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Reino Unido - Julho 2013 - nº 127 ESPECIAL: Pôster da seleção brasileira, tetracampeã da Copa das Confederações O GRITO DAS RUAS Brasileiros mobilizados por mudanças no país

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Free monthly Brazilian magazine based in London.

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Reino Unido - Julho 2013 - nº 127

ESPECIAL: Pôster da seleção brasileira, tetracampeã da Copa das Confederações

O GRITO DAS RUASBrasileiros mobilizadospor mudanças no país

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Brasil Tetracampeão da Copa das Confederações(1997 – 2005 – 2009 – 2013)

Em pé: Paulinho, David Luiz, Julio Cesar, Fred e Tiago Silva - Agachados: Neymar, Daniel Alves, Oscar, Marcelo, Hulk e Luiz Gustavo

Foto

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ress

18 42 55Flash Moda EsporteUm giro pelos eventosbrasileiros em Londres

Destaques da modafeminina e masculina

Especial: pôster da seleção brasileira

Editorial

Revista Real - nº 127 - Julho 2013 Fone: 020 8133 6823www.revistareal.com

Editor-chefeRégis [email protected]

Editora-assistenteBete Kiskissian

Diagramação e FinalizaçãoRaf Comunicação

IlustraçãoJonas Silva

CapaFoto: Shutterstock

Marketing e Comercial Adriana [email protected]@revistareal.com

Jean Marcelo Consolmagno [email protected]

RedaçãoHellen GrassoMaria Oller (Reino Unido)Shirley Nunes (Reino Unido)

ColaboradoresAlberto Luiz Schneider (Brasil)Devaldo Gilini Júnior (Brasil)Rick Pereira (Reino Unido)

Real na web:www.revistareal.com

DistribuiçãoBR Jet [email protected]

Reino Unido 06

Flash 18

Cultura 26

Capa 30

Visão do Brasil 34

I Love Camdem 36

Agenda 38

40 Wow

42 Moda

46 Motores

48 Esportes

50 Classificados

52 Palavras Cruzadas

53 Mônica

O conteúdo dos anúncios e informes publicitários são de responsabilidade dos anunciantes

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da revista e são de responsabilidade de seus autores.

O brasileiro surpreendeu o mundo. E não foi no futebol, nem tam-pouco com um Carnaval fora de época. Foi com uma gigante de-

monstração de cidadania, onde milhões de pessoas, durante semanas, em todos os estados brasileiros, foram às ruas reivindicar serviço público de qualidade, com mais in-vestimentos em saúde e educação. Foram protestar contra as mazelas do país e contra os gastos exorbitantes (e superfaturados) da Copa do Mundo. Foram exigir o fim da corrupção, da impunidade e da letargia da classe política, mal acostumada a legislar em causa própria.

Há tempos o país não vivia uma onda de civilidade como esta. Há tempos que o brasileiro não lembrava que é seu o direito legítimo de protestar, cobrar e exigir um país melhor, que proporcione qualidade de vida a seus filhos, sejam eles de qual classe, cor ou credo forem. Afinal, num país que figura entre os que mais cobram impostos de seus cidadãos no mundo, estaríamos pedindo demais? Certamente não.

A voz das ruas ecoou pelo imenso ter-ritório nacional fazendo, finalmente, o gi-gante acordar. O grito, antes reprimido, foi amplificado pelas redes sociais e gerou um levante que foi se espalhando pelos mais longínquos cantos do Brasil. Do Amapá ao Rio Grande do Sul, de Minas ao Maranhão, do Amazonas a São Paulo. Das grandes capitais a pequenos municípios de 5 mil habitantes.

O povo brasileiro se fez notar e mandou um claro recado à classe política, de todas as siglas, de todas as excrescências parti-dárias criadas para fazer conchavos e sugar as veias públicas: é hora de mudança, de dar um basta nos privilégios de poucos, de lutar por um Brasil mais justo, mais educa-do, mais saudável. Um Brasil sem clientelis-mo, sem patrimonialismo, sem assistencia-lismo, sem nepotismo.

Um novo Brasil se fará não apenas com a mudança de postura da classe política, mas da vontade de cada brasileiro em acabar com os jeitinhos e de querer levar vantagem em tudo. O clamor das ruas prova o ama-durecimento de uma nação. O caminho a trilhar é longo e árduo, mas possível.

Régis QuerinoEditor-chefe

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REINO UNIDOR

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Uni

do

2° Workshopde Imigraçãono dia 20de julho

A Associação Brasileira no Reino Unido (Abras), com a par-ticipação do UKBA (Home Office), promove o 2° Workshop de Imi-gração no dia 20 de julho, das 10h às 13h, em sua sede. A equipe do UKBA vai fazer uma apresentação do seu trabalho e depois respon-derá dúvidas do público. Depois, as pessoas terão chance de per-guntar individualmente. Haverá in-térpretes à disposição para ajudar na comunicação. O evento é gra-tuito e os interessados em partici-par devem entrar em contato com a Abras, na 59 Station Road, Wil-lesden Junction (metrô: Bakerloo Line) e overground. O horário de atendimento é de segunda a sex-ta, das 9h às 18h, e aos sábados, das 10h às 17h. Mais informa-ções: 0208 961 3377, [email protected] ou www.abras.org.uk.

Peregrinação em prol de projeto no interior de Minas

A conselheira da ChildrensAid, Vera de Queiroz-Hallums, decidiu percorrer o Caminho de Santiago de Compostela em setembro para

Londres vai sediar Fórum de Emigrantes

O CAIBE, Centro de Apoio ao Imigrante Brasileiro, promove o II Fórum Internacional de Emigran-tes nos dias 23 e 24 de agosto, no Teatro Wigmore Hall, 36 Wigmore St., London W1U 2BP. Segundo os organizadores, o evento deverá assinalar uma nova etapa na con-

Simpósio Europeu sobre o Ensino do Português

Acontece nos dias 24 e 25 de outubro, na University of London, o 1º Simpósio Europeu sobre o En-sino do Português como Língua de Herança. O evento visa contri-buir para a melhor compreensão dos diferentes contextos em que o português brasileiro é ensinado na Europa, promover o desenvol-vimento de redes de apoio entre as instituições participantes e melho-rar os recursos de ensino, adota-dos em 14 países europeus. Estão previstas a participação de repre-sentantes de organizações brasilei-ras na Áustria, Bélgica, Inglaterra, Alemanha, Irlanda, Itália, Noruega, Portugal, Escócia e Suíça.) As ins-crições custam £80. Mais informa-ções com Dr. Ana Souza, pelo tele-fone 020 7612 6486 ou pelo email [email protected].

quista dos emigrantes brasileiros pelos seus direitos, sua emanci-pação política e representação parlamentar. Em abril passado, em Berna, Suíça, foram definidos os objetivos deste fórum, entre eles a necessidade de discutir a cria-ção de uma Secretaria de Estado dos Emigrantes e de implementar uma Circunscrição Especial Eleito-ral no exterior, com representação também no Senado e Câmara dos Deputados. O fórum é liderado pelo sociólogo Edmar da Rocha e pelo jornalista Rui Martins.

angariar recursos aos projetos so-ciais da entidade. A peregrinação começará em San Jean Pied a Port, no sudeste da França, atra-vessando os Montes Pirineus em direção à cidade de Santiago de Compostela, na Espanha, num total de 850 km. “Quero arrecadar recursos para o projeto social em Santana do Deserto-MG e cons-truir uma base para crianças e jo-vens de uma comunidade carente. Eles poderão receber treinamento para se tornarem profissionais, tendo sempre em mente o respei-to pelo meio ambiente e criando um meio de auto sustentabilidade dentro da própria comunidade”, justifica Vera, que espera arreca-dar £ 5,000 com a iniciativa. Você pode colaborar doando qualquer quantia. Acesse The BT my do-nate website: mydonate.bt.com/events/verasbigwalk/100471.

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Cartas

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Manifestações no BrasilAs manifestações pacífi-

cas começaram! Finalmente, e mais uma vez na história do Brasil, se leva a indignação para as ruas. Desta vez, o aumento das tarifas de trans-porte público em São Paulo foi o estopim da bomba. Com os eventos atuais, o mês de

junho será marcado como o período em que o povo brasileiro acor-dou. Não se quer mais políticos sem juízo (corrupção), não se quer mais a falta de saúde nos hospitais (saúde), não se quer mais gra-des de ferro nas janelas (segurança), não se quer as estradas esbu-racadas (infraestrutura), não se quer mais a falta de educação nas escolas (educação). Os pedidos são justos. Para começar, o povo nem deveria precisar estar pedindo tudo isso. Resumindo a nossa constituição, ela diz que o povo merece, pelo menos, uma vidinha boa, sem corrupção e injustiça. Mas o problema é que, desta vez, não dá pra resolver tudo com um impeachment. A solução está na identificação de um método que possa expor os focos de corrupção no governo, sendo este o núcleo de todos os problemas do país. No Brasil, a origem de todos os problemas está na falta de transparência econômica e política, e essa falha no sistema acaba dando espaço para o amadurecimento da falta de escrúpulo.

A Presidente Dilma apoia e reconhece as manifestações. Outros políticos, como o ex-jogador de futebol Romário, por exemplo, tam-bém apoiam a causa. Mas e aí? Não seriam eles uns dos represen-tantes do povo que poderiam dar um basta nos problemas do país? A

verdade é que, no Brasil, nós temos muitos problemas, e nenhum deles pode ser resolvido da noite para o dia. Manifestações sem objetivo es-pecífico só duram o tempo que der para durar; ou seja: pouco tempo. No final, os líderes dão um tapinha nas costas do povo e prometem tratar dos problemas dali para a frente. Mas essa falta de objetividade não é culpa do povo. É culpa de tantos problemas que acumularam e são inacabáveis. Se o povo não marcha por algo claro e específico, os gritos de ordem só geram barulho e não resolvem nada.

A solução pode estar no pedido de uma transparência maior no dia a dia do governo. No Brasil, o que falta é simplesmente uma forma de guardar, consultar e acompanhar todos os projetos públicos. Além de poder ver esses projetos, o povo quer saber como o governo (de cada região) está arrecadando o investimento e também como está usando o dinheiro. Um sistema online que monitore os andamentos públicos e que seja monitorado pelo povo. Esta pode ser a solução para toda a desordem!

A transparência é a base de tudo que funciona de forma correta e efetiva. Se quisermos começar a consertar a nossa infraestrutura, abafar a violência, diminuir a corrupção, investir na educação e me-lhorar a saúde, temos que exigir transparência dos setores públicos e dos seus líderes. De imediato, esta pode ser a solução para uma situação que só poderá trazer resultados no longo prazo. Para isso, temos que começar agora. O Brasil acordou um pouco tarde, mas finalmente estamos todos de pé.

