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Área temática: Gestão Socioambiental BRAÇO FORTE MÃO AMIGA – As boas práticas socioambientais do Exército Nacional: A atuação do 2° GAC L (Regimento Deodoro) AUTORES ALEX COLTRO Universidade de São Paulo [email protected] ALFREDO ANTONIO RIBEIRO Universidade de São Paulo [email protected] VIRNA CAMACHO CABRAL Universidade de São Paulo [email protected] RESUMO Há um movimento crescente nos últimos anos na direção de maiores práticas de responsabilidade social pelos mais diversos agentes econômicos e sociais. Hoje as companhias empresariais e governos de todo o mundo procuram, além de aprimorar e oferecer produtos e serviços de qualidade, melhorar cada dia mais as relações com todos os seus parceiros, sejam eles funcionários, fornecedores, clientes, acionistas, o poder público ou a comunidade. Tendo em vista a credibilidade dada pela sociedade a instituições preocupadas com os problemas sociais e ambientais, a prática de atividades social e ambientalmente corretas, por parte de instituições privadas, governamentais e não-governamentais tem se tornado cada vez mais comum. Seguindo este princípio, várias organizações militares do exército brasileiro vêm desenvolvendo atividades paralelas às suas atividades fins (constitucional) com o propósito de contribuir com o desenvolvimento social e proteção ao meio ambiente. O projeto Artilheiro-Mirim desenvolvido pelo 2° GAC L (Regimento Deodoro), localizado em Itu-SP, representa um exemplo de instituição governamental que por realizar ações educativas, sociais e ambientais, foi escolhido pelos autores, neste estudo de caso, com o propósito de averiguar a coerência de suas ações com os princípios de responsabilidade socioambiental. E é isto que será apresentado neste artigo. ABSTRACT There is a growing movement in recent years toward greater social responsibility practices by various economic and social agents. Today the business companies and governments around the world seek, besides improve and offer more suited products and services, to improve more and more their relations with all its partners, be them employees, suppliers, customers, shareholders, the public or community in general. In view of the credibility given by society to institutions concerned with social and environmental problems, the practice of socially and environmentally correct actions, by private institutions, governmental and non-governmental organizations have become increasingly common.

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Page 1: Área temática: Gestão Socioambientalsistema.semead.com.br/13semead/resultado/trabalhosPDF/326.pdf · Definição de Responsabilidade Social O termo “responsabilidade social”

Área temática: Gestão Socioambiental

BRAÇO FORTE MÃO AMIGA – As boas práticas socioambientais do Exército Nacional: A atuação do 2° GAC L (Regimento Deodoro)

AUTORES ALEX COLTRO Universidade de São Paulo [email protected] ALFREDO ANTONIO RIBEIRO Universidade de São Paulo [email protected] VIRNA CAMACHO CABRAL Universidade de São Paulo [email protected]

RESUMO Há um movimento crescente nos últimos anos na direção de maiores práticas de responsabilidade social pelos mais diversos agentes econômicos e sociais. Hoje as companhias empresariais e governos de todo o mundo procuram, além de aprimorar e oferecer produtos e serviços de qualidade, melhorar cada dia mais as relações com todos os seus parceiros, sejam eles funcionários, fornecedores, clientes, acionistas, o poder público ou a comunidade. Tendo em vista a credibilidade dada pela sociedade a instituições preocupadas com os problemas sociais e ambientais, a prática de atividades social e ambientalmente corretas, por parte de instituições privadas, governamentais e não-governamentais tem se tornado cada vez mais comum. Seguindo este princípio, várias organizações militares do exército brasileiro vêm desenvolvendo atividades paralelas às suas atividades fins (constitucional) com o propósito de contribuir com o desenvolvimento social e proteção ao meio ambiente. O projeto Artilheiro-Mirim desenvolvido pelo 2° GAC L (Regimento Deodoro), localizado em Itu-SP, representa um exemplo de instituição governamental que por realizar ações educativas, sociais e ambientais, foi escolhido pelos autores, neste estudo de caso, com o propósito de averiguar a coerência de suas ações com os princípios de responsabilidade socioambiental. E é isto que será apresentado neste artigo. ABSTRACT There is a growing movement in recent years toward greater social responsibility practices by various economic and social agents. Today the business companies and governments around the world seek, besides improve and offer more suited products and services, to improve more and more their relations with all its partners, be them employees, suppliers, customers, shareholders, the public or community in general. In view of the credibility given by society to institutions concerned with social and environmental problems, the practice of socially and environmentally correct actions, by private institutions, governmental and non-governmental organizations have become increasingly common.

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Following this principle, various organizations of the Brazilian army are developing parallel actions to their main activities (constitutional) with the aim of contributing to social development and environmental protection. The project Artilheiro-Mirim developed by the 2o. GAC L (Deodoro Regiment), located in Itu-SP, is an example of a government institution that held educational, social and environmental issues, which by this was chosen by the authors, in this case study, with the purpose of checking the consistency of their actions with the principles of environmental responsibility. And this is what will be presented in this article.

Palavras-chave: Práticas institucionais socioambientais; Responsabilidade Socioambiental; Instituição pública militar

BRAÇO FORTE MÃO AMIGA – As práticas socioambientais do Exército

Nacional: A atuação do 2° GAC L (Regimento Deodoro)

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INTRODUÇÃO O movimento de responsabilidade social cresceu muito nos últimos anos. Hoje as

companhias e governo de todo o mundo procuram, além de oferecer produtos e serviços de qualidade, melhorar cada dia mais as relações com todos os seus parceiros, sejam eles funcionários, fornecedores, clientes, acionistas, o poder público ou a comunidade. Tendo em vista a credibilidade, dada pela sociedade, a instituições preocupadas com os problemas sociais e ambientais; a prática de atividades social e ambientalmente corretas, por parte de instituições privadas, governamentais e não-governamentais tem se tornado cada vez mais comuns.

