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1 Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF Pró-Reitoria de Integração aos Setores Comunitários e Produtivos - PROIN Programa Institucional de Bolsas de Integração – PIBIN 2012/2013 ANEXO II – Modelo de Proposta Título: ESTUDO DA VIABILIDADE DO REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E O SEU IMPACTO NO MEIO AMBIENTE Colegiado Proponente: Engenharia Elétrica Coordenador: Andréa de Vasconcelos Ferraz Equipe Nome Unidade Categoria Profissional Função no Projeto Profa. Dra. Andréa de Vasconcelos Ferraz Colegiado de Engenharia Elétrica Professora – Adjunto Coordenadora Giovane Alves Bonfim Dias Curso de Engenharia de Produção Aluno de Graduação Bolsista Prof. Dr. Alan Christie da Silva Dantas Colegiado de Engenharia Mecânica Professor - Adjunto Colaborador Francisca Josenaide Campos Costa Indústria Gesso Mineral Ltda. Administradora da empresa Gesso Mineral Indústria Ltda. Colaboradora Dra. Paula Teresa de Souza e Silva EMBRAPA Petrolina Pesquisadora Colaboradora

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Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF Pró-Reitoria de Integração aos Setores Comunitários e Produtivos - PROIN

Programa Institucional de Bolsas de Integração – PIBIN 2012/2013

ANEXO II – Modelo de Proposta

Título: ESTUDO DA VIABILIDADE DO REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E O SEU IMPACTO NO MEIO AMBIENTE

Colegiado Proponente: Engenharia Elétrica

Coordenador: Andréa de Vasconcelos Ferraz

Equipe

Nome Unidade Categoria Profissional Função no Projeto

Profa. Dra. Andréa de Vasconcelos Ferraz

Colegiado de Engenharia Elétrica

Professora – Adjunto Coordenadora

Giovane Alves Bonfim Dias Curso de Engenharia

de Produção

Aluno de Graduação Bolsista

Prof. Dr. Alan Christie da Silva Dantas

Colegiado de

Engenharia Mecânica

Professor - Adjunto Colaborador

Francisca Josenaide Campos Costa

Indústria Gesso Mineral Ltda.

Administradora da empresa Gesso

Mineral Indústria Ltda.

Colaboradora

Dra. Paula Teresa de Souza e Silva

EMBRAPA Petrolina

Pesquisadora Colaboradora

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Área temática: Meio Ambiente Linha de Extensão: Resíduos Sólidos

Introdução e Fundamentação Teórica

Introdução:

O gesso é um dos materiais mais antigos que o homem até hoje utiliza, sendo

conhecido há mais de 9000 anos. Ele é produzido através de um mineral abundante

na natureza: a gipsita, que foi formado entre 100 e 200 milhões de anos atrás. Ela é

um sulfato de Cálcio hidratado (CaSO4.2H2O) com composição estequiométrica

média de 32,5% de CaO, 46,6% de SO3 e 20,9% de H2O. Com relação a suas

propriedades físicas podemos citar: dureza 2 na escala Mohs; densidade 2,35;

índice de refração 1,53; elevada solubilidade; cor que varia entre incolor, branca,

cinza e amarronzada. A extração não gera resíduos tóxicos e requer pouca

interferência na superfície. O Nordeste brasileiro tem um dos maiores depósitos

exploráveis de gipsita do continente americano. Ele contém 347,7 milhões de

toneladas, com estimativa de 1,2 bilhões de toneladas, ocupando uma área de

24.000 km2. Isso gera um montante de US$ 110 milhões/ano. Desde a década de

1960 Pernambuco assume a posição de maior produtor nacional de gipsita

abastecendo mais de 90% do mercado nacional. Mas a Bahia é o estado brasileiro

com a maior reserva do mineral. Em escala internacional, os Estados Unidos da

América é o maior produtor e consumidor mundial de gipsita1, 2.

O processo de produção do gesso consiste basicamente em quatro etapas: extração

da matéria-prima, moagem, secagem e calcinação. As principais jazidas brasileiras

encontram-se no Pólo do Araripe, Pernambuco. A moagem (ou britagem) é

comumente realizada com britadores de mandíbula e moinhos de martelo. O produto

dessa operação deve apresentar distribuição granulométrica uniforme, para evitar

uma desidratação desigual. Depois de moída, a gipsita passa por um estágio de

secagem em secadores rotatórios com o objetivo de remover o excesso de umidade.

Quando calcinada a temperatura da ordem de 150 a 350°C, a gipsita se desidrata

parcialmente, originando um sulfato de cálcio hemi-hidratado, conhecido

comercialmente como gesso1-4. Durante o processo de calcinação é definida a

qualidade do gesso. Existem duas variedades bastante conhecidas, que são o gesso

alfa (obtido em fornos do tipo autoclave) e o gesso beta (obtido em forno que

propicia uma calcinação sob pressão atmosférica). O preço do hemidrato alfa é seis

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vezes maior que o do hemidrato beta. Isso ocorre porque o gesso alfa passa por

uma modificação na estrutura cristalina (seus cristais são compactos, mais regulares

e mais resistentes), resultando em um produto mais homogêneo, com maior

resistência mecânica e menor consistência, sendo por isso, separado para usos

mais nobres como o uso medicinal e odontológico. Já o gesso Beta é principalmente

usado nas indústrias civil, de cerâmica e de modelagem1,5.

