reciclagem

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Page 1: Reciclagem

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ndice

Introdução 3

Page 2: Reciclagem

O começo da reciclagem 4

Sustentabilidade 4

Vantagens da Reciclagem 4/5

O processo de reciclagem: poluição do próprio 5/6

Recolha de Lixo para Reciclagem 6/7

Cidade de Guimarães a ser seguida como exemplo 7/8

Reciclagem do papel 8

Política dos 3R’s 8/9

Sociedade Ponto Verde e SIGRE 9

Consciencialização Ambiental 9/10

O aspeto económico 10

Economia verde cria 25 milhões de novos empregos 11/12

Problema do lixo: 12/13

Portugal longe das metas de 2020 13/14

Diferenças da reciclagem na Alemanha e na Inglaterra 14/15/16

O lixo nos Países Desenvolvidos 17

Curitiba 18/19/20

A importância da Educação Ambiental para a Sustentabilidade 20/21

Educação Ambiental nas escolas 21/22

Page 3: Reciclagem

Conclusão 23

Bibliografia 24

Introdução

No âmbito da cadeira de Temas do Mundo Contemporâneo, foi-nos proposto fazermos um trabalho final, sobre um dos temas abordados nas aulas. Sendo vasta esta lista, a nossa escolha foi a Reciclagem, como recurso renovável. Constamos no trabalho a sua importância a nível ambiental, económico e social. Tudo isto a nível de Portugal, do Alentejo mas com algumas comparações a outros países, á União Europeia e a nível mundial.

Fizemos como auxiliar do nosso trabalho de pesquisa, inquéritos tanto a nível pessoal como a nível das empresas da nossa região, assim como nos foi cedido, a nosso pedido, por parte da Valnor ecopontos para colocarmos na nossa escola, e pilhões por parte do EcoPilhas.

Reciclar é criar um novo ciclo de vida, aproveitando ao máximo o que a natureza nos dá e reduzindo ao mínimo o desgaste e destruição do meio ambiente. Consciencializar todos os cidadãos para o facto de os nossos recursos naturais não serem inesgotáveis, para a importância de mudar de comportamento no que toca à poluição e ao desperdício, é hoje de vital importância para o futuro próximo da vida no nosso planeta. Trata-se, entre outras coisas, de criar novos hábitos, de fazer pequenos gestos quotidianos que, em larga escala, irão com toda a certeza contribuir para uma vida melhor: separar o lixo, colocando criteriosamente os materiais recicláveis nos ecopontos é um desses gestos.

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Não custa nada e vale muito.

Sabia que o fabrico de 1 tonelada de papel reciclado permite poupar entre 15 a 20 árvores e reduz entre 50 a 200

vezes o consumo de água?

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começo da ReciclagemHá 17 anos, Portugal tinha 311 lixeiras e apenas uma estação de triagem de resíduos. Desde então construíram-se aterros, estações de triagem, centrais de valorização energética e unidades de valorização orgânica – e todas as lixeiras foram encerradas. Em 1996, uma lei baseada numa diretiva comunitária passou a responsabilizar as empresas pela gestão e destino final dos resíduos.

É então que surge a Sociedade Ponto Verde, criada por um conjunto de empresas que já financiaram em €600 milhões a reciclagem de embalagens – e €42 milhões na sensibilização e educação dos consumidores. Cerca de 70% da população já separa os seus resíduos. Não separam os três contentores, mas separa, pelo menos, um material. Existem 30% de portugueses que ainda não fazem a separação em suas casas.

Quando a Sociedade Ponto Verde – ou SPV – entrou na casa dos portugueses, através das campanhas televisivas, a reciclagem era ainda pouco conhecida. Agora, passados 17 anos, a SPV quer regressar a dois milhões de lares. Ao longo de 2014, num projeto a 12 e 18 meses, [a SPV] foi visitar um conjunto de lares e identificou os lares que não separam. Para os que não o fizerem, disponibilizaram ecopontos domésticos.

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Segundo os últimos números do Eurostat, a taxa de reciclagem em Portugal já está nos 58%, no que toca às embalagens. O próximo objetivo é aumentar este número para 70% já em 2020. Em 2012, o sector contribuiu com €71 milhões para o PIB. Mas mais importante: reciclar significa menos extração de matérias-primas, menos consumo de energia para fabricar novos produtos, menos emissões de dióxido de carbono e mais valor acrescentado para a economia.

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ustentabilidade Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e

atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento económico sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável.

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antagens da ReciclagemReciclar materiais usados trás diversas vantagens a nível ambiental, económico e social. Entre muitas, temos a economia de energia, a minimização da utilização de fontes naturais (muitas vezes não renováveis), na redução da quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) depositados em Aterros Sanitários, aumento de emprego no setor da reciclagem, dinamização da economia portuguesa e o aumento da vida das pessoas a nível ambiental.

São assim, infinitas as vantagens da reciclagem, mas a sua ação benéfica mais direta é no Ambiente e na Economia. Através da reciclagem valorizamos matérias-primas que, de outra forma teriam um ciclo de vida mais reduzido e, consequentemente, preservarmos os recursos naturais; economizamos energia e reduzimos a quantidade de resíduos que vão para os aterros sanitários, prolongando assim o tempo de vida útil destas estruturas.

Um estudo em 2012 concluiu que em 2011, a reciclagem contribuiu para evitar emissões de CO2 equivalentes às que são geradas por 124 mil famílias apenas pelo consumo de electricidade.

“Nós não herdamos a terra dos nossos antepassados: pedimo-la emprestada aos nossos filhos”

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Provérbio dos nativos americanosO

processo de reciclagem: poluição do próprio

O processo de reciclagem também produz poluentes, na forma do fumo dos caminhões que carregam os produtos a serem reciclados. Em 2009 haviam, só nos EUA, 179.000 caminhões coletando e transportando lixo e material reciclável nas estradas, 91% deles movidos a diesel, e a maioria veículos velhos. Os gases emitidos por estes veículos contêm mais de 30 toxinas aerotransportadas.

E isto sem considerar a poluição produzida pelas fábricas de reciclagem. Uma fábrica de reciclagem no estado de Washington, EUA, produz mais emissões tóxicas que qualquer outra fábrica na região. E os três maiores poluidores depois dela são também fábricas de reciclagem.

