reciclagem de entulho de obra
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UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
VIVIANE DA SILVA BUDZINSKI
ANÁLISE DA VIABILIDADE PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE
TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL PARA
MARÍLIA-SP
MARÍLIA
2012
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
VIVIANE DA SILVA BUDZINSKI
ANÁLISE DA VIABILIDADE PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE
TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL PARA
MARÍLIA-SP
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade de Marília como requisito parcial para a conclusão da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, sob orientação do Prof. Msc. Alessandro Saraiva Loreto.
MARÍLIA
2012
VIVIANE DA SILVA BUDZINSKI
ANÁLISE DA VIABILIDADE PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE
TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL PARA
MARÍLIA-SP
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil da
Universidade de Marília como requisito parcial para a conclusão da disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso sob orientação da Prof.(a) Msc. Alessandro
Saraiva Loreto.
Aprovado pela Banca Examinadora em ___ /___ /____
________________________________________________________
Profº. Msc. Alessandro Saraiva Loreto
Orientador
________________________________________________________
Profº. Msc. José Ernesto Tonon
Examinador
________________________________________________________
Profª. Msc. Palmira Cordeiro Barbosa
Examinadora
Dedico este trabalho à todos os profissionais e principalmente aos que, no exercício de sua função, preocupam-se com procedimento e realização da ética profissional e uma gestão sustentável para uma melhor qualidade de vida.
Àqueles que acreditam que a sustentabilidade é um instrumento de mudança, e acreditam nela como base para uma vida melhor.
Às novas gerações, para que possam assumir um compromisso mais sustentável, podendo assim trazer mais qualidade de vida para o planeta em geral.
Dedico também à toda minha família, colegas, professores e mestres, que acreditaram em meu esforço.
AGRADECIMENTOS
A Deus, primeiramente por ter-me concebido o dom da vida e a inteligência
para chegar até aqui, permitido-me momentos de grandes alegrias e conquistas, e
também por me proporcionar momentos que muitas vezes julguei ruins, aos quais
pude aprender a me reerguer e acima de tudo enxergar quão grande é a minha
capacidade de vencer os obstáculos.
À meus queridos pais Doraci e Claudemir, que me trouxeram ao mundo e me
deram muito apoio e muitas coisas valiosas como o amor, o carinho, a dedicação, a
preocupação com meu futuro e além disso o respeito e a educação sendo estes os
melhores presentes que uma pessoa pode ganhar, os quais são valores muito
importantes para a construção de uma vida digna e feliz.
À minha querida irmã Andréia, por sempre me apoiar em minhas decisões.
Ao meu querido e amado esposo Vicente, mestre e companheiro, que desde
o começo desta jornada me incentivou, acompanhou e sempre esteve presente
em todos os momentos de dificuldades e alegrias e nunca me deixou desistir deste
sonho.
À minha querida e amada filha Vitória, por me acompanhar diversas vezes
nas aulas e abdicar-se de passeios para eu pudesse estudar.
À toda a minha família em geral, todos que de alguma forma fizeram parte
desta caminhada me incentivando e me dando forças para que chegasse até aqui.
Aos colegas, professores e funcionários que contribuíram para a realização
deste trabalho, em especial ao Profº. Lívio Túlio Baraldi, por fornecer-me um pouco
de seu conhecimento durante toda a jornada.
Ao meu orientador Msc. Alessandro Saraiva Loreto, que compartilhou comigo
um pouco de seu conhecimento e que não negou esforços para auxiliar-me na
construção e escrita deste trabalho.
RESUMO
Levantamentos recentes realizados em diversas cidades brasileiras mostram
que os RCD- (Resíduos da Construção e Demolição) representam, em alguns
casos, mais de 50% da massa dos resíduos sólidos urbanos. Os municípios têm
encontrado dificuldades para gerenciar de forma eficaz as grandes quantidades de
RCD e solucionar os problemas das disposições irregulares que comprometem a
qualidade de vida da população e ocasionam sérios problemas sócio-econômicos e
sanitários. Este trabalho fez um diagnóstico da situação dos RCD’s no município de
Marília-SP e região, com o objetivo de analisar a viabilidade da implantação de um
Projeto e a elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da
Construção Civil, conforme previsto na Resolução nº 307 do CONAMA (Conselho
Nacional de Meio Ambiente). Aborda-se como tema: “A reciclagem e a
empregabilidade dos resíduos sólidos da construção civil e a proposta para o
tratamento dos resíduos sólidos da construção civil no Município de Marília-SP”.
Tendo como objetivo a realização de estudos, visando à implantação de uma Usina
de Reciclagem, como alternativa para a destinação dos RCD do Município, uma vez
que a Usina de tratamento de sólidos mais próxima, situa-se no Município de Tupã-
SP.
Palavras-chave: Resíduos, implantação, Usina, reciclagem, sólidos.
SUMÁRIO:
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................1
2. OBJETIVOS..............................................................................................2
2.1 Objetivo geral.......................................................................................................................... 2
2.2 Objetivos Específicos............................................................................................................... 2
3. JUSTIFICATIVAS......................................................................................3
4. METODOLOGIA........................................................................................4
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................5
5.1 Definições:.............................................................................................................................. 5
5.2 Tipos de resíduos sólidos:........................................................................................................ 5
5.3 Definição de RCD:.................................................................................................................... 5
5.4 Origem.................................................................................................................................... 6
5.5 Geração.................................................................................................................................. 7
5.6 Resíduos Domiciliares e Comerciais.........................................................................................9
5.7 Resíduos Públicos.................................................................................................................. 10
5.8 Resíduos Especiais:................................................................................................................ 10
5.9 Classificação dos Resíduos Sólidos da Construção Civil...........................................................10
5.10 A Reciclagem de Resíduos da Construção Civil no Brasil.....................................................12
5.11 Impactos Causados pelos Resíduos Sólidos da Construção Civil..........................................15
5.12 Benefícios da Reciclagem dos Resíduos Sólidos da Construção Civil...................................16
6. PROPOSTA PARA A DESTINAÇÃO DOS RCD DE MARÍLIA-SP........17
6.1 Situação dos Resíduos Sólidos da Construção Civil – MARÍLIA/SP...........................................19
7. ALGUMAS SUGESTÕES PARA VIABILIZAÇÃO DE UMA UNIDADE DE
RECICLAGEM NO MUNICÍPIO DE MARÍLIA-SP:...................................................25
7.1 O QUE É UMA USINA DE RECICLAGEM DE ENTULHO E O SEU FUNCIONAMENTO.....................25
7.1.1 Viabilidade...........................................................................................................................25
7.1.2 Agregados...........................................................................................................................26
7.1.3 Funcionamento da Usina de Reciclagem de Entulho...........................................................26
7.1.4 Ecopontos ou PEV’s (Pontos de entrega voluntária):..........................................................28
7.2 Local:.................................................................................................................................... 29
7.3 Mão-de-obra:........................................................................................................................ 29
7.4 Equipamentos:...................................................................................................................... 30
7.5 Recepção:.............................................................................................................................. 30
7.6 Materiais que podem ser reciclados na unidade de reciclagem:.............................................30
7.7 Materiais que não podem ser reciclados na unidade de reciclagem:.......................................31
8. APLICABILIDADE DO ENTULHO RECICLADO:..................................32
8.1 Utilização em pavimentação..................................................................................................32
8.1.1 Vantagens............................................................................................................................33
8.2 Utilização como Agregado para o Concreto............................................................................35
