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Rua Teixeira da Silva, 217 – 4º andar São Paulo/SP – CEP: 04002905 – Tel: (11) 942210426 [email protected] São Paulo, 06 de abril de 2020. URGENTE: EMERGÊNCIA HUMANITÁRIA PANDEMIA COVID19 RISCO ALIMENTAR TRAVESTIS E TRANSEXUAIS RECOMENDAÇÃO NUDDIR Nº 14/2020 CONSIDERANDO que é incumbência constitucional da Defensoria Pública, enquanto instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal; CONSIDERANDO que são objetivos da Defensoria Pública a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades sociais, bem como a prevalência e efetividade dos direitos humanos (art. 3ºA, I e III, da Lei Complementar nº 80/94); CONSIDERANDO o disposto no art. 134 da Constituição Federal e na Lei Complementar n.º 80/94, que confere à Defensoria Pública a função institucional de promover os direitos humanos e a defesa dos grupos sociais vulneráveis que mereçam especial proteção do Estado; CONSIDERANDO o direito humano à alimentação adequada, contemplado pelo artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cuja definição foi ampliada em outros dispositivos do Direito Internacional, como o artigo 11 do Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o Comentário Geral nº 12 da ONU; CONSIDERANDO a aprovação, em 2010, da Emenda Constitucional nº 64, que alterou a redação do artigo 6º da Constituição Federal para incluir no rol de direitos sociaisfundamentais, o direito à alimentação; CONSIDERANDO que o direito humano à alimentação adequada consiste no acesso físico e econômico de todas as pessoas aos alimentos e aos recursos, como emprego e terra, de modo contínuo e em conformidade com o contexto e com as condições culturais, sociais, econômicas, climáticas e ecológicas de cada pessoa, etnia, cultura ou grupo social; CONSIDERANDO a Lei n. 11.346/2006, que criou o Sistema de Segurança Alimentar, o qual estabelece, em seu artigo 2º, que “a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na

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Rua  Teixeira  da  Silva,  217  –  4º  andar  -­‐  São  Paulo/SP  –  CEP:  04002-­‐905  –  Tel:  (11)  94221-­‐0426  [email protected]  

São  Paulo,  06  de  abril  de  2020.  

 

URGENTE:  EMERGÊNCIA  HUMANITÁRIA-­‐  PANDEMIA  COVID-­‐19  

RISCO  ALIMENTAR  -­‐  TRAVESTIS  E  TRANSEXUAIS  

 

RECOMENDAÇÃO  NUDDIR  Nº  14/2020  

 CONSIDERANDO   que   é   incumbência   constitucional   da   Defensoria   Pública,   enquanto   instituição  permanente,   essencial   à   função   jurisdicional   do   Estado,   expressão   e   instrumento   do   regime  democrático,  fundamentalmente,  a  orientação  jurídica,  a  promoção  dos  direitos  humanos  e  a  defesa,  em   todos   os   graus,   judicial   e   extrajudicial,   dos   direitos   individuais   e   coletivos,   de   forma   integral   e  gratuita,   aos   necessitados,   na   forma   do   inciso   LXXIV   do   art.   5º   desta   Constituição   Federal;    CONSIDERANDO  que  são  objetivos  da  Defensoria  Pública  a  primazia  da  dignidade  da  pessoa  humana  e  a   redução  das  desigualdades  sociais,  bem  como  a  prevalência  e  efetividade  dos  direitos  humanos  (art.  3º-­‐A,  I  e  III,  da  Lei  Complementar  nº  80/94);    

CONSIDERANDO  o  disposto  no  art.  134  da  Constituição  Federal  e  na  Lei  Complementar  n.º  80/94,  que  confere  à  Defensoria  Pública  a  função  institucional  de  promover  os  direitos  humanos  e  a  defesa  dos  grupos  sociais  vulneráveis  que  mereçam  especial  proteção  do  Estado;    

CONSIDERANDO   o   direito   humano   à   alimentação   adequada,   contemplado   pelo   artigo   25   da  Declaração   Universal   dos   Direitos   Humanos,   cuja   definição   foi   ampliada   em   outros   dispositivos   do  Direito   Internacional,   como   o   artigo   11   do   Pacto   de   Direitos   Econômicos,   Sociais   e   Culturais   e   o  Comentário  Geral  nº  12  da  ONU;  