Papel: Quando o papel é reciclado, ele é misturado em uma polpa. A polpa é lavada e então prensada para fazer novas folhas de papel. Durante este processo, rejeitos como fibras de papel, tintas, químicos usados na limpeza, e corantes são filtrados e formam um pudim conhecido como lodo ou lama do papel. Esta lama é então queimada ou enviada a um aterro, onde pode liberar dezenas de químicos tóxicos e metais pesados em lençóis freáticos. Cerca de 87% do papel novo vem de florestas plantadas apenas para a produção de papel. Os EUA derrubam cerca de 15 milhões de hectares de florestas por ano, mas planta 22 milhões – por ano surgem sete milhões de hectares a mais de florestas. Aumentar a reciclagem irá reduzir a demanda para estas florestas.

Plástico: Existem cerca de sete tipos de plásticos comuns no dia-a-dia, e só dois deles são recicláveis. Se colocarmos o plástico não reciclável no ecoponto, ele será coletado, processado, separado e deitado fora num aterro. Até mesmo a tentativa de reciclar algumas coisas, como o plástico que envolve aparelhos eletrónicos, representa um desperdício destes recursos. O plástico é separado automaticamente em algumas fábricas de reciclagem, mas o processo não é perfeito. O resultado é que alguns tipos de plásticos não recicláveis acabam onde não deveriam ir, e acabamos com produtos químicos como o BPA em produtos que não deveriam tê-lo.

Nos EUA, custa 4.000,00 dólares para reciclar uma tonelada de sacos plásticos, e esta tonelada pode ser vendida por

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32,00 dólares. O resultado é que, só lá, cerca de 300.000 toneladas destes sacos vão para os aterros a cada ano.

Alumínio: O alumínio é uma dificuldade em especial, visto que a sua procura tem crescido 10% ao ano. Mas não pode ser usado para certas coisas (por exemplo, reciclar latas de sumos não fornece a qualidade necessária para construir um aeroplano). Mesmo se as latas pudessem voltar a ser latas, isto não seria o suficiente. Por exemplo, na América, um habitante bebe por média 2,5 latas por dia, o que dá 778 milhões de latas. Com a capacidade de reciclagem de 100.000 latas por minuto, ainda assim faltariam 600 milhões de latas – num único dia.

Vidro: Também este, que vem da areia, o recurso mais abundante do planeta. O processo de reciclagem de vidro é mais prejudicial que o processo de criação de vidro virgem.

A maior razão pela qual a reciclagem prejudica o ambiente não tem a ver com seu processo tecnológico, mas com a ideia que cria nas pessoas. A ideia de reciclar ou adquirir produtos reciclados faz-nos acreditar que estamos a salvar o meio ambiente (enquanto muito mais coisas precisam de ser feitas), ou até deixar-nos mais “descansados” quanto a poluição. Apenas nos EUA, são produzidas anualmente 250 milhões de toneladas de lixo por ano.

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ecolha de Lixo para ReciclagemA VALNOR é a empresa de reciclagem, que recolhe o lixo no Alentejo, servindo assim 19 municípios havendo assim 1 ecoponto para cada 190 habitantes. Ao nível de Portugal, o cidadão tem ao seu dispor 30.000 ecopontos, número que está em constante crescimento. Em 2013 foi recolhida 49.214 toneladas de lixo nesta região, dando uma média de 181kg de lixo por habitante/ano.

Na recolha seletiva, os resíduos recicláveis são separados por quem os produz e voluntariamente colocados em Ecopontos. A empresa que serve o Alentejo, VALNOR, dispões de uma frota de 8 camiões que assegura a recolha e o transporte dos resíduos depositados para a central de triagem, onde os materiais são finalmente triados e posteriormente enviados para a valorização. As Câmaras Municipais ou Juntas de Freguesia, do Alentejo, podem solicitar gratuitamente nesta empresa os ecopontos específicos.

“Tem-se registado o aumento ao nível de utilização do ecoponto amarelo e uma ligeira diminuição no que diz respeito ao papel e cartão, fruto da citação económica”

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Citação de Luís Veiga Martins (presidente da Sociedade Ponto Verde)

Temos abaixo um gráfico (figura 1) sobre a Recolha Seletiva em 2014, no Distrito de Portalegre, onde podemos verificar quais as localidades que mais reciclagem.

Temos em primeiro a cidade de Portalegre, em segundo Elvas e

seguidamente Ponte de Sor.

Figura 1

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idade de Guimarães a ser seguida como exemploA 21 de Novembro de 2015 a Câmara Municipal apresentou um

sistema onde a recolha começou a ser efetuada por uma viatura elétrica, que percorre todo o Centro Histórico em diferentes períodos do dia. Cidadão entrega diretamente o seu saco de lixo indiferenciado ou reciclável. E só paga os resíduos que produz. Foi um projeto pioneiro, resultado da conjugação de esforços entre a Câmara Municipal, a Vitrus Ambiente e a Resinorte, foi introduzido o sistema PAYT (pay-as-you-throw), onde o cidadão e os empresários do Centro Histórico só pagam o lixo que produzirem. Foi disponibilizado um mini ecoponto por cada habitação para a separação do lixo reciclável (papel, vidro, plástico) e cada morador ou comerciante passou a utilizar sacos

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próprios e adequados à deposição do lixo doméstico. Quantos menos sacos utilizar, menos paga.

Atualmente, em Guimarães é cobrada uma tarifa fixa e uma tarifa variável pela recolha do lixo, indexadas ao consumo de água na habitação e comércio e pagas através do recibo da água. A tarifa variável passa a estar indexada ao saco do lixo que o cidadão comprar, pelo que cada utilizador é que acaba por definir a tarifa que vai pagar, na medida em que quanto mais separar e menos lixo doméstico produzir, menos sacos vai utilizar e menos vai pagar.

O sistema PAYT já está a ser aplicado em diversas cidades europeias, com o sistema de Guimarães a assemelhar-se ao modelo belga, contudo, ainda não foi aplicado em nenhum município nacional. Por dia, em média, cada casa produz 14 litros de resíduos. Foi realizado um inquérito no centro de Guimarães e 70% das pessoas concordo com a solução de beneficiar quem recicla e quem faz a separação doméstica.

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eciclagem do papel O papel é um dos produtos mais utilizados nas tarefas do

quotidiano. Quando não está sendo mais utilizado, pode passar por um processo de reciclagem que garante seu reaproveitamento na produção do papel reciclado. O papel reciclado tem praticamente todas as características do papel comum, porém sua cor pode variar de acordo com o papel utilizado no processo de reciclagem.