Devido à sua fácil aplicação e seu baixo custo, o consumo de gesso no Brasil vem

crescendo muito desde a década de 1990, com a introdução da tecnologia drywall

nas vedações internas de todos os tipos de edificações no país, observando-se um

crescimento anual da ordem de 20 a 30% no consumo. Somam-se a isso as

aplicações tradicionais do gesso como material de revestimento (aplicado

diretamente em parede e tetos) e material de fundição. Observa-se que no Brasil o

produto ainda é pouco utilizado, se comparado à Europa e Estados Unidos.

Enquanto aqui o consumo é de 15 quilos por habitante/ano, na Europa esta

proporção é de 80 quilos por habitante/ano e nos Estados Unidos, o maior

consumidor de gesso do mundo, chega a 118 quilos por habitante/ano (Dados de

2009)5-9.

As utilidades do gesso são diversas. As peças confeccionadas com esse material

apresentam bom isolamento térmico e acústico. Além disso, sua plasticidade permite

produzir formas especiais e elementos diferenciados. Sendo usado inclusive em

esculturas (embora seja de conhecimento de todos que a escultura em gesso não foi

feita para durar, às vezes é apenas uma etapa intermediária para se transferir a

escultura para um material mais resistente). Em suas inúmeras aplicações, o gesso

se destina principalmente ao segmento construtivo como em revestimento, divisórias

e forros; e decorativo, na arquitetura de interiores. Esse segmento vem crescendo

bastante devido aos acabamentos com uma estética apreciável que ele pode

proporcionar9-11.

Depois do grande avanço e difusão da utilização do gesso, observou-se uma

problemática que esse avanço trouxe. A hidratação do gesso se dá muito

rapidamente, proporcionando um grande desperdício do material. A indústria de

gesso acartonado já recicla seus próprios resíduos industriais (Campbell, 2003;

CIWMB, 2003), mas as pequenas fábricas são responsáveis por 75% dos resíduos

gerados (no processo de fabricação). Somam-se a isso as perdas na construção.

Nos EUA de 10 a 12% do gesso acartonado é transformado em resíduo4-8.

Os desperdícios gerados pelo gesso de revestimento também devem ser

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considerados. Eles são o resultado do rápido endurecimento do gesso e da falta de

qualificação da mão-de-obra responsável por aplicá-lo. Estima-se que o desperdício

desse material nas construções civis é da ordem de 45%. Isso se torna mais

agravante quando consideramos que os fabricantes de gesso em pó estimam

perdas da ordem de 30%. Nas construções civis, também é preciso destacar as

demolições. Elas fornecem um resíduo potencialmente mais contaminado que os

anteriores.

O resíduo de gesso é um material tóxico, que em contato com a umidade e

condições anaeróbicas, com baixo pH, e sob ação de bactérias redutoras de sulfatos

(condições presentes em muitos aterros e lixões) libera íons Ca2+ e SO42-, os quais

são responsáveis pela alteração da alcalinidade dos solos e contaminação dos

lençóis freáticos; pode formar gás sulfídrico (H2S) que possui odor característico de

ovo podre, tóxico e inflamável. Esse motivo levou o resíduo de gesso ser banido de

muitos aterros sanitários nos Estados Unidos. Na Europa existe uma exigência de

que a deposição do gesso não contaminado em aterros seja feita em células

completamente isoladas de resíduos biodegradáveis6-8.

Observa-se que o não reaproveitamento do resíduo de gesso se tornou um

problema de ordem econômica e ambiental. Além do prejuízo econômico gerado

(são gerados 12.000 ton/ano de resíduos de gesso na Grande São Paulo, o que

resulta num custo para as prefeituras de 2,5 milhões/ano), temos uma questão de

ordem ambiental devido às conseqüências que trazem um destinamento inadequado

dos resíduos. Agora, a necessidade de reciclar os resíduos de gesso tornou-se

ainda mais visível. Soma-se a isso o fato das maiores reservas de matéria prima não

se encontrarem próximas aos centros consumidores. Por isso algumas construtoras

dos grandes centros urbanos precisam pagar pelo transporte de resíduos, onde o

preço cobrado pelas transportadoras muitas vezes inclui o preço do aterro de

resíduos de construção privado10-12.

Embora a reciclagem dos resíduos de gesso seja tecnicamente possível, a

viabilização em escala comercial não é favorável porque na região de produção,

Araripina PE, a matéria prima é abundantemente barata. Além disso, o processo de

reciclagem é mais complexo do que o de produção a partir da matéria virgem,

consome mais energia e requer mais mão-de-obra. Assim o custo do processo de

reciclagem é potencialmente superior, e gera um produto com características

variáveis. É preciso que haja uma reutilização do material aliada a uma redução de

custos. A experiência européia mostra que isso é possível. No Canadá a empresa

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New West Gypsum Recycling recicla placas de gesso acartonado desde 1986. A

tecnologia requer limpeza manual do resíduo. O resultado desse trabalho é

confirmado por um cliente dessa empresa que afirma usar 22% de gesso reciclado

sem qualquer prejuízo no desempenho15.

