norte-americano. O

caráter modernizador desta perspectiva é aceita como dado inquestionável a

ordem sociopolítica da Ditadura Militar, procura dotar a profissão de referências e

instrumentos capazes de responder às demandas que se apresentam; se reporta a

valores e concepções mais tradicionais, não para superá-los ou negá-los, mas para

inseri-los numa moldura teórica e metodológica menos débil; foi a expressão da

renovação profissional adequada a autocracia burguesa;

Organizado pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços

Sociais, o evento reuniu 38 assistentes sociais de vários estados brasileiros,

produzindo o "Documento de Araxá".

O Documento de Araxá, de uso corrente no Brasil, explicita esta postura

quando enuncia os postulados e princípios que fundamentam a ação do Serviço

Social.

Postulados:

Postulado da dignidade da pessoa humana: que se entende como uma

concepção do ser humano numa posição de eminência ontológica na ordem

universal e ao qual todas as coisas devem estar referidas;

Postulado da sociabilidade essencial da pessoa humana: que é o

reconhecimento da dimensão social intrínseca à natureza humana e, em

decorrência do que se afirma o direito de a pessoa humana encontrar na

sociedade, as condições para sua a auto-realização.

Postulado da perfectibilidade humana: compreende-se como o

reconhecimento de que o homem é, na ordem ontológica, um ser que se

auto-realiza no plano da historicidade humana, em decorrência do que se

admite a capacidade e potencialidades naturais dos indivíduos, grupos,

comunidades e populações para progredirem e se auto promoverem.

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13

 

Princípios Operacionais:

 

Estímulo ao exercício da livre escolha e de responsabilidade de decisões;

  Respeito aos valores, padrões e pautas culturais;

Anseio à mudança nos sentido da autopromoção e do enriquecimento do 

indivíduo, grupo, da comunidade, das populações;

Atuação dentro de uma perspectiva de globalidade na realidade social.

Mesmo na chamada Renovação do Serviço Social1, a identificação do

método com a intervenção pragmática e imediatista permanece, e de certa forma,

cristaliza-se, face às novas exigências e demandas postas aos profissionais,

decorrentes da inscrição do Brasil no circuito monopolista internacional, marcado

pelo “exaurimento de um certo padrão de desenvolvimento capitalista” (NETTO,

2011). Assim, o chamado Serviço Social tradicional, que passa a ser questionado

formalmente no Brasil por volta dos anos 60, concede lugar a um amplo processo

que combina simultaneamente avanços e continuidades, pois, se de um lado, a

Renovação do Serviço Social, ainda que nas tendências de corte mais

conservador, buscou, dentre outros aspectos, a validação e legitimação teórica,

inaugurando a possibilidade de interlocução com as ciências sociais; por outro,

percebe-se a manutenção da mesma perspectiva de homem e mundo

tradicionalmente existente no âmbito profissional. Para NETTO (2011), “... não há

rompimento: há a captura do ‘tradicional’ sobre novas bases”. (p.168)1 Conforme NETTO (1991), “entendemos por renovação o conjunto de características

novas que, no marco das constrições da autocracia burguesa, o Serviço Social articulou, à base do rearranjo de suas tradições e da assunção do contributo de tendências do pensamento social contemporâneo, procurando investir-se como instituição de natureza profissional dotada de legitimação prática,através de respostas a demandas sociais e da sua sistematização, e de validação teórica, mediante remissão às teorias e disciplinas sociais.” (NETTO, 2011:131)

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No entanto, se em Araxá (1967) nos é possível perceber a franca

associação do Serviço Social a uma determinada direção sócio-política,

organicamente vinculada aos interesses e exigências da burguesia, expresso sob o

signo da autocracia, Teresópolis (1970) avança na constituição do “modus

operandi” necessário a esta opção ídeopolítica. Assim, tomando como tema central

a metodologia do Serviço Social, o Seminário de Teresópolis consistiu em um dos

grandes marcos para a apreensão do significado do método para o Serviço Social

com repercussão em toda América Latina. Oferece uma metodologia do

Serviço Social voltada para a prática profissional do Serviço Social e que

se desenvolva com um nível mínimo de cientificidade.