Como funciona a reciclagem de papel:

Os papéis coletados geralmente chegam a fábrica misturados com outras substâncias. Na primeira parte do processo, todo o material coletado é triturado formando uma pasta de celulose. Feito isso, esta pasta é peneirada para retirar todos os tipos de impurezas contidas na pasta como fitas adesivas, plástico, e alguns metais. A retirada de tintas da pasta de celulose é feita então com a adição de compostos químicos (água e soda cáustica). Nos refinadores acontece um processamento da pasta para melhorar a ligação entre as fibras de celulose para que esta finalmente possa ser branqueada e seguirem para as máquinas de fazer papel.

Para que o papel seja passível de reciclagem com qualidade, ele não pode estar “contaminado” com materiais tais como ceras, plásticos, manchas de óleo e tintura, terra, pedaços de madeira, barbantes, cordas, metais, vidros, etc…, que podem dificultar o processo de

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reciclagem. Por isso, adota-se uma subdivisão indicativa para papel reciclável e papel não reciclável.

A reciclagem do papel, além dos fatores económicos que propicia, contribui para a preservação dos recursos naturais (matéria-prima, energia e água), redução da poluição e dos resíduos sólidos urbanos gerados. Apesar de proporcionar todos estes benefícios, a indústria da reciclagem também consome energia e polui. Portanto, é fundamental o uso racional do papel e o consumo sustentável em paralelo, é imprescindível a estruturação da coleta seletiva e da logística reversa, e o desenvolvimento de novas tecnologias de reciclagem.

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olítica dos 3R’sO sistema de gestão de resíduos segue a seguinte política:

1. Reduzir – a redução depende principalmente do comportamento ambiental do consumidor que deve adoptar comportamentos verdes, adquirindo matérias resistentes, que apresentem um maior tempo de vida útil, rejeitando tudo o que for usar uma só vez, também as indústrias devem produzir menos resíduos, fabricando embalagens de menores dimensões, com menores gastos de energia e de recursos naturais.

2. Reutiliza – utilização mais do que uma vez, de um determinado produto. Todos nós temos consciência de que já tivemos comportamentos amigos do ambiente, nomeadamente no diferente uso que damos a certos materiais. Com um pouco de imaginação podemos reutilizar embalagens dando-lhes outra utilidade.

3. Reciclar – a reciclagem é um processo de transformação dos resíduos em novos produtos ou matérias-primas.

Material como o papel, cartão, plástico, metal, vidro, pilhas e óleo alimentar; deve ser separado para que a sua valorização seja feita. Contando que o sucesso desta política só acontece, através da participação ativa, responsável e empenhada dos cidadãos.

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ociedade Ponto Verde e SIGREDesde 1996 que a Sociedade Ponto Verde, criada por um conjunto de empresas que colocam os produtos embalados no mercado (embaladores), é um parceiro privilegiado para a reciclagem das embalagens, assegurando as condições necessárias para um ciclo de sustentabilidade praticamente infinito, e contribuindo para o aumento da vida útil dos materiais e para a preservação do ambiente.

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A sua missão é organizar e gerir a retoma e valorização dos resíduos de embalagens, através do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) – o Sistema Ponto Verde.

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onsciencialização AmbientalAtualmente a Humanidade enfrenta problemas ambientais desastrosos e irreversíveis se as pessoas não mudarem de mentalidade e a sua maneira de atuar para com o Meio Ambiente. Estes problemas ambientais causados pela Humanidade podem extinguir toda a vida no planeta. É fundamental mudarmos de atitude e empenharmo-nos na proteção da Natureza. Cada um de nós tem a responsabilidade de ter o bom senso de participar individual e localmente, de forma a contribuir para uma transformação global.

É necessário ter-se a consciência do impacto que a maior parte das nossas tarefas quotidianas provoca no Ambiente. Acender uma luz, abrir uma torneira, viajar de carro ou fazer compras. Qualquer atividade consumista tem uma repercussão negativa no equilíbrio ecológico do Planeta.

É urgente e necessário minimizar ao máximo os danos que provocamos no nosso Planeta, através de pequenas ações ambientalmente corretas e que podem fazer toda a diferença.

“Viva seu sonho. Não há segunda chance. Ou você decide causar impacto no ambiente ou o ambiente definirá você.”

Bill Strickland

Figura 2- No gráfico que acabamos de analisar, podemos verificar a reciclagem no ano de 2016, dividido por meses, na cidade de Portalegre. Concluimos que o mês em que mais se reciclou foi em

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Outubro, e o mês em que se fez menos se fez reciclagem nesse ano foi em Abril.A

speto Económico Reciclagem gera riqueza de 71€ Milhões, em Portugal

A reciclagem de embalagens emprega directamente quase 2.400 pessoas e gera, de forma indireta, um total de 7.000 postos de trabalho nas emprestas que entram no sistema.

Na conceito da economia circular os verbos são reduzir, reutilizar, recuperar, reciclar. Todos os materiais são reaproveitáveis e podem originar um novo produto. É um círculo contínuo que traz benefícios para o ambiente, vantagens financeiras para os empresários, poupança para os consumidores e criação de emprego. A economia circular poderá ser, nos próximos anos, determinante no mundo empresarial. A Comissão Europeia (CE) acredita que ajudará a gerar uma poupança na ordem dos €600 mil milhões nos negócios (estima-se que as transações comerciais no Velho Continente estejam a ter um desperdício de mais de €330 mil milhões por ano).

Poderá também dar cartas no desenvolvimento sustentável do planeta. Contribuindo para a necessária redução nas emissões de CO2 (só a Europa está a 30% dos 70% das taxas de reciclagem definidas para 2020) e assumindo-se como preponderante na poupança de água e energia. A economia circular está na agenda da Estratégia Europa 2020, que pretende que nessa data a reciclagem de resíduos estejam nos 50%. Além de incluir uma nova proposta legislativa para os resíduos, o plano prevê que a economia circular crie dois milhões de postos de trabalho na Europa e que a produtividade dos recursos aumente 30% até 2030.