CONSIDERANDO  a  aprovação,  em  2010,  da  Emenda  Constitucional  nº  64,  que  alterou  a   redação  do  artigo   6º   da   Constituição   Federal   para   incluir   no   rol   de   direitos   sociais-­‐fundamentais,   o   direito   à  alimentação;  

CONSIDERANDO   que   o   direito   humano   à   alimentação   adequada   consiste   no   acesso   físico   e  econômico   de   todas   as   pessoas   aos   alimentos   e   aos   recursos,   como   emprego   e   terra,   de   modo  contínuo   e   em   conformidade   com   o   contexto   e   com   as   condições   culturais,   sociais,   econômicas,  climáticas  e  ecológicas  de  cada  pessoa,  etnia,  cultura  ou  grupo  social;  

CONSIDERANDO   a   Lei   n.   11.346/2006,   que   criou   o   Sistema   de   Segurança   Alimentar,   o   qual  estabelece,   em   seu   artigo  2º,   que   “a   alimentação   adequada  é  direito   fundamental   do   ser   humano,  inerente   à   dignidade   da   pessoa   humana   e   indispensável   à   realização   dos   direitos   consagrados   na  

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Rua  Teixeira  da  Silva,  217  –  4º  andar  -­‐  São  Paulo/SP  –  CEP:  04002-­‐905  –  Tel:  (11)  94221-­‐0426  [email protected]  

Constituição  Federal,  devendo  o  poder  público  adotar  as  políticas  e  ações  que  se  façam  necessárias  para   promover   e   garantir   a   segurança   alimentar   e   nutricional   da   população”,   especialmente   de  “grupos  populacionais  específicos  e  populações  em  situação  de  vulnerabilidade  social”  (  art.  4,  inciso  III,  do  mesmo  diploma);    

CONSIDERANDO  a  declaração  da  OMS  de  estado  de  pandemia  em  relação  ao  COVID-­‐19,  datada  de  11  de  março  de  2020;  

CONSIDERANDO  o  Decreto  Estadual  n.  64.879  de  20  de  março  de  2020  que  reconhece  o  estado  de  calamidade  pública  decorrente  da  pandemia  do  COVID-­‐19  que  atinge  o  Estado  de  São  Paulo;  

CONSIDERANDO   o   Decreto   nº   59.283,   de   16   de   março   de   2020,   que   estabelece   situação   de  emergência  no  Município  de  São  Paulo  e  define  outras  medidas  para  o  enfrentamento  da  pandemia  decorrente  do  COVID-­‐19;  

CONSIDERANDO   que,  de  acordo  com  a  Nota  Técnica  nº  01/SMADS/2020,  o  atendimento  a  pessoas  em  situação  de  rua  deverá  considerar  o  agravamento  das  vulnerabilidades  em  função  do  fechamento  de   comércios,   serviços   e   outras   atividades   que   costumam   representar   acesso   a   itens   básicos   de  sobrevivência;  

CONSIDERANDO   que   a   Lei   Orgânica   da   Assistência   Social   (LOAS   -­‐   Lei   8.742/93),   alterada   pela   Lei  12.435/11,   em   seu   artigo   22,   dispõe   sobre   a   concessão   de   benefícios   eventuais,   entendidos   como  "provisões   suplementares   e   provisórias   que   integram   organicamente   as   garantias   do   SUAS   e   são  prestadas  aos  cidadãos  e  às  famílias  em  virtude  de  nascimento,  morte,  situações  de  vulnerabilidade  temporária  e  de  calamidade  pública";  

CONSIDERANDO   o   Decreto   Federal   6.307/07   que   preconiza   em   seu   artigo   7º   que   a   situação   de  vulnerabilidade   temporária   se   caracteriza   pelo   advento   de   riscos,   perdas   e   danos   à   integridade  pessoal  e  familiar,  e  que  estes  podem  decorrer  da  falta  de  condições  de  suprimento  de  alimentação  advindos,   por   exemplo,   de   desastres   e   de   calamidade   pública;   e   de   outras   situações   sociais   que  comprometam  a  sobrevivência;  