8.2.1 Vantagens............................................................................................................................36
8.2.2 Processo de produção.........................................................................................................36
8.3 Utilização como agregado para a confecção de argamassas....................................................40
8.3.1 Vantagens............................................................................................................................40
8.3.2 Limitações...........................................................................................................................40
8.3.3 Processo de produção.........................................................................................................41
8.3.4 Grau de desenvolvimento...................................................................................................41
8.3.5 Custo x Retorno do investimento........................................................................................42
9. RESULTADOS DECORRENTES DA IMPLANTAÇÃO DA UNIDADE DE
RECICLAGEM...........................................................................................................43
9.1 Ambientais:........................................................................................................................... 43
9.2 Econômicos:.......................................................................................................................... 43
9.3 Sociais:.................................................................................................................................. 44
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................45
11. CONCLUSÃO:.........................................................................................46
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................47
13. ANEXOS..................................................................................................49
13.1 Anexo I............................................................................................................................. 49
13.2 Anexo II............................................................................................................................ 57
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- ESTIMATIVA DE RCD GERADO EM DIFERENTES PAÍSES................8
TABELA 2 – PARTICIPAÇÃO DOS RCD NOS RSU, CABRAL (2011).....................9
TABELA 3- DESTINAÇÃO DOS RCD, MINISTÉRIOS (2005).................................14
TABELA 4 – DADOS POPULACIONAIS, SITE 2 (2012)........................................18
TABELA 5 – MOVIMENTO DE CARGAS, PREFEITURA (2012)............................22
TABELA 6 – EQUIPAMENTOS USINA, SITE 6 (2012)............................................29
TABELA 7: CUSTOS MONTAGEM DA USINA, SITE 6 (2012)...............................42
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – ORIGEM DO RCD, CEF (2005)..............................................................7
FIGURA 2- PREFEITURA MUNICIPAL, SITE 1 (2012)...........................................17
FIGURA 3 -MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE MARÍLIA, SITE 3 (2012)......................19
FIGURA 4 – ATERRO SANITÁRIO, SITE 4 (2012)..................................................20
FIGURA 5 – ENTULHO REGIÃO CENTRAL DE MARÍLIA-SP, SITE 4 (2012).......21
FIGURA 6 – OBRA DE DEMOLIÇÃO, SITE 4 (2012)..............................................21
FIGURA 7 – CAÇAMBA ESTACIONADA, SITE 3 (2012)........................................23
FIGURA 8 – ENTULHOS NO ATERRO, SITE 4 (2012)............................................23
FIGURA 9 - CAMINHÃO POLIGUINDASTE SIMPLES, SITE 3 (2012)....................24
FIGURA 10 - CAMINHÃO POLIGUINDASTE DUPLO, SITE 3 (2012).....................24
FIGURA 11 –FUNCIONAMENTO DE UMA USINA, SITE 5 (2012)..........................27
FIGURA 12 – PEV, SITE 3 (2012).............................................................................28
FIGURA 13 –ECOPONTO, SITE 3 (2012)................................................................28
FIGURA 14 - BRITA GERADA NA RCD, SITE 3 (2012)..........................................32
FIGURA 15 - BRITA PARA PAVIMENTAÇÃO, SITE 3 (2012)................................33
FIGURA 16 – ESTRADA RURAL, SITE 3 (2012).....................................................34
FIGURA 17 – PAVIMENTAÇÃO DE ESTRADA RURAL, SITE 3 (2012).................34
FIGURA 18 – MATACÃO, SITE 3 (2012).................................................................35
FIGURA 19 - AREIA, SITE 3 (2012).........................................................................35
FIGURA 20 – ARTEFATO DE CONCRETO ESGOTO, SITE 3 (2012).....................37
FIGURA 22 – BLOCO DE VEDAÇÃO, SITE 3 (2012)..............................................38
FIGURA 23 – “PAVER”, BLOCO DE CALÇAMENTO, SITE 3 (2012).....................38
FIGURA 24 – GABIÕES COM MATACÃO RECICLADO, SITE 3 (2012)................39
FIGURA 25 – BLOCOS PARA CONTROLE DE EROSÃO, SITE 3 (2012)..............39
FIGURA 26 – PÓ FINO UTILIZADO EM ARGAMASSAS, SITE 3 (2012)................40
FIGURA 27 – ARGAMASSA I, SITE 3 (2012)..........................................................41
FIGURA 28 – ARGAMASSA II, SITE 3 (2012).........................................................42
1
1. INTRODUÇÃO
Impossível negar que a enorme quantidade de resíduos produzidos pela
indústria da construção civil, popularmente conhecida como entulho, vem a um bom
tempo, causando sérios prejuízos urbanos, sociais, econômicos e ambientais.
Infelizmente, ainda não inventaram um órgão, aparelho ou máquina perfeito o
bastante para não produzir sobras ou rejeitos, em atividades que explorem os
recursos naturais.
Promover o desenvolvimento sustentável é uma tarefa árdua dentro de uma
economia de mercado, que seleciona produtos e processos não através de critérios
ambientais, mas com base na lucratividade econômica.
A maioria das cidades brasileiras apresenta um acelerado crescimento
urbano, com isso, aumentando a demanda de bens e serviços, que podem gerar
impactos sociais, econômicos e ambientais. Como exemplos podemos citar a
destinação inadequada de resíduos da construção ao longo de córregos, rios,
rodovias, terrenos baldios, além de bota-foras clandestinos, que podem ocasionar
enchentes em vias marginais e atração de animais vetores de doenças e, ainda, a
degradação de áreas urbanas, comprometendo a qualidade de vida da população.
A Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) cria instrumentos para que o poder público atue sobre essa
realidade, definindo responsabilidades e deveres, tornando obrigatória, em todos os
Municípios do país, a implantação de planos integrados de gerenciamento dos
resíduos da construção civil.
O tema proposto teve por finalidade, apresentar uma solução alternativa,
através a implantação de uma Usina de Reciclagem, para os resíduos da construção
civil no Município de Marília-SP e também a viabilidade de criar-se consórcios com
os distritos e cidades vizinhas.
2
2. OBJETIVOS
1.1 Objetivo geral
Tem como objetivo, analisar a viabilidade da implantação de uma URRSCC
(Usina de reciclagem de sólidos da construção civil) em Marília-SP, provenientes do
exercício da construção civil, de forma a atender a Resolução CONAMA 307/2002.
Fornecer informações de como se reciclam os entulhos sólidos das obras,
quais os maquinários necessários para a montagem de uma usina de reciclagem de
sólidos de obra e qual a aplicabilidade destes produtos gerados a partir dos
entulhos.
1.2 Objetivos Específicos
Para realização do estabelecido, especificam-se abaixo as etapas a serem
executadas:
Analisar a viabilidade técnica para a implantação de uma URRSCC (Usina de
reciclagem de sólidos da construção civil) para o aproveitamento do entulho gerado
nos canteiros de obras do município de Marília-SP;
- Quantificar os resíduos provenientes da construção civil;
- Buscar uma destinação adequada para os resíduos de construção e
demolição classe A (ABNT NBR 15114/2004);
- Facilitar o descarte correto dos RCD (Resíduos da construção e demolição);
- Incentivar a redução, segregação e reciclagem;
3
3. JUSTIFICATIVAS
Além da questão ambiental, o tratamento dos resíduos sólidos faz-se
necessário, devido às consequências que o despejo em locais inadequados causam
ao meio ambiente. Também é de consciência de todos que as atividades humanas
causam grandes impactos à natureza, e que estes por sua vez, devem ser
combatidos. Como exemplos pode-se citar o lançamento dos resíduos em corpos
d'água que acabam por provocar alagamentos, ou o lançamento em terrenos baldios
que contribui para a proliferação de vetores causadores de doenças.
Analisando-se a questão por diversos ângulos observa-se que a extração de
matéria prima pode ser mitigada com a reciclagem e reutilização dos próprios
resíduos sólidos da construção civil. Acredita-se que seja provável que esta situação
torne-se realidade com a reciclagem sistemática, satisfatória e em larga escada dos
resíduos sólidos da construção civil.
Outro fator que justifica o desenvolvimento do tema deste TCC é a
necessidade de se chamar a atenção para a existência de leis de grande
importância e que para o bem comum devem ser não somente divulgadas como
também cumpridas.
Portanto, a partir do conhecimento das ocorrências e ao observar as
atividades executadas pelos profissionais da área de Engenharia Civil, surgiu o
desejo de estudar as maneiras pelas quais os impactos causados pela geração de
resíduos sólidos da construção civil no Município de Marília-SP, fossem atenuadas.
