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RECOMENDAÇÃO DE CLONES DE SERINGUEIRA PARA O ESTADO DE SÃO PAULO 1 Paulo de Souza Gonçalves 2 RESUMO O presente trabalho tece considerações sobre clones de seringueira [Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss. ) Müell. Arg.] com ênfase na importância, classificação e metodologia de avaliação. São apresentadas descrições dos mais promissores clones para o Estado de São Paulo, no que diz respeito à produção e aos caracteres secundários, especialmente, resistência ao vento, frio e doenças tais, como antracnose e oídio, bem como vigor, espessura e renovação da casca. Com vistas a compatibilizar a área e o material a ser plantado, é dada uma definição sobre os critérios básicos de recomendação para pequenas e grandes propriedades heveícolas. Termos de indexação: seringueira, Hevea brasiliensis, clones, produção, cruzamento. CHOICE OF RUBBER TREE CLONES FOR PLANTING SÃO PAULO STATE, BRAZIL ABSTRACT The present paper point out consideractions about the importance, classification and methodology of evaluation in rubber tree[Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss. ) Müell. Arg.] clones in the field. In addition other considerations about clones are presented: description of the more promissing ones for planting, yield potential and the secondary characters specially vigour, bark thickness, wind damage, and diseases resistance. A rule about the basic criterion of recomendation for smallholding and estates is defined aiming to share the size of the area and the area to be planted with specific clone. Index terms: Rubber tree, Hevea brasiliensis, clones, yield, breeding. 1 Trabalho apresentado no I Ciclo de Palestras sobre a Heveicultura Paulista, Barretos-SP, 10 a 11 de Novembro, 1998. 2 Eng. Agr. Dr. Embrapa/ Programa Integrado de São Paulo. Programa Seringueira do Centro de Café e Plantas Tropicais do Instituto Agronômico (IAC). Caixa Postal 28, CEP: 13001-970, Campinas, SP.. E-mail: [email protected] .

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RECOMENDAÇÃO DE CLONES DE SERINGUEIRA PARA O ESTADO DE SÃO PAULO 1

Paulo de Souza Gonçalves2

RESUMO

O presente trabalho tece considerações sobre clones de seringueira [Hevea brasiliensis

(Willd. ex Adr. de Juss. ) Müell. Arg.] com ênfase na importância, classificação e

metodologia de avaliação. São apresentadas descrições dos mais promissores clones

para o Estado de São Paulo, no que diz respeito à produção e aos caracteres secundários,

especialmente, resistência ao vento, frio e doenças tais, como antracnose e oídio, bem

como vigor, espessura e renovação da casca. Com vistas a compatibilizar a área e o

material a ser plantado, é dada uma definição sobre os critérios básicos de

recomendação para pequenas e grandes propriedades heveícolas.

Termos de indexação: seringueira, Hevea brasiliensis, clones, produção, cruzamento.

CHOICE OF RUBBER TREE CLONES FOR PLANTING

SÃO PAULO STATE, BRAZIL

ABSTRACT

The present paper point out consideractions about the importance, classification and

methodology of evaluation in rubber tree[Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss. )

Müell. Arg.] clones in the field. In addition other considerations about clones are

presented: description of the more promissing ones for planting, yield potential and the

secondary characters specially vigour, bark thickness, wind damage, and diseases

resistance. A rule about the basic criterion of recomendation for smallholding and

estates is defined aiming to share the size of the area and the area to be planted with

specific clone.

Index terms: Rubber tree, Hevea brasiliensis, clones, yield, breeding.

1 Trabalho apresentado no I Ciclo de Palestras sobre a Heveicultura Paulista, Barretos-SP, 10 a 11 de Novembro, 1998.

2 Eng. Agr. Dr. Embrapa/ Programa Integrado de São Paulo. Programa Seringueira do Centro de Café e Plantas Tropicais do Instituto Agronômico (IAC). Caixa Postal 28, CEP: 13001-970, Campinas, SP.. E-mail: [email protected].

1. INTRODUÇÃO

A necessidade de novas cultivares de seringueira [Hevea brasiliensis

(Willd. ex Adr. de Juss.) Müell. Arg.], adaptáveis a diferentes regiões ecológicas

constitui um ponto basicamente importante para o sucesso da heveicultura. Cultivares

tidas como produtivas em algumas regiões do Brasil, podem comportar-se

diferentemente em outras áreas da mesma região, principalmente aquelas sujeitas a

diferentes características edafoclimáticas. Segundo Pushparajah (1980), e mais

recentemente Ortolani et al. (1996), vários elementos agroclimáticos tais como déficits

hídricos, temperatura e pluviosidade que afetam vários componentes do crescimento e

produção contribuem com uma grande soma de variabilidade no comportamento das

cultivares.

O parque heveícola do Estado de São Paulo, com cerca de 2.400

produtores, está estimado em 44.000 hectares, principal fator que o elevou a condição

de primeiro produtor nacional de borracha natural, com uma produção anual estimada

para 1996 de 27,0 mil toneladas e uma média superior a 1.200 kg/ha/ano. Esta

produtividade coloca o Estado de São Paulo entre os mais produtivos do mundo quando

comparado com as médias obtidas em 1995 nos tradicionais países produtores:

Tailândia 1.112,5 kg./ha/ano, Indonésia 706,7 kg/ha/ano e Malásia 896 kg/ha/ano

(Suharto, 1997). O planalto ocidental do Estado, engloba 90% da área plantada, onde

situa-se a região mais importante de cultivo com 42% da área com seringueira,

despontando grande potencial de cultivo, notadamente pelas condições climáticas que

minimizam os riscos de insucesso. Entretanto, à medida que novas fronteiras são

abertas com essa cultura exótica, aumentam as preocupações relativas ao limitado

número de clones plantados, sujeitos a vulnerabilidade genética, necessitando de um

amplo programa de melhoramento genético que possa envolver as diferentes regiões do

Estado quanto as futuras recomendações de clones para o plantio.

O ciclo de melhoramento genético da seringueira adotado pelo Instituto

Agronômico compreende três etapas de seleção. Inicialmente, procura-se obter

progênies, por via de polinização controlada ou aberta, visando a formação de viveiros.