Seguindo este princípio, várias organizações militares do exército brasileiro vêm desenvolvendo atividades paralelas às suas atividades fins (constitucional) com o propósito de contribuir com o desenvolvimento social e proteção ao meio ambiente.

O projeto Artilheiro-Mirim desenvolvido pelo 2° GAC L (Regimento Deodoro), localizado em Itu-SP, representa um exemplo de instituição governamental que por realizar ações educativas, sociais e ambientais, foi escolhido pelos autores, neste estudo de caso, com o propósito de averiguar a coerência de suas ações com os princípios de responsabilidade socioambiental.

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL (RSA)

A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e de conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando considerar as demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários. Tornando-se co-responsável pelo desenvolvimento da sociedade e do ambiente, garantindo que gerações futuras tenham direito a um ambiente saudável para viver. Ela permeia a gestão responsável, sendo muito mais que pura filantropia ou estratégia de marketing.

Muito se fala, hoje, sobre “empresas social e ambientalmente responsáveis”, entretanto, têm se percebido um perigoso hiato entre os conceitos existentes e as práticas efetivas. Visando trazer alguma luz sobre essa questão, passou-se a discutir brevemente os conceitos de “Responsabilidade Socioambiental” contrapondo alguns casos em que a distância entre “o que se diz” e “o que se faz” se torna ilustrativo.

Muitas instituições percebem a RSA como uma nova oportunidade, uma “nova onda”, capaz de “agregar valor” às suas marcas. Assim, o tema da RSA toma corpo na pauta de estratégias da grande maioria das organizações. Mas, cabe questionar se as práticas de RSA que vêem sendo adotadas, e fartamente “propagandeadas”, estão no sentido dos princípios fundamentais que se apresenta.

Um dos principais problemas, se não o principal, é o fato da RSA ser tratada de forma estratégica e como diferencial competitivo. De forma geral, quando se planeja uma estratégia para uma organização (com ou sem fins lucrativos), se busca uma forma de auferir maiores lucros/interesses (prêmios, credibilidade diante a sociedade). Contudo, os princípios da RSA, exigem compromisso social e ambiental; exigem muito mais cooperação do que competição; exigem a união e a convergência de esforços dos diferentes setores da sociedade em torno de causas significativas e inadiáveis. Mas é na competição e na sedução dos apelos de marketing que os princípios da RSA correm o risco de sucumbir, passando a servir a propósitos meramente estéticos e comerciais.

A primeira questão a ser considerada é “o que é e como surgiu a Responsabilidade Socioambiental”?

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Definição de Responsabilidade Social O termo “responsabilidade social” refere-se à idéia de prestação de contas. Durante

muito tempo, isto foi entendido, em uma visão tradicional, como sendo a obrigação do administrador de prestar contas dos bens recebidos por ele. Ou seja, economicamente, a empresa é vista como uma entidade instituída pelos investidores e acionistas, com objetivo único de gerar lucros (LOURENÇO; SCHRODER, s/d).

Entretanto, tal visão não mais se aplica ao mundo contemporâneo. A empresa não se resume exclusivamente ao capital, e sem os recursos naturais (matéria-prima) e as pessoas (conhecimento e mão-de-obra), ela não gera riquezas, não satisfaz as necessidades humanas e não proporciona progresso. Por isso, afirma-se que a empresa está inserida em um ambiente social (LOURENÇO; SCHRODER, s/d).

Desse modo, Richard Daft (1999, apud LOURENÇO; SCHRODER, sd)define responsabilidade social como a obrigação da organização de tomar decisões que irão contribuir para o bem-estar e os interesses da sociedade e da própria organização. Segundo Oded Grajew (2001, apud BATISTA et al., 2006), presidente do Instituto Ethos, uma das principais instituições responsáveis pela difusão do conceito de responsabilidade social na sociedade brasileira, a responsabilidade social é a atitude ética da empresa em todas as suas atividades. Está relacionada a interações da empresa com funcionários, fornecedores, clientes, acionistas, governo, concorrentes, meio ambiente e comunidade. Trata-se da gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de valor a todos, e não apenas da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou do apoio à comunidade.

Uma empresa pode escolher qualquer posição dentro das seguintes: Obrigação Social: é o comportamento socialmente responsável da empresa, que

procura o lucro dentro das restrições legais impostas pela sociedade. Esta perspectiva está associada ao conceito de que uma empresa lucrativa beneficia a sociedade ao criar novos empregos, pagar salários justos que melhoram a vida de seus funcionários e melhorar as condições de trabalho de seus funcionários, além de contribuir para o bem-estar público pagando seus impostos (LOURENÇO; SCHRODER, s/d).

Reação Social: considera empresas como reativas. Quando pressionadas por certos grupos (associações comerciais, sindicatos, ativistas sociais, consumidores, etc.), as empresas reagem voluntaria ou involuntariamente para satisfazer estas pressões. Empresas que adotam esta linha procuram atender as responsabilidades econômicas, legais e éticas. O fator que leva muitas empresas a adotarem esta posição é o reconhecimento de que estas dependem da aceitação por parte da sociedade à qual pertencem, e que ignorar os problemas sociais pode ser destrutivo em longo prazo (LOURENÇO; SCHRODER, s/d).