Também foi escolhido um vídeo da cidade de Guarulhos, o qual exemplifica e
mostra o funcionamento e gerenciamento dos sólidos gerados na Usina de RCD’s
mantida pela Prefeitura Municipal.
4
4. METODOLOGIA
O foco deste projeto foi a cidade de Marília-SP, localizada no centro oeste
paulista, a qual possui uma população de 214.742 habitantes, e que gera hoje, em
torno de 60t/dia de entulho de obra, a qual conseguiria atingir através dos consórcios
com os distritos e cidades vizinhas, 500.000 habitantes, o que totalizaria 150t/dia de
entulhos gerados.
No entanto, pela escassez de dados referentes à parte de processo e
investimentos no que se refere a uma estação de reciclagem de resíduos sólidos da
construção civil, realizou-se também uma busca de elementos e dados em outras
cidades do Brasil. Essa busca foi realizada em cidades onde já existiam
experiências com relação à reciclagem de resíduos da construção. Tais dados
serviram de base para a realização do estudo de viabilidade tecnológica para a
situação de Marília-SP.
Para a elaboração do presente, serão utilizadas várias fontes de dados, como
livros técnicos, teses, TCC’s, sites da internet, normas, legislação federal,
representantes de bairros, professores orientadores e eventuais funcionários dos
órgãos e empresas que fornecerão as informações solicitadas. A bibliografia
agregará embasamento teórico por meio de materiais impressos e digitais.
5
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.3 Definições:
1.4 Tipos de resíduos sólidos:
Os resíduos sólidos são definidos como:
Resíduos nos estados sólidos e semissólidos que resultam de
atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços de varrição. Ficam incluídos na definição
todos provenientes dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos, cujas particularidades tome inviáveis seu lançamento na rede pública
de esgoto ou corpos d’água ou exija para isso soluções técnicas e
economicamente viáveis em fase da melhor tecnologia disponível. (NBR
10004, 2004)
1.5 Definição de RCD:
A Resolução nº 307 do CONAMA (2002) define os Resíduos da Construção e
Demolição como sendo:
“Resíduos da Construção Civil: são provenientes de construção, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: blocos cerâmicos,
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiações elétricas, etc., comumente chamados de
entulhos de obras, caliça ou metralha”. (CONAMA, 2002)
As terminologias de resíduos de construção e demolição (RCD) e resíduos da
construção civil (RCC) têm sido difundidas no meio acadêmico para denominar os
resíduos sólidos gerados nas atividades de construção e demolição.
6
1.6 Origem
Originam-se nas próprias atividades empreendidas nos canteiros de obras, ou
seja, escavações, construções, reformas e demolições. Cada uma dessas
atividades, ao empregar procedimentos técnicos específicos, produz diferentes
qualidades e tipos de RCD.
Os RCD provenientes de novas construções, de acordo com Levy (1997) são
provenientes de todas as etapas de execução de obra, ou seja, concretagens,
alvenarias, revestimentos e acabamentos. Esta produção, na concepção de Zordan
(2001), está diretamente relacionada ao alto e polêmico índice de perda do setor
construtivo. Ainda que se considere a permanência de parte do RCD na obra, o
elevado índice de entulho gerado revela o grande desperdício de materiais de
construção. As novas construções geram como resíduos, sobre tudo, materiais
cerâmicos como tijolos, telhas e azulejos, argamassas, concreto, madeira, aço e
gesso.
A geração de RCD em obras de reformas está ligada à falta de
conhecimentos técnicos dos agentes responsáveis por estas atividades. A falta de
uma cultura de reutilização e reciclagem e, desconhecimento da potencialidade do
entulho reciclado como material de construção são, para Zordan (2001), as causas
dos grandes volumes de RCD gerados em obras de reformas.
Nas obras de demolições propriamente ditas, a quantidade de
resíduos são gerados não diretamente dos processos empregados ou da
qualidade do setor, pois entulho produzido faz parte do processo de
demolição. No entanto, indiretamente, a tecnologia e os processos
construtivos utilizados na obra demolida, e o sistema de demolição utilizado,
influem na qualidade do resíduo gerado, ou seja, alguns sistemas construtivos
e demolição podem produzir resíduos com maior potencial para a reciclagem
que outros, onde a mistura de materiais e componentes, ou sua
contaminação favorecer ou não a reutilização e a reciclagem do resíduo.
(ZORDAN, 2001)
7
Uma estimativa da porcentagem de RCD gerado em diferentes tipos de obras
é apresentada no manual Manejo e gestão de resíduo da construção civil (CEF,
2005), como pode ser observado no gráfico abaixo.
Origem do RCD em algumas cidades do Brasil (% da massa total)
Figura 1 – Origem do RCD, CEF (2005)
1.7 Geração
Segundo John (2001) a construção civil gera resíduos na fase de produção de
materiais e componentes, na atividade de canteiros, durante a manutenção,
modernização e, finalmente, na demolição. A quantidade de resíduos gerados em
cada país depende da intensidade da atividade de construção, da tecnologia
empregada, das taxas de desperdícios e manutenção.
8
Tabela 1- Estimativa de RCD gerado em diferentes países.
RCD gerado, JOHN (2000).
A massa de RCD gerada nas cidades, de acordo com os estudos mais
recentes, iguala-se ou ultrapassa a massa de resíduos domiciliares. Um destes
estudos foi desenvolvido por Pinto (1999), que estimou a participação dos RCD na
massa total de RSU em cidades brasileiras de médio e grande porte. Os valores
encontrados variam entre 41% (Salvador-BA) e 70% (Ribeirão Preto-SP).
País Quantidade Anual
Mton/ano Kg/hab
Suécia 1,2 – 6 136 - 680
Holanda 12,8 – 20,2 820 – 1300
EUA 136 – 171 463 – 584
UK 50 – 70 880 - 1120
Bélgica 7,5 – 34,7 735 – 3359
Dinamarca 2,3 – 10,7 440 – 2010
Itália 35 – 40 600 – 690
Alemanha 79 – 300 936 – 3658
Japão 99 785
Portugal 3,2 325
Brasil 3,0 230 – 660
9
Foi observado também que a taxa de geração de RCD variou entre 230 e 760
Kg/hab.ano. A Tabela 2 mostra os resultados deste estudo.
Participação dos RCD nos RSU (Resíduos Sólido Urbanos) e taxa de geração
em várias cidades.
Tabela 2 – Participação dos RCD nos RSU, CABRAL (2011)
A predominância dos RCD no total de RSU produzido nas cidades brasileiras
pode ser observada no manual Manejo e gestão de resíduos da construção civil
(CEF, 2005) conforme os dados da Tabela 2.
Velloso (1997, in Lima e Chenna, 2000, p.23) agrupa os resíduos sólidos
urbanos em três grandes grupos, como segue:
1.8 Resíduos Domiciliares e Comerciais
Resíduos sólidos de diversas naturezas, gerados usualmente nas residências
e, ou, nos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços (exceto aqueles
de atenção à saúde). São objetos de coleta pública regular de lixo e constituem-se,
principalmente, de materiais orgânicos putrescíveis, particularmente restos de
alimentos mal aproveitados.
10
1.9 Resíduos Públicos
Resíduos sólidos urbanos gerados e recolhidos nas vias e logradouros
públicos. A geração dessa classe de resíduos ocorre tanto pela ação da natureza,
quanto pelas atividades de manutenção, reparo e expansão do pavimento e das
redes de instalações públicas.
1.10 Resíduos Especiais:
São agrupáveis nessa classe genérica: resíduos sólidos urbanos de
muitas distintas naturezas, mas que por suas características qualitativas e, ou,
quantitativas exigem um manejo diferenciado tanto no seu recolhimento, quanto no
seu transporte, tratamento ou destinação final. Podemos citar como exemplo:
Os resíduos sólidos contaminados, ou potencialmente contaminados, das
unidades de atenção à saúde;
O entulho da construção civil, que seja resultante de desperdícios na
execução de obras, quer da execução de reformas ou da demolição de
edifícios “antigos”;
Objetos volumosos, tais como móveis e grandes eletrodomésticos
danificados, pneus, galhos, e, ou, troncos de árvores podadas ou
tombadas, etc.;
Resíduos de exumação periódica de túmulos simples em cemitérios
públicos;
Carcaças de animais mortos na zona urbana, em espaços públicos ou em
áreas privadas.