Conomia erde cria 25 milhões de novos empregos

A chamada economia verde está a crescer de vento em popa. A Organização Mundial do Trabalho estima que até 2030, o sector será capaz de gerar qualquer coisa como 25

milhões de novos empregos. Mas Portugal, que em 2009 foi considerado o terceiro país da União Europeia com maior incorporação de energias renováveis, pode perder este comboio, se deixar cair os necessários investimentos no sector. Está em marcha o que muitos já apelidam de terceira revolução industrial. Uma revolução centrada nos princípios ecológicos e na designada economia verde que já emprega perto de três milhões de profissionais em todo o mundo e que deverá

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alcançar até 2030, os 25 milhões de novos empregos, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O potencial deste mercado é reconhecido a nível global e em matéria de emprego é transversal a áreas tão diversas como a economia, engenharia, biologia, marketing, comunicação e até direito.

Os dados do mais recente Eurobarómetro sobre PME e a eficiência dos recursos e mercados verdes, não deixam grande margem para dúvidas. O relatório, divulgado em finais de março, revela que 37% das PME europeias têm pelo menos um colaborador a trabalhar, a tempo inteiro ou em regime parcial, em prol da chamada economia verde.

O documento conclui ainda que as PME estão mais orientadas para esta consciência ecológica do que as grandes organizações, liderando a criação de empregos verdes. Em 2012, um em cada oito trabalhadores de empresas de média e pequena dimensão, desempenhavam funções associadas à economia verde, representando 13% de todos os postos de trabalho criados neste universo empresarial. Mas as ambições da Comissão Europeia são mais altas. Durão Barroso coloca parte da esperança de diminuição das taxas de desemprego europeias neste sector e aponta para que nos próximos anos o número de empregos por ele gerados possa representar já 35% dos empregos existentes.

Segundo o comissário europeu da Indústria e Empreendedorismo, António Tajani, “o esforço das empresas nesta matéria merece destaque, mas ainda há muito a fazer”. O comissário acrescenta que é imperativo que a Europa siga a via que conduz à terceira revolução industrial e que é capaz de gerar novos empregos numa área vital. “Se queremos ser competitivos temos de inovar e isso significa apostar na economia verde”, assegura Tajani. O comissário reconhece que as PME europeias estão já a aproveitar em força o potencial desta economia e diz não ter dúvidas de que esse esforço será recompensado maior crescimento e criação de emprego. Contudo, reconhece que para cumprir com sucesso esta missão, “são necessárias medidas políticas que impulsionem este motor de crescimento”.

Para António Tajani, são fundamentais os incentivos financeiros e fiscais para quem quer investir nesta área, mas também a diminuição da burocracia administrativa associada o sector. E é ai que Portugal pode deixar cair por terra a posição favorável que ocupa. O país surge bem cotado neste primeiro Eurobarómetro do sector que refere que 88% das PME portuguesas tomam já medidas efetivas de eficiência energética.

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A percentagem é a mais alta de toda a Europa, superando mesmo Espanha e o Reino Unido. As PME portuguesas estão também bem posicionadas no que toca às medidas de redução de lixo (65%), reciclagem (80%), poupança de recurso materiais (83%), poupança de água e até lideram a lista de PME que pretendem começar a disponibilizar produtos e serviços verdes já nos próximos dois anos. Mas, o país pode colocar em risco os bons resultados se deixar de investir no sector. Portugal viu recentemente serem congeladas as atribuições de novas licenças para a produção de eletricidade em regime especial, o afetará sobretudo a produção de geração eólica e cogeração. E o próprio Consórcio ANEOP (Eólicas de Portugal) já alertou para a possibilidade do sector ver extinguir 130 mil empregos nas renováveis.

Segundo a Direção Geral de Energia e Geologia, Portugal foi em 2009 o terceiro país da UE com maior incorporação de energias renováveis, mostrando a sua capacidade para se posicionar competitivamente nesta economia verde e gerar emprego.

Os incentivos financeiros foram considerados pela quase totalidade das PME europeias como a melhor maneira de impulsionar a sustentabilidade das suas operações e fazer crescer os produtos e serviços que disponibilizam e, consequentemente, gerar emprego.

51% Das empresas consideram, segundo o estudo, a bonificação fiscal e os empréstimos como as medidas políticas mais eficazes para apoiar os investimentos e expansão da economia sustentável. Até 2013, o Programa Competitividade e Inovação (em vigor desde 2007) deverá ter proporcionado um financiamento de 30 mil milhões de euros a mais de 315 mil PME europeias.

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Problema do lixo:

Porque razão a reciclagem de matérias, isoladamente, não resolve o problema dos resíduos?

(informações de 23 de junho de 2015)

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a reciclagem ainda não a única solução para o problema do lixo que produzimos na residência. Esta afirmação pode chocar muitas pessoas, porque poucas pessoas têm as informações necessárias em torno de tudo que envolve o mundo da reciclagem (que vai muito além daquilo que nos educam (redes sociais, televisão, opinião publica etc.)

Dois motivos como exemplo:

Reciclagem é cara, e quem vai querer investir?

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Este problema tem sido enfrentado pela maior economia do mundo. Apesar dos materiais reciclados serem uma fonte de matéria-prima mais barata para outros materiais, ela também é suscetível às flutuações do mercado. Infelizmente, o seu valor também tem decrescido.

Reciclagem também é poluente, emite gases estufa, gasta muita água e energia elétrica.

A reciclagem faz parte da indústria e a indústria por si só é poluente, emite gases de estufa, precisa de água para o seu produto final e necessita de energia elétrica para poder funcionar. Há países que usam usinas termoelétricas que queimam carvão e emitem muitos gases de estufa.

Outro ponto pertinente, o porquê de não gerarmos menos lixo.

Podemos e devemos usar a reciclagem em último recurso. Ou seja tentarmos produzir o menos de lixo possível. Por sabermos que é extremamente difícil para o ser humano isso acontecer, deixamos quatro passos que podem incentivar e ajudar.

1)Recuse o que não precisa;2)Reduza o seu consumo excessivo;3)Utilize e reutilize as coisas até ao seu ponto máximo;4)Recicle então o que não der para aproveitar (produtos orgânicos)

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ortugal longe das metas de 2020Portugal já tem prioridades para 2020: incentivar o setor privado, com cerca de 50% dos apoios dirigidos às empresas.

A intervenção dos Fundos Europeus Estruturais e de investimentos no âmbito de Portugal em torno de domínios temáticos. São eles: Competitividade e Internacionalização; Inclusão Social e Emprego; Capital Humano; sustentabilidade e eficiência no uso de recursos.