Existem várias aplicações potenciais para o gesso reciclado. Existem aplicações na

agricultura, para a correção de solos; ele pode ser usado também como aditivo para

compostagem, forração para animais, absorvente de óleo, controle de odores em

estábulos e secagem de lodo de esgoto. Outra aplicação pouco usada é na

produção do cimento Portland. Essa aplicação não é viável porque exige um

material de elevada pureza, o que geralmente não é encontrado no resíduo. Além

disso, sabe-se que a gipsita é encontrada no mercado a preços muito baixos,

dificultando o uso do resíduo. Mas a principal aplicação estudada nesse trabalho de

extensão será a reciclagem para a formação de novas placas, como é feito no

Canadá e na Europa.

A reciclagem dos resíduos internacionalmente aplicada exige um sistema coletor de

resíduos; um sistema de logística (o material é armazenado sem que haja

contaminação); unidade de reciclagem (o material é transformado em pó); e clientes

(uso do pó ao invés da gipsita). Todos esses componentes asseguram um bom

rendimento no sistema de reciclagem.

Esse trabalho procura devolver o resíduo de gesso para o processo de fabricação de

placas. Para isso algumas variáveis deverão ser consideradas, para que se encontre

as condições ideais para utilizar o rejeito, preservando assim o meio ambiente.

Fundamentação Teórica:

As indústrias de materiais estruturais para revestimentos têm buscado

continuamente agregar valor a seus produtos por meio de inovação, em um contínuo

processo de desenvolvimento tecnológico. Na sequência desse processo, nos

últimos anos tem surgido um grande interesse mundial no desenvolvimento de

tecnologias limpas que possibilitem a utilização de produtos de menor impacto

ambiental1-4. Atualmente, um dos problemas mais sérios que afetam o meio

ambiente é a poluição química de natureza orgânica ou inorgânica, decorrente dos

despejos residenciais e industriais. Defini-se como poluição qualquer alteração

física, química ou biológica que produz modificação no ciclo biológico normal,

interferindo na composição da fauna e da flora do meio4.

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A química “verde”, como um todo, implica no desenvolvimento de processos

químicos e produtos que levem a um ambiente mais limpo, saudável e sustentável.

Neste contexto, esse projeto visa estudar e desenvolver novos materiais que

apresentem importância comercial e ao mesmo tempo preservem o meio ambiente,

além de estudar alternativas educativas que estimulem iniciativas preventivas por

parte dos responsáveis pela produção e aplicação do gesso5.

A utilização de gesso é um assunto que gera interesse substancial, principalmente

porque estes nanocristais podem ser fabricados de forma fácil e rápida empregando-

se matérias primas abundantes na região Nordeste, em específico na Bahia e

Pernambuco (Araripina)6.

O desenvolvimento industrial nas últimas décadas tem aumentado a quantidade dos

rejeitos inorgânicos, levando à promulgação de leis ambientais que visam limitar e

controlar o impacto ambiental e ao uso de depósitos de lixo, através do

desenvolvimento de novas técnicas de reciclagem capazes de utilizar esses rejeitos

dentro de um novo mercado de produtos reutilizáveis. Conseqüentemente, a

reciclagem de subprodutos e rejeitos provenientes de processos industriais tem se

tornado uma questão urgente para um futuro próximo.

Todo processo industrial gera resíduos, muitas vezes tóxicos e perigosos, não sendo

possível simplesmente descartar esses materiais na natureza sem provocar danos à

saúde e ao meio ambiente. Na busca da minimização dos problemas ambientais, a

utilização de rejeitos em processos industriais tem grande importância, haja visto

que diminui o volume dos depósitos e contribui significativamente para a redução na

extração de matéria-prima. Alguns desses rejeitos vêm sendo reciclados, gerando

novos produtos.

Materiais que são inertes em seu meio ambiente são candidatos à reciclagem. Outra

vertente importante é a da substituição de produtos sintéticos por componentes

biodegradáveis, bem como a compostagem de lixo urbano e reciclagem de

materiais7. A reciclagem de produtos cerâmicos, em geral, não é economicamente

viável. Este comportamento está relacionado à reorganização estrutural que esta

categoria de material sofre durante seu processamento.

Na indústria da construção civil, antes do documento “resultante da RIO 92, “Agenda

21”, não havia nenhuma preocupação quanto ao esgotamento dos recursos não

renováveis utilizados ao longo de toda sua cadeia de produção e, muito menos, com

os custos e prejuízos causados pelo desperdício de materiais e destino dados aos

rejeitos produzidos nesta atividade8,9. No Brasil, em particular, a falta de uma

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consciência ecológica na indústria da construção civil resultou em estragos

ambientais irreparáveis, agravados pelo maciço processo de migração havido na

segunda metade do século passado, quando a relação existente de pessoas no

campo e nas cidades, de 75 (setenta e cinco) para 25% (vinte e cinco por cento), foi

invertida, ocasionando uma enorme demanda por novas habitações9.

No conteúdo das discussões sobre a “Agenda 21”, nasceu um movimento

denominado de construção sustentável, que visava o aumento das oportunidades

ambientais para as gerações futuras e que consistia em uma estratégia ambiental

com visão holística9. Nela passou a repensar sobre toda cadeia produtiva, levando

em consideração os processos produtivos, o bem estar do trabalhador e a redução

de poluição.