Aos dois anos e meio, com base em avaliações de produção através de testes precoces,

em vigor e tolerância a doenças, os ortetes são selecionados e clonados para serem

testados em experimentos de Avaliação de Clones em Pequena Escala. Nessa segunda

etapa do ciclo de seleção, são também incluídos clones de outras instituições que após o

primeiro ano de sangria, são multiplicados e passam a ser avaliados em experimentos

de avaliação em grande escala (ensaios regionais). Nesta última etapa são gastos

geralmente de 12 a 15 anos, até que se possa recomendar um clone para plantio em

grande escala (Figura 1). Portanto, são necessários cerca de 25 a 30 anos para

completar o ciclo de melhoramento, partindo-se da polinização controlada à

recomendação final de uma cultivar.

O presente trabalho apresenta resultados do potencial de produção de

clones em experimentos de avaliação de clones em pequena e grande escalas

estabelecidos em várias regiões do Estado de São Paulo, com vistas à recomendação

atual e futura.

2. GENERALIDADES SOBRE CLONES

Um clone se constitui de um grupo de plantas obtidas através da

propagação vegetativa de uma planta matriz. Todas as árvores de um clone possuem a

mesma constituição genética, responsável pela uniformidade existente entre elas.

Através do programa de melhoramento genético da seringueira, em andamento pelo

Instituto Agronômico, até agora foram obtidos centenas de clones que, em conjunto com

clones asiáticos e de grande potencial de produção, encontram-se em fase de avaliação,

com vistas à recomendação tanto para o Litoral como para o Planalto Paulista.

O fator que normalmente influencia a produtividade de um seringal é o

material a ser plantado. É importante a escolha de clones que propiciem alta produção

durante os primeiros anos de sangria, bem como seu ciclo econômico; que respondam

bem à estimulação, à baixa intensidade de sangria e que apresentem crescimento

satisfatório antes e depois da entrada da fase de produção. Com base nesses caracteres

clonais, o heveicultor poderá assegurar alta produção, aliada a alta taxa de retorno sobre

o investimento aplicado e em curto espaço de tempo.

As restrições impostas a tais caracteres são as relacionadas aos defeitos

inerentes ao clone e a sua interação com os fatores ambientais. Clones com propensão

extrema à quebra pelo vento ou susceptibilidade ao mal-das-folhas e à antracnose

podem restringir severamente seu uso em certas regiões do planalto e do litoral paulista.

Como medida paliativa, a Malásia emprega enxertia de copa em clones com problemas

de quebra pelo vento (Leong & Yoon, 1976). No Brasil, principalmente nos Estados do

Amazonas, Bahia e Pará, a enxertia de copa é utilizada para solucionar problemas de

incidência do mal-das-folhas em clones altamente susceptíveis (Gomes et al., 1983,

1989; Junqueira et al., 1989 e Pinheiro et al., 1989).

O desempenho na produção de um clone pode ser seriamente afetado pela

ocorrência de restrições do local em áreas indicadas ao cultivo de seringueira. Os

fatores ambientais de uma região que influenciam a escolha de um clone são:

velocidade do vento, umidade atmosférica, tipo de solo, freqüência de geadas,

disponibilidade hídrica e intensidade e duração da estação seca.

Clones não adaptados às condições do local resultam em redução do

potencial de produção. Clones susceptíveis à quebra não podem ser plantados em locais

com ventos fortes e constantes, sem qualquer proteção. Clones susceptíveis ao mal-das-

folhas não devem ser plantados em clima super-úmido. O clone RRIM 600, altamente

produtivo, mas susceptível à quebra, produzirá mais em locais pouco afetados pelo

vento.

O tipo de solo é importante para a produtividade, uma vez que o potencial

de um clone pode ser limitado quando em condições pedológicas desfavoráveis.

Segundo Ho et al. (1969), para se avaliar o potencial real de sua produção, um clone

deve ser plantado em ambiente adequado, considerando os fatores ambientais locais,

não se desprezando o tipo solo.

Ao contrário das recomendações de clones para amplas regiões que se

faziam no passado, que deparavam com problemas de interação genótipo-ambiental,

atualmente as recomendações são restritas aos respectivos ambientes. A maximização

do potencial de produção, sendo o somatório, de partículas da interação genético-

ambiental do local, possibilita uma escolha mais adequada de um clone para plantio

comercial.

2.1. IMPORTÂNCIA

Os clones, como material para o estabelecimento de um seringal,

apresentam várias vantagens, a mais importante delas é a uniformidade exibida pelos

seus indivíduos.

Todas as árvores de um mesmo clone, sob as mesmas condições

ambientais, apresentam baixa variabilidade em relação a diferentes caracteres como:

vigor, espessura de casca, produção, propriedades do látex, senescência anual de folhas,

nutrição e tolerância à pragas e doenças. De certa forma, isso possibilita ao heveicultor

adotar um manejo fácil e econômico. Com crescimento uniforme, o número de árvores

de um seringal que necessita ser descartado é sempre menor. Outro ponto importante a

considerar no clone é a uniformidade das propriedades do látex. Para propósitos

industriais específicos, ele é melhor bem apreciado, considerando essa uniformidade

essencial. Através de clones possuidores de caracteres específicos diferenciados, é

possível a seleção de material para as mais diversas situações exigidas.

2.2. CLASSIFICAÇÃO

Com base nos parentais utilizados nos cruzamentos para obtenção de

ortete (árvore matriz), os clones costumam ser classificados em primários, secundários e

terciários.

Clones oriundos de parentais desconhecidos são chamados clones

primários. Em geral, essas árvores matrizes possuem caracteres desejáveis, sendo

portanto, multiplicadas vegetativamente para dar origem ao clone. Em clones

secundários, as árvores matrizes são obtidas através de cruzamentos controlados entre

dois clones primários. As árvores matrizes são então multiplicadas vegetativamente, do

mesmo modo que os clones primários. Clones terciários são obtidos de cruzamentos

onde pelo menos um dos paternais é secundário.

2.3. AVALIAÇÃO

A avaliação de clones, tem como objetivo testar clones obtidos e

introduzidos nas diferentes condições edafoclimáticas distintas do Estado. O

delineamento estatístico é o de blocos ao acaso com quatro repetições. As parcelas são

de forma retangular e o número de plantas por parcela utilizadas nesse grupo de

experimentos é de 40 a 60, dependendo da disponibilidade de plantas e da área do

experimento. O maior número de plantas é devido a possível variação das plantas

dentro de cada parcela, atribuída ao uso de porta enxertos de sementes comuns, que

apresentam grande variabilidade genética. A necessidade de extrapolação dos resultados

finais para grandes áreas, tem conduzido os melhoristas ao uso de grande número de

plantas por parcela nesse grupo de experimentos. Por outro lado esses experimentos

visam obter informações sobre o desempenho dos diferentes clones sob diferentes

condições edafoclimáticas antes de ser efetuada qualquer recomendação para plantios

comerciais em larga escala, ao nível do produtor.