Portugal vai receber 25 mil milhões de euros até 2020, cujo início ocorreu já em 2015. Foram definidos objetivos, sendo eles: a recuperação da trajetória de crescimento e emprego, reforçando o investimento na educação, incluindo formação avançada e iniciativas dirigidas à empregabilidade; O incentivo à investigação científica e tecnológica e à inovação; O incremento das exportações, estimulando a produção de bens e serviços transacionáveis, internacionalização da economia e à qualificação do perfil de especialização da economia portuguesa; Melhoria do sistema de ensino e formação profissional;

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Igualdade de oportunidades no acesso à educação, formação e emprego; Mais sustentabilidade e crescimento verde; Criação de valor na agricultura, bem como o estímulo ao crescimento e competitividade da economia do mar; Reforço da integração das pessoas em risco de pobreza e de combate à exclusão social; promoção da coesão e competitividade territoriais, particularmente nas cidades e em zonas de baixa densidade.

Em 2014Um relatório realizado pelos “resíduos urbanos de 1014” revela que

o objetivo é a cumprir é de 50% mas o país está ainda nos 29%, longe, portanto, de conseguir os resultados esperados, apesar dos esforços. Este relatório também revela que embora nos últimos anos tenha sido feito um esforço considerável na modernização dos equipamentos de triagem e no reforço das redes de recolha seletiva, o país está longe de alcançar os objetivos de reciclagem para 2020. As metas para Portugal, nesta área, são fixadas em diretiva europeia e apontam para 2020 um aumento mínimo de 50% em peso, relativamente à preparação para reutilização e reciclagem do lixo, incluindo papel, cartão, plástico, vidro, metal, madeira e materiais biodegradáveis. Mais de metade dos 23 Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) recolhem seletivamente menos de 10% dos resíduos que produzem, aspeto preocupante para a APA, tendo em conta as metas definidas.

É igualmente necessário reduzir o lixo produzido – atingir, no mínimo, 7,6%, em peso, por habitante, em dezembro deste ano -, para chegar aos 10%, em 2020, na comparação com 2012.

Por 2015Em 2015 a associação ZERO considerou que Portugal reciclou 28%

dos seus resíduos, um desempenho que está muito aquém do que é necessário. A associação considera também que sem uma clara mudança de rumo, Portugal não conseguirá cumprir a meta a que está obrigado em 2020. Existe um a baixa taxa de gestão de resíduos e uma redução na recolha seletiva porta-a-porta. Portugal também sofre com a ausência de uma estratégia de recolha seletiva de resíduos orgânicos, quando existem solos a precisar de incorporar matéria orgânica para aumentar a fertilidade.

A associação ZERO acredita que Portugal pode cumprir as metas a que se propôs, mas para isso é urgente um maior envolvimento dos cidadãos e das empresas, assim como facilitar o processo de separação seletiva dos resíduos. Um relatório da Comissão Europeia propões que

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há uma meta de 80%, até 2030, para a taxa de reciclagem de resíduos

de embalagens, e de 65%, até 2025 para resíduos orgânicos. Dadas as metas que o nosso país tem que cumprir para a

reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens, verifica-se a permanente necessidade de um aumento de eficácia de processos de recolhe que lhe estão associados. Como a eficácia da recolha selectiva através dos ecopontos depende de vários factores, sendo o principal a participação do público, nasceu em 2005, a ideia de aliar as novas tecnologias de informação, como a Internet, á participação e á avaliação, por parte dos utilizadores dos ecopontos.

“Pode não aumentar ao ritmo do passado, mas a tendência vai ser continuar a aumentar”

Citação de Luís Veiga Martins (presidente da Sociedade Ponto Verde)

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iferenças da reciclagem na Alemanha e na Inglaterra

Duas mentalidades e ideias diferentesSão duas grandes potencialidades da Europa. E apesar das suas

parecenças em relação ao seu desenvolvimento económico, estes países se diferenciam muito no que toca à reciclagem.

Comecemos pela Alemanha:

Dos estados-membros da União Europeia (UE), a Alemanha é considerada um dos seis países mais eficientes no tratamento de lixo e é o campeão de reciclagem. É o que afirma um relatório da Comissão Europeia publicado em Abril.

Com o mote "lixo pode virar ouro", o comissário europeu para o Meio Ambiente, Janez Potočnik, destacou a importância económica do tratamento de lixo: "Seis países combinam hoje zero aterros sanitário com altos índices de reciclagem. Dessa forma, eles utilizam não apenas

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o valor dos resíduos, mas conseguiram, através de uma indústria dinâmica, gerar muitos empregos."

Muitos ambientalistas não concordam com os elogios da Comissão Europeia sobre política alemã de tratamento de resíduos. Claudia Baitinger, da organização ambientalista alemã BUND, considera os números da Comissão Europeia pouco significativos e, por vezes, enganosos.

O facto de a Alemanha queimar uma quantidade tão grande de lixo não é positivo, disse ela em entrevista à DW. "A hierarquia no tratamento de lixo ainda está inversa ao que deveria ser. Todas as leis e apelos seguem a ordem: reduzir, reusar, reciclar, e no final, o descarte. Mas na prática acontece o contrário."

Segundo Baitinger, a queima do lixo só pode ser classificada parcialmente como "utilização térmica", pois embalagens e outros resíduos combustíveis precisam primeiro ser produzidos, o que consome energia. "E aqui recursos são destruídos."

Na Inglaterra:

Por toda a Europa, moradores estão a lutar para se ajustarem a uma nova era de regras sobre o lixo. A Inglaterra, particularmente, está no meio de uma crise de lixo, com a diminuição dos depósitos e um dos índices de reciclagem mais baixos da Europa. Ameaçados com multas exorbitantes caso deitem lixo a mais, governos locais por todo o país estão impondo rigorosos regimes para forçar os residentes a produzir menos e reciclar mais. Muitos agora recolhem o lixo a cada duas semanas, em vez de semanalmente. Eles limitam as residências a certa quantidade de lixo e recusam-se a pegar mais. Exigem que o lixo seja colocado para fora apenas em horários específicos, rejeitam caixas cheias de lixo reciclável que contenham apenas um item não-reciclável e empregam oficiais de fiscalização, que distribuem avisos e impõem multas aos que não cumprem as normas.

São poucas as pessoas que questionam, nesta era de recursos ambientais limitados, é essencial que sociedades com muito lixo, como a Inglaterra, mudem os seus hábitos irresponsáveis.

