recomendaçoes para projetos

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  • 8/8/2019 Recomendaoes para Projetos

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    RECOMENDAES OPERACIONAIS PARA UM PROJETO INCLUSIVO

    A seguir, uma sntese dos itens que mais caracterizam a realizao de ambientes acessveisem espaos urbanos, edificaes e transportes:

    ESPAOS URBANOS

    Itinerrios para pedestres em reas urbanas, intermodais e locais de interessecultural e turstico.

    Deve-se atender aos seguintes pontos crticos:

    a. Continuidade Os itinerrios de pedestresdevem apresentar condies de acessibilidade deforma continua, ao longo de todo seudesenvolvimento. Devem ter pavimentao firme,compacta, antideslizante e sem ressaltos.

    Vila Esportiva para os Jogos Panamericanos,Santo Domingo, Repblica Dominicana.

    b. Largura muito importante que ascaladas tenham uma largura adequada asua densidade de utilizao e que emnenhum caso tenham estreitamentosinferiores a 0,90 m, permitindo a passagemde pessoas com bengalas, muletas,levando carrinhos e usurios de cadeirasde rodas.

    Avenida 18 de Julho, Montevidu, Uruguai.

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    c. Travessias de pedestres Em ruasveiculares com diferentes nveis entre rua ecalada, deve-se proceder ao rebaixamento dascaladas frente s travessias de pedestres,atravs da execuo de rampas para vencer odesnvel entre calada e o leito da rua. As

    rampas devem ter preferencialmente a mesmalargura que a faixa de pedestres ou um mnimode 1,20 m.

    Bairro remodelado de Rocha Miranda, Rio de Janeiro, Brasil.

    d. Declividade transversal Os percursosdevero ser o mais plano (horizontal) possvelem sentido longitudinal e transversal. Deveropermitir escoamento e drenagem adequados,mas a declividade transversal no dever sermaior que 2%, para facilitar o deslocamento depessoas com estabilidade reduzida e usuriosde cadeiras de rodas, que podero cair, virar ougirar de forma no desejada, caso hajainclinao transversal maior.

    Centro remodelado de Madri, Espanha.

    e. Declividade longitudinal- Na existncia de declividades longitudinais aolongo dos percursos, estas no devero excedera 6%, e em trechos de no mximo de 15 m decomprimento. Pode-se considerar a previso deinclinaes maiores, porm em trechos de

    menor extenso.. Em nenhum caso a inclinao poder sersuperior a 12%. Isso s ser admitido emtrechos de comprimento inferior a 1,50 m como,por exemplo, nas rampas de pedestres emtravessias de ruas de veculos.

    Centro histrico remodelado em Barcelona, Espanha.

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    Rampas acessveis

    Para que sejam consideradas acessveis, as rampas de pedestres devem atender s seguintescondies primrias:

    a. Sem obstculos As rampas para o trnsito de pedestres devem estar livres de obstculos

    em toda sua extenso e nas reas de aproximao.

    b. Sem ressaltos Nos detalhes executivos, deve constar que o encontro da rampa com a ruadeve ser nivelado, sem nenhum degrau ou ressalto.

    c. Inclinaes longitudinais mximas admitidas de: 12% para trechos inferiores a 1,50 m de comprimento (proporo de 1 para 8) 10% para trechos entre 1,50 m e 3,00 m de comprimento (proporo de 1 para 10) 8% para trechos entre 3,00 m e 10,00 m de comprimento (proporo de 1 para 12) 6% para trechos de at 15,00 m de comprimento (proporo de 1 para 16)

    Rampas acessveis em caladas

    Deve-se atentar aos seguintes pontos crticos:

    a. Altura e comprimento Deve-se atentar relao entre a altura a ser vencida e ocomprimento da rampa. Quanto maior o desnvel entre a calada e o leito da rua, maior ser ocomprimento necessrio para o desenvolvimento da rampa, a fim de atender-se declividadeadequada. Quando a altura do desnvel calada/ rua pequena (no mximo 0,10 m), a soluopara realizao de rampa torna-se consideravelmente mais simples.

    b. Tipos mais comuns de rampas para pedestres

    RAMPA de PEDESTRES PROJETO LOCALIZAO

    Rampa Tipo A(sem abas laterais)

    Inclinao longitudinal 12%.Deixa passagem livre min. de 1,2 m.

    Frente faixa de pedestres.