CONSIDERANDO   que   a   distribuição   de   cestas   de   alimentos   trata-­‐se   de   uma   ação   governamental  integrada   que   visa   garantir,   de   forma   regular,   um   composto   alimentar   a   grupos   populacionais  específicos  em  situação  de  vulnerabilidade  social;  

CONSIDERANDO   o   Decreto   Estadual   n.   64.881,   de   22   de  março   de   2020,   que   decretou  medida   de  quarentena   no   Estado   de   São   Paulo,   consistente   em   restrição   de   atividades   de  maneira   a   evitar   a  possível  contaminação  ou  propagação  do  COVID-­‐19;  

CONSIDERANDO  que  a  Câmara  dos  Deputados  (PL  n.9236  DE  2017)    e  o  Senado  (PL  1.066  de  2020)  aprovaram  Projeto  de  Lei,  sancionado  pela  Presidência  da  República  no  dia  01  de  abril  de  2020,  que  prevê   a   concessão   de   um   auxílio   emergencial   de   R$   600   (seiscentos   reais)   por   mês   para  trabalhadores(as)   autônomos(as),   informais,   desempregados(as)   e   microempreendedores(as)   de  

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Rua  Teixeira  da  Silva,  217  –  4º  andar  -­‐  São  Paulo/SP  –  CEP:  04002-­‐905  –  Tel:  (11)  94221-­‐0426  [email protected]  

baixa  renda,  com  objetivo  de  proteger  segmentos  mais  vulneráveis  em  meio  à  crise  econômica  gerada  pela  pandemia  do  COVID-­‐19,    e  que  o  Cadastro  Único  (CadÚnico)  deverá  ser  utilizado  para  priorizar  a  liberação  do  benefício;  

CONSIDERANDO   ter   chegado   ao   conhecimento   do   NUDDIR   que   travestis   e   mulheres   transexuais,  especialmente   as   profissionais   do   sexo   e   as   que   utilizam   as   ruas   como   espaço   de   moradia   e/ou  sobrevivência,   tem   procurado   os   Centros   de   Defesa   e   Convivência   da   Mulher   (CDCM)   e   outros  equipamentos   da   rede   socioassistencial   em   busca   de   cestas   básicas   de   alimentos   em   virtude   do  cenário  adverso  associado  à  pandemia  do  COVID-­‐19;  

CONSIDERANDO  que  o  Núcleo  Especializado  de  Defesa  da  Diversidade  e  da  Igualdade  Racial  (NUDDIR)  possui  competência  para,  nos  termos  do  art.  2º,  inciso  I  do  seu  Regimento  Interno,  “propor  medidas  judiciais   e  extrajudiciais,   para   tutela  de   interesses   individuais,   coletivos  e  difusos,   e   acompanhá-­‐las,  agindo  isolada  ou  conjuntamente  com  os  Defensores  Públicos,  sem  prejuízo  da  atuação  do  defensor  natural”;  

RECOMENDAMOS  A  ESTA  SECRETARIA  MUNICIPAL  DE  ASSISTÊNCIA  E  DESENVOLVIMENTO  SOCIAL  (SMADS)  a  adoção  imediata  das  seguintes  medidas:  

1. A   imediata   disponibilização  de   cestas   básicas   de   alimentos   para   travestis   e   transexuais   que  relatem  dificuldades  de   sobrevivência  e  de  provisão  alimentar   agravados  pela  pandemia  da  COVID-­‐19  e  que  aportem  nos  equipamentos  da  rede  socioassistencial,  direta  e  parceirizada,  do  município  de  São  Paulo;    

2. A  ação  integrada  desta  Secretaria  Municipal  de  Assistência  e  Desenvolvimento  Social  (SMADS)  com  a  Secretaria  Municipal  de  Direitos  Humanos  e  Cidadania  para  disponibilização  de  cestas  básicas  de  alimentos  para  travestis  e  transexuais  que  relatem  dificuldades  de  sobrevivência  e  de   provisão   alimentar   agravadas   pela   pandemia   da   COVID-­‐19   e   que   aportem   nos  equipamentos   da   rede   de   direitos   humanos   do   município   de   São   Paulo,   especialmente  Centros  da  Cidadania  e  Centos  de  Defesa  de  Direitos;    