1.11 Classificação dos Resíduos Sólidos da Construção Civil
Na classificação da NBR 10004 (2004), que toma como referência os riscos
que os resíduos sólidos apresentam ao meio ambiente e a saúde pública, os RCD
são enquadrados na classe IIB – Inertes:
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa
e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada
11
ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme teste solubilização,
não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados com
concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água,
executando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Como
exemplo destes materiais, podem se citar, rochas, tijolos, vidros e
certos plásticos e borrachas que não compostos prontamente.
Os resíduos são classificados, para os efeitos da ABN NBR 15114:
2004 e em conformidade com a Resolução CONAMA 307.
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais
como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de
outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e
concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de
construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles
contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas
radiológicas, instalações industriais e outros.
12
1.12 A Reciclagem de Resíduos da Construção Civil no Brasil
O Brasil possui algumas experiências com usinas de reciclagem de RCD. Em
novembro de 1991, foi inaugurada a primeira usina de reciclagem de entulho do
Hemisfério Sul, localizada no bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo: a Usina
de Reciclagem de Entulho de Itatinga. Possui também as usinas de Santo André,
Ribeirão Preto, São José dos Campos e Londrina, com bons resultados (NETO,
2005).
O Projeto Entulho Bom, desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia em
parceria com a Caixa Econômica Federal, que teve como criador e coordenador o
Prof. José Clodoaldo Silva Cassa (1946 – 1999), foi premiado pela ONU, no ano de
2000, como uma das 100 MELHORES PRÁTICAS para melhoria da qualidade de
vida e pela Caixa Econômica Federal como uma das 10 MELHORES PRÁTICAS
para o desenvolvimento urbano. O foco principal desse projeto foi a reciclagem e o
reaproveitamento de entulho para materiais de construção, buscando minimizar os
impactos socioambientais causados pelo descarte inadequado de resíduos,
preservar recursos naturais e melhorar a qualidade de vida na Região Metropolitana
de Salvador.
No ano 1996, foi implantado em Belo Horizonte, M.G, pela prefeitura, um
Programa de Correção das Disposições Clandestinas e Reciclagem de Entulho. Tal
projeto teve o objetivo de corrigir problemas ambientais decorrentes da produção do
resíduo sólido da construção civil, já que 40% do material recolhido pelos
equipamentos municipais são destes resíduos. Os materiais são encaminhados às
duas usinas de reciclagens de entulho localizadas nos bairros Pampulha e Estoril de
Belo Horizonte - MG. O produto final da reciclagem nestas usinas é empregado em
obras de infra-estruturas, vias públicas e obras de manutenção e instalação de apoio
a limpeza. Estes materiais também apresentam aspectos econômicos viáveis.
(SINDUSCON-MG parceiros, 2005).
As informações a respeito da geração e destinação de RCD são escassas,
segundo dados do Ministério das Cidades, porém, a participação no PIB do setor de
atividade da qual se originam, é significativa. No Brasil, no ano de 2002,
correspondeu a cerca de 8% PIB (CBIC 2003). Essa grande massa de resíduos
13
gerenciada de uma forma inadequada degrada a qualidade da vida urbana,
sobrecarrega os serviços municipais de limpeza pública e acentua a desigualdade
social, já que muitos recursos são desviados para pagar a conta da coleta,
transporte e disposição de resíduos depositados irregularmente em áreas públicas.
Pode-se observar que, nos anos de 2002 e 2004, foram envidados esforços
para amenizar os problemas do mau gerenciamento dos resíduos da construção
civil, através de políticas públicas, normas, especificações técnicas e instrumentos
econômicos. Construtoras e diversos geradores de resíduos começaram a dar
enfoque nos sistemas de gerenciamento em seus canteiros de obras,
empreendedores privados abriram novos e rentáveis negócios nas atividades de
triagem e reciclagem.
Informações sobre essas iniciativas brasileiras estão apresentadas a seguir.
14
Municípios com planos para destinação dos seus RCD.
Tabela 3- Destinação dos RCD, MINISTÉRIOS (2005)
15
1.13 Impactos Causados pelos Resíduos Sólidos da Construção Civil
Um dos principais motivos para se estudar e buscar uma maneira de extinguir
ou ao menos reduzir a geração de entulho ocorre devido aos inúmeros impactos que
estes materiais causam ao meio ambiente.
Com a regulamentação da disposição final dos resíduos sólidos espera-se
que estes não sejam depositados nas vias públicas, em terrenos baldios, nos cursos
d'água ou em outros locais que não sejam os discriminados pela regulamentação
vigente.
A disposição dos resíduos sólidos da construção civil nas vias públicas
compromete a qualidade do ambiente causando um impacto estético bastante
negativo para a cidade. Esta negligência afeta o trânsito de pedestres e de veículos
podendo causar acidentes de graves proporções.
Já a disposição em terrenos baldios, bota-foras e outros, contribui para a
proliferação de vetores causadores de doenças e de prejuízo à saúde pública. É
comum a presença e procriação de roedores, insetos peçonhentos (aranhas e
escorpiões) e insetos transmissores de endemias perigosas (dengue) em locais
onde haja resíduos sólidos depositados irregularmente.
Estes materiais tomam-se obstáculos para a drenagem urbana quando
depositados em áreas livre sem o devido tratamento, pois são carregados pelas
chuvas até os sistemas de drenagem da cidade.
O lançamento dos resíduos da construção civil diretamente nos cursos d'agua
somado ao volume carregado pela chuva tende a entupir bocas de lobo, galerias,
causar o assoreamento dos rios e, por fim, degradar o meio ambiente.
No entanto, a elevação dos custos operacionais não é a única consequência
provocada pela deposição irregular destes resíduos. Deve-se considerar as
constantes enchentes ocorridas na cidade de São Paulo, apesar de já sabermos que
estas ocorrências também são provocadas pela ocupação desordenada das várzeas
dos rios e pela excessiva impermeabilização da superfície terrestre.
Acredita-se que a reutilização dos resíduos sólidos da construção civil não só
reduzirá a quantidade de material depositado irregularmente como também
16
amenizará a necessidade de extração de matéria-prima do meio ambiente. Por este
aspecto espera-se que a degradação de jazidas, onde os agregados são obtidos,
seja mitigada.
1.14 Benefícios da Reciclagem dos Resíduos Sólidos da Construção Civil
Com a obrigatoriedade do tratamento dos resíduos sólidos da construção civil
instituído por lei, espera-se que este material torne-se um produto capaz de
movimentar a economia, gerar empregos em função da necessidade de
beneficiamento, transporte e outros, além de aumentar a renda das empresas
interessadas na realização destes serviços. Neste caso é importante atentar para a
necessidade destas empresas estarem obrigatoriamente cadastradas na PMM
( Prefeitura Municipal de Marília), conforme a legislação vigente.
A utilização dos materiais reciclados pelas obras situadas nas cidades onde
houver o tratamento dos resíduos da construção civil terá considerável redução no
custo final devido à redução da parcela representada pelo uso como matéria-prima e
pelo transporte, pois com a utilização dos materiais disponíveis na mesma cidade
haverá redução da necessidade de busca por estes mesmos materiais em outros
locais que são comumente mais distantes.
Um dos grandes problemas causados pela geração e destinação sem
controle dos resíduos sólidos da construção civil é que estes acabam em terrenos
baldios, cursos d'água e até mesmo em aterros sanitários. No entanto com a
regulamentação e exigência de triagem na própria fonte geradora, ou seja, no
interior do canteiro de obras, espera-se que este material seja transportado
diretamente para as ATT (Áreas de Transbordo e Triagem).
17
6. PROPOSTA PARA A DESTINAÇÃO DOS RCD DE MARÍLIA-SP
Como proposta para destinação final dos resíduos da construção e
demolição da cidade de Marília-SP, foi realizado um estudo técnico para a
implantação de uma Usina de Reciclagem, levando-se em consideração as
características intrínsecas do Município e as diretrizes da Resolução nº 307 do
CONAMA.