    Rampa Tipo B(com abas laterais)

    Inclinao longitudinal 12%.Deixa passagem livre de 1,2 m.

    Frente faixa de pedestres.

    Rampa Tipo C( em esquina rebaixada )

    Inclinao longitudinal 12%.Deixa passagem livre de 0,9 m.

    Rampa ao longo da calada.Permite crculo de 1,20 m.

    Rampa Tipo D( em calada rebaixada emtrecho reto )

    Inclinao longitudinal 12%.Deixa passagem livre de 0,9 m.

    Rebaixo frente faixa de pedestresPermite crculo de 1,20 m.

    Obs.: Todos os tipos de rampa devem ter uma largura mnima de 1,20 m e uma inclinaotransversal menor ou igual a 2%.

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    c. Elevao da rua. Em ruas com poucacirculao de veculos, pode-se eliminar ouso de rampas de pedestres elevando-se onvel da rua at o da calada, o que gerarampas veiculares. Nestes casos ser oveculo que ascende e descende no

    cruzamento e uma pavimentao ttil dealerta dever ser colocada na calada,sinalizando o incio e trmino da circulaocompartilhada com os veculos.

    Rua de pedestres Sarandi na Cidade Velha deMontevidu, Uruguai.

    Piso ttil para orientao

    recomendvel a utilizao de pavimentao com textura e cor diferenciada do restante da

    calada, a fim de facilitar a orientao e a advertncia para pessoas com a viso diminuda.Para isto aplicam-se normas internacionais, que so exemplificadas nas figuras adiante.

    O que o piso ttil?

    A pessoa com deficincia visual costuma guiar-se com auxlio de basto, e percebe asmudanas de ambientes atravs do contato com piso e paredes, por sua textura e relevo. O

    piso ttil de alerta serve para sinalizar s pessoas cegas e de baixa viso (que enxergamapenas vultos, por exemplo), a presena de desnveis tais como escadas, rampas e outrosobstculos. usado como referncia para facilitar a orientao das pessoas e fornecer maior

    segurana e autonomia.

    Os pisos tteis so faixas com superfcie em relevo, diferentes do utilizado no restante do pisolocal, para que possam ser percebidos com maior facilidade pelos ps e pela bengala. Nos

    percursos de pedestres em parques, jardins, praas, passeios e reas amplas, que no contemcom meio-fio ou linha de edificaes como referncia direcional, deve-se alocar um guia (faixade orientao) para auxlio na percepo dasdirees.

    Para pessoas com baixa viso, importante queo piso ttil seja de cor contrastante do pisocircundante, facilitando sua percepo. O piso

    ttil deve ser cuidadosamente alocado no projetoe instalado, de forma a no apresentar ressaltosou qualquer incmodo aos transeuntes em geral.

    PISOS TTEIS DE ALERTA E DE ORIENTAO:Primeiros testes no Rio de Janeiro, Brasil, 1995.

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    Itinerrios em reas urbanas com fortes declividades

    As novas intervenes em malhas urbanas pr-existentes e j consolidadas, em reas comforte declividade, acontecem muitas vezes em centros histricos, bem como em reas deocupao irregular. Originalmente, nestes locais se procurava obter um domnio visual da rea

    circundante e facilitar uma possvel funo defensiva, mediante a inacessibilidade oudificuldade de acesso, o que se torna paradxico para as novas propostas de acessibilidade.

    Caractersticas similares se apresentam em assentamentos irregulares que se formamespontaneamente, em terrenos com fortes inclinaes e mudanas bruscas de nvel,geralmente vizinhos ou prximos a centros urbanos, e que implicam em obras de urbanizaodispendiosas.

    A modificao da declividade em vias de acesso ou de evacuao existentes pode alterar oentorno de forma importante e levar a uma remodelao de grande magnitude e alto custo,com realocaes dificilmente justificveis.

    Em tais casos, pode-se recorrer ao traado de itinerrios com um nvel de acessibilidade quepermita o deslocamento de um pedestre com mobilidade reduzida, mediante o auxlioalternativo de uma ajuda tcnica ou meio de transporte. Desta forma permite-se o acesso deambulncias, bombeiros ou mesmo de veculos particulares ou oficiais, txis e transportecoletivo. Em certos casos, tambm poder solucionar-se os desnveis atravs de ajudastcnicas como elevadores, plataformas ou cadeiras elevatrias.

    Projeto Favela-Bairro: Interveno no trecho da Rua Vicente de Carvalho, Rio de Janeiro, Brasil.