Grande parte dos resíduos originados na construção civil é depositada

clandestinamente em terrenos baldios, várzeas e taludes de cursos de água,

provocando impactos ao meio ambiente. Alguns destes impactos são plenamente

visíveis e provocam comprometimento a paisagem urbana e transtornos ao trânsito

de veículos e pedestres. É comum que os resíduos da construção venham

acompanhados de materiais perigosos como latas de tinta e de solventes, restos de

gesso, lâmpadas fluorescentes e outros resíduos que deveriam receber tratamento

específico, antes de sua destinação final10.

A Resolução 307 de 5 de julho de 2002 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio

Ambiente, classifica os resíduos da construção civil, em específico os oriundos do

gesso, como Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas

tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/

recuperação9. Essa resolução é bem clara quando enfatiza que os produtores do

rejeito, também deverão ser os responsáveis por seu destino. Dessa forma, a

Indústria Gesso Mineral, situada no Pólo Gesseiro do Araripe, junto ao GPEM

(Grupo de Pesquisa em Materiais Estratégicos da UNIVASF), buscam alternativas

viáveis ambientalmente e economicamente para o reaproveitamento desse rejeito.

Pesquisas recentes mostram que o gesso vem ocupando espaço significativo nas

construções, destacando vantagens proporcionadas pela sua utilização, cuja

tecnologia é reconhecida em todo o mundo. No entanto, percebe-se que o

crescimento desse mercado gerou discussões sobre problemas ambientais que o

norteiam. Diante do crescente uso desse material na construção civil, percebe-se

que a quantidade de resíduo gerado também aumentou significativamente.

A hidratação do gesso se dá no momento de sua utilização na presença de água. A

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rapidez com que a reação ocorre proporciona um grande desperdício de material.

(resíduos). O resíduo de gesso é um material tóxico, que libera íons Ca2+ e SO42-

alterando a alcalinidade do solo e contaminando lençóis freáticos, por isso um

estudo da viabilidade do reaproveitamento10.

A proposta deste projeto é reduzir os danos ao meio-ambiente causados por esses

resíduos, que, diante das limitações da tecnologia atual, são jogados em aterros

sanitários ou usados posteriormente como fertilizantes.

Nos trabalhos realizados por pesquisadores em outras instituições, os resíduos de

gesso são coletados e calcinados novamente para se obter um material que possa

ser utilizado novamente em obras. Se as características do material obtido não estão

dentro das normas técnicas estabelecidas, é preciso acrescentar gipsita pura no

processo calcinação para melhoria da qualidade do hemidrato produzido10-12. A

metodologia consiste na coleta, moagem e requeima do resíduo de gesso, de forma

a tentar obter-se um gesso reciclado para uso em construção civil. O material obtido

foi submetido a ensaios de caracterização física e mecânica e apontam para

viabilidade técnica do reaproveitamento do material como gesso para fundição.

A proposta de pesquisa que será desenvolvida nesse projeto consiste em estudar

alternativas mais baratas como tempo e temperatura de calcinação, através da

redução da granulometria das partículas do rejeito de gesso, para a reincorporação

ao processo industrial desse rejeito e principalmente contribuir junto à indústria

gesseira no processo de produção mais limpo, reduzindo a geração de resíduos e

consequentemente, preservar o meio ambiente. Dessa forma, esse projeto de

extensão visa atender ao princípio da sustentabilidade para a manutenção da vida

na terra, agregando valor ao resíduo de gesso.

Justificativa: Como o projeto de extensão proposto tem caráter multidisciplinar e interinstitucional,

será possível melhorar as condições operacionais na indústria, visando à redução de

resíduos, tão bem como a melhoria das condições de trabalho. No processo de produção de 100 placas de gesso da Gesso Mineral Indústria Ltda. são produzidos em média 30 kg de resíduos. Por dia, eles produzem mensalmente em torno de 32200 placas dando por mês 9660 kg de resíduo por mês isso por unidade de produção. A calcinação do gesso gera em média 1160 ton de resíduo por mês. Essa geração de resíduos acontece em outras indústrias da

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região de porte semelhante a indústria em questão. Mediante a esse quadro será

estabelecida uma metodologia geral para a incorporação e ou readaptação de novos

procedimentos técnicos, bem como a transferência de tecnologia para aumentar a

eficiência nos processos industriais e produtivos na indústria ao mesmo tempo será

feita uma campanha educativa, visando à conscientização dos profissionais

relacionados à produção e aplicação do gesso.

POSSÍVEL CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DO ESTADO

Os conhecimentos e dados gerados a partir deste projeto possibilitarão o

desenvolvimento de recursos humanos qualificados. Além de promover e fortificar a

interação entre os centros de pesquisa de excelência, contribuindo assim na

melhoria da qualidade de vida, reduzindo resíduos. Durante o desenvolvimento do

projeto pretende-se manter um acompanhamento sistemático por parte da indústria

(Indústria Gesso Mineral) e UNIVASF de todas as etapas que serão desenvolvidas

no projeto. Incremento da incorporação de tecnologia no processo industrial,

contribuindo para o desenvolvimento do pólo de Araripina. Promover e fortificar a

interação entre os centros de pesquisa de excelência, para introduzir o Pólo

Gesseiro de Araripe no estado de Pernambuco no cenário nacional e internacional

das pesquisas em resíduos de gesso, além da preservação do meio ambiente. CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA INSTITUIÇÃO/DEPARTAMENTO

Devido à existência de carência de recursos humanos especializados nesta área,

esse projeto propiciará o desenvolvimento de recursos humanos qualificados,

através da orientação de alunos de extensão. Promovendo o interesse pela

pesquisa no campo da Ciência, Tecnologia e Inovação, visando assegurar o

contínuo desenvolvimento da capacidade instalada no Estado de Pernambuco.