O município de Marília está em toda sua extensão situado sobre o ramo
ocidental da serra dos Agudos que o atravessa de leste a oeste. Os contrafortes
dessa serra terminam geralmente em paredões de grés revestidos de vegetação.
Dentro do município recebe algumas denominações especiais: Serra de Avencas,
Serra de Cincinatina (onde fica o Morro Redondo); Serra do Tiveron; Serra do
Scomparim : Serra do Macuco e Serra de Casa Grande (Fonte: Site wikipedia).
Prefeitura Municipal de Marília – Av. Rio Branco
Figura 2- Prefeitura Municipal, SITE 1 (2012)
18
Limita-se o Munucípio de Marília ao Norte com: Getulina, Guaimbê e Júlio
Mesquita; Ao Sul com: Campos Novos Pauslista; À Leste com: Àlvaro de Carvalho,
Vera Cruz e Ocauçu; À Oeste com: Echaporã, Oriente e Pompéia.
Possui uma área de 1170,054 km² , uma altitude de 675m e está a 438 Km de
distância da capital.
Atualmente o município está dividido em 6 distritos (Dados Wikipedia - IBGE
2008):
Amadeu Amaral: 147 hab. Avencas: 635 hab. Dirceu: 122 hab. Lácio: 959 hab. Padre Nóbrega: 4.004 hab. Rosália: 2.200 hab
Dados populacionais do município de Marília-SP
Tabela 4 – Dados Populacionais, SITE 2 (2012)
Município Total Homens Mulheres Urbana Rural
Marília 216.684 104.694 111.990 207.737 8.947
19
Figura 3 -Mapa de localização de Marília, SITE 3 (2012)
1.15 Situação dos Resíduos Sólidos da Construção Civil – MARÍLIA/SP
A situação do RCD do município foi verificada através de entrevista, com
envolvidos nesta área na prefeitura Municipal e, segundo a Secretaria de Meio
Ambiente, já foi desenvolvido um estudo para o descarte correto dos RCD’s, porém,
por falta de recursos da prefeitura, ainda não foi possível implantar-se um destino
adequado aos mesmos, os quais, estão sendo depositados na parte de cima do
aterro sanitário, que fica em uma propriedade de aproximadamente 340 mil metros
quadrados localizado em uma área da Prefeitura Municipal, que fica no Km 13 da
Estrada Vicinal Marília - Distrito de Avencas.
20
Aterro Sanitário de Marília – Distrito de Avencas
Figura 4 – Aterro Sanitário, SITE 4 (2012)
Segundo informações fornecidas pelo Engº Márcio Lunardeli da PMM
(Prefeitura Municipal de Marília), atualmente o município possui uma área anexa ao
aterro sanitário controlado, licenciada pela CETESB, tendo já a licença de instalação
para que os entulhos possam ser depositados. Porém, falta a retirada da terra para
obter a cota de projeto e assim iniciar a operação de acordo com o projeto da
Prefeitura. Hoje os caçambeiros depositam os entulhos de obra na área superior do
aterro sanitário controlado, que é irregular e que a PMM (Prefeitura Municipal de
Marília), já está com multa/penalidade da CETESB por destino irregular deste
entulho.
21
Acúmulo de entulhos e lixo na Rua Coroados, região central de Marília-SP.
Figura 5 – Entulho região central de Marília-SP, SITE 4 (2012)
Obra de demolição de um bar no Jardim Cavalari, Marília-SP, com geração de
entulho.
Figura 6 – Obra de demolição, SITE 4 (2012)
22
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de
Tratamento de Resíduos (ABETRE, 2004) revelou que 2,9 milhões de t/ano de
resíduos industriais são gerados no Brasil, sendo que apenas 28% dos resíduos
industriais no país são tratados. Os outros 72% têm solução inadequada, o que
acaba provocando sérias contaminações no solo e nas águas subterrâneas.
Comprovadamente, o lixo mal deposto provoca degradação irreversível dos recursos
hídricos, transgressão paisagística, poluição do ar e o solo, assoreamento de rios e
geração de inundações.
A Prefeitura Municipal de Marília-SP possui os dados e informações para o
cálculo do indicador dos resíduos em construções, reformas, ampliações e
demolições.
Movimento de Cargas de Entulho no Município de Marília-SP
Tabela 5 – Movimento de cargas, PREFEITURA (2012).
Qtd.
Caçambas/di
a
Qtd.
Caçambas/mês
Vol. de cada
caçamba
Vol.
Removido/dia
Vol.
Removido/mês
200 unid. 4000 unid. 3m3 600m3 12000m3
A tabela acima nos mostra o movimento de cargas de RCD das empresas
que prestam serviços de retirada de entulhos.
Todos os caçambeiros são cadastrados junto a Prefeitura Municipal, quem
fiscaliza é a Secretaria de Serviços Urbanos, e quem dá as diretrizes de destino, é a
Secretaria do meio ambiente, onde todos os caçambeiros devem estar de acordo
com as Leis Municipais Nº 4634 de 11 de junho de 1999 e sua modificação posterior
Lei Nº 6355 de 23 de Novembro de 2005 ( AMBAS EM ANEXO).
23
Figura 7 – Caçamba estacionada, SITE 3 (2012).
Entulhos depositados e misturados aos resíduos domésticos - Aterro Sanitário de
Marília – Distrito de Avencas,
Figura 8 – Entulhos no aterro, SITE 4 (2012)
24
Hoje a cidade possui 9 empresas de caçambas de retirada de entulho. As
empresas prestadoras de serviços da cidade, cobram em torno de R$50,00 a
R$55,00 para o aluguel de uma caçamba de 3m3 de entulho, que fica na obra em
média 5 dias e posteriormente a sua retirada para o descarte dos mesmos.
Figura 9 - Caminhão poliguindaste simples, SITE 3 (2012)
Figura 10 - Caminhão poliguindaste duplo, SITE 3 (2012)
25
7. ALGUMAS SUGESTÕES PARA VIABILIZAÇÃO DE UMA UNIDADE DE RECICLAGEM NO MUNICÍPIO DE MARÍLIA-SP:
Diante dos dados coletados, é possível colocar algumas sugestões de itens
que podem contribuir para a realização da obra.
Cumprimento da Lei N° 307 do CONAMA, com agentes fiscalizadores na
qual venha estabelecer as diretrizes da realização do trabalho em questão.
Consórcio intermunicipais, onde o município de Marília –SP, em parceria
com municípios vizinhos trabalhariam juntos para o fornecimento dos entulhos e
reaproveitáveis produzidos.
Investimento da obra irá variar de acordo com a estrutura do
empreendimento. Assim como o tempo de execução da mesma.
1.16 O QUE É UMA USINA DE RECICLAGEM DE ENTULHO E O SEU FUNCIONAMENTO.
Uma usina de reciclagem de entulho da construção civil nada mais é do que
uma britagem adaptada para triturar entulho, possui normalmente equipamentos
como britadores, peneiras, transportadores de correia, etc.
1.16.1 Viabilidade
Antes de empreender neste negócio é importante conhecer o mercado de
construção civil da região e saber aproximadamente a quantidade de matéria prima
a disposição como o percentual de entulho cinza e vermelho que virá a ser
processado. Uma boa maneira de se ter uma idéia disso é procurar nas redondezas
por empresas de tele entulho, construtoras, visitar aterros, etc.
Uma usina de entulho demanda um grande espaço, este pode ser cedido ao
empreendedor pelo município através de uma parceria publico/privada. É do
interesse da prefeitura manter a cidade limpa, incentivar a economia, gerar
empregos e liberar espaços nos aterros.
26
A lei federal 12305/2010 para gestão dos resíduos sólidos sancionada em
agosto/2010 determina uma destinação correta para os resíduos de construção civil,
muitas empresas encontram dificuldades no comprimento dessa lei e não têm para
onde mandar seu entulho. Uma boa solução é cobrar para receber esse entulho, ou
seja, já se tem uma pequena renda para receber a matéria-prima com a qual
empreendedor irá trabalhar. Boa parte entulho é metal, plástico e outros materiais
não pedregosos, esses materiais devem ser separados manualmente e podem ser
vendidos para outras empresas de reciclagem.