    ANTES DEPOIS

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    O projeto Ro Cidade

    O Projeto Rio Cidade, com sua expressiva amplitude e diversidade de reasreurbanizadas, proporcionou uma oportunidade incomum de desenvolvimento e

    aplicao de prticas que, no que se refere acessibilidade, modificaram o panoramada Cidade do Rio de Janeiro, Brasil.

    Iniciado em 1994 como um dos principais programas urbanos do Governo Municipal, oprojeto propunha a reconstruo de reas pblicas nos principais eixos estruturadores dacidade. Foram selecionados inicialmente quatorze bairros, que logo foram multiplicadosnos anos seguintes.

    Os projetos de acessibilidade contaram com a assessoria de uma instituioespecializada (a ONG Centro de Vida Independente do Rio de Janeiro), quesupervisionou tambm as etapas da execuo. Tamanha ateno aos temas deacessibilidade, consistiu em uma experincia inovadora tanto para os profissionais

    contratados para realizar os projetos, quanto para os tcnicos da municipalidade,resultando em uma nova prtica que veio a repetir-se em outros projetos da cidade.

    Rampas para pedestres

    Pela primeira vez no Brasil, foi includa a premissa do Desenho Universal em projetos dereurbanizao em reas to extensas. Isso implicou em se projetar pensando em todosos usurios, respeitando-se as diferenas entre as pessoas e adotando-se o critrio deque os pedestres apresentam velocidades e mobilidades variadas. Assim foramadotadas - sempre que possvel - solues de carter universal, como as rampas nascaladas que servem tanto para quem leva carrinhos de bebs quanto para pessoas comdificuldade de locomoo. Ao contrrio, por exemplo, de fazer as estreitas rampas para

    deficientes como eram concebidas at ento, passou-se a rebaixar toda a largura frente passagem para pedestres nos cruzamentos. Os rebaixamentos passaram a serprojetados como rampas para pedestres.

    Cruzamento para pedestres em Ipanema, Rio de Janeiro, Brasil.

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    Mobilirio UrbanoO mobilirio urbano o equipamento de uso pblico em espaos urbanos, intercambiadoresmodais e locais de interesse cultural e turstico.

    As caladas devem ser organizadas de modo a localizar-se todo o mobilirio urbano (caixas decorreio, cabines telefnicas, lixeiras, semforos, bancos, etc.) em uma mesma faixa paralela aosentido da calada, deixando-se uma faixa livre para a circulao de pedestres. Deve-seprocurar localizar todos os elementos urbanos preferivelmente na parte externa da calada,ficando a faixa livre de circulao de transeuntes, junto aos edifcios.

    A disposio do equipamento de uso pblico, (sinalizao, cabines telefnicas, quiosques,semforos, iluminao, lixeiras, bancos, etc.) deve ser planejada de forma integral, comateno sua acessibilidade. Isto significa que todas as pessoas devem ter a possibilidade deuso e alcance dos equipamentos, inclusive aquelas com mobilidade ou comunicao reduzidas.

    Simultaneamente, deve-se cuidar para que a prpria disposio do mobilirio no o transformeem um obstculo nas caladas.

    Para obter condies de mobilidade adequadas a grupos com necessidades maisespecficas, como o caso de pessoas cegas ou com baixa viso, foram adotadassolues especiais, como um cdigo de diferenciao do piso atravs de texturas

    para facilitar sua orientao nas caladas da cidade. Com a colaborao de instituiespara pessoas com deficincia visual, foram realizados numerosos ensaios, at se chegara um consenso de revestimentos que atendessem eficientemente a este objetivo. Comoresultado desta experincia, atualmente se encontram diversas cermicas e outrosmateriais com essa finalidade.

    Nos primeiros bairros reurbanizados, foram grandes os esforos para que os quesitosreferentes acessibilidade fossem incorporados e executados adequadamente,

    principalmente devido novidade do tema. Porm, para os projetos dos bairrossubseqentes, o conceito de acessibilidade j havia sido aceito e internalizado pelos

    profissionais que participaram dos projetos anteriores, e para estes, a ateno acessibilidade foi considerada como um dos requisitos mais importantes do projeto.

    Faixas de orientao para pessoas com deficincia visual Projeto Rio Cidade,Centro, Rio de Janeiro, Brasil.

    Assim, mais importante que os milhares de rampas construdas nessas iniciativas, foi acontribuio deste projeto para a multiplicao dos princpios de acessibilidade universaldentre as centenas de profissionais envolvidos, e que passaram ento a incorporar o temaem suas obras futuras.