Nesses experimentos são avaliados, além da produção, os caracteres

secundários abaixo selecionados.

- Vigor - Objetivando a redução do período de imaturidade do clone para

proporcionar retorno mais rápido ao produtor.

- Crescimento do caule durante a sangria - para manter produção

satisfatória e reduzir quebra pelo vento.

- Espessura de casca virgem - para reduzir a incidência de ferimento no

caule, o que afetaria a produtividade das próximas sangrias nos painéis C e D.

- Boa regeneração da casca - para proporcionar um ciclo econômico de

sangria.

- Resistência às principais doenças da região - para assegurar um

melhor crescimento e produção, e também minimizar o risco de perdas de plantações

com forte incidência de Microcyclus ulei, Colletotrichum gloeosporioides e doenças do

painel.

- Tolerância à queda pelo vento - para assegurar bom estande de

sangria por toda a vida útil do seringal.

- Tolerância à seca do painel - para assegurar uma maior produtividade

de borracha.

Nos dados de produção de borracha, extrapolados para hectare/ano, são

adotados os seguintes critérios para posterior aferição:

- Número de cortes por ano: 140 , 100, 70 e 48 sangrias nos sistemas 1/2S

d/2, 1/2S d/3, 1/2S d/3, 1/2S d/4 e 1/2S d/7, respectivamente.

- Número de árvores aptas para sangria considerando-se 400 árvores por

hectare: 240 (60%), 340 (85%), 380 (95%) e 400 (100%) no primeiro,

segundo, terceiro e quarto ano em diante, respectivamente.

Um clone com bom vigor reduz o período improdutivo do seringal

gerando maior retorno econômico ao produtor. Abertura precoce de painel e boa

produção são somente possíveis em árvores que crescem vigorosamente na fase juvenil.

Após a abertura, o fotossintetizado é repartido em duas fontes competidoras: látex na

explotação e crescimento da árvore. Conforme o clone, a taxa de crescimento tende a

declinar e a tarefa do melhorista é maximizar a produção do látex na árvore para manter

uma produção crescente por muitos anos (Wycherley, 1976). Dessa forma, bom

crescimento do caule durante o período de sangria manterá a produção constante ao

mesmo tempo em que reduz perdas por quebra de árvores pelo vento.

2.4. CLONES DE IMPORTÂNCIA COMERCIAL

2.4.1. Clone RRIM 600

Clone secundário desenvolvido pelo Rubber Research Institute of

Malaysia – RRIM, cujos parentais são os clones primários Tjir 1 e PB 86. Suas árvores

são altas, com caule vertical e de rápido crescimento quando jovem. Os ramos

aparecem tardiamente e formam grossas bifurcações que acarretam grande peso para a

base das plantas e, em caso de ocorrência de vento, haverá quebra, podendo provocar o

aparecimento de clareiras no seringal . No Estado de São Paulo esse clone apresenta

moderada resistência à quebra pelo vento. A copa é estreita e a folhagem esparsa,

apresentando folhas pequenas verde-claras. O vigor, se comparado antes e após a

entrada em sangria é considerado médio. A casca por ser fina, torna-o um pouco

delicado à prática de sangria; em compensação, a renovação é boa. A alta produção é

seu ponto de destaque. Em plantios comerciais de São Paulo, sua média de produção

nos primeiros cinco anos de sangria foi superior a 1.540 kg/ha/ano e em experimentos

de Presidente Prudente foi de 2.100 kg/ha/ano ambos no sistema ½ S d/2 6 d/7 (Tabela

1).

No sistema ½ S d/4 6d/7.ET 5% com quatro estimulações por ano à base

de Ethefon a produção foi de 1.495 kg/ha/ano (Tabela 1). O clone exibe uma tendência

de produção crescente. Em geral, a produção inicial é média, mas as subsequentes são

muito altas. A produção durante a senescência também é alta. O látex é branco e

impróprio para concentração, devido à baixa estabilidade (Marattukalam et al., 1980.).

Este clone demonstra tolerância à seca do painel, salvo quando é submetido à sangria

intensiva. É altamente suscetível ao cancro do tronco causado pelo fungo Phytophthora

spp. na Costa do Marfim e considerado pouco tolerante ao frio na China. É o clone

mais plantado na região do Planalto do Estado de São Paulo, por apresentar bom

desempenho no que tange a produção e vigor.

2.3.2. Clone GT 1

Clone primário desenvolvido no seringal Gondang Tapen, em Java,

Indonésia. A árvore, de caule bem vertical, pode apresentar irregularidades, tais como

estrias ou torsões na região do enxerto, sendo sinais de incompatibilidade. A abertura

da copa é bastante tardia e de hábito variável, pois algumas árvores não apresentam

galhos líderes, enquanto outras possuem vários. As árvores jovens são altas e tendem a

entortar quando a formação dos galhos é tardia. As folhas, durante o período de

imaturidade, são grandes, verde-escuras e brilhantes, e menores quando a árvore atinge

a fase adulta. A casca virgem é média, bastante tenra, e se renova imediatamente, não

apresentando problemas à sangria. O vigor, expresso pelo crescimento do perímetro do

caule até a abertura do painel de sangria, no Estado de São Paulo, é razoável, tornando-

se lento após a sangria normal, mas, em compensação, é um clone muito homogêneo. É

considerado de boa produção, tanto que em Presidente Prudente sua média de produção

nos primeiros cinco anos foi de 1.679 kg/ha/ano no sistema1/2S d/2 e no sistema 1/2S

d/4 estimulado com 5% de Ethefon foi 1.314 kg/ha/ano (Tabela 1). A produção tem um

pequeno declínio durante a senescência. Apresenta caracteres secundários desejáveis

(Tabela 5), pois a resistência à quebra pelo vento é de média para boa e a ocorrência de

seca do painel é pouco notada, salvo quando submetido à sangria intensiva. Esse clone

demonstra uma tendência de aumentar a produção de látex com o passar do tempo. O

látex é branco e adequado para todos os processos de produtos manufaturados. Na

China, revelou-se tolerante às geadas de radiação e de vento. Por ser precoce e pela sua

rusticidade e qualidades agronômicas, deve ser recomendado para pequenos

heveicultores do Planalto Paulista.