Com o desenvolvimento desse projeto será possível uma maior interação Indústria/

Universidade, que é de fundamental importância para o desenvolvimento de uma

pesquisa aplicada. Além de possibilitar o crescimento da instituição com a geração

de patentes e artigos obtidos pelo desenvolvimento de novas tecnologias.

O desenvolvimento do projeto contará com a interação entre diferentes grupos de

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pesquisa da UNIVASF, dentre eles o GPEM, além do laboratório de engenharia

mecânica da UNIVASF.

Objetivos: Visando contribuir para o desenvolvimento sustentável no tocante a uma correta

disposição e reutilização de resíduos provenientes da construção e de formação de

placas de gesso, este trabalho tem como objetivo geral:

• Estudar a Influência da redução da granulometria das partículas do rejeito de

gesso nos parâmetros da calcinação (tempo e temperatura), para a

reincorporação ao processo industrial;

• Preservar o meio ambiente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Para atingir esses objetivos é necessário que os seguintes objetivos específicos

sejam atingidos:

• Retirar rejeitos que se encontram no meio ambiente;

• Promover capacitação na área de meio ambiente.

• Agregar valor ao rejeito;

• Estudar processos de secagem de placas de gesso;

• Capacitação do aluno bolsista e dos profissionais do pólo gesseiro ;

• Promover a interação entre a universidade e a Indústria do Pólo Gesseiro.

Metas: Espera-se que ao término deste projeto os participantes tenham uma maior

consciência ambiental e também conhecimentos no sentido de desenvolver uma

nova metodologia de reaproveitamento de resíduos de gesso nas indústrias.

Espera-se ainda promover a interação entre a universidade e a Indústria.

Além disso, os trabalhadores da Gesso Mineral Indústria Ltda. possam atuar como

agentes multiplicadores ambientais em suas comunidades.

com a finalidade de avaliar as atividades executadas e estabelecer estratégias de

atuação.

As ações desenvolvidas pelo programa de extensão estão sendo dirigidas à aplicação

dos conhecimentos dos acadêmicos de Medicina Veterinária na identificação e solução

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de

problemas presentes nas unidades de produção. Para tal, os esforços estão sendo

concentrados nas seguintes áreas de atuação:

1. Orientação na aplicação de técnicas de criação, manejo, alimentação, melhoramento

genético, saúde e produção animal;

2. Orientação na adoção de programa de administração rural, visando o melhor

gerenciamento das explorações;

3. Instituir diagnóstico, prognóstico, tratamento e medidas profiláticas, em nível

individual

e de rebanho;

4. Desenvolvimento de ações educativas que visem à defesa do meio ambiente, da

saúde e

bem-estar animal, da saúde pública e do bem-estar social.

Resultados Esperados:

- Interação entre a universidade e a indústria;

- Redução da geração de resíduos sólidos provenientes da indústria do pólo gesseiro;

- Reaproveitamento do resíduo de gesso no processo industrial, em detrimento aos

depósitos de rejeitos.

- Dedicação e comprometimento dos membros da equipe;

- Resultados para o questionário de satisfação, bem como sugestões de novas ações

educativas em favor da preservação do meio ambiente.

- Apresentar os resultados das pesquisas desenvolvidas em encontros científicos

nacionais e internacionais;

- Publicar os resultados obtidos em revistas científicas de circulação nacional e

internacional

Metodologia: Para atender os objetivos propostos será feita uma revisão bibliográfica,

basicamente sobre a reincorporação de rejeitos de gesso ao processo industrial,

características, produção, fabricação e possíveis rejeitos.

Em função dos estudos realizados e dos objetivos propostos será desenvolvido um

trabalho experimental dividido nas seguintes etapas:

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Parte 1:

Consiste em estudar as melhores condições operacionais para reincorporação do

rejeito de gesso ao processo industrial. Etapas:

• Realizar a requeima inicialmente nas temperaturas de 160°C e 200°C e

período de queima adotado foi de 24 horas. A queima será realizada

em uma estufa com controle de temperatura13. Esses parâmetros

serão alterados em função da granulométrica e das propriedades do

material.

• Caracterizar o pó utilizando MEV, difração de raios-X, infravermelho.

• Realizar ensaios para determinar as características físicas do material,

para isso utilizará as normas técnicas NBR 1212714, determinação das

propriedades físicas do pó (Massa Unitária e Módulo de Finura), NBR

• 121286 , determinação das propriedades físicas da pasta (Tempos de

Inicio e Fim de Pega) e NBR 12129 15.

• Determinação das propriedades mecânicas do rejeito de gesso

endurecido (determinação da dureza e da resistência à compressão).

Materiais para a parte 1:

• Pistilo e almofariz;

• Tamises;

• Estufa;

• Espectrômetro com transformada de Fourier (FTIR) Bruker I modelo FS66;

• Difract ACT série 1000 SIEMENS, radiação Cu-Kα).

• Microscopia eletrônica de varredura JEOL-JSM 5900 acoplado a um

microanalisador XEDS.

• Durômetro tipo NC (NISHI Tokyo Co. Ltda – Marca Westot).