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    Mobilirio UrbanoO mobilirio urbano o equipamento de uso pblico em espaos urbanos, intercambiadoresmodais e locais de interesse cultural e turstico.

    As caladas devem ser organizadas de modo a localizar-se todo o mobilirio urbano (caixas decorreio, cabines telefnicas, lixeiras, semforos, bancos, etc.) em uma mesma faixa paralela aosentido da calada, deixando-se uma faixa livre para a circulao de pedestres. Deve-seprocurar localizar todos os elementos urbanos preferivelmente na parte externa da calada,ficando a faixa livre de circulao de transeuntes, junto aos edifcios.

    A disposio do equipamento de uso pblico, (sinalizao, cabines telefnicas, quiosques,semforos, iluminao, lixeiras, bancos, etc.) deve ser planejada de forma integral, comateno sua acessibilidade. Isto significa que todas as pessoas devem ter a possibilidade deuso e alcance dos equipamentos, inclusive aquelas com mobilidade ou comunicao reduzidas.Simultaneamente, deve-se cuidar para que a prpria disposio do mobilirio no o transformeem um obstculo nas caladas.

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    Acessibilidade de reas patrimoniais

    As reas e os conjuntos patrimoniais, histricos e preservados, em termos prticos, s podemser protegidos e valorizados se utilizados apropriadamente no

    presente. as modificaes necessrias para a incorporao deiluminao, equipamentos, sinalizao, dispositivos e redes

    tcnicas no tm justificativa nem melhor nem diferente dasoriginadas pela observncia aos requisitos da acessibilidade.(cravotto, 1990).

    Deve-se procurar garantir a acessibilidade aos bens do patrimniohistrico e cultural, que dever ser estudada cuidadosamente e emcada caso particular para cuidar de sua autenticidade com

    participao das instituies oficiais locais responsveis pelapreservao do patrimnio histrico e cultural.

    Locais para estacionamiento acessvel

    Devem atender aos seguintes pontos crticos:

    a. Reserva de lugares: Todos osestacionamentos pblicos e privadosdevero ter 2% do nmero total de lugares

    reservado para o uso exclusivo de pessoascom deficincias.

    b. Especificaes adequadas: Oslugares especiais devem ter dimensesmnimas de 3,50 m x 5,00 m e devem estarsinalizados com o smbolo daacessibilidade no piso e com uma placavertical colocada num lugar visvel.

    Lugares especiais para pessoas com deficincias, includosem todos os estacionamentos das ruas remodeladas peloprojeto Rio Cidade, com sinalizao vertical e no piso.

    c. Localizao: Os lugares especiais devem ser localizados prximos s esquinas ou aoacesso a locais que apresentam maior interesse ao pblico (por exemplo: parques, cinemas,teatros, centros comerciais, locais de reunio ou de atendimento).

    A pavimentao original foi parcialmente preservada, e foram inseridas faixascom revestimento mais uniforme. Centro histrico de Salvador, Bahia, Brasil.

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    Recomendaes aplicveis aos projetos do Programa de Integrao de AssentamentosIrregulares (PIAI ) no Uruguai

    Como exemplo de uma anlise sobre a situao daacessibilidade num projeto tpico de melhoramento debairros, com recomendaes para projetos j em execuo(o PIAI est em execuo desde 2000), foi observado queem bairros j projetados, as propostas no exigiam rampas

    para pedestres nem larguras mnimas das caladas parapermitir a passagem de pessoas usurias de cadeiras derodas. A partir destas e outras observaes,

    recomendaes concretas foram efetuadas para adequaros projetos aos princpios de Desenho Universal, mediante:(i) o alargamento de caladas; (ii) a colocao de rampasnos pontos estratgicos de cruzamento de pedestres; e (iii)a realocao do sistema de iluminao em caladasestreitas, evitando a localizao de colunas na zona centralda calada, o que obstrui a passagem de pedestres eimpossibilita seu uso por pessoas em cadeiras de rodas.

    Etapa em que mais conveniente efetuarajustes no desenho do projeto. La Boyada,Uruguai.

    Assim, este estudo de caso comprovou aoportunidade para concretizar uma interveno

    urbana inclusiva e adicionar, dentre outrosquesitos, itinerrios acessveis para todas aspessoas. As recomendaes sobre estesaspectos sero incorporadas ao RegulamentoOperativo do programa, para orientar aelaborao dos futuros desenhos dasintervenes nos bairros do programa.