José Ricardo Aguilarnatural de Governador Valadares-MG, vive no estado de Con-

necticut, EUA. É formado em Comércio Exterior e está prestes a concluir Mestrado em Finanças pela University of Bridgeport

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A votação popular que definirá os indicados para a premiação na terceira edição do Brazilian In-ternational Press Awards Reino Unido segue até o dia 15 de agosto no site www.pressa-

ward.com. No dia 19 de agosto, o Board de Premiação do evento se reunirá em Londres para anunciar os três indicados em cada categoria, que serão então, votados pelo Colégio Eleitoral. O resultado final será anunciado no dia 30 de agosto.

Press Awards UK 2013Votação popular acontece até o dia 15 de agosto no site

www.pressaward.com. Premiação será em setembro na Embaixada do Brasil em Londres

Da Editoria

CINEMA- Antonisia Schroder- Adriana Rouanet- Brazilian Film Festival UK- Cinema do Brasil- Daniel Bontempo- Daniel Florêncio- Henrique Goldman

FOTOGRAFIA- André Câmara- André Lichtenberg- Bruno Figueiredo- Fernando Barbera - Frederico Câmara - Letícia Valverdes- Mariana Canet- Regina Mester- Samuel da Silva- Shirley Amaral 

ARTES PLÁSTICAS- Ana Santi- Marcia Mar - Maria Dolores- Rolando Di Sessa Neto- Schirley Amaral- Sylvia Morgado- Pedro Vicente - Valerio de Oliveira  - Walesca Nomura

DANÇA & FOLCLORE- Beija Flor- Brazilian Dance Troupe

- Brazilian Fantasy- Bristol Samba- Dance My Way- Everaldo Pereira (Nu Tempo Dance)- Giovanni   Ferrari - Gladis & Douglas- Jean Abreu- London Samba School- Maracatu Estrela do Norte- Maracatudo Mafuá- Romero de Mangueira- Taru- Taste of Brazil- Tropicália Brazilian Show

ARTES CÊNICAS- André Borges- André Pink- Diogo de Brito Sales- Franko Figueiredo- Gael Le Conec - Laura Arantes- Márcio Mello- Najla Key- Renato Rocha- Rudy Rocha- Tereza Araujo- Victor Esses

LITERATURA- Euma Fernandes- Márcio Ceccarelli- Mariana Brasil- Natan Barreto- J.N.Paquet-Lígia Braz

Confira algumas das categorias incluídas para o voto popular:

- Márcia Mar-Nara Vidal Neves Hallam- Natan Barreto- Regina Mester- Silvia Roesch -Tiago Tonussi -Vera Lúcia de Oliveira- Vinicius Gubert

SHOW BRASILEIRO EM TURNÊ-Adriana Calcanhoto-Gilberto Gil-Jorge & Mateus-Maria Gadú-Milton Nascimento-Vanessa da Matta

CANTOR BRASILEIRO - UK- Divyarup Nascimento- Gui Tavares- Neto Pio- Menino Josué- Otto Mascarenhas- Sergio Ricardo

CANTORA BRASILEIRA - UK- Adma Newport- Angelita Jimenez - Jandira Silva- Leandra Varanda- Monica Vasconcellos- Rebeca Vallim 

Veja a lista completa das cate-gorias e concorrentes no site www.pressaward.com

A cerimônia de premiação acontece no dia 21 de setembro, às 19h, no Salão Nobre da Embaixada do Brasil em Londres. A partir de 15 de agosto, o público em geral poderá solicitar convites (grátis) pelo site www.pressaward.com. O Brazilian International Press Awar-ds, com edições nos Estados Unidos, Japão e Reino Unido, celebra os destaques brasileiros nestes países, que abrigam as maiores e mais atuantes comunidades emigrantes brasileiras no exterior.

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Natural de Itajaí-SC, Rafael dos Santos, 32 anos, foi viver em São Paulo dos 18 aos 20 anos. Lá trabalhou como analista de supor-te da Microsoft, até surgir o desejo de alçar

novos voos, bem como conhecer culturas diferentes. Sendo assim, embarcou para Londres. Ao aterrissar, a primeira dificuldade foi a barreira da lín-gua. Sem saber falar o idioma, teve que estudar bastante para se comunicar. A segunda foi a solidão. Com só um amigo mo-rando aqui e trabalhando bas-tante, Rafael se sentia solitário. Já o terceiro desafio foi encarar o subemprego.

“Meu primeiro emprego, em dezembro de 2001, foi como catador de copos num bar do Soho. Depois virei kitchen por-ter, faxineiro, garçom e promotor de fragrâncias, entre outros pro-dutos,” conta. Até aqui a histó-ria de Rafael não seria diferente dos que deixam tudo para trás no Brasil e aterrissam em solo estrangeiro em busca de novas oportunidades. Mas, ao deci-dir usar o que aprendeu com a sua vivência dividindo casas em Londres e transformar isso em negócio, Rafael não somente se livrou do subemprego, mas vem se consagrando como um jovem empresário bem su-cedido.

Novos horizontesTudo começou ao Rafael pesquisar os trâmites legais

para abrir uma empresa em Londres. “Descobri que a Inglaterra é um dos países mais fáceis para se abrir uma empresa. Você só paga seus impostos 15 meses de-pois de montar o negócio. O governo providencia vários cursos de graça (administração, contabilidade básica, marketing, etc) para que você cresça. O pensamento do governo é que as pequenas empresas são o suporte da economia, tanto que 80% do comércio britânico é cons-tituído de firmas com menos de 10 funcionários. Quanto

Brasuca de sucessoDepois de criar empresa de gerenciamento de casas que, segundo

ele, movimenta £1 milhão ao ano, Rafael dos Santos lança livro dando dicas para quem pretende mudar de país

Bete Kiskissian

mais uma pequena empresa tem sucesso, mais empre-gos ela vai gerar e mais impostos vai pagar. Todo mundo sai ganhando com essa mentalidade,” explica Rafael.

Aproveitando essa facilidade e usando a experiência em dividir casas com outras pessoas, em 2004 Rafael

apostou no ramo de aluguel de acomodações, oferecendo um serviço extra de troca de roupa de cama. Contudo, após pes-quisar junto aos seus inquilinos, ele constatou que esse trabalho não estava sendo valorizado. À procura de outra tática para sa-tisfazer o cliente e sair à frente da concorrência, ele teve uma ideia que mudou o rumo de seu negócio.

“Entrei em contato com ban-cos e com a Orange. Dessa for-ma, quando alguém fechava um contrato de acomodação comi-go, eu ajudava essa pessoa a abrir uma conta no Barclays e lhe dava um SIM card de graça (provido pela Orange). Percebi que trabalhar em parceria com outras empresas era a chave para o sucesso,” revela.

Colhendo os frutosE foi apostando em parce-

rias, em ampla comunicação com o cliente, manutenção e

limpeza de primeira em suas casas, que Rafael tem se destacado no ramo. Segundo ele, sua empresa, a lon-donup.com, gerencia mais de 25 casas, tem uma lista de 2 mil inquilinos desde que foi aberta, em 2005, e gira um capital avaliado em £1 milhão ao ano.

Segundo o empresário, o site recebe cerca de 10 mil visitas por mês. O canal youtube.com/londonup163, onde podem ser encontradas dicas de como morar com estrangeiros, entre outros temas, também é outra vitrine da empresa. “Acredito no ditado que diz: quando um cliente está feliz ele fala para dois, quando está triste fala para dez. Portanto, quem trabalha com serviços ao pú-blico tem que ter a certeza de que esses dois recebam a notícia, não os outros dez,” diz.

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Moving Abroad One Step At A TimeAlém dos negócios, outra paixão de Rafael é viajar.

Ele contou já ter visitado 200 cidades em 30 países. Aliando a experiência de conhecer várias culturas às per-guntas da irmã sobre dúvidas que surgem àqueles que vão viver fora do país, Rafael escreveu “Moving Abroad One Step At A Time”, lança-do em junho em inglês pela Panoma Press. Uma versão em chinês está prevista para este mês e a de português para o final de agosto.

No livro, Rafael ressal-ta as cinco fases que todo mundo passa quando muda de país:

- Decisão: quando, por que e aonde ir?

- Pesquisa: aprendendo as partes práticas: dinheiro, transporte, língua, etc.

- Mudança: a viagem, lidando com a nova cultura, morando com estranhos, entre outros.

- Upgrade: o processo vivido por aqueles que moram durante alguns anos no país.

- Direção: quando se começa a pensar: volto para o

Dicas de RafaelPara quem está pensando em abrir um negócio:• Faça uma pesquisa para saber o tamanho do seu mercado;• Veja se o seu produto será bem aceito;• Tente (se puder) não en-volver amigos ou família nos negócios;• Entre em contato com networking groups que possam ajudar o seu ne-gócio, tanto com informa-ção como enviando clien-tes;

• Faça parte de uma Câmara do Comércio.

7 passos para lidar com o choque cultural:1. Passeie bastante assim que chegar para se familia-

rizar;2. Faça amizade com ambos: os locais (pelo menos 1!),

e com alguém de seu próprio país;3. Vá para passeios e cafés (para conversar com seus

novos amigos);4. Seja positivo ao falar com as pessoas;5. Encare os desafios do cotidiano;6. Mantenha algumas das suas rotinas e algo especial

de seu país de origem;7. Mantenha um diário ou um jornal (escrito ou com

imagens).

Quando você divide casa com estranhos:O que fazer:1. Mostre que você sabe algo sobre o país deles;2. Cozinhe para eles de vez em quando;3. Convide-os para tomar uma bebida ou café;4. Pergunte sobre as regras da casa (caso existam);5. Tenha certeza de ter entendido as expressões idio-

máticas para não ser mal entendido;6. Faça uma limpeza depois de usar os utensílios;7. Dê espaço aos seus amigos de casa (você não pre-

cisa estar conversando o tempo todo!).

O que não fazer:1. Não generalize. As pessoas não são as mesmas e

pelo fato de serem do mesmo país, não quer dizer que se comportam do mesmo jeito;

2. Não coma a comida dos outros sem autorização;3. Não compartilhe seus itens sem autorização (produ-

tos de beleza, sabão em pó, etc);4. Não deixe bilhetes ou notas dando bronca nos outros

inquilinos;5. Não faça festas durante os dias de trabalho (segunda

a sexta);6. Não deixe o seu namorado ou namorada ficar mais

tempo do que deve;7. Não deixe suas coisas jogadas em áreas comuns.

Brasil? Fico onde estou ou mudo para outro país?Outro projeto em andamento é o site roominthemo-

on.com, uma comunidade para quem mora ou planeja morar no exterior. Segundo o empresário, os membros vão poder se conectar entre eles e trocar informações e conhecer pessoas que estão mudando para o mes-

mo país. A ideia é que assim as pessoas possam fazer um amigo antes mesmo de chegarem ao novo destino. Neste site será também pos-sível fazer reservas de quar-to ou apartamento no mun-do inteiro, começando pelas principais capitais mundiais.