1.16.2 Agregados
Pode-se também separar o entulho cinza do vermelho diretamente na obra e
separar os agregados por granulometria, o entulho cinza é um material nobre e
conforme o caso compensa vende-lo separadamente ou usá-lo para fabricar outros
produtos. São sub-produtos do agregado cinza areia, tijolos, diversos modelos de
calçamentos, meio fio para vias publicas, canos para esgoto, etc.
O entulho vermelho é excelente material para fazer bases e sub-bases, por
exemplo, uma estrada de chão batido onde se tenha aplicado o agregado desse
entulho oferecerá uma excelente compactação e produzirá pouca poeira.
1.16.3 Funcionamento da Usina de Reciclagem de Entulho
Abaixo um exemplo do funcionamento de uma das usinas de reciclagem de
entulho neste processo abaixo, o entulho cinza é dividido em granulometria e britado
separadamente do vermelho.
27
Funcionamento de uma Usina de Reciclagem de entulho
Figura 11 –Funcionamento de uma Usina, SITE 5 (2012)
O material a ser britado é colocado no alimentador vibratório (1) no
alimentador existe uma grelha para retirada de materiais finos que recolhe a terra
para um transportador de correia (2) formando uma pilha ao lado (3). Esse processo
de retirada da terra evita o desgaste desnecessário das mandíbulas do britador.
Do britador (4) sai um transportador de correia radial (5) que pode se
posicionada hora em direção a pilha de agregado vermelho (6) e hora em direção a
peneira-vibratória (7).
Da peneira vibratória saem agregados de entulhos cinza de diversos
tamanhos já separados e cada um é levado por um transportador de correia (8) para
sua pilha final (9).
28
1.16.4 Ecopontos ou PEV’s (Pontos de entrega voluntária):
Os Eco Pontos ou PEVs, são locais de coleta, onde a população pode estar
depositando até 1m3 de entulho.
PEV- Ponto de entrega voluntária:
Figura 12 – PEV, SITE 3 (2012)
Ecoponto- Estação de entrega voluntária:
Figura 13 –Ecoponto, SITE 3 (2012)
29
Equipamentos utilizados para montar uma Usina de RCD
Tabela 6 – Equipamentos Usina, SITE 6 (2012).
1.17 Local:
A Prefeitura Municipal já possui um projeto para implantação da Usina de
reciclagem de sólidos da construção civil em Marília, o qual está em análise pela
CETESB e a qual seria implantada no terreno anexo ao aterro sanitário no distrito de
Avencas.
1.18 Mão-de-obra:
Poderá facilmente ser encontrada, uma vez que há muitas pessoas que
sobrevivem catando lixo. Seria uma iniciativa da Prefeitura em inserir estas pessoas
no mercado de trabalho, dando-lhes mais oportunidades de aprendizado, uma vez
30
que será necessário mão de obra qualificada também, sendo assim, estímulo para a
qualificação pessoal.
1.19 Equipamentos:
Os equipamentos básicos consistem de um equipamento triturador de
resíduos e na aquisição de veículo de transporte de materiais, além é claro dos
equipamentos de segurança e da parte administrativa (computadores, móveis de
escritório, etc..)
1.20 Recepção:
Os resíduos poderão ser transportados para a unidade de reciclagem através
de uma parceria com as empresas coletoras de resíduos no município de Marília e
esta parceria poderá ser efetivada, fechando assim um circuito muito importante
para o aumento da vida útil do aterro de inertes municipal, além de benefícios
gerados ao meio ambiente, redução de custos para a remoção ou limpeza em locais
de deposição clandestina.
Legalização para a abertura do empreendimento, tais como:
- Registro na Junta Comercial;
- Registro na Secretaria da Fazenda;
- Registro na Prefeitura do Município;
- Registro no INSS;
- Registro no Sindicato Patronal;
- Alvará de Funcionamento.
1.21 Materiais que podem ser reciclados na unidade de reciclagem:
Fragmentos de alvenaria de componentes cerâmicos.
Fragmentos de alvenaria de blocos de concreto.
Fragmentos de concreto, armado ou não, sem fôrmas.
31
Fragmentos de lajes e de pisos.
Argamassas de cal, de cimento ou mistas, de assentamento ou
revestimento.
Componentes de concreto ou cerâmicos: blocos, tijolos, telhas, tubos,
briquetes, lajotas para laje etc.
Fragmentos de pedra britada e de areia naturais, sem presença
significativa de terra ou outros materiais proibidos (classificação Classe
A - CONAMA nº. 307)
1.22 Materiais que não podem ser reciclados na unidade de reciclagem:
Gesso,
Fragmentos de cimento amianto em quantidades expressivas,
Madeira,
Vegetação e matéria orgânica;
Papel,
Papelão,
Plástico,
Isopor e similares;
Tecidos,
Borracha,
Espuma e demais materiais sintéticos;
Metais;
Vidro;
Tintas,
Impermeabilizantes e asfalto;
Líquidos em geral e Outros.
32
8. APLICABILIDADE DO ENTULHO RECICLADO:
Reciclar o entulho - independente do uso que a ele for dado - representa
vantagens econômicas, sociais e ambientais, tais como:
economia na aquisição de matéria-prima, devido a substituição de
materiais convencionais, pelo entulho;
diminuição da poluição gerada pelo entulho e de suas conseqüências
negativas como enchentes e assoreamento de rios e córregos, e
preservação das reservas naturais de matéria-prima.
A seguir são citadas algumas possibilidades de reciclagem para este resíduo
e as vantagens específicas de cada uma.
1.23 Utilização em pavimentação.
A forma mais simples de reciclagem do entulho é a sua utilizado em
pavimentação (base, sub-base ou revestimento primário) na forma de brita corrida,
rachão ou ainda em misturas do resíduo com solo.
Figura 14 - Brita gerada na RCD, SITE 3 (2012).
33
Figura 15 - Brita para pavimentação, SITE 3 (2012).
1.23.1 Vantagens
é forma de reciclagem que exige menor utilização de tecnologia o que
implica menor custo do processo;
permite a utilização de todos os componentes minerais do entulho
(tijolos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a
necessidade de separação de nenhum deles;
economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação
à sua utilização em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto,
parte do material permanece em granulometrias graúdas;
possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido,
como o proveniente de demolições e de pequenas obras que não
suportam o investimento em equipamentos de moagem/ trituração;
maior eficiência do resíduo quando adicionado aos solos saprolíticos
em relação a mesma adição feita com brita. Enquanto a adição de 20%
de entulho reciclado ao solo saprolítico gera um aumento de 100% do
O entulho, que pode ser usado sozinho ou misturado ao solo, deve ser
processado por equipamentos de britagem/ trituração até alcançar a granulometria
desejada, e pode apresentar contaminação prévia por solo – desde que em
proporção não superior a 50% em peso.
34
Pavimentação e recuperação de estradas rurais e urbanas.
Figura 16 – Estrada Rural, SITE 3 (2012)
Figura 17 – Pavimentação de Estrada Rural, SITE 3 (2012)
35
Matacão, utilizado para preenchimento de passeio
Figura 18 – Matacão, SITE 3 (2012).
1.24 Utilização como Agregado para o Concreto
O entulho processado pelas usinas de reciclagem pode ser utilizado como
agregado para concreto não estrutural, a partir da substituição dos agregados
convencionais (areia e brita).
Areia reciclada utilizada no concreto não estrutural
Figura 19 - Areia, SITE 3 (2012).
36
1.24.1 Vantagens
utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos,
argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a
necessidade de separação de nenhum deles;
economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação
à sua utilização em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto,
parte do material permanece em granulometrias graúdas;
possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido,
como o proveniente de demolições e de pequenas obras que não
suportam o investimento em equipamentos de moagem/ trituração;
possibilidade de melhorias no desempenho do concreto em relação
aos agregados convencionais, quando se utiliza baixo consumo de
cimento;
1.24.2 Processo de produção
O entulho processado pelas Usinas de Reciclagem (onde sua fração
mineral é britada em britadores de impacto) é utilizado como agregado
no concreto, em substituição simultânea à areia e à brita
convencionalmente utilizadas. A mistura é a tradicional, com cimento e
água, esta em quantidade bastante superior devido à grande absorção
do entulho.