    A acessibilidade importante em todas as circunstnciase para todos os grupos sociais. Assentamento NovoAmanhecer, Montevideo, Uruguai.

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    EDIFICAES

    Edifcios novos de uso pblico

    A previso de um sistema integrado de itinerrios horizontais e verticais acessveis desde asprimeiras fases do projeto, a forma mais fcil e econmica de favorecer a acessibilidade doedifcio. Por outro lado, a adaptao ou adio destes itinerrios na edificao j projetada ouconstruda, torna-se bem mais difcil. Pelo menos um itinerrio principal entre a via pblica e ointerior do edifcio at o eventual ncleo do elevador e os ambientes internos deve serprojetado, com um traado em linha horizontal ou com inclinao muito suave (menor ou iguala 6%).

    rea interna. Cit des Sciences deParis La Villette, Paris, Frana.

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    O sistema de itinerrios acessveis deveria incluir, no mnimo:

    a. Entrada principal Uma entrada principal de uso pblico desde a via pblica eestacionamentos acessveis, at o interior do edifcio.

    Entrada principal acessvel Museu de ArteModerna, Rio de Janeiro, Brasil.

    b. Instalaes e servios Os diferentes edifcios ou setores, instalaes e servios de usopblico de um conjunto, acessveis entre si e via pblica.

    c. Intercomunicao entre os espaos Ligao acessvel entre os diferentes espaos eelementos interiores de uso pblico.

    d.Vias de escape s sadas de emergncia devem ser acessveis e, portanto seguras. Serfacilmente identificveis e estar adequadamente sinalizadas.

    e. reas de refgio As reas de refgio devem permitir a permanncia de pessoas emcondies de segurana, enquanto uma situao de emergncia resolvida ou providenciada.

    rea de refgio na via de escape, com pressode ar positiva (provida por ventiladores no teto)para evitar a entrada de fumaa no caso deincndio no edifcio. Edifcio do BID emMontevidu, Uruguai.

    Os itinerrios acessveis devem atender especialmenteaos seguintes pontos crticos:

    f. Dimenses e especificaes

    Ter uma largura livre mnima de 0,90 m sendorecomendvel 1,40 m e uma altura livre de obstculosde 2,20 m por todo o percurso.

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    Dispor em cada andar do itinerrio adequado e de um espao livre de giro onde se possainscrever um crculo de 1,50 m de dimetro com uma altura de 2,20 m.

    Pavimentao firme, antideslizante e sem irregularidades.

    g. Portas Largura livre mnima de 0,80 m e altura livre mnima de 2,05 m.

    h. Vagas de estacionamento acessvel

    Dimenses mnimas de 3,50 m x 5, 00 m.

    Estar localizadas o mais prximo possvel do acesso da edificao e comunicando-se aeste por itinerrio acessvel.

    Estar sinalizadas com o smbolo de acessibilidade no solo e com uma placa verticallocalizada em um lugar visvel.

    i. Banheiros e equipamentos acessveis em edifcios de uso pblico

    A utilizao de uma edificao possvel na medida em que seja possvel chegar epermanecer em seus diferentes espaos, alcanar os diversos equipamentos e poder control-los. Isto inclui os banheiros, que ademais de sua prpria utilizao, possibilitam a permannciados usurios num local ou edifcio por um perodo prolongado, desenvolvendo suas atividades,seja administrativa, funcional, cultural ou de lazer.

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    j. unidades necessrio que haja no mnimoum sanitrio individual adequado nos conjuntossanitrios de uso pblico (no mnimo de um por estabelecimento).

    k. cabines em ncleos de servios Em locais com banheiros de uso geral, aconselhveldispor de uma cabine acessvel para cada sexo dentro de seu respectivo ncleo.

    l. unidades familiares aconselhvel dispor de uma unidade acessvel independente para autilizao de tipo familiar; isto , que permita por exemplo, que um adulto possa atender seuesposo ou esposa, pai ou me, filho ou filha durante a utilizao do sanitrio, sem ter queentrar em um ncleo de outro gnero.