No momento, Rafael avi-sa que já há uma competi-ção online no roominthemo-on.com. Aos interessados, pede-se criar um vídeo mos-

trando porque a sua cidade ou país é o melhor lugar para se viver e colocar o material no site. Os prêmios para o ganhador serão uma viagem a Londres de quatro semanas com passagem aérea, hospedagem, curso de inglês e £500 em dinheiro.

Para mais informações, acesse roominthemoon.com.

Rafael: “Percebi que trabalhar em parceria com outras empresas era a chave para o sucesso”

Uma das casas gerenciadas pela londonup.com

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16 julho 2013

Nome: Emilia BruminiIdade: 56 anos

Local de origem: São Paulo

Por que você resolveu vir morar em Londres? Porque estava sem perspectivas após ter trabalhado duran-te 30 anos. Sempre quis viver no exterior porque sou filha de italianos e me identifico com os valores europeus. Aqui me sinto em casa. Sempre fui preguiçosa para aprender inglês, porque desenho muito rápido (era ilustradora de propagan-da) e achava que poderia viajar o mundo sem ter que falar línguas, que só desenhando seria suficiente para me expres-sar. Às vezes faço isso. Agora, adoro a língua e a cultura.

Há quanto tempo você está aqui? Há 11 anos.

Como foi a primeira reação ao chegar? O que você mais estranhou?A lua crescente na vertical, o sol se pondo às 9 da noite, os dias curtos de dezembro, as árvores sem folhas no inverno, a maionese que não derrete, as lojinhas pequeninas, a falta de expressão na cara dos ingleses, a falta do sorriso comum em cidades grandes. Além ainda do jeito discreto do inglês brigar no ônibus, as portas coloridas das casas, as pare-des de “papelão”, pubs com chão molhado de cerveja. Sem contar ainda com os banheiros no andar de baixo, os base-ments que não têm janelas e o corpo pesado de tantas ca-madas de roupas do inverno que é sequinho, e não úmido.

O que mais gosta e o que não gosta na cidade?Gosto do jeito que eles juntam o novo e o velho na ar-quitetura, da maneira simples que o inglês se apresenta. Por onde você passa em Londres, sempre há alguma arte acontecendo: grafite, dança, teatro, cinema, etc. Gosto da educação dos policiais e do ar cosmopolita que já me era familiar. Além das ruas planas, dos parques, dos becos cheios de história. Gosto do chá com leite, da educação em escolas que geram estudantes independentes, do jeito prático do inglês fazer acontecer. Gosto dos sales que são reais e não em “reais”. Nao gosto de subir e descer escadas, do comércio fechan-do às 5 da tarde, da tomada pesada de três pinos, das portas que você não sabe se abrem para dentro ou para fora, da falta de parapeitos nos prédios quando chove. E também do jeito que eles te enxotam do restaurante depois de duas horas, e do customer service, onde todos estão tão ocupados que não podem te atender.

Qual o seu lugar predileto em Londres?Como estou feliz, me sinto bem em qualquer lugar, mas gos-to da magia de Covent Garden e da Royal Opera House.

Fale da sua rotina. Trabalha? Estuda? Nos últimos 10 anos não parei de fazer cursos. Fiz até o GCSE English e o GCSE Maths, para relembrar do que aprendi há 35 anos. Agora trabalho como assistente de classe numa escola primária. Estou adorando trabalhar com crianças, é um universo totalmente novo para mim. Já traba-lhei como intérprete para a comunidade portuguesa e bra-sileira e ainda uso esses skills com estudantes brasileiros.

Você já passou por alguma situação difícil, alguma “roubada” por aqui?Passei mais situações difíceis no Brasil do que aqui. Não me sentia totalmente brasileira durante meus 45 anos no Brasil. Aqui eu consigo viver em paz, andar na rua sem ter que estar alerta o tempo todo com aquela neurose de que alguém irá te assaltar. E se a gente esquecer a sacola na rua, vem trocentas pessoas te avisar. Respeito, né?

Como conheceu a Real? Através da distribuição em restaurantes e bares brasileiros.

Tem alguma sugestão ou tema de interesse que gos-taria de ler na Real? Gostaria de uma matéria falando da readaptação dos bra-sileiros depois de passarem muito tempo aqui e que volta-ram ao Brasil.

Alguma dica para os recém-chegados em Londres?Vem pra cá e assimile a cultura. Esquece o Brasil e vive aqui. Quando voltar, vive lá. Se sentir saudade, já tem Fa-cebook, Twitter e Skype, mais Viber e WhatsApp.

A experiência está valendo a pena?Foi a melhor coisa que fiz na minha vida, pois morar no ex-terior abriu meus horizontes. O ser humano é o mesmo em qualquer lugar, com diferença de culturas. Não há país per-feito, porém aqui gosto e curto o cheiro de “decência” no ar.

O que você mais sente falta do Brasil? Jabuticaba e palmito grande, praia de areia branca, pés de ipê amarelo, amigos e família.

Pretende voltar para o Brasil?Vim com a intenção de ficar, porém não sabemos do ama-nhã. Mas não me vejo voltando pra lá não! Aqui é sujinho, mas água e sabão já existem.

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Giro pela capital A coluna de julho começa eclética. Moda,

futebol, jazz com sotaque brasileiro e um desafio de mestres na arte de fazer coquetéis. Nas

páginas iniciais, você confere os cliques de Ric Pereira no Extreme Fashion Show, evento de

moda promovido pela Alpha Church, no final de junho, que reuniu profissionais brasileiros que

trabalham no setor em Londres; o Tournament of Champions, animado torneio de futebol promovido pela Planet Faith Sports; o show de Jandira Silva

no tradicional 606 Jazz Club, em Fulham, e o National Cocktail Challenge, no Primo Bar, do Park

Plaza Hotel Westminster.

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Primo Bar

Primo Bar Primo Bar Primo Bar

Extreme Fashion Show

Extreme Fashion Show

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Ric Pereira é fotógrafo brasileiro baseado em Notting Hill Gate, Londres, e trabalha em cobertura de eventos, produção de fotos comerciais e fotojornalismo há mais de 10 anos. Para conhecer mais sobre o trabalho de Ric Pereira, acesse www.ricpereira.com.

606 Jazz Club

606 Jazz Club

606 Jazz Club 606 Jazz Club

Tournament of Champions Tournament of Champions

Tournament of Champions

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20 julho 2013

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Maria GadúA cantora e compositora Maria Gadú

agradou em cheio aos fãs no show do dia 7 passado, no O2 Shepherds Bush

Empire, em Londres. O espetáculo, promovido pela Global Village

Productions, teve abertura da cantora Karina, e brindou o público com uma boa dose de MPB e samba. As duas

cantoras ainda fizeram dobradinha no palco, para deleite da plateia.

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O Brasileirão volta a mobilizar os brasileiros em julho e um dos points preferidos da galera para assistir aos jogos é o Canecão, em Camden Town. Em junho, durante a Copa das Confederações, até a DJ Sabrina Boing Boing deu o ar da graça por lá pra conferir um jogo da seleção. O Verão também está quente no Tia Maria, com uma seleção de shows variados durante a semana (confira programação completa na Agenda).

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23julho 2013

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raFeliz aniversário!

Nada melhor do que celebrar o aniversário ao lado de familiares e amigos. Em junho, duas empresárias brasileiras comemoraram mais uma primavera em Londres. Jaciara Teotonio reuniu

convidados na St. Anne’s Church, em Whitechapel, e Sania Costa celebrou ao lado de pessoas especiais no Ronnie Scotts Jazz Club, no Soho.

St. Anne’s Church

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Ronnie Scotts Jazz Club

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24 julho 2013

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Aqui tem Brasil Nada como curtir um final de semana de Verão com tempo bom, sol e o astral de Camden Town. Se você

vai se aventurar pelas movimentadas ruas deste descolado bairro no norte de Londres, não deixe de bater cartão no Coco Bamboo e no Made in Brasil, tradicionais casas brasileiras que figuram entre as

mais frequentadas do pedaço.

Made In Brasil

Made In Brasil

Coco Bamboo

Coco Bamboo Coco Bamboo

Made In Brasil

Made In Brasil

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25julho 2013

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26 julho 2013

Jucinara recém tinha se mu-dado para Londres e, por sorte, conseguiu um empre-go. Ela não falava inglês, mas

teve a coragem de se mudar para a Inglaterra mesmo assim. Era uma vencedora, mesmo antes de come-çar a lutar. Primeiro dia de trabalho: sua função era cortar pepinos. A co-zinha era enorme e estava cheia de cozinheiros. Um era bonito. Os ou-tros eram feios ou do tipo “só-em-úl-timo-caso-mesmo”. Um deles tinha cara de tarado. Jucinara seguia tra-balhando, manuseando pepinos e cercada de homens. De re-pente, aconteceu: distraiu-se e foi lavar as mãos. Quando voltou, sua faca havia sumi-do. Entrou em pânico, pois não conseguia se comu-nicar. Não sabia que faca era “knife”. Foi então que, sem saber o que fazer, começou a gritar em português mesmo (era o jeito): “Faca!”, “Faca?”, “Faca!”. Houve um si-lêncio. Os cozinheiros entenderam outra coisa, pararam, olharam para ela e se olharam, uns já começando a rir. Juci-nara queria dizer “minha faca”, mas acabou dizendo “faca” e “me”. Assim: “Faca me!”. Repetiu “Faca me”, aos berros, três vezes. O gerente entrou e pre-senciou os gritos de Jucinara, que segurava em suas mãos um enorme pepino. Ela não soube se explicar para o chefe e foi mandada embora no mesmo dia.

Eu, vocêe todos nós

Crônica por Clodie Vasli

Cul

tura

CULTURA

Ilustração: Jonas Silva

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27julho 2013

Edivaldo ia na Popstarz toda semana e bebia sem ar-rependimentos. Tinha o direito, pois trabalhava duro a se-mana toda. Quando ia para a balada, era para se divertir pra valer. Solteiro, ele acabou de sair do Brasil e queria aproveitar a vida. Na festa, quando o dinheiro acabava, se fingia de catador de copos, mas só coletava aqueles que ainda tinham alguma cerveja. E ia bebendo o que encontrava pela frente. Achava que aquela gente era lou-ca, deixando meia pint de cerveja para trás. Pensava: “Isso não pode ficar assim! Tanto brasileiro sem dinheiro para uma cerva no Brasil e os europeus desperdiçando deste jeito. Ah não! Abaixo o desperdício!” Saia bebendo tudo e ajudava assim a diminuir o desperdício de álcool no mundo. Uma sensação de dignidade o tomava, pois tinha, enfim, uma missão. De fato, era um missionário! Pegava o night bus para ir para casa e adormecia no ôni-bus. Sempre era acordado pelo motorista, já na garagem (a história se repetia). Edivaldo era uma figura!