Sensibilidade Social ou Pró-atividade Social: caracteriza-se por comportamentos socialmente responsáveis mais antecipadores e preventivos do que reativos e reparadores. A empresa procura formas de resolver problemas sociais, ou seja, corresponde a uma empresa fortemente empenhada numa abordagem pró-ativa da responsabilidade social (LOURENÇO; SCHRODER, s/d).

História da Responsabilidade Social Nas décadas de 1950 e 1960, os princípios da caridade e da custódia eram amplamente

aceitos nas empresas americanas, à medida que mais e mais companhias passaram a admitir que “o poder traz responsabilidade”. O princípio da caridade exigia que os membros mais afortunados da sociedade ajudassem os menos afortunados, e o princípio da custódia, derivado da bíblia, exigia que as empresas e os ricos se enxergassem como zeladores, mantendo suas propriedades em custódia, para benefício da sociedade como um todo. Até mesmo as companhias que não adotavam estes princípios percebiam que, se não aceitassem as

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responsabilidades sociais por sua livre vontade, seriam forçadas a aceitá-las por imposição do governo (LOURENÇO; SCHRODER, s/d).

Porém, em 1953 surgiu um novo conceito de responsabilidade social proposto por H.R. Bowen, que instituiu que os administradores e empresas tinham o dever moral de implementar políticas, tomar decisões ou seguir linhas de ação que sejam desejáveis em torno dos objetivos e dos valores da sociedade. Este conceito estava em contraposição com os princípios da caridade e da custódia, que eram atraentes para os que tinham um interesse oculto em preservar o sistema de livre iniciativa com garantia de liberdade em relação a outras formas de pressão social (LOURENÇO; SCHRODER, s/d).

Nas décadas de 1970 e 1980, havia a preocupação de como e quando a empresa deveria responder sobre suas obrigações sociais. Nesta época, começou-se a desenvolver a ética empresarial. Esta doutrina se difundiu pelos países europeus, tanto nos meios empresariais, quanto nos acadêmicos. Com uma maior participação de autores na questão da responsabilidade social, o final da década de 1990 apresenta discussão sobre as questões éticas e morais nas empresas, o que contribui de modo significativo para a definição do papel das organizações (LOURENÇO; SCHRODER, s/d).

No Brasil, o movimento de valorização da responsabilidade social empresarial ganhou forte impulso na década de 90, através da ação de entidades não governamentais, institutos de pesquisa e empresas sensibilizadas para a questão. A partir daí, algumas empresas começaram a divulgar suas ações sociais estimulando outras empresas a também investir em benefícios à sociedade e divulgar o seu balanço social, com o intuito de ser mais transparente ao público e ganhar credibilidade no mercado (LOURENÇO; SCHRODER, s/d).

Tipos de Responsabilidades Sociais Segundo Archie Carrol (apud LOURENÇO; SCHRODER, s/d) existem quatro tipos de responsabilidades sociais que uma empresa pode adotar: -Responsabilidade econômica, que é a mais importante, pois o lucro é a principal razão da empresa existir, e ter esse tipo de responsabilidade significa oferecer bens e serviços para a sociedade a preço acessível de modo que traga lucros para proprietários e acionistas. -Responsabilidade Legal, que é ter um comportamento adequado em relação ao que a sociedade quer, como por exemplo cumprindo leis municipais, estaduais e federais, sendo correto com as funcionários, e produzindo legalmente seu produtos. -Responsabilidade ética, é a atuação da empresa seguindo o que a sociedade espera, não necessariamente precisando seguir leis e muitas vezes não sendo interessante para os interesses econômicos da empresa. Para seguir essa responsabilidade é necessário agir com equidade, justiça e imparcialidade, além de respeitar os direitos individuais. -Responsabilidade filantrópica, é quando a empresa faz uma contribuição social voluntaria, que não esta imposta pela economia, pela lei ou pela ética. São ações não se espera retorno financeiro, mas que traz uma boa impressão da empresa devido a contribuição financeira que se é para ser bem vista pela sociedade.

Definição Responsabilidade Ambiental O conceito de responsabilidade social está se ampliando, passando da filantropia, que

é a relação socialmente compromissada da empresa com a comunidade, para abranger todas as relações da empresa: com seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, concorrentes, meio ambiente e organizações públicas e estatais. (MELO; FROES, 2002 apud ALBERTON; CARVALHO; CRISPIM, 2004).

A responsabilidade ambiental tem objetivo de minimizar possíveis danos ambientais decorrente do tipo de atividade que a organização exerce. Observa-se, nas empresas, uma tendência ecologicamente correta a evitar produtos tóxicos ou processar esses materiais, por

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meio do sistema de reciclagem, antes de serem despejados no meio ambiente, podendo, assim, ser reaproveitados. Principalmente as indústrias são as mais atingidas em relação à cobrança da comunidade nesse fator (ALBERTON; CARVALHO; CRISPIM, 2004).

A preservação do meio ambiente converteu-se em um dos fatores de maior influência da década de 90, com grande rapidez de penetração de mercado. Assim, as empresas começam a apresentar soluções para alcançar o desenvolvimento sustentável e ao mesmo tempo aumentar a lucratividade de seus negócios (ANDRADE; TACHIZAWA; CARVALHO, 2002 apud ALBERTON; CARVALHO; CRISPIM, 2004).