    Os banheiros acessveis devem atender aos seguintes pontos crticos:

    m. espao de manobra Ter um espao livre de giro e manobra para cadeira de rodas de nomnimo 1,20 m de dimetro no interior do local.

    n. aproximao pia O lavatrio no deve ter pedestalou mobilirio inferior que dificulte a aproximao de uma

    pessoa usuria de cadeira de rodas.

    o. espao de transferncia Deve haver um espaolateral ao vaso sanitrio, com dimenses mnimas de 1,20m de profundidade x 0,80 m de largura, que permita atransferncia de uma pessoa em cadeira de rodas aoassento sanitrio.

    p. barras de apoio Dispor de barra de apoio firme nalateral da pia e do bid, do lado oposto ao espao livre deaproximao, com altura entre 0,70 m e 0,75 m, medidosdesde o piso, que permitam que uma pessoa usuria decadeira de rodas possa apoiar-se com fora para efetuaruma transferncia lateral.

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    q. torneiras, maanetas e acessrios As torneirasdevem ser do tipo mono comando ou em cruz e noesfricos, para permitir seu controle por pessoas compouca motricidade; deve-se alocar um dispositivo defornecimento de gua (como ducha tipo telefone) aoalcance do vaso; deve-se dispor de ganchos e elementos

    de suporte de bengalas ou muletas, prximos aosequipamentos; os acessrios ou mecanismos deacionamento, devem ser alocados a uma altura nosuperior a 1,40 m nem inferior a 0,40 m, medidos desde opiso.

    r. sentido de abertura da porta O sentido de abertura da porta deve-se dar em direo aoexterior do local e a maaneta e tranca devem poder ser acionadas tambm do exterior, emcaso de emergncia.

    Mobilirio e equipamento acessvel de atendimento ao pblico

    Deve-se atender aos seguintes pontos crticos:

    Quando se incluir mobilirio de atendimento ao pblico, deve-se ter no mnimo um setor dobalco ou mesa com a altura mxima de 0,80 m.

    A parte inferior dessa rea do balco ou mesa deve ser livre de obstculos numa larguramnima de 0,80 m e altura de 0,70 m medidos sobre o piso, para permitir a aproximao deuma pessoa usuria de cadeira de rodas.

    Em um conjunto de aparelhos telefnicos, pelo menos um deve ter o elemento mais altomanipulvel ou visvel a uma altura mxima de 1,40 m e dispor de sinalizao visual,

    sonora e ttil.

    Balco acessvel no aeroporto de SoPaulo, Brasil.

    INCOMUNICAO: O reflexo da luzgerado pelo ngulo inadequado da tela, a

    altura e a carncia de normalizao dopainel e de alternativas visuais, tteis e

    sonoras, limitam as possibilidades deutilizao deste caixa automtico em

    Caracas, Venezuela.

    Torneira mono comando de alavanca

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    Previses que possibilitem a converso de itinerrios ou espaos

    Recomenda-se que na construo de edifcios em que no se requeira obrigatoriamenteelevador, se preveja um espao conversvel para futura instalao de elevador, assim comosua conexo com um itinerrio acessvel.

    No projeto executivo, deve-se deixar previsto apropriadamente, para que no momento dainstalao do elevador, no sejam necessrias modificaes nas fundaes, na estrutura ounas instalaes existentes.

    O espao necessrio para transferncia lateral de uma pessoa de uma cadeira de rodas aum aparelho sanitrio ou outro elemento do mobilirio, pode ser previsto desde o projeto,bastando liberar-se um espao ocupado por outro elemento do ambiente, que se faadispensvel. Essa necessidade pode surgir ao ser feita a transferncia da unidaderesidencial a outro titular ou perante uma deficincia temporria de seu usurio habitual.

    Nmero de unidades acessveis em conjuntos habitacionais

    Na construo de edifcios residenciais multifamiliares, dever incluir-se uma quantidademnima de 3% de unidades residenciais acessveis, que possam ser destinadas a pessoas coma mobilidade reduzida ou usurias de cadeira de rodas. Estas unidades tero um itinerrioacessvel desde o exterior e com comunicao com os servios de uso comum, assim comoportas, corredores, banheiros e demais ambientes e equipamentos dimensionados de forma acumprir adequadamente essa finalidade, ajustando-se aos critrios e parmetros das normastcnicas aplicveis.

    Adaptao de edifcios de uso pblico existentes

    Perante a impossibilidade de se criar um itinerrio principal acessvel, ao realizar-se umareforma de edificao existente, poder se implementar um itinerrio acessvel alternativo comnvel de acessibilidade bsico, evitando-se deslocamentos excessivos e gestionando-se suautilizao em condies similares de horrio e controle.