2.4.3. Clone PB 235

Clone secundário Malaio resultante do cruzamento dos clones primários

PB 5/51 x PB 5/51. A árvore possui caule muito reto, regular e boa compatibilidade

com relação ao enxerto e porta-enxerto. Quando jovem, possui em sua na base, muitos

galhos pequenos, dispostos horizontalmente. As árvores adultas revelam uma formação

de galhos bastante homogênea ocorrendo entre os seis e os dez anos, um desbaste

natural, que proporciona o aparecimento de novos ramos mestres situados muito altos e

com ângulo bem definido. As folhas são de coloração verde bem acentuada. Na Costa

do Marfim, apresenta senescência parcial, pois o desfolhamento total praticamente não

ocorre. A casca virgem é lisa, espessa, tenra, não apresentando problemas na sangria,

conforme observações conduzidas em condições experimentais no município de

Tabapuã, onde a sangria teve início aos cinco anos e meio de idade. Em Marília,

também no Planalto Paulista, tem demonstrado estrutura e permeabilidade de copa,

sendo tolerante ao vento. Em Presidente Prudente, foi considerado também muito

vigoroso. É altamente produtivo: a média de produção nos cinco primeiros anos de

sangria foi de 1.834 kg/ha/ano no sistema ½ S d/2 6d7, enquanto que em Tabapuã no

sistema 1/2S d/4 foi 1.648 kg/ha/ano (Tabela 1). O PB 235 caracteriza-se

principalmente por entrar em produção muito rápido, favorecido por sua grande

homogeneidade. Os caracteres secundários, de modo geral, são bons, excetuando-se a

seca do painel, no sistema de sangria 1/2S d/2 e sistema de baixa intensidade com

estimulação de Ethefon a 5%. Em função do número de árvores comumente afetadas

por esse problema, nos sistemas normais de sangria, tem-se observado recentemente

alguma susceptibilidade ao ataque de oídio em algumas regiões do Estado,

principalmente na Fazenda Cambuhy, município de Matão.

2.4.4. Clone IAN 873

Desenvolvido pelo antigo Instituto Agronômico do Norte, é um clone

secundário, cujos parentais são os clones primários PB 86 e FB 1717. Suas árvores são

altas e vigorosas, com caule vertical e de rápido crescimento quando jovem, e a

produção é satisfatória nos dois primeiros anos de sangria. A alta produção a partir do

terceiro ano de sangria é seu ponto de destaque. Em plantios comerciais da Malásia, a

produção nos primeiros cinco anos de sangria foi de 1.505 kg/ha/ano de borracha seca.

Em Presidente Prudente, Estado de São Paulo, a produção de cinco anos foi de 1.817

kg/ha/ano no sistema 1/2S d/2, e 1.235 kg/ha/ano (média de quatro anos) no município

de Tabapuã, no sistema ½ S d/4 com 5% de Ethefon (Tabela 1). O clone exibe uma

tendência de produção crescente. Por via de regra, a produção inicial é média, porém as

produções subsequentes são altas. A casca é de espessura regular com boa capacidade

de regeneração. Apresenta baixo índice de seca do painel e incidência à quebra pelo

vento. Em regiões com déficit hídrico, demonstrou considerável sensibilidade, com

queda de produção de 20 a 30% num veranico de quarenta dias.

2.4.5. Clone Fx 3864

Clone secundário desenvolvido pela Companhia Ford, resultante do

cruzamento dos clones primários PB 86 x FB 38. De caule reto, mostra-se vigoroso

antes e depois do início da explotação. A espessura da casca virgem é moderada, com

regeneração acima da média. A produção, nos primeiros dois anos é moderada,

tornando-se alta a partir do terceiro ano com mediana redução de produção na

senescência. Seus principais caracteres secundários são baixos índice de quebra pelo

vento e seca do painel, além de boa tolerância ao mal-das-folhas no Sul da Bahia. Nas

regiões do Estado de São Paulo as médias de produção no sistema ½ S d/2 em

Presidente Prudente foram de 1.755 kg/ha /ano e 1.509 Kg/ha/ano no sistema 1/2S d/4

com 5% de Ethefon. Em Buritama no sistema 1/2S d/4 + ET 2,5% foi 957 kg/ha/ano

(Tabela 2). Apresenta baixo índice de seca do painel e incidência à quebra pelo vento.

2.4.6. Clone IAC 35

Clone terciário desenvolvido pelo Instituto Agronômico (IAC) resultante

do cruzamento do clones secundários Fx 25 e RRIM 600. Apresenta caule reto

vigoroso, casca espessa e tenra, sem problemas de sangria, mostrando inconveniente de

abertura de copa tardia havendo necessidade de indução da copa. As ramificações

secundárias apresentam ângulo fechado com formato de copa tipo vassoura,

favorecendo maior número de árvores por hectare e resistência ao vento. Em

experimentos de Avaliação em Grande Escala a produção nos primeiros anos foi

excelente. A média de produção dos quatro primeiros anos em Jaú apresentou produção

de 1.415 Kg/ha/ano e 1.948 kg/ha/ano em Ubatuba (Tabela 3), ambos no sistema 1/2S

d/2. Apresenta tolerância ao mal-das-folhas no litoral do Estado e resistência a quebra

pelo vento.

2.4.7. Clone PB 252

Clone secundário resultante do cruzamento dos clones primários PB 86 x

PB 32/36 em Prang Besar, na Malásia. As árvores do clone possuem copa com um bom

esgalhamento com resistência ao vento. Possui boa taxa de crescimento durante o

período de imaturidade. A casca virgem renovada geralmente é fina. Na Malásia,

resultados de produção de sangria do primeiro painel mostrou superioridade em relação

ao RRIM 600. Em experimentos de Avaliação de Presidente Prudente, a média de

produção de cinco anos apresentou as melhores médias de produção entre os 10 clones

avaliados com 2.792 kg/ha/ano, 1442 kg/ha/ano e 1.105 kg/ha/ano nos sistemas 1/2S

d/2, 1/2S d/4 + ET 5% e 1/2S d/7 + ET 5%, respectivamente (Tabela 2) todos superiores

ao RRIM 600. Responde bem à estimulação com Ethefon sendo que a incidência de

seca de painel foi abaixo da média, na referida região.

2.4.8. Clone PB 330

Clone secundário selecionado do cruzamento dos clones primários PB

5/51 x PB 32/36 em Prang Besar, Malásia. Apresenta um sistema de esgalhamento

atrativo. A copa é cônica com folhagem moderadamente densa. Um dos clones mais

vigorosos no Estado. Apresenta-se moderadamente tolerante ao Oídio e Antracnose.