Leonora era lenta demais. Eu a chamava de “Len-tanora”, só que ela não sabia. Ela começou a trabalhar no restaurante onde eu trabalhava, limpando as mesas e recolhendo as bandejas. Mas como aquela menina se movia devagar. Meu Deus! Nunca tinha visto ninguém assim. Enquanto eu limpava cinco mesas, ela terminava de limpar uma. E como ela sorria! Tudo acontecia muito lentamente, inclusive o movimento que fazia com a ca-beça, ao sorrir, como se estivesse sempre concordando com alguma coisa. O cliente já tinha ido embora e ela ainda sorrindo. Parecia viver em estado de eterna graça. Enquanto eu, sem paciência, enlouquecido, corria e lim-pava tudo sozinho, Leonora parava e checava seu celular, sorrindo. Recebeu um email com o título “A importância de se manter a calma”. Quando eu estava prestes a ex-plodir e a agarrá-la pelo pescoço, ela era mandada para o seu intervalo de almoço. Sorrindo, ela sempre comen-tava que o dia “estava lindo” e ia sentar-se no parque enquanto almoçava.

Marlene ia trabalhar sempre muito bem vestida, ma-quiada, perfumada e com cabelo arrumado. Parecia estar indo a uma festa. Trabalhava dentro da Torre de Londres e era muito orgulhosa. Sua função era limpar as privadas. E lá se ia Marlene, com seu i-pod e luvas de borracha, limpar mais um vaso sanitário. Nunca sorria e sempre se olhava no espelho. Era uma donzela. O pior era quando entupia alguma privada. Marlene ficava com raiva. Depois da operação, precisava de ar fresco e ia fu-mar um cigarro. No fundo, não gostava dos turistas, pois faziam muito barulho e sujavam os banheiros. Pareciam uma epidemia. Se ela pudesse, trabalharia usando más-cara cirúrgica para se proteger do contato com o povo. Ela era chique.

“Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum”, já dizia um antigo anúncio publicitário.

Clodie Vaslié escritor. Seu primeiro livro, “De Passagem”, pode

ser adquirido pelo website www.lulu.com

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28 julho 2013

Cul

tura

Quem acompanha o site Culturart (www.cultu-rart.co.uk) deve ter assistido à matéria com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, que veio a Londres em dezembro passado, em uma via-

gem curta, para visitar o Southbank Centre, o Victoria & Albert Museum e conferir as parcerias realizadas entre o Reino Unido e o Brasil nas Olimpíadas de 2012. Na-quela ocasião, a ministra aproveitou para conversar com alguns interlocutores da comunidade e se inteirar das

experiências de cada um em Londres, já que estava há apenas dois meses no posto. O Culturart foi um destes interlocutores e apresentou algumas sugestões a Marta Suplicy. Leia mais em www.culturart.co.uk/ministra-da--cultura-marta-suplicy-vem-a-londres/

Como já estamos em julho de 2013 e nada foi suge-rido pela Embaixada acerca do projeto Céu das Artes (citado durante o encontro com a ministra), o Cultu-rart resolveu entrar em contato novamente e conseguiu conversar com a Seção Cultural do órgão. Infelizmente não tivemos oportunidade para “colaborar” com tra-balhos futuros da Embaixada, nem receberemos qual-quer apoio “financeiro e institucional”. Porém, durante a reunião, tivemos acesso a uma informação muito im-portante a todos os brasileiros residentes em Londres: toda pessoa física, artista ou não, pode apresentar um

Apoio a projetos culturais

Até outubro, a Embaixada em Londres recebe projetos na área cultural, que, se aprovados, podem receber financiamento ou usarem

o espaço do órgão para sediar eventos Shirley Nunes

projeto cultural à Embaixada até outubro, tanto para obter financiamento para a execução do projeto, quan-to para solicitar o espaço físico da entidade para a re-alização do evento.

A terceira edição do Focus Brasil, por exemplo, um evento anual com o intuito de premiar pessoas da comunidade brasileira na Europa, será realizado na sede da Embaixada de 19 a 21 de setembro, prova-velmente devido a esta possibilidade aberta pela Se-ção Cultural. Para os interessados em inscrever seus projetos para a avaliação da Embaixada e uso do es-paço, o link abaixo tem as informações necessárias: embassyofbrazillondon.files.wordpress.com/2013/02/projectproposal_2014.pdf

Observe, entretanto, que é preciso apresentar o pro-jeto até outubro deste ano e que o link indicado acima é para a submissão de projetos voltados para a área de arte moderna e designers. Caso esta não seja a sua área, note que no arquivo de PDF em link você vai en-contrar os contatos das pessoas responsáveis por ou-tras áreas culturais.

Contatos Embaixada do Brasil 020 7747 457614 – 16 Cockspur Street – London – SW1Y 5BL – UKPara projetos de arte, arquitetura, design e fashion: [email protected]@googlemail.comMúsica e dança: Laura [email protected] 7747 4576Literatura e teatroElizabeth [email protected] 7747 4573Cinema, música e dança:Renato [email protected] 7747 457

Reunião da ministra da Cultura, Marta Suplicy, com representantes da comunidade brasileira em Londres, em dezembro passado

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29julho 2013

Cul

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O multi-instru-mentista ca-rioca Marcelo Andrade lan-

çou no dia 3 de julho, na casa de shows e artes The Forge, em Camden Town, o CD “African Tree”. Gravado através de um laptop durante as viagens do músico pela África e Brasil, o álbum conta com a participa-ção de mais de 70 con-vidados, oriundos de quatro continentes. As composições de Andra-de dialogam com a ilus-tração utilizada na capa do disco, engajando--se perfeitamente com o título ‘Árvore Africa-na’, em uma proposta musical mais ao estilo World Music, que reúne diversos significados utilizando instrumentos e elementos simples para passar sua mensagem. A crítica social ao homem e a valorização da natureza e seus elementos marcam muitas canções, porque trabalham a unidade do planeta e a proliferação da diversidade local.

Todas as canções trazem uma his-tória diferente, com participações par-ticulares, e muita diversidade de ritmo e letra. Muitas delas mostram a brasili-dade, mas com raízes da África, como acontece com “Barriga d’Água” (xote cantado por Geraldo Azevedo), “Razão de Ser” (bossa nova cantado por Jandi-ra Silva) e “Samba das 8’ e “Bola de Cristal” (participa-ção de Filó Machado, no piano e vocais). “Coco-Pera”, um coco com elementos de flamenco, tem participação de Damian Ximenez. Outras canções mostram elemen-tos de natureza, com percussão fortemente presente, como “Samburá” (parceria com Josué Ferreira e Adria-

Marcelo Andrade lança “African Tree”

CD do multi-instrumentista carioca tem participação de mais70 artistas convidados

Shirley Nunes

no Adewale) e “African Tree” (cantada por Ka-dialy Kouvate).

A única canção ins-trumental é “Voo livre”, que também conta com um elemento da voz num pequeno solo. A faixa que fecha o CD é “Blackbird”, a única em inglês (composição de Paul McCartney e John Lennon), com vo-cais africanos de bom-bolulu singers, Giriama Tribe, Mombassa do Kenya e Brigette Amo-fah.

No trabalho há ain-da a participação de músicos residentes em Londres, como Rebe-ca Vallim, Leandra Va-

randa, Jonathan Preiss e Helder Pack. Produzido por Marcelo Andrade, a mixagem fica por conta de Chris Webster e Andres Lafone e a masterização, por Chris Webster.

Para escutar trechos das canções, acesse: soundcloud.com/ourlandrecor-ds/african-tree-samples

Trajetória Nascido no Rio de Janeiro, Marcelo

Andrade começou sua história musical estudando violino, piano, violão e can-tando no coro “Canarinhos de Petró-polis”. Ao se mudar para Londres, em 1989, acrescentou violino jazz, saxofo-

ne, flauta e composição ao seu repertório. Ao longo de sua carreira, ele gravou e tocou com vários artistas, como Milton Nascimento e Corinne Bailey Rae e co--liderou seus próprios grupos, entre eles, London La-tin Jazz Ensemble, Ohayo-Samba, Samburá, Saravah Soul e Jazzinho.

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30 julho 2013

Cap

a O mês de junho de 2013 vai ficar marcado como um dos mais importantes na história do Bra-sil, quando milhões de pessoas foram às ruas protestar contra as mazelas da nação. Desde

a “geração dos cara-pintadas”, em 1992, que culminou com o impeachment do então presidente Fernando Collor, que o país não assistia a um fenômeno popular de tal porte. Desta vez, as vozes não tinham (e não têm, pois as manifestações ainda pipocam pelo país neste mês de julho) um objetivo comum, mas demonstram um descontentamento geral com a má qualidade dos serviços públicos, os gastos com a realização da Copa do Mundo, a corrupção e a impunidade que marcam o cenário político do país, entre vários outros temas.

O estopim que desencadeou a série de protestos fo-ram as manifestações convocadas em São Paulo pelo Movimento Passe Livre, pedindo a revogação do au-

O gigante acordouMilhões de pessoas vão às ruas do país reivindicar melhoria nos

serviços públicos, protestar contra os gastos com a Copa do Mundo e pedir o fim da corrupção e da impunidade

Da Editoria

mento na tarifa do transporte público na capital paulista. A onda se espalhou pelo território nacional e no dia 20 de junho houve protestos em 438 cidades de todos os estados brasileiros, segundo levantamento da Confede-ração Nacional de Municípios (CNM). Quase 2 milhões de brasileiros fizeram manifestações naquele dia, até em municípios de 5 mil e 10 mil habitantes.

A primeira vitória da pressão popular foi a revogação do aumento na tarifa do transporte público em deze-nas de cidades brasileiras. A derrubada da PEC 37 na Câmara, que limitaria os poderes do Ministério Público nas investigações criminais, também foi outra deman-da atendida pelo clamor das ruas. A presidente Dilma Rousseff acena com um plebiscito para discutir a refor-ma política, mas o assunto gera polêmica, pois não há consenso sobre as questões que devem ser abordadas na consulta popular.

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No meio do caminho, a Copa A Copa das Confederações ficou no meio do fogo

cruzado entre manifestantes e a polícia nas cidades que sediaram jogos, gerando confrontos em Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Fortaleza. Mem-bros da Fifa se disseram surpresos com os protestos, mas garantiram a realização da Copa de 2014 no Brasil.

A violência, porém, não ficou restrita às cidades-sede da Copa das Confederações. Em muitas capitais e cida-des de porte médio a violenta ação da polícia durante os protestos gerou críticas. Vândalos e marginais também se aproveitaram das manifestações em algumas cidades para depredar o patrimônio público e saquear lojas.

A repercussão mundial dos protestos levantou dúvi-das sobre as condições do país para sediar a Copa no ano que vem, quando 32 seleções e milhares de turistas de todo o mundo estarão no país. O governo, porém, ga-rante que o Brasil estará preparado para a competição.