    Edifcios protegidos includos no patrimnio histrico

    a.Se aplicaro os critrios gerais para edifcios no protegidos,exceto aqueles em que as modificaes necessrias alterem ocarter patrimonial de elementos significativos do edifcio.

    Acesso Reversvel Teatro Sols, Uruguai.

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    Exemplos:

    A Rede Integrada de Transporte de Curitiba no Brasil, o Trole de Quito no

    Equador, o Transmilenio de Bogot na Colmbia, as melhorias nas redes do metrem Santiago do Chile, So Paulo e Rio de Janeiro no Brasil, assim como aincorporao de nibus de piso baixo em Buenos Aires, na Argentina, soexemplos de boas prticas a serem consideradas em processos de acessibilidadeintegral.

    b. A fim de preservarem-se os valores histricos e patrimoniais, e visando os avanostecnolgicos e de ajustes de critrios e parmetros, os dispositivos dos sistemas a sercolocados, devero ser:

    identificveis como adies atuais formalmente adequados ao entorno totalmente reversveis

    Realocao de pessoas com mobilidade reduzida

    Em projetos de melhoramento integral de bairros, nos quais se considera imprescindvel arealocao de unidades de habitao, por estarem situadas em zonas alagveis ou por outrosmotivos, devero ser priorizadas as pessoas usurias de cadeiras de rodas ou pessoas com amobilidade reduzida, para a escolha de unidades localizadas em itinerrios com um nvel deacessibilidade adequado ao seu deslocamento.

    TRANSPORTE PBLICO

    Unidades de novos sistemas de transporte pblico

    A acessibilidade integral deve ser parte essencial em todo novo projeto de transporte.

    O transporte acessvel permite o deslocamento de pessoas com severas dificuldades demobilidade (caso dos usurios de cadeiras de rodas ou muletas), mas tambm facilita odeslocamento de pessoas com a mobilidade reduzida, como idosos, gestantes, famlias comcrianas pequenas e em carrinhos, ou pessoas transportando malas e volumes.

    Um sistema de transporte acessvel utilizando unidades de plataforma baixa, ou que permitam

    o acesso no nvel das plataformas de embarque, facilita os deslocamentos e a integrao daspessoas a uma atividade produtiva. Tambm aumenta o rendimento do prprio trfego, aoacelerar as operaes de embarque e desembarque de passageiros e paralelamente otimiza otempo destinado ao transporte das pessoas em geral. No menos importante, senoessencial, o aumento da segurana de utilizao, ao se permitir um fluxo de passageiros sempassar por desnveis, nos diferentes intercambiadores modais.

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    nibus de piso baixo, BuenosAires, Argentina.

    Plataforma de embarque dosnibus Ligeirinhos, componentesdo Sistema Integrado de Transporte

    acessvel de Curitiba, Brasil.

    Piso de alerta em cor contrastantena borda da plataforma de

    embarque e desembarque dasparadas do Trole de Quito,

    Equador.

    SINALIZAO

    No urbanismo

    A sinalizao dos itinerrios para pedestres, elementos de urbanizao e outros elementosurbanos diversos, em forma de placas ou sinais, dever ter um contorno ntido, colorao vivae contrastante com o fundo e dimenses de acordo com as normas tcnicas correspondentes.No caso de estar iluminadas, isto dever ser feito a partir do exterior, a fim de facilitar a leituraprxima e devero ser alocadas de maneira a no constituir obstculos.

    Nas edificaes

    As instalaes de sistemas de alarme devero funcionar sistematicamente de forma sonora eluminosa, ambas com intensidade adequada e equivalente.

    Nos transportes pblicos

    No menos importante a incorporao e manuteno de sinalizao acessvel, que possa seradequadamente percebida de forma visvel e sonora, assim como dentre outros elementos assentos, pavimentao, mobilirio; de formas, dimenses e cores adequadas, nas unidades eparadas de transporte pblico existentes.

    Sinalizao numaparada do Trole deQuito, Equador.

    Possvel identificaode paradas pela cor doequipamento da linha 5acessvel do metr deSantiago, Chile.

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    RECOMENDAES GERAISEXECUO DE PROGRAMAS

    A execuo e manuteno adequadas de projetos requerem uma capacitao apropriada daspartes atuantes e, consistentemente, uma administrao idnea de controle, durante as etapasde projeto, construo e montagem; certificao da qualidade alcanada e sua manutenopreventiva e corretiva. Assim, recomendvel incorporar-se nos programas, o apoio emmatria de capacitao, controle de execuo, certificao de qualidade e manuteno emtemas de acessibilidade.