Nos experimentos conduzidos no Instituto Agronômico (IAC) até então não foi

observada quebra pelo vento. A casca, virgem ou regenerada, apresenta espessura

satisfatória. A incidência de seca de painel é baixa. Em ensaios conduzidos na Malásia

a média de produção de cinco anos extrapolou a produção do clone RRIM 600, com

produção acima de 2.000 kg/ha/ano (Tabela 2).

3. RECOMENDAÇÕES

No Estado de São Paulo, especialmente no Planalto Paulista, há certa

preferência pelos chamados clones orientais, que, a despeito da susceptibilidade ao mal-

das-folhas, causados pelo Microcyclus ulei, apresentam chance de exteriorizar, toda sua

capacidade produtiva na ausência de ataques epidêmicos desse patógeno, em

conseqüência da falta de condições ambientais ideais para o seu desenvolvimento no

reenfolhamento logo após a senescência. De forma contrária ao Planalto, o Litoral

paulista apresenta alta umidade relativa no período de desfolha, sendo as condições

ideais para o desenvolvimento do M. ulei, proporcionando grande incidência desse

patógeno. Dessa forma, a escolha dos clones para essa última região deve basear-se

nos que apresentam certa tolerância ao fungo.

A diversificação de clones no plantio é um princípio que deve ser seguido

na heveicultura, especialmente por ser uma cultura perene, em que as chances de

incidência à doenças são elevadas, dessa forma, reduzindo os riscos de insucesso.

Com base principalmente no comportamento obtido nos ensaios do

Instituto Agronômico e em plantações particulares do Estado, nas Tabelas 1, 2 ,3 e 4

estão relacionados aos clones potencialmente produtivos para as regiões paulistas,

respectivamente, para o Planalto e Litoral e nas Tabelas 5 e 6 os caracteres

comparativos dos clones recomendados para plantio em pequena escala e grande escala

para o Estado de São Paulo.

3.1. ESCALA DE RECOMENDAÇÃO

Com vistas a compatibilizar as recomendações sobre o material clonal a

ser plantado em determinada região ecológica, a Sudhevea em 1983

(Superintendência...1983) determinou critérios básicos conforme se segue:

Larga escala – Conjunto de clones que representam até 70% da área total

de plantio. Em geral, encontram-se amplamente plantados no Estado, com bom

desempenho no plantio comercial.

Pequena escala – Conjunto de clones que constituam até 30% da área

total de plantio para os projetos até 50 ha, ou 28% para projetos de 50-100 ha.

Geralmente, são clones promissores, ainda em fase de teste e observações, podendo

apresentar caracteres secundários indesejáveis.

Escala experimental – Conjunto de clones representando até 2% da área

total de plantios em projetos de 50-100 ha, ou 5% para projetos maiores.

Com o intuito de minimizar o risco com o cultivo da seringueira, sugere-

se um mínimo de clones que pode variar de acordo com o tamanho da área a ser

plantada Tabela 7.

3.2. PEQUENAS PROPRIEDADES

A seleção de clones para plantio em pequenas propriedades apresenta

problemas diferentes dos enfrentados pelos grandes heveicultores. A escolha

geralmente deve basear-se em clones disponíveis e com maior produtividade, que

apresentem rápido crescimento, tolerância às doenças da região, resistência à força dos

ventos, casca espessa e de boa regeneração e câmbio dificilmente afetado na sangria. O

período de descanso dado às árvores durante o desfolhamento deve estar relacionado

com o período em que o produtor esteja se dedicando a outras atividades na

propriedade. Se dado clone possui a maioria desses atributos, poderá ser recomendado

ao pequeno heveicultor.

Para pequenos plantios, a escolha de clones deve ser mais rígida para

minimizar os riscos, considerando que geralmente o pequeno heveicultor não dispõe de

muito conhecimento técnico sobre a cultura. O sistema de sangria que é adotado e

intensivo 1/2S d/2 6 d/7. Nesse caso, os clones ideais para o plantio são aqueles cujo

desempenho seja bem conhecido e que apresentem tolerância `a alta freqüência de

sangria.

Os seguintes itens devem ser observados em pequenas plantações:

a) Lotes ou talhões de, no máximo, 1 ha poderiam ser plantados com um

só clone.

b) Em propriedades com cerca de 5 ha, aconselha-se não utilizar um só

clone em mais de 50% da área total, pois restrições ambientais, como

quebra de vento e geadas, requerem um número maior de clones.

Os clones recomendados para plantio nessas propriedades são:

Planalto: RRIM 600, GT 1, PB 235, IAN 873 e PB 252

Litoral: IAN 4493, Fx 3028, Fx 3864, IAN 873 e IAN 2903, IAN 6223.

3.3. GRANDES PROPRIEDADES

Nas grandes plantações, pela necessidade de se plantar maior número de

clones e pelo limitado número de opções, sugere-se, além dos clones convencionais, a

inclusão de blocos de poucos hectares de clones recomendados em escala experimental,

a fim de se comprovar sua adaptabilidade à região.

Os grandes heveicultores, em geral com maior capacidade de assimilação

de novas tecnologias, na seleção de seus clones, podem tolerar certos defeitos

secundários, contanto que os clones escolhidos apresentem respostas adequadas aos

sistemas de baixa freqüência de sangria (½S em d/3, d/4 e d/7 com estimulação). Dessa

forma, clones em escala experimental podem ser incorporados ao seringal em lotes de 1

a 2 ha por clone.

O seguinte material é recomendado para grandes plantações:

Plantio em larga escala:

Planalto: GT 1, PB 235, PR 255, RRIM 600, PB 252, Fx 3864, IAN 873,

e PR 261 e PB 330, AVROS 1328.

Litoral: Fx 3864, Fx 3844, IAN 873, Fx 2261, Fx 567, IAN 2903, IAN

6223, IAN 6159.

Plantio em pequena escala escala:

Planalto: RRIM 626, RRIM 526, RRIM 614, C 256, IAC 40, IAC 300,

IAC 301, IAC 302, IAN 3156

Litoral: Fx 3087, Fx 2880, IAN 873, Fx 2878, Fx 985, Fx 3899, FX

3028, IAC 141, IAC 35 e AVROS 1279.

Plantio em escala escala experimental::

Planalto: RRIM 710, RRIM 711, RRIM 713, RRIM 714, RRIM 901,

RRIM 937, RRIM 938, PB 312, PB 314, PB 350 e PC 119.