“Esta é uma época difícil para o meio ambiente, e o Reino Unido está atrás no jogo quando o assunto é depender de depósitos de lixo”, diz Beverley Parr, uma porta-voz do Departamento de Assuntos de Meio Ambiente, Comida e Rurais.

Ian Curwen, porta-voz do Conselho de Copeland Borough, que abrange Whitehaven, disse: “Como um país, temos de fazer mais. Não podemos apenas continuar produzir e deitar coisas fora.”

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O regime de recolha quinzenal, adotado agora em mais de metade do país, é particularmente impopular e tornou-se um controverso assunto nas recentes eleições locais, quando o Partido do Trabalho governante foi trucidado pelos seus oponentes. Doretta Cocks, que dirige a Campanha pela Coleta Semanal de Lixo com 22 mil membros, diz que ter recolhas muito espaçadas cria um risco à saúde, com o cheiro, insetos e ratos. Também diz que o processo foi criado para ser amigo do ambiente, mas que devido ao facto do lixo ficar duas semana em casa, é impossível sê-lo.

Em Inglaterra oferecem aos seus residentes um conjunto de latões de reciclagem, além de latas com rodinhas regulamentadas pelo governo que costumam ser modestas em tamanho, para dizer o mínimo, guardando talvez quatro dos sacos de lixo pretos. Dentro delas, espera-se que os moradores acumulem o equivalente a duas semanas de lixo.

Há relatos de moradores que dizem que os caixotes do lixo estão sempre cheios, e tentam forçar os sacos dentro dos mesmos. E quando isso acontece, os responsáveis pela recolha do lixo recusam-se a levar o

respetivo lixo.

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Figura 3- informações retiradas de sites ambientalistas

Posto isto, podemos ver que ambos os países têm uma discrepância entre eles em ralação a este assunto.

Também podemos verificar que há opiniões diferentes entre as populações residentes de cada um dos países, além da diferença de pensamento entre eles próprios.

A União Europeia assim se “divide” entre duas próximas e grandes potencialidades de desenvolvimento e tão longe nos pensamentos e atitudes sobre o assunto, reciclagem.

O lixo nos Países Desenvolvidos

Nos países desenvolvidos, como os da europa, o lixo é quase todo reciclado, apenas os produtos orgânicos são descartados. Há os ecopontos do papel, plástico e vidro, além dos pilhões e ecopontos para

óleo, são existentes em (quase) todo o lugar.

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Mais de metade da produção mundial de lixo urbano pertence aos cidadãos dos países desenvolvidos. A cada ano 2,5 biliões de fraldas são descartadas pelos britânicos, 30 milhões de câmaras fotográficas descartáveis vão para o lixo japonês, 183 milhões de lâminas de barbear, 360 milhões de latas de spray e 2,7 biliões de pilhas e baterias ara o lixo norte-americano até as indústrias da fatia mais rica do planeta são campeãs na geração de rejeitos. Estima-se que para cada cem kg de produtos manufacturados dos Estados Unidos, são criados 3.200kg de lixo. A organização indiana (CSE), que levantou esses dados, chegou á conclusão de que os países mais ricos são melhores produtores de lixo do que propriamente de bens de consumo.

Os números também revelam uma faceta do sistema produto moderno: a quantidade de lixo produzida está directamente associada ao grau de desenvolvimento económico de um país.

Quanto mais abastada é a nação, mais lixo produz. Não é por acaso que o país mais rico, os Estados Unidos, lidera o ranking dos maiores geradores de lixo per capita do mundo, a média é de quase meia tonelada de rejeito de lixo a cada ano. Os países pobres são destino de 80% do lixo electrónico do resto do Mundo.

Na Figura 4- % da reciclagem, entre 2001 e 2010 dos seguintes países

Aústria

Aleman

haBélg

ica

Holanda

Suiça

Suéci

a

Luxemburgo

Copenhaga

Noruega

Reino Unido

Irlanda

Itália

França

Espan

ha

Filândia

-5

0

5

10

15

20

25

30

A

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cidade de Curitiba a um passo à frente desde a década de 70

Jaime Lerner é um político, arquiteto e urbanista brasileiro que tornou Curitiba, capital do Estado do Paraná, numa referência mundial da sustentabilidade. Tudo começou nos anos setenta, quando o termo “desenvolvimento sustentável” ainda não fora inventado. Para Lerner um dos maiores pecados das cidades é a separação dos locais onde os habitantes trabalham, moram e se divertem. “Comparo as cidades a uma tartaruga. Ela é o melhor exemplo de qualidade de vida porque junta trabalho, abrigo e transporte”, justifica. No entanto, ele considera que o crescimento desordenado das urbanizações atuais não é motivo para desanimar. “A cidade não é o problema, mas a solução. Porque se tivermos uma visão generosa em relação à cidade, teremos também em relação à sua população”. Este sempre foi o propósito de Lerner: melhorar a qualidade de vida das pessoas. E foi o que fez, com coragem e atitude inovadora, sem desanimar perante a falta de verbas. “A criatividade começa quando cortamos um zero ao orçamento.

Quando cortamos dois é ainda melhor”, argumentou numa conferência TED (iniciativa da Fundação Sapling com o objetivo de disseminar boas ideias), em 2007. Jaime Lerner foi eleito Governador do Paraná em 1994. Mas foi nos três mandatos anteriores, como Prefeito de Curitiba, que surpreendeu o mundo ao reinventar o espaço urbano. Em 1969, com apenas 28 anos, Lerner participou na criação do Instituto de Pesquisa e Planeamento Urbano de Curitiba, entidade responsável pelo desenvolvimento do plano diretor da cidade. Em 1971 foi eleito para a Prefeitura e pôs o plano em ação. Entre as diretrizes estavam medidas que implicavam transformações físicas, culturais e económicas, como a alteração da rede de transportes, a criação de zonas verdes e áreas de reciclagem, e o projeto da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a 10 quilómetros do centro da cidade.

Nessa altura Curitiba era uma cidade pouco industrializada, com cerca de 600 mil habitantes. Ao fim de três anos o índice de zona verde por habitante subiu consideravelmente; a CIC cresceu sem indústrias poluidoras e incorporou áreas de habitação e serviços; o antigo paiol de pólvora foi transformado em sala de teatro e revitalizaram-se outros edifícios abandonados.