Fenômeno das redes sociaisPara o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas

(FGV), Luiz Antonio Joia, que estuda o fenômeno da e--participação (ação política pela rede social), o fenômeno dos protestos brasileiros é algo inédito no país, graças à internet e às redes sociais. “Esse movimento é a cara da web. Ele é anárquico, sem dono e impessoal, que se autorregula e suporta qualquer coisa. É a transposição da World Wide Web [o sistema da internet] para o mundo real. É surpreendente e imprevisível”, ponderou.

O professor defende que a rede mudou a concep-ção de tempo e de espaço das pessoas e as relações sociais, tornando-se um ator no processo de reivindica-ções. “Você passa a saber tudo o que acontece em tem-po real, o que faz com que as pessoas se engajem numa velocidade absurda. A tecnologia não gera o fenômeno, ela o amplifica”, comentou. Ele lembrou do movimento Diretas Já, que demorou cerca de um mês para ser orga-nizado, enquanto o movimento atual, com o que chama de “boca a boca digital”, levou dias para ser orquestrado.

Se, por um lado, a característica anárquica dos mo-vimentos é surpreendente, a falta de liderança e de pauta do movimento criam uma questão complexa, se-gundo o professor. “Você pode ter na mesma passeata duas pessoas lutando por coisas totalmente opostas. Diferentemente da Primavera Árabe e de movimentos na Europa, no Brasil não há uma pauta”, lembrou.

De acordo com o pesquisador, esse cenário pode apresentar risco para o movimento. “O perigo da falta de foco é que oportunistas e partidos políticos podem apropriar-se desse movimento. É importante que as pessoas digam o que querem e, sobretudo, como que-rem, como implantar esse projeto”.

Como acadêmico, Joia se diz entusiasmado com os recentes acontecimentos. “Não dá para prever o que vai acontecer, pode não dar em nada, mas deixará uma semente. São sinais que devemos acompanhar e depois tirar lições que sirvam para nossos alunos e para a sociedade”.

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Filhos que não fogem à luta

Brasileiros espalhados por todo o mundo deram o seu apoio às manifestações que tomaram conta do país em ju-nho (e que continuam acontecendo no Brasil também este mês), exigindo a redução nas tarifas do transporte, o fim da corrupção e mais investimentos em setores fundamen-tais como saúde e educação, entre outras reivindicações. E os brasucas em Londres não fugiram à luta. No dia 18 de junho, cerca de duas mil pessoas se concentraram na região de Westminster num protesto pacífico, que termi-nou em frente à Embaixada do Brasil na capital inglesa. As fotos são de Ric Pereira.

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33julho 2013

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34 julho 2013

AS MANIFESTAÇÕES

Visão do Brasil

Alberto Luiz Schneider

Bras

ilBRASIL

Nos últimos dias o Brasil legou ao mundo um acontecimento político que os brasilei-ros mais jovens apenas viam na TV, com imagens e notícias geradas desde o Cairo,

Istambul, Atenas, Lisboa, Madri ou Nova Iorque (Wall Street). Depois de longo refluxo – que data do impe-achment de Fernando Collor, em 1992, e antes disso, da campanha das Diretas Já, em 1984 – o país assiste novamente grandes mobilizações de rua.

Os progressos sociais e o crescimento econômico da era Lula/Dilma – com alguma distribuição de renda e sensível diminuição da pobreza extrema – acabaram por retrair as múltiplas demandas, próprias de uma sociedade plural, formada por diferentes sensibilida-des e tradições políticas, além de diferentes interes-ses concretos. O que houve nos últimos dias foi uma comunhão de agendas políticas, que explodiram a partir de uma luta pontual: a oposição ao aumento das passagens dos ônibus, movimentos que já vinha m ocorrendo em várias capitais, mas que explodiram a partir das grandes mobilizações de São Paulo – e

daí país afora. Antes dos dias quentes de junho, já havia uma

difusa insatisfação na sociedade brasileira. Des-contentamento à direita, por causa da “der-

rocada ética do petismo” e considerável má vontade em relação às políticas de inclusão social – como o Bolsa-Família – tidas como “populistas”. À esquerda, a insatisfação dá--se em relação aos megaeventos (Olimpía-

das e Copa), às grandes obras, como Belo Monte, a aliança do governo com o agronegó-

cio, etc. À direita e à esquerda se pode perceber acentuada antipatia em relação a lideranças políticas como Sarney, Renan Calheiros, Maluf, antes aliados dos tucanos, hoje aliados ao PT (amanhã aliados de qualquer governo que se viabilize politicamente). Pe-sou também a crescente demanda da população por melhorias na qualidade dos serviços prestados pelas diferentes esferas de governo (municipal, estadual e fe-deral). Para a maioria das pessoas, essas agendas se misturam e aparecem nas manifestações, seja sob o signo das cores nacionais, seja sob as bandeiras dos partidos de esquerda.

O Movimento Passe Livre, fagulha inicial dos pro-testos, conseguiu agregar força justamente por ser

Foto: Aktron / Wikimedia CommonsMáscara: David Loyd

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35julho 2013

Alberto Luiz Schneidergraduou-se em História pela UFPR, possui mestrado pela

PUC-SP e doutorado pela UNICAMP. É pós-doutor pelo King’s College London e pela USP. Foi professor visitante da Tokyo Uni-

versity of Foreign Studies. Atualmente é professor colaborador no Departamento de História da USP.

uma organização de baixa identidade ideológica, ainda que mais próxima dos grupos de esquerda. A vitória do movimento foi notável, porque colocou o problema do transporte público no centro da agenda política. É preciso lembrar que, em São Paulo, o pro-grama original de expansão do metrô previa a entrega de 450 km de vias até 1990. Em 2013, o governo estadual apresenta 90 km. A “máfia dos ônibus”, que há anos controla o negócio, precisa ser enfrentada pela prefeitura. É um tema de grande interesse para os mais pobres.

A multidão de tribos que tomou parte das manifes-tações não foi liderada nem pelas tradicionais formas de organização política (sindicatos, partidos, entida-des estudantis), nem pelas novas formas (vinculadas ao terceiro setor, como as ONGs), mas sim pelas re-des sociais, amplificada por jovens que jamais haviam participado de manifestações de ruas. É difícil explicar um movimento tão complexo, surpreendente e recen-te, mas é de se levar em conta o ciclo de agitações juvenis que corre o mundo. O professor Giuseppe Coc-co (UFRJ) chama ciclo de “revoluções 2.0”, cuja alimen-tação não se dá pela velha imprensa, mas diretamente pelas redes sociais. É importante notar que as mani-festações não são especificamente contra o governo Dilma – exceto o ruído de grupos mais conservadores e alguns grupos de extrema esquerda – mas contra um imenso estado de coisas, que engloba todas as esferas de governo, e de representação, incluindo os partidos, a situação e as oposições.

Em termos mais sociológicos, é possível afirmar que há, na sociedade brasileira, uma multidão de trabalha-dores urbanos, mobilizados na economia de serviços, que há pouco tempo entraram na vida econômica e social do país. Antes, estavam fora da economia e da política, e agora que ingressaram no mercado e na vida civil têm demandas que não são apenas salariais, mas de serviços públicos, saúde, educação e transporte. Não é sem significado que o movimento emergiu, jus-tamente, na área de transporte. O fato de a economia estar, senão em crise, ao menos em ritmo lento, implica na diminuição do investimento social.

Convém notar que o governo Lula/Dilma foi capaz de gerar uma mobilidade social ascendente nos níveis de rendimento de mais de 50 milhões de pessoas, conseguiu também incluir novas gerações no ambien-te educacional por meio de escolas técnicas e univer-sidades, ampliou o crédito aos mais pobres, melho-rando de forma expressiva as condições de vida da “camada de baixo” da pirâmide social, mas não con-seguiu operacionalizar reformas urbanas – onde vive a maioria da população. E talvez não vá conseguir, inclusive porque faltam recursos, agora que a econo-mia está praticamente estagnada.

Em outras palavras, a renda cresceu de forma con-siderável, gerando aquisição de bens (inclusive sim-bólicos), que implicaram em sensação (real e funda-mentada) de bem-estar. Mas as condições de moradia, locomoção, saúde e educação continuam, senão es-

tagnadas, avançando a passos de cágados, contras-tando com os investimentos em megaeventos. (Esses eventos não são necessariamente negativos, nem são os culpados pelas condições que o país atravessa, mas geram em parte da população a sensação de uma desagradável escala de prioridades).

Antes de 2008, a conjuntura econômica mun-dial favoreceu, via valorização das commodities, a economia brasileira. Já não é mais o caso. Há uma sensação de que o governo Dilma está imobilizado, o que não é exato, aliás. O governo tomou medidas importantes: baixou juros (inclusive comprando brigas com grandes bancos privados); alterou as regras de remuneração da poupança; empenhou-se em viabi-lizar a modernização dos portos; baixou o custo da energia, etc. Esse “ensaio de desenvolvimento”, nas palavras de André Singer, ainda não deu resultado, e não é possível saber se vai dar, inclusive porque não depende só do governo, mas também da conjuntura internacional.

As manifestações já deram resultados: os royalties do petróleo vão para educação (75%) e para saúde (25%); a presidente fala em plebiscito para destra-var a reforma política; o Congresso começou a votar medidas antes bloqueadas; as caras passagens de ônibus, sobretudo para os mais pobres, caíram em diversas cidades; a questão do transporte público en-trou definitivamente na pauta; os governos estaduais começam a segurar o aumento das tarifas das estra-das privatizadas.

Dois cenários se desenham: a) o governo Dilma consegue viabilizar reformas

que atendam às ruas (ao menos em parte, sobretu-do as demandas progressistas), mantendo seu capital político e sua base eleitoral, rumando para uma ree-leição segura;

b) o governo não consegue dar respostas eficazes, contando com barulhenta oposição de esquerda (mo-vimentos sociais, sindicatos, estudantes, partidos de extrema esquerda) e forte oposição de direita (classe média conservadora, PSDB, DEM, etc., setores radi-calmente pró mercado, agronegócio), culminando na vitória do PSDB ou de setores que eventualmente se aliem ao tucanato, como Marina Silva e Eduardo Cam-pos. Uma coisa é certa: o governo Dilma não será mais como seria. Os governos Alckmin, em São Paulo, e Ca-bral e Paes, no Rio, terão de dar respostas à sociedade sob o risco de trombarem com as urnas.

Gostemos ou não, o país está vivo e pulsa.

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Camden Fringe

Criado em 2006, o festival vem crescendo ano após ano e chega à oitava edição com uma

programação repleta de atrações Da Editoria

MADE IN BRASIL

COCO BAMBOO

A oitava edição do Camden Fringe, de 29 de julho a 25 de agosto, vai agitar o bo-rough de Camden, com uma

programação cultural variada com shows musicais, comédia stand—up, sketch de comédia, dança, cabaré, poesia e várias atrações também para a garotada. O festival, criado pela dupla Zena Barrie e Michelle Flower, que trabalha há mais de 10 anos em atividades culturais, teve como motivação a realização de um evento alternativo ao famoso Festival Fringe de Edimburgo, na Escócia.