Litoral: MDX 42, MDX 98, MDF 114, MDF 180 e IAN 6433.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O fator que normalmente influencia a produtividade de um seringal é o

material a ser plantado. É importante a escolha de clones que propiciem alta produção

durante os primeiros anos de sangria, bem como durante seu ciclo econômico, que

respondem bem à estimulação, à baixa intensidade de sangria e que apresentem

crescimento satisfatório antes e depois da entrada na fase de produção. Com base

nesses caracteres clonais, o heveicultor poderá assegurar alta produção, aliada a uma

alta taxa de retorno sobre o investimento aplicado em curto espaço de tempo.

As restrições impostas a tais caracteres são as relacionadas aos defeitos

inerentes ao clone e a sua interação com os fatores ambientais. Clones com propensão

extrema à quebra pelo vento ou susceptibilidade ao mal-das-folhas e à fitóftora podem

restringir severamente seu uso em certas regiões do Planalto e do Litoral paulistas.

Como medida paliativa, a Malásia emprega enxertia de copa em clones com problemas

de quebra pelo vento. No Brasil, principalmente no Estado do Amazonas, Bahia e Pará,

a enxertia de copa é utilizada para solucionar problemas de incidência do mal-das-folhas

em clones altamente susceptíveis.

O desempenho na produção de um clone pode ser seriamente afetado pela

ocorrência de restrições ambientais em áreas indicadas ao cultivo de seringueira. Os

fatores ambientais de uma região que influenciam a escolha de um clone são:

velocidade do vento, umidade atmosférica, tipo de solo, freqüência de geadas,

disponibilidade hídrica e intensidade e duração da estação seca.

Clones não adaptados às condições do ambiente resultam em redução do

potencial de produção. Clones susceptíveis à quebra não podem ser plantados em locais

com ventos fortes e constantes, sem qualquer proteção. Clones altamente suscetíveis ao

M. ulei não devem ser plantados em clima superúmido. O clone RRIM 600, altamente

produtivo, mas susceptível à quebra, produzirá mais em locais com baixa

intensidade/incidência de ventos.

O tipo de solo é importante para a produtividade, uma vez que o potencial

de um clone pode ser limitado quando em condições pedológicas desfavoráveis. Para se

avaliar o potencial real de sua produção, um clone deve ser plantado em ambientais

adequado, considerando os fatores ambientais, não se desprezando o solo.

Finalmente, ao contrário das recomendações de clones para amplas

regiões que se faziam no passado, que deparavam com problemas de interação

genótipo-ambiental, atualmente as recomendações são restritas aos respectivos

ambientes. A maximização do potencial de produção, sendo o somatório , de partículas

da interação genético-ambiental do local, possibilita uma escolha mais adequada de um

clone para plantio comercial.

5. REFERÊNCIAS

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Malaya. Kuala Lumpur, v. 112; p.33-51, 1971.

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Figura 1. Ciclo utilizado em programas de seleção e melhoramento da seringueira no Instituto Agronômico

VIVEIROS DE ‘PROGÊNIES DE POLINIZAÇÃO CONTROLADA OU ABERTA

SELEÇÃO

EXPERIMENTAÇÃO EM PEQUENA ESCALA

AVALIAÇÃO E SELEÇÃO

EXPERIMENTAÇÃO EM GRANDE ESCALA

RECOMENDADO PARA PLANTIO EM PEQUENA ESCALA

RECOMENDADO PARA PLANTIO EM GRANDE ESCALA

NOVA SELEÇÃO EAVALIAÇÃO DOS PARENTAIS

ANO

INDIVÍDUOS SUPERIORES

PARCELAS DE PROMOÇÃO

RECOMENDADOPARA PLANTIO EMPEQUENA ESCALA

RECOMENDADOPARA PLANTIO EM GRANDE ESCALA

POLINIZAÇÃO CONTROLADA

0

2-2 1/2

12

13

22

......

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......

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....

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... . . . . . . . . . . .

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4

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3

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....

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25

Tabela 1. Potencial médio de produção anual de borracha seca de clones de seringueira, sob diferentes sistemas de sangria, recomendados para o Estado de São Paulo.

Produção (kg/bs/ha/a e g/bs/s/a) (1) Produção Média Local

Clones 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano acumulada da avaliação

GT 1(2) 739 (22,0) 1.095 (23,0) 1.968 (37,0) 2.296 (41,0) 2.296 (41,0) 8.394 1.679 (33,0) Pres. Prudente, SP GT 1(3) 739 (44,0) 1.095 (23,0) 1.516 (57,0) 1.652 (59,0) 1.568 (56,0) 6.570 1.314 (52,0) Pres. Prudente, SP GT 1(4) 472 (41,0) 702 (43,0) 985 (54,0) 1.094 (57,0) 1.382 (72,0) 4.635 927 (53,0) Pres. Prudente, SP PB 235(2) 1.142 (34,0) 1.666 (35,0) 2.234 (42,0) 2.037 (37,0) 2.240 (40,0) 9.319 1.864 (38,0) Pres. Prudente, SP PB 235(3) 672 (40,0) 1.023 (43,0) 1.303 (49,0) 1.512 (54,0) 1.596 (57,0) 6.106 1.221 (49,0) Pres. Prudente, SP PB 235(4) 461 (40,0) 1.485 (91,0) 547 (30,0) 730 (38,0) 557 (29,0) 3.780 756 (46,0) Pres. Prudente, SP PB 235(5) 773 (23,0) 1.309 (55,0) 2.128 (80,0) 2.380 (85,0) - 6.590 1.648 (61,0) Tabapuã, SP IAN 873(2) 840 (25,0) 1.190 (25,0) 2.128 (40,0) 2.352 (42,0) 2.576 (46,0) 9.086 1.817 (36,0) Pres. Prudente, SP IAN 873(3) 571 (34,0) 1.000 (42,0) 1.410 (53,0) 1.568 (56,0) 1.624 (58,0) 6.173 1.235 (49,0) Pres. Prudente, SP IAN 873(4) 484 (42,0) 816 (50,0) 1.131 (62,0) 1.210 (63,0) 1.267 (66,0) 4.908 982 (57,0) Pres. Prudente, SP IAN 873(5) 571 (17,0) 762 (32,0) 1.170 (44,0) 1.260 (45,0) - 3.763 941 (35,0) Tabapuã, SP RRIM 600(2) 1.042 (31,0) 1.571 (33,0) 2.660 (50,0) 3.080 (55,0) 3.136 (56,0) 11.489 2.298 (45,0) Pres. Prudente, SP RRIM 600(3) 689 (41,0) 1.095 (46,0) 1.649 (62,0) 1.848 (66,0) 1.904 (68,0) 7.185 1.437 (57,0) Pres. Prudente, SP RRIM 600(4) 472 (41,0) 734 (45,0) 1.003 (55,0) 1.094 (57,0) 1.152 (60,0) 4.455 891 (52,0) Pres. Prudente, SP