Parte 2:

Consiste em utilizar o pó do rejeito gerado na parte 1 para fabricação das placas de

rejeito. Etapas:

• Confecção do sistema para preparação das placas de gesso e de seus

compósitos (será feito pela Indústria Gesso Mineral);

• Preparação das placas, utilizando os parâmetros estudados anteriormente,

com o objetivo de otimizar os parâmetros em uma escala maior;

• Caracterizar essas placas;

• Estudar processos de secagem de placas, comparando o processo

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convencional com processos utilizando agentes secantes.

Em todas as partes será realizado um planejamento fatorial experimental para

avaliar o tempo de pega, trabalhabilidade do rejeito de gesso e propriedades

mecânicas. Os parâmetros que deverão ser testados são a razão água/rejeito,

quantidade de rejeito que deve ser incorporado ao processo de produção de gesso.

Os estudos em bancada serão realizados no Laboratório de Química e no LACAME

no instituto de Ciência dos Materiais na UNIVASF, sede em Juazeiro.

A caracterização mecânica será realizada nos laboratórios de mecânica da mesma instituição. A Gesso Mineral Indústria Ltda. fornecerá a matéria prima para execução dos trabalhos, o apoio logístico e financeiro. Parte 3:

Elaboração de material didático de divulgação sobre as Leis vigentes a respeito dos

cuidados sobre o tratamento de rejeitos de gesso. O aluno bolsista em conjunto com os demais membros e através de consultoria técnica da EMBRAPA irá elaborar esse material que será distribuída nas indústrias do pólo gesseiro. Objetivando obter melhores resultados em nível de conscientização da problemática serão aplicados questionários destinados à coleta de informações para formular diagnóstico sócio - econômico das famílias dos trabalhadores da Indústria participantes do projeto e obter dados que permitirão avaliar resultados alcançados.

Referência Bibliográfica:

• 1. Poliakoff, M.; Fitzpatrick, J. M.; Farren, T. R.; Anastas, P. T.; Science, 807,

297, 2002.

• 2. Graedel, T.; Green Chem., 126, 1, 1999.

• 3. Clark, J. H.; Green Chem. 1, 1, 1999.

• 4.Tundo, P.; Anastas, P.; Black, D. S.; Breen, J.; Collins, T.; Memoli, S.;

Myiamoto, J.; Polyakoff, M.; Tumas, W.; Pure Appl. Chem., 1207, 72, 2000.

• 5 . Aguiar, M. R. M. P.; Novaes, A. C.; Guarino, A. W. S.; Química Nova, 1145

– 1154, 25, 6 B 2002.

• 6. Martin, A. R.; Martins, M. A.; Mattoso, H. C.; Silva, O. R. R.; Polímeros:

Ciência e Tecnologia, 40 – 46, 19, nº 1, 2009.

• 7. Ferraz, A. V.; Tese de Doutorado em Ciências de Mecânica - UFPE -

Recife - PE, 2007.

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14

• 8. Ferrari, K. R.; Figuriredo, P. M.; Machado, L. A.; Paschoal, J. O. A.;

Cerâmica Industrial, 53 – 58, 5 (2), 2000.

• 9. Schenini, P. C.; Bagnat, A. M. Z.; Cardoso, A. C. F.; COBRAC - 2004,

Congresso Brasileiro de cadastro Técnico Multifinalitário – UFSC

Florianópolis, 10 a 14 de outubro de 2004.

• 10. Pinto, T. P.. Reaproveitamento de resíduos da construção. Revista

Projeto, 137-138, n° 98, 1987.

• 11. Peres, L.; Benachour, M.; Santos, V. A.; O gesso - produção e utilização

na construção civil. Edições Bagaço. Recife, 156, 2001.

• 12. Eires, R.; Jalali, S.; Camões, A.. Congresso Construção 2007 - 3.º

Congresso Nacional – Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal, 17 a 19

de Dezembro, 2007.

• 13. Hernández-Olivares, F.; Oteiza, I.; Villanueva, L.; Composite Structures,

123 – 127, 22, 1992.

• 14. Santos, I. S. S.; Agopyan, V.; Boletim Técnico da Escola Politécnica da

USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, São Paulo, 1991.

• 15. Bueno Neto, C. L.; Craveiro, A.; Pradella, J. G. C.; Oliveira, M. S.;

Maiorano, A. E.; Gomes, P. A.; Matsubara, R. M.; Br PI 9103116-8, 2000.

Público-Alvo: Produtores e trabalhadores da área gesseira (Gesso Mineral Indústria Ltda.)

Nº de Pessoas Beneficiadas 50

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Calendário ano: 2012/2013

Indicar as Etapas Mar Abr Mai Jun Jul Ag Set

. Out

. Nov

Dez

Jan. Fev

Levantamento bibliográfico

X X X XX XX XX XX XX XX XX XX XX

Parte 1 Coleta de resíduos (visita a indústria)

X

Secar ao ar X Dar continuidade no estudo das melhores condições de redução do tamanho dos grãos

XX XX

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do resíduo de gesso (Moer) Caracterização da matéria prima (pó) para verificar o tamanho dos grãos

XX

Requeima (estudo variando os diferentes parâmetros do processo)

XX XX

Caracterização da matéria prima (pó) para verificar o tamanho dos grãos - MEV

XX XX

Ensaios físicos segundo as normas

XX XX

Preparação dos corpos de prova e caracterização mecânica dos mesmos.