Embora pesquisas tenham demonstrado eficácia do processo, vários
fatores como os relacionados à durabilidade do concreto produzido
ainda precisam ser analisados. As prefeituras de São Paulo e a de
Ribeirão Preto já utilizam blocos de concreto feitos com entulho
reciclado.
37
Produção de Artefatos de Concreto.
Figura 20 – Artefato de concreto esgoto, SITE 3 (2012).
Figura 21 – Artefato de concreto para paisagismo, SITE 3 (2012).
38
Figura 22 – Bloco de vedação, SITE 3 (2012).
Figura 23 – “Paver”, bloco de calçamento, SITE 3 (2012).
39
Controle de erosão.
Figura 24 – Gabiões com matacão reciclado, SITE 3 (2012).
Figura 25 – Blocos para controle de erosão, SITE 3 (2012).
40
1.25 Utilização como agregado para a confecção de argamassas
Após ser processado por equipamentos denominados "argamasseiras", que
moem o entulho, na própria obra, em granulometrias semelhantes as da areia, ele
pode ser utilizado como agregado para argamassas de assentamento e
revestimento.
Figura 26 – Pó fino utilizado em argamassas, SITE 3 (2012).
1.25.1 Vantagens
utilizado do resíduo no local gerador, o que elimina custos com
transporte;
efeito pozolânico apresentado pelo entulho moído;
redução no consumo do cimento e da cal, e
ganho na resistência a compressão das argamassas.
1.25.2 Limitações
As argamassas de revestimento obtidas apresentam problemas de fissuração,
possivelmente pela excessiva quantidade de finos presente no entulho moído pelas
argamasseiras.
41
1.25.3 Processo de produção
A partir da mistura de cimento, areia e água, a fração mineral do entulho é
adicionada a uma caçamba de piso horizontal, onde dois rolos moedores girando em
torno de um eixo central vertical, proporciona a moagem e homogeneização da
mistura que sai do equipamento pronta para ser usada.
1.25.4 Grau de desenvolvimento
Esta reciclagem vem sendo utilizada, com frequência, por algumas
construtoras do país e pesquisas estão em andamento para tentar solucionar as
limitações desta técnica.
Assentamento de blocos com argamassa de finos reciclados
Figura 27 – Argamassa I, SITE 3 (2012).
42
Argamassa confeccionada a partir de finos reciclados:
Figura 28 – Argamassa II, SITE 3 (2012).
1.25.5 Custo x Retorno do investimento
Segue à baixo uma tabela com os custos levantados para o investimento na
implantação de uma Usina de reciclagem de sólidos na cidade de Marília-SP, bem
como o tempo de retorno do mesmo.
Tabela 7: Custos montagem da Usina, SITE 6 (2012).
Quanto à questão do retorno do investimento, pode-se dizer que será uma
questão complexa, devido ao custo fixo que cada empresa terá e de qual o preço
que será praticado no produto final.
Deixo como sugestão para trabalhos futuros, os levantamentos dos custos
operacionais diretos e indiretos, bem como o lucro operacional da empresa, para
então calcular-se o tempo do retorno do capital investido.
43
9. RESULTADOS DECORRENTES DA IMPLANTAÇÃO DA UNIDADE DE RECICLAGEM
1.26 Ambientais:
Os principais resultados produzidos pela reciclagem do resíduo são os
benefícios ambientais. A soma da qualidade de vida e da utilização não predatória
dos recursos naturais é de longe mais importante que a soma econômica. Além da
diminuição da deposição de resíduos em locais inadequados, também reduz a
extração de matéria-prima e ainda, a necessidade de destinação de áreas públicas
para a deposição dos resíduos, além de gerar mais empregos diretos e indiretos.
1.27 Econômicos:
A aplicação possibilita na construção civil de maneira abrangente, em
substituição parcial ou total da matéria-prima utilizada. As experiências indicam que
é economicamente vantajoso substituir a deposição irregular do resíduo pela sua
reciclagem. O custo para a administração municipal é de US$ 15 por metro cúbico
clandestinamente depositado, aproximadamente, incluindo a correção da deposição
e o controle de doenças.
Estima-se que o custo da reciclagem significa cerca de 25% desses custos.
A produção de agregados com base no resíduo pode gerar economias de mais de
80% em relação aos preços dos agregados convencionais. A partir deste material é
possível fabricar componentes com uma economia de até 70% em relação a
similares com matéria-prima não reciclada. Esta relação pode variar, evidentemente,
de acordo com gastos indiretos, a tecnologia empregada nas instalações de
reciclagem, custo dos materiais convencionais e custos do processo de reciclagem
implantado. De qualquer forma, na grande maioria dos casos, a reciclagem de
resíduo possibilita o barateamento das atividades de construção.
44
1.28 Sociais:
O emprego do material reciclado em programas de habitação social, poderá
trazer bons resultados, com a redução significativa dos custos de produção da infra-
estrutura e das unidades em si.
Atualmente, o volume gerado pelos resíduos é considerado grande, ocupando
portanto muito espaço nos aterros. Seu transporte, em função não só do volume,
mas do peso, torna-se caro. A reciclagem e o reaproveitamento do resíduo são,
portanto, de fundamental importância para o controle e minimização dos problemas
ambientais causados pela geração de resíduos, e para seu reaproveitamento na
criação de diversos produtos com valor agregado.
45
10.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não basta apenas o município dispor uma Usina de Reciclagem de RCD, mas
também é preciso a participação da comunidade e daqueles que estão envolvidos
na produção e transporte do entulho em geral, pois a diferença entre o sucesso e o
fracasso na implementação de uma Estação de Reciclagem de RCD está no
planejamento e na gestão integrada, envolvendo todos os setores de forma a
estabelecer responsabilidades e benefícios de forma transparente para cada parte
envolvida.
Com isso, vislumbra-se como uma grande oportunidade de negócio para
empresas que apresentem soluções práticas apontando para a reutilização dos
resíduos na própria construção; sabendo que os investimentos a serem direcionados
nesse segmento deverão correr por conta do empreendedor que de certa forma
contribuirá com essa prática, para amenizar o problema do descarte irregular desse
material e com isso, introduzindo no mercado, novos produtos, novas oportunidades
de trabalho com geração de lucros e receitas que em muito contribuirão com o
crescimento da Cidade de Marília-SP.
Contudo, baseando-nos nos dados analisados, devido a quantidade de
materiais recolhidos pelas empresas prestadoras do serviço de recolhimento de
entulhos, o município de Marília-SP, tem sim capacidade para implantar uma
Unidade de Reciclagem de Resíduos Sólidos, ressaltando que esta usina deverá
ser proporcional ao material recolhido, e para que isso possa ser possível é
imprescindível que se faça vigorar a Resolução nº 307, do CONAMA (em anexo).
46
11.CONCLUSÃO:
O processo de implantação de programas de qualidade pelo qual passa a
indústria da construção, certamente contribuirá para a redução do volume de
resíduos gerados por esse setor. No entanto, a quantidade de entulho produzida não
diminuirá de uma hora para outra.
Além disso, por mais eficaz que sejam as mudanças introduzidas nos
processos construtivos, com o objetivo de reduzir os custos e a quantidade de
resíduos gerados, sempre haverá um montante inevitavelmente produzido, que
somado aos resíduos de demolição, ainda representará um volume expressivo.
Dessa forma, o estudo de soluções práticas que apontem para a reutilização
do entulho na própria construção civil, contribui para amenizar o problema urbano
dos depósitos clandestinos deste material - proporcionando melhorias do ponto de
vista ambiental - e introduz no mercado um novo material com grande potencialidade
de uso.
