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A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso. [Recensão a] O'NEILL S.I., Charles ; DoMINGUEZ S.I., Joaquin Maria, dir. - Diccionario Histórico de la Compania de Jesus: biográficotemático. Roma: Institutum Historicum Societatis Iesu; Madrid: Universidad Pontifícia Comillas Autor(es): Miranda, Margarida Publicado por: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos Clássicos URL persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/28164 Accessed : 26-Jul-2021 16:16:31 digitalis.uc.pt

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A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis,

UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e

Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.

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este aviso.

[Recensão a] O'NEILL S.I., Charles ; DoMINGUEZ S.I., Joaquin Maria, dir. - DiccionarioHistórico de la Compania de Jesus: biográficotemático. Roma: Institutum HistoricumSocietatis Iesu; Madrid: Universidad Pontifícia Comillas

Autor(es): Miranda, Margarida

Publicado por: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de EstudosClássicos

URLpersistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/28164

Accessed : 26-Jul-2021 16:16:31

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Vol. LV

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRACOIMBRA UNIVERSITY PRESS

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JkENSÕB

Manuel Losa revisitou o sempre interessante mito de Eros e Psique

na narrativa de O Burro de Ouro (IV, 28 - VI, 24) de Apuleio, para

concluir considerando a fecundidade artística daquele mito, desde a

Antiguidade até aos nossos dias, e evocando Fernando Pessoa e o seu

poema Amor e Psique, publicado em 1942 na revista Presença,

O texto de Nair Nazaré Castro Soares, "Mito, imagens e motivos

clássicos na poesia trágica renascentista em Portugal" , tem a

particularidade de tratar o terna do mito numa área do saber mais rara

entre nós, mas de grande pertinência para o assunto em causa: a produção

dramática renascentista. A autora aborda dramaturgos como Buchanan,

Aires Vitória, Giorgio Trissino, Giraldi Cinzio, Diogo de Teive, Miguel

Venegas, entre outors.O teatro renascentista, de inspiração religiosa ou

profana e de intenção pedagógica, está profundamente modelizado pela

dout r inação clássica. As próprias personagens bíblicas são tão

perfeitamente assimiladas às categorias do humanismo que incarnam

verdadeiras personagens senequianas — o autor que mais influenciou os

dramaturgos renascentistas. A leitura desta comunicação é um importante

meio de auxílio para quem quiser aprofundar o conhecimento do nosso

teatro quinhentista, em toda a sua dimensão, formal, ideológica,

pedagógica, parenética.

José Ribeiro Ferreira, num texto que revela o profundo

conhecimento que possui dos nossos poetas, expôs o tema d' "O mito de

Narciso na poesia contemporânea", em autores como Sebastião da Gama,

Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, José Gomes Ferreira, João Maia, Miguel

Torga e Nuno Júdice, entre outros, para concluir que o mito de Narciso

não é apenas o símbolo da autocontemplação estéril, mas pode também

exprimir a doação aos outros, assim como pode servir de interlocutor do

sujeito poético, ou transmitir ainda o esforço da descoberta interior e da

introspecção.

Finalmente, na comunicação de Amadeu Torres, "Intertexto clássico

e parcimónia mitológica em Frei Heitor Pinto", encontramos uma

deliciosa leitura de Frei Heitor Pinto e da Imagem da Vida Cristã à luz

das respectivas referências mitológicas. Embora o próprio Frei Heitor

Pinto refira, no início da sua obra, mais de 500 citações clássicas, entre

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muitas mais retiradas da patrística e da Sagrada Escritura, a conclusão

de Amadeu Torres é que existiu realmente alguma parcimónia no emprego

mitonímico, se bem que o autor se tenha mostrado um teólogo moralista

e asceta cristão nada fundamentalista, antes aberto a todo o contributo

positivo e psicagógico da gentilidade. Mesmo assim, ali se encontra uma

leitura de Orfeu e de Eurídice, de Prometeu, ou dos trabalhos de

Hércules. As razões da alegada parcimónia relacionam-se certamente com

a necessidade de prevenir os incómodos da Inquisição e do primeiro Rol

dos Livros defesos, publicado em Lisboa em 1561.