Ressalta-se que a preocupação com o meio ambiente vem crescendo com rapidez, fazendo com que as empresas aumentem seu lucro respeitando os meios naturais e sendo socialmente responsáveis (ALBERTON; CARVALHO; CRISPIM, 2004).

A empresa que está inserida neste conceito de criar e agir participando das responsabilidades sociais e ambientais, não só obtém progresso da empresa, mas também contribui para o bem-estar e interesses da sociedade e da organização (MIRANDA, 2007).

Essa nova política socioambiental transformou o desenvolvimento administrativo, social e econômico das empresas. Este desenvolvimento exigiu mudanças características e estratégicas nas empresas , surgindo a necessidade de diferenciar seus produtos considerando a responsabilidades sócio-ambientais, criando assim maior confiabilidade e créditos perante os consumidores (MIRANDA, 2007).

Tais mudanças tendem a repercutir como um meio de satisfazer as necessidades das empresas sem comprometer a capacidade de futuras produções, atendendo a sustentabilidade ecológica e social de um mercado globalizado (MIRANDA, 2007).

Os cuidados ambientais ultrapassam as fronteiras empresariais, pois afetam direta e indiretamente todos os modos de vida e de produção do planeta. Logo cabe as empresas a conservação do meio ambiente e fauna local, assim como a manutenção das fontes de matéria-prima e abastecimento das demandas energéticas e produtivas da empresa, além do respeito para com a comunidade e a manutenção da região em que se localiza (MIRANDA, 2007).

História da Responsabilidade Ambiental Até meados da década de 80, predominava uma resistência das organizações a qualquer iniciativa de minimizar os impactos socioambientais decorrentes da atividade produtiva. Os empresários argumentavam que este tipo de preocupação ocasionaria custos adicionais como gasto em controle de poluição, comprometendo assim a lucratividade, competitividade e ofertas de emprego, resultando em prejuízos para as partes interessadas. As empresas tinham como objetivo a transferência desses custos para a sociedade, se livrando dessa responsabilidade (DEMAJOROVIC, 2005). A partir da década de 80, ocorreu uma mobilização em torno da questão ambiental, surgindo debates em diversos países e fazendo com que o setor público aprimorasse sua regulamentação ambiental e transferindo os custos para os negócios, já que haviam relatos de tragédias ambientais causadas por grandes empresas. Portanto, os problemas ambientais estão ligados ao conhecimento técnico-científico aplicado ao processo produtivo, fazendo com que as catástrofes e danos ao meio ambiente não sejam surpresas ou acontecimentos inesperados, mas sim uma característica da modernidade e incapacidade de controlar os efeitos gerados exatamente pelo desenvolvimento industrial (DEMAJOROVIC, 2005). Com as críticas e cobranças em relação ao controle dos problemas socioambientais decorrentes do crescimento das próprias organizações, ocorreu um choque entre a contribuição para o crescimento do emprego e do nível de renda, com a moral ecológica, que não apenas questiona os aspectos econômicos e tecnológicos relativos às empresas, mas que também se materializa em pressões políticas em um maior rigor dos padrões de comando e

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controle. Consequentemente, houve um aumento nos custos de operação, interferindo no processo de tomada de decisão dentro das organizações e tornou-se possível o reconhecimento judiciário perante os danos socioambientais (DEMAJOROVIC, 2005).

O EXÉRCITO E A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Foto 02 – Soldado especialista no manejo de animais silvestre Relacionando-se com nativos amazonenses.

Missão Constitucional do Exército Brasileiro

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

A administração militar vem passando por uma reforma alinhada ao pensamento administrativo das empresas modernas e à conscientização da sociedade. Cada vez mais entende-se que instituições destinadas a defesa dos interesses de uma nação não tem que estar presente somente em momentos cruciais, como no caso de uma ameaça externa ou constitucional, mas tem acima de tudo, que ajudar seu povo a se desenvolver, a enfrentar problemas sociais, econômicos, naturais etc; alinhando-se a ele em suas crenças, gerando uma confiança mutua que culmina em segurança, em acordo com Exército (2009).

Foto 01 – Soldado especialista no manejo de animais silvestres.

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Apesar de não estar especificado na constituição federal que as forças armadas realizem ações socioambientais, o Exército vem, em vários quartéis, desenvolvendo sob o lema: BRAÇO FORTE MÃO AMIGA, projetos de assistência à comunidade e ao meio ambiente, este evidenciado, sobretudo, nas suas práticas durante exercícios em campanha.

Cabe à Engenharia Militar, além de suas missões clássicas de apoio ao combate em situação de guerra, atuar como pioneira ou colaboradora na solução de problemas do desenvolvimento nacional. Assim tem sido desde os tempos coloniais, quando esteve presente nas fortificações, na cartografia e nos arsenais, até os dias atuais, no desenvolvimento de inúmeros trabalhos (atividades subsidiárias) em apoio à infra-estrutura econômica brasileira, principalmente em regiões distantes e inóspitas, onde o emprego da iniciativa privada se torna muito oneroso e, portanto, não atrativo.

Esses trabalhos, que incluem construção de estradas, de ferrovias, de pontes, de viadutos, de túneis, de aeroportos, de instalações portuárias, de açudes, de poços artesianos, de tubulações de água e esgotos e mapeamentos e demarcação de áreas, estão definidos na Lei Complementar Nº 97, de 09 de junho de 1999, que regulamenta a cooperação das Forças Armadas com o desenvolvimento nacional e defesa civil.