Desde a primeira edição, em 2006, que contou com 57 apresentações no

Etecetera Theatre, o Camden Fringe tem crescido ano a ano. Em 2012, os eventos aconteceram em 18 locais dife-rentes do bairro, o que demonstra o su-cesso do festival. “Uma mistura nervosa da comédia, teatro, dança e um monte de outras coisas legais, pontilhados em torno de alguns dos locais mais conhe-cidos de Camden. De origens humildes, o Camden Fringe é agora um estrondo-so evento que cresce a cada ano”, elo-giou a TNT Magazine em recente crítica sobre o evento.

A programação abre espaço para

CANECÃO

profissionais experientes das mais di-versas áreas culturais, mas também tem como característica principal ofe-recer oportunidades para novos nomes do cenário artístico. “O poderoso Frin-ge de Edimburgo pode ser de renome internacional, mas seu rival no Sul (Ca-mden Fringe) está ganhando confian-ça a cada ano. Este rápido crescimento do festival serve como algo de uma in-cubadora para seu rival, atrair e promo-ver uma série de novos talentos a cada

Comédia - Four Femmes on the Thames

Herding Cats no Etcetera Theatre Para a garotada, The Amazing Adventures of Captain Wetpants

ano. Quer encontrar o Ricky Gervais, Stewart Lee ou Jimmy Carr de amanhã? Não procure mais”, sentenciou a Shor-tlist magazine.

Os eventos acontecem em bares, teatros, como o Etecetera Theatre, Canal Café Theatre e o Collection The-atre, e outros locais, como o London Jewish Cultural Centre. Confira a pro-gramação completa, com as atrações, locais e preços dos ingressos no site www.camdenfringe.com.

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Agen

daAGENDA

Às terças-feiras, Hungry Tuesday, com 50% off na comida. Quinta Feira: MPB ao vivo, das 20h à meia-noite. Às sextas,

forró pé-de-serra ao vivo, das 21h à 1h da manhã. Aos sábados, pagode, axé e DJ, das 22h à 1h da manhã. Aos

domingos, roda de samba das 20h até a meia-noite.Reservas: 020 7622 3602 – www.tapiocahouse.co.uk

O pub brasileiro tem atrações variadas durante a semana, seja

no cardápio, na telona ou na pista de dança. Aos domingos, reúna a

torcida para acompanhar as rodadas do Brasileirão.

17 York Way – Camden Town - London N7 9QG

Reservas: 020 7485 4738 - www.canecaolondon.com

Baladas, bares e restaurantes

O CocoBamboo Bar & Restaurante traz no seu menu a fusão da

culinária brasileira e caribenha. Nos finais de semana, DJs brasileiros

animam o público até às 2 da manhã. Aos domingos, 2ªs e 6ªs, música

brasileira ao vivo das 19h às 23h.48 Chalk Farm Road (NW1 8AJ)

Reservas: 020 7267 6613 - www.cocobamboo.co.uk

Programação variada de shows ao vivo de quarta a domingo. Confira a agenda completa no site do Made in Brasil.

12 Inverness Street, Camden Town, London NW1 7HJReservas: 020 7482 0777 – [email protected] 

www.made-in-brasil.co.uk

O Harém London Club acontece todo o primeiro sábado do mês num espaço com dois pisos de pura diversão, com DJs tocando

o melhor da música brasileira e hits internacionais. 25 Moorgate, London EC2R 6AR (a quatro minutos das

estações de Moorgate e Bank) Reservas e informações: www.haremlondon.com

Facebook.com/haremlondonclub

De segunda a domingo, uma variada programação embala as noites na tradicional casa brasileira em Londres, pertinho da estação de Holborn. Os mais diferentes ritmos nacionais

fazem do Guanabara uma referência verde e amarela na capital britânica. Além, claro, do cardápio com as delícias nacionais e os

drinks que fazem a cabeça de brasucas e gringos. Parker Street, Corner of Drury Lane, London WC2B 5PW

Reservas: 020 7242 8600 www.guanabara.co.uk

020 8133 [email protected]

Informação, entretenimento e diversão... com conteúdo

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o seu bar,

café ou

restaurante!

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39julho 2013

Agenda UK Shirley Nunes

Confira mais eventos em julho em Londres noBrazilian Events Guide: www.culturart.co.uk

The II AmaZonArt Summer Festival

O AmaZonArt dedica-se ao ensino de música para promover a transformação social e o intercâmbio cultural. Os recursos captados no projeto são usados para promover a educação

musical, concebida como um meio de educação para alcançar a transformação social em áreas menos abastadas da Amazônia

brasileira. O II Festival AmaZonArt de Verão: Solidariedade é Cultura acontece de 7 a 17 de julho em vários locais. Todos

os concertos são livres, mas doações de £ 7 a £10 são bem-vindas, pois vão ajudar a financiar os projetos no Brasil. Alguns

dos destaques da programação:15 de julho, às 19h30 - Chamber music concert @

Bloomsbury Central Baptist Church (235 Shaftesbury Avenue, WC2H 8EP)

17 de julho, às 19h30 - Chamber Groups: Latin America music no mesmo local acima

Mais info: www.amazonart.info

Hermeto Pascoal

O compositor e multi-instrumentalista Hermeto Pascoal vem a Londres para fazer dois shows na casa jazzística Ronnie

Scotts, nos dias 17 e 19 de julho. Pascoal vem acompanhado de sua banda, que tem como componentes: Aline Morena

(cantora, percussão corporal), Itiberê Zwarg (baixista e percussionista), André Marques (piano, flauta e percussão),

Vinícius Dorin (sax, flauta e percussão), Fábio Pascoal (percussão e direção de palco) e Márcio Bahia (percussionista).

Os ingressos variam entre £35 e £55. Mais info: Ronnie Scotts (47 Frith Street, W1D 4HT) / www.ronniescotts.co.uk

Workshop comGandaia Arts

Liderada pela diretora artística Mariana Pinho, a Gandaia Arts promove um workshop com aula de percussão com Simone

Sou (foto), em preparação ao Carnaval de Notting Hill, que terá a participação do Maracatudo Mafuá. O grupo desfila nos dias 25 e 26 de agosto no tradicional evento que leva mais de um milhão de pessoas às ruas do famoso bairro londrino. A aula

será das 13h30 até 17h no dia 30 de julho. Os valores variam entre £15 e £18. Mais informações: 116-118 New Cross

Road, SE14 5BA info: 07540567236/ [email protected]

Frescobol

Um grupo de frescobol baseado no sul de Londres está à procura de brasileiros para integrarem a equipe, que se encontra todos os domingos para jogar no Crystal Palace National Sports Centre. Os próximos encontros da turma

acontecerão em agosto, nos dias 4, 11 e 25, das 16h às 17h, no seguinte endereço: Ledrington Road, SE19 2BB.

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40 junho 2013

As novas das celebridadesAs novas das celebridades

Pers

onal

idad

esPERSONALIDADES

Maria Oller

O que as celebs andam dizendo por aí...“Alguém escreveu que minha mulher estava twittando em um funeral. Isso não é verdade, mas eu vou twittar durante o funeral dele...”

Do ator Alec Baldwin, ao se envolver numa polêmica com o jornalista George Stark, do DailyMail, pelo Twitter

“Minha mulher e eu estivemos no funeral para prestar homenagem a um velho amigo e alguns ingleses tóxicos escreveram essa m... Eu vou te encontrar George Stark, sua rainha tóxica, eu vou te f.... Se eu colocar o meu pé na sua b... tenho certeza de que irei muito fundo.”Alec Baldwin, pegando ainda mais pesado com o jornalista inglês. Depois da repercussão de

seus maus modos no Twitter, o ator decidiu deletar a sua conta na rede social

Xuxa na fila da cegonha?

Segundo o jornal “O Dia”, a apresentadora Xuxa estaria pen-sando em ter mais um filho depois de engatar o romance com o ator Junno Andrade. A publicação diz que ela tinha óvulos armazenados em um laboratório e teria pedido a retirada do material para tentar ter um novo bebê. A empresária da cinquentona Xuxa, Mônica Muniz, negou a informação, mas disse que ela poderia engravidar a qual-quer momento. “Xuxa ainda não entrou na menopausa”, afirmou. Uau! Será que a Sasha, filha de Xuxa com o ator Luciano Szafir, vai ganhar um(a) irmãozinho(a)?

“A tecnologia avança loucamente, mas o ser humano vai a passos de tartaruga.”

Matheus Nachtergaele, ao UOL, sobre as intolerâncias do mundo atual.

“Se viadagem fosse doença, a Band era um hospital.”Da humorista, Dani Calabresa, no “CQC”, brincando sobre o projeto conhecido como “cura

gay”, derrubado na Câmara

“Desde que minha filha ganhou um iPhone, ela parou de falar comigo.”

Madonna, ao programa “Good Morning America”, sobre como controla os filhos.

“Já cansei de falar quantas vezes eu me casei.”Gretchen, ao Jornal “Extra”, sobre seu 17º casamento

“Só tenho oito pares de sapatos.”Emma Watson, ao Jornal “Daily Mail”, condenando o consumo exagerado das celebridades

“Identidade Frota” prometeSempre envolvido em polêmicas, Alexandre Fro-

ta promete mais alvoroço com a biografia “Identi-dade Frota, a Estrela e a Escuridão”, prevista para ser lançada em outubro. Na obra, escrita por Pedro Henrique Peixoto, Frota relata suas experiências profissionais na TV, intimidades e conquistas, entre elas a jornalista Marília Gabriela. “Aconteceu de fi-carmos juntos por uma noite, sensacional. Ela é in-teligente, boa de papo e amiga. Foi muito gostoso, mesmo por uma noite”, disse Frota ao comentar o assunto com o “Ego”, do Globo.com. “Sou de uma geração em que todo mundo ficava com todo mun-do, nos libertamos sexualmente e naquela época não havia essa fiscalização da genitália alheia que se tem hoje. Parece que houve um retrocesso, tudo tem que ter um nome e um sobrenome”, disse Gabi à revista “Época”, confirmando o affair.

Angelina linha duraEm vias de oficializar a sua união com o bonitão Brad

Pitt, Angelina Jolie é quem define a lista de convidados. Diz o “The Sun” que ela está tentando barrar alguns amigos do ator na cerimônia. Uma listinha básica que poderia até ser de nomes indicados ao Oscar: Johan Hill, Quentin Taranti-no, Philip Seymour-Hoffman e, pasme, até George Clooney, um dos melhores amigos de Brad. O motivo? Bebem muito! Quem vai ganhar essa queda de braço?