“... o que está no centro das formulações, aqui, não são teorias,

valores, fins e legitimidade (antes, esses componentes são dado

como tácitos), mas sim a determinação de formas instrumentais

capazes de garantir uma eficácia da ação profissional apta a se

reconhecida como tal pelos complexos institucional-

organizacionais.” (NETTO, 2011)

Algumas características da Perspectiva Modernizadora:

• Preocupação com a problemática do desenvolvimento

• A relação subdesenvolvimento/desenvolvimento - um continuum

• Concepção teórica: estrutural-funcionalismo, Positivista

• Concepção ideológica: reformismo conservador de viés desenvolvimentista

• Seminário de Araxá em 1967

• Seminário de Teresópolis em 1970

• Seminário de Sumaré em 1978

• Seminário do Alto da Boa Vista em 1984

Oito anos depois (1978) realizou-se o encontro de Sumaré (RJ), objetivando

a cientificidade do Serviço Social. Este encontro registra o deslocamento da

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perspectiva modernizadora da arena central do debate e da polêmica e a disputar

seus espaços e hegemonia com ressonância nos foros de discussão, organização

e divulgação da categoria profissional. O desafio que ficou foi de discutir a

construção do objeto do Serviço Social mediante um enfoque dialético que

incorpore uma dupla perspectiva: a da ciência e a dos modos de produção das

formações sociais e das conjunturas políticas.

Os demais seminários ocorridos em Sumaré e Alto da Boa Vista,

empreenderam efetivamente uma ruptura com a herança conservadora, da qual o

Serviço Social é legatário.

Na verdade, somente com o declínio do ciclo autocrático burguês, foi

possível a alguns setores profissionais (sobretudo aqueles que estavam na

docência) enveredarem investigações que de fato possuíam vinculação com um

projeto de ruptura com o “Serviço Social tradicional”.

Ao Serviço Social tradicional se atribui um posicionamento funcionalista,

positivista por influência americana. Propõe um trabalho de ajustamento, de

integração do indivíduo ao seu meio, ou seja, um todo harmônico.

A tentativa de ruptura constitui um esforço de construção de uma nova teoria

de uma práxis do Serviço Social.

Algumas características da Reatualização Do Conservadorismo:

• Subordinação às exigências da modernização conservadora

• Valorização da elaboração teórica

• Crítica à herança positivista e utilização da fenomenologia

• Ajuda psicossocial (viés psicologizante)

• Dissolução das determinações de classe nos processos societários

• Centralização nas dinâmicas individuais e recuperação de valores

tradicionais

• Duplo combate: tendências da modernização; incidências da tradição

marxista

• Intervenção em nível de microatuação

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A ruptura com o Serviço Social tradicional expressa rompimentos das

amarras imperialistas, de luta pela libertação nacional e de transformação da

estrutura capitalista. A ruptura com a herança conservadora expressas como uma

luta por alcançar novas bases de legitimação da ação profissional, e de colocar-se

a serviço dos interesses dos usuários.

E tem como pré-requisito que o Assistente social aprofunde a compreensão

das implicações políticas de sua pratica profissional, polarizada pela luta de classes

Essa interação entre o aprofundamento teórico rigoroso e a pratica renovada,

politicamente definida, constitui elemento decisivo para superar o voluntarismo, a

prática rotineira e burocrática, as tendências empiristas, o alheamento do modo de

vida do povo e o desconhecimento do saber popular.

A realização de práticas de numa perspectiva dialético-marxista vinha sendo

tentada desde a década de 70. Nessa época, o movimento de Reconceituação

apresentava uma nítida influência. De acordo com essa perspectiva, as instituições

eram consideradas aparelhos ideológicos do Estado e lugar de luta de classe pela

direção da sociedade e o de Serviço Social , como “atividade auxiliar e subsidiária

no exercício do controle social e na difusão da ideologia dominante” (Iamamoto e

Carvalho, 1983, p. 23).

Os Assistentes Sociais e os acadêmicos estagiários, com base nesses

conhecimentos, nem sempre bem assimilados, passaram a adotar uma postura de

negação da prática institucional, o que os colocava em confronto com as

instituições. Por outro lado, crescia a participação nos movimentos populares,

dando-se ênfase à prática política.

A experiência vivenciada pelos docentes da Escola de Serviço Social da

Universidade Católica de Belo Horizonte durante o período de 1972 a 1975,

comumente conhecido por “Método BH”. Inicialmente podemos afirmar que o

“Método BH” consistiu efetivamente no primeiro projeto para a profissão, que

pretendia romper com o “Serviço Social tradicional”, do ponto de vista teórico-

metodológico, formativo e interventivo. Além das imponderáveis críticas que se

estabelece a este, a experiência de Belo Horizonte indicava, já naquela ocasião, os

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parâmetros para a construção de um determinado perfil profissional, cuja

competência deveria estar assentada em pelo menos três dimensões: política,

teórica e interventiva. Sem dúvida alguma, foi a única proposta que, diante das

demais tendências em presença – modernizadora, por um lado; e fenomenológica,

por outro; avançou de encontro às prerrogativas até então existentes que

informavam tradicionalmente a profissão.

Desta forma, o “Método BH” (que inaugura o surgimento da vertente

nominada por NETTO – 2011, de “intenção de ruptura”) configura-se enquanto

mais um dos importantes marcos para se entender a trajetória do Serviço Social no

Brasil, sobretudo pela sua inédita e formal aproximação com a tradição marxista.