Coerente com a vocação histórica do Exército Brasileiro de colaboração com o progresso do País, o então Ministro da Defesa, José Viegas Filho, firmou com o Ministério dos Transportes, em 06 de janeiro de 2003, um acordo para que o Exército atue na construção, recuperação e duplicação de rodovias federais, além de fiscalizar obras executadas por empreiteiras da iniciativa privada.

Em prosseguimento ao acordo firmado, foram definidas cinco propostas prioritárias para a recuperação de estradas federais em todo o País, que prevêem o reequipamento dos batalhões de engenharia e construção do Exército; o emprego de batalhões de engenharia de combate em casos emergenciais; a fiscalização de obras rodoviárias pelo Exército; a prorrogação dos convênios já existentes entre o Exército e o Ministério dos Transportes e a criação de um centro de excelência de engenharia rodoviária, com a participação do Instituto Militar de Engenharia e de algumas entidades civis, como universidades e centros de pesquisas.

Cabe ressaltar que essas atividades subsidiárias são tão importantes para o desenvolvimento nacional como, também, são extremamente úteis para o adestramento dos militares de Engenharia do Exército Brasileiro. O Exército e a integração nacional pelo telegráfo A obra de Rondon

Terminada a Guerra do Paraguai, se cuidou de aparelhar a tropa de

Engenharia para atender à formação dos especialistas necessários aos empreendimentos públicos indicados pela experiência bélica.

Os problemas mais vivos a serem resolvidos eram o dos transportes e o das comunicações, particularmente no Rio Grande do Sul, oeste paranaense e Mato Grosso, o que impedia a aplicação oportuna e decisiva do poder nacional. Surgiu o Exército como fator de integração nacional.

Em 1880 o Batalhão de Engenheiros foi reorganizado para poder ser empregado na construção de estradas de ferro e de linhas telegráficas. O seu primeiro empreendimento no campo das comunicações, concluído em dezembro de 1881, foi a ligação telegráfica entre Alegrete e São Borja, com um ramal para Itaqui.

No ocaso do Império foi criada a Comissão Construtora da Linha Telegráfica Franca – Cuiabá, com o objetivo de romper o isolamento de Mato Grosso, tão nefasto durante a

Foto 03

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invasão paraguaia. A cidade paulista de Franca representava, até então, a região mais ocidental servida pelo fio.

Preservação do Meio Ambiente

A atividade-fim do Exército desenvolve-se normalmente no campo, onde são preparadas e adestradas as tropas. A vegetação e os recursos locais são muito importantes para as operações. Assim, o militar, desde os primeiros dias na caserna, aprende a respeitar e preservar a natureza, como uma aliada do combatente e do ser humano.

Cooperando com os órgãos que cuidam da preservação ambiental, o Exército tem feito acordos e convênios com o IBAMA, com polícias especializadas e diversos outros órgãos, para o fornecimento de apoio logístico, nas atividades de fiscalização ambiental.

É comum as organizações militares, em conjunto com as comunidades que as acolhem, fazerem trabalhos de limpeza, recuperação de áreas verdes e plantio de árvores, numa ação denominada: " Verde no Verde". Cuidando da água para preservar a vida

O Ministério do Exército (hoje, Comando do Exército) e o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA) celebraram, em 1997, Acordo de Cooperação Ambiental.

Constituiram objeto desse Acordo o estabelecimento de entendimentos que possibilitem o desenvolvimento de ações de mútua cooperação entre os dois Ministérios, com vistas ao apoio a programas de cunho ecológico e à manutenção de áreas de reconhecido valor ambiental, em particular, das Unidades de Conservação Ambiental sob o controle do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). De conformidade com a cláusula terceira do Acordo em pauta, foi expedida Diretriz Ministerial para a Preservação de Mananciais e Cursos de Água na Semana do Soldado. É o prosseguimento de uma experiência que, na Semana do Exército, daquele ano obteve excelentes resultados para a imagem da Instituição. As Ações do Serviço de Saúde: Os Atalaias da Saúde na Amazônia

O Serviço de Saúde do Exército é constituído por um sistema coordenado, racionalizado e hierarquizado de saúde, interligado pela Telemedicina.

As Seções de Saúde dos Pelotões Especiais de Fronteira constituem a porta de entrada no Sistema. Nessas seções prevalecem as ações preventivas de saúde, particularmente quanto a educação sanitária; pré-natal e vigilância ao parto normal; ao crescimento normal da criança e do adolescente; e a profilaxia das doenças transmissíveis e da cárie dental.

Cada Seção de Saúde de Pelotão de Fronteira conta, no mínimo, com um médico, um dentista e um farmacêutico, além de sargentos auxiliares de enfermagem, de cabos padioleiros e de soldados socorristas.

Foto 04 – Apoio de soldados ao Projeto TAMAR

Foto 05 – Apoio do Exército à preservação de mananciais.

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Fotos 06 e 07 – Ação de socorristas do Exército no Hospital Geral de Belém. A rede hospitalar do Exército Brasileiro na Amazônia é composta por dois hospitais

gerais de grande porte, localizados nas sedes das 8ª e 12ª Regiões Militares – Hospital Geral (HG) de Belém e HG de Manaus, sendo este o Centro de Referência do Sistema de Telemedicina da Região Norte e por quatro hospitais de pequeno porte – Hospital de Guarnição (HGu) de Marabá (PA), de Porto Velho (RO), HGu de Tabatinga (AM) e HGu de São Gabriel da Cachoeira (AM), este, mediante Convênio com o Governo do Estado. Possui, ainda, o Posto Médico de Guarnição de Boa Vista (RR), núcleo de HG.