XX XX

Parte 2 Elaboração de planejamento experimental (planejamento fatorial)

XX XX

Caracterização física da mistura (tempo de pega) na forma de placas

XX XX XX XX

Elaboração dos corpos de prova

XX XX

Caracterização mecânica

X XX XX XX

Produção técnica, submissão de trabalhos ou depósito de pedido de patente

XX XX

Relatórios XX XX XX XX XX XX XX XX XX XX XX XX

Acompanhamento e Avaliação Indicadores: - Resultados experimentais, avaliação dos melhores parâmetros operacionais de

estudo para reaproveitamento do resíduo de gesso.

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- Avaliação da aplicação dos resultados obtidos no laboratório, na indústria.

- Acompanhamento do processo de geração de placas na indústria, com o intuito de

redução da produção de resíduos, quantificar esses resíduos através da medida de

massa de rejeito obtida por mês.

- Conscientização dos trabalhadores quanto à importância de preservar o meio

ambiente, através da mudança de postura dos mesmos.

Sistemática: Os resultados iniciais do projeto serão avaliados através da realização de reuniões

quinzenais com a participação dos acadêmicos e professores integrantes do projeto,

com objetivo de solucionar problemas, traçar metas e avaliar o andamento das

atividades. E, também, através de reuniões que são realizadas trimestralmente com

técnicos da Indústria.

O projeto será monitorado pela equipe através do desenvolvimento de cada etapa de

caracterização do resíduo nas diferentes etapas do processo de reaproveitamento do

mesmo. Exposição escrita e teórica sobre as leis que se referem à classificação do

rejeito do gesso e os cuidados que se deve ter no processo de reaproveitamento do

gesso na Gesso Mineral Indústria Ltda..

Plano de Atividades do Estudante

1. Dados de Identificação:

Aluno: Giovane Alves Bonfim Dias

Email do(a) aluno(a): [email protected]

Orientador(a): Andréa de Vasconcelos Ferraz

Tema do trabalho de extensão: Estudo da Viabilidade do Reaproveitamento de

Resíduos Sólidos e o seu Impacto no Meio Ambiente

Curso: Engenharia de Produção

2. Resumo O Pólo Gesseiro do Araripe tem destinado a maior parte do gesso produzido para

aplicações na construção civil, como produtos derivados ou peças moldadas de

baixo valor agregado, isto é, materiais frágeis, não resistentes e usados

principalmente para revestimentos. Neste trabalho pretende-se:

a) Estudar processos de reaproveitamento do rejeito de gesso, através da avaliação

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dos parâmetros operacionais;

b) Preservar o meio ambiente;

c) Promover uma interação entre Universidade/Indústria;

d) Conscientizar os trabalhadores sobre a importância de reduzir a geração de

resíduos e consequentemente, melhorar a qualidade de vida da região.

Em linhas gerais, o objetivo deste projeto de pesquisa científico-tecnológico consiste

em definir e programar estratégias tecnológicas, visando o desenvolvimento e a

consolidação de arranjos produtivos locais na área de gesso no estado de

Pernambuco e Bahia, apresentando, portanto um significativo apelo ambiental e

ecológico.

Palavras-chave: meio ambiente, gesso, resíduos,

3. Objetivo Geral Visando contribuir para o desenvolvimento sustentável no tocante a uma correta

disposição e reutilização de resíduos provenientes da construção e de formação de

placas de gesso, este trabalho tem como objetivo geral:

• Contribuir com a formação do aluno;

• Estudar a Influência da redução da granulometria das partículas do rejeito de

gesso nos parâmetros da calcinação (tempo e temperatura), para a

reincorporação ao processo industrial;

• Preservar o meio ambiente.

Objetivos Específicos Para atingir esses objetivos é necessário que os seguintes objetivos específicos

sejam atingidos:

• Retirar rejeitos que se encontram no meio ambiente;

• Promover capacitação na área de meio ambiente.

• Agregar valor ao rejeito;

• Estudar processos de secagem de placas de gesso;

• Capacitação do aluno bolsista e dos profissionais do pólo gesseiro ;

• Promover a interação entre a universidade e a Indústria do Pólo Gesseiro. 4. Metodologia: (Previsão de procedimentos, técnicas das medições, observações e processamento dos dados). Para atender os objetivos propostos será feita uma revisão bibliográfica,

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basicamente sobre dois temas. O primeiro abordará tópicos sobre o reincorporação

de rejeitos de gesso ao processo industrial, características, produção, fabricação e

possíveis rejeitos. Já no segundo tema será estudado compósito a partir de gesso,

matéria-prima, tipos de compósitos, fabricação e propriedades.

Em função dos estudos realizados e dos objetivos propostos será desenvolvido um

trabalho experimental divido nas seguintes etapas:

Parte 1:

Consiste em estudar as melhores condições operacionais para reincorporação do

rejeito de gesso ao processo industrial. Etapas:

• Realizar a requeima inicialmente nas temperaturas de 160°C e 200°C e

período de queima adotado foi de 24 horas. A queima será realizada

em uma estufa com controle de temperatura9. Esses parâmetros serão

alterados em função da granulométrica e das propriedades do

material.

• Caracterizar o pó utilizando MEV, difração de raios-X, infravermelho.