Algumas características da Intenção De Ruptura:

• Caráter de oposição ao regime autocrático burguês

• Cresce com a crise da autocracia burguesa

• depende de liberdades democráticas para avançar no seu processamento.

• Vinculação estreita com universidade

• bases sociopolíticas: democratização; movimento das classes exploradas

• elementos fundamentais: método BH;

• reflexão de Iamamoto (1982).

Segundo NETTO, 2011, Iamamoto: compreende o significado social do

exercício profissional em suas conexões com a produção e reprodução das

relações sociais na formação social vigente na sociedade brasileira.

O Serviço Social inserido na dinâmica capitalista, à luz de uma inspiração

teórico-metodológica haurida direta e legitimamente na fonte marxista. Com ela, as

problemáticas internas da profissão encontram a base para um equacionamento

novo e concreto; situa histórica e sistematicamente as questões de teoria, método,

objeto e objetivos profissionais no âmbito que lhes é precípuo: o da

profissionalidade que se constrói nos espaços da divisão sociotécnica do trabalho,

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tencionados pelo rebatimento das lutas de classes. Com a elaboração de

Iamamoto, a vertente intenção de ruptura se consolida no plano teórico-crítico

O novo desafio consistia em construir teorias a partir dessas práticas,

buscando-se a definição da especificidade da prática do Serviço Social, em meio a

outras práticas sociais. Na década de 70, continuaram, com maior vigor, os

questionamentos em relação à formação para o Serviço Social, articulados às

críticas à Educação e à Universidade. Apesar de todo o aparato policial repressor,

surgiram novos movimentos sociais de reivindicação salarial, que se ampliaram,

assumindo caráter contestatório em relação às condições sociais e políticos de

País.

No fim da década de 70 do século passado e início da seguinte, junto com

os movimentos sindicais, cresceram as reivindicações dos moradores de vilas e

bairros, e se fortaleceram as comunidades eclesiais de base. Setores da classe

começaram também a se articular no sentido de fazer oposição ao regime político

em vigor. Crescia a pressão pela volta da democracia, que tornasse possível o

exercício da cidadania.

O propósito é promover uma permanente articulação política no

âmbito da sociedade civil organizada, para contribuir na

definição de propostas e estratégias comuns ao campo

democrático. Esse projeto requer ações voltadas ao

fortalecimento dos sujeitos coletivos, dos direitos sociais e a

necessidade de organização para a sua defesa, construindo

alianças com os usuários dos serviços na sua efetivação.

Nesse sentido é fundamental estimular inserções sociais que

contenham potencialidades de democratizar a vida em

sociedade, conclamando e viabilizando a ingerência de

segmentos organizados da sociedade civil na coisa pública.

Ocupar esses espaços coletivos adquire maior importância

quando o bloco do poder passa a difundir e empreender o

trabalho comunitário sob a sua direção, tendo no voluntariado

seu maior protagonista. Representa uma vigorosa ofensiva

ideológica na construção e/ou consolidação da hegemonia das

classes dominantes em um contexto econômico adverso, que

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passa a requisitar ampla investida ideológica e política para

assegurar a direção intelectual e moral de seu projeto de classe

em nome de toda a sociedade, ampliando suas bases de

sustentação e legitimidade. P.28(IAMAMOTO, 1966,)

Os assistentes sociais passaram a se questionar sobre os rumos da ação

profissional, face à rearticulação dos movimentos populares e das organizações da

sociedade civil. Discutiam-se a formação profissional e a relação da prática com os

conhecimentos teóricos veiculados.

Pelos fins da década de 80, com a redemocratização do País e com a nova

Constituição do Brasil,em 1988 ocorreu uma importante mudança na área do

Serviço Social, que acompanha todo um movimento da sociedade brasileira. As

políticas sociais passaram a direcionar-se para a universalização e garantia dos

direitos sociais, para a descentralização político-administrativa e para a

participação popular.

Page 21: Reconceituação 2

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3. CONCLUSÃO:

Para discutir-se a relação entre questão social e Serviço Social e este no

Brasil, estudou-se a intensificação do processo de industrialização, o conseqüente

acirramento das relações sociais próprias do sistema capitalista que culminaram

com o agravamento da questão social. Nesse contexto nasceu o Serviço Social e

se desenvolveram os primeiros campos de trabalho da nova profissão. Foram

estudadas neste trabalho as origens históricas da profissão e o contexto histórico.