No Estado do Amazonas, os HGu de São Gabriel da Cachoeira (Alto Rio Negro) e de Tabatinga (Alto Solimões) vão até as comunidades por eles assistidas, levando desde vacinas e noções de saúde até atendimento médico, odontológico e laboratorial de pequena complexidade.

As peculiaridades socioeconômicas da população em geral e das condições ambientais da região amazônica – comunidades desprovidas de infra-estrutura, ações e serviços de saúde; núcleos humanos vivendo, de forma esparsa e rarefeita, em lugares inóspitos; segmentos populacionais carentes, tais como indígenas, migrantes, fronteiriços, seringueiros, pescadores, comerciantes fluviais, bem como estrangeiros; fatores climáticos e ambientais extremamente favoráveis ao surgimento de doenças – fazem do Serviço de Saúde um prestador de serviços médicos, odontológicos e farmacêuticos às comunidades locais, estreitando os laços de amizade entre o Exército e o povo.

Fotos 08, 09 e 10 – Ações de Orientação para Saúde, vacinação e exames médicos de apoio à população.

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Nos Postos de Vacinação Permanentes, a população é imunizada contra poliomielite, difteria, tuberculose, febre amarela, sarampo, coqueluche, tétano, raiva humana e hepatite "B". REGIMENTO DEODORO- 2º GAC L Históricos da Unidade

2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve - Regimento Deodoro Itu (SP) - O 2º GAC L - Regimento Deodoro - tem suas origens no Corpo de Artilharia da Bahia, criado em 1625, durante a União Ibérica (Portugal-Espanha). Passou por sucessivas denominações e transformações ao longo de quase três séculos. Foi previsto para se instalar em Itu-SP, por decreto de fevereiro de 1915, com a denominação de 7º Regimento de Artilharia Montada (7º RAM), a ser aquartelado no antigo e tradicional Colégio São Luiz, edifício construído em 1867, pelos padres jesuítas.

Em 20 de janeiro de 1918, com a presença maciça da população ituana, o Pavilhão Nacional foi hasteado pela primeira vez na fachada do quartel. O Regimento aqui se instalou com um contingente de apenas 29 homens, sob o comando do Ten Cel Raphael Clemente Telles Pires, sendo esta a data considerada como aniversário da Unidade.

Em 1919, recebeu a denominação de 4º Regimento de Artilharia Montada (4º RAM), tendo participado da Revolução Constitucionalista de 1932. Em setembro de 1942, quando vivia-se os dias amargos da II Guerra Mundial, o 4º RAM deslocou-se via férrea até o Rio de Janeiro, com o efetivo de guerra do seu 2º Grupo. Nessa ocasião, escoltado por embarcações e aviões militares, seguiu a bordo do navio Almirante Alexandrino para a cidade de Recife-PE. Em seguida, deslocou-se para Maceió-AL, a fim de cumprir missão de guerra. O Regimento, destacado em Pontal do Coruripe e Porto de Pedras, manteve-se em condições plenas de defender o território nacional e rechaçar o inimigo estrangeiro. Cabe ainda ressaltar que militares do 2º Grupo do 4º RAM embarcaram para a Itália, integrando a Força Expedicionária Brasileira.

Em 1946, o 4º RAM passou a se chamar 2º Regimento de Obuses 105. Dois anos mais tarde, cm 1948, recebeu a denominação histórica de REGIMENTO DEODORO, por socilitação da própria comunidade ituana ao Presidente da República. O nome destina-se a homenagear o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, que proclamou a República, pois a cidade de Itu foi um dos berços dos pensamentos republicanos.

O Regimento Deodoro participou ativamente da Revolução Democrática de 31 de março de 1964, deslocando-se até a cidade de Resende/RJ, onde permaneceu em condições de cumprir sua missão. Durante o ano de 1966, passou a denominar-se I/2º Regimento de Obuses 105, voltando à denominação anterior no ano seguinte.

Em 1972, este velho Regimento, teve suas paredes centenárias estremecidas ante o peso das lagartas e a majestade do novo material que constituiria seu equipamento: o Obuseiro Autopropulsado l05mm M 108. Cinco anos mais tarde, em 1977, a Unidade recebeu a denominação de 2º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado, ficando-lhe adida a 11ª Bateria de Artilharia Antiaérea.

Em 1º de março de 2005, fruto da reestruturação da Força Terrestre, o Regimento Deodoro foi renomeado como 2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve. Seu material passou a ser o moderno e versátil obuseiro Otto Melara, de 105 mm.

Diante de todos esses fatos históricos, pode-se afirmar o quanto é tradicional esta Unidade, tanto no ensino quanto no trabalho militar. Ao longo de sua existência, o Regimento Deodoro tem sido um celeiro na forja do caráter da juventude, que entra pelos seus portões

Foto 11 – Brasão do 2º GAC L

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como um aglomerado de homens e deles sai com a formação correta e distinta de Soldado do Exército Brasileiro.

Os dias atuais

Exercitando seu “braço forte”, o 2º GAC L prepara-se diuturnamente para o cumprimento de sua missão constitucional por meio de exercícios e sessões de instrução. Conta, para isso, com o Campo de Instrução do Pirapitingui, também em Itu, e as instalações do próprio aquartelamento, além de áreas cedidas por particulares. Para a execução do tiro real de artilharia, a unidade tem se utilizado do Campo de Instrução da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), e do Campo de Instrução da Escola de Sargentos das Armas, em Três Corações (MG).