• Realizar ensaios para determinar as características físicas do material,

para isso utilizará as normas técnicas NBR 1212710, determinação das

propriedades físicas do pó (Massa Unitária e Módulo de Finura), NBR

1212811; determinação das propriedades físicas da pasta (Tempos de

Inicio e Fim de Pega) e NBR 12129 12.

• Determinação das propriedades mecânicas do gesso endurecido

(determinação da dureza e da resistência à compressão).

Materiais para a parte 1:

• Pistilo e almofariz;

• Tamises;

• Estufa;

• Espectrômetro com transformada de Fourier (FTIR) Bruker I modelo FS66;

• Difract ACT série 1000 SIEMENS, radiação Cu-Kα).

• Microscopia eletrônica de varredura JEOL-JSM 5900 acoplado a um

microanalisador XEDS.

• Durômetro tipo NC (NISHI Tokyo Co. Ltda – Marca Westot).

Parte 2:

Consiste em utilizar o pó do rejeito gerado na parte 1 para fabricação das placas de

gesso e do compósito rejeito de gesso/sisal. Etapas:

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• Confecção do sistema para preparação das placas de rejeito de gesso os

(será feito pela Gesso Mineral Indústria Ltda.);

• Preparação das placas, utilizando os parâmetros estudados anteriormente,

com o objetivo de otimizar os parâmetros em uma escala maior;

• Caracterizar essas placas;

Em todas as partes será realizado um planejamento fatorial experimental para

avaliar o tempo de pega, trabalhabilidade do gesso e de seus compósitos, e

propriedades mecânicas. Os parâmetros que deverão ser testados são a razão

água/rejeito de gesso.

Os estudos em bancada serão realizados no Laboratório de Química da Pós-

graduação em Ciência dos Materiais na UNIVASF, sede em Juazeiro.

A caracterização mecânica será realizada nos laboratórios de mecânica da mesma

instituição.

Parte 3:

O aluno bolsista em conjunto com os demais membros e através de consultoria

técnica da EMBRAPA irá elaborar esse material que será distribuída nas indústrias

do pólo gesseiro. Objetivando obter melhores resultados em nível de

conscientização da problemática serão aplicados questionários destinados à coleta

de informações para formular diagnóstico sócio - econômico das famílias dos

trabalhadores da Indústria participantes do projeto e obter dados que permitirão

avaliar resultados alcançados.

5. Cronograma de Execução

Para execução do cronograma abaixo o aluno deve dispor de 20 horas semanais, além de ter que participar nos eventos de integração da UNIVASF.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Calendário ano: 2012/2013

Indicar as Etapas Mar Abr Mai Jun Jul Ag Set. Out. Nov Dez Jan. Fev Levantamento bibliográfico

X X X XX XX XX XX XX XX XX XX XX

Parte 1 Coleta de resíduos (visita a indústria)

X

Secar ao ar X Dar continuidade no estudo das melhores

XX XX

Page 20: Reaproveitamento de resíduos anexo IIproex.univasf.edu.br/wp-content/uploads/2014/09/Reaproveitamento … · O processo de produção do gesso consiste basicamente em quatro etapas:

20

condições de redução do tamanho dos grãos do resíduo de gesso (Moer) Caracterização da matéria prima (pó) para verificar o tamanho dos grãos

XX

Requeima (estudo variando os diferentes parâmetros do processo)

XX XX

Caracterização da matéria prima (pó) para verificar o tamanho dos grãos - MEV

XX XX

Ensaios físicos segundo as normas

XX XX

Preparação dos corpos de prova e caracterização mecânica dos mesmos.

XX XX

Parte 2 Elaboração de planejamento experimental (planejamento fatorial)

XX XX

Caracterização física da mistura (tempo de pega) na forma de placas

XX XX XX XX

Elaboração dos corpos de prova

XX XX

Caracterização mecânica

X XX XX XX

Produção técnica, submissão de trabalhos ou depósito de pedido de patente

XX XX

Relatórios XX XX XX XX XX XX XX XX XX XX XX XX Observação: Mesmo o Programa financiando apenas as bolsas para os estudantes, é imprescindível a apresentação do orçamento.

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Proposta Orçamentária Rubrica Justificativa Valor (R$)

Custeio Bolsa de Extensão Bolsa de participação e comprometimento. 4320,00

Material de Consumo

Papel ofício (resmas) para confecção, impressão e xerox do material didático referente às Leis vigentes a respeito dos cuidados sobre o tratamento de rejeitos de gesso. ex Confecção e Impressão de material (20 cartilhas)

200,00

Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica

Confecção de sistema para confecção de placas de rejeito no laboratório, similar ao usado na indústria, com o intuito de preparar a placa reduzindo a quantidade de rejeito gerado ;Confecção de banners (R$ 80,00) para apresentação em congresso da SBPMat em 2012; Xerox e encardenar as cartilhas sobre as Leis.

600,00

Total

Co-Financiamento (Informe se o Projeto terá outro financiamento além do PIBIN – 2012/2013)

Agências de Fomento Quais: FACEPE (Projeto PAPPE subvenção) Outros: Gesso Mineral

Indústria Ltda. Quais: Recurso de contrapartida do Projeto PAPPE subvenção

Coordenador do Projeto

(assinar e datar)

Coordenador do Colegiado

(assinar e datar)