    MANUTENO

    No basta realizarem-se aes pontuais. preciso cuidar para que elas sejam mantidas embom estado e respeitadas pela populao em geral. Para isto, necessria uma manuteno

    contnua que garanta que todas as adaptaes e os equipamentos permaneam ntegros eeficientes. Para facilitar essa manuteno, precisa-se estimular a cooperao popular, o quepode suceder mediante a conscientizao e a educao.

    INFORMAO

    Para a populao

    A acessibilidade est sujeita as dinmicas e modificaes incessantes. Qualquer localacessvel no pode ser considerado definitivamente como tal. H fatores externos queinterferem indefinidamente e que devem ser mantidos sob vigilncia.

    necessria a conscientizao da populao atravs de campanhas de divulgao queensinem o sentido do investimento na eliminao de barreiras. Somente o cidadoconscientizado no estaciona em frente a uma rampa ou na vaga reservada para oestacionamento de pessoas com deficincia.

    Para os profissionais envolvidos

    importante que o Poder Pblico exera uma fiscalizao rigorosa nas reas urbanizadas.Para isto, tambm necessria a preparao dos membros dos prprios rgos fiscalizadores,que podem no entender, por exemplo, o quo importante um local de estacionamento

    reservado para pessoas com a mobilidade reduzida.

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    SUPORTE TCNICOO processo de implantao e consolidao de um meio acessvel implica na considerao dediversos critrios e parmetros, relacionados s caractersticas e s dimenses dos elementosincorporados ao entorno, disposio dos mesmos, sua constituio, seu acabamento,comunicabilidade, segurana e gesto, dentre outros mltiplos aspectos. A coerncia, aapropriao e consenso destes critrios e parmetros, so ingredientes essenciais para evitarindefinies geradas por nuances ou pequenas diferenas, que possam postergar suaaplicao ou uma ao eficiente.

    A aplicao das normas tcnicas tende a ser de carter voluntrio. Porm, sua aplicao podeser sugerida ou imposta por rgos do governo com autoridade legislativa ou reguladora, bemcomo mediante sua incluso em termos de referncia ou especificaes em acordos privados.

    Uma norma tcnica estabelecida mediante o consenso de pessoas e instituiesinteressadas. Isto corresponde interpretao de um senso coletivo a aceitao social deum instrumento legal ou contratual que a refira, constituindo-se num suporte tcnicoapropriado.

    De fato, habitual que um pas apie seus regulamentos em normas tcnicas, ou formalize seucumprimento obrigatrio. Este , por exemplo, o caso do Brasil em relao aplicao dasnormas tcnicas sobre acessibilidade - NB 9050 - da Associao Brasileira de NormasTcnicas (ABNT). Esta norma tcnica pode ser encontrada no link correspondente da pgina:http://www.presidencia.gov.br/sedh/corde

    As instituies de normalizao tcnica possuem estruturas regionais de normalizao, como o caso da Comisso Panamericana de Normas Tcnicas (COPANT), integrada por 28organizaes nacionais. Os dados dos membros ativos da COPANT nos diferentes pasespodem ser encontrados no site: http://www.copant.org/public/member/Active.asp

    As normas tcnicas COPANT, em correspondncia com as normas tcnicas da UNIT sobreacessibilidade, assim como o Guia UNIT-ISO-IEC/71:2004 e o Guia UNIT 200:2004 sobreNveis de Acessibilidade Recomendveis podem ser encontrados no link sobre Acessibilidadedo site: http://www.unit.org.uy (Secretaria Tcnica do Comit de Acessibilidade da COPANT,membro da ISO*).

    (*) o Comit Tcnico ISO/TC59/SC16 da Organizao Internacional de Normas (ISO), junto com aSecretaria Tcnica da AENOR (Associao Espanhola de Normalizao e Certificao), estdesenvolvendo a Norma Tcnica Internacional sobre Acessibilidade, baseada no Relatrio TcnicoISO/TR 9527:1994 e tendo como referncia as normas tcnicas ISO 7000 e ISO 7001 sobre smbolos

    grficos e tambm as normas tcnicas ISO 9386-1 e ISO 9386-2 sobre plataformas elevatrias.Promove-se a mais ampla participao das partes interessadas neste processo, por intermdio dasorganizaes nacionais de normalizao.