Lerner implementou outras medidas no seu primeiro mandato, mas a mais revolucionária foi a que criou um novo modelo atitude 26 prodígio 31 As paragens elevadas agilizam a entrada e saída dos autocarros 32 atitude de desenvolvimento urbano, sustentado na

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transformação da rede de transportes. Desde logo, a Prefeitura quis travar o crescimento do centro e desenvolver novos polos urbanos que reduzissem a distância percorrida entre casa e trabalho. Uma das primeiras iniciativas – talvez a mais controversa – originou o primeiro “calçadão” do Brasil, corria o ano de 1972. Em apenas 72 horas Lerner fechou ao trânsito a Rua 15 de Novembro, uma das principais vias do centro da cidade. A rua era percorrida por muitos peões, mas fora recentemente ampliada para comportar mais carros.

O fecho alarmou os comerciantes e levou o Automóvel Club a organizar uma marcha lenta de carros. O então prefeito de Curitiba antecipou-se ao protesto: cobriu o pavimento com papéis e chamou as crianças das escolas para neles desenhar. A Prefeitura, para fomentar o uso do transporte público, implementou um sistema de três faixas de rodagem em vias que se estendiam do centro da cidade até à periferia. Uma faixa era exclusiva para autocarros, outra para trânsito local e outra ainda para deslocações de longa distância. Também criaram terminais onde confluíam várias linhas de autocarros – o sistema ficou conhecido como Rede Integrada de Transportes Urbanos (RIT). MAIS COM MENOS Com a RIT, Lerner provou que a criatividade é mais importante do que o investimento: “Dinheiro a mais atrapalha. É bom combustível, mas é muito importante encontrar uma equação de coresponsabilidade. Por exemplo, nós não tínhamos recursos para investir 300 milhões de dólares numa frota nova de transporte público. A equação de coresponsabilidade que montámos foi a seguinte: chamámos a iniciativa privada e dissemos que nós, poder público, investimos no itinerário – estações, paragens, terminais; e vocês investem na frota.

E pagamos por quilómetro percorrido. Essa foi a equação que funcionou. Montouse um sistema que se paga a si mesmo”, contou Lerner em 2008. No segundo mandato (1979-83) Lerner apostou na qualidade de vida dos habitantes: criou as primeiras 20 creches da cidade; construiu 13 postos de saúde; ampliou a rede de saneamento básico; inseriu pequenos núcleos de habitação social na malha urbana já existente, beneficiando cerca de 25 mil famílias; e aumentou a área verde da cidade – o novo Parque do Iguaçu, com 8 km2, passou a ser o maior parque urbano do Brasil. Neste período o grande avanço no sistema de transportes foi a criação de uma tarifa única, com acesso a todas as linhas.

Também foram introduzidos autocarros articulados, com capacidade para 160 passageiros, as linhas circulares inter-bairros e uma linha especial para estudantes, que ligava o centro da cidade às principais universidades. LIXO POR COMIDA No terceiro mandato (1989-93) o Perfeito de Curitiba deparou-se com o problema da

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acumulação de lixo nos bairros mais pobres da cidade, onde as ruas estreitas não permitiam a passagem de camiões. Solução? Lerner criou um programa em que os moradores destas localidades podiam trocar sacos de lixo por sacos cheios de compras, material escolar ou bilhetes para transportes públicos. Os bairros ficaram significativamente mais limpos.

O programa, premiado pela ONU em 1990, serviu de ponto de partida para uma campanha de sensibilização ambiental que alertava para a necessidade de separar o lixo. Resultado: 70% das famílias passaram a fazê-lo. Se ainda tiver fôlego saiba que Lerner introduziu outras medidas para melhorar a qualidade de vida dos curitibanos: alojou 30 mil famílias carenciadas; construiu 30 Centros de Educação Integral, que acolhiam os alunos durante o horário escolar; transformou autocarros antigos em pequenas escolas profissionais itinerantes; criou Unidades de Saúde abertas 24 horas por dia; requalificou duas pedreiras e transformou-as num teatro com 2.500 lugares; etc. 28 as inovações da rede de transportes públicos de curitiba foram implementadas em 80 cidades de todo o mundo 33 Em 1996 Jaime Lerner recebeu o Prémio Criança e Paz, atribuído pela Unicef, em reconhecimento dos programas “Da Rua Para a Escola”, “Protegendo a Vida” e “Universidade do Professor”. A aposta numa rede de transportes eficaz prosseguiu com a introdução de dois novos modelos de autocarros – o Ligeirinho, com capacidade para 40 passageiros, e o Bi-articulado, com capacidade para 230 passageiros –, e o novo sistema de paragens elevadas – as famosas estações “tubo” – que funcionam como plataforma de metropolitano, agilizando assim as entradas e saídas dos autocarros.

Hoje Curitiba tem 3,2 milhões de habitantes e é referência mundial da sustentabilidade. O índice de área verde por habitante subiu de 0,5 m2 , em 1970, para 55 m2 (valor três vezes superior ao recomendado pelas Nações Unidas). Os seus dez modelos de autocarros transportam 2,3 milhões de passageiros por dia. Mais de 80 cidades em todo o mundo (Bogotá, Cidade do México, Seul, etc.) aplicaram os fundamentos da RIT nas suas redes de transporte.

BALADA DA SUSTENTABILIDADE Como Governador do Paraná (1994-98 e 1998-2002), Lerner manteve a postura e visão que o caracterizaram enquanto Perfeito de Curitiba. Por exemplo, foi neste período que iniciou o programa Baía Limpa. “Queríamos limpar as nossas baías. O Rio de Janeiro tinha conseguido 800 milhões de dólares do Banco Mundial, porém concluímos que o fundamental não era a obra, mas sim a consciência. E limpámos as baías através de um acordo muito simples com os pescadores: se pescavam peixe, pertencia-lhes;

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se pescavam lixo, nós comprávamos. Então, se o dia não estava bom para a pesca, eles pescavam lixo.

Quanto mais lixo retiravam da baía, mais limpa ficava, e, por sua vez, mais peixe havia”, recontou Lerner. Em 2002 abandonou a política. Nesse ano foi eleito presidente da União Internacional de Arquitetos, com um mandato de três anos, tarefa que conciliou com o cargo de professor na Universidade do Paraná e na Universidade da Califórnia, Estados Unidos. Atualmente trabalha como arquiteto e conselheiro das Nações Unidas para assuntos de urbanismo, e desdobra-se em conferências por todo o mundo, para mostrar que é possível melhorar as cidades onde vivemos. E até compôs a Música da Sustentabilidade, com seis mandamentos para um futuro melhor, que, com a boa disposição que o caracteriza, entoa nas suas palestras:

“É possível. Você é capaz. Use menos o carro; faça esta transição e emita menos CO2. Viva mais perto do trabalho. Economize energia em casa. Separe o lixo; o orgânico do não-orgânico. Economize mais.