A “mão amiga” do 2º GAC L está presente numa série de atividades de cunho cívico e social, que realiza em prol da sociedade local. No campo social, merecem citação o apoio prestado às famílias em situação econômica difícil, com a realização de ações cívico-sociais; a participação da unidade nas campanhas do agasalho e de saúde pública organizados pela prefeitura e pelos clubes de serviços.

Missão

O 2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve (2º GAC L ), "Regimento Deodoro", é uma unidade orgânica da 11ª Brigada de Infantaria Leve – Brigada Anhanguera. Sua principal missão operacional é apoiar pelo fogo a 11ª Brigada de Infantaria Leve . O Grupo também coopera com a Brigada na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e em medidas de segurança integrada no seu setor de responsabilidade. O 2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve é composto por uma Bateria de Comando, e duas de Obuses.

O regimento e a Comunidade Ituana

REGIMENTO DEODORO (COLÉGIO E IGREJA DE S. LUIZ GONZAGA)

O Colégio São Luiz fundado em 1867 foi erguido em terrenos do antigo Seminário do Bom Conselho, por padres da Companhia de Jesus, vindos de Roma. Em 1872, o Colégio já contava com elegante igreja e imponentes edifícios, reunindo anualmente cerca de 400 alunos vindos de toda a Província. Aí funcionou até o ano de 1917, quando foi transferido para São Paulo, passando a propriedade do imóvel para o Governo Federal, que nele instalou o Regimento Deodoro

PRAÇA DO QUARTEL Esta praça tem como patrono a maior, mais representativa e mais gloriosa figura do

Exército brasileiro, Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Após 1918, com a implantação do Quartel, a Praça Duque de Caxias, que representava o acesso para a estrada de Jundiaí, incorporou-se ao ufanismo e usos e costumes do povo ituano. Dizer para alguém que, ao passar pela Praça do Quartel, fora cumprimentado por algum oficial, era símbolo e sinônimo de “status”.

Alguns eventos:

Festival de Artes

Foto 12 – Fachada do Colégio São Luiz.

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O Festival de Artes é uma parceria da Prefeitura de Itu com o Governo do Estado de São Paulo. Valoriza a cultura popular brasileira nos segmentos de música, artes plásticas, dança, circo, teatro, orquestras, cinema, bandas e outras intervenções artísticas, caracteriza-se pela realização de oficinas e apresentações, trazendo para a cidade professores, bolsistas e grupos artísticos que, durante esse período, estudam e protagonizam belas apresentações.

As apresentações concentraram-se, em sua maioria, no Regimento Deodoro (quartel de Itu),

Exposição "Aleijadinho e Mestre Piranga, no Regimento Deodoro

O evento é uma promoção do Museu Paulista da USP e Museu Republicano Convenção de Itu, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Itu, e marca o aniversário da Convenção Republicana. A exposição foi realizada no Quartel de Itu, prédio que foi construído em 1837 e que já abrigou o tradicional Colégio São Luís.

Antes da abertura foi realizada a formatura do Exército no Regimento Deodoro, que contou com a presença do Chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sudeste, General de Brigada Renato Índio da Costa Lemos. Na seqüência houve a apresentação do Coral Vozes de Itu e visita a mostra, que conta com 50 peças de Aleijadinho e 10 obras do mestre Piranga, todas pertencentes ao colecionador particular Renato Whitaker. A abertura da exposição contou com a presença do prefeito Herculano Jr., de Itu, do deputado federal Celso Russomano e do Secretário-Adjunto da Cultura do Estado de São Paulo, Edmur Mesquita. Para a professora Eni de Mesquita, da USP, a exposição “coroa de êxito as comemorações da Semana da Convenção”, e ressalta a importância de trazer mostras de arte barroca para São Paulo, principalmente para a cidade de Itu, considerada berço da República.

Desfile da Independência em Itu

Em comemoração ao Dia da Independência – 7 de setembro milhares de pessoas desfilaram em blocos representando escolas, entidades, escoteiros, academias, Guarda Civil Municipal, Polícia Militar e do Regimento Deodoro (quartel de Itu). Após o hasteamento das bandeiras no quartel, o evento seguiu para a Marginal.

Foto 13 – Desfile militar em Itu SP. RESPONSABILIDADE SOCIAL Projeto Artilheiro Mirim

Anualmente o projeto ARTILHERIO MIRIM, desenvolvido pelo 2º GAC L em Itu-SP seleciona diferentes turmas, as quais permanecem no programa por um período de sete meses (abril a outubro).

Foto 14 – Participantes do Projeto Artilheiro Mirim 2009.

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Histórico do projeto Artilheiro Mirim

O projeto Artilheiro Mirim foi desenvolvido tendo como base experiências realizadas no âmbito da força terrestre como o projeto integração da Escola de Sargentos das Armas, Três Corações - MG.

Criado em 2002, em parcerias com algumas instituições, o projeto vem desde então se desenvolvendo no Regimento Deodoro, Itu-SP.

Finalidade Prestar assistência a crianças ou

adolescentes carentes, do sexo masculino, na faixa dos 10 (dez) aos 14 (quatorze) anos, que estejam cursando a 5ª, 6ª, 7ª ou 8ª séries do primeiro grau.