(1) Quilogramas de borracha seca por hectare/ano e gramas de borracha seca por sangria/árvore (parentesis) (2) Sangria no sistema 1/2 S d/2 6d/7 com 140 sangrias/ano (3) Sangria no sistema 1/2 S d/4 + ET 5%, com 70 sangrias/ano. (4) Sangria no sistema 1/2 S d/7 + ET 5% com 48 sangrias/ano. (5) Sangria no sistema 1/2 S d/2 6d/7 no 1º ano e 1/2 S d/4 6d/7 + ET 2,5% a partir do 2º ano de sangria. Nos cálculos de produção anual em kg de borracha seca considerou-se 240, 340, 380 e 400 árvores no 1º, 2º, 3º e 4º ano, respectivamente.

Tabela 2. Potencial médio de produção anual de borracha seca de clones de seringueira, sob diferentes sistemas de sangria, recomendados para o Estado de São Paulo.

Clones Produção (kg/bs/ha/a e g/bs/s/a) (1) Produção Média Local

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano acumulada da avaliação

PR 261(2) 605 (18,0) 1.047 (22,0) 1.490 (28,0) 1.960 (35,0) 2.184 (39,0) 7.286 1.457 (28,0) Pres. Prudente, SP

PR 261(3) 403 (24,0) 571 (24,0) 851 (32,0) 952 (34,0) 1.260 (45,0) 4.037 807 (32,0) Pres. Prudente, SP

PR 261(4) 334 (29,0) 490 (30,0) 675 (37,0) 845 (44,0) 941 (49,0) 3.285 657 (38,0) Pres. Prudente, SP

PB 252(2) 1.243 (37,0) 1.952 (41,0) 2.979 (56,0) 3.752 (67,0) 4.032 (72,0) 13.958 2.792 (55,0) Pres. Prudente, SP

PB 252(3) 655 (39,0) 1.000 (42,0) 1.383 (52,0) 2.044 (73,0) 2.128 (76,0) 7.210 1.442 (56,0) Pres. Prudente, SP

PB 252(4) 553 (48,0) 816 (50,0) 967 (53,0) 1.267 (66,0) 1.920 (100,0) 5.523 1.105 (63,0) Pres. Prudente, SP

Fx 3864(2) 571 (17,0) 952 (20,0) 1.596 (30,0) 2.688 (48,0) 2.968 (53,0) 8.775 1.755 (34,0) Pres. Prudente, SP

Fx 3864(3) 470 (28,0) 762 (32,0) 1.037 (39,0) 1.288 (46,0) 1.736 (62,0) 5.293 1.059 (41,0) Pres. Prudente, SP

Fx 3864(4) 323 (28,0) 506 (31,0) 748 (41,0) 922 (48,0) 941 (49,0) 3.440 688 (39,0) Pres. Prudente, SP

Fx 3864(5) 420 (25,0) 857 (36,0) 958 (36,0) 1.036 (37,0) 1.512 (54,0) 4.783 957 (38,0) Buritama, SP

AVROS 1328(6) 456 (19,0) 748 (22,0) 1.178 (31,0) 1.360 (34,0) 1.280 (32,0) 5.022 1.004 (28,0) Malásia

AVROS 1328(7) 470 (14,0) 1.856 (39,0) 2.554 (48,0) 3.080 (55,0) - 7.960 1.990 (39,0) Tabapuã, SP

PB 330(7) 672 (20,0) 1.809 (38,0) 2.341 (44,0) 3.024 (54,0) 3.248 (58,0) 11.094 2.219 (43,0) Malásia

(1) Quilogramas de borracha seca por hectare/ano e gramas de borracha seca por sangria/árvore (parentesis) (2) Sangria no sistema 1/2 S d/2 6d/7 com 140 sangrias/ano. (3) Sangria no sistema 1/2 S d/4 6d/7 + ET 5% com 70 sangrias/ano. (4) Sangria no sistema 1/2 S d/7 6d/7 + ET 5% .com 48 sangrias/ano. (5) Sangria no sistema 1/2 S d/4 6d/7 + ET 2,5% (Buritama - SP.) (6) Adaptado de FOREIGN...(1971). Sistema de sangria 1/2 S d/3 com 100 sangrias/ano (Malásia). (7) Adaptado de GHANI (1991). Sistema de sangria 1/2 S d/2 (Malásia) Nos cálculos de produção anual em quilograma de borracha seca considerou-se 240, 340, 380 e 400 plantas no 1º, 2º, 3º e 4º ano respectivamente.

Tabela 3. Potencial médio de produção anual de borracha seca de clones de seringueira, sob diferentes sistemas de sangria, recomendados para o Estado

de São Paulo. Produção (kg/bs/ha/a e g/bs/s/a) (1) Produção Média Local Clones 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano acumulada da avaliação

RRIM 626(2) 605 (18,0) 1.285 (27,0) 1.596 (30,0) 2.352 (42,0) 1.848(33,0) 2.408(43,0) 10.094 1.682 (32,0) Campinas, SP

C 256(2) 605 (18,0) 809 (17,0) 1.064 (20,0) 1.176 (21,0) 1.400 (25,0) 1.568 (28,0) 6.622 1.104 (21,0) Campinas, SP C 297(2) 470 (14,0) 904 (19,0) 1.170 (22,0) 1.456 (26,0) 1.288 (23,7) 1.344 (24,0) 6.632 1.105 (21,0) Campinas, SP C 297(3) 456 (19,0) 714 (30,0) 745 (28,0) 728 (26,0) 1.036 (37,0) 1.344 (48,0) 5.023 837 (31,0) Buritama, SP

RRIM 526(2) 571 (17,0) 619 (13,0) 1.064 (20,0) 1.344 (24,0) 1.064 (19,0) 1.456 (26,0) 6.118 1.020 (20,0) Jaú, SP RRIM 526(3) 552 (23,0) 690 (29,0) 798 (30,0) 644 (23,0) 1.176 (42,0) 1.344 (48,0) 5.204 867 (33,0) Buritama, SP