«Se ainda hoje são tão numerosas as abordagens da mitologia e se

esta suscita tanto interesse», como escrevia Victor Jabouille (p. 43) «é

porque os mitos continuam activos.» Cumpriu-se assim o grande

objectivo do simpósio: reflectir sobre a perenidade da cultura clássica,

num dos elementos mais fecundos que a constituem, o mito.

Margarida Miranda

O'NEILL S.I., Charles ; DoMINGUEZ S.I., Joaquin Maria, dir. - Diccionario Histórico

de la Compania de Jesus: biográficotemático. Roma: Institutum Historicum Societatis

Iesu; Madrid: Universidad Pontifícia Comillas, 2001. 4 vol.

Depois do rigor historiográfico a que a Companhia de Jesus nos

tem habituado na abordagem da sua própria história — com a edição de

importantes obras de apurado rigor científico, como a colecção documentai

dos Monumento. Histórica Societatis Iesu nas suas diversas séries, ou as

histórias da Companhia de Jesus nas diferentes nações, ou ainda a

Bibliothèque des écrivains de la Compagnie de Jesus, actualmente com 12

volumes, ou a Bibliographie sur 1'Histoire de la Compagnie de Jesus do P.

Lászlo Polgár, em 6 tomos (1981-1990), além da publicação anual de

uma bibliografia histórica, na revista Archivum Historicum Societatis Iesu

(AHSI) — eis que surge enfim uma obra há muito esperada, fruto de um

incansável trabalho de centenas de investigadores (cerca de 700): o

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Diccionario Histórico de la Compania de Jesus (vol. I-IV). Foi seu primeiro

director o P. O'Neill, a quem sucedeu, em 1993, o P. Joaquin Maria

Domínguez, os únicos investigadores referidos na capa desta obra. Entre

os restantes colaboradores, Portugal contou com o árduo trabalho do P.

José Vaz de Carvalho, que teve a incumbência, entre outras, de tratar da

província portuguesa e dos jesuítas portugueses que trabalharam nas várias

partes do mundo.

A equipa de redacção do Dicionário teve o cuidado de actualizar a

versão final dos vários artigos, uma vez que o ambicioso projecto (datado

de 1977) demorou cerca de 25 anos a concretizar-se.

A obra inclui mais de 6000 entradas, em 4.100 páginas: 5637

biografias (que incluem personagens defuntas até 1990), 138 artigos gerais

respeitantes às nações onde a Companhia esteve presente, e 328 sobre

outros temas, considerados pertinentes para uma melhor compreensão da

história dos Jesuítas.

As biografias constituem portanto o conteúdo essencial desta obra

colectiva, e contemplam jesuítas e não jesuítas, sem esquecer os egressos,

e todos aqueles que tiveram alguma relação significativa com a história da

Companhia de Jesus. De cada personagem se estabelece, além da

biografia, uma breve cronologia do nascimento, morte, entrada na

Companhia, sacerdócio e últimos votos, cronologia fundamentada em

inúmeras pesquisas em repertórios bibliográficos, bem como nos Arquivos

da Cúria e nos catálogos das diversas províncias. Cada artigo remete

ainda para uma bibliografia essencial actualizada, tendo em conta a vasta

produção científica dos últimos anos de investigação.

Deste precioso instrumento ao serviço dos investigadores,

actualmente em língua espanhola, esperam-se agora, nos próximos anos,

as traduções em diversas línguas. Ele representará certamente o início de

um novo capítulo na historiografia da Companhia, sempre vinculada às

suas próprias fontes documentais primárias, mas dotada agora de uma

forma sintética do conhecimento, que tornará o seu saber sem dúvida

mais acessível.

Espera-se ainda a publicação, à parte, de um volume que virá a ser

também extremamente útil aos investigadores de diversas áreas científicas,

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e que consistirá num conjunto de mapas históricos da Companhia e

numa relação geral dos respectivos domicílios.

Margarida Miranda

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