Desperdice menos. Por favor, faça-o agora”.

importância da Educação Ambiental para a Sustentabilidade

Um dos grandes desafios que se coloca ao cidadão do século XXI consiste na preservação do ambiente, sendo cada vez mais assumida a necessidade de salvaguarda da

equidade entre gerações, assente num modelo de desenvolvimento sustentável.

AA nível internacional, estas preocupações tiveram eco nas

múltiplas cimeiras que se têm vindo a realizar das quais resultaram importantes resoluções, nem sempre cumpridas, tais como: a Convenção sobre Mudanças Climáticas, a Convenção sobre a Diversidade Biológica, a Declaração sobre Florestas e a Agenda XXI, o que tem contribuído para a identificação de problemas e para o desenvolvimento de uma consciência ambiental cada vez mais abrangente.

O objetivo da Educação Ambiental para a Sustentabilidade consiste na promoção de valores, na mudança de atitudes e de comportamentos face ao ambiente, de forma a preparar os jovens para o exercício de uma cidadania consciente, dinâmica e informada face às problemáticas ambientais atuais. Para o efeito, pretende-se que os alunos aprendam a utilizar o conhecimento para interpretar e avaliar a realidade envolvente, para formular e debater argumentos, para

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sustentar posições e opções, capacidades fundamentais para a participação ativa na tomada de decisões fundamentadas, numa sociedade democrática, face aos efeitos das atividades humanas sobre o ambiente.

E

ducação Ambiental nas escolas

O Programa de Educação Ambiental para as Escolas (PEA), desenvolve-se no âmbito da Agenda da Sustentabilidade para Oeiras, Oeiras 21+, visando promover a educação ambiental e apoiar estilos de vida ambientalmente sustentáveis, uma vez que as crianças e jovens são considerados veículos de transmissão, por excelência, de comportamentos em defesa do Ambiente junto da sua comunidade. O PEA é promovido anualmente em articulação com um conjunto de parceiros locais e nacionais e pretende constituir um conjunto de recursos de carácter transversal e multidisciplinar através do qual as escolas possam promover a educação para a sustentabilidade, não só dentro das suas fronteiras físicas, mas em conjunto com a comunidade envolvente, potenciando a criação de comunidades pró-sustentabilidade, desafiando-se as escola a ter uma participação mais ativa na sensibilização ambiental da comunidade envolvente e na resolução de problemas locais.

O Programa iniciou-se no ano letivo 1994/95, com a temática dos Resíduos, tendo atualmente uma programação que envolve cerca de cinquenta atividades (Ações em recinto escolar, Visitas de Estudo, Oficinas, Concursos, Comemoração de dias temáticos, entre outras) no âmbito de diversas temáticas, nomeadamente, Desenvolvimento Sustentável, Água, Ecossistemas aquáticos e marinhos, Alimentação, Animais em meio urbano, Energia, Resíduos, Mobilidade Sustentável, Ruído e Natureza e Biodiversidade local.

Durante o ano letivo são ainda promovidas exposições sobre as atividades desenvolvidas, assim como dos trabalhos realizados pelas escolas no âmbito dos concursos ou sobre temas ambientais. Sob o mote “Cuidar do Ambiente ao Milímetro”, desde o ano letivo de 2005/06 que o Programa conta com a mascote, Eco-Zeca, um rapaz dinâmico e destemido que demonstra respeito e atitudes em prol da defesa do Ambiente. As atividades a desenvolver durante o ano letivo são anualmente divulgadas numa pequena brochura e através de uma Sessão de Apresentação do Programa, destinada aos docentes de todos os estabelecimentos de ensino do município.

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No final de cada ano letivo é realizada a Sessão de Encerramento do Programa através da realização de um evento onde alunos e professores podem participar em diversas atividades lúdico pedagógicas, como peças de teatro e jogos ambientais, atividades ao ar livre e sessão de entrega de prémios, às escolas vencedoras dos concursos desenvolvidos no âmbito do Programa.

Ao longo de 21 anos de projeto, tem sido possível observar uma maior consciência das gerações mais novas, para os problemas ambientais que vão surgindo e acreditamos que este projeto possa contribuir para fomentar maior conhecimento, dar competências, motivações e sentido de compromisso, que lhes permitam atuar individual e coletivamente na resolução dos novos desafios ambientais. A separação de resíduos para reciclagem, a preservação da biodiversidade urbana, a utilização racional de água e energia, a manutenção da limpeza do espaço público são já alguns conceitos que

facilmente se encontram interiorizados nestes jovens cidadãos. No período de 2008-2010, o Programa contou com o co-

financiamento de 50% no âmbito Quadro de Referência Estratégia Nacional (QREN), enquadrado no Programa Operacional Regional de Lisboa (PORLisboa), nos domínios das Ações de Valorização e Qualificação Ambiental. Tendo em conta os compromissos assumidos no protocolo de financiamento, é objetivo realizar anualmente 500 ações envolvendo cerca de 12.500 alunos.

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C

onclusãoConcluimos com este trabalho que a reciclagem é um Mundo, que

há aspectos sociais, ambientais e económicos.

Há variadíssimas coisas a serem alteradas, tanto a nível da população como a governementais.

A própria reciclagem em si tem os seus prós e contras, e pudemos verificar que mesmo com os seus contras, a utilização da mesma é necessária para o nosso meio ambiente.

Há discrepância entre países é enorme, devido aos seus desenvolvimentos e ás suas ideias/pensamentos diferentes.

Este tema move economicamente e gera empregos, sendo a sus sustentabilidade enorme.

Em Portugal, como verificamos que há muito a fazer e objectivos a serem cumpridos, temos alguns países a seguir como exemplo.

Sem esquecer que acreditamos que começar com uma educação neste tema seria uma mais valia.

Na conclusão dos inquéritos concluímos que a maior parte das empresas da nossa região fazem a reciclagem, auxiliadas pela Valnor. E que na parte pessoal, metade dessas pessoas faz, e metade não faz, ou por não se interessar, ou por não ter ecopontos perto de sua habitação; apesar de que todos concordem que o processo de separar o lixo é fácil e todos estejam informados sobre a reciclagem ser uma energia renovável.