3. A   elaboração   de   cadastro,   nos   equipamentos   de   ambas   as   Secretarias,   de   travestis   e  transexuais  que  busquem  por  alimentos,  para  permanente  contato,  avaliação  de  situações  de  risco   social,   acompanhamento   e   encaminhamentos   para   a   rede,   de   acordo   com   as  especificidades  e  competências  tipificadas  pela  Política  de  Assistência  Social,  durante  e  após  a  crise  da  pandemia;    

4. A   disponibilização   às   travestis   e   transexuais,   em   todos   os   equipamentos   de   ambas   as  Secretarias,  de  suporte  direto  para  operacionalizar  a  inscrição  das  mesmas  no  Cadastro  Único  (CadÚnico),  e  serem  beneficiadas  pelo  programa  de  renda  mínima  do  governo  federal,    caso  manifestem   interesse  expresso  de  acessarem  o  benefício  e  se  enquadrem  nas  condições  do  programa;  

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 5. A  avaliação  do  cadastro  do  Programa  Transcidadania,  com  a  identificação  das  candidatas  que  

estão  em  fila  de  espera,  a   fim  de  que  sejam  contatadas  e  prestado  auxílio  para   inscrição  no  programa   Cadastro   Único   do   Governo   Federal,   caso   elas   manifestem   interesse   e   se  enquadrem  nas  condições  para  serem  beneficiadas;  

Aguardamos  resposta  à  presente  recomendação  dentro  do  prazo  de  três  (3)  dias,  solicitando  que  esta  Secretaria   discrimine   as   medidas   concretas   adotadas   com   vistas   ao   cumprimento   do   ora  recomendado.    

Solicitamos  o  envio  da   resposta,  por  escrito,  através  de  correio  eletrônico  constante  do   rodapé,  eis  que   a   Defensoria   Pública   tem   atendido   as   demandas   urgentes   da   pandemia,   prioritariamente,   de  forma  remota.    

Quanto   à   eficácia   da   presente   Recomendação,   informa-­‐se   que   é   meio   extrajudicial   voluntário   e  amigável  de  prevenção  de   litígio   (art.  840  do  Código  Civil,  em  analogia),   consubstanciando  meio  de  instar   a   solução   do   problema   sem   sobrecarregar   o   Poder   Judiciário;   (b)   constitui   em   mora   o  destinatário   quanto   às   providências   recomendadas   (art.   397,   parágrafo   único   do   Código   Civil),  prevenindo  responsabilidades   (art.  867  do  anterior  Código  de  Processo  Civil,  em  analogia,  atual  art.  727);   (c)   constitui-­‐se   em  elemento  probatório   em   sede  de   ações   cíveis   ou   criminais,   registrando-­‐se  ainda   que   a   manutenção   de   ação   ou   omissão   ilegais   em   desconformidade   com   a   presente  Recomendação   poderá   implicar   no   manejo   de   todas   as   medidas   administrativas   e   ações   judiciais  cabíveis  para  responsabilização  civil,  criminal  e  administrativa.    

ISADORA  BRANDÃO  ARAUJO  DA  SILVA  

  Defensora  Pública  Coordenadora  do  Núcleo  Especializado  de  Defesa  da  

Diversidade  e  da  Igualdade  Racial  

 

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Rua  Teixeira  da  Silva,  217  –  4º  andar  -­‐  São  Paulo/SP  –  CEP:  04002-­‐905  –  Tel:  (11)  94221-­‐0426  [email protected]  

 

VINICIUS  CONCEIÇÃO  SILVA  SILVA  

Defensor  Público  do  Estado  de  São  Paulo  Núcleo  Especializado  de  Defesa  da  

Diversidade  e  da  Igualdade  Racial  

 

ELISABETE  GAIDEI  ARABAGE    

Assistente  social  do  Núcleo  Especializado  de  Defesa  da  Diversidade  da  Igualdade  Racial  

e  da  Diversidade  Racial