Na sua rápida passagem pela caserna, os pequenos artilheiros recebem alimentação (café e almoço); educação geral; educação moral e cívica; educação semiprofissionalizante; alimentação; assistência médica, odontológica e psicológica; assistência religiosa; esporte; lazer; informática e sentimento de obediência às regras e limites impostos pela vida em sociedade. Enquanto Participantes, estes são crianças ou adolescentes carentes a serem indicadas conforme cadastro no Conselho Tutelar da Prefeitura de Itu, desde que estejam estudando.

Os recursos financeiros a serem despendidos são provenientes dos responsáveis pelo programa, de forma que seja a “custo zero” para os participantes.

Foto 16 – Participantes em formação. Desenvolvimento do projeto

O projeto é divido em três períodos: básico, profissionalizante e prático que se

estendem de abril a outubro funcionando de segunda a quinta feira das 07:00 as 12:00 h. Período básico Atividades desenvolvidas: higiene

dental, aplicação do flúor, asseio corporal, orientação sexual, prevenção e combate a drogas, prevenção e combate a incêndios, primeiros socorros, orientação artística, ordem unida, educação física, educação ambiental e consumo sustentável, prática esportiva e

Foto 15 – Participantes em formação

Foto 17 - Participantes em formação

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recreativa e aulas de reforço escolar, ministradas por professores da rede municipal de Itu-SP.

Período semiprofissionalizante Atividades desenvolvidas:

horticultura, mecânica, informática, música, idioma, cozinha, garçom, datilografia, enfermagem, marcenaria, carpintaria e, se possível, atividades recreativas (Passeio por pontos históricos e turísticos da cidade) e esportivas (judô e futebol).

Período prático Prática das diversas profissões

em que os participantes foram formados. O Período desenvolver-se-á no interior do Quartel ou em estabelecimentos indicados pela Prefeitura Municipal de Itu ou pelos patrocinadores e colaboradores.

Foto 17 - Participantes em formação. Ações Cívico Sociais

Campanha do agasalho

No período de inverno, é realizada uma campanha interna à caserna para que militares doem agasalhos os quais depois são levados a instituições filantrópicas. Foto 18 – Soldados ajudando na campanha do agasalho 2009.

Recolhimento de alimentos e distribuição em comunidades carentes Da mesma maneira, alimentos

são recolhidos e levados por viaturas militares a comunidades carentes no entorno da cidade.

Foto 19 – Soldados ajudando na campanha do coleta e distribuição de alimentos 2009.

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Mutirão para recolhimento de lixo no combate a dengue;

Em parceria com a secretária de saúde de Itu, militares do Regimento Deodoro, percorram bairros problemáticos da cidade, recolhendo lixo e conscientizando a população dos cuidados necessários para a não proliferação do mosquito vetor da dengue. Foram encontrados vários focos, larvas recolhidas e destinadas a seção de zoonóse do município.

Foto 20 – Soldados ajudando na campanha do combate à dengue 2009. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

Minimização dos impactos ao meio ambiente causados por exercícios de campanha no

campo de instrução Na região do Pirapitingui,

município de Itu, está localizado o campo de instrução do Regimento Deodoro (2º GAC L), onde foi realizado o reflorestamento de uma antiga área de instalação da base de acampamento durante exercícios de campanha, que no momento foi deslocada para um local que causaria menos dano a vegetação.

Devido o uso de munições traçantes, que podem

provocar incêndios foi elaborado um plano de combate a incêndios com o intuito de minimizar as ocorrências e facilitar o emprego da tropa no combate a este problema.

Ainda com a intenção de provocar o mínimo de impactos negativos ao meio ambiente todo lixo gerado durante os exercícios em campanha é levado de volta ao quartel e destinado ao devido fim. Coleta seletiva de lixo

Houve um projeto para coleta seletiva de recicláveis, mas devido à outras prioridades da instituição este perdeu força. Entretanto ainda há algumas lixeiras destinadas a coleta seletiva, mas não há recolhimento adequado (o lixo reciclável acaba sendo enviado ao aterro sanitário, ao invés de ir para reciclagem).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Temas como responsabilidade social e ambiental vêm contagiando as diversas instituições devido à conscientização, cada vez maior, da sociedade a qual não deseja apenas suprir uma necessidade imediata com aquisição de um produto, mas pensa no efeito de sua produção e comercialização. Hoje uma empresa transparente que expõe seus processos e tem

Foto 21 – Impactos ambientais advindos de exercícios de campanha.

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ações éticas para com seus clientes, criando uma imagem relevante de grande gama de informações e influências que afetam ao consumidor.

Seguindo este pensamento, instituições governamentais, que não tem como meta o lucro, vêm também aderindo a este propósito. Pois a satisfação de seus usuários, excelência administrativa e potencialidade de seus serviços estão intrinsecamente relacionados à sua imagem perante a opinião pública.

A relação de confiança é importantíssima para que se construa uma fidelidade entre prestador e usuário. Casos como este apresentado torna-se importante para tentar apagar uma imagem negativa das forças armadas criada com o decorrer da ditadura militar no passado histórico do Brasil.

E devido à sua missão específica, a defesa, é extremamente importante a relação de confiança, pois de que adianta um exército quando não se sabe quem é o inimigo da instituição, o próprio povo ou o invasor.

Ressalte-se, finalmente, que a responsabilidade social foi bem evidenciada, entretanto a ambiental deixou a desejar. Isso foi evidenciado pelo pouco conhecimento das crianças (artilheiros mirins) à respeito de educação ambiental, e pelo insuficiente número de coletores, dispersão e destino incorreto do lixo reciclável.

REFERÊNCIAIS

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