IAC 35(2) 672 (20,0) 1.047 (22,0) 1.702 (32,0) 2.240 (40,0) - - 5.661 1.415 (29,0) Jaú, SP IAC 35(2) 840 (25,0) 2.237 (47,0) 2.766 (52,0) - - - 5.843 1.948 (41,0) Ubatuba, SP IAC 40(4) 1.10 9 (33,0) 2.618 (77,0) - - - - 3.727 1.864 (55,0) Votuporanga, SP IAC 41(2) 403 (12,0) 1.190 (25,0) 1.383 (26,0) 2.128 (38,0) - - 5.104 1.276 (25,0) Jaú, SP IAC 56(4) 504 (15,0) 1.598 (47,0) - - - - 2.102 1.051 (31,0) Votuporanga, SP

(1) Quilogramas de borracha seca por hectare/ano e gramas de borracha seca por sangria/árvore (parentesis) (2) Sangria no sistema 1/2 S d/2 5d/7 com 140 sangrias/ano. (3) Sangria no sistema 1/2 S d/3 6d/7 + ET 2,5% no 1º ano e 1/2 S d/4 6d/7 + ET 2,5% nos anos subseqüentes, com 100 e 70 sangrias/ano, respectivamente. (4) Sangria no sistema 1/2 S d/2 5d/7 no 1º ano e 1/2 S d/3 5d/7 + ET 2,5% no 2º ano, com 140 e 100 sangrias/ano, respe ctivamente. Nos cálculos de produção anual em quilograma de borracha seca considerou-se 240 e 340, 380 e 400 no 1º, 2º, 3º e 4º ano, respectivamente.

Tabela 4. Potencial médio de produção anual de borracha seca de clones de seringueira, sob diferentes sistemas de sangria, recomendados para o Estado de São Paulo.

Clones Produção (kg/bs/ha/a e g/bs/s/a) (1) Produção Média Porcentagem em Local

1º ano 2º ano acumulada da avaliação relação à testemunha

IAC 300 806 (24,0) 1.972 (58,0) 2.778 1.389 (41,0) 124 Votuporanga, SP

IAC 301 706 (21,0) 1.938 (57,0) 2.644 1.322 (39,0) 118 Votuporanga, SP

IAC 302 605 (18,0) 1.768 (52,0) 2.373 1.187 (35,0) 106 Votuporanga, SP

IAC 303 504 (15,0) 1.428 (42,0) 1.932 966 (29,0) 86 Votuporanga, SP

IAN 3156 1.27 7(38,0) 2.346 (69,0) 3.623 1.812 (54,0) 162 Votuporanga, SP

Fx 3899 672 (20,0) 1.598 (47,0) 2.270 1.135 (34,0) 101 Votuporanga, SP

Fx 985 638 (19,0) 1.360 (40,0) 1.998 999 (30,0) 89 Votuporanga, SP

RRIM 600 605 (18,0) 1.632 (48,0) 2.237 1.119 (33,0) 100 Votuporanga, SP

(1) Quilogramas de borracha seca por hectare/ano e gramas de borracha seca por sangria/árvore (parentesis) (2) Sangria no sistema 1/2 S d/2 5d/7 no 1º ano e 1/2 S d/3 + ET 2,5% no 2º ano com 140 e 100 sangrias/ano respe ctivamente. Nos cálculos de produção anual em quilograma de borracha seca considerou-se 240 e 340 plantas no 1º e 2º ano respectivamente.

Tabela 5. Caracteres primários e secundários comparativos de clones recomendados para plantio em grande escala no estado de São Paulo.

Caracteres RRIM PB GT IAN PB PR PR FX 600 235 1 873 252 255 261 3864

Produção média dos primeiros anos 4 5 3 3 5 5 5 3

Produção média do terceiro ao quinto ano 4 4 4 4 5 5 5 5

Produção durante a senescência 4 4 4 3 4 4 4 3

Resposta à estimulação 5 3 3 4 5 4 4 4

Resistência à seca do painel 4 1 - 2 4 3 - 4 4 3 - 4 3 - 4 4

Resistência ao vento 3 3 4 3 4 4 4 3 - 4

Resistência à antracnose 3 4 3 3 4 3 3 3

Resistência ao oídio 4 2 - 3 4 3 4 3 3 4

Resistência ao frio 3 3 4 4 3 3 3 3

Formato de copa 3 5 3 3 4 4 - 4

Vigor durante a imaturidade 3 5 4 4 4 4 3 4

Incremento do caule durante a sangria 4 3 - 4 3 - 4 4 4 - 5 3 3 4

Espessura da casca virgem 2 3 4 4 3 4 3 3

Renovação de casca 4 3 4 4 4 4 4 3 - 4 1 - Ruim; 2 - Abaixo da média; 3 - Médio; 4 - Bom; 5 - Muito bom.

Tabela 6. Caracteres primários e secundários comparativos de clones recomendados para plantio em grande escala no estado de São Paulo.

Caracteres RRIM IAC IAC IAC IAC IAC IAN RRIM 626 40 41 300 301 302 3156 526

Produção média dos primeiros anos 4 5 3 3 5 5 5 2

Produção média do terceiro ao quinto ano 5 N.A. 4 N.A. N.A. N.A. N.A. 4

Produção durante a senescência 3 4 3 3 4 4 4 3

Resposta à estimulação 4 4 - 5 N.A. 4 5 4 4 4

Resistência à seca do painel 4 3 - 4 4 3 - 4 4 3 - 4 3 - 4 4

Resistência ao vento 2 - 3 3 4 3 4 4 4 3 - 4

Resistência à antracnose 2 - 3 4 3 3 4 3 3 3

Resistência ao oídio 4 2 - 3 4 3 4 3 3 4

Resistência ao frio 3 3 4 4 3 3 3 3

Formato de copa 3 4 3 3 4 4 - 3

Vigor durante a imaturidade 3 4 4 4 4 4 3 3

Incremento do caule durante a sangria 4 4 3 - 4 4 4 - 5 3 3 4

Espessura da casca virgem 2 4 4 4 3 4 3 3

Renovação de casca 4 3 4 4 4 4 4 4

1 - Ruim; 2 - Abaixo da média; 3 - Médio; 4 - Bom; 5 - Muito bom.; N.A. - Não avaliados.

Tabela 7. Recomendação mínima do número de clones relacionados ao extrato de área do seringal a ser implantado.

Extrato de área (ha) Número mínimo de clones

3-5 3

6-20 4

21-60 5

61-100 6

101-200 7

201-400 8

>400 10