Será que ele é? O que seria somente a ida de um astro ao show de uma

estrela virou um verdadeiro bafafá. No último dia 28 de maio, Cristiano Ronaldo esteve no show de Rihanna em Portugal, ti-rou uma foto com a cantora e publicou em sua conta no Twit-ter. Logo a mídia começou a especular um affair entre os dois, mas a diva, ao invés de desmentir, soltou um comentário pra lá de polêmico. “Tenho muitos amigos gays e apoio a diversida-de sexual”, disse Rihanna à revista espanhola Vanitatis. Famoso pela vaidade, Ronaldo namora a modelo russa Irina Shaik desde 2010. Ai, ai, ai...

Família Soprano de luto O ator James Gandolfini, 51 anos, que morreu

no mês passado depois de sofrer um ataque car-díaco fulminante quando passava férias em Roma, deixou a maior parte de sua fortuna de US$ 70 milhões para seu casal de filhos. Segundo o jornal New York Post, o filho da estrela da série “A família Soprano”, Michael, de 13 anos, receberá a maior parte da fortuna quando completar 21. O resto dos bens de Gandolfini serão divididos entre sua espo-sa, irmãs e filha.

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42 julho 2013

Queen’s land

Mod

aMODA

Extreme Fashion Show

Hellen Grasso

Um evento organizado pela fotógrafa Jessiane Sal-gado e pela Alessandra Benza, em junho, reuniu

vários profissionais que trabalham na área de moda em Londres. O Ex-treme Fashion Show teve no desfile de abertura um vestido da estonte-ante Marta Medeiros. Os looks fo-ram bem extravagantes e cada es-tilista trouxe em cada peça a origem das suas raízes.

Uma das designers que me cha-mou atenção foi a Anila Mejzini. Ela é da Albânia e com um trabalho fa-buloso na estamparia. Anila conse-guiu de um jeito tão sublime, e ao mesmo tempo marcante, deixar o azul mesclar no branco. O tecido, não muito pesado e nem tão perto da seda, foi marcado por desenhos que pareciam rachaduras, mas ao invés de lembrar seca, a cor azul conseguiu dar um choque no pen-samento e fazer lembrar a água, criando totalmente o contraste da forma da estampa.

Os cortes eram retos e os olhos eram direcionados para os ombros. Algumas peças tinham um corte com uma pequena transparência, deixando a pele transparecer de forma sensual. Designers que atra-em os olhos através dos seus cor-tes, se preocupando com cada de-talhe para deixar o corpo feminino ainda mais singelo, tem um público garantido que vai aplaudir de pé toda a coleção.

Outra estilista que me chamou atenção foi a Susana Tatevosjan, da Estônia. Suas cores são mais fe-chadas e quase todas as peças são de um comprimento que alongam a

silhueta. Ela tem uma característica singular: muita sobreposição. Qua-se todas as peças são compostas por outras que acompanham pos-sivelmente por baixo da primeira peça. As cores nos looks lembram

um Outono com folhas no chão e céu cinzento.

Os fotógrafos Ric Pereira, com sua experiência de muitos anos na área; Karen Lohana, respon-sável por capturar cada detalhe,

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43julho 2013

e Jessiane Salgado eternizaram cada momento desse maravilho-so evento. Em termos de beleza, a maquiagem ficou por conta de Romana Pavaneli, que em minha

opinião é a melhor maquiadora brasileira que atua nessa área tão competitiva em Londres. Ela sabe exatamente como ligar a linha tê-nue que existe entre a arte da ma-

quiagem com o profissionalismo. A música ficou por conta do DJ He-berson Medeiros, proporcionando a todos a um adorável ambiente de desfile de moda.

Criação da estilista Susana TatevosjanCriação de Anila Mejzini

Peça da estilista Marta Medeiros

Peça de Susana Tatevosjan

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44 julho 2013

Mod

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Eles aprenderama se vestir

Por mais de 300 anos, a moda masculina britâ-nica tem sido uma fonte inesgotável de estilo e inovação vestindo reis, aristocratas, rebeldes e boêmios muito antes do termo moda sair das

ruas para a passarela – e nos últimos anos, da passa-

rela direto para as ruas. E com tanta demanda e aten-ção, os homens têm escolhido mais o que entra no seu guarda-roupa.

“O público masculino está muito mais exigente. Ele agora sabe o que é moda e como se vestir. E isso au-menta a pressão na hora de criar. Foi-se o tempo que homens não escolhiam roupas com muito cuidado e

Passado e presente em harmonia na moda masculina inglesaMárcio Rodrigo Delgado - @marcio_delgado

atenção aos detalhes”, acredita Kaushal Niraula, um dos participantes da semana de moda masculina de Lon-dres, evento que em junho, durante apenas três dias, reuniu mais de 130 estilistas exibindo suas coleções para a Primavera-Verão de 2014.

“Moda masculina não tem que ser sem graça. É ape-nas o caso de dosar qualidade na medida certa e saber o limite entre a criatividade e o comercial”, diz o esti-lista James Long, que durante o mesmo evento optou por uma coleção masculina que tem como inspiração o helltrack, modalidade esportiva que combina diferentes terrenos, subidas, descidas e até mudanças climáticas

Mistura: estilista Nick Tentis mostrou nova coleção em antigo salão de eventos

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para testar a resistência dos competidores.Entre cores, zíperes e abotoaduras, o interesse por

trás do negócio da moda vai além do espelho. Ano passado, segundo dados do British Fashion Council, a indústria de vestuário masculino movimentou, nada mo-destas, £10 bilhões.

As cifras milionárias nem de longe lembram os tem-

pos menos glamourosos quando, em 1910, grifes ingle-sas como a Burberry produzia casacos à prova d’agua para expedições em locais de clima pouco convidativos como a Antártida e o Pólo sul. Porém, quatro anos mais tarde, ao criar o longo casaco marrom que se tornaria a sua peça de roupa mais conhecida, a empresa iniciou uma história de sucesso que passou pelos campos de batalha da primeira guerra e chegou a Hollywood, em 1942, quando o ator Humphrey Bogart apareceu vestin-do o mesmo casaco no filme Casablanca.

De lá para cá, muita coisa mudou e outros aces-sórios também entraram para a lista de itens criados na Grã-Bretanha, como as famosas botas Wellington, chapéus e o clássico terno de três peças. Ruas da alta

costura, como a Saville Row, e áreas com uma mistura de influências como a Carnaby Street sobreviveram à moda popular e continuam sendo associadas a tradi-cional indústria têxtil inglesa.

Mas a alta costura do país, no qual o regime ainda é a monarquia, está bem mais democrática do que na época em que roupas com bons acabamentos e cor-

tes criativos eram reservadas à aristocracia e à realeza. Recentemente, o estilista Nick Tentis, que produz ternos milimetricamente alinhavados em um atelier localizado na Saville Row, mostrou a sua nova coleção, ‘Uptown Rude-boy’, no luxuoso Café Royale Hotel, um salão de eventos decorado ao melhor estilo Luiz XVI, em Green Park.

Mas as comparações com o passado terminaram aí mesmo. O toque contemporâneo, com cores claras e roupas que podem ser facilmente usadas na vida real, deram o tom do evento, com modelos que poderiam ter saído de uma estação do metrô ou do time de fu-tebol do bairro. Uma forma excêntrica - e bem inglesa - de mostrar que na moda, o novo e o velho podem conviver pacificamente.

Mercado: designer James Long tenta equilibrar criatividade com apelo comercial

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46 julho 2013

Vencer desafios faz parte do trabalho diuturno da indústria. Em especial quando se coloca a meta pública e ambiciosa de produzir um automóvel capaz de superar 100 km com apenas 1 litro de

combustível. No recente Salão de Genebra, a Volkswagen demonstrou que o seu XL1 foi além. Conseguiu, no ciclo europeu de consumo rodoviário, até 111 km com apenas um litro de diesel. Difícil de reproduzir em situação real de trânsito, porém, pelo menos, três vezes mais econômico que o melhor dos atuais modelos com motor a combus-tão. Nascido como L1, em 2002, de uma ambição de Ferdinand Piech, então presidente e hoje chairman do grupo, o carro é para dois passageiros, tem só 1,15 m de

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Híbrido roda 111 km com um litro de diesel

Modelo XL1 da Volkswagen percorreu o trecho com apenas um litro de diesel no ciclo europeu de consumo rodoviário

Devaldo Gilini Júnior

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altura e incrível coeficiente aerodinâmico de 0,19. Trata-se de um híbrido plugável em tomada, do tipo em paralelo, que associa motor turbodiesel de dois cilindros (0,8 l/48 cv/12 kgf∙m) a um elétrico (27 cv/10,2 kgf∙m).

Curiosamente, há semelhanças com o protótipo do Fusca, projetado por Ferdinand Porsche (avô de Piech): tração traseira, rodas bem finas e ausência do óculo tra-seiro. A VW ainda não definiu preço (no mínimo, US$ 50 mil com incentivos fiscais), nem nível de produção, mas há rumores de que o carro será apenas alugado, solução igual à adotada no primeiro elétrico da GM, o EV1, de 1996 a 1999, bem como pelo atual Honda FCX Clarity, elétrico com pilha a hidrogênio.

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47julho 2013

Focus Eletric

A Ford abriu um novo capítulo na sua história, com o início de produção do Focus Electric na fábrica de Saar-louis, na Alemanha - o primeiro veículo totalmente elétri-co da marca feito na Europa. O modelo com emissões zero encabeça a linha de veículos elétricos e altamente eficientes da Ford na Europa, que será acompanhado pelo lançamento do híbrido plug-in C-MAX Energi no ano que vem e do novo Mondeo Hybrid logo depois. Desenvolvido como veículo global dentro do plano One Ford, o Focus Electric tem um conjunto avançado de motor elétrico e bateria de íons de lítio que gera 143 cv e atinge a velocidade máxima de 136 km/h. Ele é pro-duzido na América do Norte desde dezembro de 2011 e estará disponível para os consumidores europeus a partir de agosto próximo.

O novo Focus Electric é equipado com um carrega-dor de bordo totalmente integrado de 6,6 kW, que ofe-rece uma autonomia de cerca de 100 km com carga de 2 ou 3 horas, ou autonomia de 150 km com carga de 3 a 4 horas em uma fonte de 32 A.

Novo A3 Sportback

A Audi anunciou o preço de um dos modelos mais esperados da marca no mercado brasileiro. O novo Audi A3 Sportback vai custar R$ 94.700,00 na versão Attrac-tion 1.4 TFSI. A versão Ambition 1.8 TFSI terá preço de R$ 124.300,00. Com valores bastante competitivos para o segmento, o novo compacto premium de cinco portas deverá ser o campeão de vendas da empresa no Bra-sil. Graças a tecnologia de construção de baixo peso da montadora, Audi ultra, o novo Audi A3 Sportback ficou 90 quilos mais leve do que a versão anterior. Equipado com motor 1.4 TFSI, o hatch pesa apenas 1.300 kg.