Podemos concluir que a partir dá década de 60 O Serviço Social se

apresenta uma profunda ruptura com a visão tradicional existente, entendendo-se

como uma profissão profundamente associada à história da sociedade, e dessa

forma, precisa modificar-se conforme as conjunturas sociais tomam novos

direcionamentos. É o que afirma IAMAMOTO (2005), quando se refere ao projeto

ético-político quanto à sua atualização aos novos tempos, e dessa forma contribuir

para a "construção da cidadania, a defesa da esfera pública, o cultivo da

democracia, parceira da eqüidade e da liberdade"(IAMAMOTO, 2005) (p.11). Para

o enfrentamento da questão social o profissional precisa ser comprometido com a

justiça social e fazer da sua prática uma maneira de ampliar o acesso dos

indivíduos aos direitos sociais

O Movimento De Reconceituação envolveu reelaborações por um grande

numero de profissionais na busca de fundamentos, de novos, conhecimentos e

teorias baseado em uma concepção de homem e de mundo e na formulação de

novas metodologias que pudesse instrumentalizar uma ação coerente com um

novo posicionamento.

Além do engajamento político junto aos movimentos sociais democráticos, o

Serviço Social começa a estudar e produzir uma literatura crítica. O movimento de

reconceituação permitiu que os profissionais de Serviço Social buscassem

compreender o significado social da profissão, seus valores, as teorias que

orientavam sua prática, iniciando uma trajetória histórica de amadurecimento

político, ético e teórico. O que se reflete até os dias de hoje tanto na atuação

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profissional quanto na literatura produzida e na busca de metodologias adequadas

às exigências da realidade que poça assegurar a integração teórico-prática na

atividade profissional.

Assim firma uma nova visão das possibilidades da profissão e das funções

do assistente social, no sentido de reformulações teóricas e práticas, na

operacionalização da nova proposta, á luz de posicionamentos ideológicos o que

foi uma conquista que surgiu com o movimento de reconceituação.

Continuam, entretanto, os questionamentos em relação ao Serviço Social,

suas possibilidades e limites, frente aos desafios do mundo contemporâneo e de

que forma essas transformações têm repercutido na profissão.

O Serviço Social Tradicional tinha como principal influencia filosófica o

positivismo, de caráter ideológico reformista e conservador com um viés

desenvolvimentista atribuindo-se um posicionamento funcionalista por influência

americana. Este propunha um trabalho de ajustamento, de integração do indivíduo

ao seu meio, ou seja, um todo harmônico.

Com o processo de reatualização do conservadorismo, estas tendências,

foram mudando de perspectiva para um viés fenomenológico criticando o

positivismo buscando a cientificidade e reflexões sobre o processo histórico

científico de construção do objeto do Serviço Social.

Perspectiva de Intenção De Ruptura com o Serviço Social tradicional recorre

progressivamente à tradição marxista dialética e revela as dificuldades da sua

afirmação no marco sociopolítico da autocracia burguesa.

O procedimento dialético, cuja adoção pelo Serviço Social vem

desempenhando um papel vivificador, tanto na teoria como na prática, privilegiou a

crítica ao chamado Serviço Social tradicional. Quanto á elaboração de uma nova

metodologia oferecendo uma contribuição indiscutível, com o desenvolvimento de

propostas consistentes e válidas.

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4. REFERENCIAS

ALMEIDA, L. C. D. S. RESGATE HISTÓRICO SOBRE O SURGIMENTO

DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL. Webartigos.com. Disponivel em:

<http://www.webartigos.com/articles/25916/1/RESGATE-HISTORICO-SOBRE-O-

SURGIMENTO-DO-SERVICO-SOCIAL-NO-BRASIL/pagina1.html>. Acesso em: 13

abril 2011.

BEAUVOIR, S. O Pensamento da direita hoje. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 1972. p.6 p.

BEAUVOIR, S. O Pensamento da direita hoje. Rio de Janeiro: Paz e

Terra.

BULLA, L. C. Relações sociais e questão social na trajetória histórica do

serviço social brasileiro. Revista Virtual Textos & Contextos, v. ano ll, dezembro

2003.

CONSELHO Regional de Serviço Social - RJ 7ª Região. Disponivel em: <:

http://www.cressrj.org.br/servico_social.php>. Acesso em: 14 abril 2011.

IAMAMOTO, M. V. As dimensões ético-políticas e teórico-

metodológicas no Serviço Social contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes,

1966.

IAMAMOTO, M. V. O Servico Social na Contemporaneidade: trabalho e

formação profissional. 3. ed. ed. São Paulo,: Cortez, 2000.

IAMAMOTO, M. V.. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. – 17

ed. ed. São Paulo: Cortez;CELATS, 2005. 11 p.

NETTO, J. P. DITADURA E SERVIÇO SOCIAL Uma Análise do Serviço

Social no Brasil pós-64. 16 ed. ed. São Paulo: [s.n.], 2011.

IAMAMOTO, M.V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e

formação profissional. 2ª edição, Cortez, São Paulo,1999.

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