Entretanto conclui-se que todo e qualquer processo de implantação de
melhorias no setor ambiental no que tange a construção civil, requer em primeiro
lugar, reeducação populacional, além de conscientização dos órgãos públicos com
relação à necessidade de se implantar no Município de Marília/SP e com urgência
uma Usina de reciclagem de sólidos da construção civil.
Com base nos levantamentos de custo para a montagem de uma Usina,
verificou-se que o investimento é alto, quanto à questão do tempo necessário para o
retorno do capital investido, deixo como sugestão para trabalhos futuros, bem como
a pesquisa dos consórcios entre a cidade de Marília/SP, seus distritos e cidades
vizinhas, beneficiando à todos com o reuso destes materiais e também beneficiando
o meio-ambiente.
47
12.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 15112 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 10004 – Resíduos sólidos – Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.( http://www.abntnet.com.br-ABNT).
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 15114 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Área de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ÂNGULO, S.C.; ZORDAN, S. E.; JOHN, V. M. Desenvolvimento sustentável e a reciclagem de resíduos na construção civil. São Paulo. 2001
CABRAL, A.E.B.; MOREIRA, K.M.V. Manual sobre os resíduos sólidos da construção civil. Vol 1. Fotaleza, Expressão Gráfica, 2011.
CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção. www.cbicdados.com.br
CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 307, de 05/07/2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Publicação no DOU nº 136,17 de julho de 2002.
FERREIRA, A. B. H. Novo Aurélio do Século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 1999.
JOHN, V.M. Reciclagem de resíduos na construção civil – contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, 2000. 102f. Tese (livre docência) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.
LEVY, S.M. Reciclagem do entulho da construção civil, para utilização com agregados para argamassas e concretos. São Paulo, 1997. 147f.
LUIS, Edison. A reciclagem de entulhos da construção civil. www.inforum.insite.com.br
48
MINISTÉRIO das Cidades – Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
(Out 2005).
NETO, José da Costa Marques. Gestão dos resíduos de construção e demolição no Brasil. São Carlos: RIMA, 2005.
PINTO, T.P.; GONZÁLEZ, J.L.R. Manejo e gestão de resíduos da
construção civil. Vol 1. Brasília, Câmara Brasileira do Livro, 2005.
PINTO, T.P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos
da construção urbana. São Paulo, 1999. Tese (Doutorado) – Escola
REPORTAGEM, www.2.tvcultura.com.br/ reportereco.
PREFEITURA Municipal de Marília, Engº Márcio Lunardelli, 2012.
Sites consultados
SITE 1: Acessado em: 13/09/2012 < wikipedia.org/marilia >
SITE 2: Acessado em: 15/09/2012 <http://www.ibge.gov.br >
SITE 3: Acessado em 26/09/2012 <https://www.google.com.br/images>
SITE 4: Acessado em 14/10/2012 <www. diariodemarilia .com.br/ >
SITE 5: Acessado em 03/11/2012 < http://mapreequipamentos.com.br/usina-
de-reciclagem-de-entulho/ >
SITE 6: Acessado em 03/11/2012 < http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-
441968802-britador-de-mandibula-_JM>
Pessoas entrevistadas:
Eng. Sanitarista Márcio Lunardelli – Prefeitura Municipal de Marília-SP
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13.ANEXOS
1.29 Anexo I
RESOLUÇÃO Nº 307, DE 5 DE JULHO DE 2002
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das
competências que lhe foram conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,
regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o
disposto em seu Regimento Interno, Anexo à Portaria nº 326, de 15 de dezembro de
1994, e Considerando a política urbana de pleno desenvolvimento da função social
da cidade e da propriedade urbana, conforme disposto na Lei nº 10.257, de 10 de
julho de 2001;
Considerando a necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva
redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção
civil;
Considerando que a disposição de resíduos da construção civil em locais
inadequados contribui para a degradação da qualidade ambiental;
Considerando que os resíduos da construção civil representam um
significativo percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas;
Considerando que os geradores de resíduos da construção civil devem ser
responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e
demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção
de vegetação e escavação de solos;
Considerando a viabilidade técnica e econômica de produção e uso de
materiais provenientes da reciclagem de resíduos da construção civil; e
50
Considerando que a gestão integrada de resíduos da construção civil deverá
proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental, resolve:
Art. 1º Estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos
da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os
impactos ambientais.
Art. 2º Para efeito desta Resolução, são adotadas as seguintes definições:
I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos,
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de
obras, caliça ou metralha;
II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas,
responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos
nesta Resolução;
III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da
coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de
destinação;
IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento
de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação
em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários ou outras obras de
engenharia;
V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir,
reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas,
procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao
cumprimento das etapas previstas em programas e planos;
51
VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem
transformação do mesmo;
VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter
sido submetido à transformação;
VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou
processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam
utilizados como matéria-prima ou produto;
IX - Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas
técnicas de disposição de resíduos da construção civil Classe "A" no solo, visando a
reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou
futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao
menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente;
X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento
ou à disposição final de resíduos.
Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito
desta Resolução, da seguinte forma:
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais
como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras
de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e
concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto
(blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
52
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de
construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações
industriais e outros.
Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos
e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final.
§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de
resíduos domiciliares, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d`água, lotes
vagos e em áreas protegidas por Lei, obedecidos os prazos definidos no art. 13
desta Resolução.
§ 2º Os resíduos deverão ser destinados de acordo com o disposto no art. 10
desta Resolução.
Art. 5º É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da
construção civil o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, o qual deverá
incorporar:
I - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil; e
II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
Art. 6º Deverão constar do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos
da Construção Civil:
I - as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e para os Projetos de
53
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a serem elaborados pelos grandes
geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de todos os geradores.
II - o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento,
triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade com
o porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior dos resíduos
oriundos de pequenos geradores às áreas de beneficiamento;
III - o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de
beneficiamento e de disposição final de resíduos;
IV - a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não
licenciadas;
V - o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo
produtivo;
VI - a definição de critérios para o cadastramento de transportadores;
VII - as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes
envolvidos;
VIII - as ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar
a sua segregação.
Art. 7º O Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil será elaborado, implementado e coordenado pelos municípios e pelo Distrito
Federal, e deverá estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício
das responsabilidades dos pequenos geradores, em conformidade com os critérios
técnicos do sistema de limpeza urbana local.
Art. 8º Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil serão
elaborados e implementados pelos geradores não enquadrados no artigo anterior e
54
terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e
destinação ambientalmente adequados dos resíduos.
§ 1º O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de
empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de
licenciamento ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o projeto do
empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal,
em conformidade com o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil.
§ 2º O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de
atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, deverá ser
analisado dentro do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental
competente.
Art. 9º Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
deverão contemplar as seguintes etapas:
I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os
resíduos;
II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem,
ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade,
respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta Resolução;
III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos
após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que
seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem;
IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas
anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de
resíduos;
V - destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta
Resolução.
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Art. 10. Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes
formas:
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou
encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de
modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas
de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização
ou reciclagem futura;
III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em
conformidade com as normas técnicas especificas.
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e
destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.
Art. 11. Fica estabelecido o prazo máximo de doze meses para que os
municípios e o Distrito Federal elaborem seus Planos Integrados de Gerenciamento
de Resíduos de Construção Civil, contemplando os Programas Municipais de
Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil oriundos de geradores de
pequenos volumes, e o prazo máximo de dezoito meses para sua implementação.
Art. 12. Fica estabelecido o prazo máximo de vinte e quatro meses para que
os geradores, não enquadrados no art. 7º, incluam os Projetos de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil nos projetos de obras a serem submetidos à
aprovação ou ao licenciamento dos órgãos competentes, conforme §§ 1º e 2º do art.
8º.
Art. 13. No prazo máximo de dezoito meses os Municípios e o Distrito Federal
deverão cessar a disposição de resíduos de construção civil em aterros de resíduos
domiciliares e em áreas de "bota fora".
Art. 14. Esta Resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2003.
56
JOSÉ CARLOS CARVALHO
Presidente do Conselho
Publicada DOU 17/07/2002
57
1.30 Anexo II
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