No interior um dos pontos altos é a unidade MMI Navigation Plus com MMI Touch, localizada no console central, com painel de controle táctil integrado, botão de pressão e rotativo para acesso mais intuitivo às funções disponíveis. Este sistema oferece ao motorista uma ma-neira inteligente de controlar as funções de navegação e do telefone, além de permitir “escrever” letras ou nú-meros com um simples toque e movimento do dedo. O compartimento de bagagem oferece 380 litros de ca-pacidade na configuração básica e 1.220 litros com os bancos rebaixados.

Novo Palio e Grand Siena 2014Sucesso de vendas e referência ao longo dos anos

dentro do mercado brasileiro, Novo Palio e Grand Siena chegam com novos conteúdos. Como destaque, am-bos recebem na lista de equipamentos opcionais o novo rádio Connect com Audio Streaming para todas as ver-sões. Ele permite ao cliente conectar seu celular com o sistema de áudio do carro, via Bluetooth®, e tocar suas músicas armazenadas no aparelho. O usuário também poderá controlar as músicas pelas teclas de comando

no volante. Visando trazer ainda mais requinte e con-traste, o interior do Novo Palio das versões Attractive 1.0 e 1.4 ganharam um novo Insert Molding Inox. Enquanto a versão Essence recebeu novas rodas 15” em sua lista de opcionais. O Grand Siena também traz novidades em seu espaçoso porta-malas: além do sistema Logo Push, de série em todas as versões e que permite a sua fácil abertura, agora a tampa do porta-malas se abre auto-maticamente até o fim do curso, proporcionando ainda mais conforto ao cliente.

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48 julho 2013

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ESPORTE

Depois do tetracampeonato na Copa das Confederações, com direito a um passeio sobre a Espanha na final, a seleção brasi-leira deu um salto no ranking da Fifa. No

último dia 4, a Fifa divulgou a nova classificação e o Brasil saiu do vexatório 22º lugar, sua pior performan-ce na história, para o nono lugar, com 1.095 pontos, retornando ao Top 10 após mais de um ano de au-sência (a última vez fora a quinta posição, em junho de 2012).

Mesmo após ter tomado 3 a 0 na final do Maracanã, a Espanha manteve a liderança do ranking, com 1.532 pontos. A Alemanha (1.273) permanece na segunda colocação, seguida por Colômbia (1.206), que ultra-passou a Argentina (1.204) e assumiu o terceiro posto. Em quinto segue a Holanda (1.180) e em sexto apa-rece agora a Itália (1.142). Terceira colocada na Copa das Confederações, a Azzurra ganhou duas posições em relação a última lista. Portugal (7º, com 1.099), Croácia (8º, com 1.098)) e Bélgica (10º, com 1.079) completam a relação dos dez primeiros.

O ranking começou a ser feito pela Fifa em agosto de 1993, quando o Brasil ficou em oitavo. A Espanha está na liderança desde setembro de 2011 e a Alema-nha ocupa o segundo lugar desde julho de 2012. O Brasil caiu muito no ranking por não disputar as elimi-natórias para a Copa 2014, já que será o país-sede.

Brasil volta ao Top 10 Depois do título da Copa das Confederações sobre a Espanha, com

direito a olé no Maracanã, seleção sobe no ranking da FifaDa Editoria

Time dos SonhosO Brasil foi o grande destaque na seleção da Copa das

Confederações, divulgada pela Fifa no início de julho, com 7 jogadores e o técnico Luiz Felipe Scolari eleitos por in-ternautas do mundo inteiro. Julio César, Daniel Alves, Da-vid Luiz, Thiago Silva, Paulinho, Neymar, Fred e Luiz Felipe Scolari estão no “Dream Team” da competição. Comple-tam a “escalação” os vice-campeões espanhóis Sergio Ramos, Iniesta e Fernando Torres; e o italiano Pirlo.

Apesar do sucesso da seleção, Felipão garantiu que o grupo para a Copa 2014 ainda não está fechado. “A gente não promete que seja esse grupo no Mundial, eu nunca escondi deles (jogadores). A porta está sempre aberta para grandes jogadores e a gente vai ver o mo-mento, como está jogando, porque a partir de agora a gente vai fazer observações nos jogos no Brasil e na Europa para ver quais são os melhores jogadores para nossa seleção em 2014”, disse o técnico.

Mesmo garantindo que pode haver mudanças, a ver-dade é que o bom ambiente criado pelo grupo durante a Copa das Confederações e a empatia do time com a torcida contam a favor dos 23 atletas que disputaram o torneio. Poucas vagas, portanto, estão em aberto e a maior expectativa é saber se nomes como Kaká, Ronal-dinho Gaúcho e Robinho ainda podem voltar a sonhar em vestir a amarelinha.

A seleção volta a campo no dia 14 de agosto, no Estádio Jakob-Park, em Basel, na Suíça, num amistoso contra os suíços.

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A maioria dos campeões da Copa das Confederações deve estar no Mundial 2014

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50 julho 2013

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52 julho 2013

A origem das palavras cruzadas

A brincadeira que inspi-rou um dos passatempos mais populares de nossos tempos data do século IV a.C. Nos laterculus, como o jogo era conhe-cido, os antigos romanos tinham de formar palavras cruzando-as de maneiras que constituíssem palín-dromos - isto é, podiam ser lidas tanto na vertical quanto na horizontal, ou de frente para trás e vice--versa. “As inscrições mais antigas desse jogo foram encontradas nas ruínas de Pompéia, a cidade italia-na destruída no ano 79 pela erupção do Vesúvio”, afirma o designer de jogos Luiz Dal Monte Neto. Nos moldes atuais, porém, as palavras cruzadas apare-ceram pela primeira vez no jornal New York World, em 22 de dezembro de 1913. O inglês Arthur Wynne, responsável pela seção “Diversão” do jornal, recebeu a incumbência de inventar um jogo espe-cialmente para a edição dominical.

Wynne baseou-se em um passatempo que conhecera quando criança e que tinha regras seme-lhantes às dos laterculus romanos. Mas, em vez de fornecer as palavras que deveriam ser cruza-das, Wynne resolveu dar apenas dicas e criou um diagrama na forma de um losango. Uma década de-pois, a criação de Wynne já estava em jornais euro-peus, além de em todo o continente americano.

PALAVRAS CRUZADASPa

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ruza

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54 julho 2013

Associação Brasileira de Iniciativas Educacionais no Reino Unido (ABRIR)Fornece orientação sobre professores (seleção, contratação, treinamento, qualificação), currículo, material didá-tico/paradidático e rede de contato com outros grupos no Reino [email protected]

Associação Brasileira no Reino Unido (ABRAS) Assistência em todos os assuntosrelacionados à vida dos brasileiros noReino Unido, inclusive atendimentosna área de imigração.59 Station Road – NW10 4UX020 8961 [email protected]

Casa do Brasil em LondresOferece orientação jurídica e psi-cológica, serviços de intérpretes, tradução juramentada e convênios médicos e dentários. 21 Foley Street London W1W 6DR Telefone: 020 7580 0133 Fax: 020 7637 1045 [email protected] www.casadobrasil.org.uk

Citizens Advice BureauONG que oferece aconselhamento em diversas áreas, com vários escri-tórios no Reino Unido.www.citizensadvice.org.uk

Consulado Brasileiro na Inglaterra3 Vere Street (quase esquina com Oxford Street)London W1G 0DHTelefone: 020 7659 1550Fax: 020 7659 1554www.cglondres.itamaraty.gov.br/pt-br

Consumer DirectO Consumer Direct funciona como uma espécie do nosso Procon (Fun-

dação de Proteção e Defesa do Con-sumidor) do Reno Unido, orientando em relação aos direitos e a quaisquer problemas que o consumidor possa vir a enfrentar.www.consumerdirect.gov.ukEmbaixada do Brasil em Londres14-16 Cockspur Street, perto da Trafalgar Square (London SW1Y 5BL) 020 7747 [email protected]

EmbratelLigações a cobrar para o Brasil.0800 890 055

Emergência: disque 999Para contatar a polícia, bombeiros e ambulância. A chamada é gratuita.

Gay Switchboard Informações sobre acomodação, ‘civil partnership’, imigração e legislação, entre outros. 020 7837 7324 (24h)

Home OfficeImmigration &Nationality DirectorateWhitgift Centre Wellesdey Road – Croydon CR19 1ATConcessão e extensão de vistos:087 0606 7766Solicitação de formulário para exten-são de visto: 087 0241 0645

Immigration Advisory Service (IAS)Orientação jurídica em inglês sobre pedidos de vistos.County House: 190 Great Dover Stre-et - 2º andarLondon SE1 4YB020 7967 1200www.iasuk.org

Serviços pelos direitos da mulher latino-americana (LAWRS)Ajuda mulheres que sofrem de mal-tratos e violência doméstica.52-54 Feathrstone St. - London EC1 8RT020 7336 0888 - 0844 264 0682 [email protected]

Legal Advice CentrePresta orientação e oferece informa-ções práticas legais gratuitas aces-

sando-se o site www.legal-advice--centre.co.uk/askus/

Money ClaimMoney claim é um serviço on-line que pode ser utilizado caso alguém lhe deve dinheiro. Você também pode re-ceber orientações caso esteja sendo processado na justiça por débito. A página da Money claim na internet é www.moneyclaim.gov.uk

Naz Vidas A ONG oferece acesso gratuito às clínicas que cuidam da saúde sexual, onde os pacientes contam com o auxílio de intérpretes e podem fazer exames que incluem testes de HIV, HPV, sífilis, gonorreia, hepatites A, B e C e clamídia. Serviço gratuito de apoio, assistência e aconselhamento sobre Aids. 30 Blacks RoadLondon W6 9DT020 8834 [email protected]

Projeto Latino-Americano para portadores de deficiência020 7793 8399www.ladpp.org.uk

Shelter Entidade que presta serviços de aconselhamento relacionados a mo-radia. Se você tem problemas com o seu landlord ou com a sua imobiliária, pode acionar este serviço gratuito para buscar orientação. O Shelter também tem informações sobre housing benefit, council housing, compra, aluguel e outras questões. 0808 800 4444 england.shelter.org.uk/

Transport for LondonPlanejamento de jornada em metrôs, trens e ônibus.020 7222 1234www.tfl.gov.uk

UK Concil for International Student AffairsInformações para estudantes estran-geiros sobre vistos, cursos,bolsas de estudo e assuntos relacionados ao ensino no Reino Unido. 020 7107 9922www.ukcosa.org.uk

BrasilTetracam

peão da Copa das Confederações(1997 – 2005 – 2009 – 2013)

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aulinho, David

Luiz, Julio Cesar, Fred

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Foto: Mowa Press

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BrasilTetracam

peão da Copa das Confederações(1997 – 2005 – 2009 – 2013)

Em

pé: P

aulinho, David

Luiz, Julio Cesar, Fred

e Tiago Silva - A

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eymar, D

aniel Alves, O

scar, Marcelo, H

ulk e Luiz Gustavo

Foto: Mowa Press

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